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RIBEIRÃO PRETO
2010
Marcos Henrique Centurione Ramos
RIBEIRÃO PRETO
2010
Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento
Técnico da Biblioteca Central da UNAERP
Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus por servir de consolo e motivação nos
momentos críticos.
A Profª Drª Angela Di Bernando Dantas pelo apoio e a compreensão em nossas longas
discussões sobre a elaboração dos ensaios.
A Glaucia uma pessoa de grande importância em minha vida que me auxilio emocionalmente
para conseguir vencer essa etapa de grandes dificuldades.
A minha família, meu pai Manoel Carlos, minha mãe Simone Maria, minha Irmã Michele
Helena e Tia Lilia por compreender todas as alterações de humor e me encher de força e
energia quando necessário.
DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
Mário Quintana
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
Removal of Color, Iron and Manganese from Water Containing Dissolved Organic
Matter by Pre-oxidation with Chlorine dioxide, Coagulation and Filtration
The presence of the iron and the manganese in public water destined to provisioning create
deposit, encrustation and make possible the appearance of the ferruginous bacterium noxious
in the net of distribution; besides they are responsible for the showing up of sets flavor and
odor, causing the arise of spots on clothes and bathroom fixtures and interfering in the
industrial process. Several technologies of treatment are used to the removal of the metals
presented in the water, one is the oxidation (chlorine, dioxide chlorine, potassium
permanganate, ozone, etc) followed by the filtration or oxidation followed by the coagulation
and filtration. The dissolved organic matter (DOM) in fountainhead, represented, specially,
from the humic substances, associates easily with metals such as iron and the manganese,
forming complexes. The removal of these metals in a conventional treatment (coagulation,
flocculation, sedimentation and filtration) or by direct filtration (coagulation and filtration) is
not efficient, requiring an additional use of oxidation, and/or activated carbon adsorption,
and/or membrane filtration.
In this context, the general target point objective of this work was to evaluated the effect of
the chlorine dioxide oxidation, coagulation using aluminum sulfate and chlorinous ferric
sulfate, and granular activated carbon (GAC) adsorption on the color removal, iron and
manganese in the water containing high DOM content and subject to coagulation and
filtration. The experiment of the direct filtration and the chlorine dioxide oxidation were done
by using the shaking, jarteste and filters of the sand laboratory. The water of the study was
prepared by mixing raw water from the Itapanhaú River (color of the 320 uH in the
assessment’s day), situated in Bertioga/SP, with solutions of the manganese sulfate and
ferrous sulfate, resulting in concentrations of 3,2 mg/L and the manganese around of 0,8
mg/L. It was investigated, the, a ferrous and manganese complexation, in function of the
apparent molecular size of the dissolved organic matter in the heavy water and in the place of
the treatment proposed. The preliminary results designed that in good conditions of the
coagulation, obtaining filtrate water with apparent color under 1 uH, there wasn´t complete
removal of the metals. The use of the pre-oxidation with chlorine dioxide anterior the
coagulation and filtration in the reduction sand, with removal percentage between 35 and
53%. Even though obtaining the filtrate water with apparent color < uH, the manganese
concentration excelled the maxim limit permitted in the directive 518/2004 of the Ministry of
Health (0,3 mg/L or iron and 0,1 mg/L of manganese) being encounter 0,34 mg/L of Fe and
0,56 mg/L of Mn, in medium, in the results. The iron and manganese results and DOC of the
coagulated water, filtrate in sand and in the filters of GAC, and the ultra filtration of this water
presents a results more satisfactory, the minor achieved, paralleling these results with the
results obtained in the tests of the series II and III (Series I – coagulation and sand filtration;
Series II – pre-oxidation, coagulation and sand filtration), the DOC reaching a value of 2
mg/L desired to the filtrate water. As for these metals, in this series of the test obtained
concentration under the limit determined to the directive 518/2004 (0,3 mg/L for the iron and
0,1 mg/L to the manganese), being the result obtained 0,1 mg/L for Fe and 0,09 mg/L to the
Mn.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO
2
1 INTRODUÇÃO
O ferro e o manganês são metais abundantes na crosta terrestre e são essenciais para a
nutrição humana. São encontrados em solos e em minerais, principalmente como óxido
férrico insolúvel e dióxido mangânico. Os minerais contidos nas rochas responsáveis pela
dissolução de ferro são, principalmente, os óxidos de ferro (hematita) e os carbonatos
(siderita), porém, outros, tais como faiolita (FeSiO4), pirita (FeS2), pirolita (FeS), hematita
(Fe2O3), limonita (2Fe2O3.3H2O) e magnetita (Fe3O4) também podem contribuir para a
presença de ferro nas águas. Minerais como a rodocrosita (MnCO3) e sulfito mangânico
(MnS), após sua dissolução, além de óxidos como a manganita (MnOOH), pirolusita (MnO2)
e hausmanita (Mn3O4) são os principais responsáveis pela presença de manganês nas águas.
Muitas estações de tratamento de água têm seu desempenho seriamente afetado devido
à captação em mananciais cujas águas apresentam cor elevada e excesso de alguns metais
dissolvidos. A presença do ferro e manganês em águas destinadas ao abastecimento causam
depósitos, incrustações e possibilitam o aparecimento de bactérias ferruginosas nocivas dos
gêneros Frenothrix, Spyrophylum, Gallionella, Spahaerotilus, Grenothrix, entre outras nas
redes de abastecimento, além de serem responsáveis pelo aparecimento de gosto e odor,
causam o surgimento de manchas em roupas e aparelhos sanitários e interferirem em
processos industriais (MORUZZI, 2001).
Os métodos usualmente empregados para remoção de manganês e de ferro incluem a
formação de precipitado e filtração, troca iônica e estabilização com polifosfatos. No caso de
formação de precipitado e filtração, pode ser empregada a aeração, sedimentação e filtração
ou a oxidação com permanganato de potássio, cloro e dióxido de cloro, seguida de filtração.
A matéria orgânica dissolvida (MOD) nas águas, representada principalmente por
substâncias húmicas, associa-se facilmente aos metais presentes na água. A remoção dos
complexos de ferro e manganês da água associada à MOD é uma tarefa difícil, por requerer
desestabilização dos colóides e destruição dos complexos. Quando esta situação é verificada,
normalmente são utilizados oxidantes em dosagens muito maiores que as teóricas, causando
um considerável incremento do custo de tratamento (MORUZZI, 2001).
A alta capacidade complexante das substâncias húmicas aquáticas (SHA) pode alterar
a biodisponibilidade e os efeitos toxicológicos de metais em sistemas aquáticos. Os
complexos formados entre SHA e espécies metálicas (SHA-M) possuem diferentes
3
estabilidades, as quais são altamente dependentes do pH, espécies metálicas, força iônica,
concentração de SHA e condições redox.
O presente trabalho estudou a remoção de cor, ferro e manganês de água com matéria
orgânica dissolvida por pré-oxidação com dióxido de cloro, coagulação e filtração. Foi
investigada durante todas as etapas do tratamento a complexação do ferro e do manganês em
função do tamanho molecular aparente da matéria orgânica dissolvida.
4
2 . OBJETIVOS
5
2 OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho foi avaliar a remoção de cor, ferro e manganês por
meio de oxidação com dióxido de cloro, coagulação e filtração.
3. REVISÃO DA LITERATURA
7
3 REVISÃO DA LITERATURA
De acordo com Cercasov et al. (1998) o ferro e seus compostos são liberados para
atmosfera principalmente na forma de material particulado. É removido por sedimentação ou
pela água das chuvas, sendo essa remoção relacionada com o tamanho das partículas e com as
condições meteorológicas do local (temperaturas do ar, velocidade dos ventos).
O ferro é o mais útil de todos os metais. As suas aplicações, bem como as das suas
ligas, na construção metálica de todos os tipos são muito conhecidas. Os compostos de ferro
têm aplicações muito diversas: o sulfato ferroso é usado em tinturaria e como fungicida; o
oxilato ferroso é usado em reveladores fotográficos; a limonita e a hematita são usadas como
pigmentos, adsorventes e abrasivos; a magnetita é utilizada na fabricação de eletrodos
industriais; o nitrato e o cloreto de ferro são usados como mordentes como hemostáticos e
reagentes industriais.
