ÁREA

internacional
jornal O JORNAL DE QUEM FAZ A PETROBRAS

Riqueza Descoberto no Peru

em campo campo de gás natural

com vazão inicial de
um milhão de metros
cúbicos diários

terrestre pág. 6 e 7
Janeiro 2008
N°30
Ano III

Petrobras/ Geraldo Falcão

MontevideoGas Petrobras entre

fecha 2007 com as seis maiores
lucro histórico do mundo
pág. 2 pág. 5

■ Mudanças ■ Biblioteca presta

gerenciais serviço no exterior
pág. 5 pág. 11

EDITORIAL
Uma nova
província de gás
na América Latina
A descoberta de gás natural
e condensado, em janeiro, no
campo de Kinteroni, no Peru,
representa mais um passo da
Área Internacional para atingir
uma das metas do Plano de
Negócios 2008-2012, que
busca a liderança no mercado
nacional de gás natural, por
meio de uma atuação
integrada nos mercados de
gás e energia elétrica com
foco na América do Sul.
Segundo estimativas
preliminares, a estrutura da
descoberta poderá acomodar
2,5 TCF (56 bilhões de m3) de
gás, o que se reveste de
grande importância ao se
comparar esse volume com as
atuais reservas provadas da
Petrobras no exterior, de cerca
de 2,4 TCF (SPE). A vocação
da Petrobras para realizar
descobertas acena ainda com
outros êxitos, uma vez que a
nova jazida está próxima aos
blocos 58 e 110, onde a
Petrobras tem atividades
exploratórias com 100%
de participação.
Trata-se de uma região que
tende a ganhar importância no
cenário internacional da
Companhia, uma vez que
existe um grande potencial
para descobertas, o que torna
o Peru um país promissor na
trajetória de êxitos da atuação
da Petrobras no exterior.
Samir Awad
Gerente Executivo para
Américas, África e Eurásia
2 Dúvidas e sugestões: Chave da Gerência ● Inter-Corp/COM - NIF9
Petrobras/Geraldo Falcão
MontevideoGas
apresenta primeiro lucro
distribuidora de gás de Montevi-
A
déu (MontevideoGas), controlada
pela Petrobras há apenas 18 me-
ses, apresentou lucro em seu balanço anual
pela primeira vez desde que foi privatiza-
da, em 1995. A empresa fechou 2007 com
faturamento de US$ 27,3 milhões – resul-
tado 55% acima do ano anterior – e lucro
de US$ 1,7 milhão. Durante os 11 anos an-
teriores, a MontevideoGas havia acumula-
do prejuízo de cerca de US$ 21 milhões.
O resultado positivo veio bem antes do
esperado pela Petrobras, que estimava um
prazo de quatro anos para reverter a situa-
ção. Fatos como o acordo comercial com
os provedores de gás natural, as vendas
recorde do último inverno e a depreciação
do dólar frente ao peso uruguaio – que re-
duziu o valor dos empréstimos bancários
tomados em dólar – permitiram reverter o
resultado em apenas um ano e meio.
Quando a Petrobras assumiu a gestão
da MontevideoGas (ex-Gaseba Uruguay),
em junho de 2006, a empresa contava com
metade de sua rede de distribuição dete-
riorada e tinha um perfil de endividamento
de curto prazo, o que a obrigava a pagar
elevadas taxas de juros. “Os locais de tra-
balho da área operacional eram insalubres,
e o quadro de empregados estava teme-
ÁREA
internacional
jornal
Gerente de Comunicação: Márcia Figueiredo
Editor Responsável: José Carlos Cidade
Redação: Maria Augusta Seixas
Reportagem: Andreia Maia, Augusto Góes Tirre, Fernanda Mello,
Maria Tereza Lameiras e Miguel Perez
Diagramação e Tratamento de Imagens: SMPG/Daniel Tiriba
Imagem de Capa: Montagem sobre foto de Repsol
Revisão: Fani Knoploch ● Fotolitos e Impressão: J. Sholna
Na sede da
empresa,
no centro
da capital
uruguaia,
o lucro da
Montevideo
Gas foi
uma das
melhores
notícias
dos últimos
11 anos
roso em relação ao novo comando”, ava-
lia o gerente geral da MontevideoGas,
Augusto Riezemberg.
A partir da entrada da Petrobras, fo-
ram tomadas diversas medidas para recu-
perar a infra-estrutura e reverter a situação
financeira. A mudança da marca para
MontevideoGas buscou evidenciar o novo
direcionamento, focado no atendimento às
necessidades dos clientes.
Na área comercial, foram adotadas po-
líticas agressivas para captar novos clien-
tes residenciais, além de se ter renegocia-
do as tarifas dos clientes industriais. Mes-
mo considerando as restrições de envio de
gás natural da Argentina, o volume de ven-
das aumentou 7% em um ano. Houve ain-
da uma mudança de postura em relação
aos funcionários, que agora trabalham em
novas e modernas instalações, contam com
programas de capacitação e de saúde, e
tiveram seus postos de trabalho preserva-
dos, como prometido.
“Após um início turbulento, vamos con-
quistando gradativamente a confiança do
público interno. O resultado já se reflete nos
números”, comemora Riezemberg, que se
reúne semanalmente com grupos de 10 a
15 colaboradores para trocar idéias e ou-
vir sugestões.
 Petrobras sobe para o sexto

