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etc, espaço, tempo e crítica

Revista Eletrônica de Ciências Humanas e Sociais


e outras coisas
ISSN 1981-3732
http://www.uff.br/etc
01° de Setembro de 2007, n° 2 (5), vol. 1

O fato metropolitano – enigma e poder *


Ana Clara Torres Ribeiro
Professora Adjunto IV do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação em
Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Pesquisadora do CNPq

Resumo
Face ao enigma da metrópole,houve uma preocupação em localizar os paradigmas das ciências
sociais que orientam, hoje, a produção nesta área de conhecimento e conformam também a
possibilidade de contribuir para o debate da cidade na formação social brasileira.
O mapeamento aqui esboçado privilegiou o trajeto do conhecimento, a partir de aproximações
sucessivas que permitissem o desdobramento articulado de planos de observação e interpretação da
realidade social contemporânea.
Os planos analíticos apresentados contemplam a identificação dos principais veios temáticos no
estudo da metrópole, a partir de uma postura definida com relação à realidade social
contemporânea, procurando estabelecer trajetos de estudos e reflexão coerentes com esta postura, de
tal maneira a permitir a proposição de formas de organização úteis do material teórico, conceitual e
empírico subjacente – explícita ou implicitamente – aos cursos da “questão urbana” na formação
social brasileira na década de 1980.
Palavras-Chave – Metrópole, Paradigma, Brasil.

The metropolitan fact – enigma and power


Abstract
Face to the metropolis enigma, there was a worry in locating the paradigms of social sciences that
guide, today, the academic production in this area of knowledge and also conform the possibility to
contribute towards the debate on the city in Brazil's social formation.
The mapping sketched here has privileged the track of knowledge, based on successive approaches
that allowed the articulated unfolding of observation and interpretation plans (procedures) of the
social contemporary reality.
The analytical plans presented contemplate the identification of the main thematic axis concerning
the study of the metropolis, from a position defined in relation to the social contemporary reality,
looking to establish studies and reflection tracks coherent with this position, in order to allow the
proposal of useful forms of organization of the theoretical, conceptual and empirical material
underlying - explicit or implicitly - to the lines of the "urban question" in the Brazilian social
formation during the twenty century eighties.
Key- Words – Metropolis, Paradigm, Brazil

*
Versão revisada e atualizada pelo autor. Este trabalho foi originalmente apresentado à XXXVI Reunião Anual da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em julho de 1984. Uma primeira versão foi publicada nos Cadernos PUR/UFRJ,
Ano I, n°1, jan/abr 1986 [100-125]. Editado por Ester Limonad e Renata Figueiredo.

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Recebido para Publicação em 30.06.2007.
Ana Clara Torres Ribeiro

Sob o familiar, descubram o insólito. seu passado histórico e vinculando-o às


Sob o cotidiano, desvelem o inexplicável.
Que tudo que é considerado habitual
perspectivas do futuro.
Provoque inquietação
Tratamos, aqui, simultaneamente, da
Brecht
necessidade de apropriação plena das
teorias e do questionamento das próprias
O Fato Metropolitano – enigma e teorias enquanto fornecedoras de macro-
poder, enquanto campo de reflexão, parâmetros para a compreensão da
permitiu-nos a pesquisa bibliográfica de realidade social. Neste sentido, devemos
alguns planos analíticos que informam (ou lembrar que as principais matrizes
podem informar) o debate contemporâneo político-filosóficas do pensamento social
da “grande cidade” no país. contemporâneo (Marx, Weber, Durheim)
Conseguimos, sobretudo, esclarecer enfrentaram o enigma da “grande
alguns dos mapas 1 teóricos, disciplinares cidade” surgida da revolução industrial e
e empíricos, que constituem os caminhos da afirmação da hegemonia capitalista –
atuais para a compreensão analítica da demonstração viva de transformações
complexidade metropolitana. históricas na sociedade, na técnica e na
cultura.
Face ao enigma da metrópole, a
misteriosa vida coletiva das “grandes A “grande cidade” expressa/impõe,
cidades”, preocupamo-nos, especialmente, em Karl Marx, o reconhecimento histórico
em localizar os parâmetros /paradigmas das contradições sociais (capital-trabalho)
das visões sintéticas em ciências sociais oriundas da re-criação da sociedade pelo
que orientam, hoje, a produção nesta área capital a partir da conquista/destruição
de conhecimento e conformam também a das formas sociais pré-existentes de
nossa possibilidade de contribuir para o reprodução da vida coletiva.
debate da cidade na formação social A “grande cidade”, portanto, constitui
brasileira. um espaço desenhado (ou redesenhado)
O mapeamento aqui esboçado pelo poder do capital sobre a sociedade
privilegiou o roteiro (caminho/trajeto) de (relação campo-cidade); contendo, de forma
conhecimento, tentando-se o uso de um exemplar, as novas desigualdades
processo de aproximação sucessiva que (contradições fundamentais) produzidas e
permitisse o desdobramento articulado de inerentes à organização social sob
planos de observação e interpretação da domínio do modo de produção capitalista
realidade social contemporânea. – divisão social do trabalho (cooperação
ampliada no processo de produção),
exploração da força de trabalho
A visão sintética – sobre a (existência histórica do trabalhador livre),
possibilidade de interferir no afastamento radical entre trabalhador e
debate meios de subsistência e de trabalho
Acreditamos que para a reflexão da (apropriação privada dos meios de
sociedade brasileira hoje seja essencial a produção e salário).
compreensão de visões sintéticas sobre as A “grande cidade” é, assim,
metrópoles do país. Denominamos de concomitantemente, expressão plana das
visões sintéticas aquelas apreensões da necessidades de reprodução do modo de
realidade social que surpreendem o estado produção capitalista e das suas contradições
da sociedade, vinculando-o, fortemente, ao fundamentais, expandidas e acirradas no
próprio movimento da sua imposição
histórica – contém dominação mas,
1
mapa – expressa, idealmente, orientação para a leitura contém, também, a possibilidade de sua
do espaço social, histórico e político; apontando,
simultaneamente, para um conjunto de possíveis trajetos superação.
no processo de conhecimento.