Na água, o ferro pode ocorrer na forma iônica ou complexada, como íon di ou
trivalente, em estado coloidal ou disperso. O ferro ocorre na forma iônica (ferro II) se a água
estiver livre de oxigênio ou em pH abaixo de 3. Em condições de aerobiose, íons ferrosos são
convertidos a íons férricos que, por sua vez, formam hidróxidos de ferro insolúveis
(APHA/AWWA, WEF,1998; FRESENIUS, QUENETIN & SCHNEIDER, 1988).
O manganês ocorre naturalmente em diversos tipos de rochas. Não tem gosto ou
cheiro especial e não ocorre no ambiente como um metal puro, e sim combinado com outras
substâncias, como oxigênio, enxofre e cloro. Estas formas, chamadas compostos, são sólidas e
não evaporam (MARTINS, 2003).
O manganês (número atômico Z = 25 e massa atômica relativa Ar = 54,938) é um
metal de transição do grupo VIIb da tabela periódica. Como os outros elementos de transição,
devido à sua configuração eletrônica, possui algumas propriedades características: apresenta
várias formas e estados de oxidação (0 a +7) e pode formar vários compostos paramagnéticos.
É o metal de transição mais abundante após o ferro e o titânio, os compostos mais
comuns são formados nos estados de oxidação +2, +3 e +7.
O manganês reage com água produzindo hidrogênio e pode, também, reagir com
materiais oxidantes e com nitrogênio, se aquecido a temperaturas acima de 200°C. Quando
aquecido na presença de cloro, produz chamas brilhantes. O manganês na forma de pó, na
presença de flúor, pode levar a uma reação de incandescência e, com ácido nítrico, reage
produzindo incandescência e explosão. Reage também com ácidos minerais diluídos com
formação de hidrogênio e sais divalentes de manganês (MARTINS, 2003).
É um metal abundante, compreendendo aproximadamente 0,1% da crosta terrestre;
dos metais pesados, somente o ferro é mais abundante. Grande quantidade do minério de
9
manganês é levada a fornos elétricos para obtenção de ferro manganês, liga amplamente
utilizada na produção de aço (ATSDR, 2000).
húmicas (SH), que são classificadas como substâncias orgânicas biogênicos, polieletrolíticas
com propriedades similares à de biocolóides, de coloração escura, de natureza heterogênea,
elevada massa molecular, estrutura complexa e indefinida (STEVENSON, 1982).
A Matéria Orgânica Natural (MON) pode ser separada em matéria orgânica dissolvida
(MOD), matéria orgânica particulada e matéria orgânica coloidal, usando filtros com
diferentes tamanhos de poros. A MOD é operacionalmente definida como a fração que
atravessa o filtro com poro de 0,45 µm, formando a maior parte da matéria orgânica em águas
naturais (aproximadamente 80%). A MOD presente em águas naturais possui vários
compostos orgânicos, sendo que a maior parte do carbono orgânico presente em ambientes
aquáticos está na forma de SH, as quais correspondem a cerca de 50% da MOD com tamanho
molecular aparente entre 500 Da a 10 kDa e o restante são compostos orgânicos identificáveis
que são as substâncias não-húmicas, tais como: carboidratos, gorduras e hidrocarbonetos
(THURMAN et al., 1982).
A estrutura molecular das SH tem sido investigada ao longo dos anos, e essa pesquisas
sugerem várias propostas estruturais para as SH, mas de acordo com Stevenson (1982)
nenhuma parece ser satisfatória, permanecendo ainda hoje indefinida. A maior dificuldade
encontrada na definição de um modelo para as SH é devido à heterogeneidade e
complexidade de suas estruturas, principalmente pela falta de uma identidade estrutural
genérica, a qual é influenciada pela natureza e pelo mecanismo de decomposição (ROCHA;
ROSA, 2003).
Por não apresentarem estrutura definida, para possível comparação de resultados,
torna-se indispensável a descrição detalhada da origem, do tratamento e dos métodos
aplicados às amostras durante a extração de SHA (FRIMMEL, 1992). É bom salientar,
também, que, no decorrer do processo de separação/extração das SHA diversas interações são
interrompidas podendo causar alterações estruturais importantes nas SHA (AIKEN, 1988).
Essas alterações são fatores limitantes para interpretação das funções das SHA no ambiente.
O método referenciado mundialmente para isolamento das SHA por XAD-8 foi
proposto pelo grupo de pesquisa do United States Geological Survey (Thurman e Malcolm,
1981). Desde então, vários pesquisadores aperfeiçoaram e testaram este método para melhorar
a eficiência de recuperação e pureza da MOD, com uso das resinas XAD-8 e XAD-4
(Malcolm e MacCarthy, 1992; Croué et al., 1999; Chang et al., 2000; Wei et al., 2008),
conforme esquema da figura 3.2. A fração hidrofóbica da MOD ou fração húmica (HPO) é a
parcela que é sorvida na resina XAD-8 em pH 2,0, enquanto que a parcela que não é retina e
denominada de fração não húmica. A fração não húmica pode ser fracionada na fração
13
Eluição Eluição
com NaOH com NaOH
Bases Hidrofóbicas
HPOB
Figura 3.2 - Esquema do fracionamento da MOD por meio de resinas XAD-8 e XAD-4
(adaptado de Croué et al. 1999)
metálicas originalmente complexadas nas SHA estão nas frações com maiores porcentagens
de COD, ou seja, F3, F4 e F1. Assim, há relação direta entre concentração de metais
complexados e COD, podendo-se estabelecer para os metais a mesma ordem de distribuição
observada para o COD.
Sargentini et al. estudando frações húmicas de SHA extraídas do Rio Negro-AM
verificaram menor quantidade de carbono orgânico na fração F1 (> 100 kDa) e a maior
quantidade na fração F6 (< 5 kDa). Também observaram que a maior porcentagem de íons
metálicos originalmente complexados estava presente na fração F2 (50-100 kDa).
Romão (2003) constatou a eficácia do procedimento de UF com fluxo tangencial e
membrana polietersulfônica na compreensão da interação entre a SHT e SHA com cobre
(Cu2+). A autora verificou que os valores de capacidade de complexação e constantes de
estabilidade condicional (K) foram maiores para as SHT em relação às SHA, indicando assim
que os procedimentos utilizados não modificaram significativamente as características
complexantes originais das amostras.
Pesquisas realizadas no Brasil por Campos (2005), Sloboda (2007) e Toledo (2008)
mostraram a influência do tamanho molecular aparente da fração hidrofóbica ácida (HPOA)
na coagulação com diferentes coagulantes. Os autores concluíram que para as menores
frações são necessárias dosagens superiores de coagulante para obtenção da mesma eficiência
de remoção de cor.
HPOA: 44,1%
HPI: 21,5%
TPHA: 14,3%
TPHN: 10,5%
HPON: 9,6%
A parcela húmica corresponde a quase 50% da MOD (fração HPOA), valor coerente
com a literatura.
O fracionamento da MOD do rio Itapanhaú demonstra seguinte variação:
A fração de tamanho molecular aparente menor que 0,45 µm apresentou maior
porcentagem de AF, cerca de 69%. A fração entre 100 kDa e 0,45 µm é constituída por 92,4
% de AH. As frações com menores tamanhos moleculares aparentes, entre 30 e 100 kDa,
entre 10 e 30 kDa e entre 5 e 10 kDa, são constituídas por 100% de AF. Com isso concluiu-se
que as SHA são compostas na maior parte por AF.
16
Neste item foram abordadas as legislações do Brasil e dos Estados Unidos diferentes
em relação aos parâmetros estudados neste projeto: cor, ferro e manganês.
A Portaria n° 518 do Ministério da Saúde, padrão de potabilidade vigente no Brasil
desde 2004, estabelece como valores máximos permitidos as concentrações de 0,3 mg/L de
ferro total, de 0,1 mg/L de manganês e de 15 uH de cor na água tradada (Brasil, 2004).