EM FOCO
lugar entre as maiores do mundo
ara uma empresa de energia que e Petrochina, já que essas empresas em mente, a PFC publica o ranking das 50 maio-
P deseja estar entre as cinco maio-
res do mundo em 2020, che-
geral têm maior acesso às reservas mun-
diais de petróleo.
res companhias de energia com ações em
bolsa e tem como principal critério o des-
gar ao sexto lugar no início de 2008 é A PFC Energy é uma consultoria de ener- empenho no mercado de capitais. O ran-
motivo de comemoração. Em 2007, a gia que atua em empresas e governos de king completo está disponível no site
Petrobras saltou do 11º lugar para o sex- todo o mundo há mais de 20 anos. Anual- www.pfcenergy.com.
to lugar no ranking organizado pela con-
sultoria PFC Energy 50, divulgado pelo As dez maiores empresas de energia
Financial Times em 23 de janeiro.
Valor de
A classificação levou em conta os va- 2007 2006 Empresa mercado País
lores de mercado no final de 2007. "A (US$ bi)
Petrobras, a empresa brasileira com duas 1 3 Petrochina 723.2 China
grandes descobertas em seu nome nos úl- 2 1 ExxonMobil 511.9 Estados Unidos
timos meses, subiu da 11ª para a sexta po- 3 2 Gazprom 332 Rússia
sição, com alta de 93% no preço de suas
4 4 Royal Dutch Shell 264.6 Holanda
ações, substituindo a Total, que caiu para
5 12 Sinopec 249.5 China
o oitavo lugar, com apenas 4% de aumen-
to no preço de suas ações", publicou o jor-
6 11 Petrobras 241.7 Brasil
nal britânico. 7 5 BP 230.7 Grã-Bretanha
De acordo com a PFC Energy, o ranking 8 6 Total 198.5 França
reflete o crescimento das empresas de pe- 9 10 BHP Billiton 197.5 Austrália
tróleo ligadas ao Estado, como Petrobras 10 7 Chevron 197.1 Estados Unidos

Pesquisa destaca Petrobras como uma

das melhores empregadoras na Bolívia
UN-Bolívia

A Petrobras está entre as melhores em-

pregadoras da Bolívia. Esta avaliação é re-
sultado de uma pesquisa que entrevistou
638 pessoas em La Paz e Santa Cruz, uma
mostra com diferentes idades, classes so-
ciais e gêneros. Em Santa Cruz, onde a
companhia tem seu escritório, a Petrobras
ficou em primeiro lugar, com 25% da pre-
ferência dos entrevistados.
Publicada pelo semanário Bolivian Bu-
siness, a pesquisa levou em conta as res-
postas que apontam as empresas que atraem
pessoal e projetam uma imagem de respon- Empregados da UN-Bolívia comemoram resultado positivo da pesquisa
sabilidade com seus trabalhadores e clien-
tes. Também foram analisados indicadores de e produtos que alcançam o reconheci- hia e ressaltou a importância do processo
sobre a satisfação das necessidades pes- mento da população, o que se transforma de Gerenciamento de Desempenho (GD),
soais e familiares mediante um salário com- em orgulho de trabalhar na empresa. que envolve planejamento, acompanhamen-
petitivo, o respeito aos direitos trabalhistas O gerente geral da UN-Bolívia, José Fer- to e avaliação dos trabalhadores: “Eles são
e o constante interesse em capacitar os em- nando de Freitas, acredita que os resulta- motivados para a negociação, análise e re-
pregados. Além disso, foi mensurada a ca- dos alcançados na pesquisa refletem a boa flexão sobre os resultados esperados em
pacidade de oferecer serviços de qualida- gestão de recursos humanos pela Compan- suas funções”, diz.
3
PROANI

