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Prof. Dr. Kamal A. R. Ismail, Presidente.
Universidade Estadual de Campinas -UNICAMP
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Prof. Dr. Waldemir Silva e Lima
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão -UEMA
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Prof. Dr. Valdemar Silva Leal
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão -UEMA
ii
Dedicatória:
Dedico este trabalho aos meus pais por terem batalhado humildemente as condições que
permitiram que hoje eu pudesse estar colhendo frutos deste esforço,
Aos meus irmãos, Concita, Carlos e Elianny e minha namorada, Marcilene, que sempre
acreditaram em mim e na realização deste trabalho, pelo incentivo, e dedicação nas horas que
mais precisei.
iii
Agradecimentos
Este trabalho não poderia ser terminado sem a ajuda de diversas pessoas às quais presto
minha homenagem:
Ao Prof. Dr. Olívio Novaski pela orientação, paciência, amizade e dedicação, fatores
fundamentais para concretização deste trabalho;
À Delta Transformador e sua equipe pela disponibilização das instalações e dados coletados
para a simulação de um caso real utilizado nesta dissertação;
iv
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a
sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas”.
Mateus 6,33
v
Resumo
Palavras-chave
vi
Abstract
Due to the increasing marketing competition, the companies are always looking for constant
improvements to get a better efficiency in the product development process, as well as, looking
for any factors that could cause loose profits. In this work was used a Process Value Analyze
(AVP) methodology as a support with others quality tools (Pareto chart, GUT, UEP´s and others)
to help identify and quantify activities that no add value to the process. The proposed model was
applied to a Transformer Manufacturing Co.- Delta Transformadores. Based on that, the AVP
methodology could provide support to indicate where the loose are located and the way the
company should take to reach the goals and also increase product and service improvements.
Define actions strategy that should be adopted and where to assure a great company business
success.
Key Words
vii
Índice
Dedicatória .....................................................................................................................................iii
Agradecimentos.............................................................................................................................. iv
Resumo .......................................................................................................................................... vi
Abstrat ......................................................................................................................................... vii
Índice ........................................................................................................................................viii
Lista de Figuras .............................................................................................................................. xi
Lista de Tabelas............................................................................................................................ xiii
Nomenclatura .................................................................................................................................xv
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
1.1 Visão do problema .............................................................................................................. 2
1.2 Objetivos............................................................................................................................. 2
1.2.1 Objetivos gerais .................................................................................................................. 2
1.2.2 Objetivos específicos .......................................................................................................... 2
1.3 Justificativa ......................................................................................................................... 3
1.4 Método ................................................................................................................................ 4
ix
4.4 Mapeamento dos Processos .............................................................................................. 65
4.5 Obtenção do Diagrama FAST........................................................................................... 75
4.6 Obtenção dos Custos das Funções .................................................................................... 82
4.7 Identificação do problema ................................................................................................ 87
4.8 Aplicação das técnicas de análise de valor ....................................................................... 94
x
Lista de Figuras
xi
Figura 4.8 – Gráfico de Pareto ABC de perdas por retrabalho e refugo ..................................92
Figura 5.1 – Comparação da execução da melhoria para os postos 01 e 02...........................106
Figura 5.2 – Comparação da execução da melhoria para a bobina de baixa tensão...............107
Figura 5.3 – Comparação da execução da melhoria para a bobina de alta tensão..................108
xii
Lista de Tabelas
Tabela 4.3 Determinação dos postos operativos pelas funções desempenhadas .......................... 82
Tabela 4.5 Demonstração dos custos nos postos (Transformador de 45 KVA) ......................... 84
xiii
Tabela 4.10 Porcentual de produtividade, retrabalho, refugo e outras perdas nos postos
operativos ............................................................................................................................. 88
Tabela 4.11 Percentual das perdas mensais (retrabalho e refugo) no processo produtivo ........... 90
Tabela 5.3 Comparação das perdas antes e após o plano nos postos O1 e O2 ............................. 103
Tabela 5.4 Comparação dos tempos para o posto O2 antes e após AVP.................................... 104
Tabela 5.5 Comparação dos custos R$ das funções no posto O2 ................................................ 107
xiv
Nomenclatura
Abreviações
ABEAV-Associação Brasileira de Engenharia e Análise de Valor
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABC - Custo Baseado em Atividades
AVP – Análise de Valor do Processo
AV -análise de Valor
CEMAR - Companhia Energética do Maranhão
FAST- Function Analysis System Technique
ISO- International Standard Organization
KVA- Kilo Volt Ampere
MFV- Mapeamento do Fluxo de Valor
NBR 5440 – Norma Brasileira de Regulamentação para Transformadores para redes aéreas de
distribuição
NBR 5356 – Norma Brasileira de regulamentação para Transformadores de Potência
SAVE- Society of American Value Engineers
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SJVE- Society of Japan Value Engineers
TLP-Tamanho do Lote de Produção
T/C- Tempo do Ciclo
UEP-Unidade de esforço Produtivo
JIT-Just in Time
T/R- Tempo de Troca
Capítulo 1
Introdução
Com a competição cada vez mais acirrada, entre as organizações, cresce a necessidade das
empresas adotarem uma estratégia de manufatura, para orientar as atividades do seu sistema de
produção, buscando centrar esforços para obter excelência em determinados atributos que as
diferenciem dos concorrentes e conquistar, assim, vantagens competitivas (custo, qualidade,
confiabilidade, flexibilidade e rapidez) nos mercados em que atuam.
Várias alternativas têm sido procuradas para aumentar a eficiência dos processos de gestão
da produção, dentre as quais sistemas integrados de gerenciamento, reengenharia de processos,
aplicações de técnicas japonesas de gerenciamento da produção, utilização da tecnologia de
informações, automação.
Entre essas alternativas destacam-se o uso da Análise de Valor (AV), cuja implantação e
integração passou a ser mais recentemente chamada de Gerenciamento do Valor (GV)
(Csillag,1995).
1
A Análise de Valor é uma metodologia que visa a redução dos custos, a melhoria da
qualidade, a confiabilidade, a segurança ao desenvolvimento de novas alternativas, dentre outras,
buscando um valor agregado maior, por meio do desenvolvimento de soluções apropriadas,
mediante da análise.
1.2 Objetivos
2
d) descobrir as alternativas e critérios que possam contribuir com a melhoria do processo
produtivo.
1.3 Justificativa
As empresas que adotam a metodologia de Análise de Valor têm, como uma de suas
principais preocupações, a busca pela melhoria da produtividade e eficiência. Dessa forma, o
processo produtivo deve evitar as ineficiências decorrentes da má qualidade, de trabalhos
improdutivos etc. As atividades que não colaboram efetivamente agregando valor ao produto
devem ser reduzidas de maneira sistemática e contínua, uma vez não ser tolerada qualquer tipo de
perda no processo produtivo.
Para que haja um efetivo gerenciamento em que as melhorias possam ser implementadas, é
necessário que os seguintes pontos sejam observados:
– utilização de valores monetários para mensurar as perdas, constitui uma forma eficaz de
sensibilizar os gestores e funcionários;
Portanto, a utilização da Análise de Valor, representa para as empresas uma busca contínua
no aperfeiçoamento do seu processo produtivo, possibilitando visualizar as atividades potenciais
que elevariam os níveis de eficiência.
3
1.4 Método
Este trabalho se caracteriza por ser uma pesquisa exploratória-descritiva, sendo utilizadas
duas técnicas de coleta de dados: a pesquisa bibliográfica e a pesquisa em campo.
No desenvolvimento desta pesquisa foi considerada como qualitativa, pois neste tipo de
pesquisa há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável
entre o mundo objetivo e a subjetividade; o pesquisador é o instrumento-chave devido ser o
responsável pela coleta de dados no ambiente natural, Ruiz (1993).
Por outro lado, é quantitativa, uma vez que estabelece a quantificação e interpretação de
dados contábeis coletados no ambiente da empresa estudada.
É pertinente, portanto, realizar-se uma pesquisa que descreva sobre o assunto, investigando
e analisando as alternativas disponíveis. Assim, trabalhos futuros podem se basear nas conclusões
iniciais apresentadas, e elaborar hipóteses objetivando aprofundar o estudo sobre o tema ou
aspectos específicos relacionados a este.
Neste trabalho, em particular, a pesquisa bibliográfica iniciou com a revisão dos seguintes
assuntos: Metodologia de Análise de Valor (AV), Mapeamento de Processo, Técnicas de Just in
Time, Ciclo PDCA e a Unidade de Esforço de Produção (UEP).
4
Para realizar a proposta inicial, visitou-se inicialmente algumas empresas dos setores de
fabricação de papel e celulose, alumínio, refrigerante, colchões de espuma e transformadores
elétricos. Dentre as empresas visitadas, a empresa Delta transformadores (nome de fantasia), foi
escolhida para o encaminhamento da pesquisa, entre outros aspectos, por apresentar o maior grau
de acessibilidade, indispensável à execução desta pesquisa.
Para alcançar esses objetivos foi necessária uma pesquisa bibliográfica, objetivando
conhecer a profundidade do assunto, assim como os princípios e funcionamento da ferramenta
gerencial de Análise de Valor.
A partir das colocações apresentadas nesta seção, verifica-se que a escolha da pesquisa
descritiva na forma de estudos exploratórios é o método adequado para se atingir os objetivos
estabelecidos. Além disso, a pesquisa bibliográfica e a pesquisa em campo apresentam-se como
técnicas apropriadas para a natureza dos dados que se deseja coletar.
Esta dissertação foi organizada em seis capítulos. No Capítulo 2, é apresentada uma revisão
bibliográfica envolvendo os temas Análise de Valor (AVP) e as ferramentas para implantação da
Análise de Valor de Processo (AVP). No Capítulo3, descreve-se a metodologia adotada neste
trabalho para quantificação do impacto da otimização da estratégia de produção na análise de
valor de processo. No Capítulo 4, apresenta-se o estudo de caso onde foi aplicada a metodologia
de análise de valor na empresa. No Capítulo 5, apresentam-se os resultados obtidos com essa
metodologia no exemplo estudado. No Capítulo 6, apresentam-se as conclusões e recomendações
deste trabalho.
5
Capítulo 2
Fundamentação Teórica
A nova metodologia criada por Miles (Apud Csillag, 1995) obteve grande sucesso no
início de 1947 e, depois de um período de cinco anos de emprego, limitado a General Eletric
Compan, difundiu-se rapidamente pelos Estados Unidos, através de seminários, revistas e
artigos.
6
Em 1955, Lawrence D. Miles foi convocado pelo Exército dos Estados Unidos para dar
assistência ao programa de implantação de Análise de Valores no Arsenal de Wateruliet
(Possamai,1996).
Em 1959, a comissão da EIA (sigla em inglês para associação das indústrias eletrônicas),
organizou a primeira conferência nacional sobre Engenharia de Valor. Esse evento levou um
pequeno grupo de engenheiros que se especializaram na aplicação do método, a fundar a SAVE
(Society of American Value Engineers) – Sociedade Americana de Engenharia do Valor. Eles
passaram através dessa nova sociedade, a desenvolver estudos de aprimoramento da metodologia
pela troca de experiências, bem como a promover uma maior divulgação da Análise de Valores
(Maramaldo, 1998).
Segundo os estudos de Possamai (1996), foi no Japão onde o impulso dado ao uso da
Análise de Valores foi extraordinário, pois contou também com esforços de professores da
Universidade de Tóquio que fizeram sua adaptação para as condições locais, sendo hoje o país
onde sua aplicação é mais intensa, portanto muito acima dos índices americanos. Criaram a SJVE
(Society of Japan Value Engineers – Sociedade Japonesa de Engenharia de Valor), no mesmo
molde da SAVE.
Pinton (1999), enfatiza que no Brasil são poucas as empresas que empregam essa
metodologia, uma vez que somente agora recebe adequada divulgação pela ABEAV –
Associação Brasileira de Engenharia e Análise de Valor. Este órgão foi instituído em 1984, tendo
7
como associados pessoas físicas e jurídicas. Desde 1989, foi instituído pela ABEAV, o primeiro
prêmio de Excelência em Engenharia e Análise do Valor, para as empresas e pessoas que melhor
utilizam as práticas desta metodologia.
Abreu (1996), explica que Análise de Valor é uma metodologia sistemática de avaliação do
valor, tanto para processos quanto para produtos e redução de custos. E entendida em sua
abrangência, permite que se utilize conforme condições microeconômicas da empresa e macro do
ambiente em que esta se encontra inserida.
Possamai (1996) afirma que Análise de Valor pode ser considerada como um exame
minucioso do valor de um objeto, seja ele um produto ou atividade, no que diz respeito às
funções que ele exerce. Essa análise pode ser realizada com o objetivo de se obter redução do
custo do objeto, um aumento de seu valor, aumento da produtividade ao ser produzido, resolver
problemas etc. Essas ações devem ser executadas de maneira ordenada, segundo uma
metodologia pré-estabelecida por uma equipe especialmente preparada e representativa de todos
os setores envolvidos na produção, custeio e vendas, entre outros.