A U.S.EPA estabelece que em águas destinadas ao abastecimento humano, os valores
máximos permitidos segundo List of National Secondary Drinking Water Regulation 15
(color units) de cor, 0,3 mg/L de Ferro e de 0,05 mg/L de manganês em água tratada.
(USEPA, 2010).
O tratamento para remoção de ferro geralmente envolve: oxidação pelo ar, cloro ou
ozônio seguida por filtração; precipitação química seguida por filtração, ou, ainda, troca
iônica. A capacidade da instalação de tratamento, o pH da água e a presença de outros
contaminantes determinam o processo mais econômico para cada caso.
Na Figura 3.3 são mostradas, na forma de diagrama de blocos, as principais
tecnologias comumente consideradas para a remoção de ferro e de manganês da água.
17
toxicidade destes subprodutos que são compostos orgânicos halogenados prejudiciais à saúde
humana. No Brasil, tem sido investigada, principalmente, a formação de trialometanos na
água potável, sendo que os padrões de potabilidade prescritos na Portaria 518/2004, do
Ministério da Saúde. Exige-se apenas o controle de trialometanos como subprodutos da
desinfecção com limite máximo permissível de 0,1 mg/L, não exigindo o controle da presença
de outros compostos, tais como os ácidos haloacéticos, cloro hidrato e haloacetonitrilas, que
podem afetar igualmente a saúde da população e devem ser considerados (Brasil, 2004).
Chang et al (2001) verificaram o efeito do tamanho molecular aparente na formação de
SOH usando o dióxido de cloro. Os autores concluíram que as moléculas orgânicas menores
(entre 1 e 5 kDa e menor que 1 kDa) são as que contribuem com a maior formação de THM e
AHA. Para Chow et al (2005), os dados científicos ainda são inconclusivos sobre qual fração
física da MOD apresenta o maior potencial de formação de SOH. Os autores sugerem que as
duas técnicas de fracionamento (química por meio de XAD e física por ultrafiltração) sejam
aplicadas para separar a MOD para verificação na influência na formação de SOH.
Seckler et al. (2003) desenvolveram um estudo sobre a aplicabilidade do dióxido de
cloro no tratamento de águas de abastecimento, no qual foi avaliado o comportamento deste
agente oxidante na formação de TAM. Os autores concluíram que o dióxido de cloro é viável
em águas que apresentem baixa demanda de agente oxidante e que em todas as águas brutas
estudadas, a concentração de TAM situou-se abaixo de 100 µg/L quando empregado este
agente oxidante.
Lapolli et al.(2005), realizaram um estudo sobre a desinfecção de efluentes sanitários
usando o dióxido de cloro. A pesquisa demonstrou que este produto tem a capacidade de ser
um potente oxidante e biocida em tempos relativamente curtos. Nos experimentos realizados,
foi possível constatar que ocorreu uma redução da DQO e a clarificação do efluente, além do
que foi atingida a remoção dos coliformes fecais com doses de dióxido de cloro de 2,0, 2,5, e
3,0 mg/L em tempos de contatos de 20, 15 e 10 minutos respectivamente, com efluentes com
coliformes fecais de 2,6x104 NMP/100mL.
Wiecheteck et al. (2006) realizaram um estudo comparativo sobre a ação do
permanganato de potássio e do dióxido de cloro na formação de subprodutos em águas
contendo alta concentração de substâncias húmicas de origem turfosa, após a dupla filtração e
cloração, os autores detectaram que as maiores concentrações dos ácidos haloacéticos
ocorriam com a utilização do dióxido de cloro na pré-oxidação.
A MOD associa-se facilmente com metais como o ferro e manganês, formando complexos. A
alta capacidade complexante da MOD pode alterar a biodisponibilidade e os efeitos
toxicológicos de metais em sistemas aquáticos. Os complexos formados entre as SHA e as
espécies metálicas (SHA-M) possuem diferentes estabilidades, as quais são altamente
dependentes do pH, espécies metálicas, força iônica, concentração de SHA e condições redox
(BURBA et al. 1998).
A força e a natureza da ligação entre SHA e metais são fortemente influenciadas pelo
tamanho molecular aparente (TMA) das SHA, cujos tamanhos podem variar de > 100 kDa a <
5 kDa (Burba et al. 1998).
Rocha et al. (2000) têm utilizado procedimentos de fracionamento por TMA para reduzir a
polidiversidade das SHA e permitir a caracterização de sua interações metálicas.
Araújo et al. (2002) mostraram uma relação direta entre as porcentagens de carbono orgânico
dissolvido (COD) e de metais originalmente complexados nas diferentes frações das SHA de
água com MOD. Os autores observaram que nas frações entre 30 e 50 kDa e entre 10 e 30
kDa resultaram os maiores teores de COD, e que as maiores porcentagens de espécies
metálicas complexadas nas SHA estão nas frações com maiores porcentagens de COD.
Trabalhos feitos por Knocke et al. (1992) e Potgieter et al. (2005) mostraram que existe
influência das características da MOD na remoção dos metais ferro e manganês complexados
em águas com elevados teores de MOD.
Dantas et al. (2008) verificaram que para a fração com tamanho molecular aparente de menor
30 kDa, foram necessárias dosagens de coagulante maiores que aquelas necessárias para as
frações de 30 a 100 kDa e > 100 kDa, para obtenção da mesma eficiência de remoção de cor
em ensaios de filtração direta em jarteste.
Neste contexto, o presente trabalho colaborou para um melhor entendimento da complexação
de metais comumente encontrados em águas, o ferro e o manganês, em função do tamanho
molecular aparente das SHA, visando auxiliar futuras pesquisas de remoção destes metais
complexados com MOD em mananciais coloridos. Os objetivos do trabalho foram a
investigação da complexação de ferro e de manganês em função do TMA das SHA, a
avaliação da competição entre os dois metais na complexação com as SHA e a avaliação dos
complexos SHA-M formados em função do tempo.
25
4 . MATERIAIS E MÉTODOS
26
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Digestão Ácida
Espectrofotômetro de Espectrofotômetro
Alumínio mg/L Al 0,001 3500 B, pg 3–56
absorção atômica com chama de
Ar/Acetileno
Digestão Ácida
Espectrofotômetro de Espectrofotômetro
Ferro mg/L Fe 0,001 3500 B, pg 3-68
absorção atômica com chama de
Ar/Acetileno
Digestão Ácida
Espectrofotômetro de Espectrofotômetro
Manganês mg/L Mn 3500 B, pg 3-76
0,001 absorção atômica com chama de
Ar/Acetileno
Cloro mg/L Cl2 0,01 Espectrofotômetro Espectrofotômetro 4500, pg.4-63.
• Ultrafiltração
Foi utilizada a ultrafiltração para o fracionamento da matéria orgânica dissolvida em
diferentes tamanhos moleculares aparentes (5, 30 e 100 KDa), adotando-se o método de
concentração da amostra por recirculação, descrito por Sloboda (2007). Neste método, a
amostra que não passou pela membrana é concentrada no frasco 1 de alimentação. No Frasco
2, é coletada a fração com moléculas com menor tamanho que o da membrana utilizada. Após
concentrar 90% do volume inicial da amostra, a mangueira da recirculação é desconectada e a
fração que não passou pela membrana utilizada é coletada no Frasco 3. A máxima vazão
utilizada foi de 300 mL/min. com 1,5 bar de pressão.
30
R3
Membrana 2
R2 Membrana 2
Membrana 1 R2
Membrana 1
R1
R1
Legenda:
alimentação recirculação saída
Figura 4.2– Fluxograma esquemático da ultrafiltração - Figura 4.3 – fluxograma esquemático da ultrafiltração -
concentração da amostra por recirculação (Santos, 2009) coleta da fração intermediária (Santos, 2009)
métodos 551.1 e 552 da USEPA (1995). Os seguintes subprodutos foram investigados: (i)
trialometanos: clorofórmio, bromodiclorometano, dibromoclorometano, bromofórmio; (ii)
haloacetonitrilas: dicloroacetonitrila, tricloroacetonitrila, dibromoacetonitrila,
tribromoacetonitrila, bromocloroacetonitrila; (iii) halopicrinas: cloropicrina; (iv)
haloacetonas: 1,1-dicloropropanona, 1,1,1-tricloropropanona; (v) cloro hidrato; (vi) ácidos
haloacéticos: monocloro ácido acético, monobromo ácido acético, dicloro ácido acético,
tricloro ácido acético, bromocloro ácido acético, bromodicloro ácido acético, dibromo ácido
acético, clorodibromo ácido acético, tribromo ácido acético. As análises cromatográficas
foram feitas no Laboratório de Recursos Hídricos da UNAERP.