ProAni: êxito na Argentina será

exemplo para outras unidades
PRÓXIMA ETAPA DO PROGRAMA É A MONTAGEM DO MODELO DE
GOVERNO DE PROCESSOS NOS ESTADOS UNIDOS E EM ANGOLA
atisfação, orgulho e prazer pelo
S dever cumprido. Essas foram as
emoções vivenciadas pela equi-
pe envolvida no ProAni em 7 de janeiro. Nes-
se dia, foram implementados, com êxito e
de forma tranqüila, os seis ciclos de pro-
cessos que faltavam e os que restavam dos
ciclos de RH e de Compras e Inventários.
Segundo o coordenador do projeto, Nor-
berto Caputo, as primeiras impressões co-
lhidas no final do dia foram positivas, dian-
te do reduzido número de problemas.
“A implementação ocorreu melhor do que
o esperado graças à dedicação da equi-
pe. O número de imprevistos ficou abaixo
da expectativa, e a solução das questões
críticas teve um tempo de resposta eficaz.
Os assuntos que poderiam ter causado im-
pacto nos negócios da Petrobras na Argen-
tina foram rapidamente equacionados, ge-
portamento é natural, e há indicadores que tos da Lei Sarbanes-Oxley (SOX); e o ter-
apontam a crescente aceitação das mu- ceiro implementa tudo isto apoiado numa
danças no dia-a-dia da empresa. “O fato ferramenta integrada.
de já estarmos falando e tratando de ques- Neste momento, o ProAni caminha para
tões sobre processos é sinal claro de que o seguinte cenário: o go live passa pelo
a ferramenta está respondendo muito sa- acompanhamento de toda a operação até
tisfatoriamente e não representa um obs- os fechamentos, que ocorrem no final des-
táculo que poderia paralisar alguma ope- te mês, e o esforço de estabilização de-
ração”, explica. verá continuar por no mínimo três meses.
Mas ainda há bastante trabalho pela fren- Por outro lado, do ponto de vista de evo-
te para consolidar o sucesso e seguir com lução do modelo e implementação em ou-
a evolução dos processos e a multiplica- tras unidades de negócio, o desafio ini-
ção por meio dos rollouts (modelo que ser- cial será desmobilizar o ProAni como pro-
virá para implementações futuras). “O jeto, sem afetar o bom funcionamento da
ProAni é o somatório de três projetos que Unidade Argentina, e montar a nova es-
poderiam se desenvolver de forma indepen- trutura de governo de processos (forma-
dente, mas que, ao serem tratados no mes- da por diversas gerências da sede), acom-
mo âmbito e no mesmo momento, propor- panhada de uma segura transferência do
cionam mais benefícios, com menores cus- conhecimento. “Só assim estarão garan-
tos”, explica Caputo. O tidas as condições de

“
rando otimismo, o que compensou o es- primeiro projeto trata da
forço concentrado dos dias anteriores ao criação de um modelo de
go live”, comemora Caputo. processos de negócios,
Por parte dos empregados, a aceitação comum e replicável, bus-
é animadora. De acordo com Caputo, as cando unificar, padroni-
principais dificuldades de adaptação não zar e melhorar as práti-
se referem apenas à utilização da ferramen- cas em todas as unida-
ta, mas também à adoção de novos pro- des; o segundo adapta a
cessos. Para a equipe do ProAni, esse com- organização aos requisi-
A implementação
ocorreu melhor do que
o esperado graças à
dedicação da equipe”
Norberto Caputo
retomar o desafio de
implementar o mode-
lo, em 2008, nas pró-
ximas unidades já se-
lecionadas, Estados
Unidos e Angola, e
numa terceira (da
América Latina), ainda
a ser definida.
Pesa

Trabalhadores da Refinaria San Lorenzo despacham a primeira remessa com o novo sistema de gestão por processos
4
Veja a entrevista completa com Norberto Caputo na Intranet da Área Internacional, na página da gerência de Comunicação
 Executivos assumem novos desafios

O ano de 2008 traz mudanças geren-
ciais na Internacional, com alguns execu-
tivos assumindo novas funções seja na sede
ou nos demais países.
Em 1º de fevereiro, Décio Oddone deixa
a gerência executiva do Cone Sul para assu-
mir novo desafio a frente da gerência geral da
UN-Argentina, substituindo Carlos Fontes, que
agora passará a exercer novas funções de alta
direção no Brasil. No lugar antes ocupado por
Décio, assume José de Freitas, que ocupa-
va a gerência geral da UN-Bolívia.
A partir da mesma data, as atividades
da Petrobras na Bolívia passam a ser co-
mandadas por Claudio Castejon, atual
executivo do Corporativo Internacional.
Paulo Aquino, que troca a gerência ge-
ral de Estratégia e Planejamento pela ge-
rência executiva. A pasta de Estratégia
e Planejamento será liderada por Adel-
son Silva, que antes respondia pelos Re-
cursos Humanos. Esta cadeira será
MUDANÇAS GERENCIAIS
ocupada por José Carlos Moreira, vindo
da BR Distribuidora.
Dirceu Abrahão, gerente geral da UN-
Colômbia, aceitou o convite para ser ge-
rente geral do Equador, no lugar de Luiz
Augusto Marciano. Dirceu passa o bastão
para Abílio Ramos, que se despede da ge-
rência executiva de Suporte Técnico aos
Negócios. Em seu lugar, assume Carlos Al-
berto Oliveira, que antes comandada a ge-
rência geral de E&P na Argentina.

INTER-TEC INTER-CS
O engenheiro mecânico Ingresso na Petrobras em 1979 como
Carlos Alberto Oliveira atua engenheiro de equipamentos, José de
na Petrobras desde 1981. Freitas é engenheiro mecânico e master
Com especialização em em administração. Antes da UN-Bolívia,
engenharia de petróleo e foi gerente executivo internacional de
master em finanças, ocupou, Gás, Energia e Engenharia.
entre 1999 e 2003, a
gerência executiva
Corporativa da Área de E&P.