8
Assim, a metodologia conduz a um processo de mudança garantindo aumento da
produtividade, melhoria da qualidade, lucratividade, envolvimento de maior número de pessoas, e
racionalização administrativa dos recursos utilizados na produção dos produtos.
Para Csillag (1995), a Análise do Valor passou a ser considerada recentemente como
Gerenciamento do Valor, pois globaliza os setores técnicos, produtivos, administrativos,
financeiros e de mercado sob o prisma do conceito de “Valor”, que independe do tipo de produto
ou processo analisado.
Pode-se analisar através dessas duas conotações, que tanto o termo Gerenciamento do
Valor (GV) como a Análise do Valor (AV), visam melhorar o desempenho, a qualidade e a
eficácia das atividades estudadas, focando no objetivo de aumentar o valor do objeto em estudo.
Neste contexto, abordar-se o conceito de Análise do Valor sob o ponto de vista de alguns
estudiosos brasileiros que se dedicam ao assunto, de forma a não haver distanciamento do tema,
objeto deste estudo.
9
Para Pereira Filho:
“Análise do Valor é um método sistemático para aumentar o valor de
produto, projeto, sistema ou serviço por meio da identificação e
avaliação das funções necessárias para o fornecedor e o consumidor,
permitindo o desenvolvimento de alternativas”. (Pereira Filho, 1994).
Já segundo Buzzato,
“A Análise do Valor é uma aplicação sistemática, consciente, de um
conjunto de técnicas que identificam funções necessárias, estabelecem
valores para as mesmas e desenvolvem alternativas, para seu
desempenho com o mínimo custo, uso e a qualidade requerida, para o
atendimento das necessidades do cliente”. (Buzzato, 1995)
Por sua vez, Csillag (1995), advoga que a “Análise do Valor é um esforço organizado,
dirigido para analisar as funções de bens e serviços para atingir aquelas funções necessárias e
características essenciais da maneira mais rentável”.
Para Maramaldo (1998) a Análise de Valor é um exame minucioso de um objeto, seja ele
um produto, um serviço ou um sistema, no que diz respeito a funções que ele exerce.
Nesse sentido, esquematiza-se na Tabela 2.1, onde é mostrado que a empresa pode agir
sobre os recursos disponíveis com o propósito de obter resultados desejados.
10
Tabela 2.1 – Campos de aplicação de AV (Abreu, 1996).
RECURSOS RESULTADOS
Produtos e serviços Melhor adequação ao uso, melhor design, menor custo, maiores
finais aplicabilidades, maior articulação nas vendas e fabricação.
Maior intercambialidade, facilidade nas montagens finais e
Semi-acabados
menores custos.
Nacionalização, substituição, menores custos e maior articulação
Matérias – primas
compras e usuário.
Redução dos itens de estoque, maior articulação de compra e
Materiais
substituição.
Desburocratização, melhor adequação aos “clientes” e redução de
Atividades
custos.
Nacionalização, inovação, formação de tecnologia própria da
Processo Tecnológico organização, desenvolvimento dos empregados e simplificações
operacionais.
Melhoria nos fluxos e disposição (Layout), atendimentos a
Equipamentos e princípios ergonométricos, maior segurança física, humana e
Instalações operacional, menor custo de utilidade e melhoria das condições de
trabalho.
Otimização do uso dos recursos, maior desenvolvimento,
Mão de Obra
liberação do potencial criativo e inovador e maior participação.
Melhor alocação de atividades, autoridades e responsabilidades,
Estrutura
melhor entrosamento entre atividades interdependentes e melhores
Organizacional
direcionamento para resultados.
11
serviço). A relação entre o desempenho e o custo do bem e/ ou serviço deve ser o melhor para as
partes interessadas (produtor e consumidor).
O filósofo Aristóteles, 350 anos a.C., descreveu setes classes de valor que atualmente são
reconhecidos: valor econômico, valor político, valor social, valor moral, valor estético, valor
jurídico e valor religioso. Dentre esses valores citados, o econômico é considerado objetivo, pois
é o único que pode ser mensurado quantitativamente, enquanto os outros só admitem avaliações
subjetivas (Mendeiro, 1997).
Maher (2001) enfatiza que o valor está intimamente ligado à utilidade que o bem ou objeto
possui. Percebe-se que uma determinada característica se não estiver sendo utilizada, não estará
agregando valor ao produto.
Para Abreu (1996), o valor é uma variável que pode ser decomposta em dois pontos de
vista: o primeiro, empresarial focando custos e lucros levando à conclusão que tanto maior será o
valor de um produto para um empresário, quanto menor o custo em que ele for produzido e
quanto maior for o lucro a ser obtido.No segundo, do ponto de vista do consumidor, a idealização
do valor se concentra fundamentalmente em quatro aspectos: qualidade do produto, quantidade,
função do produto e preço.
Ambos os pontos de vista podem ser visualizados esquematicamente na Figura 2.1.
12
A utilização com maior freqüência da Análise de Valor, tem sido na busca de obter
reduções significativas no custo do produto, como mostra a Figura 2.2.
Para o processo de abordagem funcional, três definições são dadas, de acordo com o
pesquisador Wilcock (apud CSILLAG, 1995).
Para facilitar a identificação das funções, Csillag (1995), divide esta fase do método em
cinco subfunções, como pode ser visto na Tabela 2.2.
Tabela 2.2 – Classificação das funções mais utilizadas na literatura (Csillag 1995).
Função Básica
É aquela para a qual o objeto é adquirido ou fabricado
(Primária)
Função
É a que existe para garantir a função principal, ou para adicionar valor
Secundária
ao objeto.
(Auxiliar)
É uma tarefa desempenhada pelo objeto para o qual o usuário não dá
Função
valor ou não faz uso, e o fabricante dela não precisa p/ fabricação ou
Desnecessária
venda.
É a tarefa técnica de desempenho do objeto, atendendo às
Função de Uso
necessidades específicas de uso.
Atendem às necessidades de prestígio, são subjetivas, não são
Função de Estima
quantificáveis, provocando desejo de possuir o objeto no consumidor.
A Análise do Valor centra o seu foco nas funções (atividades) do produto ou processo,
metodologia (AV) visa atacar as causas de custos, conforme é ilustrado a seguir, pela Figura 2.3.
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PROCESSO DA ANÁLISE DO
PROCESSO TRADICIONAL
VALOR (AV)
(Onde o custo se localiza?)
(Por que existe o custo?)
C C
U - Matéria-prima U - Função principal
S S
- Mão-de-obra - Funções secundárias
T T
O - Despesas gerais O - Funções desnecessárias
S S
15
Segundo Csillag (1995), ao desenvolver a técnica de Análise Funcional, deve-se formular
perguntas e respostas, tais como:
Toda função deve ser analisada, a fim de que se estabeleça o seu custo, seja em unidade
monetária, em tempo, medidas específicas, em número de pessoas envolvidas etc., para uma clara
interpretação do seu valor (Abreu, 1996).
Assim, resultam várias alternativas que devem ser testadas e quantificadas no propósito, de
eleger aquele com menor custo para o desempenho da função em estudo.
Pereira Filho (1994) menciona que o diagrama FAST contribui para comunicação visual de
determinado problema e como solução recomendada para tomada de decisão, além de apresentar
as diversas atividades do processo de avaliação e das funções, permitindo uma melhor
compreensão das informações de entrada e saída processadas dentro do sistema.
Para o sucesso no processo de diagramação FAST, deve-se seguir alguns passos, como:
– elaborar uma “lista de funções”, abordar todas as possíveis funções envolvidas (básica,
secundária, uso, estima e desnecessárias);
16
– levantar questionamentos utilizando a expressão “como” e “porquê”, para cada função
apresentada;
A estruturação do diagrama de FAST pode ser auxiliada pela utilização do recurso ilustrado
na Figura 2.4
Csillag (1995) salienta que Lawrence D. Miles foi o pioneiro a utilizar um plano de
trabalho, servindo como instrumento sistemático da metodologia AV. No decorrer do tempo,
alguns especialistas no assunto modificaram o plano com o propósito de adequar conforme as
circunstâncias temporais e locais do objeto em estudo.
Pereira Filho (1994), aborda o assunto com bastante clareza, informando através de uma
tabela a base do plano de trabalho idealizado por Lawrence D. Miles, conforme pode ser visto na
Tabela 2.3.
17
Tabela 2.3 – Plano de trabalho de Miles (Pereira Filho,1994).
I – Fase de Preparação
Segundo Abreu (1996), toda empresa ou organização, sempre existirá uma certa quantidade
de oportunidades para racionalização, sendo que umas bem evidentes e determinadas, e outras
que embora não tão visíveis, podem trazer resultados satisfatórios na redução de custo do objeto
em estudo.
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A seguir, são listados alguns critérios adotados por alguns estudiosos no assunto, onde
estão enfatizados alguns mecanismos de priorização na escolha do problema.
– Existência de desperdício, e,
Os critérios acima mencionados podem responder uma das perguntas que oferece grande
dificuldade de resposta: “por onde começar um programa de Análise de Valor?”.
19
vii- é rentável o processo de fabricação?
Csillag (1995) diz que nesta fase existe uma situação nebulosa, que deve ser clarificada
para analisar os problemas que podem estar acontecendo, com o propósito de nortear um
caminho para uma possível solução.
O sucesso desta etapa depende da participação de pessoas que possuam poder de decisão,
caso contrário o processo deve ser interrompido, não prosseguindo para as fases posteriores.
II – Fase de informação
Csillag (1995) aborda que nesta fase, o grupo escolhido deve dispor de informações em
quantidade e em qualidade suficiente, para o pleno conhecimento do problema, de maneira que
focalize as características, parâmetros de desempenho e custos envolvidos no estudo. Desta
forma, quanto mais dados (informações) coletados do estado atual, maior será o nível de
estruturação do problema.
20
Abreu (1996) enfatiza que esta é uma fase de enorme complexidade, em função do tempo
de demanda, da quantidade e qualidade suficientes das informações, pois exigirá do grupo um
esforço maior de entrosamento com diversas áreas da empresa, devido ao pleno conhecimento
dos recursos disponíveis, como mostra a Tabela 2.4.
Assim sendo, o grupo concentrará seu trabalho nos dados e informações descritas, e
quantificadas na fase anterior, com o propósito de gerar várias idéias e alternativas para o melhor
uso do recurso em questão.
Abreu (1996) observa que nesta fase deve-se explorar a relação custo / benefício de cada
recurso. Com isto, desenvolveu um conjunto de perguntas facilitadoras, no intuito de obter o
maior número possível de resposta do objeto em estudo. Estas perguntas são:
21
- como cada função é desempenhada? Por que desta maneira e não da outra?
IV – Fase da criatividade
Esta fase é descrita por Abreu (1996), como geradora de alternativas para solução do
problema que está sendo estudado pelo grupo.
Para Buzzato (1995), nesta fase, o grupo deverá obter o maior número de idéias possíveis
para conseguir realizar as funções (produto ou processo), com o menor custo possível, mas
preservando o seu desempenho, qualidade etc.
Csillag (1995) faz abordagem do trabalho de Simon.Esta fase pode ser estruturada em três
pilares de sustentação (inteligência, projeto e escolha) do processo criativo, conforme visto na
Figura 2.5.
22
Figura 2.5: Abordagem de Simon (Csillag, 1995).
Além disso, existem em várias bibliografias (Abreu, 1996; Buzzato, 1995; Maralmado
1998; Possamai, 1996 e outros) sobre Análise de Valor e diversas técnicas para obtenção de
idéias, mas a que realmente se apresenta de forma simples e dinâmica para a sua aplicação é a
Brainstorming, desenvolvida nos anos 30, por Alex Osboan (Csillag, 1995).
V – Fase de desenvolvimento
Ressalte-se que cada alternativa proposta é avaliada em termos de suas viabilidades diante
de determinados referenciais, que são estabelecidos previamente pelo grupo levando em
consideração o atendimento dos requisitos do produto, ou processo colocado em análise, para o
atendimento das necessidades dos clientes com o menor custo e um maior valor. Os tipos de
viabilidades podem ser esquematizados na Tabela 2.5.
23
Tabela 2.5: Tipos de Viabilidade (Abreu,1996).
VIABILIDADE CONDIÇÕES
Se a alternativa reúne todas as condições de natureza técnica exigidas
Técnica pelo recurso sendo estudado, tais como implantação,
operacionalização, segurança etc.
Se a relação custo / benefício da alternativa recomenda a sua adoção,
Econômica por reduzir custos, aumentar o valor do recurso ou conjugar esses dois
fatores de forma vantajosa trazendo ganhos de produtividade.