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O fato metropolitano: enigma e poder

Em Weber sobressai, metodologicamente, social, isto é, ao amoldamento oriundo do


a busca do modelo, da idéia-síntese (tipo meio social interno da sociedade histórica
ideal) capaz de captar – em suas em que vive.
características radicalizadas – a face
As formas de apreensão do fenômeno
econômico-social da sociedade que se
urbano, rapidamente referidas acima,
impunha, historicamente, a partir das
expressam uma formulação sintética dos
transformações técnicas e econômicas
fatos sociais, econômicos e espaciais
profundas da revolução industrial.
profundamente informada histórica e
A ciência e a racionalidade alimentam teoricamente. A "grande cidade" é,
o novo modelo de organização social, portanto, compreendida no interior de
reforçando os paradigmas contemporâneos, visões de mundo claramente calcadas em
do exercício do poder e suas bases oposições político-filosóficas que
ideológicas da construção da modernidade. envolvem tanto a compreensão das
Comunidade-sociedade constituem, no transformações sociais (concepções sobre
período (ver Tonnies, 1947 e Simmel, 1926), a história humana) como a construção de
conceitos-síntese da mudança histórica interferências políticas-radicalmente
ocorrida nas formas de vida social, nos distintas – na realidade social.
valores e nos elementos psico-sociais de
Acreditamos que a ausência de uma
convicção e controle social. A “grande
postura definida com relação à história e
cidade” espelha / acompanha, em Weber, os
à vida coletiva marque, acentuadamente,
processos históricos, numa multiplicidade
as tentativas atuais de compreensão do
de tipos que antecipa tendências atuais na
fato metropolitano na realidade brasileira,
análise do fenômeno urbano: critérios
fragilizando, significativamente, a
quantitativos, qualitativos, político-
possibilidade de interferir no debate
administrativos e funcionais.
urbano e a possibilidade de compreender
A busca da construção tipológica se o sentido histórico dos fatos sociais nas
produz em Émile Durkheim, visando “grandes cidades” do nosso tempo e
estabelecer os parâmetros objetividade espaço.
científica na análise sociológica. As
Sem passado e sem futuro, a análise
sociedades movem-se no sentido da
em ciências sociais perde em eficácia e em
complexidade crescente, destruindo as
contundência, aproximando-se, perigo-
barreiras entre os tipos mais elementares
samente, do pensamento circunstancial,
de vida coletiva. O processo denominado
sensitivo e a-crítico. A complexidade e o
“coalescência dos segmentos sociais”
ritmo da vida no contexto urbano-
expressa, no autor, o movimento histórico
metropolitano alimentam esta possibilidade
de ruptura com o passado, diluindo
de fragmentação da percepção induzindo
fronteiras sociais e físicas pré-existentes.
a análise à desestruturação temática ou à
Tal processo contempla, ainda, a
inovação aparente cuja tendência é ser
possibilidade de inteligibilidade do
rapidamente abafada por novos fatos ou
estado da sociedade (sua normalidade ou
por novas formas de olhar a realidade
patologia) e a orientação para a
social.
intervenção do “homem público”, ou
melhor, do Estado. A “grande cidade” No entanto, é exigido do analista de
moderna manifesta um momento formação social brasileira o seu
complexo da sociabilidade humana (vida posicionamento face aos novos
coletiva) 2 , da conformação do indivíduo à paradigmas que procuram circunscrever
divisão do trabalho social e à cooperação a “grande cidade” nos marcos de novas
visões de mundo e apreensões
globalizantes do destino social. Julgamos
2
“Enquanto a organização social for essencialmente que este desafio – inicialmente assustador
segmentaria, a cidade não existe” (Durkheim, 1967:220).

