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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Bianca Andreis da Cunha

MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA O CONTROLE DE DOENÇAS


DE Eucalyptus spp. EM VIVEIRO FLORESTAL

Santa Maria, RS, Brasil


2017
MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA O CONTROLE DE DOENÇAS
DE Eucalyptus spp. EM VIVEIRO FLORESTAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de
Graduação em Engenharia Florestal,
Área de Concentração em
Silvicultura, da Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM, RS), como
requisito parcial para obtenção do
grau de Engenheira Florestal.

Orientadora: Profª. Drª. Maristela Machado Araújo

Santa Maria, RS, Brasil


2017
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Curso de Graduação em Engenharia Florestal

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de


Conclusão de Curso

Métodos alternativos para o controle de doenças de Eucalyptus


spp. em viveiro florestal

Elaborado por
Bianca Andreis da Cunha

Como requisito parcial para a obtenção de grau de


Engenheiro Florestal

COMISSÃO EXAMINADORA:

_______________________________________
Prof. Dr. Maristela Machado Araújo
(Presidente/Orientador)

_______________________________________
Eng. Norton Borges Jr.

_______________________________________
Prof. Ms. Felipe Turchetto
RESUMO

MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA O CONTROLE DE DOENÇAS DE


Eucalyptus spp. EM VIVEIRO FLORESTAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA/RS

AUTORA: Bianca Andreis da Cunha


ORIENTADORA: Prof. Dr. Maristela Machado Araújo
A etapa de produção de mudas clonais no viveiro florestal é a mais propensa à
presença de doenças fitopatológicas, essas causam danos que afetam a eficiência da
produção de mudas e seu desempenho no campo. Existem diferentes métodos de
controle desses agentes nocivos, que podem ser provenientes de bases químicas,
biológicas ou naturais. O objetivo desse estudo é avaliar a influência de diferentes
métodos de controle para prevenção de doenças fitopatológicas e desenvolvimento
radicial na casa de vegetação em E. urophylla x E. globulus e E. benthamii. O
experimento foi conduzido no viveiro florestal da empresa CMPC Celulose
Riograndense localizado na Barra do Ribeiro/RS. Na pesquisa foram utilizados dois
clones, um de E. uroglobulus e outro de E. benthamii. Cada clone recebeu quatro
tratamentos: (1) Silicato de Potássio (0,5%); (2) Trichordema sp. (0,5%); (3) Óleo de
Neem (1%); e (4) o tratamento testemunha, Estrobilurina e Triazol (1%). Foram
utilizados quatro canaletões para cada clone, totalizando oito canaletões. Cada
tratamento foi aplicado em um canaletão por clone com periodicidade quinzenal. As
estacas coletadas, seguiram para casa de enraizamento. As avalições foram
realizadas em duas etapas, sendo a primeira quinzenalmente no minijardim clonal,
para acompanhamento da sanidade das cepas e a segunda na casa de vegetação
observando a sanidade das cepas e a presença de raízes. A análise não paramétrica
foi realizada para os dados referentes a doenças e teste t (0,05) para o enraizamento
no 21° dia e 28° dia após aplicação. Os resultados demonstraram para os dois clones,
que o T3 obteve os resultados menos favoráveis a efetivação do enraizamento. T4
obteve resultados esperados, por ser o tratamento usual, mas T1 e T2 resultados
promissores quanto ao combate de doenças e enraizamento. Com base no estudo
sugere-se teste com dosagens diferentes de T1 e T2, teste com aplicações na casa
de vegetação e também avaliação da operação de limpeza, buscando a recuperação
de mudas com quadros iniciais de doenças, que muitas vezes são descartadas.
Palavras-chave: Doenças fitopatológicas, viveiro florestal, enraizamento, Eucalyptus.
ABSTRACT

ALTERNATIVE METHODS FOR THE CONTROL OF Eucalyptus spp. IN FOREST


NURSERY

AUTHOR: BIANCA ANDREIS DA CUNHA


ADVISOR: PROF. DR. MARISTELA MACHADO ARAÚJO

The stage of production of clonal seedlings at the forest nursery is the most prone to
the presence of phytopathological diseases, which cause damages that affect the
efficiency of the production of seedlings and their performance in the field. There are
different methods of control these harmful agents, which may come from chemical,
biological or natural bases. The objective of this study is to evaluate the influence of
different control methods for the prevention of phytopathological diseases and root
development in the greenhouse in E. urophylla x E. globulus and E. benthamii. The
experiment was conducted in the forest nursery of the company CMPC Celulose
Riograndense located in Barra do Ribeiro / RS. Two clones were used in the research,
one of E. uroglobulus and E. benthamii. Each clone received four treatments: (1)
Potassium Silicate (0.5%); (2) Trichordema sp. (0.5%); (3) Neem Oil (1%); and (4) the
control treatment, Strobilurin and Triazole (1%). Four chanels were used for each
clone, totaling eight chanels. Each treatment was applied in one chanel per clone with
biweekly periodicity. The stakes collected, went home rooting. The evaluations were
carried out in two stages, the first fortnightly in the clonal mini-clonal hedge, to follow
the sanity of the strains and the second in the greenhouse, observing the sanity of the
strains and the presence of roots. The non-parametric analysis for disease data and t-
test (0.05) for rooting at the 21st day and 28th day after application. The results showed
for the two clones that the T3 obtained the results less favorable to the rooting effect.
T4 had expected results, being the usual treatment, but T1 and T2 promising results
in combating diseases and rooting. Based on the study we suggest testing with
different dosages of T1 and T2, testing with greenhouse applications and also
evaluation of the cleaning operation, searching for the recovery of seedlings with initial
pictures of diseases, which are often discarded.

Keywords: Phytopathological diseases, Forest nursery, Rooting, Eucalyptus.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Etapas de produção de mudas de Eucalyptus por miniestaquia em um viveiro


