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Leibniz

Síntese acerca da Teoria do Conhecimento em Leibniz: em 10 pontos poderíamos sintetizar as


idéias essenciais de Leibniz, destacando os aspectos relativos à Teoria do Conhecimento e à
Metafísica:

1 – Ponto de partida: crítica à metafísica dualística de Descartes. Deus, que é perfeição


infinita, não pode ter criado um universo bitolado em duas substâncias irreconciliáveis (res
extensa e res cogitans), na forma em que foi pensado por Descartes.

2 – Deus, portanto, criou o “melhor dos mundos possíveis”, caracterizado pelo princípio da
“harmonia preestabelecida”.

3 – O homem está chamado a tomar conhecimento da “harmonia preestabelecida” do


Universo. Nisso consiste a verdade e a máxima felicidade do espírito. A nossa bem-
aventurança, na Terra, consiste em contemplarmos a harmonia do Cosmo, que espelha a
perfeição divina.

4 – O homem apreende, pelo seu conhecimento, a harmonia do Universo em dois níveis:


matemático (pela ciência da natureza) e metafísico (pela filosofia), sendo que esta última
constitui a apreensão mais completa da “harmonia preestabelecida”. Nas ciências,
apreendemos a harmonia com a ajuda das matemáticas. Nelas, joga um papel importante o
“cálculo infinitesimal”, que nos habilita a apreendermos a harmonia cósmica no contexto de
uma infinita quantidade de variáveis. Na filosofia, apreendemo-la com a ajuda dos conceitos
metafísicos, que exprimem a harmonia da totalidade. A ars combinatoria constitui, para as
ciências e a filosofia, poderoso instrumento lógico que nos possibilita superar as contradições
decorrentes dos significados equívocos das palavras (“calculemos para que nos entendamos”,
afirmava Leibniz).

5 – Cerne da metafísica leibniziana: a monadologia. O universo foi formado mediante a


criação, por Deus, de infinitas unidades substanciais de energia ou mônadas. Essas unidades
estão rigorosamente hierarquizadas e organizadas pelo Supremo Arquiteto do Universo (Deus)
que age à maneira de Causa Final, no contexto de um modelo que hoje caracterizaríamos como
finalistico-cibernético. A matéria, em si, não existe. Ela é apenas manifestação aparente da
única realidade existente: a força ou energia, constituída pelas mônadas. Estas podem,
portanto, expandir no espaço a sua essência, ou contraí-la num ponto (à maneira dos buracos
negros postulados pela astrofísica contemporânea). Cada uma das mônadas encerra, dentro de
si, uma representação da harmonia do Cosmo. Essa representação, nos seres humanos, é
consciente, sendo que os demais seres não possuem essa consciência, o que torna o homem o
Rei da Criação, não para atrapalhar a ordem da “harmonia preestabelecida”, mas para, com a
luz da razão, reconhecer essa ordem harmônica e louvar a Deus.

6 – A liberdade humana é um postulado teológico que se depreende da tese do “melhor dos


mundos possíveis”. Se Deus não tivesse criado o homem livre, faltaria ao Cosmo uma perfeição
importante, a mais exímia entre as perfeições finitas: a liberdade. Como conciliar a liberdade
com a “presciência divina?” – Ao praticar o mal, o homem não está dando ensejo a um ser: o
mal moral é entendido por Leibniz como ignorância (carência de conhecimento) de parte do
homem, da “harmonia preestabelecida” por Deus no Cosmo. O pecador é um ignorante. A sua
infelicidade consiste em desconhecer a ordem cósmica. Para Leibniz, “Deus escreve certo com
linhas tortas”. Ele, na sua infinita sabedoria, antecipa-se a todos os nossos comportamentos,
certos ou errados. Permite os errados, como decorrentes da nossa liberdade. Mas, tomando
conhecimento do contexto em que eles acontecem, minimiza-os mediante uma ação
providencial, que coloca as más ações dos pecadores junto às boas ações dos homens
virtuosos, a fim de que o conjunto de todas as ações humanas seja harmonioso, como num
grande mosaico bizantino. As pedrinhas escuras, irregulares, seriam as más ações. Mas estas
praticamente desaparecem, ofuscadas pelo brilho das pedrinhas que representam, reluzentes
e coloridas, os inumeráveis atos virtuosos dos homens bons. Assim, a ação dos maus serve
como pano de fundo que ressalta a beleza das boas ações. No contexto deste arrazoado,
Leibniz formula o seu “providencialismo ou lex melioris”, que se estende a todos os seres do
Cosmo. Nada foi criado para ser aniquilado. Isto iria contra a bondade infinita de Deus. Todos
os seres foram criados para integrarem o Universo definitivamente liberto do Mal, na Parusia (à
maneira como, no século XX, Teilhard de Chardin imaginou a caminhada de toda a criação em
direção ao Ponto Ômega). As unidades de energia, que são as mônadas, revestir-se-ão da mais
maravilhosa materialização que poderíamos imaginar, a fim de toda a criação testemunhar a
grandeza e a sabedoria infinitas do Criador.