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– constitua uma possibilidade virtual de Estas observações assinalam o caráter


ruptura com os rótulos (caos, desordem) historicamente móvel do conceito de
que são seguidamente projetados sobre os metrópole, ou seja, a sua facies pressupõe,
extremamente complexos espaços teoricamente, a existência de determinados
urbano-metropolitanos do país. processos econômicos, institucionais e
políticos. A admissão da importância
Por outro lado, os novos paradigmas
destes processos impede a generalização
vinculam-se a rupturas ou inovações dos
do conceito de metrópole a partir de
grandes meios teóricos tradicionais do
critérios exclusivamente político-
pensamento em ciências sociais;
administrativos ou tradicionalmente
desconhecendo as suas origens políticas,
funcionais.
filosóficas e teórico metodológicas
dificilmente conquistaremos a Os novos patamares – historicamente
oportunidade de avaliar suas significativos – do processo de
conseqüências para a análise da realidade modernização capitalista, uma vez
urbano-metropolitana brasileira 3 . traduzidos empiricamente, poderiam
permitir a compreensão das atuais
Ao propor os planos analíticos e
hierarquias urbano-metropolitanas. Neste
interpretativos, referidos na introdução,
sentido, acreditamos que seja essencial o
pensamos, sobretudo, nestas novas
lastreamento teórico e factual das formas
frentes teóricas cujo ordenamento é
contemporâneas de realização do capital,
essencial já que podem orientar a nossa
de maneira a permitir o encaminhamento:
leitura quotidiana da realidade
metropolitana. • da absorção consciente dos
avanços teóricos atuais relativos,
Compreensão do momento histórico sobretudo, aos países capitalistas
centrais;
Este plano analítico introduz a
necessidade de compreensão do fenômeno • da compreensão das metrópoles
metropolitano em interligação com os face à especificidade da inserção
avanços teóricos atuais relativos ao estágio/ capitalista periférica.
momento histórico do capitalismo. Cabe assinalar, neste plano analítico,
Devem ser consideradas, neste sentido, as os riscos representados por uma aceitação
inovações factuais e interpretativas que linear dos avanços teóricos relativos à
assinalam a presença de processos realidade metropolitana dos países
históricos (conjunturais/ estruturais) que capitalistas centrais. A cidade do capital
transformam, significativamente, a (Lojkine, 1981 e Topalov, 1978) –
dimensão e o caráter da metrópole. desdobrada conceitualmente – explica parte
A “grande cidade” está intrinsecamente dos processos metropolitanos; restando
associada, hoje, à escala mundial do por desenvolver as suas manifestações
processo de acumulação do capital. E, concretas (setoriais, espaciais e
também, encontram-se analiticamente demográficas) em formações sociais
articuladas ao macro-espaço específicas.
metropolitano as formas de manifestações Um desenvolvimento teórico deste
contemporâneas da fração capitalista teor teria possivelmente o poder de
hegemônica – o capital financeiro 4 . contribuir para o esclarecimento do
caráter das novas relações de subordinação
3
colocadas ao plano internacional e dos
"O que devemos aprender com os antigos é como fazer
coisas novas” – Bertold Brecht apud Peixoto (1974:227).
4
“O capitalismo avançado está composto de unidades internacional das cadeias de produção e distribuição,
econômicas relacionadas entre si em escala mundial em etc.); todas se beneficiam, de certa forma, do
termos de capital, mercados e processos de trabalho desenvolvimento dos meios de transporte e
(internacionalização da força de trabalho, independência comunicações” (Castells, 1979:115).

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O fato metropolitano: enigma e poder