• Cromatografia iônica para determinação do clorito
Para a leitura da concentração de clorito (subproduto inorgânico formado quando é
usado o dióxido de cloro), foi usada a cromatografia com cromatógrafo iônico. As análises
foram feitas no laboratório da Eka Chemicals.
Adição de sulfato
AEP1
managanoso
Água de estudo
Concentração de
preliminar 1
manganês 0,5 mg/L
Adição de sulfato
AEP2
managanoso
Água de estudo
Concentração de
preliminar 2
manganês 2,5 mg/L
Adição de sulfato
AEP3
Coleta de 50 L de água do managanoso
Adição de hidróxido de Água de estudo
poço artesiano da Concentração de
sódio ara ajuste do pH preliminar 3
UNAERP manganês 5,0 mg/L
em 5,5
Adição de sulfato
AEP4
ferroso
Água de estudo
Concentração de ferro
preliminar 4
de 3,0 mg/L
Adição de sulfato
AEP5
managanoso
Adição de extrato de Água de estudo
SHA liofilizada Concentração de
preliminar 5
Águas utilizadas no ensaio preliminar 1 manganês 0,5 mg/L
(cor verdadeira 200 uH)
Adição de sulfato
Águas utilizadas no ensaio preliminar 2 ferroso e sulfato
AEP6
manganoso
Água de estudo
Concentração de ferro
preliminar 6
de 3,0 mg/L e de
manganes de 0,5 mg/L
Figura 4.5 – Fluxograma com as etapas da preparação das águas de estudo preliminar
34
parâmetros controlados
procedimentos analíticos
Leitura de cor
verdadeira
AEP4 Filtração em Ultrafiltração
Leitura de pH
Concentração de ferro membrana de membrana de
3,0 mg/L 0,45 µm 5 KDa
Digestão ácida Leitura de ferro
Leitura de cor
verdadeira
AEP5 Filtração em Ultrafiltração
Leitura de pH
Concentração de membrana de membrana de
manganês 0,5 mg/L 0,45 µm 5 KDa
Leitura de
Digestão ácida
manganês
Leitura de cor
AEP6
verdadeira
Concetração de ferro Filtração em Ultrafiltração
Leitura de pH
3,0 mg/L membrana de membrana de
0,45 µm 5 KDa
Concentração de
manganês 0,5 mg/L Leitura de ferro e
Digestão ácida
manganês
parâmetros controlados
procedimentos analíticos
Filtração em
membrana de Leitura de Digestão Leitura de ferro e
0,45 µm COD ácida manganês
Ultrafiltração
membrana de
100 KDa Leitura de Digestão Leitura de ferro e
COD ácida manganês
Ultrafiltração
membrana de
parâmetros controlados 30 KDa
Ultrafiltração
Leitura de Digestão Leitura de ferro e
procedimentos analíticos membrana de COD ácida manganês
5 KDa
Figura 4.10 – Filtração das amostras pré-oxidadas em filtros de papel Whatman 40 e membrana
de 0,45 µm
43
Leitura do residual
Pré-oxidação de dióxido de cloro Leitura de cor
Dióxido de cloro verdadeira e
Tc = 30 min
ClO2 = 10 mg/L Filtração em absorbância 254 nm
Gm = 100 s-1 Filtração em filtro
membrana de
de papel Whatman 0,45 µm Adição de Leitura de
Digestão
tiossulfato de ferro e
ácida
sódio manganês
Adição de Leitura do residual
hidróxido de sódio Pré- de dióxido de cloro
oxidação Leitura de cor
Água de para variação do Dióxido de cloro verdadeira e
estudo pH nos valores de ClO2 = 15 mg/L Tc = 30 min Filtração em absorbância 254 nm
7; 7,5; 8; 8,5; 9; Filtração em filtro
Gm = 100 s membrana de
9,5 e 10 de papel Whatman 0,45 µm Adição de Leitura de
Digestão
tiossulfato de ferro e
ácida
sódio manganês
Leitura do residual
Pré- de dióxido de cloro
oxidação Leitura de cor
Dióxido de cloro verdadeira e
ClO2 = 20 mg/L Tc = 30 min Filtração em absorbância 254 nm
Filtração em filtro
Gm = 100 s membrana de
de papel Whatman 0,45 µm
produtos químicos adicionados Adição de Leitura de
Digestão
tiossulfato de ferro e
ácida
sódio manganês
parâmetros controlados
procedimentos analíticos
4.3.2.4 Série II: Ensaios de coagulação e filtração em areia para determinação das
condições de coagulação
Os ensaios de coagulação e filtração foram realizados visando determinar as
condições ótimas de coagulação com dois coagulantes, o sulfato férrico clorado
(floculan) e o sulfato de alumínio. Para determinação das condições ótimas, foram
construídos diagramas de coagulação em função da remoção de cor aparente e de
turbidez.
Para a realização destes ensaios foi utilizada a água de estudo, hidróxido de
sódio como alcalinizante para ajuste do pH de coagulação e os coagulantes sulfato
férrico clorado e sulfato de alumínio. O pH foi variado entre 3,0 e 6,5 e as dosagens
dos coagulantes utilizadas foram de 120, 130, 140, 150, 160 e 170 mg/L, para sulfato
férrico clorado, e de 140, 150 e 160 mg/L, para o sulfato de alumínio.
A coagulação foi efetuada em jarteste com tempo de mistura rápida de 10 s e
gradiente de mistura rápida de 1000 s-1. Em seguida, foi efetuada a filtração da água
coagulada com taxa média de 50 a 70 m³/m².d em FLAs com areia com tamanho dos
grãos entre 0,30 e 0,59 mm, e tempo de coleta de 20 min após o inicio da filtração.
Nas amostras de água filtrada foram efetuadas as leituras de cor aparente e
turbidez, e os resultados obtidos foram utilizados para a construção de diagramas da
dosagem de coagulante x pH de coagulação em função da remoção de cor aparente e
de turbidez. Através desses diagramas, foram selecionadas duas condições de
coagulação, uma com sulfato férrico clorado e outra com sulfato de alumínio,
consideradas ótimas (cor aparente menor que 1 uH e turbidez menor que 0,5 uT).
Com as duas condições de coagulação selecionadas, foi efetuada a segunda
parte dos ensaios, que consistiu na realização dos ensaios de coagulação e filtração
para essas condições, com separação de duas amostras das águas filtradas, sendo uma
encaminhada para ultrafiltração em membrana de 5 kDa e outra utilizada para efetuar
as leituras de cor aparente, turbidez,COD, ferro e manganês.Também foi efetuada a
leitura de ferro e manganês, do ultrafiltrado obtido na ultrafiltração em membrana de
5 kDa.
Nesta série de ensaios foram controlados os seguintes parâmetros: pH de
coagulação, cor aparente, turbidez, COD, ferro e manganês das amostras filtradas e
ultrafiltradas.
