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Resumo
Muitos estudos são realizados, em maior número, pelos acadêmicos e também pelos
usuários, quanto à finalidade e às formas de apresentação dessa demonstração, para
analisar e visualizar melhor qual sua real utilidade e inovação ao substituir a
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (Doar).
Abstract
The objective of this study is to address the fundamental aspects of the “new” financial
statement, cash flow, aimed at meeting the interests of a variety of users of accounting
information.
There have been many studies on this topic, mostly of them by scholars and users as
well, focusing on the purpose and the layout of such statement for a better analysis and
visualization of their actual usefulness and innovation in replacing the Fund Flow
Statement (Doar).
The Cash Flow Statement was created in November 1987 based on the Financial
Accounting Standard Board (Fasb) 95 and became effective as of July 1988, seeking to
provide investors and companies that had any interest in raising funds in the U.S.
market with useful information for their decision.
By means of the cash flow statement, one can analyze investment alternatives and the
reasons that lead to changes in the company’s financial condition, the ways of investing
earnings resulting from operations, and even the reasons for any variation in the
working capital.
This study addresses the positive and negative aspects of such statement as well as the
differences between Fasb and the International Accounting Committee/Board –
Iasc/Iasb, indicating the model that best evidences the needs of the domestic companies.
I. Introdução
Muito se tem escrito sobre as formas de apresentação dos resultados das empresas. E,
mais ainda, sobre a substituição de algumas delas, porém, o que ocorre é que muitos dos
profissionais que julgam por um formato ou outro apenas analisam seu caso, sem se
preocupar com o todo ou até mesmo em relação a uma possível legislação sobre o
assunto.
É importante ressaltar que todas as demonstrações financeiras, têm suas funções e suas
importâncias, cada uma em seu tempo ou para uma determinada análise que se fará
indispensável. Dentre essas podemos destacar as que muito são citadas e comentadas
para possíveis mudanças e alterações, a saber: as Demonstrações de Origens e
Aplicações de Recursos (Doar), o Resultado do Exercício (DRE) e, por fim, a
Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC), que também é objeto deste estudo, todas elas
devem estar ligadas intimamente à contabilidade.
Para reafirmarmos o triste conceito de dependentes, não podemos deixar de dizer que
estamos utilizando as experiências de outros países, principalmente aqueles que são os
opinion making mundiais, como os Estados Unidos e os países componentes do G-8.
Não é nosso intuito fazer qualquer comparação para determinar qual formato é mais
interessante, completo ou superior, mas sim como mais um instrumento de reflexão, que
é o objetivo maior deste trabalho.
“... a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) indica a origem de todo o dinheiro que
entrou no Caixa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do Caixa em
determinado período, e, ainda o Resultado do Fluxo Financeiro”. [1]
Portanto, não devemos analisar o fluxo de caixa dessa forma, estática, verticalmente
como são apresentados, uma vez que essa não é a realidade das empresas.
As informações sobre os fluxos de caixa de uma empresa são úteis para proporcionar
aos usuários das demonstrações financeiras uma base para avaliar a capacidade da
empresa em gerar caixa e valores equivalentes ao caixa e às necessidades da empresa
para utilizar esses fluxos.
A demonstração de fluxo de caixa propicia aos analistas financeiros uma fonte segura
para melhor elaborar seus planejamentos financeiros, como também serve a outros
usuários a forma com que a empresa gerou o caixa, ou até mesmo como utilizou os
recursos e valores equivalentes ao caixa.
A empresa quando utiliza essa demonstração com as demais, supre de forma completa
os usuários e, principalmente, os habilitam à avaliação nas mudanças de ativos líquidos
de uma empresa e sua estrutura financeira, que podem ser exemplificadas nas questões
de liquidez e solvência. E não obstante a esse fato, ainda temos a melhora significativa
no conhecimento dos prazos inerentes aos fluxos de caixa, proporcionando adaptação às
circunstâncias e às oportunidades.
Projeção visando a antecipar sobras de caixa (para aplicar) ou falta de caixa (para
financiá-la), por exemplo, com bancos, também é mostrar as aplicações de recursos
efetuadas pela empresa no período e quais as fontes de financiamento utilizadas. Sob o
ponto de vista analítico, evidenciará o grau de eficiência da administração dos recursos
da empresa.
O Brasil passou a utilizar não de forma obrigatória, mas até mesmo com um
aconselhamento da Comissão de Valores Mobiliário (CVM), a partir de 1992, com a
revisão da Norma Internacional de Contabilidade – NIC 7, que recebia a denominação,
até então, de Demonstração das Mutações na Posição Financeira, que fora aprovada em
julho de 1977.
Definir o fluxo de caixa parece ser uma tarefa razoavelmente fácil, contudo a indústria
financeira e os profissionais de contabilidade têm desenvolvido numerosos métodos
para descrever o procedimento.
Suas definições sobre o que constitui o fluxo de caixa variam amplamente, dependendo
da técnica que é utilizada e em qual empresa foi adotado, haverá variações enormes.
Antes que o analista financeiro comece a executar sua função, o procedimento de fluxo
deverá ser meticulosamente definido em relação à técnica a ser utilizada.