Se a alteração será bem aceita no âmbito da organização ou se
De aceitação
enfrentará dificuldade para a sua adoção.
Se há disponibilidade de recursos financeiros para se investir na
Financeira alternativa proposta, se não houver recursos, por melhor que seja a
alternativa, deverá ser deixada para outra oportunidade.
Se a alternativa não fere direitos e obrigações existentes, tais como
Jurídica
propriedade individual, legislação trabalhista, patentes etc.
Após a formulação das proposições, o grupo por não ter poder decisório, deverá
encaminhar o parecer dentro das normas da empresa, porém com todos os detalhes levantados
durante o processo, a fim de facilitar a análise e aprovação pelos agentes decisórios.
VI – Fase de implantação
Fase que se refere ao processo de implantação das proposições elencadas na etapa anterior,
apesar desse passo não ser de competência direta do grupo de AV, interessante ser feita uma
proposta de planejamento e acompanhamento de um plano de ação na implantação da
modificação, pois, o grupo tem capacidade para corrigir os desvios que possam advir com a
introdução de futuras alterações que se fizerem necessárias, possibilitando a criação de um clima
de maior motivação para a Análise de Valor, na empresa.
Para alguns especialistas, o uso do ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Action), caracteriza-se
como uma ferramenta gerencial de suma importância nesta fase, pois, trata-se de um programa
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adotado pelo Circulo de Controle de Qualidade (CCQ), visando incentivar a criatividade e
envolver maior número de pessoas para participar no processo de melhoria contínua.
Segundo Buzzato (1995), a importância do tempo e alguns fatores básicos para o sucesso
do Programa de Análise de Valor (AV), são:
a) compromisso da gerência;
c) treinamento;
d) reconhecimento;
Segundo Ostrenga (1998), existem duas formas de visualizar uma empresa. A primeira com
a visão funcional, definida pelo organograma como modelo primordial das funções. A segunda,
pela visão de processo, enfocando o próprio trabalho a fim de gerenciá-lo e não a estrutura
organizacional.
Bornia (1995) enfatiza que os processos são divididos em sub-processos, que ainda se
dividem em atividades.
Nesta linha, a visão de processo proporciona uma poderosa estratégia para analisar uma
empresa, pois o conjunto de atividades que o compõem resulta numa análise minuciosa no
sistema produtivo, gerando uma compreensão mais clara da sua eficácia na satisfação das
necessidades dos clientes (internos e externos), e também na realização do seu trabalho.
25
Para Ostrenga (1998), a Análise de Valor do Processo (PVA – Process Value Analysis), é
vista como uma técnica realizada através do envolvimento dos funcionários que de fato executam
atividades dentro do processo, como é esquematizado na Figura 2.6, tendo sua participação para:
a) definir as atividades;
2.1.7 Perdas
Qualquer ação para o combate às perdas será mais bem sucedida se for bem compreendido
o significado desta e como se manifesta nas vidas das organizações.
Antunes Júnior (1994) afirma que o trabalho que agrega valor, ou trabalho efetivo,
compreende as atividades que realmente aumentam o valor. Normalmente, as atividades de
transformações modificam fisicamente o produto. Enquanto o trabalho que não agrega valor, ou
26
trabalho adicional, compreende as atividades que não aumentam o valor do produto, porém
provém suporte para o trabalho efetivo.
Após a separação das atividades que agregam valor das que não agregam, as organizações
disponibilizam informações que podem resultar em melhorias significativas e sustentáveis em
custo e desempenho, mediante a identificação de atividades que podem ser eliminadas,
combinadas, feitas em paralelo, deixadas de lado em certas circunstâncias, mudadas em sua
seqüência, simplificadas, automatizadas, integradas etc.
Segundo Novaski (2001), um processo tem desperdício quando tem entrada que não
agregam valor para o cliente final. Assim, a empresa deve concentrar-se em eliminar as perdas e
minimizar o trabalho adicional, maximizando o trabalho efetivo, que necessita ser realizado com
a maior eficiência possível. A expressão “atividade que não agrega valor” será comumente
utilizada para informar o trabalho adicional e das perdas no processo produtivo no decorrer deste
estudo.
Ghinato (1996), por sua vez, ressalta que perda pode ser vista como “tudo o que não agrega
valor ao produto e custa alguma coisa, desde materiais e produtos defeituosos até atividades não
produtivas”. Ainda de acordo com o mesmo autor, nem todas as atividades não-produtivas podem
ser eliminadas completamente, tais como preparação de máquinas, movimentação de matérias.
No entanto, podem ser otimizadas.
Shingo (2000) afirma que é um desperdício manter produtos excedentes, isto ocorre quando
produtos intermediários ou finais são produzidos antes de serem realmente necessários.
27
Segundo Bornia (1995), este tipo de perda refere-se à produção de itens acima do
necessário ou antecipadamente. Com isto, aumentam os estoques, o que esconde eventuais (e
naturais) imperfeições no processo, necessitando-se para tanto o aprimoramento do processo,
procurando obter um fluxo contínuo dos materiais. É uma das perdas mais perseguidas no sistema
Toyota de produção.
Para Hutchins (1993), estas perdas são caracterizadas por produtos que podem estar fora
das suas especificações, mas que podem ser consertados.
Algumas vezes são utilizadas outras palavras para designar o retrabalho, de modo a parecer
mais respeitável, por exemplo, ajuste. Nada mais é do que uma desculpa para explicar por que os
elementos (componentes) não se encaixaram adequadamente na primeira tentativa.
O autor anteriormente citado ressalta em sua pesquisa que as perdas por retrabalho
representam nas empresas um nível tão alto e mantido há tanto tempo, que algumas já
consideram como uma característica normal de sua produção. A origem maior destas perdas diz
respeito ao sistema homem-máquina, tais como:
Hutchins (1993) destaca que as perdas por refugo acontecem quando o produto está fora
das especificações, inadequado ao uso e não reparáveis.
Como o próprio nome indica, são originadas na fabricação de itens fora das especificações
de qualidade. Quando um produto é retrabalhado, tem-se o custo adicional de inspeção, de
reprocessamento e às vezes, perdas de valor de venda. O ataque às estas perdas, deve-se embasar
na confiabilidade do processo e na rápida detecção, e solução de problema.
São formadas pela capacidade ociosa, quer dizer, por trabalhadores e instalações paradas, o
que gera custos. Os principais fatores que aumentam estas perdas são: elevado tempo de
preparação; falta de sincronização da produção e falhas não previstas no sistema produtivo
(Bornia, 1995).
• quebra de máquina;
• falta de matéria-prima;
29
• falta de sincronismo de produção;
• falta de energia.
A introdução de métodos de sistemas de trabalho, com JIT (Just –in-Time), foi um dos
grandes responsáveis pela redução dos estoques na empresa (Slack, 1997).
2.2.1 Introdução
Nesta parte do trabalho são abordadas as principais ferramentas que darão suporte à
implantação da Análise de Valor do Processo (AVP), tais como: Mapeamento do processo,
Gerenciamento por Processo, Técnicas de Just in Time, Brainstorming, Diagrama de Ishikawa,
Diagrama de Pareto, Matriz de Priorização, Ciclo do PDCA, Plano de ação 5W2H e Unidade de
Esforço de Produção (UEP).
30
Certo (1993) comenta que para atingir seus objetivos, uma empresa deve não somente
formular, mas também implementar efetivamente suas estratégias.
Slack (1997), afirma que todos os setores, no caso da produção, precisam clarificar os
objetivos do negócio em termos que têm sentido para eles e necessitam determinar a melhor
forma de organizar seus recursos para os apoiar.
Tubino (1999), por sua vez, ressalta que o conteúdo da estratégia de produção é
considerado como um conjunto de políticas, planos e comportamento que a empresa escolhe para
seguir.
A implantação da Análise de Valor do Processo (AVP) é peculiar para cada empresa, cada
organização, devendo ter uma sistemática de implantação adequada às suas próprias
características e necessidades, devendo-se, para tanto, desenhar um sistema específico para cada
caso.
Para Cisallag (1995), a verificação da Análise de Valor, deve seguir uma seqüência básica,
garantindo a eficiência e os resultados no mais curto prazo possível.
Nesse caso, deve-se seguir alguns passos importantes para o sucesso de aplicação, como:
31
Assim, para atingir os objetivos da implantação da Análise de Valor do Processo, é
necessário se utilizar algumas ferramentas de trabalho que garanta o envolvimento das pessoas
para o resultado desejado.
Hunt Apud VILLELA (2000) enfatiza que o mapeamento de processo é uma ferramenta
gerencial, analítica e de comunicação visual. Tem o propósito de colaborar na melhoria dos
processos existentes, ou de adotar uma nova estrutura voltada para novos processos. A análise
estruturada de um processo permite, ainda, a redução de custos no desenvolvimento de produtos e
serviços, nas folhas de integração entre sistemas, e melhora o desempenho da empresa, além de
atuar na possibilidade de eliminar ou simplificar aqueles que necessitam de mudanças.
Para entender o MFV, torna-se necessário conhecer melhor a produção enxuta. Nesse
sentido, Womack (Apud MACHADO, 2001) modela essa nova filosofia de produção da seguinte
maneira:
32
d) torna flexível, uma vez que as equipes de trabalho são formadas por mão-de-obra
polivalente;
De uma maneira geral, o que se pode constatar a respeito da produção enxuta, que é um
fluxo de materiais e/ou informações desde a matéria-prima até o produto acabado. O objetivo do
pensamento do fluxo é evitar as paralisações dos processos de produção.
Para Rother & Shook (1998), o mapeamento deve estar voltado para um fluxo que agregue
valor no processo produtivo, pois é uma ferramenta essencial que:
• auxilia a focar no fluxo, os processos individuais com visão de uma situação ideal ou
melhorada;
• mostra claramente a situação atual não só os problemas (sintomas), mas também porque
eles ocorrem.
Nas comparações das situações atual e futura, de forma a gerar tensão estrutural que
impulsione as mudanças necessárias. Para tanto, é necessário mapear os processos como eles
estão, possibilitando a redução nas falhas da integração entre sistemas, pois o Mapeamento do
Fluxo de Valor (MFV) é uma excelente ferramenta gerencial que permite o entendimento das
atividades, no intuito de poder eliminar ou simplificar. Isso significa romper com a perspectiva
tradicional de examinar departamentos ou funções e enfatizar as atividades, ações e suas
conexões no sentido de criar valor e fazê-lo fluir, desde os fornecedores até os clientes finais.
33
A representação do mapa de processo deve ser apresentado em forma de linguagem gráfica
possibilitando enxergar a dinâmica do fluxo de material e informações, no processo produtivo.
Por isso, cada vez mais, as empresas têm buscado a aplicação de novas técnicas e programa
de melhoria, a fim de conquistar excelência empresarial e crescimento contínuo.
Para Alves (2001), o processo é um grupo de tarefas interligadas de forma lógica, que
utilizam os recursos da empresa, no intuito de gerar resultados definitivos, de maneira a apoiar os
seus objetivos.
34
Dessa forma, o modelo retromencionado dispõe de input, output, tempo, espaço, ordenação,
objetivos e valores que, interligados de forma lógica, irão resultar em uma estrutura capaz de
fornecer produtos ou serviços ao cliente. Seu entendimento é de suma importância para visualizar
qualquer negócio.
Um processo é composto por várias atividades e tarefas que são executadas, na sua grande
maioria, por pessoas. A Figura 2.7 desenvolvida por Harrington (Apud VILLELA, 2000) mostra
claramente as relações de dependência na realização de um processo.
Identifica-se o processo como uma equipe de trabalho que deve partir da perspectiva do
cliente (interno e externo), com propósito de atender as suas necessidades e preferências.
35
Para Muray apud VILLELA, 2000), existe um valor mínimo aceitável pelo cliente,
possibilitando-se determinar as expectativas e as condições necessárias de competição, conforme
é mostrado na Figura 2.8.
Para uma empresa ser competitiva, ela deve ultrapassar o valor mínimo aceitável, pois se
igualar esse valor estará apenas sobrevivendo. O fracasso inevitável estará reservado àquelas que
ficarem abaixo do valor esperado pelo cliente. Busca-se o mapeamento do processo o
entendimento das operações existentes e futuras, objetivando a satisfação dos clientes e o
desempenho das atividades.
36
Slack (1997) afirma que Just in Time (JIT), como sendo uma abordagem disciplinadora,
visa produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários, atendendo a uma
demanda instantânea, com qualidade e sem desperdícios.
Moura & Bauzato (apud ERDMANN, 1998) destacam que o Just in Time é uma estratégia
para buscar um aperfeiçoamento (melhoria contínua) do desempenho da empresa ou negócio, por
meio da eliminação de todo e qualquer desperdício de tempo e recursos no processo como um
todo.
