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Dados de Identificação:
DESCARTES, René. Sexta Parte do Discurso do Método. Tradução: Maria Ermantina Galvão.
Revisão de tradução: Mônica Stahel. Martins Fontes, São Paulo 2001, 102 p.
Síntese do Trecho
Descartes traz na sexta parte desta obra, uma avaliação da atual situação dos escritores que
publicavam seus trabalhos e eram perseguidos pelo Santo Ofício, e suas preocupações em
tornar-se um deles. Faz uma auto-reflexão em relação à sua insignificância diante da natureza e
o quão longe ele está de desvendar seus mistérios, deixando esta ideia para as gerações
futuras, que possam vir a continuar seu trabalho. Reconhece a grandiosidade divina na criação
da infinidade de coisas que existem sendo humanamente impossível distingui-las. E termina sua
obra deixando claro que não desejava ser um empregado, apenas um pensador, buscando na
natureza o conhecimento que achava necessário para o fim de seus dias, sem promessas de
que iria, algum dia, encontrá-lo.
Citações
“e isso me fez temer que entre minhas opiniões também se encontrassem alguma sobre a qual
me tivesse enganado, apesar do grande cuidado que sempre tive em não aceitar novas opiniões
sem que delas tivesse demonstrações muito certas, e em não escrever as que pudessem
resultar em prejuízo para alguém.” (p. 67)
“comunicando ao público tudo o quanto aprendessem, a fim de que, começando os últimos onde
os precedentes houvessem terminado, ligando assim as vidas e os trabalhos de muitos,
fôssemos todos juntos mais longe do que cada um sozinho poderia ir.” (p. 70)
“procurei encontrar, de modo geral, os princípios ou causas primordiais de tudo que existe ou
pode existir no mundo, limitando-se, pra este fim, a considerar apenas Deus que os criou […]
quando quis descer às que eram mais particulares, tantas e tão diversas se me apresentaram
que não acreditei ser possível ao espírito humano distinguir as formas ou espécies de corpos
existente sobre a Terra de uma infinidade de outros que nela poderiam existir, se nelas colocá-
las tivesse sido a vontade de Deus,” (p. 71)
“De resto, não quero falar aqui em particular dos progressos que tenho esperança de fazer
futuramente nas ciências, nem fazer ao público qualquer promessa que não tenha a certeza de
cumprir; mas direi apenas que resolvi não empregar o tempo que me resta de vida em nada mais
salvo procurar adquirir algum conhecimento da natureza […] e sempre ficarei mais grato àqueles
cujo favor me permitirá usufruir livremente meu lazer, do que àqueles que me oferecerem os
mais honrosos empregos na terra.” (p. 86)