tecnificado. ................................................................................................................ 11
Figura 2 Estaqueamento do material genético utilizado (A) e visão geral da distribuição
das parcelas, com dois clones provenientes de minijardim clonal, tratados com
diferentes produtos controle de patógenos (B).......................................................... 16
Figura 3 Monitoramento da temperatura (°C) e umidade (%) na Casa de Vegetação
pelo sensor datalogger AK174. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro,
RS, Brasil. ................................................................................................................. 17
Figura 4 Tubetes caracterizados com a presença de raízes, indicando que a estaca
está enraizada. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro, RS, Brasil. .... 19
Figura 5 Resultados do monitoramento fitossanitário realizado na etapa de Minijardim
clonal nos canaletões do material genético de E. benthamii (B) tratamentos Sifol®
(T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e Opera® (T4). Viveiro da Celulose
Riograndense, Barra do Ribeiro, RS, Brasil. ............................................................. 20
Figura 6 Incidência média de Rhizoctonia sp. ao longo do tempo em E. benthamii (B)
tratamentos Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e Opera® (T4). Viveiro da
Celulose na casa de vegetação. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro,
RS. ............................................................................................................................ 22
Figura 7 Incidência média de Botrytis sp. ao longo do tempo em E. benthamii (B)
tratamentos Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e Opera® (T4). Viveiro da
Celulose na casa de vegetação. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro,
RS. ............................................................................................................................ 23
Figura 8 Incidência média de Cylindroladium sp. ao longo do tempo em E. benthamii
(B) tratamentos Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e Opera® (T4). Viveiro da
Celulose na casa de vegetação. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro,
RS. ............................................................................................................................ 23
Figura 9 Resultados do monitoramento fitossanitário realizado na etapa de Minijardim
clonal nos canaletões do material genético de E. uroglobulus (37355) tratamentos
Sifol® (1), Ecotrich® (2), Bioneem® (3) e Opera® (4). Viveiro da Celulose
Riograndense, Barra do Ribeiro, RS. ........................................................................ 25
Figura 10 Incidência média de (A) Botrytis sp. (B) Cylindrocladium sp. ao longo do
tempo em E. uroglobulus (A). Tratamentos: Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem®
(T3) e Opera® (T4). Viveiro da Celulose na casa de vegetação. Viveiro da Celulose
riograndense, Barra do Ribeiro, RS, Brasil. .............................................................. 26
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Localização dos códigos dos materiais genéticos e tratamentos utilizados


no controle de doenças, viveiro florestal da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro,
RS, Brasil. ................................................................................................................. 15
Tabela 2: Tabela de nota .......................................................................................... 18
Tabela 3 Médias de enraizamento avaliadas pelo Teste t (0,05) dos tratamentos
durante o 21º dia e 28º dia de E. benthamii. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra
do Ribeiro, RS, Brasil. Tratamentos: Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e
Opera® (T4). ............................................................................................................. 24
Tabela 4 Médias de enraizamento avaliadas pelo Teste t (0,05) dos tratamentos
durante o 21º dia e 28º dia de E. benthamii. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra
do Ribeiro, RS, Brasil. Tratamento: Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e
Opera® (T4). ............................................................................................................. 26
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 9
1.1.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 9
1.1.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 9
2.1 EUCALIPTOCULTURA ......................................................................................... 9
2.2 PRODUÇÃO DE MUDAS .................................................................................... 10
2.3 DOENÇAS FITOPATÓLOGICAS EM VIVEIRO FLORESTAL ............................ 12
2.3.1 Controle de pragas e doenças no viveiro ......................................................... 13
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 14
3.1 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................. 14
3.2 TRATAMENTOS ................................................................................................. 14
3.3 AVALIAÇÕES...................................................................................................... 18
3.4.1 Avaliação no minijardim clonal ......................................................................... 18
3.4.2 Avaliação das estacas em casa de vegetação ................................................. 19
3.5 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 19
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 20
4.1 E. benthamii ........................................................................................................ 20
4.2 E. uroglobulus ..................................................................................................... 24
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 27
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 31
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 32
8

1 INTRODUÇÃO

Os plantios clonais de eucalipto perpetuaram-se ao longo do tempo devido ao


aumento da demanda pela sociedade, com foco no abastecimento do mercado
(interno e externo) para fins industriais e também como uma solução ambiental, tendo
em vista a tendência de substituição do extrativismo pela silvicultura, o que
consequentemente diminuiu a pressão sob a vegetação nativa brasileira.
A eucaliptocultura pode ser dividida em etapas, sendo a primeira desenvolvida
no viveiro florestal. Nessa, a muda é conduzida em ambiente que objetiva
proporcionar as melhores condições de umidade, temperatura, luminosidade,
substrato e nutrição, o que resultará no crescimento adequado tanto no próprio viveiro
como nas etapas seguintes, quando for conduzida ao campo. No entanto condições
ideiais ao desenvolvimento de doenças fitopatológicas, as quais devem ser
estudadas, mitigadas e controladas para não afetarem a produção em termos
qualitativos e quantitativos.
As doenças fitopatológicas se caracterizam por diversos sintomas como
manchas, podridão de raízes, seca dos ponteiros, encharcamento dos tecidos,
tombamento de mudas, entre outros impactos negativos que afetam a produtividade
das plantas, em todas as suas fases, e o estabelecimento a campo (FURTADO et.al.,
2001). Estas podem ter como causa agentes, principalmente, bacteroides e/ou
fúngicos.
Conforme Krugner (1997), medidas de fitossanidade são necessárias para a
manutenção da produção e da lucratividade, nesse contexto destaca-se o manejo
integrado de doenças e o uso de produtos químicos com o objetivo de prevenir e
controlar doenças, principalmente pela sua fácil aplicabilidade e resultado eficaz.
Romeiro (2005) salienta a importância do estudo de diferentes métodos de
controle químico, visando a mitigação de danos na produção de mudas via estacas e,
principalmente, na melhor sanidade das minicepas. Nesse sentido, este estudo tem o
propósito de identificar métodos eficientes no controle de fitopatógenos.
9

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Identificar a influência de diferentes métodos de controle na prevenção de


doenças fitopatológicas e desenvolvimento radicial na casa de vegetação em E.
urophylla x E. globulus e E. benthamii.

1.1.2 Objetivos Específicos

● Avaliar o efeito do controle químico, biológico e natural na sanidade das


minicepas, desde a fase de minijardim clonal até a saída para a casa de vegetação
de dois materiais genéticos: E. urophylla x E. globulus e E. benthamii;
● Verificar o enraizamento de estacas em casa de vegetação;
● Identificar qual dos tratamentos possuiu maior efeito preventivo de
doenças fitopatológicas e influência no enraizamento.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 EUCALIPTOCULTURA

O gênero Eucalyptus, é pertencente à família Myrtaceae, com origem


localizada principalmente na Austrália, apresentando, ainda, espécies como o
Eucalyptus urophylla e Eucalyptus deglupta, com origem em ilhas na Oceania e
algumas espécies nativas da Tasmânia, o gênero Eucalyptus possui mais de 600
espécies que se desenvolvem em condições edafoclimáticas diversas (RAPASSI et
al., 2008).
Ao observar as propriedades químicas e físicas de materiais do gênero
Eucalyptus, percebe-se o grande potencial de uso para as mais diversas finalidades
(NICOLETTI, 2017), desde a produção de papel e celulose, a fabricação de chapas
de madeira reconstituídas, produção de móveis, essências e geração de energia.
Além disso, atualmente, devido aos avanços tecnológicos, no que diz respeito a
10