processos de articulação que agilizam e forma da estruturação oligo-monopolista


usufruem dos espaços metropolitanos fortemente interpenetrada pelo Estado.
historicamente construídos 5 . Não há praticamente qualquer dimensão
da vida nacional que não se reflita
As características essenciais das face imediatamente num problema urbano ou
contemporânea do modo de produção num problema que explode como urbano
capitalista colocam, assim, em questão, no (...) (Oliveira, 1977 :67)
âmbito de discussões atuais, as práticas
de absorção/adequação dos espaços Estado e planejamento
metropolitanos às novas órbitas e ritmos
do processo de acumulação do capital. O Estado administrador ou
harmonizador das condições históricas do
Por outro lado, a enorme mobilidade desenvolvimento capitalista surge, nas
dos processos econômicos sugere, ainda, análises contemporâneas, transmutado
a necessidade de reflexão do virtual em agente econômico e político direto da
desbaratamento das condições históricas acumulação. Tanto o aparelho (ou
(trabalho sócia) acumuladas em aparelhos) de Estado quanto os espaços
determinados espaços metropolitanos dos urbano-metropolitanos passam, nesta
países não-hegemônicos. A estrutura postura política analítica, a assinalar (ou
urbano-metropolitana de um país decodificar) o gigantismo e a
adquire, hoje, uma dimensão conexa às complexidade dos processos econômicos
suas articulações econômicas atuais – aglomeração/ concentração/
internacionais, constituindo, assim, um centralização e poder.
veio privilegiado de observação do estado
da sociedade a que nos referimos no início A metrópole é, assim, a expressão
deste texto. materializada das novas formas
econômicas (oligo-monopolistas) e dos
Este plano analítico valorizou as novos patamares financeiros e técnicos do
relações econômicas e financeiras que processo de acumulação de capital.
ajudam a esclarecer os limites do estudo Expressa, desta maneira, o espaço urbano-
da metrópole assumida como objeto metropolitano, poder e expropriação e,
isolado de investigação. De forma também, domínio e alienação. A escala
sintomática, cada vez com maior dos processos e a modelagem do espaço
freqüência, a conotação e o significado do pressupõem a intervenção dos organismos
urbano extrapolam o marco construído governamentais, de tal forma a estimular
para envolver a rede urbana e os fluxos os fluxos financeiros e materiais
(ver Camargo, Lamparelli e Conceição, indispensáveis e a reduzir as resistências
2007) e, para envolver, também, decorrentes da segmentação e fragmentação
conteúdos inovadores na cidade e na espaço-sociais originadas de formas de
urbanização os caminhos das novas organização social historicamente
contradições sociais. precedentes (Oliveira, 1977). Metrópole e
No urbano começam a sintetizar-se, em acumulação configuram, teoricamente,
qualquer direção, os problemas da duas faces de uma mesma moeda.
expansão do capitalismo no Brasil, na
Estado e unidades capitalistas
(polivalentes e polipresentes) passam a
5
“(...) As mesmas razões que fazem com que o espaço constituir a expressão institucional de um
subdesenvolvido seja um espaço instável, fazem com que
ele seja igualmente um espaço diferenciado. Uma vez
mesmo processo, na sua formulação e nos
que as forças externas alcançam um espaço qualquer e seus propósitos, de adequação das
forçam a sua transformação, elas são obrigadas a se
compor com a herança do passado que marca este condições históricas metropolitanas (e
espaço num momento dado. O espaço é então um nacionais) às novas necessidades do
compromisso entre um tempo externo representado pelas
variáveis impostas de fora e um tempo interno modo de produção capitalista.
representados pelas variáveis já localmente
amalgamadas” (Santos, 1978:110).

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Ana Clara Torres Ribeiro

ESTRUTURA TEMÁTICA
ESTADO E PLANEJAMENTO

ESTADO
(conjunturas econômicas /
conjunturas políticas) PLANEJAMENTO
(investimentos e gestão)
Posicionamento face à
MPC – FES "questão regional"

METRÓPOLE / Estrutura Urbana


(forças sociais, classes e segmentos de classe –
localização do espaço metropolitano nos processos de
modernização e controle)

Através desta linha de reflexão o dificultam, enormemente, a elaboração de


planejamento perde sua racionalidade visões sintéticas inovadora.
técnica, expressando, em sua No entanto, cabe ao analista observar,
racionalidade e em sua técnica 6 , os ainda, a produção conceitual subjacente
interesses hegemônicos que usufruem da ao que denominamos, aqui, visão
cena urbana como limiar/patamar sintética. Dificuldades podem ser
histórico indispensável ao alcance e à assinaladas no esclarecimento de
subordinação de novos espaço, novas particularidades históricas e, especialmente,
populações, novas produções e novas no acompanhamento do movimento das
riquezas às formar modernas de conjunturas políticas e econômicas.
realização e acumulação capitalistas.
Neste sentido, a perspectiva unívoca
A discussão da metrópole envolve, do estado pode contribuir para que
assim, diretamente a discussão do permaneça oculta parte de suas
planejamento e do Estado, constituindo características nos países periféricos –
este plano analítico a face política do entre o tradicional e o moderno – e, desta
plano analítico anterior. Por outro lado, o maneira parte do sentido político das
plano analítico II tem constituído um ações de planejamento (subordinação à
núcleo teórico resistente e capaz de escala local e regional do poder). Isso
contrarrestar a tendência à fragmentação dificulta a identificação da manifestação
da avaliação das ações do Estado – metas desigual das classes, frações de classes,
setoriais, inovações técnicas, reorganizações segmentos sociais e forças sociais no
administrativas cujo número e diversidade espaço, nas regiões e nas metrópoles do
país 7 . Afinal, quem são os novos
príncipes dos intelectuais/planejadores
6
“Pois o planejamento (...) é o sinal mais marcante do
modernos? Quais são os conteúdos
capitalismo das oligopólios. Pois o planejamento é uma político-ideológicos das metrópoles na
forma transformada de lutas de classes, horizontal e
verticalmente. Ele emerge como um trabalho técnico cuja
fase contemporânea do modo de
tarefa é racionalizar a irrazão do sistema capitalista: esse
lócus da racionalização da irrazão é o Estado. Pois o
capitalismo dos oligopólios tornou o Estado 7
absolutamente indispensável para a sustentação do modo Ver sobre as Regiões Metropolitanas no Brasil a
de produção capitalista”. (Oliveira, 1978 :2). dissertação de mestrado de Miriam Danowski (1981).