Nenhuma medida exata de fluxo de caixa pode ser efetuada de tal forma que satisfaça
toda a necessidade da análise financeira do usuário.
Especialistas em Ciências Contábeis e Finanças têm tentado fazer isso por anos, mas o
problema analítico básico é que os elementos do fluxo de caixa estão envolvidos em
todos os aspectos da performance operacional da empresa.
O que ocorre também é que por mais experiente que seja um analista financeiro, ele
poderá ser confundido por analisar uma demonstração financeira sem conhecer
efetivamente o negócio da empresa. Pois as receitas de vendas de uma empresa podem
ser aumentadas a uma taxa alta e conduzidas a um crescimento dos níveis de lucros
reportados, e esse analista pode ser induzido pelos números a assumir que sejam
igualmente convertidos em altos níveis de fluxo de caixa líquido, e isso não é
necessariamente o que ocorre.
Pormenorizando ainda mais o texto acima em nosso atual estágio econômico, as receitas
crescentes geradas pelo aumento das vendas a crédito significam somente que os
direitos em recebimento da empresa estão crescendo ou “inchando” o contas a receber,
pois note que esses recebimentos são, na realidade, somente um documento de dívida. E
em razão da expansão dos pagamentos feitos em atraso, a conversão desses ativos em
líquidos de caixa, será atrasada, e, conseqüentemente, a empresa parecerá saudável
financeiramente, mas será tão somente no papel, àquele reportado, mas na realidade
poderá ser diferente e levar até à insolvência.
Os fatores mais usuais e que, se não forem analisados com muito rigor, poderão levar a
empresa a sérios problemas de desequilíbrio financeiro, são:
E, por fim, devemos ilustrar todos os fatores citados com as devidas conseqüências. A
empresa que não estiver atenta a todas as mudanças socioeconômicas nas quais está
inserida terá problemas dos mais diversos quanto à sua complexidade:
os tributos;
os bancos;
os fornecedores;
os funcionários.
O que poderá acarretar as principais faltas de caixa nas empresas são os fatores que
mais preocupam os gestores financeiros. E, dentre eles, podemos exemplificar os
seguintes:
E em resumo a essas causas ou que possam levar a esses perigosos caminhos, teremos o
seguinte quadro econômico para identificar:
Para que possamos sanar essas conseqüências a ponto de não ter a situação empresarial
mais agravada ou que as alternativas não sejam mais cabíveis devido ao prazo/tempo na
tomada de decisão tardia, é consenso que existem medidas que poderiam amenizar,
sanear parcial ou totalmente para que não chegue a vias da insolvência. São elas:
aumento do capital próprio pela subscrição por parte dos sócios atuais;
aumento do capital próprio pela subscrição e integralização por parte de novos
sócios;
redução do ritmo das atividades operacionais;
adequação do nível de operações ao nível de recursos disponíveis;
contenção dos custos e das despesas operacionais;
venda de imobilizados ociosos;
planejamento e controles financeiros.
E para que se possa tomar as devidas medidas no intuito de saneamento das dificuldades
por parte da empresa em questão, devemos ter a noção exata das dimensões do fluxo de
caixa: por exemplo, a curto prazo, deveria corresponder ao controle detalhado de
entradas e saídas de caixa geradas durante o período projetado. Enquanto que, a longo
prazo, deveríamos analisar e compreender a projeção sintética de todas as entradas
geradas pela venda de bens e serviços e das saídas provocadas por custos operacionais e
de capital, incluindo projetos de expansão, modernização, localização ou novas
instalações fabris.
É uma demonstração, sem dúvida nenhuma, com muita objetividade, e, por isso, no
conceito de alguns especialistas, leva vantagem sobre as demonstrações legisladas como
a Doar e até porque não dizer a DRE.
Infelizmente, nem mesmo o caixa é tão objetivo quanto parece ser à primeira vista. Há
aspectos controversos sobre os quais inexiste consenso que podem levar a
demonstrações completamente diferentes, conforme se adote um ou outro ponto de
vista.
Com esse pensamento, não podemos simplesmente efetuar alguns poucos ajustes na
demonstração, transferindo itens que não são caixa para a coluna de caixa, pois o
conceito mais puro dessa demonstração é de relatar somente os itens “caixa”, sem que
haja a intenção de mostrar uma outra posição que não a real.
Para analisar uma situação financeira de uma empresa e medir sua solvência, temos de
separar os conceitos de receitas e despesas dos conceitos de recebimentos e pagamentos
em caixa, pois isso permitirá ir ao âmago dos fluxos.
Sob a óptica do método indireto da demonstração de fluxo de caixa, esse aumento seria
adicionado à receita liquida da matriz, como caixa de atividade operacional; quando, na
realidade, o fluxo da matriz inclui somente os dividendos pagos em caixa para a matriz
pela subsidiária. No mundo econômico, o denominador final e comum a todas as
operações é o dinheiro; e a longo prazo, o conceito volta exatamente a uma diferença de
riqueza medida em dinheiro. No caso extremo, qual o lucro de uma empresa a longo
prazo? É a diferença entre o valor de sua liquidação e os investimentos feitos pelos
sócios. Assim, o conceito tradicional de lucro está vinculado, em sua última
conseqüência, ao fluxo financeiro de ponta a ponta entre a empresa e seu proprietário.