técnicas silviculturais e melhoramento genético, é uma das culturas com maior


disponibilidade de orientações técnicas.
O potencial do gênero Eucalyptus em conjunto com a extensão territorial
e fatores climáticos, colocaram o Brasil em posição de grande destaque em meio aos
demais países que beneficiam industrialmente a madeira de eucalipto, alcançando
rotações relativamente curtas, de 6 a 7 anos, dependendo a finalidade do plantio.
Em 2016 foram contabilizados 7,84 milhões de hectares de reflorestamento,
sendo 5,6 milhões pertencentes a cultura do eucalipto e, estes estão localizados,
principalmente, em Minas Gerais (24%), São Paulo (17%) e no Mato Grosso do Sul
(15%), apresentando produtividade média dos plantios de 36 m³/ha.ano (IBÁ, 2017).
As espécies mais plantadas visam o abastecimento da matriz industrial e, por
conseguinte, possuem o melhor custo benefício, possuindo características como
densidade, volume, resistência a pragas para determinada região ou fim destacando-
se: E. saligna, E. urophylla, E.grandis, E. viminalis, E. dunni, E. camaldulensis e
híbridos de E. urophylla x E. grandis (BOVOLINI, 2015).
Nas regiões do sul do Brasil, espécies tolerantes ao frio são fundamentais em
virtude das épocas de temperaturas baixas e ocorrência de geada. Esse é o caso do
E. benthamii, que por apresentar relativa tolerância ao frio, mostrou-se uma espécie
de grande relevância, principalmente no setor de celulose e papel, caracterizando-se
assim como uma espécie de interesse para ciclos de pesquisa e produção desse
material.

2.2 PRODUÇÃO DE MUDAS

O plantio florestal de eucalipto é, majoritariamente, constituído de mudas


clonais provenientes de programas de melhoramento genético que passaram por
diversas fases de viveiro tecnificado e, por fim, são selecionadas com base em
critérios de qualidade desejáveis para a produção final.
As etapas de produção vegetativa via miniestaquia de um viveiro contemplam
desde a coleta de minicepas até a expedição das mesmas, conforme o seguinte
esquema, exemplificado na Figura 1.
11

Figura 1- Etapas de produção de mudas de Eucalyptus por miniestaquia em um viveiro


tecnificado.

Fonte: Adaptado de Alfenas, (2004).

Na fase de minijardim encontram-se as minicepas provenientes de matrizes


pré-selecionadas, as quais estão estabelecidas em estruturas como canaletões que
podem conter areia ou cascalho, sendo plantadas em espaçamento reduzido
(HIGASHI; SILVEIRA; GONÇALVES, 2002).
No minijardim, as minicepas fornecem miniestacas, as quais são coletadas e
encaminhadas para etapa de enraizamento (20-30 dias), onde existe o controle de
umidade, luminosidade e temperatura do ambiente (ALFENAS et al., 2004). Durante
o enraizamento, os recipientes ocupam 100% da bandeja, posteriormente seguem
para a fase de aclimatação (5-10 dias), onde as mudas recebem manejo com maior
espaçamento (alternagem), sendo classificadas quanto ao porte e selecionadas
quanto a atributos como fitossanidade e qualidade das raízes.
Após a aclimatação, as mudas seguem para a etapa de crescimento (20-30
dias), onde deverão atingir uma altura pré-determinada, sendo posteriormente
encaminhadas para a etapa de rustificação (15-20 dias), a fim de adquirir resistência
para as condições adversas que serão enfrentadas no estabelecimento das mudas a
campo. Tanto a etapa de crescimento quanto a de rustificação possuem manejos
diferenciados quanto a irrigação, adubação e alternagem.
A fase de viveiro com todas suas etapas é considerada uma das mais
importantes e delicadas no processo de produção florestal (ARAÚJO et al., 2007),
sendo esta responsável por produzir e garantir mudas de qualidade, tendo como
consequência direta altos índices produtivos no campo.
12

2.3 DOENÇAS FITOPATÓLOGICAS EM VIVEIRO FLORESTAL

Às condições ambientais que ocorrem no viveiro, dentre as quais, água em


abundância, substrato não esterilizado, a proximidade das mudas e o cultivo contínuo
da mesma espécie, a ocorrência de doenças fitopatológicas acaba sendo
relativamente frequente (GRIGOLETTI JÚNIOR et al., 2000).
Quando a planta sofre o ataque de um patógeno ou de algum agente abiótico
que é capaz de interferir nas suas condições fisiológicas, diz-se que a planta está
doente (AGRIOS, 1997). Dentre os problemas patológicos que podem ocorrer em
viveiros florestais, as doenças causadas por fungos e bacterioses são as mais
comuns.
Dessa forma, surtos frequentes de podridão de estacas e miniestacas,
anelamento de haste e manchas foliares de mudas e minicepas têm sido registrados
na maioria dos viveiros de eucalipto do país, causando prejuízos econômicos
significantivoss (ALFENAS et al., 2004).
A maioria dos fungos relaciona-se com podridões, crestamento e manchas
foliares. Os fungos relacionados a podridão de raízes causam a necrose dos tecidos
radiculares em formação, resultando em apodrecimento e escurecimento das raízes,
ocorrendo na maioria dos casos em decorrência de substratos com aeração deficiente
e com alto teor de umidade, por meio de fungos como Phytophthora sp., Pythium sp.,
Botrytis sp. e Fusarium sp. (SANTOS; AUER; GRIGOLETTI JUNIOR, 2001).
As manchas foliares e crestamentos estão relacionados com a diminuição da
superfície fotossintetizante da folha, causando diminuição do crescimento e posterior
desfolhamento, tendo como principais causadores Cylindrocladium sp., Oidium sp,
Phaeoseptoria sp. (SANTOS; AUER; GRIGOLETTI JUNIOR, 2001).
As bacterioses também apresentam grande importância, devido aos danos
que estes patógenos são capazes de causar, além disso, são passiveis de difícil
controle, devido à infecção, alguns autores como Romeiro (2011), acreditam ser
praticamente inviável tornar a planta sadia após a mesma ser infectada.
Normalmente, os sintomas de bacterioses em mudas de Eucalyptus spp.
podem ser descritos por lesões angulares encharcadas (anasarca) e halos com
clorose concentrados nas bordas do limbo foliar (FARIA, 2013). As bacterioses
geralmente se disseminam através de uma lamina de água na superfície foliar, esse
13

é um dos principais fatores para a movimentação e penetração de bactérias


fitopatogênicas em plantas sadias (ROMEIRO, 1995).
Entre os agentes de bacterioses são citadas Xanthomonas spp.,
Pseudomonas spp. e a murcha bacteriana causada pelo agente causal Ralstonia
solanacearum (ALFENAS et al., 2004). Também, a partir de 2009, uma nova
bacteriose foi relatada em viveiros do Rio Grande do Sul e São Paulo, causando seca
dos ponteiros e necrose do pecíolo e da nervura central das folhas, sendo identificada
como Erwinia psidii, a qual chegou a causar 100% de perda de mudas (ARRIEL,
2012).

