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2.1
Introdução
acionado por calor de rejeito e o outro por compressão de vapor elétrica); (iii) o
armazenamento de energia térmica e (iv) o resfriamento do ar na entrada da
turbina.
No presente capítulo aprofunda-se o estudo das duas primeiras opções
delineadas acima, a saber: dois motores primários e um arranjo híbrido de chillers.
É estudado um sistema de cogeração de energia total (com uma única fonte de
combustível). Os desempenhos energético e exergético do sistema são avaliados
como função, (i) da razão entre frio e demanda de potência elétrica (ii) da
distribuição de potência entre os dois motores primários e (iii) da razão de
demanda de energia em relação à demanda máxima. A idéia é beneficiar-se dos
diferentes comportamentos da razão entre potência e calor de rejeito (relacionando
a sua eficiência térmica) de cada motor primário para atender às demandas
variáveis de potência elétrica e resfriamento. Fletcher e Walsh (1998) e
Saravanamuttoo et al (1998) também abordaram o uso simultâneo de turbina a gás
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2.1.1
Objetivos do capítulo.
2.2.
Descrição do sistema
demanda de frio, Q& C ;DE , supera a potência frigorífica produzida pelo chiller de
W& DE
Q& n ;GT W&TO Q& n; IC
W&VC
TURBINA A MCI +
GÁS+GERADOR
W> W& IC GERADOR
F>
F&IC
ELÉTRICO ELÉTRICO
ηGT ηIC
αGT λ αIC
Q& n ;VC
DE VAPOR
COPVC
Q&C ; HS Q& C ; AC
Q& C ;VC
FONTE DE
CALOR
Q& C ; DE
Figura 1. Esquema geral da planta para geração de potência elétrica e produção de frio
O combustível é fornecido com uma taxa de energia F& a cada grupo motor
primário/gerador elétrico para produzir W&TO de potência elétrica. Uma parte do
calor de rejeito de cada motor é recuperada, a uma taxa Q& r . O calor restante é
rejeitado ao ambiente, a uma taxa Q& n . Cada grupo motor primário/gerador elétrico
W&
λ = > (2.4)
WTO
relação à máxima demanda de energia elétrica, W&DE ;max , que o sistema atende.
(2.6)
W& DE ;max
Q&
γ QC = & C ; DE (2.7)
WDE ;max
elétrica máxima e –como se verá mais adiante- pode atingir valores maiores que 1.
O chiller de absorção é acionado pelo calor de rejeito de ambos os motores
( )
primários, Q& r ,GT + Q& r , IC , e produz a potência frigorífica, Q& C , AC . Sua eficiência de
Q& C ,VC
COPVC = & (2.9)
WVC
No caso oposto, quando a capacidade de refrigeração excede a demanda de
refrigeração, resultando em um excesso de potência de refrigeração, Q&C , HS , uma
2.3.
Modelo termodinâmico
2.3.1
Hipóteses simplificadoras
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η IC = b1 χ IC
5
+ b2 χ IC
4
+ b3 χ IC
3
+ b4 χ IC
2
+ b5 χ IC + b6 (2.11)
31
2.3.2
Definições
Q& C , DE + W& DE
ECR = (2.14)
F& + F&
GT IC
razão entre as exergias de entradas B& F e as de saídas úteis B& P . Para a planta em
ψ =
∑ B& P
(2.16)
∑ B& F
δ = 1 −ψ =
∑ I&i i
(2.17)
∑ B& F
2.3.3
Determinação da exergia
Uma vez definida a exergia como o máximo trabalho que pode ser obtido a
partir de uma determinada forma de energia, usando os parâmetros do ambiente
como estado de referência (Kotas, 1985) pode-se concluir que a exergia associada
à transferência de trabalho é o próprio trabalho, conservando sua magnitude e
direção convencional.
B&W = W& (2.18)
No caso em que Tt = Tc < T0 , a taxa de exergia térmica pode ser visto como a
mínima potência necessária para manter uma taxa de resfriamento, Q& c , do sistema
a Tc .