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O fato metropolitano: enigma e poder

produção capitalista? Como podemos acumulado no chão produzido das


articular uma tipologia de cidades metrópoles (Harvey, 1980).
(metrópoles) que considere a variação de
A problemática levantada por este
situações históricas, sociais e políticas na
plano analítico desenvolve, sobretudo, a
formação social brasileira?
discussão da origem da terra urbana, as
Podemos acrescentar, nesta direção, novas modalidades de atuação (frações)
que a ação do Estado, através das do capital imobiliário e a orientação
chamadas regiões metropolitanas, tem socialmente restritiva dos investimentos
contribuído, historicamente, tanto para públicos. Encontra-se subjacente a este
homogeneizar processos e espaços quanto meio analítico, com freqüência, uma visão
para homogeneizar problemáticas e aproximadamente organicista dos
conceitos, o que tende a dificultar, ainda espaços metropolitanos, ou melhor uma
mais, qualquer tentativa de contribuição certa perspectiva totalizadora/sintética
para a construção da tipologia sugerida que observa a metrópole a partir de
processos considerados fundamentais em
Análise intra-urbana sua face histórica atual (Santos, 1982).

Os marcos inovadores da análise Assim, a ação combinada do capital


urbana assinalam o “vazamento” da imobiliário e do Estado define tanto o núcleo
metrópole, ou seja, sua natureza histórica metropolitano quanto a periferia através de
subordinada/subordinadora com relação efeitos desiguais (segregacionistas) dos
aos processos fundamentais da etapa mesmos processos de valorização/exclusão
contemporânea do modo de produção social determinados pelos impulsos da
capitalista. acumulação e absorvidos pelo espaço
metropolitano em sua totalidade.
A estrutura interna da metrópole
constitui, então, o campo de manifestação Alguns estudos, do interior do mesmo
das forças econômicas que modelam e âmbito teórico, assinalam, porém, a
redefinem o seu destino. Concentração existência de mercados urbanos
(de investimentos, equipamentos e segmentados, contribuindo para
recursos) e segregação sócio-espacial encaminhar a identificação das pontes
constituem, talvez, os termos básicos do teóricas entre as visões dualistas
seu equacionamento factual e teórico 8 . A (especialistas) anteriores – núcleo/
ação política e ideológica super-estrutural hierarquias periféricas – e os avanços
do planejamento corresponde à conceituais decorrentes da manifestação
adequação da infra-estrutura (meios de plana das leis do modo de produção
consumo coletivo) aos novos objetivos capitalista nas metrópoles do país.
históricos a serem cumpridos pela Cabe assinalar, particularmente, na
aglomeração humana, isto é, a agilização observação deste plano analítico, a
adequada dos fluxos financeiros (de mais- magnitude dos processos de segregação
valia), dos fluxos materiais e a na realidade brasileira que, se podem não
apropriação privada do trabalho social chegar a produzir mudanças de qualidade
nos processos geradores, exigem, sem
dúvida, que seus efeitos sejam refletidos
na escala de sua ocorrência.
8
“Não temos passado, na verdade, de uma constatação
da ação dos investimentos estatais sobre as cidades; por Acreditamos estar face a processos de
exemplo, a regulação de certos aspectos da vida urbana, absorção/ajustamento dos espaços e das
desde leis de uso do solo até códigos de construção, mas
esse é precisamente talvez um dos campos dessa relação populações metropolitanas que destroem
(Estado-urbano) cujo trabalho teórico tem sido mais
ineficiente, manos profundo. Há aí portanto uma
patamares anteriores de vida coletiva,
contradição entre visibilidade do fenômeno e a contribuindo para que as chamadas
possibilidade de sua recuperação enquanto teoria”.
(Oliveira, 1982 : 36-37). “soluções populares” de vida – estratégias

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de sobrevivência/ marginalização – sejam, reprodução social da população (de


cada vez mais, responsáveis pela forma oficializada ou clandestina).