2.3.1 Controle de pragas e doenças no viveiro

O conceito de controle de doenças tem mudado na última década, devido ao


uso abusivo de agrotóxicos na produção vegetal, o que provocou diversas reações
ambientais, como a seleção de patógenos resistentes, diminuição de organismos
benéficos e, consequentemente, o efeito residual para o homem e animais
(GRIGOLETTI et al., 2000). Assim, alternativas em substituição ao controle com
defensivos químicos são utilizadas, como a efetivação dos princípios do manejo
integrado de doenças, utilização de produtos de origem biológica ou mesmo a busca
por produtos de origem natural.
Visando um controle efetivo, o manejo integrado de doenças contempla as
diferentes fases do viveiro, com medidas simples de higiene (substrato inerte,
qualidade da água e cuidados com os recipientes de enraizamento) e manejo (controle
da irrigação, condução de minicepas), que possibilitam eliminar das fontes de inoculo
e minimizar as condições para as infecções, sendo o controle químico uma parte
complementar e de caráter excepcional do manejo integrado de doenças (ALFENAS
et al, 2004).
O controle químico no viveiro é recorrente, e como demonstram Bizzi, Junior
e Auer (2005) é eficiente principalmente quando se trata do fungo fitopatogênico do
gênero Oidium. Também, como uma medida de controle, alguns autores como Schultz
et al. (2012) utilizaram um método alternativo, a adubação foliar com silicato de
potássio.
Uma das alternativas ao controle químico é o controle biológico, definido por
Baker e Cook (1974) como:
14

A redução da densidade de inóculo ou das atividades determinantes


da doença provocado por um patógeno ou parasita, nos seus estados de
atividade ou dormência, por um ou mais organismos, realizado naturalmente
ou através da manipulação do ambiente, hospedeiro ou antagonista, ou pela
introdução em massa de um ou mais antagonistas (BAKER; COOK, 1974).

O controle biológico pode ser exemplificado pela utilização de compostos com


a presença do fungo do gênero Trichoderma, o qual segundo Benítez at al. (2004)
pode servir como agente de controle de outros patógenos, influenciando
positivamente no crescimento da planta e desenvolvimento de suas defesas,
possibilitando assim a promoção de condições para que o vegetal possa competir por
nutrientes e espaço.
Outra alternativa é o controle de doenças com produtos à base de compostos
naturais, como o neem (Azadirachta indica), que foi testado em estudos realizado por
Carneiro (2008) para oídio e antracnose, apresentando como resultados um grande
potencial para o controle destas doenças em plantas.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 ÁREA DE ESTUDO

O experimento foi conduzido entre junho e setembro de 2017 no Viveiro


Florestal da Empresa CMPC - Celulose Riograndense (37º17’S e 51º18’O), localizado
no Horto Florestal Barba Negra, município de Barra do Ribeiro, RS, Brasil. O clima
predominante da região, segundo classificação de Köppen-Geiger, é do tipo Cfa
(subtropical úmido) (ALVARES et al., 2013).

3.2 TRATAMENTOS

Na pesquisa foram utilizadas minicepas implantadas em canaletões, de dois


clones do gênero Eucalyptus, E. uroglobulus (A) e E. benthamii (B). Cada clone
recebeu quatro tratamentos: (1) aplicação de Silicato de Potássio (Sifol®) com
concentração de 0,5%; (2) Trichordema sp. (Ecotrich®) com concentração 0,5%; (3)
Óleo de Neem (Bioneem®) com concentração de 1%; e (4) o tratamento testemunha,
convencionalmente utilizado na empresa, Estrobilurina e Triazol (Opera®) com
concentração 1% (Tabela 1).
15

Tabela 1: Localização dos códigos dos materiais genéticos e tratamentos utilizados


no controle de doenças, viveiro florestal da Celulose Riograndense, Barra do
Ribeiro, RS, Brasil.
Código de Material Código de Tratament
Canaletão
material Genético tratamento o
280 A T4 Opera
278 A T3 Bioneem
C1
276 A T2 Ecotrich
274 A T1 Sifol
269 B T4 Opera
271 B T3 Bioneem
C2
273 B T2 Ecotrich
275 B T1 Sifol
Fonte: Autora, (2017).

O Silicato de Potássio é um produto que contém alta concentração do


micronutriente Silício (Si), o qual se destaca no controle de doenças de plantas,
potencializando mecanismos bioquímicos de defesa, reduzindo o estresse às altas
temperaturas, ao déficit hídrico e à toxidez por ferro e manganês (DATNOFF et al.,
2007).
O produto a base de Trichoderma tem como princípio o biocontrole, podendo
ocorrer pela competição de espaço, modificações nas condições ambientais,
produção de antibióticos ou inativando as enzimas do patógeno, sendo amplamente
utilizado para o combate de doenças e fortalecimento do hospedeiro (ISAIAS et al.
2014).
O óleo de neem é um composto vegetal extraído das sementes (amêndoas)
do neem indiano (Azadirachta indica), rico em compostos limonoídes, (causando
efeito antialimentar sobre insetos, fungos e bactérias), apresentando interferência em
mecanismos e sítios de ação (CARNEIRO, 2002).
O composto químico Estrobirulina e Triazol, tem como função inibir a
biossíntese de um constituinte da membrana celular dos fungos, cortando o transporte
de elétrons das mitocôndrias e, consequentemente, impedindo a formação da
molécula ATP (JADOSKI, 2012). Ressalta-se que este é o processo utilizado
operacionalmente nas atividades atuais do viveiro.
Os tratamentos foram estruturados em oito canaletões, cada canaletão mede
33,5 m x 1,0 m, correspondendo a 33,5 m² de área. Foram utilizados quatro
canaletões para cada clone, totalizando, portanto, oito canaletões. Cada canaletão
recebeu um clone com um tratamento diferente.
16

As aplicações iniciaram no minijardim, tendo periodicidade quinzenal, por


meio de um pulverizador manual esterilizado e durante o preparo das soluções foi
observada a condutividade elétrica, a qual deveria manter-se em torno 1,8-2,0 mS/cm
prevenindo a queima das folhas. As soluções foram pulverizadas em
aproximadamente 2.000 minicepas dos canaletões com seus tratamentos
correspondentes.
Visando a segurança dos trabalhadores do viveiro, os tratamentos 2
(Ecotrich®) e 4 (Opera®) foram aplicados em área isolada com o uso obrigatório de
equipamentos de proteção individual (EPI), no fim do expediente, enquanto os demais
foram aplicados pela parte da manhã, sem necessidade do uso de EPI e isolamento
da área.
Após quatro aplicações foram coletadas estacas em cada tratamento, as
mesmas foram estaqueadas (Figura 2) em tubetes de 50 cm³, contendo substrato
Carolina soil® conforme o padrão estabelecido pela empresa. Os tratamentos foram
distribuídos ao acaso por sorteio em quatro bandejas e mantidos em casa de
vegetação (Figura 2). Para isso foi utilizado o Delineamento Inteiramente Casualizado
(DIC) composto por três repetições de 25 estacas.