Esse componente da análise do fluxo de caixa mede mudança em cada conta dos
circulantes, e poderemos conferir a realização de ativos, entre esses: as contas de
bancos, contas a receber e estoques; o aumento de capital próprio pode ser usado para
aumentar a conta de estoques. A análise do capital de giro identifica a inclusão de
recursos de giro adicionais de empréstimos a curto prazo, de lucros líquidos ou de novos
investimentos de capital. As mudanças no capital de giro ocorre pelo movimento das
estruturas do balanço patrimonial da empresa.
Saldos de caixa que têm aumentado em taxas mais rápidas que o crescimento
das receitas de vendas, contas a receber, estoques ou contas a pagar do último
balanço patrimonial corrente.
Saldos de contas a receber e estoques que não têm crescido tanto quanto as taxas
de crescimento das vendas.
Gastos com capital em ativos permanentes e outros ativos, que estão fundeados
por débitos a longo prazo ou capital próprio.
Pagamento de dividendos em caixa de lucros (lucros retidos) e não de
empréstimos ou vendas ativas.
Empréstimos reduzidos a pagamentos de débitos pelo fluxo de caixa
internamente gerado.
A análise do fluxo de caixa pode ser feita por meio das técnicas de origens e aplicações
de recursos para medir as mudanças em cada ativo da estrutura permanente. Este tipo de
análise identifica o movimento de fonte, pelo balanço patrimonial. Essa ferramenta
financeira põe à tona o fluxo de caixa das contas acrescidas de depreciação. Ele mostra
como é feito o financiamento de ativo permanente ou empréstimo a longo prazo.
A análise das fontes e uso identifica os montantes e as direções das mudanças e tipos
dos recursos que, anteriormente, foram citados em um balanço patrimonial em sua parte
permanente. Ao preparar a demonstração de fontes e usos, devemos dar respostas aos
seguintes indicadores de fluxo de caixa na condição financeira a longo prazo da
empresa.
atividades operacionais;
atividades de investimentos;
atividades de financiamentos.
1. Atividades operacionais
Uma empresa pode ter títulos de renda e empréstimos para fins de intermediação ou
negociação própria, em cujo caso eles são semelhantes a estoques adquiridos
especificamente para revenda. Portanto, os fluxos de caixa decorrentes da compra e
venda de valores como intermediação ou transação própria são classificados como
atividades operacionais. Da mesma forma, os adiantamentos de caixa e empréstimos
feitos por instituições financeiras são usualmente classificados como atividades
operacionais, uma vez que se referem à principal atividade geradora de receita daquela
empresa.
2. Atividades de investimentos
3. Atividades financeiras
Uma empresa poderá usar o formato direto e indireto via demonstração de fluxo de
caixa.
O formato direto está embasado no regime de caixa, ou seja, tanto para os recebimentos
quanto para os pagamentos.
Para que essa demonstração seja eficazmente utilizada, precisamos ter alguns cuidados
no momento de sua análise. - A empresa está ganhando seu fluxo de caixa basicamente
das atividades operacionais? - Ou a empresa está com o fluxo de caixa negativo e está
resolvendo essa situação com fluxos de caixa de financiamento (empréstimos etc), além
de se tornar um maior risco de crédito? - O fluxo de caixa mostra atividades de
investimento financiadas por operações de fluxo de caixa, ou são atividades de
financiamento que são utilizadas para fundear os investimentos? - Que tipos de fontes
são usadas para pagar dividendos em caixa? Lucros operacionais? Depreciação?
Empréstimos? Vendas de ativos?
Saber que se cumprem os seguintes objetivos:
X. Conclusão
Citamos dois exemplos de fatos contábeis, que, aparentemente, não havia envolvimento
do caixa, mostrando que podem afetar até mesmo as decisões a serem tomadas. Porém
essas decisões somente poderão acontecer se baseadas em informações e fatos
indiscutíveis. O fluxo de caixa poderá proporcionar visão, porém devemos ter em mente
o melhor modelo a ser utilizado, não deixando de considerar que as demais
demonstrações não perdem seu valor, como propõe o anteprojeto da lei das SAs , que
substitui a Doar pelo fluxo de caixa.
Como ponto final e definitivo, deve-se optar pelos dois modelos propostos, Fasb ou
Iasc. Não se pretende dizer, neste trabalho, qual modelo é o melhor, ambos têm pontos
fortes e fracos, porém, se a necessidade da empresa é captar no mercado americano, não
há opção – o modelo a ser usado é o Fasb. Devemos, no entanto, como profissionais e
estudiosos, buscar o modelo que melhor reflita a boa técnica contábil e represente com
fidedignidade aquela praticada em nosso país.
Referências bibliográficas
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
_________. Contabilidade gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998. MARION, José C.
Contabilidade empresarial. 8. ed. Sao Paulo: Atlas, 1998. p. 380-404.