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A indumentária pode ser utilizada como forma de expressão individual?

(Introdução) Neste artigo, pretendemos analisar as possibilidades de expressão


individual através do vestuário, desde a origem deste comportamento até como
uma parcela relevante da geração Y consome a moda com esta finalidade.
Desde da alta costura até o bazar mais barato do nosso bairro, a história da
moda se confunde com a evolução do homem. A capacidade de ver a si mesmo
como um indivíduo, não apenas como uma continuação da massa, foi alcançada
através de alguns movimentos sociais e filosóficos, como o iluminismo, que
modelaram o homem contemporâneo tal como ele é hoje. A possibilidade de
expressão através da moda inspirou algumas personalidades históricas, como
David Bowie, Rita Lee no Brasil e a última rainha da França antes da revolução
francesa, Maria Antonieta, que utilizava suas roupas como uma arma para
comunicar-se e expressar suas posições políticas. Foi famosa por utilizar abusar
das cores para expressar seu estado de espírito, um exemplo disto foi sua morte,
na qual foi vestida de branco para ser executada na guilhotina.

(Resumo do desenvolvimento) Ao longo do tempo esse código foi se tornando


mais complexo envolvendo elementos que atravessam registros coletivos (como
a cultura: status, gênero, função, etc.) ou expressões individuais (como o estilo),
se transformando no tempo e no espaço, contextualizado de acordo com o
período histórico e lugar geográfico. Ou seja, a indumentária passou a ser uma
das formas que nos inscrevemos culturalmente (BARNARD, 2003). A ideologia
humanista colocava a figura humana como centro do universo incentivava
debates através da razão em detrimento dos valores religiosos, que imperavam
até então. A identidade, individualidade, a busca pelo verdadeiro eu, essa
procura pela identidade pessoal passa a ser então um dos grandes dilemas do
homem moderno. Após esse encontro do homem com o homem (o “cogito ergo
sum” de Descartes), pensar e expressar a singularidade passa a ser uma
necessidade. Dado que os humanos vivem em grupos, sua necessidade de
encontrar a própria identidade não se restringe a um desejo pessoal, mas uma
vontade que será expressa no meio a que o indivíduo pertence.
(Conclusão) As artes provaram ao decorrer da história que podem utilizadas,
além de suas outras funções, como bases concretas para exprimir ideologias,
sentimentos e críticas, mesmo que de uma forma subjetiva. No entanto, a moda
através de uma de suas vertentes - indumentária, criou uma possibilidade real
de ser utilizada diretamente como uma forma de comunicação com a sociedade,
como forma de expressão da essência de um indivíduo, de um movimento, de
um projeto, de uma religião ou de alguma filosofia – não se limitando apenas em
um indivíduo, a moda influencia a construção da identidade de grupos sociais,
os quais ocasionalmente os indivíduos irão se identificar, e desta forma unir
elementos visuais que irão compor seu vestuário.

A história da indumentária se identifica com a história da própria humanidade.


Quando o ser humano passou buscar soluções para superar as barreiras
impostas pela natureza, inclui a necessidade de cobrir o corpo com elementos
naturais (vegetação ou peles de animais que aproveitava da caça), para se
proteger do frio e das demais condições impostas pela imprevisibilidade do
ambiente; não podia contar com a constante proteção e conforto do fogo, restrito
ao lar, já que precisava sair para buscar alimento. Logo, o vestuário foi um dos
elementos essenciais que permitiram seu desenvolvimento.
Mas além desta necessidade, a busca do ser humano por se destacar frente a
seus pares agregou mais uma função a indumentária. As peles de animais, os
adornos de garras e presas, identificavam e assinalam a força do indivíduo, sua
soberania perante as feras e também outros homens. (CARVALHO S. U., 2009).
Logo, é possível reconhecer que desde a pré-história havia um elemento
comunicativo na indumentária, ou seja, um código.

