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ANÁLISE DAS RECOMENDAÇÕES NORMATIVAS PARA ANCORAGEM

COM BARRAS DE AÇO EMBUTIDAS EM CONCRETO ARMADO

Analysis of the Regulatory Recommendations for Anchoring with Steel Bars Embedded in
Reinforced Concrete

Danilo R. de Souza (1); Rafael de A. Sobral (1), Patrícia C. S. da Silva (2);


Manoel J. M. Pereira Filho (3); Mauricio P. Ferreira (4), Marcos H. de Oliveira (5)

(1) Graduando em Engenharia Civil, Universidade de Brasília


(2) Mestranda em Estruturas, Universidade de Brasília
(3) Doutorando em Estruturas, Universidade de Brasília
(4) Professor Doutor, Instituto de Tecnologia, Universidade Federal do Pará
(5) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental
Universidade de Brasília (UnB) - Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília - CEP 70910-900

Resumo
Para que elementos de concreto armado tenham eficiência esperada em projeto é necessário que aço e
concreto trabalhem em conjunto. Sob tração, esse trabalho conjunto é garantido pela aderência e ancoragem
das armaduras. Contudo, as normas brasileiras e internacionais apresentam um valor constante de acréscimo
de resistência das ancoragens independentemente do tipo de ancoragem. Este trabalho visa avaliar o
desempenho das recomendações da ABNT NBR 6118 (2014); ACI 318 (2014); Eurocode 2 (2004), AC
Eurocode 2 (2010); e fib Model Code 2010 (2013). Esta avaliação foi feita através de um banco de dados de
ensaios de arrancamento de barras de aço com diferentes tipos de ancoragem coletado de 37 autores na
literatura cientifica. O banco de dados tem uma variação de resistência a compressão do concreto de 20 a 50
MPa, comprimento de ancoragem efetivo de e distancia da barra à face do concreto variáveis. O desempenho
das recomendações foi avaliado a partir de uma análise estatística, analise de dispersão e segurança, e a
economia das normas foi avaliada pelo “Demeter Points Classification”. Por fim, foi avaliada a necessidade
de fatores de redução do comprimento de ancoragem diferentes para cada tipo de ancoragem.

Palavra-Chave: Ancoragem; NBR 6118 (2014); ACI 318 (2014); Eurocode 2 (2010); e fib Model Code (2010).

Abstract
For reinforced concrete elements to have expected project efficiency it is necessary for steel and concrete to
work together. Under traction, this joint work is guaranteed by the adherence and anchoring of the
reinforcements. However, Brazilian and international standards present a constant value of anchor strength
increase irrespective of the type of anchorage. This work aims to evaluate the performance of the
recommendations of ABNT NBR 6118 (2014); ACI 318 (2014); Eurocode 2 (2004), AC Eurocode 2 (2010);
And fib Model Code 2010 (2013). This evaluation was done through a database of pulling trials of steel bars
with different types of anchorage collected from 37 authors in the scientific literature. The database has a
variation of compressive strength of the concrete from 20 to 50 MPa, Effective anchorage length of and
distance from the rod to the face of the concrete. The performance of the recommendations was evaluated
from an analysis Statistical analysis, dispersion analysis and safety, and the economics of standards was
assessed by the Demeter Points Classification. Finally, the need for different anchorage length reduction
factors for each type of anchorage was evaluated.

Keywords: Anchor, NBR 6118 (2014); ACI 318 (2014); Eurocode 2 (2010); fib Model Code (2010).

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1 Introdução
Na construção civil, as ligações entre elementos de concreto pré-moldado, de estruturas
mistas ou para melhorar a aderência entre concretos de idades diferentes constituem uma
parte importante do sistema estrutural, onde a boa eficiência de resposta estrutural depende
do comportamento e das características dessas ligações. O objetivo principal da ligação
entre os elementos é a transferência dos esforços de modo a permitir a iteração entre os
elementos quando o sistema é solicitado. Essas podem ser classificadas de diferentes
maneiras, dependendo, por exemplo, do tipo de elementos que devem ser conectados ou
da força principal que será resistida.
Quando essas ligações são feitas através de barras de aço com ganchos e dobras, existem
muitas recomendações de normas nacionais e internacionais para determinar o
comprimento necessário para que as armaduras trabalhem com eficiência total. Porém, as
diversas normas sobre o assunto apresentam divergências quanto a considerações de
fatores que possivelmente influenciam na resistência da ancoragem.
Com a finalidade de apresentar essas diferenças e comparar os parâmetros prescritos
pelas normas, esse trabalho analisa um banco de dados com 66 resultados de barras de
ancoragem com dobras de 90º e 180º submetidas a ensaios experimentais de tração direta,
dos autores MARQUES e JIRSA (1975), HAMAD et al. (1993), PINC et al. (1977), RAMIREZ
e RUSSEL (2008), LEE e PARK (2010) e SPERRY et al. (2015). A resposta desse banco
de dados foi comparada as prescrições normativas dos modelos e analisado a influência
dos parâmetros: diâmetro da barra de ancoragem (Ø); comprimento efetivo de ancoragem
(hef), cobrimento da barra (c), distância entre as barras de ancoragem (a), resistência à
compressão do concreto (fc) e a tensão de escoamento do aço (fys).