PB-EQUADOR
Dirceu Abrahão está na
Petrobras desde 1974. É
doutor em Geologia do
Petróleo e desde 2005
atuou como gerente
geral da UN-Colômbia. INTER-CORP
O geólogo Paulo
Cezar Aquino está
na Petrobras desde
UN-COLÔMBIA 1981. Assumiu, entre
Abílio Ramos é UN-BOLÍVIA outras funções, os
engenheiro químico Cláudio Castejon, na cargos de assessor
especializado Petrobras desde 1983, do Gabinete da
em petróleo e é engenheiro elétrico Presidência (2005 e
petroquímica, com com especializações em 2006) e gerente
MBAs em estratégia e engenharia de produção geral da UN-Colômbia
em gestão de negócios de petróleo e em gestão (1999-2005).
internacionais. Está a de negócios. Na UN-Bolívia,
Petrobras desde 1979. foi gerente de Planejamento
e Serviços (2002).

INTER-CORP/RH
O engenheiro de equipamentos
José Carlos Moreira entrou na
Petrobras em 1969. Nos anos
1990, coordenou a implantação
do Processo de Qualidade Total
da empresa. Foi gerente executivo
do RH da BR Distribuidora.
UN-ARGENTINA
Décio Oddone é engenheiro
eletrônico com especializações INTER-CORP/EPL
em engenharia do petróleo e Adelson Silva entrou na Petrobras em 1979,
gestão de negócios. Na Petrobras como auditor. Formado em ciências contábeis,
desde 1985, ocupou diversos tem especialização em gestão empresarial
cargos no Brasil, Argentina, e em direito tributário. Respondia pelo RH 5
Angola, Líbia e Bolívia. da Internacional desde julho de 2006.
 Um novo eldor
PERU
DESCOBERTA DE RESERVAS PERUANAS
DE GÁS NATURAL E CONDENSADOS GANHA
DESTAQUE NA CARTEIRA DE NEGÓCIOS
ano de 2008 começou com a
O descoberta de gás natural e con-
densado no campo de Kintero-
ni (lote 57), no Peru, a uma vazão de um
milhão de metros cúbicos de gás por dia
e 198 metros cúbicos de condensado
(óleo leve extraído com o gás) – volume
registrado em janeiro, nos primeiros
testes de produção. O resultado positi-
vo dessa campanha exploratória está sen-
do comemorado pela Petrobras, que tem
46,16% de participação e pela operado-
ra Repsol, 53,84%.
A estrutura da descoberta possui ex-
tensão superior a 22 quilômetros e apro-
ximadamente 115 metros de reservató-
rios contendo gás e condensados. São
dimensões suficientes para acomodar vo-
lumes de cerca de 2,5 TCF (56 bilhões
de m3), embora os dados disponíveis ain-
da não permitam definir com exatidão to-
dos os recursos.
Comparando-se com as reservas pro-
vadas da Petrobras no exterior a desco-
berta ganha ainda mais importância, pois
as reservas internacionais da empresa são
de aproximadamente 2,4 TCF (SPE). Na ava-
liação do gerente executivo da Internacio-
nal para as Américas, África e Eurásia, Sa-
mir Awad, o país andino se coloca hoje como
um dos mais promissores na atuação in-
ternacional da Petrobras. “A nova
descoberta de gás é
“
6
uma das mais relevantes para a Área In-
ternacional nos últimos três anos”, afirma.
Atividades da Petrobras no Peru
A Companhia atua no país andino por
meio da Petrobras Energía Perú S.A, de-
tendo direitos de exploração e produção
de petróleo e gás natural nos lotes X, 57,
58,103, 110, 117, além de realizar estu-
dos técnicos – Technical Evaluation Agre-
ment (TEA) – em outros seis Lotes.
As principais operações se concentram
no Lote X, único em produção, localizado
no noroeste do Peru, na bacia de Talara,
com 100% de participação e produção de
15 mil barris equivalentes de óleo e gás na-
tural por dia. No total, a Companhia pos-
sui cinco Lotes exploratórios em sua car-
teira de negócios naquele país, nos quais
participa, com outras empresas petrolífe-
ras, da fase de prospecção.
Em outubro de 2007, foi renovada a par- Atualmente, a Companhia aguarda do
ceria entre a Petrobras, a estatal local Pe- governo peruano a aprovação da licen-
troperu e a Perupetro, promotora e regu- ça ambiental para iniciar a atividade ex-
ladora do setor do país, com o intuito de ploratória no Bloco 58, na região sudes-
promover novos investimentos no Peru nas te do país.
áreas de exploração, produção, transpor-
te, refino e distribuição. Na ocasião, foram Compra e venda
identificadas várias oportunidades de co- Os investimentos da Companhia vêm
operação e associação em produção de pe- crescendo desde dezembro passado em
tróleo e gás entre os dois países. terras peruanas. A Petrobras Internacio-
Essa descoberta é uma
das mais relevantes para
a Área Internacional nos
últimos três anos”
Samir Awad
rado nos Andes

PERU
Repsol
117

TEA
Ativo de produção
do Bloco 57

103

110

57
58

Blocos exploratórios com

participação da Petrobras
em território Peruano

nal Braspetro (PIB-BV), subsidiária inter-
nacional da estatal brasileira na Holan-
da, comprou 40% da Petrobras Ener-
gía Peru que antes pertencia a ar-
gentina Petrobras Energia
(Pesa). O valor da venda
foi de US$ 423,3
milhões e o con-
trole acionário da empresa peruana mica de Cuyo para os sócios argentinos,
passa a ser compartilhado pela Pesa os grupos Admire Trading Company, e In-
(59,79%) e pela PIB-BV (40%). vestidor Petroquímica. Localizada na re-
Ao mesmo tempo, a Pesa gião de Mendonza, a Petroquímica pro-
vendeu por US$ duz polipropileno – produto presente nas
32 milhões a indústrias de embalagens, automobilísti-
participação ca, alimentícia, cosmética, agrotêxtil e de
de 40% da construção – em uma planta industrial lo-
Petroquí- calizada no município de Luján de Cuyo.