Ao longo do tempo esse código foi se tornando mais complexo envolvendo


elementos que atravessam registros coletivos (como a cultura: status, gênero,
função, etc.) ou expressões individuais (como o estilo), se transformando no
tempo e no espaço, contextualizado de acordo com o período histórico e lugar
geográfico. Ou seja, a indumentária passou a ser uma das formas que nos
inscrevemos culturalmente (BARNARD, 2003).
A partir dessa reflexão de que a indumentária é o reflexo dos valores culturais
de cada sociedade em determinada época, seja por questões estéticas ou
funcionais, ela serve também à manifestação da personalidade individual. Como
afirma Cosgrave “O verdadeiro significado da moda é a manifestação da
personalidade de cada indívíduo” (2012).
Porém, esse aspecto individualizante da indumentária encontra uma reflexão
mais profunda com a ênfase dada ao indivíduo no período do renascimento. “O
que se torna realidade nesse movimento é precisamente o individualismo da
distinção em contraponto com a ambição do homem renascentista de se impor
incondicionalmente, de enfatizar o valor de sua própria singularidade” (0elze
2014). Nesse período, o humanismo filosófico ganhou destaque. Essa ideologia
colocava a figura humana como centro do universo incentivava debates através
da razão em detrimento dos valores religiosos, que imperavam até então. Com
o destaque para o homem surgem questionamentos acerca da identidade.
Identidade, individualidade, a busca pelo verdadeiro eu, essa procura pela
identidade pessoal passa a ser então um dos grandes dilemas do homem
moderno. Após esse encontro do homem com o homem (o “cogito ergo sum” de
Descartes), pensar e expressar a singularidade passa a ser uma necessidade.
Dado que os humanos vivem em grupos, sua necessidade de encontrar a própria
identidade não se restringe a um desejo pessoal, mas uma vontade que será
expressa no meio a que o indivíduo pertence. E isso inclui o como o indivíduo se
apresenta visualmente. Fato este tratado objetivamente pelo campo que hoje
conhecemos como “moda” (Moda, a partir de uma visão geral, é a tendência de
consumo ou de comportamento dominante em uma época. A palavra provém do
termo em latim modus e do francês mode, que significa costume ou hábito. No
entanto, “moda”, em um recorte de seu significado amplo, refere-se
especificamente as diversas formas de vestuário presentes em uma sociedade
em um determinado período histórico.

Neste sentido, tivemos a oportunidade de conversar sobre o assunto com uma


das ativistas veganas mais relevantes do estado de Los Angeles (EUA), Anja
Bella, (28). Segundo ela, apesar de não acompanhar as tendências da alta
costura, a moda tem um papel importante na sua vida ao que entende de
expressão: “Eu me expresso através das minhas roupas. É minha forma de
mostrar ao mundo como me sinto, por dentro e por fora. A maior parte do tempo
você poderá saber como estou me sentindo através das roupas que eu escolho
para vestir”, reflete. Neste caso, a capacidade de expressar a essência individual
começou a crescer a partir do século XVIII, segundo Simmel (O indivíduo e a
liberdade, colocar o ano do artigo), ao erguer a bandeira universal pela qual o
indivíduo protege seus mais variados desconfortos e necessidades de
autoafirmação em relação à sociedade. Ela se torna visível, seja na sua
roupagem econômica nos fisiocratas ou na sua versão política na Revolução
Francesa - que eleva a liberdade individual de tal modo como valor absoluto que
nega aos trabalhadores a possibilidade de se unir para proteger seus interesses
seja, finalmente, na sua sublimação filosófica com Kant e Fichte, os quais
elevaram o eu como referência última do mundo possível de ser conhecido, e
defenderam sua absoluta autonomia como valor absoluto da esfera moral.

Deste modo, a expressão através da moda é um campo extenso se for


observado pela ótica dos grupos sociais. No mundo contemporâneo, as
inúmeras vertentes ideológicas e culturais possuem uma imagem, um estilo, no
qual aquele grupo pode ser identificado. O objeto mais utilizado para demonstrar
a ideologia e as crenças de determinado grupo é o vestuário, que graças a
capacidade de expressão adquirida ao longo dos séculos, pode ser consumido
e criado para apresentar a sociedade os componentes visuais que melhor
representam uma ideologia.

Através da internet, principalmente do Instagram e do Pinterest, as páginas de


estilo e de suas diversas segmentações estão entre as mais populares do
aplicativo, com milhares de seguidores – que estão interessados em se inspirar
visualmente sobre os conceitos que mais lhe agradam, ou que o ajudam a
construir sua personalidade. Neste intuito, a economista e cantora Aila Dap, (22),
afirma que ao se vestir, busca inspirações de diversos estilos, usando
componentes que vão do gótico até o pop, na qual cita Lady Gaga como uma de
suas maiores inspirações: “A Lady Gaga vai além do visual, consegue passar
uma proposta muito mais profunda com suas roupas. Ela faz com que as roupas
não sejam só roupas, e sim reflitam ideais bem maiores, até do que ela mesma
e seu humor no dia”, diz.