Nesse particular, enfatiza-se que o sistema Just in Time possibilita a empresa a obter alguns
objetivos de desempenho na produção, tais como:
Na verdade, esses objetivos são políticas normais dentro de qualquer empresa, no entanto,
depende da forma de utilização das ferramentas gerenciais abordadas pelo JIT.
Pode-se destacar, por meio das ilustrações das Figuras 2.9 e 2.10, duas formas de
abordagem da utilização da capacidade produtiva, pois o uso da técnica do JIT visa reduzir ou
eliminar funções e sistemas desnecessários ao processo global da manufatura.
37
Figura 2.9 – Abordagem tradicional (Slack,1997)
38
Segundo Alves (1995), a eliminação do desperdício é o que caracteriza uma manufatura
que acrescenta valor.
Para a implantação do Just in Time deve-se iniciar com um sistema de produção capaz de
entender e responder às necessidades dos clientes, otimizando os recursos financeiros, humanos e
materiais, desenvolvendo sistemas internos que encorajam a melhoria contínua e, por último,
deve atingir os fornecedores de matérias-primas e de componentes.
Bezerra (apud ERDMANN, 1998) informa que a TPM é considerada como uma
reformulação de postura de toda a empresa, buscando uma revolução junto às linhas de produção,
visando somar esforços a fim de eliminar os desperdícios através da interação entre as pessoas e
equipamentos, buscando a quebra zero, o defeito zero e o acidente zero.
A TPM é importante para o sistema Just in Time, pois é vista como atividade que ajuda na
qualidade dos produtos, aumenta a participação dos operários na empresa, proporcionando
redução de custos no processo produtivo (Alves, 1995).
39
b) Redução de Setup
Slack (1997) definiu o tempo de setup como sendo o tempo decorrido na troca do processo
da produção de um lote até a produção da primeira peça boa do próximo lote.
Para Erdmann (1998), o setup consiste, na administração da produção, ajustar uma máquina
ou equipamento no processo, trocando ferramentas e/ou matrizes, para confecção de produtos
diferentes daqueles que estavam sendo produzidos antes.
Desta forma, pode-se observar que os tempos de setup podem ser reduzidos através de uma
variedade de métodos e procedimentos, como exemplos: eliminação e diminuição do tempo
necessário para a busca de ferramentas e equipamentos, a pré-preparação de tarefas que retardam
as trocas e outros.
c) Lead Time
Rother e Shook (1998) definiram Lead Time como sendo o “tempo que uma peça ou
produto leva para se mover ao longo de todo um processo ou fluxo de valor, desde o começo até
o fim”.
Assim, o lead time passa a ser o tempo que decorre a partir do momento em que a ordem de
produção é liberada até que a peça ou produto esteja disponível para sua utilização.
O esforço pela redução de lead time no processo produtivo é garantir maior tempo em
atividades que agregam valor ao produto ou processo, desta forma estará reduzindo os
desperdícios na produção.
40
Corrêa e Gianesi (1996) salientam que para a obtenção na redução do lead time (tempo do
ciclo de produção) é necessário que os produtos, o sistema de manufatura e o processo produtivo
sejam projetados de forma a viabilizar o fluxo de ordens de produção mais rapidamente.
Ainda segundo os autores acima citados, a diminuição do lead time na produção só pode
acontecer, se houver um combate efetivo nos seguintes elementos:
- tempo de processamento;
- tempo de movimentação.
d) Kanban
Segundo Tardin e Lima (2000), afirmam que o excesso de produção (grande estoque) numa
empresa é uma grande fonte de desperdício, necessitando de dinheiro, espaço, pessoas e
equipamentos. Resultando num aumento do Lead Time e que prejudicará a sua flexibilidade e a
rapidez para atender o cliente.
Tubino (1999) explica que a técnica Kanban foi desenvolvida com o propósito de tornar
simples e rápidas as atividades de programação, controle e acompanhamento de sistemas de
produção em lotes.
Para Rother e Shook (1998), essa técnica surgiu pela observação da maneira como os
supermercados gerenciam seus estoques na prateleira. O repositor (fornecedor) monitora a
quantidade de itens nas prateleiras. Quando essa quantidade reduz-se de um determinado nível
definido, o repositor retira produtos do estoque e coloca-os na prateleira, até que esse processo
ocorra novamente.
Slack (1997) aborda que o Kanban é uma ferramenta gerencial de controle da produção
através da utilização de cartões, onde quem determina a fabricação do lote de um centro
produtivo é o consumo das peças realizado pelo centro produtivo subseqüente.
Segundo Tubino (1999), o sistema Kanban mais difundido atualmente é o sistema de dois
cartões, um deles denominado Kanban de produção e o outro de Kanban de transporte (retirada).
O Kanban de produção autoriza o processo produtivo a iniciar a produção de um lote de
determinado item. Não existe um modelo padronizado de cartão, mas em geral, contém as
seguintes informações: código da peça, descrição da peça, quantidade de peças representada pelo
cartão, tamanho do lote a ser produzido, centro de produção responsável e local de armazenagem.
A Figura 2.12 mostra um modelo de Kanban de produção.
42
Processo: Centro de Trabalho:
N° de Item: N° Prateleira de
Estocagem:
Nome do Item:
Código:
Para Slack (1997), o Kanban de transporte (retirada) é utilizado para informar o estágio que
o material pode ser retirado do estoque e transferido para uma destinação específica, ou seja,
autoriza a movimentação do material pela fábrica, do centro de produção que produz determinado
componente para o centro de produção que consome este componente. Este cartão contém, em
geral, as mesmas informações do Kanban de produção, acrescidas das informações do centro de
produção de origem e centro de produção de destino. A Figura 2.13 mostra um modelo de
Kanban de transporte.
43
N° de Item: Centro de
Trabalho
Precedente:
Nome do Item:
Locação no
Estoque:
Locação no
Estoque:
Cabe aqui salientar que a técnica Kanban objetiva a minimização de estoque, tanto em
processo quanto em produtos finais. Porém, a técnica prevê a formação de estoque entre os
processos, para haver resposta rápida ao cliente.
2.2.5 Brainstorming
Oakland (1994) define o brainstorming como “uma técnica usada para gerar idéias
rapidamente em quantidade que pode ser empregada em várias situações”.
Costa (apud MATTOS, 1998) o enfatiza como sendo uma rodada de idéias, destinada à
busca de sugestões através do trabalho de grupo, para inferências sobre causas e efeitos de
problema e sobre a tomada de decisão.
44
Novaski (2001) advoga que Brainstorming é uma técnica usada em reunião para apoiar o
processo criativo dentro de uma equipe de trabalho, devendo seguir algumas recomendações, tais
como:
c) incentivar a liberdade, fazendo com que as pessoas sintam-se à vontade para gerar o
máximo de idéias;
Segundo Pereira Filho (1994), o emprego do brainstorming na análise de valor, tem levado
diversas empresas a encontrarem soluções econômicas para problemas reais de forma efetiva,
tornando-se uma técnica mais simples e rápida para ser utilizada.
Este diagrama, também chamado de “diagrama espinha de peixe”, foi criado para que todas
as pessoas de uma empresa pudessem executar a separação dos fins de seus meios.
Para Costa (apud MATTOS, 1998), o Diagrama Ishikawa pode ser visto como uma
ferramenta destinada a relacionar causas de desvio, ou seja, um instrumento de investigação
voltado para a análise de processos produtivos.
Seu modelo de apresentação é similar à “espinha de peixe”, onde o eixo principal mostra
um fluxo de informações e as espinhas ilustram as causas principais de uma ação, ou propriedade,
45
para as quais convergem sub-causas (causas menos importantes), levando ao sintoma do
problema, resultado ou efeito final de todas (interação) e cada uma (reflexos isolados) dessas
causas. O diagrama da Figura 2.14 permite a visualização da relação entre as causas e os efeitos
delas decorrentes.
Alto (2000) afirma que o diagrama de Pareto é um gráfico de barras mostrando uma
estratificação de várias causas ou característica de defeitos, falhas, reclamações, e outros
problemas. É usado com propósito de identificar o problema mais importante e urgente (que
merece o investimento do nosso tempo e atenção) para ser resolvido ou decidido.
Coral (1996) ressalta que o uso do Pareto é um princípio da seletividade num grupo de
perseguição do valor, pois deve buscar tais desbalanceamento e concentrar seus esforços na área
em que suas habilidades particulares prometem maior rendimento para o tempo, informação e
ferramentas disponíveis.
46
Desta forma, o Pareto é uma representação através de gráfico em barras verticais,
organizados em ordem decrescente de importância, o que ajuda a dirigir a atenção e esforços para
problemas verdadeiramente importantes. Resultando em prioridade de ação e de tempo.
• identificar os problemas;
• descobrir problemas e causas, tais como: (erros, falhas, gastos, retrabalho, etc.);
• priorizar a ação;
Maramaldo (1998) aborda que a matriz de priorização (GUT) determina as prioridades das
ações a serem tomadas para cada “problema inicialmente sentido”, baseada nos fatores de
Gravidade, Urgência e Tendência, conforme mostra a Tabela 2.6.
Esta técnica de Análise Global (GUT) foi desenvolvida por Kepuer e Tregoe que consiste
em estipular critérios para escolha de determinado assunto e classificar atividades segundo esses
critérios (Csillag, 1995).
47
A matriz deve ser usada quando:
a) todos concordam com os critérios de solução, mas discordam da ordem de
implementação;
Lista de Prioridade
Gravidade(G) Urgência (U) Tendência(T)
Problemas GxUxT
Ordem de
O prejuízo que poderá
Ação deverá ser Se não fizer nada prioridade na
________ decorrer na situação decisão
tomada quando: a situação:
será:
48
Novaski (2001) afirma que o ciclo PDCA é utilizado para se atingir metas, de forma a
controlar o processo com as funções básicas de planejar, executar, verificar e atuar corretamente,
como é demonstrado na Figura 2.15.
O ciclo PDCA para controle de processos é o método gerencial por quatro etapas básicas
seqüenciais, formando um ciclo fechado, que são: Planejar, Executar, Verificar e Agir
corretamente.
A etapa de Planejamento, que promove o início do giro, tem por função estabelecer os
objetivos a serem alcançados com o processo, ou em outras palavras, as metas sobre os itens de
controle do processo, assim como decidir sobre os métodos a serem empregados para atingir estas
metas.
49
controle. Caso não exista problema, a rotina de trabalho é mantida e passamos ao quarto passo do
ciclo.
Silva Júnior (1999) afirma que em decorrência da aplicação do método gerencial proposto
pelo ciclo PDCA, cada vez que o problema é identificado e solucionado, o sistema produtivo
passa para um nível superior de qualidade, desta forma busca-se trabalhar dentro da ótica da
melhoria contínua e os problemas são vistos como oportunidade para aumentar o desempenho do
processo, atingindo a meta planejada.
Dessa maneira, o ciclo PDCA revela-se como sendo um bom sistema de seleção,
tratamento de anormalidade, pois traz como resultados empresariais uma imensa redução nos
custos de retrabalho e melhoria no clima humano entre as diversas equipes da empresa.
Novaski (2001) aborda que um plano de ação é uma forma estratégica capaz de auxiliar o
planejamento no desdobramento de ações.
O autor acima citado destaca ainda que o 5W2H é um plano de ação estruturado que visa
permitir uma rápida identificação dos elementos necessários a implantação de um projeto.
50
WHAT - o que será feito (etapas)
a) um grupo de pessoas
c) uma tabela com as diversas questões: what, why, where, when, who, how e how much,
de acordo com a Tabela 2.7.
51
Tabela 2.7 – Modelo de plano de ação 5W2H (Campos, 1994)
Black (apud COLMANETTI, 2001) destaca em seu trabalho que a manufatura é uma das
funções que possui influência determinante no desempenho da empresa, pois para que ela venha a
ter sucesso no mercado, deve possuir um sistema de manufatura enxuto e eficiente. Portanto se
faz necessário conhecer os custos de manufatura e saber gerenciá-los de forma eficaz.
Mensurar todos os esforços dentro de uma empresa que trabalha com uma família de
produto, empresas multiprodutoras, torna-se um problema complicado. A forma encontrada para
simplificar esta situação foi estabelecer uma unidade (medida comum) que tornasse possível
medir a produção em determinado período (Bornia, 1995).
a) Postos Operativos
O método requer que seja dividida a empresa em postos produtivos, de forma que possam
ser alocados os custos agregados ao longo das etapas produtivas.
52
Bornia (1996) afirma que um posto operativo:
“É composto por operações de transformação homogêneas, quer dizer, o
posto operativo é um conjunto formado por uma ou mais operações
produtivas elementares, as quais apresentam a característica de serem
semelhantes para todos os produtos que passam pelo posto operativo,
diferindo apenas no tempo de passagem”.
