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CONTEÚDO:
1) Habeas Corpus;
2) Mandado de Segurança;
3) Revisão Criminal.
contagem da prescrição (art. 182, par. Único). Vide: STJ, REsp 1.107.275/SP, 5ª
Turma, DJ de 04.10.2010.
A consequência que decorre da conjugação dos arts. 514 a 516 do CPP com o
que dispõe o art. 394,§4º do CPP, é que TERÁ A DEFESA DOIS MOMENTOS PARA SE
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determinação do art. 530-A desse diploma legal. Sendo crime de AÇÃO PENAL
PÚBLICA (INCONDICIONADA OU CONDICIONADA), o rito será aquele determinado
pelos arts. 530-B a 530-H, segundo se depreende do contido no art. 530-I do CPP.
São crimes de AÇÃO PENAL PÚBLICA os previstos no art. 191 da Lei 9.279/96
(por força do art. 199 da mesma lei) e nos §§ 1º, 2º e 3º, do art. 184 do Código Penal,
bem como aqueles perpetrados em desfavor de entidade de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder
Público (art. 186, II, III e IV do CP).
Seja qual for à natureza da ação penal, é certo que as peculiaridades atinentes
ao processo dos crimes contra a propriedade imaterial ocorrem apenas na fase PRÉ-
PROCESSUAL, encontrando-se relacionadas unicamente à materialização do vestígio
deixado com a produção ou reprodução ilícita (se for o caso de infração que deixa
vestígio). Isso porque, oferecida e recebida a inicial acusatória, o procedimento a ser
seguido, de qualquer forma, será idêntico ao rito comum ordinário, conforme prevê o
art. 524 do CPP.
Ao contrário do que ocorre nos crimes de ação penal privada, em que a perícia
deverá ser requerida pelo ofendido ao juiz instruído com prova do direito de ação,
sendo crime de ação penal pública (incondicionada ou condicionada) e deixando
vestígios a infração, a autoridade policial, observadas as restrições constitucionais à
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Rito Sumaríssimo – O RITO SUMARÍSSIMO foi instituído pela Lei 9099/95, que
determinou também a criação dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, competentes
para a conciliação e julgamento das contravenções penais e dos crimes de menor
potencial ofensivo, ou seja, todos os crimes e contravenções penais cuja pena
máxima seja menor ou igual a dois (02) anos, incluídos aqueles de deveriam
obedecer a rito específico, como os crimes contra a honra e os crimes praticados por
funcionários públicos.
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O núcleo das intensas alterações trazidas pela Lei 9.099/95 versa na previsão de
uma importante FASE PRELIMINAR ou CONCILIATÓRIA. Encaminhados o autor e a
vítima ao Juizado Especial Criminal, realizar-se-á AUDIÊNCIA PRELIMINAR. Aberta a
audiência, o juiz fará a PROPOSTA DE COMPOSIÇÃO DOS DANOS (COMPOSIÇÃO
CIVIL). Aceita, a composição civil é homologada por sentença irrecorrível e passa a
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valer como título executivo. Caso a ação seja privada ou pública condicionada à
representação, a homologação da composição civil acarretará a renúncia tácita (causa
de extinção da punibilidade) ao direito de queixa ou representação.
Caso NÃO ocorra tal extinção da punibilidade, o juiz deverá indagar se o autor
do fato aceita a proposta do Ministério Público de aplicação imediata de pena não
privativa de liberdade (TRANSAÇÃO PENAL) – Vide art. 76,§2º da Lei 9.099/95.
OBSERVAÇÃO: Embora a Lei mencione a possibilidade da proposta apenas nas ações
públicas, tem sido admitida mesmo nas privadas.
Aceita a proposta, deverá o juiz aplicá-la por sentença, recorrível por meio de
APELAÇÃO. A pena aplicada, entretanto, não importará o reconhecimento de culpa,
motivo pelo qual NÃO IMPLICARÁ REINCIDÊNCIA e não poderá ser executada no juízo
cível. Note-se que o MP só deverá formular a proposta de transação penal quando
entender pela existência de elementos suficientes para o oferecimento de denúncia.
