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Tudo isso fez com que ele conseguisse explicar fatos que outros cientistas não
conseguiram. Por exemplo, ele conseguiu relacionar o processo de
respiração com o processo de combustão, pois o gás que ele denominou
de “oxigênio” era essencial nesses dois processos. Esse nome vinha do
grego oxy, que significa “ácido”, e gen, “gerador ou produtor”.
Ao explicar que a combustão ocorria somente com a presença de oxigênio, ele
derrubou a teoria do flogístico, de Georg Ernst Stah, que dizia que os
materiais combustíveis possuíam um princípio comum inflamável presente
apenas nos materiais combustíveis. Se algum material não queimasse, é
porque não teria flogístico em sua composição.
Além disso, Lavoisier observou a quantidade total de matéria que havia antes e
depois das reações de combustão e ele mostrou que a massa total dos
reagentes era exatamente igual à massa total dos produtos quando a reação
se realizava em um recipiente fechado. Com isso, ele criou a sua lei mais
famosa, a Lei de Conservação das Massas ou Lei de Conservação da
Matéria, também chamada de Lei de Lavoisier. Atualmente, essa lei é mais
conhecida pelo seguinte enunciado:
“Na natureza nada se cria, nada se perde; tudo se transforma.”
Nesse princípio, Lavoisier demonstrou que toda a essência da química é a
transformação. Ele também mostrou que essas transformações seguem
princípios quantitativos bem precisos e definidos.
Outra façanha de Lavoisier foi lançar, em 1789, o Tratado Elementar de
Química, que não usava a linguagem obscura da alquimia, mas sim
uma nomenclatura moderna para 33 elementos *, o que derrubou a teoria de
Aristóteles, que perdurou por mais de 2000 anos, de que tudo seria composto
apenas por 4 elementos, água, terra, fogo e ar.
Antoine Lavoisier também mostrou que as moléculas de água eram
formadas por duas partes de hidrogênio e uma parte de oxigênio. Outra
descoberta sua foi que o metabolismo animal era uma espécie de combustão
interna, em que o carbono e o hidrogênio absorvidos dos alimentos reagiam
com o oxigênio para produzir CO2 e água.
Infelizmente, Lavoisier morreu muito novo, com apenas 51 anos de idade,
e de uma forma trágica, sendo guilhotinado. Ele havia feito um investimento
na Ferme Générale, uma empresa privada que cobrava impostos do povo.
Apenas uma parte desses impostos ia para o rei, sendo que o restante era
dividido entre os acionistas, o que incluía Lavoisier. Ele fez isso para custear as
suas pesquisas.
No entanto, quando a Revolução Francesa se iniciou, derrubou-se a ordem
política do feudalismo e da monarquia que era a que vigorava. Como
consequência, os membros da Ferme Générale foram acusados de peculato e
de inimigos do povo. Apesar dos apelos de inúmeros cientistas da França,
Lavoisier foi preso e posteriormente morto em uma guilhotina no dia 08 de maio
de 1794.
Como disse o matemático francês Joseph-Louis Lagrange quando soube de
sua morte:
“Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair
em um segundo”.
As propriedades de Lavoisier foram confiscadas e Marie-Anne foi presa.
Quando ela foi solta, com as anotações dos trabalhos de seu falecido marido,
publicou a obra Memórias de Química, em 1805.
Pelo menos o seu legado foi resguardado, seu laboratório está preservado
no Musée des Arts et Métiers, em Paris.