Figura 2- Estaqueamento do material genético utilizado (A) e visão geral da


distribuição das parcelas, com dois clones provenientes de minijardim clonal,
tratados com diferentes produtos controle de patógenos (B).

(A) (B)
Fonte: Autora, (2017).
17

Na casa de vegetação as estacas passaram por duas fases diferentes quanto


à irrigação a primeira durou em torno de 15 dias, com irrigação a cada 10 minutos com
duração de 30 segundos (visando que as mudas não se desidratem pela ausência de
raízes), posteriormente, a irrigação tem intervalo de tempo de 30 minutos, entretanto,
com o mesmo tempo de molhamento.
Aproximadamente aos 30 dias na casa de vegetação, realizou-se a limpeza das
bandejas, uma operação de rotina do viveiro, eliminando as estacas com possíveis
vetores de doenças e/ou mortas.
A temperatura e a umidade foram monitoradas na casa de vegetação com um
sensor datalogger AK174 conforme Figura 3.

Figura 3- Monitoramento da temperatura (°C) e umidade (%) na Casa de Vegetação


pelo sensor datalogger AK174. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro,
RS, Brasil.

Fonte: Autora, (2017).


18

3.3 AVALIAÇÕES

As avaliações foram realizadas em duas fases: a primeira avaliação dos


tratamentos, quanto à fitossanidade, foi realizada via escala de nota, a qual indica a
severidade da doença por meio da proporção ou porcentagem de área ou volume de
tecido doente da planta (KRANZ, 1988). A segunda etapa é resultante da produção
de estacas proveniente dos tratamentos no minijardim, e foi realizada na casa de
vegetação, através de escala de nota e do enraizamento, caracterizado pela presença
de raízes.
As duas avaliações utilizaram os princípios descritos por Alfenas et al. (2004),
onde foram exemplificadas as escalas de severidade para várias doenças
fitopatológicas, sendo adaptadas para as condições e problema em questão (Tabela
2).
A detecção das doenças foi realizada com o envio do material ao Laboratório
de Patologia Florestal em Viçosa/MG e também com apoio técnico da equipe do
viveiro.

Tabela 2: Tabela de nota


Escala Severidade
1 Muda sadia
2 (1-25%) da muda afetada
3 (26-50%) da muda afetada
4 > 51% da muda afetada

Fonte: Adaptada de Alfenas at al (2004).

3.3.1 Avaliação no minijardim clonal

A primeira avaliação dos tratamentos ocorreu uma semana antes das


aplicações dos diferentes métodos de controle, utilizando-se a escala de nota (Tabela
2). As demais avaliações tiveram periodicidade quinzenal.
As avaliações de incidência e severidade iniciaram com a finalidade de
acompanhar a evolução e a gravidade das doenças nas minicepas. Estas, foram
realizadas em três repetições de parcelas de 16 minicepas escolhidas ao acaso em
cada tratamento por clone.
19

3.3.2 Avaliação das estacas em casa de vegetação

Com o teste instalado e os tratamentos distribuídos ao acaso, as avaliações


se basearam na observação da presença ou ausência de raízes (Figura 4), assim
como a ocorrência de sintomas característicos da ação de agentes danosos via escala
de nota. As avaliações foram realizadas com periodicidade semanal.
Após a saída da casa de vegetação, aproximadamente 32 dias, realizou-se a
análise de sobrevivência das estacas, considerando-as enraizadas ou não, com bom
estado fitossanitário que migraram para a fase de aclimatação a sombra no viveiro.

Figura 4- Tubetes caracterizados com a presença de raízes, indicando que a


estaca está enraizada. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro, RS,
Brasil.

Fonte: Autora, (2017).

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Após a coleta das informações realizou-se uma verificação de


homogeneidade, e normalidade dos dados, por meio dos testes de Bartlett e
Anderson-Darling, respectivamente. Posteriormente, os dados referentes a ocorrência
de doenças foram analisados por análise não paramétrica, e os dados de
20

enraizamento foram analisados a partir de 21 dias com o teste Tukey no software


Sisvar®, tendo como parâmetro pré-estabelecido 5% de significância.

4 RESULTADOS

4.1 Eucalyptus benthamii

Na fase de minijardim clonal, o acompanhamento fitossanitário das cepas


(Figura 5) demonstrou que em todos os tratamentos apresentou-se o quadro
sintomatológico de Oidium sp., sendo o como principal patógeno. O único tratamento
com diminuição da incidência desde o início das aplicações foi o tratamento à base
de Silicato de Potássio (T1), com aproximadamente 15,6% a menos de incidência.
Ainda, outros patógenos como ácaros, Kirramyces epiccocoides, Botrytis sp.
e Coniella sp. foram encontrados em menor proporção.

Figura 5- Resultados do monitoramento fitossanitário realizado na etapa de Minijardim clonal nos


canaletões do material genético de E. benthamii (B) tratamentos Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem®
(T3) e Opera® (T4). Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro, RS, Brasil.

Fonte: Autora, (2017).


21

Com relação a quantidade de tecidos afetados (severidade), o T1 na avaliação


inicial apresentou 39,6% das cepas foram classificadas na escala 1 como saudáveis,
49,4% na escala 2 (1-25% dos tecidos afetados) e 12,5% na escala 3 (26-50% dos
tecidos afetados). Na última avaliação, 74,0% das cepas encontravam-se saudáveis
e 26,0% com seus tecidos afetados em uma proporção de 1 a 25%. .
A escala de severidade em T2 demonstrou que, na primeira avaliação, 7,1%
das cepas encontravam-se na escala 1, 76,6% na escala 2 e 16,3% na escala 3. Na
última avaliação a severidade decaiu, incrementando a porcentagem de cepas
saudáveis (43,7%) restando 56,3% na escala 2 de severidade.
A severidade das cepas em T3, na primeira avaliação, foi de 42,6% para a
escala 1, 50,4% para a escala 2 e 7,0% para a escala 3. Na última avaliação, 45,8%
das cepas foram consideradas saudáveis. Dentro da escala 1, e 54,2% na escala 2,
demostrando um aumento na porcentagem de cepas com baixo comprometimento
fisiológico.
A porcentagem de tecidos atacados em T4 observada foi em 25,0% das cepas
na escala 1, 60,2% dentro da escala 2 e 14,8% na escala 3. Na última avaliação a
porcentagem de tecidos afetados decaiu, apresentando 49,4% das cepas na escala
1,37, 5% na escala 2 e 13,1% na escala 3.
Na casa de vegetação foram encontrados três patógenos principais em E.
benthamii, sendo estes: (1) Rhizoctonia sp. (2) Botrytis sp. e (3) Cylindrocladium sp.
Ao 21° dia ocorreu a operação de limpeza, visando eliminar as estacas com potencial
fonte de inoculo de patógenos.
A partir do 7º dia foram detectados os sintomas de Rhizoctonia sp. (Figura 6),
onde os tratamentos que obtiveram alta incidência do patógeno foram, principalmente,
o tratamento químico (T4) e o tratamento à base de óleo de neem (T3) com 53,3% de
incidência.
A quantidade de tecidos afetados do tratamento à base de Silicato de Potássio
(T1) apresentou incremento com o passar do tempo. Ao 7° dia as estacas
classificavam-se na escala 2, no 14° dia 28% das estacas estavam em estágio 3 e ao
21º dia 28% haviam evoluído para escala 4, apresentando também, na última
avaliação, 6,7% de estacas foram observadas na escala 3, 2,7% na escala 2 e as
demais na escala 1.
22