ESTRUTURA TEMÁTICA
ANÁLISE INTRA-URBANA
MPC – FES – ESTADO/PLANEJAMENTO
• metrópole e espaço nacional de
produção/destruição de formas de vida
apreensão dos modelos teóricos à coletiva
compreensão da cidade: organicistas,
mecânicos ou dialéticos • acumulação/segregação
• formas “oficiais” de vida coletiva,
estratégias de sobrevivência e
marginalização
METRÓPOLE / ESTRUTURA URBANA / HIERARQUIAS URBANAS

Neste sentido, acreditamos que


Conjunturas políticas e conjunturas dispomos de informações teóricas e
urbanas. históricas mais completas sobre as passagens
(transição) entre formas de produzir – pré-
Neste plano analítico são privilegiados
capitalistas ou não capitalistas para
o movimento (tempo) e a especificidade
plenamente capitalistas (Singer, 1979) – do
histórica. Ao considerarmos o tempo,
que sobre o movimento de absorção,
propomos a reflexão política da continuidade
concentração e centralização de capitais,
(controle/socialização/ cultura de alienação)
ou ainda, sobre as formas de acumulação
e de ruptura (reivindicação/ manifestação
(desiguais e articuladas) que caracterizam,
/ cultura e transformação).
hoje, o país.
Procuramos atingir, assim, a
Esta dificuldade de conhecimento
necessidade de reflexão dos vínculos
atinge tanto a análise interna da
entre a estrutura e conjuntura, entre
metrópole – superação teórica das
evolução e transformação, ou seja, a
perspectivas dualistas e espacialista –
complexidade dos processos de
quanto à qualidade do seu domínio e do
periodização em ciências sociais.
seu sentido histórico atual. Quais são os
As defasagens entre mudanças processos de transformação histórica que
conjunturais e rupturas estruturais 9 têm implicam a existência da metrópole?
sido, ainda, escassamente refletidas na Quais são as formas modernas de
realidade brasileira, principalmente exercício do poder (subsunção real ou
quando consideramos as questões de formal) que pressupõe a reprodução da
método. De fato, seria indispensável vida metropolitana?
alcançar os elos entre as modificações na
Estas questões atingem a estrutura
base produtiva da formação social
urbano-metropolitana e atingem as
brasileira, as forças sociais emergentes e
perspectivas políticas do “fato
tradicionais e as forças hierarquizadas de
metropolitano” no país. Neste sentido, as
exercício do poder (legitimidade e/ou
análises das chamadas lutas urbanas têm
coerção).
privilegiado, sobretudo, as características
conjunturais destes movimentos sociais,
deixando, em segundo plano, a
9
Este fato acompanha o desenvolvimento mais corrente configuração de classe (totalidade) das
do pensamento social preocupado com a mudança. Ver
Balibar (1971). metrópoles brasileiras, a sua composição

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O fato metropolitano: enigma e poder

social e o possível impacto político extra- trabalho) constituem, em seus parâmetros


urbano (campo-cidade) das mobilizações político-administrativos, um dos caminhos
sociais no espaço metropolitano (ver para o equacionamento teórico e factual
Camargo, 1976 e Singer, 1980). da “natureza” da metrópole e da sua vida
coletiva.
Evidentemente, a qualificação das
conjunturas urbanas necessita do apoio A cidade como expressão da “lógica
de análises estruturais que considerem o capitalista” ou como “lócus de reprodução
significado histórico variável das metrópoles da força de trabalho”, na realidade
e a sua inserção contemporânea desigual brasileira, pressupõe antes de sua
nas tendências atuais do crescimento generalização o conhecimento das forças
capitalista. sociais e do seu movimento histórico no
espaço metropolitano (a população para o
O deslocamento espacial dos
capital) e o aprofundamento da
investimentos produtivos e improdutivos
compreensão das relações contemporâneas
e seu impacto sobre a composição social
metropolitana (condições de vida e campo-cidade.

ESTRUTURA TEMÁTICA

MPC – FES – ESTADO/PLANEJAMENTO/INTERESSES


HEGEMÔNICOS

(posicionamento face à natureza do ESTRUTURA / CONJUNTURA-TEMPO / ESPAÇO


poder metropolitano) (periodização)