7
 Stéferson Faria
GESTÃO
Assinaram o acordo pela Petrobras os diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Nestor Cerveró (Área Internacional).
A Total foi representada pelo vice-presidente, Patrick Pouyanné, e pelo vice-presidente Américas-E&P, Michel Seguin.
Petrobras e Total planejam explorar
óleo em rochas betuminosas
Petrobras e a francesa Total ava-
A
liarão oportunidades em explora-
ção, desenvolvimento e produção
de óleo extraído de rochas betuminosas de
depósitos existentes em regiões específi-
cas de países da África e Oriente Médio.
Conforme o acordo de cooperação assina-
do em 21 de dezembro as empresas rea-
lizarão estudos, intercâmbio de informações
e negociarão contratos de concessão.
Se for confirmada a viabilidade ambien-
tal, legal, técnica e econômica e houver a
aprovação das diretorias executivas das duas
empresas, será avaliado o desenvolvimen-
to dos projetos, nos quais a Petrobras fica-
rá como operadora.
Ampliação na refinaria de Bahía Blanca
A Refinaria Dr. Ricardo Eliçabe de Ba-
hía Blanca, na Argentina, terá sua capa-
cidade de refino ampliada. Técnicos da
Gerência Executiva de Suporte Técnico
aos Negócios da Área Internacional es-
tão trabalhando ao lado de técnicos da
Petrobras Energía (Pesa) no projeto.
A reestruturação (revamp) está na fase
de identificação de oportunidades (Fase 1)
da metodologia FEL (Front End Loading), que
deverá estar concluída em fevereiro deste ano.
Após a conclusão desta etapa, as análises
técnicas e econômicas serão submetidas à
aprovação da diretoria da Pesa. Segundo Luis
Petrobras/Geraldo Falcão
A primeira fase da ampliação da refinaria
deverá ser concluída em fevereiro
8
O intercâmbio de tecnologias também está
previsto no acordo. “A Petrobras é detento-
ra do processo mais avançado de extração
de óleo de rochas betuminosas, o Petrosix,
e tem uma unidade em escala industrial, ope-
rando comercialmente desde 1991, produ-
zindo óleo, gás combustível, gás liquefeito, além
de outros subprodutos. E a Total tem tecno-
logia de ponta na melhoria de óleos e pro-
fundo conhecimento da região onde estão si-
tuados os projetos de interesse”, conta o ge-
rente de novos negócios do escritório da
Petrobras em Londres, Demarco Epifanio.
Avaliação do mercado
As rochas betuminosas se transforma-
Passini, coordenador do projeto na Pesa, o
trabalho se destina a preparar a refinaria para
processar óleos pesados da Argentina e a
dotá-la de capacidade adicional compatível
com as demais instalações.
Para assegurar eficiência à gestão do
projeto, o grupo de revisão, formado por
técnicos das gerências de Engenharia de
Instalações (Inter-TEC/EI) e de Refino e
Petroquímica (Inter-TEC/AB/RP), se reu-
niu com profissionais da Pesa, em de-
zembro passado, para avaliar esta pri-
meira fase do projeto.
No encontro, foram analisados o ter-
ram em uma atrativa fonte de produção de
petróleo, com a crescente demanda pela
commodity e as elevações dos preços do
barril no mercado internacional. “O cená-
rio de escassez e os altos preços do pe-
tróleo têm atraído a atenção e os investi-
mentos das empresas na busca de novas
fontes de energia, entre elas, as rochas be-
tuminosas, cujo produto muito se assemel-
ha aos óleos crus”, explica Demarco.
Atualmente, diversos países estão con-
siderando a retomada ou expansão das suas
unidades de produção de óleo extraído de
rochas betuminosas. O acordo de coope-
ração entre a Petrobras e a Total segue essa
tendência mundial.
mo de referência, a identificação de ris-
cos, o cronograma e demais documen-
tos que compõem a versão preliminar do
pacote de suporte à decisão (PSD). Tam-
bém foram planejadas novas ações para
a FEL 1, como a elaboração de uma nova
declaração de escopo; a revisão do cro-
nograma, da estrutura analítica do proje-
to, da matriz de riscos e do estudo de via-
bilidade técnico-econômica em diferentes
cenários que reflitam os principais riscos
detectados; e a complementação de in-
formações sobre SMS, custos da FEL 2
(projeto conceitual) e balanço de materiais.