Assim, uma empresa poderá ser vista como sendo um conjunto de postos operativos, cada
um deles possuindo um certo potencial de produção. Esse potencial será transferido aos produtos
no momento de sua fabricação, pela geração de um esforço de produção. Pois, um produto ao ser
trabalhado num posto operativo, absorverá do mesmo um certo esforço de produção. Um posto
operativo é, portanto, representado por uma ou mais operações elementares. A correta escolha
das operações é que definirá a precisão dos dados. Quanto melhor elas forem escolhidas e maior
for o seu detalhamento, mais precisos serão os resultados. Esta escolha pode inclusive ser
determinante nos resultados da implantação das UEP’s.
Dessa forma, um posto operativo pode ser formado por uma máquina ou abranger várias
máquinas (Bornia, 1996).
b) Foto-índices
Bornia (1995) destaca que o método da UEP determina para cada posto operativo um índice
de custos (custos por hora).
Assim, à medida que o produto passa pelos postos operativos, ele absorve uma parte dos
esforços de produção.
Antunes Júnior (1994) aborda que se deve alocar a cada um dos postos operativos os
principais custos de transformação que ele emprega durante uma hora de funcionamento. O
somatório de todos os custos de transformação, absorvidos por um posto operativo durante uma
hora de trabalho, dará o foto-índice do posto operativo.
53
c) Produto-base
A boa definição do produto-base é fundamental para o método das UEP’s, pois é ele que
servirá de referencial para os esforços de produção despendidos pelos vários postos operativos.
Entretanto, todos potenciais produtivos dos postos operativos em UEP serão estabelecidos com
base nele, podendo uma má escolha levar a implantação do método ao fracasso.
d) Tempos de fabricação
Kleiman Neto (1999) afirma que o valor em UEP’s de um determinado produto é calculado
através de um somatório que compreende a multiplicação das UEP/h dos postos operativos pelos
respectivos tempos médios em que o produto considerado deverá ser trabalhado nesses postos.
Para tanto, é indispensável o conhecimento prévio dos tempos de processamento dos produtos em
cada um dos postos operativos.
Bornia (1995) observa que permanentemente deve haver uma reavaliação dos tempos de
fabricação, com o intuito de identificar modificação nos tempos. Tal procedimento possibilita a
percepção de eventuais mudanças no processo produtivo.
e) Foto-custo do produto-base
De posse de todas essas informações pode-se calcular os foto-custos parciais, que são os
custos de produção de um artigo em um posto operativo. Dessa forma, se um posto operativo tem
54
capacidade de 5 UEP/h e o processamento de um artigo naquele posto foi de 0,4 horas, o artigo
absorve 2 UEP’s. Somando-se as UEP’s de todos os postos operativos do processo de produto
será obtido o foto-custo do produto.
• Medidas de Desempenho
Bornia (1995) salienta que para a gestão industrial, é essencial que se acompanhe a
produção através de medidas físicas. O método da UEP emprega três expressões para calcular os
índices para esta finalidade: [2.1] eficiência; [2.2] eficácia e [2.3] produtividade horária.
Kleiman Neto (1999) aborda que a obtenção desses índices pode ser feita instantânea e
localizadamente, facilitando a identificação e o diagnóstico dos eventuais desvios de produção,
possibilitando a adoção de medidas corretivas rápidas e efetivas.
Dessa forma, o conhecimento destes índices permite que medidas sejam tomadas no sentido
de melhorar a produção. E esse conhecimento incentiva a criação de outros índices para, cada vez
mais, incrementar o processo produtivo.
55
Capítulo 3
Método De Pesquisa
3.1 Introdução
Para a escolha da metodologia base, optou-se por adotar o plano de trabalho de Miles
(Csillag, 1995), visto na Tabela 2.3, com o apoio de ferramentas gerenciais abordadas no capítulo
2.
A metodologia apresentada por Miles implica em uma nova maneira de pensar, um novo
método de trabalho, técnicas de análise e de pesquisa e de constante procura de melhoria. Assim,
tal metodologia apresentou-se mais adequada ao trabalho proposto.
Os fatores principais que levaram à adoção de tais adaptações são relacionados à cultura da
qualidade já consolidada e à disseminação dos conceitos por todos os níveis da organização
estudada.
57
b) Critério para mapeamento de processo
Esta etapa, na realidade, serve para compreender o fluxo de material e das informações na
medida em que o produto segue nas etapas produtivas.
Desta forma, o uso do MFV torna-se útil no desenvolvimento das descrições das funções,
em que cada etapa do processo requer.
Inicialmente elabora-se uma lista de funções do processo, utilizando como guia um “verbo”
e um “substantivo” para cada função levantada, através do auxílio das questões “como” e
“porque” na sua identificação. Isso assegura um método lógico para o correto alinhamento das
funções e de suas inter-relações no processo.
Nesta etapa, já de posse do diagrama FAST e o conhecimento dos tempos médios gastos
nas funções, inicia-se uma análise para agrupamento das funções em postos operativos. Esse
passo é proposto pela utilização do método de Unidade de Esforço de Produção (UEP).
58
Ressalta-se que a obtenção dos custos por este método deve-se levar em consideração a
escolha de um item ou produto (produto-base) que passa por todos ou maioria dos postos
operativos já definidos.
No entanto, parte-se para o registro dos tempos que cada posto consome. Esta coleta
realiza-se através de um cronômetro fornecendo os tempos médios de passagem em cada posto
operativo pelo produto base escolhido.
Tpoi
(Foto-índice) i = Equação 3.1
∑t
Em que,
A multiplicação do custo total de uma UEP pelo foto-índice de cada posto resultará no
custo ocorrido no posto operativo.
59
e) Critério para identificação dos Problemas
Através das sessões de brainstorming (reunião de discussão do grupo) pode-se gerar idéias
criativas para soluções dos possíveis problemas apresentados. A sessão tem duração média de 20
a 30 minutos, dirigida pelo coordenador do grupo.
A utilização do gráfico de Pareto justifica-se por ser uma ferramenta seletiva, que se deve
organizar as possíveis causas por grau de importância. Desta forma, buscará encontrar a solução
dos possíveis problemas, com ataque direto nas suas causas. O grupo não desperdiçará tempo e
recurso com atividades que não agregam valor ao processo. Isto estimulará a concentrar os
esforços no combate dos problemas de grande relevância.
Na seqüência, o grupo lista as causas levantadas pelo diagrama de Ishikawa, por meio do
brainstorming elaborando uma matriz de priorização (GUT), onde a pontuação dar-se-á através
de pesos definidos que variam de 1 a 10 alocados para gravidade, urgência e tendência. O peso 1
é pontuado para uma situação sem gravidade, não tem pressa e não piora; peso 3 pouca
gravidade, pode esperar um pouco, vai piora a longo prazo; peso 6 é grave, o mais cedo possível,
vai piorar a médio prazo; peso 8 muito grave, tem alguma urgência, vai piorar em pouco tempo;
peso 10 é extremamente grave, ação imediata, vai piorar rapidamente.
Após a definição dos pesos para cada item Gravidade (G), Urgência (U) e Tendência (T)
para os problemas (causas), executa-se a sua multiplicação. A ordem da pontuação é o que
definirá as prioridades na execução das ações.
60
f) Critérios para formulação de proposições
Nesse sentido, deve-se certificar de que as ações serão tomadas sobre as causas
fundamentais. Faz-se ainda uma nova análise, no intuito de investigar se as ações propostas não
acarretam efeitos colaterais.
A equipe de trabalho deve estar atenta e ser proativa, dando suporte adequado às ações mais
complexas, certificado-se de que todas as ações do plano serão cumpridas em tempo hábil,
atendendo ao cronograma.
61
g) Critérios para verificação das ações
Esta etapa inicia-se com o registro de todas ações propostas no plano. Tais observações
devem ser feitas na folha de verificação, que constará de todas ações propostas no plano com o
seu respectivo resultado.
O método de investigação utilizado para este estudo é de caso, uma vez que se procura
realizar um estudo da aplicação do método de análise de valor numa organização.
A escolha do objeto de estudo, no qual a pesquisa foi realizada, exigiu critérios básicos que
foram utilizados para pleno desenvolvimento deste trabalho, a saber:
Quanto ao critério de classificação das perdas, foi utilizada a metodologia proposta por
Hutchins (1993) que melhor tem satisfeito as necessidades de atender ao monitoramento das
perdas por refugo e retrabalho. Para a sua quantificação, foi desenvolvida uma ficha de
ocorrência das perdas nos postos, como mostra no Anexo I.
A partir do registro dos tempos das perdas, deu-se a conversão para a unidade UEP, onde é
dividido o tempo das perdas no posto, pelo tempo total dos postos operativos.
62
Capítulo 4
Aplicação
A metodologia desenvolvida neste trabalho foi aplicada e testada em uma empresa do setor
de manufatura de transformadores de distribuição.
A Delta é considerada pelo setor uma das mais avançadas fábricas de transformadores de
distribuição de todo norte e nordeste, contando com modernas instalações, tecnologia e uma
equipe técnica especializada. Também possui representantes em diversos estados do norte e
nordeste e com uma equipe de vendas na fábrica.
63
A empresa tem como premissa de manufatura a utilização de materiais novos, especificados
e padronizados conforme as normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), NBR
5440 e NBR 5356.
Esta fase constitui no conhecimento interno da organização, bem como de uma análise das
expectativas dos clientes. O levantamento de informações da análise interna deu-se através de
entrevistas com gerentes e supervisor da produção, bem como os envolvidos em cada processo.
64
A partir da obtenção das informações, procurou-se desenvolver um organograma que
pudesse representar, de forma gráfica, a relação de comando na empresa, demonstrado na Figura
4.1.
A missão da empresa é desenvolver e manter uma boa relação com seus clientes através da
qualidade, confiabilidade e segurança dos seus produtos.
A empresa não possui um sistema de custos bem definido e sua medida de lucratividade é o
fluxo de caixa.
Baixa produtividade e perdas têm chamado atenção especial da gerência técnica para as
áreas produtivas, onde uma metodologia de trabalho em equipe foi implantada no início do ano
de 2002 e só tomou pulso a partir da apresentação da metodologia de Análise de Valor do
Processo, onde contempla a redução de custos de manufatura e a melhoria contínua do processo.
Por causa da grande variedade do produto (3KVA até 300KVA de potência), escolheu-se a
manufatura do transformador de 45KVA de potência e trifásico para o mapeamento, devido ser o
tipo de transformador que tem as configurações técnicas mais solicitadas pelos clientes, conforme
deixa claro na Figura 4.2.
O setor do planejamento e controle da produção da Delta libera os pedidos dos clientes para
a manufatura, aproximadamente na mesma seqüência em que são recebidos. Os pedidos são
65
posicionados em lotes por especificação do produto no chão da fábrica, com propósito de reduzir
as trocas.
35%
Quantidade %
22%
18%
15%
10%
45 kvA TRIF 75 kvA TRIF 30 kvA TRIF 112,5 kvA TRIF OUTROS
Processo de Produção
Neste setor realiza o processo de corte das chapas de ferro silício, enrolamento e montagem
dos grupos de bobinas da alta e baixa tensão, montagem e secagem do núcleo e inspeção dos
números de espiras.
66
Setor de caldeiraria
Neste setor, tem-se a fabricação do tanque, que se inicia pelo corte das chapas, dobramento,
soldagem e bordeamento.
Também se faz a confecção de radiadores, que inicia pelo corte e dobramento dos tubos e
em seguida são soldados no tanque. Esta parte é finalizada com testes dos radiadores pelo ensaio
de líquidos penetrantes e só depois da aprovação, é liberado para o jateamento e pintura.
Após a realização das duas partes, tem-se o processo de montagem (núcleo + tanque),
colocação do óleo mineral, acessórios e os selos de qualidade (ensaios específicos).
Tempo de Trabalho
A empresa trabalha de segunda à sexta-feira com 9 horas diárias em dois turnos e aos
sábados apenas 4 horas, somente na produção, totalizando 196 horas mensais.
Todas partes do processo produtivo são paralisadas por 1 hora para o almoço nas
dependências da fábrica.
Após o MRP, o setor emite uma ordem de produção (OP) por cliente, que acompanha o
pedido por todo processo de produção.
Diariamente a empresa elabora uma lista de prioridade, ou seja, ajuste fino que acelera os
possíveis pedidos que estão atrasados.
Corte – A prensa de 40t corta chapa de FeSi para todos os tipos de transformadores, com
as seguintes características.
- Estoque observado.
- Tempo de ciclo: cada transformador trifásico de 45KVA, requer três bobinas de alta
tensão e três de baixa tensão; o tempo do ciclo é de 75 minutos para cada bobina.
- O processo de corte se dá com auxílio de uma prensa de 50t para todos os tipos de
transformadores, sendo realizado por 03 funcionários.
Cumpre observar que o tempo do ciclo se dá pelo corte da lateral e o fundo do tanque.