45
Adição de sulfato
férrico clorado Coagulação em jarteste Filtração em FLAs
Leitura de cor
Dosagens de 120, Tmr: 10 s Taxa média: 50 a 70 m³/m²d
aparente e turbidez
130, 140, 150, 160 e Gmr: 1000 s-1 Tempo de coleta: 20 min
170 mg/L
Adição de hidróxido de
Água de
sódio para variação do pH
estudo
nos valores de 3,0 a 6,5
Adição de sulfato de Coagulação em jarteste Filtração em FLAs
alumínio Leitura de cor
Tmr: 10 s Taxa média: 50 a 70 m³/m²d
Dosagens de 140, 150 aparente e turbidez
e 160 mg/L Gmr: 1000 s-1 Tempo de coleta: 20 min
parâmetros controlados
procedimentos analíticos
Figura 4.14 – Fluxograma com as etapas do ensaio de coagulação e filtração em areia para construção dos diagramas de coagulação
47
Leitura de
Digestão
Adição de Filtração em FLAs ferro e
Adição de Coagulação em ácida
hidróxido de manganês
sulfato férrico jarteste Taxa média: 50 a 70 Leitura de cor
sódio
clorado m³/m²d aparente ,
pH de Tmr: 10 s Leitura de
Dosagem Tempo de coleta: turbidez e COD COD
coagulação Gmr: 1000 s-1 Ultrafiltração
selecionada 20 min em membrana
selecionado
5 Kda Leitura de
Digestão
ferro e
Água de ácida
manganês
estudo
Leitura de
Digestão
Adição de Filtração em FLAs ferro e
Adição de Coagulação em ácida
hidróxido de manganês
sulfato de jarteste Taxa média: 50 a 70 Leitura de cor
sódio
alumínio m³/m²d aparente ,
pH de Tmr: 10 s Leitura de
Dosagem Tempo de coleta: turbidez e COD COD
coagulação Gmr: 1000 s-1 Ultrafiltração
selecionada 20 min em membrana
selecionado
5 Kda Leitura de
Digestão
produtos químicos adicionados ferro e
ácida
manganês
parâmetros controlados
procedimentos analíticos
Figura 4.15 – Ensaio de coagulação e filtração em areia com as condições de coagulação selecionadas nos diagramas
48
Adição de
Adição de Filtração em ácido Leitura SOH
FLAs ascórbico
Adição de hidróxido de Coagulação
sulfato férrico sódio Taxa média: Leitura de
em jarteste Digestão
clorado 50 a 70 ferro e
pH de Leitura de ácida
Tmr: 10 s manganês
Dosagem série coagulação m³/m²d cor
II fixado na Gmr: 1000 s-1 aparente , Leitura
Tempo de
série II coleta: 20 min turbidez e Ultrafiltração de COD
Adição de Pré- em
dióxido de oxidação COD
membrana 5 Leitura
Água de cloro Digestão
Tempo de Kda de ferro e
estudo ácida
Dosagem contato de Adição de manganês
série I 30 min Adição de Filtração em ácido Leitura SOH
FLAs ascórbico
Adição de hidróxido de Coagulação
sulfato de sódio Taxa média: Leitura de
em jarteste Digestão
alumínio 50 a 70 ferro e
produtos químicos adicionados pH de Leitura de ácida
Tmr: 10 s manganês
Dosagem coagulação m³/m²d cor
procedimentos analíticos série II fixado na Gmr: 1000 s-1 aparente , Leitura
Tempo de
série II coleta: 20 min turbidez e Ultrafiltração de COD
parâmetros controlados COD em
membrana 5 Leitura
Digestão
Kda de ferro e
ácida
manganês
Figura 4.16 – Fluxograma com as etapas do ensaio de pré-oxidação, coagulação e filtração em areia
50
4.3.2.6 Série IV: Ensaio de coagulação, filtração em areia e filtração em CAG para
avaliação da eficiência de remoção de cor, ferro e manganês
Figura 4.17 - Equipamento de jarteste e filtros de laboratório de areia e de CAG utilizados para a
realização dos ensaios
51
Leitura de
Adição de Digestão
Filtração em ferro e
hidróxido ácida
Adição de Coagulação em FLAs Leitura de manganês
sulfato ferroso de sódio jarteste Filtração em cor
Taxa média: 50 FLCAG
clorado pH de aparente, Leitura de
Tmr: 10 s a 70 m³/m²d
coagulação CAG de Babaçu turbidez e COD
Dosagem série II Gmr: 1000 s-1 Tempo de Ultrafiltração
fixado na COD
coleta: 20 min em membrana Leitura de
série II 5 Kda Digestão
ferro e
ácida
Água de manganês
estudo
Leitura de
Adição de Digestão
Filtração em ferro e
Adição de hidróxido ácida
Coagulação em FLAs Leitura de manganês
sulfato de de sódio Filtração em cor
jarteste Taxa média: 50
alumínio pH de FLCAG aparente, Leitura de
Tmr: 10 s a 70 m³/m²d
Dosagem série coagulação CAG de babaçu turbidez e COD
Gmr: 1000 s-1 Tempo de Ultrafiltração
II fixado na COD
coleta: 20 min em membrana Leitura de
série II 5 Kda Digestão
ferro e
ácida
manganês
produtos químicos adicionados
procedimentos analíticos
parâmetros controlados
Figura 4.18 – Fluxograma com as etapas do ensaio de coagulação, filtração em areia e filtração em CAG
52
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
53
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 ENSAIOS PRELIMINARES
Observa-se na Tabela 5.1, que os parâmetros analisados estão abaixo dos limites
estabelecidos pela portaria 518 (Brasil, 2004).
Na Tabela 5.2 e nas Figuras 5.1 e 5.2 são apresentados os resultados do ensaio
preliminar 1.
4,5
Figura 5.1 – Concentração remanescente de manganês na água com pH = 8, filtrada em membrana 0,45
µm com e sem vácuo
0,16
filtração em membrana 0,45 µm (mg/L)
0,14
pH = 12
Concentração de manganês após
0,12
0,1
0
0,5 2,5 5
Figura 5.2 - Concentração remanescente de manganês na água com pH = 12, filtrada em membrana 0,45
µm com e sem vácuo
Observa-se na Figura 5.1 que para o pH igual a 8, as concentrações de manganês
remanescentes após a filtração em membrana 0,45 µm, com e sem o uso de vácuo, resultaram
elevadas, indicando pequena formação de precipitados do metal para este valor de pH, para
todas as concentrações de contaminação estudadas.
Já na Figura 5.2, observa-se que, para o pH igual a 12, as concentrações remanescentes
de manganês na água filtrada em membrana 0,45 µm, com e sem o uso de vácuo, resultaram
55
0h 48 h 96 h
Água de Estudo Água de Estudo Água de Estudo
Água de
Água de 1 ultrafiltrada 1 ultrafiltrada Água de 1 ultrafiltrada
Estudo
Estudo 1 membrana membrana Estudo 1 membrana
1
5 kDa 5 kDa 5 kDa
Cor
Aparente 210 <1 205 <1 223 <1
(uH)
Fe (mg/L) 2,780 0,030 3,140 0,030 2,920 0,160
Mn (mg/L) 0,095 0,087 0,095 0,095 0,099 0,098
56
Tabela 5.4 - Resultados do ensaio preliminar 2 com a água de estudo preliminar 5 (AEP5)
0h 48 h 96 h
Água de Estudo Água de Estudo Água de Estudo
Água de
Água de 2 ultrafiltrada 2 ultrafiltrada Água de 2 ultrafiltrada
Estudo
Estudo 2 membrana membrana Estudo 2 membrana
2
5 kDa 5 kDa 5 kDa
Cor
Aparente 105 3 95 <1 99 <1
(uH)
Fe (mg/L) 0,300 0,020 0,390 0,060 0,340 0,060
Tabela 5.5 - Resultados do ensaio preliminar 2 com água de estudo preliminar 6 (AEP6)
0h 48 h 96 h
Água de Estudo Água de Estudo Água de Estudo
Água de
Água de 3 ultrafiltrada 3 ultrafiltrada Água de 3 ultrafiltrada
Estudo
Estudo 3 membrana membrana Estudo 3 membrana
3
5 kDa 5 kDa 5 kDa
Cor
Aparente
208 <1 206 <1 212 <1
(uH)
Fe (mg/L) 3,050 0,020 2,930 0,030 3,120 0,060
10 10
AEP4 Água ultrafiltrada membrana 5 kDa AEP6 Água ultrafiltrada membrana 5 kDa
Massa de ferro total (mg)
1 1
0,1 0,1
0,01 0,01
0h 48 h 96 h 0h 48 h 96 h
Tempo de complexação Tempo de complexação
Figura 5.3 – Resultados do ensaio de complexação de ferro Figura 5.4 - Resultados do ensaio de complexação de ferro
com SHA – AEP4 com SHA – AEP6
Nas Figuras 5.3 a 5.4 são apresentados os resultados obtidos nos ensaios de
complexação de ferro e de manganês com as SHA. Com base nas Figuras 5.3 e 5.4, percebe-
se que o ferro tende a complexar com moléculas maiores que 5 kDa, com porcentagem de
complexação na fração entre 5 kDa e 0,45 µm na faixa de 95% a 99%. Não foi observada
57
0,6 0,6
Massa de manganês total (mg)
AEP5 Água ultrafiltrada membrana 5 kDa AEP6 Água ultrafiltrada membrana 5 kDa
0,4 0,4
0,3 0,3
0,2 0,2
0,1 0,1
0 0
0h 48 h 96 h 0h 48 h 96 h
Tempo de complexação Tempo de complexação
Figura 5.5 – Resultados do ensaio de complexação de Figura 5.6 - Resultados do ensaio de complexação de
manganês com SHA – AEP5 manganês com SHA – AEP6
Exame bacteriológico
Coliformes Totais NMP/100mL 700 ____________
Coliformes Termotolerantes NMP/100mL 11 ____________
Observa-se na Tabela 5.6 que a água do rio Itapanhaú possui elevada cor verdadeira e
absorbância 254 nm, o que indica uma elevada concentração de matéria orgânica dissolvida.