Gestão de portfólio busca
a melhor carteira de ativos
dequar os investimentos da In-
A ternacional ao Plano Estratégi-
co da Petrobras, além de gerar
e avaliar informações da carteira de negó-
cios para que a alta administração possa
decidir sobre a melhor alocação de recur-
sos. Estes são os principais objetivos da
atividade de gestão de portfólio, que na
sede envolve gerências executivas do Cone
Sul (Inter-CS), de Américas, África e Eu-
rásia (Inter-AFE) e do Corporativo (Inter-Corp).
“Quando um bloco é adquirido, por
exemplo, fazemos um primeiro cálculo do
Carvalhinho, Gustavo e Isaac: trabalho contínuo para garantir o investimento certo no lugar correto
Atividade se relaciona ao processo decisório
As informações sobre todos os ativos
gerenciados tanto pela AFE quanto pelo
Cone Sul são consolidadas em análises
e indicadores pela gerência de Portfólio In-
tegrado e Gestão de Risco (Inter-
Corp/EPL/PGR). A finalidade, entre outras,
é direcionar a elaboração do Plano de Ne-
gócios da Área Internacional, que busca-
rá um alinhamento com o Plano de Ne-
gócios da companhia como um todo.
“A elaboração do plano é o ponto cul-
valor do ativo, de acordo com capital in- O processo mobiliza vários profissio-
vestido, custos operacionais e estimati- nais nas unidades e escritórios no exte-
vas de reservas. Com a sís-
mica, é possível chegar a
parâmetros mais funda-
mentados, e o ativo é mo-
nitorado durante todas as
fases de sua vida, sendo seu
desempenho medido junto
“
O trabalho de
quantificação
de riscos é
referência na
com o de outros ativos”, ex- Petrobras”
plica o gerente de Gestão
de Portfólio da Inter-AFE, José Carlos
Isaac Ferreira. Carvalhinho
minante de nossa atividade, que está inti-
mamente relacionada ao processo decisó-
rio da Companhia”, afirma José Carlos Car-
valhinho, gerente da Inter-Corp/EPL/PGR.
Ele acrescenta que, até pela de quantida-
de de variáveis envolvidas nas atividades
ao redor do mundo – como diferentes am-
bientes regulatórios, regimes fiscais e re-
gimes políticos –, o trabalho de quantifica-
ção de riscos da Internacional atingiu um
padrão de qualidade reconhecido como re-
GESTÃO
rior, em um fluxo contínuo de
ida e volta de dados. “Cada
fato novo, seja uma mudan-
ça na tributação em um país,
a necessidade de furar um
novo poço ou uma descober-
ta adicional, gera a necessi-
dade de reavaliação econô-
mica”, completa Gustavo
Mas, gerente de Gestão de
Portfólio da Inter-CS.
Guta Seixas
ferência dentro do Sistema Petrobras.
O trabalho de gestão de portfólio usa
principalmente a ferramenta ARI (Análise
de Risco de Investimentos), um sistema
de avaliação determinística e probabilís-
tica de carteira e fluxo de caixa. “Com o
aprimoramento da metodologia utilizada
nesta ferramenta, podemos quantificar per-
cepções de riscos e resultados, além de
avaliar a integração entre os diferentes ne-
gócios”, acrescenta Gustavo Mas.
9
SMS

Capacitação para
auditoria comportamental
MEDIDAS EDUCATIVAS PODEM DIMINUIR DESVIOS E ACIDENTES DE TRABALHO
Petrobras/ Geraldo Falcão

s gestores da Área Internacio-

O nal passarão por um programa
de capacitação em SMS e au-
ditoria comportamental em 2008, com
início em março. O trabalho de treinamen-
to teórico e prático, coordenado pela ge-
rência de Segurança, Meio Ambiente e
Saúde (Inter-Corp/SMS), em parceria com
a Universidade Petrobras, cumpre a pri-
meira das 15 diretrizes de SMS, que tra-
ta de liderança e responsabilidade.
“Essa diretriz dispõe sobre a promoção,
em todos os níveis, da política corporativa
de SMS e o exercício da liderança pelo
exemplo, de modo a assegurar o máximo
comprometimento da força de trabalho com
o desempenho em SMS”, explica Luiz Al-
berto Igrejas, gerente da Inter-Corp/SMS. Treinamento formará auditores comportamentais com a missão de diminuir desvios
Esse trabalho está inserido no programa de
excelência em SMS, que faz parte da Agen- A pirâmide de
acidentalidade
da Estratégica da Área Internacional, alinha- mostra que para
da à política corporativa, cuja meta é atin- cada 30 mil
gir a excelência em SMS até 2015. “Exis- desvios se
produz uma
tem programas de auditorias comportamen- fatalidade
tais em todas as unidades operacionais e,
por esta razão, cabe a cada unidade rea-
lizar suas auditorias, para reduzir o núme-
ro de desvios”, diz.