T
B&Qc = Q& c 1 − c (2.20)
T0
A exergia associada a um fluxo constante de matéria é definida como sendo o
máximo trabalho que pode ser obtido quando a corrente de massa é levada desde
seu estado inicial ao “estado morto” por um processo durante o qual somente
interage com o ambiente (Kotas, 1985). Ela tem componentes de exergia cinética
e potencial, exergia física e exergia química. Neste trabalho só será considerada a
componente de exergia química para as correntes de massa. No presente caso,
têm-se os fluxos de combustível entrando nos motores primários como único
valor apreciável, uma vez que a água de entrada ao sistema está em condições de
equilíbrio químico com o ambiente e os gases produtos da combustão não mudam
de composição ao longo de todo o processo.
A exergia química para combustíveis industriais tem um valor relacionado
com o Poder Calorífico Líquido pelo coeficiente φ, que toma valores próximos à
unidade e que, para o óleo Diesel, assume valores entre 1,04 e 1,08 (Kotas, 1985).
34
2.3.4
Balanço de energia nos motores térmicos
2.3.5
Contabilidade de exergia
2.3.5.1
Turbina a gás.
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No atual caso, a exergia presente nos gases de exaustão que é utilizada como
entrada no chiller de absorção será considerada como mais um produto da turbina.
As irreversibilidades da turbina se definem, então, como:
I> = B&Qn,GT + D& GT (2.31)
( )
respeito à exergia total de entrada à planta B& F ,GT + B& F , IC .
I>
δ GT = (2.32)
B& F ,GT + B& F , IC
2.3.5.2.
Motor de combustão interna
e
I&IC
δ IC = (2.34)
B& F , IC + B& F , IC
onde
I&IC = B&Qn , IC + D& IC (2.35)
2.3.5.3
Chiller de absorção
2.3.5.4
Chiller de compressão de vapor
2.3.5.5
Balanço global da exergia da planta
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2.3.6
Solução
potencia elétrica, bem como o valor máximo que a instalação atende, W& DE e
W&DE ;max ; potências nominais dos motores, W> ;nom , W& IC ;nom ; temperaturas das
ambiente de referência, T0 .
2.4.
Análise paramétrica
2.4.1
Condições de operação
2.4.2
Valores numéricos adotados
0,25
0,23
0,20
η
0,18
0,15
0 20 40 60 80 100
Carga (%)
Figura 2. Eficiência térmica vs carga para um grupo gerador/turbina a gás operando com
gás natural e com controle da carga parcial através da regulação da temperatura de
entrada à turbina (Ferreira, 2002)
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0,50
0,40
0,30
η
0,20
0,10
0,00
0 20 40 60 80 100
Carga (%)
Tabela 1. Dados obtidos a partir dos casos analisados por Colonna e Gabrielli (2006)
Unidade de Turbina a gás MCI e chiller
medida e chiller de de absorção
absorção
F& kW 32838 25710
W& kW 10140 10155
Q& r kW
16197 11184
Q& n
kW
6501 4371
ηT (-)
0,31 0,39
α (-) 0,713 0,718
α IC ;max = 0, 75
α GT ;min = 0
α IC ;min = 0,10
Tr , IC = 120 o C
Tc = 5 o C
2.4.3
Caso # 1: Demanda de frio igual a produção do chiller de absorção,
Q& c ,AC = Q& c ,DE
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excedente é dissipada e o caso #3, Q& c , AC < Q& c , DE , quando é necessário o uso de um
W& DE
Q& n ;GT W&TO Q& n ; IC
TURBINA A MOTOR DE
F>
GÁS+GERADOR W> W& IC COMBUSTÃO
F&IC
ELÉTRICO INTERNA +
ηGT GERADOR
αGT λ ELÉTRICO
ηIC
αIC
Q& C ; AC
Há, ademais, uma faixa da razão de demanda de potência elétrica, W& DE , que
tem que ser atendida apenas pelo motor de combustão interna. Isto é devido ao
fato de a turbina não poder trabalhar com uma percentagem de carga menor que
25%. Este fato impõe um valor mínimo de demanda de potência elétrica, o qual
determinaria o ponto de possível entrada em operação da turbina. Seria aquela
situação na qual a turbina poderia atender como mínimo, pois corresponderia a
χ GT = 0, 25 , segundo mostra a figura 6.