METRÓPOLE / ESTRUTURA URBANA


(desigualdades regionais) } - forças sociais
- composição de classes
- mobilidade e mobilizações sociais

de lidar com o senso comum 10 e com a


Cultura e vida urbana “questão urbana” da forma como ela se
apresenta – política e ideologicamente –
Este plano analítico propõe a para os segmentos sociais que compõem a
articulação entre a visão teórica sintética população de uma “grande cidade” de
da metrópole e o movimento da vida um certo tempo e de um certo espaço.
urbana – a fluidez e o ritmo da vida
coletiva nas “grandes cidades” do país. Sobre este pano de fundo da
Estamos, também, frente a fenômenos que concentração e da segregação, da
se manifestam ao nível político-ideológico homogeneidade e da heterogeneidade
da sociedade brasileira. sociais estendem-se, neste plano analítico,
os princípios teóricos da reprodução
Atingimos a face quotidiana do (cultura e alienação) e as análises do
“enigma metropolitano”, onde atuam as “modo de vida” urbano. Por este
forças coercitivas e as forças coesivas que
permitem a reprodução, no dia-a-dia, da
sociedade urbano-metropolitana do país 10
“Gramsci foi mais longe, também, num outro plano:
(Velho, 1981). O desafio, aqui colocado, as ideologias não se reduzem somente a algumas formas
bem manifestas, como a religião, mas envolvem também
pode ser resumido na nossa capacidade todas as dimensões do campo social: não somente as
filosofias, as estéticas, as éticas até inclusive as ciências,
mais ainda toda a esfera do 'quotidiano': a paisagem
urbana, a arquitetura doméstica são vetores ideológicos
da mesma maneira que podem sê-lo um anúncio ou uma
emissão de televisão” (Ribeill, s/d: 101 – tradução nossa)

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encaminhamento, retomamos, de forma daquele produto teórico ou preocupação


mais próxima, a observação dos fatores temática.
de continuidade e ruptura referidos no
De forma mais positiva, e para o nível da
plano analítico anterior.
nossa discussão, parece-nos fundamental
Os principais debate teóricos, no assinalar a pertinência de um trajeto
campo da sociologia urbana, têm sido teórico-metodológico que respeite o
travados neste espectro teórico. Assim, a movimento próprio da chamada instância
clivagem teórico-metodológica entre as político-ideológica na sociedade urbano-
abordagens culturalista e marxista da metropolitana brasileira. Assim, acreditamos
“grande cidade” no capitalismo que a valorização desigual dos fatos da
contemporâneo têm partido, cultura e dos fatos ideológicos – frente ao
significativamente, da avaliação política privilégio dado às mudanças estruturais e
da vida coletiva no espaço da metrópole – imediatamente políticas – tem dificultado,
por exemplo: Manuel Castells (1976: 95- extraordinariamente, o enfrentamento do
106) e a crítica à sociologia urbana; enigma metropolitano, permitindo que a
Manuel Castells (idem: 107-117) e a crítica análise se desdobre em aspectos
à Henri Léfebvre; David Harvey (1980: extraordinariamente particulares da vida
247-271)e seu posicionamento face a urbana ou que repita criticamente apenas
Henri Léfebvre. os caminhos da dominação já
politicamente reconhecida (relação
Neste confronto são identificáveis
Estado-população; relação planejamento-
estruturas explicativas alternativas para o
população).
fato metropolitano e para o significado
político dos movimentos sociais (lutas Neste sentido, podemos acrescentar
urbanas) e, também, são identificáveis que conhecemos ainda pouco sobre os
blocos conceituais diversos, assim como, caminhos da elaboração das imagens
serão diversos os elencos de questões face coletivas da (s) cidade (s) no país, assim
à metrópole. São estas, portanto, as como sobre como sobre os fenômenos de
manifestações do debate entre óticas, massa e sobre as manifestações particulares
entre visões de mundo globalizantes que daquilo que podemos denominar,
contribuem para a compreensão da provisoriamente, de nosso consciente e do
presença, na realidade brasileira deste ou nosso inconsciente coletivos.

ESTRUTURA TEMÁTICA
MPC – FES – METRÓPOLE (estrutura urbana/desigualdades regionais)

- ideologia e cultura urbanas;


- imagens coletivas / senso comum e ritmo
PODER • instâncias analíticas;
metropolitano;
• domínio / exercício de hegemonia
- formas de exercício do poder
(posicionamento face ao - coerção e coesão;
poder de determinação do espaço) - elaboração das imagens coletivas da vida
metropolitana.

reflexão que oriente, metodologicamente,


Considerações finais aproximação com a produção intelectual
O levantamento bibliográfico e sobre o tema da metrópole no país.
teórico realizado pela pesquisa O Fato Realmente, por diversas ocasiões, nos
Metropolitano – enigma e poder indicou- a sentimos, simultaneamente, face à fartura
validade do exercício de um tipo de e a escassez; fartura pela abundância do

etc..., espaço, tempo e crítica. N° 2(5), VOL. 1, 1° de setembro de 2007, ISSN 1981-3732 62
A (des)institucionalizacão das políticas regionais no Brasil?