Desvios precedem acidentes

Os estudos sobre acidentes laborais
revelam que, para cada 30 mil desvios,
se produz um acidente com fatalidade. Por
esta razão, é importante evitar desvios,
ou seja, qualquer ação ou condição que
tenha potencial para causar, direta ou in-
diretamente, danos a pessoas ou ao pa-
trimônio da companhia.
Durante uma auditoria comportamen-
tal, o gerente pode registrar os desvios
e estabelecer uma forma de bloqueá-los
ou interrompê-los. Além disso, a audito-
ria permite que os empregados se sintam
valorizados, por poderem compartilhar suas
inquietudes sobre as condições de segu-
rança no trabalho.
No curso, os gerentes serão treinados
para desenvolver técnicas de abordagem,
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comunicação e interação com as pes-
soas que serão auditadas. “A idéia é edu-
car os empregados de maneira que pos-
sam corrigir os desvios e evitar que um
comportamento inadequado cause um aci-
dente”, diz o engenheiro de segurança Ro-
berto Novaes, que já ministrou cursos para
diversas áreas da Companhia.
Atualmente, existe um padrão interno
para o tamanho dos saltos altos femini-
nos, que já foram protagonistas de várias
histórias. Novaes lembra que, poucos dias
após a aprovação desse padrão, houve
um fato curioso que envolveu ninguém me-
nos que a então governadora de estado,
que visitava uma unidade operacional do
Rio de Janeiro. “O gerente geral não ha-
via percebido o desvio. Coube ao geren-
te de SMS a ‘ingrata’ missão de comu-
nicar à autoridade a necessidade de co-
locar as botinas de segurança, que cer-
tamente diminuíram a elegância da gover-
nadora”, lembra Novaes.
“Na Área Internacional, as metas corpo-
rativas foram atingidas, e fechamos 2007
com uma Taxa de Acidentes com Afasta-
mento de 0,70, enquanto a meta era de 0,73”,
completa Igrejas, que aposta nas medidas
educativas e na liderança pelo exemplo para
melhorar ainda mais esse número.
 SERVIÇO
Das prateleiras do
Rio de Janeiro para o mundo
Fotos Petrobras/ Geraldo Falcão

m acervo de mais de 130 mil vo-

U lumes está disponível a toda a

força de trabalho. São livros, mo-
nografias, CDs, DVDs, arquivos eletrôni-
cos sobre negócios, indústria do petró-
leo, geologia, meio ambiente, informáti-
ca, saúde ocupacional, segurança indus-
trial e turismo, entre outros assuntos. Além
de emprestar livros, a biblioteca da
Petrobras, administrada pelos Serviços
Compartilhados, mantém serviços como
envio de e-books, tradução e versão de
textos, e pesquisa bibliográfica, além de
normalização documentária.
Os prazos de empréstimo de livros (30
dias), revistas (sete dias) e CDs (15 dias)
são estendidos para compensar o des-
locamento dos volumes em caso de en-
vio para unidades do exterior. “Investimos
fortemente no portal da Intranet para que
todos tenham acesso às informações. Al-
guns dos serviços oferecidos são reali-
zados eletronicamente, e o usuário tam-
Biblioteca Petrobras, no Rio, envia livros para todas as unidades da Companhia
bém tem a opção de se cadastrar para
ser notificado sobre novas aquisições den-
tro dos temas de interesse”, explica a ge- Alguns serviços
rente Elizabeth Bercial. Alerta Online – envio de e-mail com artigos, na íntegra, de revistas e sumários de livros
A Biblioteca Petrobras oferece ainda recém-adquiridos pela Biblioteca, selecionados por assunto, de acordo com o perfil do
apoio aos viajantes em missão ao exte- usuário.
rior. “Nossa equipe de bibliotecários Sumários Online – divulgação de publicações periódicas recebidas pela companhia,
prepara um dossiê com informações so- que permite a solicitação online de cópias de artigos.
bre a instituição, o país, os hábitos ali- Normalização documentária – organização de trabalhos técnico-científicos, de acor-
mentares e de vestimenta. Além disso, do com padrões estabelecidos por instituições acadêmicas, governamentais, técnicas
fornecemos mapa e dicionário de bolso ou científicas.
e um DVD com vocabulário básico do idio- Pesquisa bibliográfica – levantamento elaborado por bibliotecários sobre literatura técni-
ma”, diz Elizabeth. co-científica de um assunto específico, em bases de dados nacionais e internacionais.

Para visualizar a Biblioteca Petrobras, acesse a Intranet dos Serviços Compartilhados (www.compartilhado.petrobras.com.br)
e selecione “Biblioteca e Arquivo” no menu “Serviços para Você”, localizado no alto, à esquerda da página.

Palavra de usuário
Heber Viana, gerente de Desenvolvimento Corporativo da UN-EUA

“Sou antigo usuário da nossa biblioteca. Desde a minha entrada na Petrobras, em 1980, solicito
empréstimo de publicações e já recorri aos serviços de tradução e pesquisa bibliográfica.
Atualmente, sou assinante do Alerta Online e do Sumários Online. Considero esses serviços de
fundamental importância para o meu trabalho, porque me permitem ter acesso às novas idéias em
minha área de atuação, sem sair da minha sala. Ao vir para a UN-Estados Unidos, continuei a utilizar
os serviços da biblioteca, inclusive o de empréstimo, sempre com ótimo atendimento.”
11
 Batuque no exterior
GENTE