2 Recomendações Normativas
Para o dimensionamento do comprimento de ancoragem com gancho de armaduras de
tração no concreto, as recomendações normativas indicam que as barras das armaduras
sejam ancoradas de modo que as forças as quais sejam submetidas devem ser transmitidas
totalmente ao concreto por meio da área de ancoragem. A Equação 1 apresenta a forma
geral para estimar a força de arrancamento das normas, onde fb é a tensão de aderência Ø
é o diâmetro da armadura, hef é o comprimento de ancoragem e Tu é a carga de
arrancamento. Como as recomendações esperam que que o aço escoe antes da
arrancamento da armadura, normalmente as normas substituem Tu pela força de
escoamento das armaduras.

Tu  fb      hef (Equação 1)

2.1 ABNT NBR 6118 (2014)


A resistência ao arrancamento, segundo a norma brasileira, é função dependente do
diâmetro da barra, do comprimento de ancoragem e da resistência do concreto. Para barras
nervuradas com diâmetro menor que 32 mm, com ganchos, dobras ou barras transversais
soldadas e em condições de boa aderência e pode ser estimada, de forma empírica, pela
Equação 2.

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 0, 473  3 fc ²      hef
  f c  55MPa
 1
Tu , NBR   (Equação 2)
 3,34  ln(1  0,11 fc)      hef  f  55MPa
 1 c

Onde:
Tu , NBR é a força resistente de aderência;
fc é a resistência à compressão do concreto;
 é o diâmetro da barra de ancoragem;
hef é o comprimento necessário de ancoragem segundo a ANBT NBR 6118 (2014),
conforme a Figura 1.
 1 é um parâmetro para considerar a influência das dobras, ganchos e armaduras
transversais soldadas. 1  0, 7 para barras com ganchos, dobras e barras soldadas e
1  1, 0 para barras retas.

Figura 1 – Comprimento de ancoragem

2.2 AC Eurocode 2 (2010)


O AC Eurocode 2 (2010), igualmente a NBR 6118 (2014), recomenda que as forças
atuantes na barra de ancoragem sejam transmitidas integralmente ao concreto. Contudo,
apresenta uma definição de comprimento de ancoragem diferente para barras com ganchos
ou dobras, no qual o comprimento de ancoragem é o comprimento total da barra embutido
dentro do concreto, conforme ilustrado na Figura 2.

Figura 2 - Comprimento de ancoragem (Adaptado de AC Eurocode 2, 2010)


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Para o cálculo da força resistente de aderência, o documento europeu utiliza uma
recomendação empírica que considera os mesmos parâmetros avaliados pela
ABNT NBR 6118 (2014) com o acréscimo de um fator para considerar a influência do
cobrimento de concreto em relação a barra de ancoragem. A resistência de aderência para
casos análogos ao considerado no cálculo da ABNT NBR 6118 (2014) sem confinamento
transversal, pode ser obtida a partir da Equação 3.

 0, 473  3 fc ²      hef
  f c  55MPa
 1   2
Tu , EC 2   (Equação 3)
 3,34  ln(1  0.1 fc)      hef  f  55MPa
 1   2 c

Onde:
 1 é um parâmetro para considerar a influência das dobras, ganchos e armaduras
transversais soldadas. 1  0, 7 para barras com ganchos, dobras e barras soldadas e
1  1, 0 para barras retas;
 2 é a parcela do efeito do cobrimento de concreto da barra de ancoragem obtido através
(cd  3   )
de  2  1  0,15  , e cd é o menor valor entre o cobrimento (cx) e o espaçamento

entra as barras (a) como ilustrado na Figura 3. Sendo que α2 deve ser maior que 0,7 e
menor que 1.