Caso faltem estes elementos a atitude correta será o PEDIDO DE ARQUIVAMENTO.
Questão: A proposta deve ser feita pelo Promotor e aceita pelo acusado e seu
defensor. E se houver divergência entre ambos?
Cumpre observar que estão previstos, na Lei 9.099/95, apenas dois recursos:
APELAÇÃO e EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Atente-se que o efeito de suspensão ocorre tão somente nos embargos contra
decisões do juiz do JECrim (art. 83,§2º), pois, tratando-se de embargos aos acórdãos
das Turmas Recursais, o efeito será de INTERRUPÇÃO, aplicando-se analogicamente
o art. 1026 do NCPC.
1) Habeas Corpus:
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Apesar de previsto no CPP no titulo que trata dos recursos em geral, não possui
natureza recursal, o que fica evidenciado pela circunstância de que pode ser impetrado
a qualquer tempo, inclusive após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Pela
amplitude de sua hipótese de cabimento é que, no Exame de Ordem, o HC torna-se
uma peça “perigosa”. Por isso, a regra é clara: NUNCA SE DEVE AFASTAR A PEÇA
ESPECIFICA PARA A SITUAÇÃO APRESENTADA EM PROL DO HABEAS CORPUS, nem
mesmo sob argumento de que, por ter julgamento célere, é a melhor opção para o
réu.. Na prova da OAB, a escolha do HC deve ter por premissa a AUSÊNCIA DE
QUALQUER OUTRA PEÇA OU RECURSO ESPECIFICO.
Habeas corpus e estado excepcional (sítio) – O art. 139 da CF/88 admite que, na
vigência do estado de sítio poderão ser tomadas medidas excepcionais contra as
pessoas. Tendo em vista tal previsão constitucional, permitindo a restrição de
garantias individuais, é, em tese, descabido o uso do HC na vigência desse estado
excepcional. Todavia, à semelhança do que ocorre com a prisão disciplinar militar, a
vedação ao HC, nesse caso, se restringe à impugnação do MÉRITO da medida, sendo
possível o seu uso quando, por vício de incompetência ou outros de natureza formal,
mostrar-se flagrantemente ilegal a restrição à liberdade de locomoção.
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2) Mandado de segurança:
O art. 1º da lei 12.016, em sintonia com o art. 5º, LXIX, da CF/88, estabelece que
o mandado de segurança destina se a tutela do DIREITO LIQUIDO e CERTO, violado ou
ameaçada em decorrência de ILEGALIDADE ou ABUSO DE PODER cometidos por
autoridade, independentemente de sua categoria e das funções que exerça.
Quanto a legitimação ativa para impetração, poderá ser qualquer pessoa, física
ou jurídica, nacional ou estrangeira, cujo direito liquido e certo tenha sido violado ou
esteja ameaçado em razão de ilegalidade ou abuso de poder. Sob o enfoque
estritamente criminal, o impetrante poderá ser o acusado, o MP, o ofendido, o
querelante e até mesmo terceiros interessados.
Tanto por força do art. 5º, LXIX, CF/88 como em razão do que dispõe o art. 1º da
lei 12.016/09, excluem-se da abrangência protetiva do mandamus a liberdade de
locomoção e o direito à informação, relativamente aos quais há previsão de tutela
própria por meio de habeas corpus e de habeas data, respectivamente.
3) Revisão Criminal:
Extensão aplicativa da LEP – O parágrafo único do art.2º da LEP dispõe que “ esta
lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou
Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária”. Preso
provisório, para fins de aplicação da LEP, é somente aquele que se encontra sob prisão
preventiva ( vide Súmula 717 do STF ). Por sua vez, preso definitivo é aquele em
relação ao qual já existe decisão condenatória transitada em julgado. Juízo
competente para a execução provisória – Há duas posições: uma considerando que a
competência para decidir sobre pedidos formulados pelo acusado preso
provisoriamente é do juiz do processo de conhecimento; outra, no sentido de que
compete ao juiz da Vara de Execuções Penais ( VEP ). Já decidiu o STF, quando preso.