Ministério de Turismo do Equador

Mulheres da Líbia
Quando Adélia Pinto (Inter-Corp/SMS) embarcou

Greg Ruhe
para a Líbia não lhe ocorreu que uma de suas tarefas
seria elaborar uma norma permitindo aos empregados
locais inscreverem até quatro esposas como suas
dependentes no plano de saúde local. Ao levar o
assunto ao gerente geral da Unidade, Iran Garcia, ele
próprio coçou a cabeça e ponderou sobre a cultura
do país. “Vivemos mergulhados em nossa própria
cultura e às vezes nos pegamos surpresos com fatos
assim”, conta Adélia, que contemplou as cônjuges, Carro alegórico do desfile de Ambato decorado com
frutas e flores. No detalhe, Don Porteous desfila em Nova Orleans
mas não precisou se preocupar com companheiros
por “União Estável”, categoria inexistente na Líbia mas carnaval pode ganhar nomes água, talco, farinha e tinta. Para ame-
muito comum no Brasil.
A coordenadora permaneceu 15 dias no país,
O e ritmos diferentes em várias
partes do mundo. Desfiles de
nizar o frio da província andina, é co-
mum a distribuição de Pájaro Azul (um
onde, ao desembarcar, passou por um susto, ao ser carros alegóricos, blocos, fantasias, bai- licor feito com cana-de-açúcar, simi-
informada de que a sua bagagem tinha sido le de máscaras e muita alegria podem lar à cachaça brasileira). Já em Amba-
extraviada. “Fiquei preocupada em ter que comprar ser encontrados em alguns países onde to, a brincadeira é substituída pelos des-
roupas locais e me imaginei vestida à moda a Petrobras atua. files de carros alegóricos enfeitados com
muçulmana que, embora interessante, não é o meu Nos Estados Unidos, o Mardi Gras frutas e flores.
estilo de vestir. Usei a mesma roupa por dois dias e (terça-feira gorda, em francês) é uma Celebrado desde o século XIX, o
por sorte minha bagagem chegou logo. Se demorasse das mais famosas comemorações, tra- carnaval da cidade de Vera Cruz, no
mais um dia, eu não teria escapatória”, brinca. zida para a cidade de Nova Orleans, no México, é muito conhecido por cau-
Adélia observou que nas ruas de Trípoli, as estado de Louisiana, em 1699, pelos sa de bandas que tocam a salsa tra-
mulheres andam sempre acompanhadas por outras colonizadores franceses. Hoje, mais de dicional, ritmos africanos e el son ja-
mulheres, vestidas discretamente e com cabelos 60 grupos desfilam ao som do ritmo ca- rocho (música típica da região), uma
totalmente cobertos por véus de seda. Por outro jun enquanto a multidão atira colares de mistura de estilos de todo o mundo
lado, no espaço privado de uma festa, por exemplo, a contas coloridas e pequenos artefatos. tocada por instrumentos de corda. Na
severidade da roupa é deixada de lado. As mulheres No Texas, a mesma festa acontece em Colômbia, o Congo de Ouro é o tro-
usam vestidos coloridos, que chamam a atenção pela Galveston, uma cidade no Golfo do Mé- féu máximo do carnaval de Barranqui-
exuberância de bordados e ornamentos. Tudo isso xico, a sudeste de Houston, por dois lla, em Bogotá.
envolto de muitas jóias de ouro. “Essas cenas ficaram finais de semana ininterruptos. A cidade de Oruro concentra os fes-
registradas apenas na memória. Tirar fotos na festa, “Tive a oportunidade de desfilar no tejos carnavalescos da Bolívia com des-
nem pensar! Seria uma gafe cultural!”, avisa. Mardi Gras por dois anos e não troca- files, bailes e a eleição da rainha do car-
Mas Adélia usou o “jeitinho brasileiro” para ter uma ria essa experiência por nada. Encon- naval. Em Gualeguaychu, em Entre Ríos,
recordação. Ela trar Whoopy Goldberg no meio da mul- na Argentina, o carnaval, embalado por
Arquivo Pessoal

aceitou o presente da tidão foi uma energia fantástica”, con- tambores e surdos, é reconhecido como
esposa do Fowzi, ta Don Porteous, empregado da o terceiro melhor festejo, depois daque-
motorista da UN- Petrobras Energía. Outros empregados les do Brasil e de Veneza, na Itália.
Líbia, que a levou a da Petrobras America também já des- A origem do carnaval ainda é des-
um estúdio de filaram em um dos dois carnavais. conhecida. Para alguns pesquisadores,
fotografia. “Fui à forra A Fiesta de las Flores y las Frutas, a festa tem raízes históricas na Antigüi-
me vestindo com a na região de Ambato, e de Guaranda, dade, recuperadas pelo Cristianismo. A
mesma pompa das em Bolívar, são as manifestações car- festa, que se iniciava no dia de Reis e
mulheres. Muitas navalescas mais importantes do Equa- acabava na quarta-feira de cinzas, às vés-
pessoas sequer me dor. Em Guaranda, moradores e es- peras da Quaresma, comemora o
reconhecem nessa trangeiros tomam conta das ruas e for- “adeus à carne” na véspera do período
12 foto”, brinca . mam grupos que brincam de jogar de jejum, 40 dias antes da Páscoa.