7 – A sociedade humana, na sua organização política, deve refletir a harmonia cósmica,


mediante a estruturação harmônica das instituições a serviço do bem comum dos cidadãos,
preservado graças à sabedoria previdente do Rei, que constitui uma espécie de poder
moderador entre todas as forças sociais e os indivíduos, a fim de que o bem de todos se
realize. As teorias do poder moderador ou do poder neutro, que foram formuladas no século
XIX por Jacques Necker, Benjamin Constant de Rebecque, François Guizot, Silvestre Pinheiro
Ferreira, Domingos Gonçalves de Magalhães, Paulino Soares de Sousa, etc., encontram em
Leibniz o seu inspirador.

8 – Do ponto de vista religioso, Leibniz apelava para o ecumenismo entre todas as Igrejas
cristãs, superando o trágico período das guerras de religião, que ocorreram na Europa ao longo
dos séculos XVI e XVII. O filósofo imaginava que esse ecumenismo poderia ser construído por
um Monarca cristão ilustrado (Luis XIV, da França), que faria uma espécie de pacto moderador
entre as várias igrejas, incluídos os católicos e os outros príncipes e soberanos europeus, a fim
de fazer frente à ameaça do Islã. Leibniz chegou a cogitar numa ordem político-religiosa
universal, que incluísse a China, mediante a relação de diálogo e de atividades conjuntas entre
cristãos ocidentais e budistas tibetanos.

9 – Do ângulo antropológico, Leibniz considerava que os seres humanos, criados por Deus à
sua imagem e semelhança, davam ensejo a criações variadas que deveriam ser conhecidas na
sua origem e nas suas manifestações, não se restringindo isso à cultura européia. Para
apreendermos o fenômeno humano, pensava Leibniz, seria necessário abordarmos todas as
culturas, respeitando a sua identidade, num esforço de abertura às criações humanas. Este
aspecto contrastava, evidentemente, com as reservas que o filósofo tinha em face do
Islamismo.

10 – O filósofo desenvolveu amplo trabalho de aconselhamento a reis e príncipes europeus,


na tentativa de consolidar a unidade continental. Essa idéia da Europa Unida seria retomada,
no início do século XIX, por Napoleão Bonaparte e, no século XX, pelos idealizadores do
Mercado Comum Europeu e, ulteriormente, da Unidade Européia

Substância ou mônada. Para Leibniz, para que uma coisa seja realmente um ser - uma substaâ ncia -
ela precisa ser verdadeiramente uú nica, precisa ser uma entidade dotada de genuíúna unidade.
Unidade substancial requer uma entidade indivisíúvel e naturalmente indestrutíúvel.

Ora, a mateú ria, como noú s a percebemos, eú extensa e infinitamente divisíúvel, logo naã o pode ser a
verdadeira substaâ ncia. O ser verdadeiro deve possuir unidade, e como os corpos saã o extensos e
divisíúveis, eles naã o representam essa unidade. Entaã o Leribniz cria as mônadas. A unidade estaú nas
moâ nadas que saã o pontuais e indivisíúveis, e assim respondem pela realidade das coisas, e unidas
constituem a mateú ria extensa e divisíúvel que conhecemos nos corpos.

A palavra "Monada" vem do Grego monas "unidade". O termo foi usado primeiro pelos pitagoú ricos
como o nome do nuú mero inicial de uma seú rie de nuú meros. Giordano Bruno empregou o termo com
sentido de "substaâ ncia real", emprego que ele teria copiado de Plotino e passado a Leibniz, que
certamente leu os seus escritos.

Mas, de que saã o feitas as moâ nadas? De dois elementos: um elemento material e um elemento
espiritual e dinaâ mico, que formam sua natureza mesma, saã o inseparaú veis, e variam
quantitativamente, isto eú , cada moâ nada tem uma relaçaã o de quantidade diferente entre o que
possuem de material e de espiritual, dependendo de qual corpo constituem, se um corpo bruto de
uma pedra ou o corpo de um ser vivente.
Todas as moâ nadas saã o eternas, imortais. Poreú m, toda moâ nada conserva sempre certo grau de
passividade, sua imperfeiçaã o, da qual a moâ nada criada naã o pode jamais libertar-se. A mateú ria prima
(concebida em abstrato pois naã o existe sem a mateú ria segunda, a forma) eú a mateú ria em si mesma,
de todo passiva, sem nenhum princíúpio de movimento. A mateú ria segunda ou vestida eú aquela que
tem em si um princíúpio de movimento, que eú o princíúpio vital nos seres mais avançados. Assim, aà
mateú ria prima, de todo passiva, dotada apenas de extensaã o (como queria Descartes), Leibniz
contrapoã e a mateú ria segunda, espiritual, dotada de açaã o. O elemento material na moâ nada
corresponde aà passividade da materia prima, e o elemento imaterial corresponde aà atividade
da forma da substaâ ncia; mateú ria e forma, como em Aristoú teles, e mesmo como em Plataã o, pois cada
moâ nada resulta de uma mateú ria prima ou princíúpio passivo, que eú a sua imperfeiçaã o, e de um
elemento ativo, uma alma, que busca a perfeiçaã o.

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