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BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013
PROFESSOR LAURO ESCOBAR
Em relação à PESSOA JURÍDICA, a dica é saber o seu conceito, a
classificação principal e a desconsideração da personalidade. Vejamos.
Conceito: unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à
consecução de certos fins, reconhecido como entidade com aptidões de direitos
e obrigações. Corrente majoritária → Teoria da Realidade Técnica. Súmula
227 do Superior Tribunal de Justiça: “A pessoa jurídica pode sofrer dano
moral”. Classificação principal: A) Pessoas Jurídicas de Direito Público: 1)
Externo → Regulamentadas pelo Direito Internacional – Ex: outros países,
organismos internacionais (ONU, OEA). 2) Interno → O Estado: a)
Administração Direta: União, Estados Membros, Distrito Federal, Territórios e
Municípios. b) Administração Indireta: Autarquias, Associações Públicas e
demais entidades de caráter público criadas por lei (Fundações Públicas). B)
Pessoas Jurídicas de Direito Privado: 1) Fundações Particulares; 2)
Partidos Políticos; 3) Organizações Religiosas; 4) Associações – união de
pessoas, sem finalidade lucrativa; 5) Sociedades – Simples ou Empresárias →
ambas visam finalidade lucrativa; no entanto a diferença está no seu objeto:
exercício (ou não) de atividade mercantil. Palavras chaves: organização e
atividade. Obs.: Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista são
consideradas como Pessoas Jurídicas de Direito Privado. 6) Empresa Individual
de Responsabilidade Limitada (EIRELI). Grupos Despersonalizados: sociedades
comuns (sociedade de fato e irregulares), massa falida, espólio.
Desconsideração da personalidade jurídica (disregard of the legal entity)
– Art. 50, CC → atinge e vincula responsabilidades dos sócios, atingindo seus
bens particulares, com intuito de impedir abuso da personalidade jurídica,
desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
Em relação ao tema BENS, costuma cair a classificação completa. Vamos
então fornecer esta classificação de forma resumida:
A) Bens considerados em si mesmos (arts. 79/91, CC)
1.1 Imóveis: são os que não podem ser removidos ou transportados de um
lugar para o outro sem a sua destruição. Subdividem-se em: a) imóveis por
natureza (ex: solo, subsolo e espaço aéreo); b) acessão física ou artificial (ex:
plantações e construções); c) disposição legal (ex: direito à sucessão aberta,
ainda que a herança seja formada apenas por bens móveis). Não perdem o
caráter de imóvel: as edificações que, separadas do solo, mas conservando a
sua unidade, forem removidas para outro local; materiais provisoriamente
separados de um prédio, para nele se reempregarem.
1.2 Móveis: são os que podem ser transportados de um lugar para outro, por
força própria ou estranha, sem alteração da sua substância ou da destinação
econômico-social. Subdividem-se em: a) móveis por natureza – podem ser
transportados por força própria (semoventes – animais de uma forma geral)
ou alheia (carro, joia); b) móveis por antecipação (árvore plantada para corte
ou frutos de um pomar que ainda estão no pé, mas destinados à venda - safra
futura); c) móveis por determinação legal (energias que tenham valor
econômico).
Observações: a) os materiais de construção enquanto não forem empregados
nesta construção, ainda são considerados como bens móveis; b) as árvores,
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enquanto ligadas ao solo, são bens imóveis por natureza, exceto se se
destinam ao corte. Quando isso ocorre, elas se convertem em móveis por
antecipação.
2.1. Infungíveis: não podem ser substituídos por outros do mesmo gênero,
qualidade e quantidade (ex: todos os imóveis, veículos, etc.).
2.2. Fungíveis: podem ser substituídos por outros do mesmo gênero,
qualidade e quantidade (ex: gêneros alimentícios, dinheiro, etc.).
3.1. Inconsumíveis: proporcionam reiterados usos, permitindo que se retire
toda a sua utilidade, sem atingir sua integridade (ex: imóveis, livros, etc.).
3.2. Consumíveis: são bens móveis, cujo uso importa na destruição imediata
da própria coisa (gêneros alimentícios, bebidas, dinheiro, etc.).
4.1. Divisíveis:– podem ser partidos em porções reais e distintas, formando
cada qual um todo perfeito.
4.2. Indivisíveis: não podem ser fracionados em porções, pois deixariam de
formar um todo perfeito. Divide-se: por natureza (cavalo); determinação legal
(herança, lotes urbanos); vontade das partes (contrato).
5.1. Singulares: são os que, embora reunidos, se consideram de per si,
independentemente dos demais.
5.2. Coletivos (ou Universais): são as coisas que se encerram agregadas em
um todo. a) Universalidade de Fato: pluralidade de bens singulares, corpóreos
e homogêneos, que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária
pela vontade humana (biblioteca, rebanho, etc.). b) Universalidade de Direito:
pluralidade de bens singulares, corpóreos, dotadas de valor econômico, ligadas
pela norma jurídica (patrimônio, herança, massa falida, etc.).