Na Tabela 5.7 são apresentados os resultados dos parâmetros pH, cor aparente, temperatura,
turbidez e alcalinidade no período de realização dos ensaios.
Figura 5.7 – Distribuição da massa de ferro presente na Figura 5.8 - Distribuição da massa de manganês presente na
água de estudo em função do tamanho molecular aparente água de estudo em função do tamanho molecular aparente
da MOD da MOD
61
Percebe-se nas Figuras 5.7 e 5.8 que grande parcela da massa de ferro presente na água
de estudo complexou com as moléculas da MOD com tamanho molecular aparente maior que
100 kDa. Já a complexação do manganês na MOD ocorreu de maneira diferente, com
predominância formação de complexos com as moléculas de MOD com tamanho molecular
aparente inferior a 30 kDa. Este comportamento já havia sido observado nos ensaios com
SHA. Knocke et al. (1992) realizaram um estudo para avaliar o potencial para a remoção de
Fe (II) complexado em laboratório com preparação de água com condições similares as
naturais. Os autores chegaram à conclusão de que quase 80% do Fe (II) presentes na água
original amostrada foi complexado por substâncias de alto peso molecular orgânico, e que
ferro complexado com COD com alto peso molecular não obteve eficiência na remoção com
nenhum dos oxidantes Já as soluções de baixo peso molecular obtiver um resultado
satisfatório com a pré-oxidação principalmente com permanganato de potássio. Com
moderadas doses de Sulfato de Alumínio - 50 mg/L em valores de pH de 6,0 - 6,3 poderia
remover 75 - 80% do COD e reduzir a concentração de Fe para abaixo de 0,05 mg / L.
Observa-se que quando o Ferro e Manganês são encontrados na mesma amostra, observa-se
uma competição pelo sítios de ligação, demonstrando uma maior afinidade do Ferro por COD
com alto peso molecular e manganês com COD de baixo peso molecular.
Na Tabela 5.8 observa-se que os valores de COD obtidos são incoerentes. Devido à
impossibilidade de reprodução da leitura de tais valores (leituras efetuadas no Laboratório de
Saneamento da USP- São Carlos), recomenda-se nos trabalhos futuros a reprodução da
ultrafiltração, atentando-se aos resultados de COD.
Nota-se ainda na Tabela 5.8, que o balanço de massas do ferro e manganês ficou
comprometido, ou seja, a soma das massas obtidas na amostra filtrada em membrana 0,45 µm
e nas ultrafiltradas em membranas de 100, 30 e 5 kDa não resultou a massa total presente na
amostra inicial da água de estudo. Este fato pode ser associado à retenção de moléculas de
MOD nas membranas de ultrafiltração, como ilustram as fotos apresentadas Figura 5.9.
62
Figura 5.9 – Membrana após realização da ultrafiltração da água de estudo e após a limpeza
Na Tabela 5.9 e nas Figuras 5.10 a 5.13 são apresentados os resultados dos ensaios de
pré-oxidação da água de estudo para determinação da demanda de dióxido de cloro.
Tabela 5.9 - Resultados dos ensaios de pré-oxidação da água de estudo para determinação da demanda de
dióxido de cloro
Dosagem Demanda Cor
Residual cloro Absorbância Ferro Manganês
pH dióxido de cloro verdadeira
(mg/L ClO2) 254nm (mg/L) (mg/L)
cloro (mg/L) (mg/L ClO2) (uH)
5,5 10,00 1,77 8,23 204 1,9391 2,53 0,667
5,5 14,99 1,90 13,09 136 1,4691 2,53 0,581
5,5 20,02 3,36 16,66 101 1,2751 2,26 0,428
7,0 10,00 2,48 7,52 128 1,6485 2,36 0,535
7,0 14,99 3,72 11,27 133 1,2715 2,36 0,468
7,0 20,02 3,85 16,17 113 1,2539 2,13 0,455
7,5 10,00 2,06 7,94 271 2,0592 2,58 0,657
7,5 14,99 2,90 12,09 127 1,5742 2,22 0,540
7,5 20,02 3,46 15,56 99 1,1842 1,54 0,422
8,0 10,00 2,08 7,92 166 1,8857 2,43 0,545
8,0 14,99 3,34 11,65 128 1,7002 2,31 0,538
63
2,5
Absorbância 254 nm
2
Dosagem de dióxido de cloro de
1,5 10 mg/L
Dosagem de dióxido de cloro de
1 15,0 mg/l
Dosagem de dióxido de cloro de
20,0 mg/L
0,5
0
5,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
pH
1
Concentração de Manganês (mg/L)
0,8
0
5,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
pH
Na Figura 5.11, observa-se que os valores de absorbância 254 também reduzem com o
aumento da dosagem de dióxido de cloro e não sofrem influência significativa de que a
variação do pH não acarretou em uma tendência de remoção. Para todas as dosagens
estudadas, os resultados de absorbância 254 nm mais elevados ocorreram com o pH igual a 9.
Observa-se nas Figuras 5.12 e 5.13 que apesar do aumento da dosagem de dióxido de
cloro ter acarretado redução da concentração dos metais, para todos os valores de pH
estudado, a pré-oxidação com este oxidante não foi eficiente para promover a remoção dos
metais ferro e manganês complexados com a MOD presente na água de estudo, mesmo com a
utilização de dosagens da ordem de 4 vezes a demanda teórica.
66
5.2.4 Série II: Ensaios de coagulação e filtração para determinação das condições de
coagulação com os dois coagulantes (sulfato férrico clorado e sulfato de alumínio)
Nas Figuras 5.14 a 5.17 são apresentadas as regiões dos diagramas de coagulação com
sulfato férrico clorado e sulfato de alumínio que apresentaram elevadas eficiências de
remoção de cor aparente e turbidez. Foram destacadas as áreas com turbidez menor ou igual a
0,5 uT e com cor aparente menor ou igual a 1,0 uH. As tabelas com os resultados dos ensaios
e os diagramas completos encontram-se em anexo.
Foram selecionados dois pontos nos diagramas de coagulação (pH de coagulação x
dosagem de coagulante), o ponto com a condição de coagulação 1, coagulação com sulfato
férrico clorado, e o ponto com a condição de coagulação 2, coagulação com sulfato de
alumínio, ambos dentro das áreas de eficiências de interesse. Nas Figuras 5.12 a 5.15 estes
pontos aparecem em destaque.