Estoque observado.
Estoque observado:
Estoque observado:
Montagem do núcleo
O estoque observado:
69
Dobramento de tubos – caldeiraria
Estoque observado:
Estoque observado:
Soldagem – caldeiraria
O estoque observado:
70
- 2 dias antes da soldagem
Inspeção – Ativa
- Inspecionar o número de espiras com auxílio dos cabos primários e secundários com 03
funcionários.
O estoque observado:
Inspeção – caldeiraria
O estoque observado:
Secagem – Ativa
71
- Tempo na estufa: 140 minutos
O estoque observado:
Pintura – caldeiraria
O estoque observado:
- Tempo total de troca de todas as atividades neste processo está estimado em 10 minutos.
O estoque observado:
- 8 dias após
Expedição
72
Estoque observado: 8 dias
Considerações
Os tempos do ciclo e de troca foram estimados pelos tempos médios de trabalho, de acordo
com as entrevistas e observações nos setores de realizações das operações.
73
74
Figura 4.3 – Mapa do estado atual do processo
- Os tempos de estoque foram estimados de acordo com a velocidade de produção entre
dois processos (cliente e fornecedor).
75
Após a apresentação da Tabela 4.1 foi desenvolvido o diagrama FAST, conforme está
descrito na Figura 4.4.
Na Figura 4.4, o diagrama de FAST apresenta uma visão completa das funções do
processo, para um perfeito entendimento do inter-relacionamento entre elas. Inicialmente o
diagrama não compreende os custos das funções, pois só após a aplicação da UEP (Unidade de
Esforço de Produção) é que estes serão adicionados.
A aplicação da técnica descrita anteriormente tem como objetivo de verificar com mais
facilidade as possíveis funções-problemas no processo.
Como o “mix” da produção da fábrica engloba sempre produtos diferentes, e como mesmo
volume de mão-de-obra para cada produto, foi necessário referenciar a produção do período
considerado (de um mês) à um produto padronizado equivalente, denominado de unidade padrão,
ou seja, metodologia utilizada nos princípios da Unidade de Esforços de Produção (UEP’s).
Para tanto, utilizou-se o transformador de 45 KVA, trifásico com cinco tampas na alta
tensão e 380V na baixa tensão, com tanque resfriado por radiadores tubulares. A escolha do
transformador de 45KVA como produto-base, deu-se em função do modelo mais solicitado na
produção, conforme já visto na Figura 4.2.
Para este trabalho, foram utilizados os tempos médios gastos em cada posto produtivo, no
intuito de obter uma quantidade de UEP’s absorvida em cada etapa do processamento do
produto-base.
76
77
Figura 4.4 – Diagrama FAST – Delta Transformadores Ltda
Para compor uma visão geral do processo produtivo, buscou-se investigar algumas
atividades desenvolvidas pela função descrita na Tabela 4.2, observadas através de um
cronômetro, e registrados os tempos médios utilizados nas operações de um transformador de
45KVA-trifásico.
CÓDIGO TEMPO
DA DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES MÉDIO
FUNÇÃO (Min)
A-1 Adquirir o projeto no almoxarifado, de acordo com a ordem
de produção (OP) 3
A-2 Colocar a bobina de FeSi c/ a bitola na máquina de corte. 10
A-3 Regular a máquina, certificando que a mesma está cortando
A
em ângulo de 45o. 10
A-4 Regular o comprimento da chapa na base da máquina. 5
A-5 Iniciar o processo de corte p/ as chapas do 1o degrau até o 5o
degrau, de acordo com a quantidade solicitada no projeto. 50
TOTAL 78
B-1 Adquirir o desenho específico no almoxarifado, de acordo
com OP, solicitando os materiais necessários: Fio de cobre,
Cadarço, Cola, Papel prespan de 0,5 e / 1mm de espessura. 10
B-2 Preparar a bobina utilizando o papel de forma, na qual é
B colocado internamente nos discos para que a bobina não deforme. 15
B-3 Colocar a forma no eixo da máquina e em seguida prendê-la
no cabeçote da máquina entre pontas. 10
B-4 Preencher as camadas c/ o número de espiras conforme o
projeto técnico 30
Total parcial 65
OBS: O transformador trifásico de 45KVA requer na sua
elaboração 03 bobinas de baixa tensão, deve-se multiplicar por 02
vezes o tempo gasto p/ fabricar a 1a bobina e subtrair do tempo
utilizado na aquisição do projeto no almoxarifado pelo líder do 110
posto.
B
Tp = 65 - 10 = 55 min. x 2
Tp = 110 min.
TOTAL 175
78
C-1 Adquirir o desenho no almoxarifado, de acordo com OP,
solicitando os materiais: Fio, Cadarço, Verniz, Cola, Papel
prespan, de 0,2mm e 0,8mm de espessura. 10
C-2 Preparar a bobina utilizando o papel de forma, na qual é
C colocado internamente nos discos para que a bobina não deforme. 10
C-3 Colocar a forma no eixo da máquina e em seguida prendê-la
no cabeçote da máquina entre pontas. 10
C-4 Prender as camadas c/ o número de espiras, conforme o
projeto técnico. 55
Total parcial 85
OBS: O transformador trifásico de 45KVA (produto-base) requer
03 bobinas de alta tensão. O tempo total para as outras duas, deve-
se o tempo da 1a subtraído do tempo da aquisição e multiplicado
C
por 2.
Tp = (85-10) = 75 min. X 2
Tp = 150 150
TOTAL 235
TOTAL 10
E-1 Adquirir o projeto no almoxarifado, de acordo com a OP. 3
E-2 Regular a bancada de montagem c/ auxílio de um gabarito. 15
E-3 Montar do 1o degrau ao 5o degrau, com auxílio de calços
reguladores na altura especificada. 55
E-4 Alinhar o núcleo inferior c/ as laterais, utilizando calços de
madeira, fixado com cola branca. 15
E-5 Inserir os grupos de bobinas no núcleo, posicionando-se de
forma correta. 15
E-6 Prender os grupos de bobinas no núcleo, com o auxílio de
E
calço de papel prespan de 2mm de espessura. 15
E-7 Colocar da parte superior do núcleo, prendendo c/ cantoneiras,
fixadas por haste de parafusos. 20
E-8 Pegar o comutador em estoque e prendê-lo na parte superior. 15
E-9 Fazer ligações das derivações da alta tensão (At) c/ o
comutador. 15
E-10 Fazer o fechamento das ligações delta da alta tensão (At),
com auxílio de maçarico. 15
E-11 Fazer o fechamento das ligações estrelas da baixa tensão
(Bt), com auxílio de maçarico. 20
TOTAL 203
79
F-1 Acoplar os cabos primários e secundários. 10
F-2 Fazer a leitura e certificando-se o número de espira está de
F
acordo c/ o projeto. 10
TOTAL 20
G-1 Colocação do núcleo na estufa, sendo submetida a uma
G temperatura de 140oC, com propósito de retirar toda umidade
existente. 55
TOTAL 55
8
TOTAL 24
J-1 Medir e ajustar o tubo, de acordo com o comprimento a ser 2
dobrado no desenho.
J J-2 Executar a 1a dobra no tubo. 0,5
J-3 Executar a 2a dobra no tubo. 0,5
J-4 Execução de forma seqüencial das 11 peças restante (22
curvas) 8
TOTAL 11
L-1 Verificar se o número do desenho é o mesmo que consta no
L plano de produção. 2
L-2 Ajustar a medida e cortar a chapa p/ o manto. 4
L-3 Ajustar a medida e cortar a chapa p/ o fundo do tanque. 4
TOTAL 10
M-1 Colocar e ajustar a ferramenta na calandra de acordo c/ o
M desenho. 7
M-2 Colocação da chapa p/ execução da 1a dobra. 1
M-3 Colocação da chapa p/ execução da 2a dobra. 1
TOTAL 9
80
N N-1 Posicionar o tanque na máquina de bordear e aplicar a carga
ao redor do tanque. 6
TOTAL 6
TOTAL 20
S-1 Preparar a tinta através dos seus componentes, de acordo com
seus diluentes respectivos. 30
S S-2 Aplicar a tinta através do sistema Flooding sobre o tanque. 20
S-3 Retirar o excesso de tinta c/ auxílio de um pincel embebido
em diluente. 15
S-4 Aplicar a tinta branca interna através da pistola. 15
OBS: O tempo médio de secagem é de 24 horas no ar livre
TOTAL 80
81
U-1 Colocar a parte ativa no tanque, utilizando calço de madeira,
parafuso de centro e isolantes de baixa tensão (Bt). 30
U-2 Colocar a tampa sobre o tanque, com auxílio de parafuso
fixado com aperto cruzado. 11
U-3 Colocar o tanque na câmpula e ligar a bomba de vácuo
U
(fazendo vácuo dentro do tanque).
15
U-4 Alimentar o tanque com óleo mineral (isolante) até a marca
do nível especificado.
10
TOTAL 66
V-1 Aplicar nos terminais de alta tensão carga elétrica, com o 10
V propósito de verificar a ocorrência de curto-circuito.
V-2 Ensaiar as tensões de alta e baixa de forma induzida. 15
TOTAL 25
TOTAL GERAL 1.110
O produto-base (45KVA) passa por todos os postos operativos que compõem o processo
produtivo do transformador de distribuição. O registro dos tempos de cada posto é de suma
importância na determinação da UEP e, conseqüentemente, do seu custo.
A Tabela 4.4 mostra os postos operativos com seus respectivos tempos de passagem nos
postos.
Tabela 4.4 – Tempo de passagem nos postos operativos
TEMPOS DA
POSTO CÓDIGO DA TEMPO EM
FUNÇÃO Σt
OPERATIVO FUNÇÃO HORAS
(MIN)
PO1 A 78 78 1,30
B 175
PO2 410 6,82
C 235
D 10
E 212
PO3
F 20 297 4,97
G 55
I 24
PO4
J 11 35 0,58
L 10
M 9
PO5 N 6
O 9
P 27 61 1,03
Q 38
PO6
R 20 58 0,96
PO7 S 80 80 1,33
PO8 U 66 66 1,10
PO9 V 25 25 0,41
TOTAL 1.110 18,50
83
Para calcular os foto-índices desses postos operativos, foram considerados três itens de
custos de transformação, quais sejam: mão-de-obra direta (MOD), depreciação das máquinas e
energia elétrica. Os custos das matérias-primas foram calculados separadamente.
– A depreciação das máquinas se deu pela obtenção do custo total no registro contábil e
sendo rateado pelo tempo de uso.
– A energia elétrica foi calculada de acordo com a potência da máquina e o tempo de uso,
pelo método de rateio por absorção, utilizando o custo da energia industrial da Companhia
Elétrica do Maranhão - CEMAR.
A obtenção das informações referentes ao desempenho nos postos foi facilitada pelo fato de
o pesquisador acompanhar o processo durante um estágio na empresa. Na Tabela 4.5 tem-se o
cálculo dos custos para um transformador de 45KVA.
ITEM
DE PO1 PO2 PO3 PO4 PO5 PO6 PO7 PO8 PO9 TOTAL
CUSTO
MOD 18,20 85,83 55,00 18,12 48,00 13,50 20,00 29,35 20,00 326
CIF 4,00 7,00 12,50 4,00 6,00 2,50 4,00 3,50 4,50 37
Energia
6,00 20,00 68,00 6,00 15,00 4,00 8,00 9,50 10,00 141,50
Elétrica
TOTAL 28,20 112,83 135,50 28,12 69,00 20,00 32,00 42,35 34,50 504,50
84
A Tabela 4.6 mostra os dados coletados junto aos postos operativos pelos seus respectivos
líderes, através da observação dos tempos médios consumidos. A partir da verificação destes
tempos, foi estimado para um mês o valor em UEP’s para produção realizada, produção
retrabalhada e produção refugada nos postos.
Os levantamentos foram realizados através dos boletins de controle disponíveis nos postos
de trabalho. Para cada perda (retrabalho, refugo) que ocorre, os operadores procuram determinar
o local onde ela ocorreu e o motivo, conforme é ilustrado em anexo I.
Obs: A quantidade de UEP para produção retrabalhada e refugada foi estimada pelo tempo
utilizado nas atividades que não agregaram valor ao produto, ou seja, gasto desnecessário nas
operações dentro dos postos operativos.
85
Tabela 4.7 - Valor da UEP p/ produto-base
TEMPO
UEP VALOR R$
GASTO (H)
1 504,50 18,5
A Tabela 4.8 apresenta uma demonstração geral dos custos comparativos de cada função
desempenhada. A primeira e a segunda coluna da tabela representa o código e o tipo de função.
Na terceira, tem-se o custo da função. Na última coluna tem-se o percentual no peso total do
custo de uma UEP no processo produtivo.