Em T2 os sintomas iniciaram com escala de severidade igual a 3, ao 21º dia


a infecção aumentou propagando os sintomas, o que foi observado através do reflexo
da severidade, as quais encontravam-se nas escalas 2 (3,0% das cepas), 3 (12,0%)
e 4 (40%).
Ao 14° dia surgiram os primeiros sintomas de Rhizoctonia sp. em T3 (26,7%
das cepas) com escala 3 de severidade, ao 21° dia 48,0% das estacas já
apresentavam sintomas com escala de severidade 2 (8,0% das estacas), 3 (22,7%) e
4 (17,3%).
Ainda, em T4 os sintomas de Rhizoctonia sp. iniciaram ao 14° dia com as
estacas afetadas em escala 3 de severidade, no 21° as estacas possuíam escala de
severidade igual a 2 (4,0% das estacas), 3 (16,0%) e 4 (33,3%).

Figura 6- Incidência média de Rhizoctonia sp. ao longo do tempo em E. benthamii (B) tratamentos
Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e Opera® (T4). Viveiro da Celulose na casa de vegetação.
Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro, RS.

Fonte: Autora, (2017).

Os sintomas de Botrytis sp. (Figura 7) iniciaram a partir do 7° dia de


avaliações, e obteve alta incidência, cerca de 13,3% das cepas afetadas no
tratamento à base do fungo Trichoderma sp.
A escala de severidade demonstrou que o patógeno aumentou sua incidência
e não severidade, pois em todos os tratamentos o patógeno permaneceu na escala 2
de severidade.
23

Figura 7- Incidência média de Botrytis sp. ao longo do tempo em E. benthamii (B) tratamentos Sifol®
(T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e Opera® (T4). Viveiro da Celulose na casa de vegetação. Viveiro
da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro, RS.

Fonte: Autora, (2017).

O patógeno Cylindrocladium sp. demonstrou sintomas da infecção (Figura 8)


a partir do 14º dia, afetando principalmente as estacas do tratamento químico (T4),
cerca de 23,3%, e também afetando consideravelmente o tratamento à base de óleo
de neem (T3) em 20% das estacas.
Em todos os tratamentos, a severidade de Cylidrocladium sp. se manteve em
1-25%, sendo classificada como 2.

Figura 8- Incidência média de Cylindroladium sp. ao longo do tempo em E. benthamii (B) tratamentos
Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e Opera® (T4). Viveiro da Celulose na casa de vegetação.
Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro, RS.

Fonte: Autora, (2017).

Os resultados de enraizamento (Tabela 3) demonstraram que houve diferenças


significativa apenas entre dois tratamentos ao 28º dia, sendo que após a operação de
24

limpeza, as médias diminuíram consideravelmente e não houve diferença significativa


entre as mesmas.

Tabela 3 Médias de enraizamento avaliadas pelo Teste t (0,05) dos tratamentos durante o 21º dia e
28º dia de E. benthamii. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro, RS, Brasil. Tratamentos:
Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e Opera® (T4).

Enraizamento de E. benthamii (%)


Tratamentos Média 21 dias Tratamentos Média 28 dias
3 12,00 b 3 5,33 a
2 20,00 ab 1 6,67 a
1 36,00 a 4 8,00 a
4 38,67 a 2 16,00 a
CV (%) 54,94
Fonte: Autora, (2017).

Em relação à sobrevivência, os resultados de T1 (Sifol®) e T2(Ecotrich®) foram


semelhantes, cerca de 21,3% das estacas sobreviveram para a etapa de aclimatação, o
tratamento químico (Opera®) obteve o melhor resultado de sobrevivência (24%), sendo o
resultado menos favorável para o T3 (Bioneem®), com 5,3% de sobrevivência.

4.2 Eucalyptus uroglobulus

Nas avaliações fitossanitárias realizadas na etapa de minijardim em E.


uroglobulus os principais agentes nocivos identificados foram Botrytis sp., Kirramyces
epicoccoides e ácaros (Figura 9).
A escala de severidade mostrou um aumento de cepas saudáveis na última
avaliação referente ao tratamento à base de Silicato de Potássio (T1), de 65,5% para
81,3%, assim como a diminuição das cepas com escala 2 de 30,5% para 17,8%.
Em T2, também, a quantidade de cepas saudáveis aumentou desde a 1º
avaliação de 58,3% para 81,2% e, uma significativa diminuição das cepas com escala
2, de 40,7% para 18,3%.
A severidade em T3, como nos demais tratamentos, demonstrou um aumento
nas cepas saudáveis na última avaliação de 72,9% (1ª avaliação) para 87,5%, e a
escala 2 com um significativo decréscimo de 25,8% para 10,4% na última avaliação.

Em T4 houve um aumento de 14,5% em relação a primeira e última avaliação


de cepas consideradas pela escala de severidade como saudáveis, assim como uma
significativa diminuição de 14,6% de cepas consideradas na escala 2.
25

Figura 9- Resultados do monitoramento fitossanitário realizado na etapa de Minijardim clonal nos


canaletões do material genético de E. uroglobulus (37355) tratamentos Sifol® (1), Ecotrich® (2),
Bioneem® (3) e Opera® (4). Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro, RS.

Fonte: Autora, (2017).

Na casa de vegetação os principais patógenos encontrados foram: (1)


Botrytis sp. e (2) Cylindrocladium sp. (Figura 10).
O patógeno Botrytis sp iniciou seus sintomas desde as primeiras avaliações,
afetando principalmente o tratamento à base de Silicato de Potássio (T1) com 6,7%
das estacas afetadas e o tratamento à base de Trichoderma sp. (T2) com 5,3% de
incidência. Esse patógeno não foi observado no tratamento químico (T4).
A severidade manteve-se na escala 2 em todos os tratamentos, os quais foram
observados os quadros sintomatológicos do patógeno.
26

Figura 10- Incidência média de (A) Botrytis sp. (B) Cylindrocladium sp. ao longo do tempo em E.
uroglobulus (A). Tratamentos: Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e Opera® (T4). Viveiro da
Celulose na casa de vegetação. Viveiro da Celulose riograndense, Barra do Ribeiro, RS, Brasil.