1
λ=0,25
λ=0,3
λ=0,4
0,75 λ=0,5
λ=0,6
χGT λ=0,7
λ=0,8
0,5 λ=1
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limite da análise
0,25
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
γW
Figura 6. Razão de carga da turbina, χ GT em função da razão de demanda elétrica, γ W
γ W =1,0
1,5 γ W =0,8
γ W =0,5
γQC γ W =0,3
0,5
0
0,25 0,5 0,75 1
λ
Figura 7. Caso # 1. Variação da produção de frio em função de λ para diferentes valores
de demanda elétrica
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0,6
0,4
0,2
ECR
ψGB
ηIC
ηGT
0
0,25 0,5 0,75 1
λ
Figura 8. Caso # 1. Desempenhos globais e dos motores térmicos com a variação de λ,
para γ W = 1, 0
46
αGT
αIC
ECR
0,6
ψGB
0,4
0,2
0
0,25 0,5 0,75 1
0,5
ECR
0,4
γW =1,0
0,3 γW =0,8
γW =0,5
γW =0,3
0,2
0,2 0,4 0,6 0,8 1
λ
Figura 10. Caso # 1.Variação da razão de conversão de energia com λ
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0,3
0,25
ψGB
0,2
γW =1,0
γW =0,8
0,15 γW =0,5
γW =0,3
0,1
0,25 0,5 0,75 1
λ
Figura 11. Caso # 1. Variação da eficiência racional da planta com λ
48
2.4.4
Caso # 2: Produção de frio excede a demanda, Q& C ,AC > Q& C ,DE
&
acomodar a produção não aproveitada de frio, QcHS . Matematicamente, a
W& DE
Q& n;GT W&TO Q&n; IC
TURBINA A MCI +
GÁS+GERADOR
W> W& IC GERADOR
F>
F&IC
ELÉTRICO ELÉTRICO
ηGT ηIC
αGT λ αIC
Q&C ; AC
Q& C ; HS
Q& C ; DE
FONTE DE
CALOR
ECR
0,4
0,3
0,25 0,5 0,75 1
λ
Figura 13. Comparação da razão de conversão de energia do caso # 2 com a do caso
# 1 para γ W = 1,0
0,3
0,29
R=0,8
0,28 R=1
R=1,5
0,27
R=2
0,26 Caso #1
ψ GB
0,25
0,24
0,23
0,22
0,21
0,25 0,5 0,75 1
λ
Figura 14. Comparação da eficiência racional do caso # 2 com a do caso #1 para γ W = 1,0
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0,4
0,3
0,2
ECR
ψ GB
0,1 ηGT
ηIC
0
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
λ
Figura 15a. Caso # 2. Variação de ECR , ψ GB e η com λ, para R = 2 e γ W = 1,0
51
0,4
0,3
0,2
ECR
0,1 ψGB
ηGT
ηIC
0
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
λ
Figura 15b. Caso # 2. Comportamento de ECR , ψ GB e η com λ, para R = 2 e γ W = 0,5
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0,6
0,4
ECR
λ = 0,26
0,2 λ = 0,5
λ = 0,75
λ=1
0
0,5 1 10 50
R
Figura 16a. Caso # 2. Comportamento de ECR com R para γ W = 1, 0
52
0,3
ECR
λ = 0,6
0,2 λ = 0,7
λ = 0,75
λ=1
0,1
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0,5 1 10 60
R
Figura16b. Caso # 2. Comportamento de ECR com R para γ W = 0,5
0,3
ψGB
0,2
λ=0,26
λ=0,5
λ=0,75
λ=1
0,1
0,5 1 10 50
R
Figura 17a. Caso # 2. Comportamento de ψ GB com R, para γ W = 1,0
53
0,25
0,2
ψGB
0,15 λ=0,26
λ=0,5
λ=0,75
λ=1
0,1
0,5 1 10 55
R
Figura 17b. Caso # 2. Comportamento de ψ GB com R, para γ W = 0,5
0,6
ψGB
ψAC
0,5
ψIC
ψGT
0,4
ψ 0,3
0,2
0,1
0
0,25 0,5 0,75 1
λ
Figura 18a. Caso # 2. Comportamento das eficiências racionais nos diferentes
subsistemas da planta, para R = 2 e γ W = 1, 0
54
0,4
0,3