POSTOS
TEMPO (H) Potencial Produtivo UEP/h CUSTO R$
OPERATIVOS
PO1 1,30 0,070 35,32
PO2 6,82 0,368 186,72
PO3 4,97 0,268 136,21
PO4 0,58 0,031 15,13
PO5 1,03 0,055 30,27
PO6 0,96 0,051 25,22
PO7 1,33 0,071 35,31
PO8 1,10 0,059 30,27
PO9 0,41 0,022 10,90
A Figura 4.5 revela a relação do valor agregado com as perdas por retrabalho e refugo e
também outros tipos de perdas. Desta forma, destaca-se que as perdas acima mencionadas
apresentam um valor significativo para busca de uma melhoria.
87
Tabela 4.10 – Percentual de produtividade, retrabalho, refugo e outras perdas nos postos
operativos
POSTOS PRODUT. RETRABALHO REFUGO RETR.+REF. OUTRAS
OPERATIVOS (%) (%) (%) (%) PERDAS
(%)
PO1 71,40 21,90 6,66 28,56 0,04
PO2 79,35 8,52 4,26 12,78 7,87
PO3 80,30 8,03 _ 8,03 11,67
PO4 77,90 _ 2,15 2,15 19,95
PO5 72,72 13,70 13,28 26,98 0,30
PO6 85,60 4,90 _ 4,90 9,50
PO7 85,30 8,04 0,40 8,44 6,26
PO8 91,00 8,86 _ 8,86 0,14
PO9 92,80 2,52 _ 2,52 4,68
80,35%
Quantidade %
11,90%
7,75%
O conhecimento das perdas por retrabalho e refugo representa 15,91 UEP (11,68 + 4,23),
ou seja, 57% do total das perdas existentes e o restante 11,99 UEP (43%).
88
Após a definição do tipo de perdas a serem tratadas pela metodologia, buscou-se conhecer a
sua representatividade dentro das perdas totais do processo, conforme é mostrado na Figura 4.6
seguinte.
57%
Quantidade %
43%
Baseado nestas informações deu-se preferência no estudo da análise de valor nas perdas por
retrabalho e refugo, em função de apresentarem maior percentual, e até mesmo serem
controláveis no processo.
O critério utilizado na escolha foi baseado pela técnica da Análise de Pareto-ABC, onde se
analisou o posto operativo com os seus respectivos pesos percentuais nas perdas por retrabalho e
refugo.
A partir desta escolha foi montada Tabela 4.11, que permite visualizar o percentual de
perdas por retrabalho e refugo nos postos operativos das perdas totais existentes no processo
produtivo.
Para maior compreensão, utilizou-se a classificação por classe A,B e C revelando o grau de
importância para o combate das perdas. Logo, a sua escolha é definida pela oportunidade de
economia que o posto oferece.
89
Tabela 4.11 – Porcentual das perdas mensal (retrabalho + refugos) no processo produtivo
A figura 4.7 demonstra essa disposição, de maneira priorizada dos custos incorridos pelos
postos operativos.
49,02%
Quantidade %
15,08%
12,13% 11,31%
5,27% 4,27%
1,88% 0,50% 0,50%
PO - 2 PO - 1 PO - 5 PO - 3 PO - 7 PO - 8 PO - 6 PO - 4 PO - 9
Figura 4.7 – Percentual das perdas por retrabalho e refugo nos postos
90
Os postos PO1, PO2, juntos totalizam cerca de 64,1% do total de perdas por retrabalho e
refugo no processo, isto representa 22% da quantidade total de postos, conforme visto na Figura
4.8.
100,00%
92,81%
Aculmulado %
64,00%
A B C
22% 33% 45%
PO - 1 PO - 3 PO - 4
PO - 2 PO - 5 PO - 6
PO - 7 PO - 8
PO - 9
Esta escolha oferecerá maior oportunidade para um resultado econômico mais rentável na
Análise de Valor de Processo (AVP).
Considera-se perda por retrabalho os esforços gastos a mais no processo para corrigir uma
atividade sem sucesso. Enquanto perdas por refugos são esforços despendidos de forma
irreversível para produção.
91
A partir da seleção do objeto de estudo da Análise de Valor, foi constituída uma equipe de
trabalho formada pelo Gerente Técnico (Coordenador), Gerente de Produção, Gerente Comercial,
inspetor de qualidade e o encarregado de produção.
A equipe reunia-se duas vezes por semana para avaliar o processo e buscar soluções para os
problemas encontrados. Na primeira semana foi observada através de sessões Brainstorming, a
necessidade de saber o ponto de vista dos colaboradores dos postos operativos envolvidos no
estudo, a respeito das suas atividades executadas.
Esta busca inicial se deu através de um questionário (visto Anexo ll) que foi aplicado
durante o DDS (Diálogo Diário de Segurança), com propósito de compreender os sentimentos
dos colaboradores e as condições de desempenho das atividades executadas.
Após o recebimento de todos os questionários, foi dado início a análise das respostas, onde
foram agrupadas as respostas aos possíveis problemas nos postos.
O estudo efetuou-se nos postos 01 e 02. O primeiro formado pelos trabalhadores do setor de
corte das chapas de ferro silício, e o segundo composto por trabalhadores que desempenham suas
atividades no setor de enrolamento de bobinas de alta e baixa tensão.
Análise da Tabela 4.12, para o grupo dos 16 funcionários (P01 e P02), demonstra a presença
da fadiga nestes trabalhadores em virtude de serem acometido pela exposição de ruído,
92
temperatura excessiva, iluminação e ventilação deficiente e por não utilizar os EPI´s de forma
adequada.
Condições de
Sempre Freqüentemente Ocasionalmente Nunca
trabalho
Temperatura
81,25(13) 18,8 (3) 0 0
excessiva
A Tabela 4.13 mostra o nível de capacitação dos 16 funcionários no desempenho das suas
atividades. Em face dos percentuais apresentados, fica nítido que a empresa tem investido na
capacitação dos seus funcionários de forma tímida. Porém, vale ressaltar que o nível do
desempenho das atividades está diretamente relacionado com preparo do profissional, traduzindo-
se na estratégia de cometer cada vez menos erros, neutralizando as fontes de variações que
ocasionam a instabilidade nos processos.
93
Constatou-se pela Tabela 4.14, que a empresa não desenvolveu uma perspectiva em que
fosse buscado o trabalho mais eficaz com menor esforço, nem um programa que valorizasse de
forma integral os seus colaboradores.
A partir do diagrama de causa e efeito, foi desenvolvida uma síntese na Tabela 4.15, que
mostra os postos (PO1, PO2), os quais apresentou um maior índice de perdas por retrabalho e
refugo. Estas perdas são consideradas pelo diagrama o efeito das causas.
94
Tabela 4.15: Síntese do diagrama de Causa e Efeito
CAUSAS
MAO-DE-
MÉTODO MEDIDA MEIO AMBIENTE MÁQUINA MATÉRIA-PRIMA
OBRA
POSTOS
-Bobinas de FeSi com
- Má -Altura não regulável defeito (ondulação e
operação -Falta de iluminação espessura fora do
- Falhas nos -Lâmina de corte com padrão)
-Corte não
PO1 -Desatenção procedimentos -Excesso de calor rebarba
uniforme
operacionais -Variação de peso
-Não -Excesso de ruído -Falta de manutenção
qualificado preventiva -Excesso de oleosidade
(acidente)
-Falta de manutenção
preventiva
- Desajustagem -Má qualidade da
- Má no dispositivo matéria prima (fio de
-Falta de iluminação -Variação na
operação de fixação cobre s/ esmalte)
-Falhas nos velocidade de
PO2 procedimentos -Excesso de calor enchimento das
-Desatenção - Falta de - Variação de espessura
operacionais bobinas
-Não contador de no papel Prespan.
-Excesso de ruído
qualificado giro (p/ nº de - Irregularidade no
-Facilidade de quebra
espira) diâmetro do fio
de fio
-Não ergonômicas
95
Nesta parte do estudo, foi realizada uma análise dos problemas nos postos PO1 e PO2 a fim
de identificar as principais causas dos mesmos. O diagrama de Ishikawa e a Matriz de priorização
GUT são ferramentas utilizadas para desmembrar os problemas maiores, onde as ações corretivas
foram priorizadas e implementadas. Uma vez identificadas as principais causas, sugere-se, agora,
algumas ações de melhoria para que os principais problemas possam ser sanados e/ou
minimizados.
No restante deste capítulo é desenvolvida uma análise das perdas (retrabalho e refugo) nos
postos operativos estudados, após as implementações do plano de ação.
96
ou amenizar os impactos causados pelos processos identificados, aqueles com valor de agregação
baixo (retrabalho, refugo).
Observando-se a matriz da Tabela 4.16 nota-se que as máquinas que efetuam corte não
uniforme apresentaram uma maior pontuação, isto confirma que o plano de ação deve ter um foco
de maior atenção para esse item de estudo.
Os resultados da Tabela 4.17 mostram um peso maior em relação ao cansaço por fadiga e
ausência de contador de giro eletrônico. Fazendo com que a empresa direcione a solução para
estes dois problemas no posto 02.
97
Após a identificação dos problemas (pela metodologia GUT) torna-se necessário
desenvolver um quadro de seleção e avaliação de soluções para os problemas levantados nos
postos, conforme o modelo representado nas Tabelas 4.18 e 4.19.
98
Tabela 4.20: Elaboração do plano 5W 2H
Nº O QUÊ POR QUE COMO QUANDO ONDE QUEM QUANTO
Facilitará o A partir do
Adotar 12 contadores de giro Fornecedor de São
preenchimento da Comprando 3 unidades início do mês de Gerente de
1 eletrônico nas bobinadoras Paulo e Minas 36.000
bobina na quantidade por mês novembro de compra
de alta e baixa tensão. Gerais
certa e de forma rápida 2002
Comprar matéria prima Eliminará as possíveis A partir da 1ª Fornecedores
Exigindo no momento Gerente de
2 somente com o certificado compra de itens quinzena de certificados pela
da compra o certificado compra ___
de qualidade defeituosos outubro ISO
Reduzirá fadiga e Comprando assento
aumentará a ergonômico e A partir da 1ª No setor de
Adotar as bancadas de Gerente de
3 produtividade, implementando quinzena de bobinamento de 10.000
formas ergonômicas produção
reduzindo as perdas por dispositivo de outubro A T / BT
retrabalho e refugo. regulagem nas bancadas
-Instrutores do
Preparar um treinamento Os operadores ficarão
SENAI
abordando (operação, mais aptos e capazes de Recebendo 30 horas de A partir da 1ª
- Gerente
4 manutenção, segurança e desenvolverem suas treinamento em 2 quinzena de Sala de treinamento 3.500
técnico
relações interpessoais para atividades com mais módulos outubro
-Gerente de
os operadores). segurança e qualidade
produção.
Buscar parcerias de - Gerente
Reduzirá o custo do
empresas que possam A partir da 1ª Técnico
processo e eliminará as Adotando contrato de Fornecedores de
5 fornecer chapas cortadas de quinzena de
perdas existentes nos fornecimento e entrega SP/MG
acordo com as outubro - Gerente de -
postos de corte
especificações solicitadas compras
Adotar duas sessões diárias Eliminará e aliviará a Interrompendo a A partir da 1ª Estagiários do
Na área livre da
6 de exercícios laborais fadiga das atividades produção por 15 quinzena de curso de terapia
empresa 600
(antiestress) repetitivas minutos nos dois turnos outubro ocupacional
Facilitará e agilizará a
Adotar um sistema de
montagem de bobina Através de cestos de A partir 2ª No local de
Kanban para reposição e Gerente de
7 AT / BT, dando mais cores verde, amarelo e quinzena de montagem da parte
utilização de acessórios de produção 1.000,00
confiança no uso de vermelho. outubro ativa
montagem
acessórios corretos.
Desenvolvendo um
Adotar um gabarito móvel A partir da 2ª Nas máquinas de
Facilitará a colocação e suporte de fixação de -Gerente
8 de fixação entre as pontas de quinzena de bobinar de baixa e 4.000,00
retirada da forma metal na ponta do eixo técnico.
todas bobinadoras. outubro alta tensão
das bobinadoras.
99
Uma vez identificadas as causas do problema em estudo através do diagrama de Ishikawa,
torna-se necessário elaborar um plano de ação, que uma vez implantado, eliminará ou reduzirá as
perdas por retrabalho e refugo. Por isso, é essencial elaborar um plano de ação 5W 2H que
servirá de guia para as atividades a serem desenvolvidas pela direção da empresa no processo de
implantação das medidas necessárias a redução das perdas em estudo.
O plano de ação consta de oito medidas de ação que foram formuladas pelo grupo com o
propósito de serem executadas na sua totalidade, conforme ilustra a Tabela 4.20.