A B

Fonte: Autora, (2017).

No que se refere à Cylindrocladium sp., este apresentou o quadro


sintomatológico a partir do 7º dia de avaliação, incidindo principalmente no tratamento
à base do óleo de neem (T3) com 6,7% das estacas afetadas e com baixa incidência
o tratamento químico (T4) com 2,7% das estacas afetadas.
Em relação a severidade, todos os tratamentos apresentaram uma severidade
na escala 2, exceto o tratamento químico (T4), em que a severidade atingiu mais de
25% dos tecidos do hospedeiro, caracterizando-se em escala 3 de severidade.
Em relação ao enraizamento, igualmente ao clone de E. benthamii, apenas os
tratamentos 1 (Sifol®) e 4 (Opera®) apresentaram diferenças significativas em suas
médias ao 21º dia. Ao 28º dia as médias de todos os tratamentos decresceram (devido
a operação de limpeza), exceto a porcentagem de enraizamento do T3 (Ecotrich®).

Tabela 4 Médias de enraizamento avaliadas pelo Teste t (0,05) dos tratamentos durante o 21º dia e
28º dia de E. benthamii. Viveiro da Celulose Riograndense, Barra do Ribeiro, RS, Brasil. Tratamento:
Sifol® (T1), Ecotrich® (T2), Bioneem® (T3) e Opera® (T4).

Enraizamento de E. uroglobulus (%)


Tratamentos Média 21 dias Tratamentos Média 28 dias
2 9,33 b 3 5,33 a
3 20,00 ab 1 8,00 a
1 20,00 a 4 20,00 a
4 30,67 a 2 33,33 a
CV (%) 61,57
Fonte: Autora, (2017).
27

Em relação aos dados de sobrevivência avaliados após a saída da casa de


vegetação, T4 (Opera®) e T3 (Bioneem®) apresentaram os melhores resultados
(77,3%), T2 (Ecotrich®) também obteve resultados satisfatórios quando comparado
com os demais (70,7%) e o resultado menos favorável foi a sobrevivência do T1
(Sifol®) com 54,7%.

5 DISCUSSÃO

O patógeno com maior e principal incidência nas cepas na etapa de minijardim


de E. benthammi, em todos os tratamentos foi Oidium sp., o qual está associado entre
as principais doenças fúngicas do gênero Eucalyptus (SANTOS; GRIGOLETTI
JUNIOR, 2001). Oidium sp. pode ocasionar em redução no crescimento das mudas
assim como queda prematura das folhas, podendo inviabilizar a comercialização e
gerar perdas produtivas no viveiro (GRIGOLETTI JUNIOR; BIZI; AUER, 2005).
Ao analisar os resultados percebe-se que todos os tratamentos, exceto o
produto a base de Silicato de Potássio, na última avaliação possuíam maior incidência
de Oídio em relação ao início das aplicações. T1 apresentou 15,7% a menos de
incidência de Oídio 60 dias após aplicação.
Em estudos elaborados por Schultz et al. (2012) utilizando Silicato de Potássio
foi constatada a eficiência da pulverização em intervalos de 14 dias, no combate ao
Oídio assim como no incremento do colo em E. benthamii.
Apesar de obter resultados superiores aos demais tratamentos, não é possível
indicar com precisão os efeitos de T1 e dos demais tratamentos, tendo em vista que
após três aplicações, foi realizado rebaixamento das cepas, o que pode ter
influenciado na redução dos sintomas do patógeno, sendo este um fator que pode
explicar a linha decrescente apresentada na Figura 5 em todos os tratamentos entre
30 e 60 dias após aplicação dos tratamentos.
Na casa de vegetação o principal patógeno e, causador das maiores perdas
em E. benthamii, foi Rhizoctonia sp. Conforme Silveira et al. (2003), em virtude das
condições de alta temperatura e umidade, que são fundamentais para o processo de
enraizamento de estacas, acaba-se favorecendo a ocorrência do patógeno.
Foi possível observar que o patógeno se manifestou a partir do 7° dia, e
causou grandes danos aos tecidos de principalmente T4 (Opera®), T2 (Ecotrich®) e
T3 (Bioneem®), exercendo menor efeito sob T1. Em estudos realizados por Schurt et
28

al. (2013), utilizando o micronutriente Silício (Si) em plantas de arroz contaminadas


por Rhizoctonia, foram constatadas reduções dos sintomas. Tal fato, segundo Datnoff
et al. (2007) deve-se a característica do silício de aumentar a resistência de diversos
vegetais com relação à patógenos.
Conforme Gold et al. (1996) fungicidas a base de estrobilurina possuem
propriedades erradicantes e protetoras. O que foi testado e confirmado por Oliveira
(2006) ao testar o fungicida em inóculos de Rhizoctonia solani na cultura da cenoura.
Em estudos realizados por Dias, (2011) demonstraram que alguns isolados do fungo
Trichoderma mostraram resultados positivos na diminuição do crescimento micelial de
Rhizoctonia solani (44,8% de queda) pela produção de metabolitos voláteis e não
voláteis que competiram por espaço e nutrientes, mas que parte destes isolados não
obtiveram bom desempenho.
Ao testar o tratamento preventivo com óleo de neem em sementes de feijão em
contato com inóculos de Rhizoctonia solani Camelo et al. (2011) observaram que o
tratamento não foi eficaz na redução do inóculo nas sementes, contanto, tornaram
lenta a colonização e a penetração do fungo no interior das mesmas.
Ao analisar o progresso da doença, percebe-se que os níveis de severidade
aumentam conforme o tempo de contato do patógeno com o hospedeiro e incidência
da doença. A característica de teia micélica presente neste patógeno confere à
Rhizoctonia grande poder de disseminação, aumentando a incidência e quantidade
de tecido infectado ao longo do tempo, consequentemente, levando à morte da
estaca.
O T2 sofreu maior efeito significativo de Botrytis sp. que os demais
tratamentos, em estudos realizados por Sbravatti Junior et al., (2016) mostraram que
fungo Trichoderma atroviride reduziu significativamente a severidade dos sintomas de
Botrytis sp., independentemente do tempo de aplicação prévio, de modo similar ao
fungicida, talvez o efeito dos produtos possa ter limitado a invasão dos tecidos por
parte do patógeno, estabilizando a severidade ao longo do tempo.
Cylindrocladium sp. apareceu significativamente em T4 e T3. Em T4
provavelmente o uso contínuo de fungicida de grupo químico possa ter favorecido o
aparecimento de isolados de Cylindrocladium spp. como verificado por Alfenas,
Demuner e Silva, (1987). Costa et al., (2017) encontraram resultados divergentes
quanto o efeito do Óleo de neem (T3) e o patógeno Cylindrocladium, conforme as
29