Figura 3 – Consideração do efeito do espaçamento pelo Eurocode

2.3 ACI 318 (2014)


Na utilização de barras de aço na ancoragem de elementos estruturais, o ACI define o
comprimento de ancoragem de forma próxima a NBR 6118 (2014), além disso ela também
considera o cobrimento, o diâmetro da barra e resistência do concreto. Assim, para barras
nervuradas com diâmetro menor que 32 mm, com ganchos, dobras ou barras transversais
soldadas, em condições de boa aderência e sem armaduras para confinamento pode ser
estimada pela Equação 4.

 cb 
0, 265  fc         hef
Tu , ACI    (Equação 4)
1
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Onde:
 1 é um parâmetro para considerar a influência das dobras, ganchos e armaduras
transversais soldadas. 1  0, 7 para barras com ganchos, dobras e barras soldadas e
1  1, 0 para barras retas;
 cb 
  não pode ultrapassar o valor de 2,5.
 

2.4 fib Model Code 2010 (2013)


No cálculo de barras de ancoragem resistentes ao arrancamento, o
fib Model Code 2010 (2013) estima que a parcela de tensão de resistência de aderência na
barra reta seja somada com a força resistida pela dobra do gancho. A tensão resistente de
aderência é influenciada pelo diâmetro da barra, do comprimento de ancoragem,
cobrimento das armaduras, tensão de escoamento das barras e da resistência à
compressão do concreto, do mesmo modo que as recomendações normativas citadas
anteriormente. A estimativa da carga de ruptura ao arrancamento pelo MC10 pode ser
estimada pela Equação 5.

fc
Tu , MC10  1, 75    2       hef  Fh (Equação 5)
25

Onde:
0,5
 c min   cs 
0,15

 2 considera o cobrimento e espaçamento das barra, estimado por:  2      ;


    2  c min 
cs é o espaçamento “a” entre as barras de ancoragem;
cmin é o menor valor entre cx, cy e a/2 definidos conforme Figura 3.
 fc     2
Fh: é a parcela resistida pela dobra, estimada por h F  60   1, 75     2    ;
 25  4
1, 20 f yw 400MPa
1, 00 f yw 500MPa
 considera a tensão de escoamento das barras, estimado por: 0,85 f yw 600MPa .
0, 75 f yw 700MPa
0, 68 f yw 800MPa

3 Metodologia
Para avaliar o desempenho das recomendações normativas para a previsão do
arrancamento de ancoragens de barras de aço em elementos de concreto, foram
selecionados resultados de 66 ensaios experimentais de seis autores. Os ensaios foram
simulando o estado de tensões das ancoragens de armaduras de alta aderência com
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dobras (90º) ou ganchos (180º), em condições de boa ancoragem, sem grampos de
confinamento e sem pressão lateral. A Tabela 1 e a Figura 4 apresentam um resumo das
principais características dos espécimes

Tabela 1 – Resumo das características dos espécimes.


Nº Ângulo de Ø hef a c fc fys Tu
Autor
Ensaios dobra (mm) (mm) (mm) (mm) (MPa) (MPa) (kN)
Sperry et al. 15,88 – 124 - 160 - 41 - 606,7 -
46 180° e 90° 30,5 - 113,8 62,6 - 400
(2015) 25,40 416 257 107 841,2
Marques and 254 -
6 180° e 90° 22,35 51 73 27,6 - 34,8 441,3 162,8 - 266,9
Jirsa (1975) 330
Pinc et al. 254 -
2 90° 28,70 102 73 32,4 448,2 209,1 - 329,2
(1977) 406
Hamad et al. 254
2 90° 22,35 108 76 17,7 - 37,2 413,7 115,6 - 163,4
(1993)
Ramirez & 165
5 90° 19,05 216 64 61,4 - 112,7 564,68 133,4 - 183,7
Russel (2008)
Lee & Park 302 -
3 90° 22,35 178 76 30,7 - 57,0 599,8 239,1 - 384,1
(2010) 475

a) Implantação b) Corte A-A para dobra de 90° c) Corte A-A para dobra de 180°
Figura 4 –Modelo paramétrico dos ensaios experimentais dos autores

