Norbert Elias Como e por que a afetividade do comportamento e experiência humanos é alterada? Mudanças estruturais da sociedade em duas direções: maior diferenciação (prolongamento das cadeias de interdependência e consolidação dos “controles estatais”) e integração e o contrário. Emoções e estruturas de controle humanas: mudanças nas estruturas da personalidade tem correspondência com as estruturas sociais? Ligações factuais, empírico e teórico: crítica às concepções metafísicas de desenvolvimento ou finalidade teleológica. Consolidação e diferenciação de controles emocionais, experiências (vergonha e nojo) e conduta (utensílios à mesa). Conceito de mudança social estrutural e não estrutural. Ligação entre estruturas psicológicas individuais (de personalidade) e formas criadas por grandes números de indivíduos interdependentes (estruturas sociais): ambas são mutáveis, não fixas, como aspectos interdependentes do mesmo desenvolvimento de longo prazo. PARSONS: analítica de componentes elementares (variáveis de padrão), dicotomia afetividade (Gemeinschaft, renúncia à gratificação imediata) e neutralidade afetiva (Gesellschaft, institucionalização) – OPOSIÇÃO de dois estados estanques. Ego e sistema social separados em planos diferentes. De Durkheim, “interpenetração” entre indivíduo e sociedade. Sociedades em equilíbrio imutável, mudança social como perturbação, violação de normas sociais, disfunção acidental, externamente motivada. Marco de referência estático das teorias dos sistemas predominantes. Mudança social como atributo de um estado de repouso (século XX, em contraponto a Spencer, Comte, Marx, Hobhouse etc., no século XIX, calcados e em ideais políticos e filosóficos). Concepção eleática, movimento como estados de repouso (vs. heracliteana, em movimento). Ideia de indivíduo como personalidade fechada (ego) ou como reduzido à sobrevivência do todo social. Ator humano como caixa preta em Parsons. Homo clausus. Também Descartes e Weber. Ou homem como o real, o que efetivamente existe, e a sociedade como um sistema. Para Elias, é PROCESSO (mutação e evolução), não são dois objetos separados, aspectos diferentes, mas inseparáveis dos mesmos seres humanos, que habitualmente participam de uma mesma transformação estrutural. Tornaram-se mais civilizados, não simplesmente são civilizados. A mudança é algo normal na sociedade. O sentimento nacional, com sua herança eterna, inalterável, possui um valor afetivo muito maior, como meio de autolegitimação e como expressão da escala nacional de valores e ideal nacional do que a ideia de futuro e suas possibilidades de mudança e ideias de classe de manutenção ou alteração da ordem existente. Modelos sociológicos de desenvolvimento do processo social desejado apresentados como fatos, mas, no século XIX, o futuro é idealizado; no século XX, o presente, o Estado nacional existente (mistura do é com o que deve ser). Não apenas os elementos ideológicos no conceito sociológico de desenvolvimento no século XIX foram postos em dúvida, mas também o de desenvolvimento (de longo prazo, da sociogênese e da psicogênese) no século XX. Experiência do interno e do externo do indivíduo. Concepção aberta de homem e sociedade.