100
Capítulo 5
A Tabela 5.1 mostra o resultado das ações propostas para eliminação das causas levantadas
no plano de ação. Nota-se que das oito ações sugeridas pela equipe de análise de valor, apenas
uma deixou de ser implementada, em função de recursos financeiros.
O posto 01 passou a não fazer parte do estudo, em virtude de ter sido eliminado em função
da compra das chapas de FeSi já chegarem cortadas. Com isto, a empresa deixou de ter perdas
(retrabalho, refugo) no processo de corte.
O posto 02 teve todas suas ações propostas executadas, exceto a aquisição dos contadores
de giro digital. Desta forma, levantou as informações em UEP sobre suas atividades no mês de
março/2003.
Após as implementações das ações no posto 02, foram levantadas informações durante o
mês de março/2002 para o posto de bobinamento de alta tensão e baixa tensão (posto 02),
enquanto no posto 01 não foram registradas informações devido a sua extinção pela empresa. A
Tabela 5.4 mostra os dados coletados no posto 02.
101
Tabela 5.1: Verificação das ações (Fevereiro/2003)
AÇÕES RESULTADOS
O posto operativo 02 apresentou um novo valor de potencial produtivo de 0,368 UEP/h para
0,331 UEP/h em função do posto operativo 01 ser desativado, e também de ter uma redução de
102 minutos em média na passagem do produto base (45 KVA – trifásico) no posto 02.
Resultando-se numa redução de tempos produtivos de (78 minutos) para o posto 01 e de (102
minutos) para o posto 02, respectivamente.
102
Tabela 5.2: Quantidade de UEP’S no posto 02 no mês março/2003
QUANTIDADE
INFORMAÇÕES NO MÊS 03/03
(UEP´s)
Tempo disponível (h) 196
Tempo médio trabalhado (h) 160
Potencial produtivo em (UEP/h) 0,331
Produção possível (UEP) 61,88
Produção realizada (UEP) 55,00
Produção retrabalhada (UEP) 2,6
Produção refugada (UEP) 1,00
Após o levantamento das atividades no posto 02, foi efetuado um quadro de comparação
das perdas por retrabalho e refugo antes e depois da execução do plano de análise de valor,
conforme é visto na Tabela 5.3.
Tabela 5.3: Comparações das perdas antes e após o plano nos postos 01 e 02
POSTO RETRABALHO REFUGO RETRABALHO REFUGO REDUÇÃO DAS
OPERATIVO ANTES ANTES APÓS APÓS PERDAS %
P 01 1,84 0,56 - - 100%
P 02 5,2 2,6 2,6 1,0 46,15%
Concluída a verificação, certifica-se que a redução total das perdas por retrabalho e refugo
foi de 6,6 UEP`s, isto representa cerca de 56,5% das perdas totais no processo produtivo.
Esta etapa final justifica a utilização de um sistema de custos focada nas funções das
atividades realizada dentro do posto 02, como mostra a Tabela 5.4, de modo que as informações
geradas resultem em tomadas de decisões relevantes, precisas, claras, quantificáveis e
consistentes.
103
Tabela 5.4: Comparação dos tempos para o posto 02 antes e após - AVP
CÓDIGO FUNÇÃO TEMPO TEMPO
DA DA ANTES APÓS OBSERVAÇÕES
FUNÇÃO ATIVIDADE (MIN) (MIN.)
A redução aconteceu em função de um sistema de kanban
B1 10 2
está próximo dos operários.
Foram desenvolvidos gabaritos com diversos diâmetros,
B2 15 8
estando disponível numa prateleira próximo ao operador.
B Diminuição do tempo foi em conseqüência da utilização de
B3 10 5
um dispositivo móvel.
Nenhuma melhoria foi detectada nesta função, pois não foi
B4 30 30 adotado nas bobinadoras contador de giro eletrônico
solicitado.
C1 10 4 Foi desenvolvido um sistema Kanban próximo ao operário.
A redução aconteceu em função da utilização de gabaritos
C2 15 10
com diversos diâmetros localizados perto dos operários.
C Foi utilizado um dispositivo de fixação móvel nas
C3 10 7
bobinadoras.
Não apresentou melhoria no tempo, em virtude de não ter
C4 50 50
implementado a ação proposta no plano.
Para melhor analisar os resultados e fazer uma comparação antes e após as melhorias, foi
utilizado a variável tempo que pode ser convertido na unidade de esforço de produção (UEP) e
por sua vez transformado numa unidade monetária.
Após análise dos resultados da implantação do plano AVP, pode-se destacar através da
Figura 5.1 o efeito positivo nos postos. Verificando as anotações realizadas na Tabela 5.3, onde
se constatou que a redução das perdas (retrabalho e refugo) no posto 01 foi de 100%, devido a
eliminação total das atividades neste posto de trabalho. Enquanto o posto 02 , obteve-se uma
redução de 46,15%.
104
A eliminação do posto 01 ocorreu com a aquisição de chapa de FeSi (ferro silício) já
cortada de acordo com o projeto solicitado. Desta forma, a empresa passou a não se preocupar
com esses tipos de perda nesta atividade.
Para o posto 02, a causa raiz está associada à qualidade da matéria-prima. Esse tipo de
problema, de acordo com pessoal de operação, aparece no momento em que as bobinas (baixa e
alta tensão) são confeccionadas com produto de má qualidade como; variação de espessura no
papel, falta de esmalte e irregularidade de diâmetro no fio de cobre.
Ressalta-se, ainda, que os resultados da economia totais através das implementações das
ações foram de 6,6 UEP´S nos dois postos (P01 e P02), visualizados na Figura 5.1.
Elege-se inicialmente a bobina de baixa tensão para o estudo detalhado das melhorias na
redução das perdas.
Após a conversão do valor da unidade de esforço produtivo (UEP) para unidade monetária
real (1 UEP = 1110 minutos= R$ 504,50), observa-se que a Figura 5.2 demonstra o resultado das
ações de melhorias para cada bobina de baixa tensão. A função B4 (Tabelas 4.2 e 5.4 ) não
ocorreu nenhuma alteração em virtude da empresa não ter adotado o contador de giro eletrônico
previsto no plano de ação ( visto na Tabela 4.20). Para a função B3 (Tabela e 5.4) a economia foi
105
de R$ 3,18 . Enquanto a função B2 foi de R$ 2,27 e finalmente na função B1 (Tabelas 4.2 e 5.4)
obteve-se um resultado favorável de R$ 3,64. A economia total para uma bobina de baixa tensão
é determinada efetuando-a a soma dos valores (3,18+2,27+3,64) igual a R$ 9,09
Nota-se que a comparação apresentada na Figura 5.2, deixa claro que o resultado de
economia para cada bobina de baixa tensão é no valor de R$ 9,09. Desta forma, pode-se afirmar
que o resultado final para uma transformador de distribuição de 45KVA, composto por três
bobinas de baixa tensão, é de uma redução de R$ 27,27 ( Vinte sete reais e vinte sete centavos).
Na seqüência a Figura 5.3 mostra os dados do Quadro 5.5 para a bobina de alta tensão,
seguindo a mesma metodologia de análise da bobina de baixa tensão. Verifica-se que a função C4
(Tabelas 4.2 e 5.4) apresenta inalteração de ganho, por falta de contador de giro eletrônico. Para a
função C2 a economia foi de R$ 2,27, na função C1 obteve-se o resultado positivo de R$ 1,36 ,
por último a função C3 foi de R$2,73. Verifica-se que a economia para uma bobina de alta tensão
(2,27 +1,36+ 2,73) é de R$ 6,36 cerca de 16,4% , como mostra a Figura 5.3.
106
Figura 5.3 – Comparação da execução de melhorias para bobina de alta tensão
Certifica-se que a economia para uma bobina de alta tensão é de R$ 6,36. Desta forma, a
economia das três bobinas de alta tensão passa a ser R$ 19,08.
No entanto, analisando-se também a Tabela 5.5 nota-se que a economia gerada para um
grupo de bobina (uma bobina de alta e uma de baixa) é de R$ 15,45(quinze reais e quarenta e
cinco centavos), isto representa cerca de 22,67% de economia.
107
Sendo assim, o transformador de 45KVA que requer três grupos de bobinas passa a ter uma
economia final de R$ 46,35 (3x15,45) (quarenta e seis reais e trinta e cinco centavos),
evidenciando um resultado de redução de custo de 9,18%(R$ 504,50) do valor de uma UEP.
A redução das perdas (retrabalho e refugo) nos dois postos foi 6,6 UEP´s, ou seja,
representam cerca de 41,48% do total das perdas em estudo.
Pode-se observar ainda, através do Quadro 5.6 anterior, que a economia resultada pela
aplicação da AVP, foi de 22,67% para um grupo de bobina (uma de baixa e uma de alta tensão)
de um transformador trifásico de 45KVA.
Vale ressaltar, que o tempo de retorno do valor investido pelo plano AVP será de
aproximadamente 5,7 meses.
As horas equivalentes da produção real são definidas pelo valor da produção realizada
(UEP) multiplicada pelo potencial produtivo (UEP/h). Para a capacidade normal (UEP) é medida
108
pelo tempo(h) disponível multiplicado pelo potencial produtivo (UEP/h). Cabe salientar, que a
capacidade utilizada (UEP) refere à produção possível (UEP).
As informações estão contidas nas Tabelas 4.6 e 5.2 que permitem efetuar os cálculos dos
índices antes e após o plano de melhoria.
a) Índice de Eficiência:
Antes
48,40UEP
Eficiência = = 0,67
196h × 0,368
Após
55UEP
Eficiência = = 0 ,84
196 h × 0 ,331UEP / h
b) Índice de Eficácia:
Antes
48 , 40 UEP
Eficácia = = 0 , 79
60 ,99
Após
48 , 40 UEP
Eficácia = = 0 ,88
61,88
c) Índice de Produtividade:
Antes
48 , 40 × 0 ,358 UEP / h
Produtividade= = 0 ,10
170 h
109
Após
55UEP × 0 ,331UEP / h
Produtividade = = 0 ,11
160 h
De posse desses valores atingiu-se os dados constantes na Tabela 5.6, onde mostram os
índice de eficiência, eficácia e produtividade antes e após as implementações das ações do plano
de melhoria no posto 02.
Na Tabela 5.6 observa-se que o posto 02 apresentou um aumento de 23% (0,68 –0,77) para
eficiência. Para eficácia este percentual atingiu 11,3%(0,79-0,88). Por último, a produtividade
cresceu 10% (0,10- 0,11).
Em linhas gerais, a aplicação superou as expectativas do estudo, pois, esta discussão teve
propósito de levar as empresas a pensarem em medidas técnicas e administrativas de tomadas de
decisões balizadas pela Análise de Valor de Processo e inseri-la no rol das práticas gerenciais
praticadas pelas organizações.
110
Capítulo 6
Conclusões e Recomendações
Com os dados reais disponíveis, a partir dos relatórios contábeis, foi possível elaborar
procedimentos para otimização no processo produtivo longo da aplicação da metodologia.
Resultando na redução e eliminação de perdas produtivas por retrabalho e refugo e também
propondo medidas de ação na melhoria contínua do processo.
6.1 Conclusões
111
também propor soluções cabíveis. Resultando, desta maneira, em uma disposição para trabalhar
para melhoria contínua dos produtos e serviços na empresa.
6.2 Recomendação
No desenvolvimento deste trabalho, alguns aspectos da pesquisa não foram estudados com
maiores detalhes devido algumas limitações, dentre elas, a de prazo.
Portanto, sugere-se como objeto de estudo para trabalhos futuros os seguintes itens:
112
Desenvolvimento de um sistema de Gerenciamento do Valor pelo custo da qualidade;
Ampliação do modelo de tal forma que contemple outros tipos de perdas, tais como:
perdas por estoque, por movimentação, perdas por espera e outras.
113
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VARGAS, Ricardo Viana. Análise de Valor Agregado em Projeto. Rio de Janeiro: Brasport,
2002.
118
ANEXOS
119
Anexo l
Re- Refugo
Equipamento:
Rt- Retrabalho
Operador:
Data:
120
Anexo ll
Modelo de questionário de pesquisa
Esta é uma pesquisa de caráter científico desenvolvido junto à UNICAMP. Tem como
objetivo verificar o nível de desempenho das tarefas realizadas nos postos de trabalho.
Por isso, gostaria de solicitar sua colaboração, no sentido de responder a este questionário.
Se você tiver alguma dúvida ou desejar mais esclarecimento, não hesite em perguntar.
IMPORTANTE: Observe que neste questionário não aparece nenhum dado que o identifique, a
fim de que você possa respondê-lo com toda liberdade.
3) Estado civil:
( ) Solteiro (a)
( ) Casado (a)
( ) Viúvo (a)
( ) Separado (a)
121
Por favor, responda as questões marcando com um "X"
FREQÜENTEMENTE
OCASIONALMENTE
SEMPRE
NUNCA
QUESTÃO
122