Para a avaliação do desempenho das previsões das normas, primeiro foi realizado uma
análise estatística com média (µ), desvio padrão (σ) e coeficiente de variação (CV) dos
valores de Tu/Tteo, onde Tu é a carga de ruptura dos espécimes e Tteo é a previsão de carga
das normas, além de apresentar a porcentagem de resultados contra a segurança (RCS),
ou seja resultados com valor de Tu/Tteo <1.
Paralelamente, para avaliar a dispersão dos resultados, foram confrontados os valores de
Tu e de Tteo dos espécimes, para observar se a tendência da média dos resultados (linha
tracejada) se aproxima do resultado ideal (linha cheia), onde Tu=Tteo. Também, é possível
comparar representatividade das linhas de tendência das previsões das normas através do

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coeficiente de correlação linear (R²), onde, quanto mais próximo de 1, mais representativo
é a tendência dos resultados.
De modo a avaliar o desempenho das recomendações das normas de modo comparativo
foi adotado o critério de COLLINS (2001), o qual classifica os valores de Tu/Tteo em faixas
de segurança e adota penalidades destinas para cada faixa. A penalidade final é computada
a partir da soma do número de resultados por faixa de segurança multiplicada pela sua
penalidade correspondente, onde as recomendações com menor penalização apresentam
melhor desempenho em relação às com penalidade superior. A Tabela 2 apresenta as
faixas de segurança adotada pelo critério e suas respectivas penalidades.

Tabela 2 – Penalidade do Critério de COLLINS (2001)


Tu/Tteo Classificação Penalidade
< 0,5 Extremamente Perigoso 10
0,5 - 0,65 Perigoso 5
0,65 - 0,85 Baixa Segurança 2
0,85 - 1,15 Segurança Apropriada 0
1,15 - 2 Conservador 1
>2 Extremamente Conservador 2

Por fim, foi analisada a influência que os parâmetros diâmetro do conector (Ø), comprimento
de ancoragem do conector (hef), distância entre as barras (a), cobrimento da armadura (c),
resistência à compressão do concreto (fc) e tensão de escoamento da barra de ancoragem
(fys) na relação Tu/Tteo das normas.

4 Resultados
Na Figura 5, é possível observar a avaliação geral das normas quanto aos parâmetros
estatísticos da média (µ), desvio padrão (σ), coeficiente de variação (C.V.) e o percentual
de resultados contra a segurança (R.C.S.) e quanto a dispersão dos resultados. A Figura 6
apresenta os resultados do critério de COLLINS (2001) ao lado da porcentagem de
espécimes presentes em cada faixa de resultados.
A ABNT NBR 6118 (2014) apresta destaque em relação as demais recomendações por ser
a menos penalizada pelo critério de Collins (54), com a maioria dos resultados classificados
como conservadores (>80%). Vale ressaltar que esta norma também apresentou a menor
dispersão dos resultados (com R² de 0,792), menor σ (0,23) e C.V. (16,7%), além de
apresentar uma média dos resultados próxima de um (1,39) e com baixo percentual de
R.C.S. (4,8%).
As recomendações do ACI 318 (2014) apresentaram os resultados mais conservadores,
com mais de 90% dos resultados classificados como muito conservadores, e média de 2,57,
mantendo nenhum resultado contra a segurança. O que refletiu em uma alta penalidade no
critério de Collins (123), a segunda maior. Quanto a dispersão, ele apresentou o segundo
maior R² (0,785) e melhor resultado de C.V. (15,9%), apesar do elevado desvio padrão
(0,41).

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700 700

Tu (kN)
Tu (kN)

y = 1,3168x y = 2,4264x
600 R² = 0,7916 600 R² = 0,785
500 500
400 400
μ: 1,39
300 σ: 0,23 300 μ: 2,57
C.V.: 16,1 % σ: 0,41
200 R.C.S.: 3,1 %
200 C.V.: 15,9 %
R.C.S.: 0,0 %
100 100
90° 180° TNBR (kN) 90° 180° TACI (kN)
0 0
0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700
a) ABNT NBR 6118 (2014) b) ACI 318 (2014)
700 700

Tu (kN)
Tu (kN)

μ: 0,81 y = 0,7046x y = 1,2718x


600 600
σ: 0,25 R² = 0,2934 R² = 0,5363
500 C.V.: 30,8 % 500
R.C.S.: 76,6%
400 400
300 300 μ: 1,35
σ: 0,37
200 200 C.V.: 27,4 %
100 100 R.C.S.: 17,2 %
90° 180° TEC2 (kN) 90° 180° TMC10 (kN)
0 0
0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700
c) AC Eurocode 2 (2010) d) fib Model Code 2010 (2013)
Figura 5 – Análise da dispersão e análise estatística dos resultados

100 200
Penalidade

< 0,5
Frequência (%)