67
230
7,3 13,4
0,6 0,6 0,4 0,80,7 0,4 0,3
220
0,6 3,4
0,4
0,5
210
0,8 1,3
0,7 0,4 0,3 0,4 0,2 0,3 0,3 0,7
200
Dosagem desulfato férrico clorado
12,9
1,5 4,4
0,5 0,2 0,5
(mg/L produto com. líquido)
190
0,3 0,2 0,4 0,8
180 0,7
0,2 0,2 0,1 0,3 0,1 0,5 0,4
0,2 0,1
170
Condição 1 7,6 10,0 11,2
0,2 0,1 0,5 0,5 0,4
0,4 0,3
160
10,3
0,7 0,4 0,3 1,6
0,3 0,2 0,3 0,3 0,8 0,5
150
7,6 11,4
3,8
0,4 3,1 2,3
140
0,2 0,2
130 1,6
8,0 10,0
0,8 1,9 3,6 6,9
2,6 3,9 2,32,51,2 5,0 0,5
120 1,7 1,7 1,2
3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5
pH de coagulação
Figura 5.14– Turbidez da água filtrada em função da dosagem de sulfato férrico clorado e do pH de
coagulação
230
220
210
200
Dosagem de sulfato férrico clorado
(mg/L produto com. líquido)
190
180
Condição 1
170
160
150
140
130
120
3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5
pH de coagulação
Figura 5.15– Cor aparente da água filtrada em função da dosagem de sulfato férrico clorado e do pH de
coagulação
68
0,5
170
Condição 2
Dosagem de sulfato de alumínio
(mg/L produto com. líquido)
0,5 0,1 0,1 0,1 0,2 0,2 0,1 0,1 0,2 1,2
0,1
150
2,8
0,2 0,3 0,1 0,1 0,1 0,3 0,2 0,1 0,1 0,4 0,4
140 0,2 0,1 0,2
0,1
5,2
0,6 0,3 0,3 0,4
0,3
130
59
170
Condição 2
31
57 14 1 1 9 10 1 1
1
1 1 1 1 11 1 1 1
160 1 1
Dosagem de sulfato de alumínio
(mg/L produto com. líquido)
67 13 11 8 11 7 15 7 12 21 66
150
137
27 11 22 9 6 8 7 512 17
11 13 7 13
140
27 16 9 6 8
3 4
130 263
33 15 79
31 10 11
120
4,00 4,25 4,50 4,75 5,00 5,25 5,50
pH de coagulação
Figura 5.17 - Cor aparente da água filtrada em função da dosagem de sulfato de alumínio e do pH de
coagulação
69
Observa-se nas Figuras 5.14 e 5.15 que com o uso do sulfato férrico clorado como
coagulante, a cor aparente da água filtrada resultou menor que 1 uH quando o pH de
coagulação variou entre 3,5 a 4,5 e a dosagem entre 150 e 160 mg/L, enquanto a turbidez
resultou menor que 0,5 uT quando o pH variou entre 3,5 e 4,5 e a dosagem variou entre 150 e
170 mg/L. Já com o uso do sulfato de alumínio como coagulante, Figuras 5.16 e 5.17, a cor
aparente da água filtrada resultou inferior a 1 uH para pH em torno de 4,5 e dosagem em torno
de 160 mg/L, enquanto a turbidez resultou inferior a 0,5 uT quando o pH variou entre 4,0 e
5,0 e a dosagem de sulfato de alumínio variou de 140 a 160 mg/l.
Com base em tais resultados, foram fixadas duas condições de coagulação utilizadas
para a realização dos ensaios finais de pré-oxidação, coagulação e filtração em areia (Série
III) e dos ensaios de coagulação, filtração em areia e filtração em CAG (Série IV). As duas
condições de coagulação fixadas foram:
• Condição 1: dosagem de sulfato férrico clorado de 160 mg/L; dosagem de hidróxido
de sódio (alcalinizante) de 37,5mg/L; pH de coagulação = 4,33; água filtrada: turbidez
igual 0,48 uT e cor aparente menor que 1 uH;
• Condição 2: dosagem de sulfato de alumínio de 160 mg/L; dosagem de hidróxido de
sódio (alcalinizante) de 22,0 mg/L, pH de coagulação = 4,63; água filtrada: turbidez
igual 0,27 uT e cor aparente menor que 1 uH.
Tabela 5.10 – Resultados de pH, cor, turbidez, ferro, manganês e COD na água coagulada e filtrada em
areia
Concentração (mg/L) Massa (mg)
Volume
Parâmetros Amostra Condição 1 Condição 2 Condição 1 Condição 2
(L)
(SFC) (SA) (SFC) (SA)
Fe 0,340 0,340 0,136 0,136
Mn Água filtrada na areia 0,40 0,568 0,562 0,227 0,225
COD 3,977 3,831 1,591 1,532
Fe Água filtrada na areia e 0,040 0,050 0,012 0,015
Mn na membrana de 0,30 0,413 0,490 0,124 0,147
COD ultrafiltração de 5 kDa 2,904 2,982 0,871 0,895
Observa-se na Tabela 5.10 que para as duas condições selecionadas, apesar da
obtenção de água filtrada com cor aparente < 1 uH, as concentrações de ferro e de manganês
excederam os limites máximos permitidos na Portaria 518/2004 (0,3 mg/L de ferro e 0,1 mg/L
de manganês). Os valores de COD resultaram elevados, uma vez que almeja-se água filtrada
com COD menor que 2 mg/L, indicando que apesar da cor aparente ter resultado inferior a 1
uH, existe ainda uma elevada concentração de MOD na água filtrada. Uma hipótese é a de
que as moléculas menores de MOD possuem baixa absorção no comprimento de onda de 455
nm, usado para fazer leitura de cor.
Observa-se nas Figuras 5.16 e 5.17 que, para ambas as condições de coagulação, cerca
de 90 % do ferro presente na água filtrada encontra-se complexado nas moléculas de MOD
com tamanho aparente maior que 5 kDa. Já o manganês presente na água filtrada, está, em sua
maioria (cerca de 50 % na condição 1 e 65 % na condição 2), complexado nas moléculas de
MOD com tamanho aparente menor que 5 kDa.
Observa-se ainda que a maioria das moléculas de carbono presentes na água filtrada,
cerca de 55 %, possuem tamanho aparente menor que 5 kDa. Este resultado indica que a
maior eficiência dos processos estudados na remoção de ferro, em relação à remoção de
manganês, se deve ao fato de que o ferro complexa preferencialmente em moléculas com
tamanho maior que 5 kDa.
5.2.5 Série III: Ensaios de pré-oxidação, coagulação e filtração em areia para avaliação da
eficiência de remoção de cor, ferro e manganês e verificação da formação de SOH
Tabela 5.12- Resultados de pH, cor, turbidez, ferro, manganês e COD na água pré-oxidada, coagulada e
filtrada em areia
Concentração (mg/L) Massa (mg)
Volume
Parâmetros Amostra Condição 1 Condição 2 Condição 1 Condição 2
(L)
(SFC) (SA) (SFC) (SA)
Fe 0,160 0,230 0,064 0,212
Mn Água filtrada na areia 0,40 0,531 0,525 0,2272 0,2248
COD 4,285 4,997 3,314 3,600
Fe Água filtrada na areia e 0,100 0,150 0,030 0,135
Mn na membrana de 0,30 0,413 0,490 0,1239 0,147
COD ultrafiltração de 5 kDa 2,904 2,982 0,660 1,163
Observa-se nas Tabelas 5.11 e 5.12 que para as duas condições estudadas, apesar da
obtenção de água filtrada com cor aparente < 1 uH, a concentração de manganês excedeu o
limite máximo permitido na Portaria 518/2004. Como observado nos resultados da Série II,
existe ainda uma elevada concentração de MOD na água filtrada, e neste caso, de subprodutos
orgânicos decorrentes da oxidação com o dióxido de cloro. Novamente, é possível que as
moléculas menores de MOD e os subprodutos formados possuem baixa absorção no
comprimento de onda de 455 nm.
O uso da pré-oxidação com dióxido de cloro antecedendo a coagulação e filtração em
areia melhorou a remoção de ferro, mas a eficiência de remoção de manganês continuou
baixa, com porcentagem de remoção entre 35 e 53 %.
73
Moruzzi, 2000, preparou água de estudo com água de poço mais ácidos húmico e a
introdução de concentrações de ferro e manganês até ser atingidas as respectivas
concentrações 3,5 mg/L e 0,25mg/L. Foi realizado estudo de pré-oxidação em jarteste com
cloro e estudos de flotação em Flotateste com oxidação utilizando cloro e coagulação com
cloreto férrico. A associação de flotação com oxidação química apresentou 98% de eficiência
na remoção de ferro e 80% na remoção do manganês.