ψ 0,2
ψGB
0,1
ψAC
ψIC
ψGT
0
0,6 0,7 0,8 0,9 1
λ
Figura 18b. Caso # 2. Comportamento das eficiências racionais nos diferentes
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F 100%
80%
D
60%
L
40% P
20%
0%
0,29 0,40 0,52 0,63 0,75 0,86 0,98
Lambda
F 100%
80%
D
60%
L
40% P
20%
0%
0,55 0,62 0,69 0,76 0,83 0,90 0,97
Lambda
2.4.5
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W& DE
Q& n ;GT W&TO Q& n; IC
W&VC
TURBINA A MCI +
GÁS+GERADOR
W> W& IC GERADOR
F>
F&IC
ELÉTRICO ELÉTRICO
ηGT ηIC
αGT λ αIC
Q& n ;VC
Q& C ; DE
ECR =
(
Q& c, DE + W&TO − W&VC ) (2.52)
F> + F&IC
Na figura 21 mostra-se a variação da razão de conversão de energia, ECR ,
em função da razão de distribuição de carga, λ . Foram comparados os resultados
para os dois casos, # 1 e # 3. Pode-se apreciar que o desempenho do sistema no
caso # 3 é melhor que no caso # 1, pois, com a variação de λ , apresenta maiores
valores de ECR .
Da mesma forma, a figura 22 mostra a comparação da eficiência racional,
ψ GB , entre estes dois casos, apresentando uma tendência igual ao comportamento
de ECR .
57
0,7
0,6
ECR
0,5 R=0,5
R=0,7
R=0,8
R=1
R=1,25
Caso #1
0,4
0,25 0,5 0,75 1
λ
Figura 21. Comparação da razão de conversão de energia do caso # 3 com a do caso #1
para γ W = 1, 0
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0,3
0,29
R=0,5
R=0,7
0,28 R=0,8
R=1
0,27 R=1,25
Caso #1
0,26
ψGB
0,25
0,24
0,23
0,22
0,21
0,2
0,25 0,5 0,75 1
λ
Figura 22. Comparação da eficiência racional do caso # 3 com a do caso # 1 para
γ W = 1,0
0,8
0,6 ECR
ψGB
ηGT
ηIC
0,4
0,2
0,6
ECR
0,4
ψGB
ηGT
ηIC
0,2
0
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
λ
Figura 23b. Caso # 3. Comportamento de ECR , ψ GB e η com λ, para R = 0, 5 e γ W = 0,5
0,8
ECR
0,6 ψGB
0,4
0,2
R
Figura 24a. Caso # 3. Desempenho global para λ = 0,6 e γ W = 1, 0
0,8 ECR
ψGB
0,6
0,4
0,2
R
Figura 24b. Caso # 3. Desempenho global para λ = 0, 6 e γ W = 0,5
A análise das figuras 25a e 25b permite concluir, da mesma maneira que no
caso #2, que, quando diminui a produção de potência elétrica, isto é com γ W
F 100%
80%
D
60%
L
40%
P
20%
0%
0,26 0,37 0,48 0,60 0,71 0,82 0,93
Lambda
F 100%
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80%
D
60%
L
40%
P
20%
0%
0,60 0,66 0,72 0,78 0,84 0,90 0,96
Lambda
A análise das figuras 26a, 26b e 26c permite concluir que, com o aumento
de R, as percentagens de perdas aumentam enquanto que a destruição de exergia
diminui. Este efeito mantém-se praticamente igual para todos os valores de γ W
61
F 100%
80%
D
60%
L
40%
P
20%
0%
0,19 0,21 0,22 0,24 0,26 0,29 0,32 0,36 0,41 0,48 0,58 0,72 0,96 1,43
R
F 100%
80%
D
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510804/CA
60%
L
40%
P
20%
0%
0,11 0,12 0,13 0,14 0,16 0,17 0,20 0,22 0,26 0,32 0,40 0,54 0,83 1,72
R
F 100%
80%
D
60%
L
40%
P
20%
0%
5
2
00
3
49
4
76
08
09
10
12
13
17
19
23
29
39
59
0,1
0,1
1,1
0,
0,
0,
0,
0,
0,
0,
0,
0,
0,
0,