0,5 - 0,65 153


80 0,65 - 0,85 150
0,85 - 1,15 123
60 1,15 - 2
>2
100
40 54 62
50
20

0 0
NBR ACI EC2 MC10 NBR ACI EC2 MC10
Figura 6 – Resultado das penalidades de Collins (2001)

O AC Eurocode 2 (2010) apresentou-se a norma mais insegura, dentre as recomendações


analisadas. Com media abaixo de 1 (0,81), 76,6% dos resultados contra a segurança e,
consequentemente, foi a mais penalizada (153) dentre as recomendações. Quanto a
dispersão, ela foi a pior das recomendações com 30,8% de C.V. e R² de 0,293.
Por fim, o fib Model Code 2010 (2013), apesar de uma dispersão considerável (com R² de
0,536, desvio padrão de 0,37 e coeficiente de variação de 27,4%) ele apresentou a segunda
menor penalização pelo critério (62) devido à uma boa porcentagem de resultados
conservadores e com um dos melhores resultados de média.
As Figuras de 7 a 12 apresentam a influência dos diversos parâmetros na razão Tu/Tteo. A
Figura 7 apresenta a influência do diâmetro das barras no desempenho das normas, onde
este parâmetro mostrou influenciar o desempenho de todas recomendações, com destaque
para o ACI 318 (2014) que foi o mais influenciado. A Figura 8 apresenta a influência do
comprimento de ancoragem. Observa-se que as previsões da ABNT NBR 6118 (2014) e do
ACI 318 (2014) não foram influenciados por esse parâmetro. Vale salientar que o fib Model

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Code 2010 (2013) foi o mais influenciado por esse parâmetro talvez por não considera-lo
na parcela referente a ancoragem.
4,0 4,0
Tu / TNBR

Tu / TACI
90° 180° 90° 180°
3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

Ø (mm) Ø (mm)
0,0 0,0
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
a) ABNT NBR 6118 (2014) b) ACI 318 (2014)
4,0 4,0
Tu / TEC2

Tu / TMC10
90° 180° 90° 180°
3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

Ø (mm) Ø (mm)
0,0 0,0
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
c) AC Eurocode 2 (2010) d) fib Model Code 2010 (2013)
Figura 7 – Avaliação da influência do diâmetro da barra de ancoragem (Ø)

4,0 4,0
Tu / TNBR

Tu / TACI

90° 180°
3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

hef (mm) 90° 180° hef (mm)


0,0 0,0
0 200 400 600 0 200 400 600
a) ABNT NBR 6118 (2014) b) ACI 318 (2014)
4,0 4,0
Tu / TEC2

Tu / TMC10

90° 180° 90° 180°


3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

hef (mm) hef (mm)


0,0 0,0
0 200 400 600 0 200 400 600
c) AC Eurocode 2 (2010) d) fib Model Code 2010 (2013)
Figura 8 – Avaliação da influência do comprimento efetivo de ancoragem (hef)

Através da Figura 9, observa-se a influência da distância entre as barras de ancoragem. De


modo geral todas as recomendações foram impactadas por esse parâmetro, com destaque

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para o ACI 318 (2014) e AC Eurocode 2 (2010) que apresentaram as curvas mais
acentuadas. Na Figura 10 verifica-se que o cobrimento pouco influenciou nas estimativas
das normas.
4,0 4,0
Tu / TNBR

Tu / TACI
3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

90° 180° a (mm) 90° 180° a (mm)


0,0 0,0
0 100 200 300 0 100 200 300
a) ABNT NBR 6118 (2014) b) ACI 318 (2014)
4,0 4,0
Tu / TEC2

Tu / TMC10
3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

90° 180° a (mm) 90° 180° a (mm)


0,0 0,0
0 100 200 300 0 100 200 300
c) AC Eurocode 2 (2010) d) fib Model Code 2010 (2013)
Figura 9 – Avaliação da influência da distância da barra de ancoragem à face inferior do concreto (a)

4,0 4,0
Tu / TNBR

Tu / TACI

90° 180°
3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

c (mm) 90° 180° c (mm)


0,0 0,0
0 50 100 150 0 50 100 150
a) ABNT NBR 6118 (2014) b) ACI 318 (2014)
4,0 4,0
Tu / TEC2

Tu / TMC10

90° 180° 90° 180°


3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

c (mm) c (mm)
0,0 0,0
0 50 100 150 0 50 100 150
c) AC Eurocode 2 (2010) d) fib Model Code 2010 (2013)
Figura 10 – Avaliação da influência da distância da barra de ancoragem à face lateral do concreto (c)