Potgieter et. al. (2004a) realizaram ensaios em jarteste com ciclo completo utilizando
diferentes coagulantes, auxiliares de coagulação e peróxido de hidrogênio na pré-oxidação,
obtendo como resultados: tratamento 1 (Sulfato de Alumínio mais Peróxido de Hidrogênio)
96% de Ferro, 31% de Manganês e 93% da COD, já no tratamento 2 (Cloreto Férrico mais
Peróxido de Hidrogênio) 54% de Ferro, 73% de Manganês e 86% da COD, que obteve um
resultado pouco satisfatório, na presença de Peróxido de Hidrogênio do que o oxidante
sozinho.
Não existe um tratamento único, que poderia reunir os valores recomendados de todos
os três contaminantes em questão. Ao utilizar Peróxido de Hidrogênio isoladamente ou em
conjunto com Sulfato de Alumínio, o Mn (II) não poderia ser reduzido a níveis bastante
baixos, enquanto que o Fe (II) manteve-se presente em níveis aceitáveis. Na solução de
Cloreto Férrico, quando é usado isoladamente ou em conjunto com Peróxido de Hidrogênio,
há os níveis inaceitavelmente altos na solução de Fe (II). Ambas as opções de tratamento são
muito eficazes para reduzir os níveis COD na água tratada.
Em um segundo trabalho, Potgieter et al., (2004b) descreveram o processo
de tratamento de água na ETA, quando a água é retirada do rio. Verificou-se que é difícil de
remover Fe (II) e Mn (II) de água com uma alta carga de COD. Potgieter et al., (2004b) em
um segundo trabalho demonstraram três condições de tratamento. Tratamento 1 (Cloreto
Férrico mais um Auxiliar de coagulação e Carvão Ativo Particulado); Tratamento 2 (Cloreto
Férrico mais um auxiliar de coagulação e Fly ash um absorvente) Tratamento 3 (Nanofiltração
com cloreto Férrico e Peróxido de Hidrogênio).
Em última instância três membranas nanofiltrantes diferentes foram usadas para
determinar se a nanofiltração poderia ser empregada para remover os contaminantes
selecionados.
Através destas análises Potgieter et al., (2004b) concluíram que:
(1) Nanofiltração usado em conjunto com a oxidação H2O2 é o único tratamento dos
três avaliados que é capaz de fornecer água em conformidade com as limites recomendados.
74
100%
90% Condição
1
80%
Porcentagem em massa (%)
70%
60%
parcela com moléculas
50% menores que 5 kDa
40% parcela com moléculas
maiores que 5 kDa
30%
20%
10%
0%
Ferro Manganês COD
100%
90% Condição 2
(SA)
80%
Porcentagem em massa (%) 70%
60%
parcela com moléculas
50% menores que 5 kDa
40% parcela com moléculas
maiores que 5 kDa
30%
20%
10%
0%
Ferro Manganês COD
Comparando os resultados obtidos neste ensaio com os obtidos nos ensaios anterior
(Série II), percebe-se que o uso da pré-oxidação não melhorou a remoção de ferro. Nas
Figuras 5.20 e 5.21 observa-se que, neste ensaio, boa parte do ferro está complexada em
moléculas com tamanho aparente menor que 5 kDa.
5.2.6 Série IV: Ensaio de coagulação, filtração em areia e filtração em CAG para avaliação
da eficiência de remoção de cor, ferro e manganês
Tabela 5.14 – Resultados de pH, cor, turbidez, ferro, manganês e COD na água coagulada, filtrada em
FLAs e filtrada em filtros CAG
Concentração (mg/L) Massa (mg)
Volume
Parâmetros Amostra Condição 1 Condição 2 Condição 1 Condição 2
(L)
(SFC) (SA) (SFC) (SA)
Fe 0,10 0,105 0,040 0,040
Mn Água filtrada na areia 0,40 0,090 0,075 0,040 0,030
COD 1,742 1,820 0,700 0,730
Fe Água filtrada na areia e na 0,024 0,011 0,007 0,003
Mn membrana de ultrafiltração 0,30 0,011 0,009 0,003 0,003
COD de 5 kDa 0,771 1,252 0,231 0,376
Observa-se na Tabela 5.14 que os resultados de COD deste ensaio foram os menores
obtidos, comparando-se tais resultados com os obtidos nos ensaios das Série II e III (Série I -
coagulação e filtração em areia, Série II - pré-oxidação, coagulação e filtração em areia),
alcançando o valor de 2 mg/L almejado para água filtrada.
Quanto aos metais, nesta série de ensaios foram obtidas concentrações abaixo do
limite estabelecido pela portaria 518/2004 (0,3 mg/L para o ferro, e 0,1 mg/L para o
manganês) para ambos os metais.
Figura 5.22 - Resultados em porcentagem da ultrafiltração da água coagulada, filtrada em areia e filtrada
em filtro de CAG– condição de coagulação 1
Figura 5.23 - Resultados em porcentagem da ultrafiltração da água coagulada, filtrada em areia e filtrada
em filtro de CAG– condição de coagulação 2
Observa-se nas Figuras 5.20 e 5.21 que o COD que permaneceu na água após os
processos de coagulação, filtração em areia e filtração em CAG, ao contrário dos ensaios das
Séries II e III, é composto em grande parte por moléculas com tamanho aparente maior que 5
kDa. Tal resultado indica que a filtração em filtros de CAG adsorveu principalmente
79
Sendo assim, observa-se que o ferro e o manganês, que permaneceram na água após os
processos estudados neste ensaio, estão complexados nas moléculas de MOD maiores que 5
kDa que permaneceram na água.
80
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
81
6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
85
7. REFERÊNCIAS
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matter in secondary effluent during granular activated carbon treatment. Journal of
Zhejiang Univ. Sci.9(7):994-1003, 2008.
ANEXO A
ANEXO B
0,2 0,2
1,6 10,0 10,0 8,9 9,0 9,2
3,9 2,5 5,0 3,6 6,9 8,0
0,8 1,2 1,9 0,5
120
2,6 1,2
1,7
4,4 7,6
100
80
60
6,9 5,5 5,1 4,6 4,5
40
3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0
pH de coagulação
Figura A.1 – Turbidez remanescente da água filtrada em função da dosagem de sulfato férrico clorado e do pH de coagulação
100
240
652 786
304
11 13 1 1 1
220 119
1 1 1
714 792 736
34 17 620
1 1 11 1 11 1 806
200
50 648
1 11 784
342
Dosagem de sulfato férrico clorado
710
1 1 1 1
(mg/L produto com. líquido)
25 550 594
180
14 5 1 1 1 7 22 10 740 550 726 752 728
348
1 1 11 1 1 1 602 596
160 550
27 9 1 28
1 11 1 1 732
130 368 72
101 682
1 54 726
140 654
678 642 684 650
48 1 1 479 550 550
132 84 228 79
26 91 157
6 361
120 78 47
149
674
14
100
80
3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0
pH de coagulação
Figura A.2 – Cor aparente da água filtrada em função da dosagem de sulfato férrico clorado e do pH de coagulação
101
ANEXO C
220
0,5
200
0,5
0,5
Dosagem de sulfato de alumínio
180
(mg/L produto com. líquido)
0,5
4,8
0,6 0,3 5,2 0,4
0,3
0,8 1,8
0,5 0,2 0,4
120
0,3
100
3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5
pH de coagulação
Figura A.3 - Turbidez remanescente da água filtrada em função da dosagem de sulfato de alumínio e do pH de coagulação
108
220
48
200
52
68
Dosagem de Fsulfato de alumínio
(mg/L produto com. líquido)
180
59
366 438 423 439 445 441 437 456
57 31
14 910
1 1 1 1111 11 11 11 1 1 1
160
67 66
13 11 8 11 715 7 12 21
455
368
137 419 436
434 451
25 2711 22 1313
9 6 11 7 8 7 12 17 436
5
140 263 382
354
27 16 9 8
6 3 4
79
33 31
10 15 11
120
100
3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5
pH de coagulação
Figura A.4 - Turbidez remanescente da água filtrada em função da dosagem de sulfato de alumínio e do pH de coagulação
109
ANEXO D