análises realizadas, os extratos aquosos de folhas de neem apresentaram satisfatório


potencial no controle alternativo in vitro do fungo Cylindrocadium sp.
Ainda, Alencar Sobrinho, (2016) também encontrou resultados positivos
quanto ao crescimento de Cylindrocladium em extratos de nem, sendo a efetividade
de 14,55%.
Devido à alta ocorrência de doenças, T3 obteve a menor sobrevivência, e
também os resultados menos favoráveis da média dos enraizamentos, sendo
considerado o tratamento nesse estudo com os mais baixos índices (sobrevivência,
enraizamento).
O tratamento com Silicato de Potássio (T1) obteve bons índices de
enraizamento e resistência a doenças, e a segunda maior sobrevivência
conjuntamente com T2. Apesar dos bons índices de enraizamentos, estudos
realizados por Caiafa, (2016) com diferentes dosagens do nutriente Si, não mostraram
interação entre enraizamento com o aumento das concentrações de Si na planta em
Eucalyptus spp.
Os demais tratamentos T4 e T2 foram semelhantes quanto ao quadro de
doenças, e obtiveram os melhores índices de enraizamento, sendo a sobrevivência
de T4 superior à de T2, e o enraizamento ao 28º dia de T3 superior ao T4. Bons
índices de enraizamento foram obtidos por Fortes, et al., (2007) ao utilizar isolados de
Trichoderma sp., aumentando a porcentagem de enraizamento em microestacas de
Eucalyptus.
Na etapa de minijardim, de E. uroglobulus o principal patógeno encontrado foi
Kirramyces epicoccoides os sintomas, exsudação de massas de conídios em cordões
(cirros), cuja coloração negra lembra a fumagina na parte inferior das folhas mais
velhas (ALFENAS et al., 2004).
Visivelmente nas avaliações podia-se notar a incidência do patógeno,
entretanto, o mesmo não causava danos significativos nas cepas, observando-se em
todos os tratamentos. Ainda, pode-se observar que o clone E. urophylla x E. globulus
possui boa resistência quanto a patógenos no minijardim clonal.
Nesta etapa, não é possível uma conclusão acerca da eficiência dos
tratamentos, visando que semelhante as operações realizadas em E. benthamii
também foi realizado um rebaixamento de cepa, tornando a curva entre o 30º dia e
60º dia decrescente em todos os tratamentos conforme apresentado pela Figura 7.
30

Na etapa da casa de vegetação o tratamento mais susceptível a doenças foi


T1, foi o mais afetado por Botrytis sp. e Cylindrocladium sp. em testes realizados por
Silva, (2012) com Cucumis sativus e aplicações preventivas de Si no combate de
Botrytis cinerea, não foi encontrado nenhum resultado positivo com relação a
interação entre o fungo e o nutriente.
Em avaliações realizadas por Ziman, Elad e Chet (1996), foi demonstrado que
o uso de Trichoderma harzianum auxiliou no combate de Botrytis, reduzindo as
atividades enzimáticas do patógeno.
Entretanto, os dois materiais genéticos avaliados neste estudo, o T2 foi
significativamente afetado por Botrytis. Conforme estudo realizado por Elad (2000)
nenhum resultado positivo foi encontrado com isolados Trichoderma harzianum no
combate de Botrytis cinerea.
No estudo aqui apresentado, T2 e T4 foram considerados os tratamentos com
menor incidência de doenças em E. uroglobulus.
O tratamento químico T4 foi o tratamento com os melhores índices de controle
a doenças, contudo, a severidade de Cylindrocladium sp. pode ter gerado o descarte
de mudas já enraizadas no processo de limpeza, diminuindo a média de enraizamento
do tratamento, mesmo assim, o mesmo apresentou a maior porcentagem de
sobrevivência.
Observa-se que houve a incidência de Cylindrocladium, tanto em E. benthamii
quanto em E. uroglobulus no T4, em estudos realizados por Ferreira at al. (2006) com
o fungo Cylindrocladium e a efetividade de fungicidas sistêmicos mostrou-se variável,
os compostos a base de estrobilurina obtiveram baixa sensibilidade micelial por parte
do patógeno. Esse fato pode estar associado à indução da respiração alternativa que
catalisa a transferência de elétrons para o oxigênio por parte do fungo (YPEMA;
GOLD, 1999).
O tratamento com o micronutriente Silicio (T1) no 28° dia obteve índices altos
de enraizamento e baixos índices de sobrevivência, quando comparado aos demais
tratamentos, entretanto, como visto anteriormente para E. benthamii não há, baseado
em outros testes, comprovação da interação entre o nutriente em questão e o
crescimento de raízes e, possivelmente, devido as doenças houve maior descarte de
estacas.
31

Observou-se, ainda, que o tratamento à base de Trichoderma possuía baixo


índice de enraizamento no 21° dia de avaliação, entretanto, após a operação de
limpeza e com o índice de sobrevivência satisfatório, algumas estacas apresentaram
raízes, elevando a média de enraizamento do tratamento.
Tanto no teste realizado com E. benthamii quanto em relação aos testes
realizados com E. uroglobulus, os resultados de enraizamento e incidência de
doenças do T3 não foram satisfatórios.

6 CONCLUSÃO

Os resultados demonstraram que o tratamento com o Óleo de neem


(Bioneem®) foi o tratamento com os resultados com a maior incidência de doenças e
menores índices de enraizamento e sobrevivência.
O tratamento químico (Opera®) obteve bom desempenho tanto em E.
bethamii quanto em E. uroglobulus, foi o tratamento que obteve menor incidência de
doenças em E. uroglobulus, entretanto altos índices de Cylindrocladium sp. e
Rhizoctonia sp. em E. benthamii. O tratamento obteve os melhores índices de
sobrevivência e enraizamento quando comparado aos demais tratamentos.
O tratamento com Sifol® obteve a menor incidência de agentes nocivos em
E. benthamii, com baixa incidência de doenças em E. uroglobulus. O tratamento a
base de Trichoderma sp. obteve os melhores resultados de enraizamento ao 28° dia,
com índices satisfatórios de sobrevivência e incidência de doenças quando
comparado aos demais.
Assim, com base nesse estudo, recomenda-se teste com diferentes doses de
silicato de potássio e Trichoderma sp. Também, elaboração de testes a fim de
determinar a eficiência da aplicação de produtos dentro da casa de vegetação como
medida preventiva a doenças.
O presente trabalho sugere que os tratamentos sejam testados por um tempo
maior, visando avaliar quais são os seus benefícios para com o manejo integrado de
doenças. Ainda, uma possível avaliação no potencial de recuperação de mudas
afetadas, visando um melhor aproveitamento dos materiais e deixando a operação de
32

descarte mais bem subsidiada, sendo esta a principal medida de erradicação de fonte
de inoculo.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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