Em relação à influência resistência à compressão do concreto, apresentada na Figura 11,


onde é possível visualizar que todas as equações superestimas a influência de fc para
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concretos de altas resistência. Por fim, só o fib Model Code 2010 (2013), que é a única
recomendação que considera a tensão de escoamento da barra de ancoragem, foi a única
que teve recomendações impactadas por esse parâmetro (ver Figura 12).
4,0 4,0
Tu / TNBR

Tu / TACI
90° 180°
3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

fc (MPa) 90° 180° fc (MPa)


0,0 0,0
0 50 100 150 0 50 100 150
a) ABNT NBR 6118 (2014) b) ACI 318 (2014)
4,0 4,0
Tu / TEC2

Tu / TMC10
90° 180° 90° 180°
3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

fc (MPa) fc (MPa)
0,0 0,0
0 50 100 150 0 50 100 150
c) AC Eurocode 2 (2010) d) fib Model Code 2010 (2013)
Figura 11 – Avaliação da influência da resistência à compressão do concreto (fc)

4,0 4,0
Tu / TNBR

Tu / TACI

90° 180°
3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

fys (MPa) 90° 180° fys (MPa)


0,0 0,0
0 200 400 600 800 1000 0 200 400 600 800 1000
a) ABNT NBR 6118 (2014) b) ACI 318 (2014)
4,0 4,0
Tu / TEC2

Tu / TMC10

90° 180° 90° 180°


3,0 3,0

2,0 2,0

1,0 1,0

fys (MPa) fys (MPa)


0,0 0,0
0 200 400 600 800 1000 0 200 400 600 800 1000
c) AC Eurocode 2 (2010) d) fib Model Code 2010 (2013)
Figura 12 – Avaliação da influência da tensão de escoamento do aço (fys)

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5 Conclusões
Neste artigo foram avaliadas o desempenho das recomendações da ABNT NBR 6118
(2014), ACI 318 (2014), AC Eurocode 2 (2010) e fib Model Code 2010 (2013) para a
resistência da ancoragem de barras duplas embutidas em concreto. Está avaliação foi
realizada a partir de parâmetros estatísticos obtidas por meio da razão entre resultados de
66 ensaios selecionados cuidadosamente na literatura pela previsão das normas. As
recomendações também foram avaliadas quanto a segurança e economia a partir do critério
de COLLINS (2001). Por fim, foi observado o impacto que os diversos fatores que podem
influenciar no arrancamento causam nas previsões.
O AC Eurocode 2 (2010) apresentou os piores resultados dentre as recomendações
avaliadas para os resultados desse banco de dados, com as maiores dispersões e baixos
níveis de segurança, o que resultou na maior penalização pelo critério de COLLINS (2001).
Em contrapartida, a ABNT NBR 6118 (2014) foi a recomendação com menor dispersão e
média satisfatória. Além de ser a recomendação com Tu/Tteo menos influenciadas pelos
parâmetros avaliados, foi a norma menos penalizada pelo critério de COLLLINS (2001).

6 Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer pelo apoio a esta e a outras pesquisas à: Universidade
de Brasília; ao Grupo de Estudos de Tecnologias da Engenharia Civil (GETEC-UnB); ao
Núcleo de Modelagem Estrutural Aplicada (NUMEA) e às agências de fomento CNPq,
CAPES e FAP-DF.

7 Referências
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for Structural Concrete (ACI 318-14) and Commentary, Farmington, Michigan, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6118 - Projeto e execução


de obras de concreto armado e protendido – procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

AC Eurocode 2, EN 1992-1-1: Eurocode 2: Design of concrete structures – Part 1-1:


General rules and rules for buildings, CEN, Brussels, Belgium, 2010.

COLLINS, M.P, Evaluation of shear design procedures for concrete structures. A


Report prepared for the CSA technical committee on reinforced concrete design, 2001

fib MODEL CODE 2010, fib Model Code for Concrete Structures 2010, fib, Lausanne,
Switzerland, out, 676 pp, 2013

HAMAD, B. S., JIRSA, J. O., AND D’ABREU DE PAULO, N. I., Effect of Epoxy Coating
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v. 90, n. 1, jan/fev., p. 77-88, 1993.

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MARQUES, J. L.; JIRSA, J. O., A Study of Hooked Bar Anchorages in Beam-Column


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Structures Research Laboratory, University of Texas, Austin, Texas, 67 pp, 1977.

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Research Board, National Research Council, p. 99-120, 2008.

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