As artes provaram ao decorrer da história que podem utilizadas, além de suas


outras funções, como bases concretas para exprimir ideologias, sentimentos e
críticas, mesmo que de uma forma subjetiva. No entanto, a moda através de uma
de suas vertentes - indumentária, criou uma possibilidade real de ser utilizada
diretamente como uma forma de comunicação com a sociedade, como forma de
expressão da essência de um indivíduo, de um movimento, de um projeto, de
uma religião ou de alguma filosofia – não se limitando apenas em um indivíduo,
a moda influencia a construção da identidade de grupos sociais, os quais
ocasionalmente os indivíduos irão se identificar, e desta forma unir elementos
visuais que irão compor seu vestuário.

Com o objetivo de aprofundar nossos estudos no assunto, realizamos duas


entrevistas com pessoas influentes em termos de estilo, cada um de um
segmento diferente. Os entrevistados utilizam o seu vestuário para exprimir seus
valores, ideologias, visões políticas ou para afirmação visual de sua própria
persona e até mesmo de um alter-ego.

Uma das entrevistas foi realizada com a Anja Bella, ativista vegana bastante
influente em sua cidade, Los Angeles, Califórnia. A entrevista abaixo foi realizada
no dia 28 de maio de 2017.

Anja, boa tarde! Obrigada por falar conosco. Só farei algumas perguntas,
não se preocupe. Eu sei que você é uma ativista vegana bastante
conhecida em sua cidade. Você pode falar um pouco sobre isto?
Olá, sem problemas. Me tornei vegana muito cedo, aos 15 anos, graças ao ator
já falecido River Phoenix. Ele foi minha inspiração. Mais velha, ser vegana e não
passar minha experiência para outras pessoas tornou-se algo vazio, incompleto.
Eu precisava me tornar uma espécie de militante, passar isso adiante de alguma
forma.

Entendi. Você vai a muitos protestos, não é? Como é feita a escolha das
roupas para esta ocasião?

É tudo muito natural. Geralmente uso as roupas que uso no dia-a-dia. Muitas eu
mesma confecciono ou faço estampas sobre veganismo. Uma camisa que eu
uso muito é com uma frase que eu mesma criei: I am the vegan your parents
warned you about. (Eu sou a vegana que seus pais te avisaram sobre, em
tradução literal).

Anja, quando você se veste, você deseja mostrar as pessoas algo sobre
você mesma? Talvez algo que não seja exatamente perceptível em sua
personalidade?

Eu gosto de me expressar através das roupas, elas mostram ao mundo como eu


me sinto por dentro e por fora.

Você é ligada nas tendências da moda? Ou até mesmo alta costura?

Eu não presto muita atenção em moda, eu apenas a uso como fonte de


inspiração. A maior parte do tempo você perceberá como estou me sentindo por
dentro através das roupas que uso.

Muito obrigada pelas respostas, Anja!

De nada! Foi um prazer.


A segunda entrevista que colocamos no artigo foi realizada com a economista e
cantora Aila Dap, conhecida dentro do cenário de metal rock, no Rio de Janeiro.
A entrevista abaixo foi realizada no dia 03 de junho de 2017.

Oi, Aila! Obrigada por falar com a gente. Para começar, gostaria de saber se
quando você se veste, você busca inspiração em diversos elementos diferentes
e de estilos diferentes, ou de algum só?

Eu uso coisas góticas, porém também uso muitos elementos drag, coisas bem
chegay.

Porque você se inspira nesses elementos?

Eles refletem minha personalidade, sou extravagante. Gosto de misturar


elementos como cropped rasgado e um short. Um vestido no estilo Mortícia não
serve. Algo como a Lady Gaga.

Você se inspira nela?

Sim! As roupas dela são muito expressivas. Como naquela vez que ela vestiu
carne. Teve uma proposta, ela consegue passar uma intenção com a roupa. Se
ela está se sentindo sereia, ela coloca um look sereia e todos verão ela como
sereia. Ela faz com que a roupa não seja apenas roupa, seja ela também.
Entende? Ou o David Bowie. Essa galera Glam tem disso, de fazer um estilo
original. Uma continuação do seu corpo. Uma marca registrada. Se a roupa
define o seu humor, não importa o que os outros pensem, só ela já basta.

REFERÊNCIAS
BARNARD, Malcolm. Moda e comunicação. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.
COSGRAVE, Bronwyn Cosgrave. História da indumentária e da moda. Da
Antiguidade aos dias atuais. 2012
SILVA, Ursula de Carvalho. História da Indumentária. 2ª Edição. 2009
Martins, Carini Piazza. O vestuário como forma de expressão da arte

Lipovetsky, Gilles. O império do efêmero

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