material já produzido sobre a “grande CASTELLS, M. (1979) A Teoria Marxista das Crises
cidade” no país, e escassez pela ausência Econômicas e as Transformações do Capitalismo.
Rio de Janeiro: Paz e Terra.
relativas de formas de análise e
CASTELLS, M. (1976) La Cuestión Urbana. Buenos
apropriação adequadas deste amplo leque Aires: Siglo XXI.
de estudos. À fragmentação disciplinar a- DANOWSKI, M. (1981) Estado, Planejamento e
crítica podemos atribuir, naturalmente, Espaço – um estudo de regionalização. Rio de Janeiro:
parte ponderável da responsabilidade COPPE/ UFRJ – Dissertação de Mestrado.
pelo desconhecimento mútuo entre as DURKHEIM, E. (1967) De la División del Trabajo
disciplinas do social. Por outro lado, outra Social. Buenos Aires: Schapire.
parte ponderável desta responsabilidade HARVEY, D. (1980) A Justiça Social e a Cidade. São
pode ser atribuída, também, à ausência – Paulo: Hucitec.
na qual nos incluímos – de formas LOJKINE, J. (1981) O Estado Capitalista e a Questão
Urbana. São Paulo: Martins Fontes.
filosóficas e teóricas abrangentes que
OLIVEIRA, F. (1977) Acumulação Monopolista,
permitam a compreensão e a inclusão dos
Estado e Urbanização – a nova qualidade do
produtos particulares em quadros conflito de classes. In Contradições Urbanas e
conceituais definidos; quadros conceituais Movimentos Sociais. Rio de Janeiro: Paz e
estes que nos ajudem, de fato a questionar Terra/CEDEC.
a coerência e/ ou pertinência destes OLIVEIRA, F. (1978) Planejamento e Poder – o
estudos para a compreensão do país. enigma transparente”. Mesa-redonda Geopolítica,
Planejamento e Poder, XXX Reunião Anual da
Os planos analíticos, apresentados SBPC, julho de 1978, S. Paulo, mimeo.
neste texto, contemplaram a identificação OLIVEIRA, F. (1982) O Estado e o Urbano no
dos principais veios temáticos no estudo Brasil. Espaço e Debates. Ano II, (6), 36-54.
da metrópole a partir de uma postura PEIXOTO, F. 1974. Brecht – vida e obra. Rio de
definida com relação à realidade social Janeiro: Paz e Terra.

contemporânea, procurando estabelecer RIBEILL, G. (1976). Eléments pour une approche


gramscienne du cadre de vie. Espaces et Sociétés,
trajetos de estudos e reflexão coerentes (19), 99-116.
com esta postura, de tal maneira a SANTOS, M. (1978) O Trabalho do Geógrafo no
permitir a proposição de formas de Terceiro Mundo. São Paulo: Hucitec.
organização úteis do material teórico, SANTOS, M. (1982) Cidade, Mais-Valia Absoluta e
conceitual e empírico subjacente – Relativa, Desvalorização do Capital e do trabalho.
explícita ou implicitamente – aos cursos In MOREIRA, R. (org.) Geografia: Teoria e Crítica.
atuais da “questão urbana” na formação Petrópolis: Vozes. (:159-165).
social brasileira. SIMMEL, G. (1926) Sociologia: estudios sobre las
formas de socialización. Madrid: Revista do
oOo Occidente.
SINGER, P. (1979) O Uso do Solo na Economia
Bibliografia Capitalista. In MARICATO, E. (org.) A Produção
Capitalista da Casa (e da Cidade). São Paulo: Alfa-
BALIBAR, E. (1971) Sur les concepts fondamentaux
Omega. (:21-36)
du matérialisme historique. In ALTHUSSER, L. e
BALIBAR, E. 1971. Lire lê Capital. (vol. II). Paris: SINGER, P. e BRANT, V. C. (org.) (1980) São Paulo
Maspéro. – o povo em movimento. Petrópolis: Vozes/CEBRAP.
CAMARGO, A.R., LAMPARELLI, C.M. e GEORGE, TONNIES,F. (1947) Comunidad y Sociedad.
P.S.C. (2007) Nota Introdutória Sobre a Construção Buenos Aires: Losada.
de um Objeto de Estudo: O Urbano. Etc, Espaço, TOPALOV, C. (1978) La Urbanización Capitalista.
Tempo e Crítica. n°1, v.1 (Acessível em http:// www. uff México: EDICOL.
.br/etc/UPLOADs/etc%202007_1_1.pdf) VELHO, G. (1981) Individualismo e Cultura – Notas
CAMARGO, C.P. el alii. (1976) São Paulo – para uma Antropologia da Sociedade Contemporânea.
crescimento e pobreza. São Paulo: Loyola. Rio de Janeiro: Zahar.

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