B) Bens reciprocamente considerados (arts. 92/97, CC)
1. Principais: existem por si mesmos, exercendo função e finalidade
independentemente de outro bem (terrenos, joias, etc.).
2. Acessórios: sua existência depende da existência de outro. Regra → o
acessório acompanha o principal.
2.1. Frutos: são as utilidades que a coisa principal produz periodicamente;
nascem e renascem da coisa e sua percepção mantém intacta a substância do
bem que as gera (frutas, aluguéis, etc.).
2.2. Produtos: são as utilidades que se retiram da coisa, alterando a
substância da coisa, com a diminuição da quantidade até o seu esgotamento.
2.3. Pertenças: são os bens que, não constituindo partes integrantes (como
os frutos, produtos e benfeitorias), se destinam, de modo duradouro, ao uso,
ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Ex: acessórios de um veículo;
ornamentos de uma residência, um trator destinado a uma melhor exploração
de propriedade agrícola, etc.
2.4. Benfeitorias: são obras ou despesas que se fazem em um bem móvel ou
imóvel, para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. Espécies: a) necessárias
(realizada para a conservação do bem: alicerces da casa), úteis (são as que
aumentam ou facilitam o uso da coisa: garagem) e voluptuárias (mero
embelezamento, recreio ou deleite: piscina).
C) Bens considerados em relação ao titular do domínio (arts. 98/103)
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1. Particulares: pertencem às pessoas naturais/jurídicas de direito privado.
2. Res Nullius: são as coisas de ninguém (ex: um peixe no fundo do mar; as
coisas abandonadas).
3. Públicos: são os bens de domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno. Uso comum do povo: destinados à
utilização do público em geral (rios, mares, estradas, ruas, etc.). Uso
especial: imóveis utilizados pelo poder público para a execução de serviço
público (hospitais e escolas públicas, secretarias, etc.). Dominicais:
constituem o patrimônio disponível das pessoas de direito público: terras
devolutas e terrenos de marinha. Característica dos Bens Públicos:
inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis (não podem ser objeto de
usucapião, qualquer que seja a sua natureza – Súmula 340 STF).
Observação: os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial
são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação. Os dominicais
podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Bem de Família – arts. 1.711 a 1.722, CC (voluntário) X Lei n° 8.009/90 (ou
Impenhorabilidade do único imóvel – legal) – Não confundir os institutos!!
Cuidado, também, com a fiança nos contratos de locação (trata-se de uma
exceção que se aplica somente em relação à Lei n° 8.009/90).
Em relação ao NEGÓCIO JURÍDICO, a dica é saber bem os elementos
essenciais e os defeitos de consentimento. Os Elementos Essenciais dizem
respeito à existência e validade do Negócio Jurídico, dando-lhe a estrutura e a
substância. Dividem-se em: 1) Gerais – são comuns a todos os negócios
jurídicos: a) capacidade das partes; b) objeto lícito, possível, determinado ou
determinável e c) consentimento (que diz respeito à vontade das partes). 2)
Especiais – dizem respeito à forma prescrita ou não defesa em lei, aplicáveis
a apenas alguns negócios.
Defeitos do Negócio Jurídico (arts. 138 a 165, CC). Em regra o ato é
anulável (art. 171, II, CC), devendo ser alegado no prazo decadencial de 4
anos (art. 178, II, CC) 1. Ignorância ou Erro Essencial – recai sobre
circunstâncias e aspectos principais, relevantes do negócio de forma que se eu
soubesse do defeito jamais teria praticado o ato. 2. Dolo Essencial. Emprego
de manobras ardilosas ou maliciosas, para levar alguém à prática de um ato
que o prejudica, beneficiando o autor do dolo ou terceiros. 3. Coação. É a
pressão física (ato nulo) ou moral (anulável) exercida sobre alguém para
obrigá-lo a praticar (ou deixar de praticar) determinado ato. 4. Estado de
Perigo. Configura-se quando alguém, premido da necessidade de salvar a si,
ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa. 5. Lesão (art. 157, CC). Ocorre quando
uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a
prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 6.
Fraude contra credores. Prática maliciosa, pelo devedor, de atos que desfalcam
seu patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas
em detrimento dos direitos creditórios alheios. 7. Simulação (art. 167, CC). É a
declaração enganosa da vontade, visando a obter resultado diverso do que
aparece, com o fim de criar uma aparência de direito, para iludir terceiros ou
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burlar a lei. É importante notar que o novo Código Civil não trata mais a
simulação como um defeito social. Além disso, determina que a simulação é
hipótese de nulidade absoluta do ato.
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Conceito: perda da pretensão em virtude Conceito: perda do direito material
da inércia do titular de um direito violado, pela inércia de seu titular que deixou
durante determinado espaço de tempo escoar o prazo legal ou convencional
previsto em lei.
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Obrigação de Indenizar – art. 927, CC: aquele que, por ato ilícito (arts. 186
e 187, CC), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
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