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Fazendo a Aprendizagem Cooperativa

Acontecer
David W. Johnson Roger T. Johnson
Francisco Jaborandi - Tradução e adaptação.

9 de Abril de 2018

Resumo

Comparando as aprendizagens colaborativa e cooperativa na forma como elas são aplicadas nas instituições
de nível superior, temos em mente dois propósitos. De um lado, desejamos afirmar os pontos comuns
partilhados por estas duas abordagens, tal como o uso de pequenos grupos para facilitar a aprendizagem. Por
outro lado desejamos esclarecer as diferenças de forma que os professores universitários possam fazer suas
escolhas esclarecidamente sobre como planejar as suas aulas e dispor dos respectivos materiais. Confusões
sobre essas similaridades e diferenças conduz não só a concepções erradas, como também a fortes diferenças
de opinião. Nesse breve artigo, desejamos fazer um trabalho de base para uma convergência de propósitos.
Em última análise, esperamos adotar o desenvolvimento de um emergente campo de pesquisa e prática que
inclui ambas as aprendizagens cooperativa e colaborativa.

m 1966 David começou treinando profes- 3. Conduzir um programa de pesquisa de

E sores na Universidade de Minesota em


como usar pequenos grupos com finali-
dade instrucional. Em 1969, Roger juntou-se a
longo prazo a fim de validar e ampliar a
teoria e identificar:

David em Minesota e o treinamento de profes- (a) As condições sob as quais os esforços


sores em como usar grupos de aprendizagem cooperativo, competitivo e individua-
cooperativa foi ampliado em cursos de métodos listas são efetivos e;
de ensino da cadeira Ciências em Educação. A
(b) Os elementos básicos que fazem a
formação do Centro de Aprendizagem Coope-
aprendizagem cooperativa acontecer.
rativa (Cooperative Learning Center concentrou-se
em cinco áreas:
4. Aplicar a teoria validada dentro de uma
1. Sumarizar e estender a teoria sobre coope- série de procedimentos para professores e
ração e competição. administradores, para que possa ser usada.

2. Rever a pesquisa existente de forma a vali- 5. Implantar os procedimentos em turmas, es-


dar ou refutar a teoria e estabelecer o que é colas, regionais, faculdades e programas de
conhecido e o que não é. treinamento.

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Essas cinco atividades resultaram no entendi- são estruturadas de forma que os alunos
mento do que é e do que não é esforço coopera- sejam avaliados e pontuados individual-
tivo, os diferentes tipos de aprendizagem coo- mente e não como membros de um grupo.
perativa, os cinco elementos básicos que fazem Eles trocam informações entre si, mas não
com que a aprendizagem cooperativa funcione, têm nenhuma motivação em ensinar o que
e os resultados colhidos quando a cooperação é aprendeu aos colegas do grupo. alguns alu-
cuidadosamente estruturada. nos procuram copiar o trabalho dos colegas
mais capazes, estes, por sua vez, sentem-se
O Que é e o Que Não é Esforço explorados e produzem menos. O resul-
Cooperativo tado é que a soma da aprendizagem como
um todo é maior do que o potencial de
Nem todos os grupos são cooperativos. Não aprendizagem de alguns membros; mas os
existe nada mágico em trabalhar em grupo. Al- alunos mais capazes do grupo produziriam
guns grupos de aprendizagem facilitam a apren- mais se trabalhassem sozinhos.
dizagem do estudante e aumentam a sua qua-
lidade de vida na sala de aula. Outros tipos 3. Grupo de aprendizagem cooperativa: Os alunos
de grupo de aprendizagem dificultam a apren- trabalham juntos para cumprir objetivos
dizagem do estudante e criam desarmonia e compartilhados. Os estudantes procuram
insatisfação. Para usar a aprendizagem coopera- resultados que serão benéficos para todo
tiva efetivamente é necessário entender o que é o grupo. Os alunos discutem o conteúdo
e o que não é um grupo cooperativo (Johnson, entre si, ajudam-se com a fim de entender
Johnson, & Holubec, 1998b [1]). a matéria e encorajam-se a trabalhar com
afinco. A performance individual é regu-
1. Pseudo grupo de aprendizagem: Estudantes larmente verificada para garantir que todos
são reunidos para trabalhar juntos, porém os membros do grupo estão contribuindo
eles não têm interesse em fazê-lo e acredi- e aprendendo. O resultado é que a soma
tam que serão avaliados através da melhor de aprendizagem do grupo é maior do que
e da pior performance de cada um. Os alu- a soma de suas partes e todos os alunos
nos escondem as informações um do outro atingem um rendimento escolar maior do
e tentam confundir o colega e originar des- que teriam se trabalhassem sozinhos.
confiança. O resultado é que a soma do
4. Grupo de aprendizagem cooperativa de alta per-
todo é menor do que o potencial individual
formance: Este é um grupo que está em
de cada membro. Seria melhor que eles
consonância com todos os critérios para ser
trabalhassem sozinhos.
um grupo de aprendizagem cooperativa e
2. Grupo tradicional de aprendizagem em sala de vai além de todas as expectativas esperadas
aula: Os estudantes são associados em gru- em relação aos seus membros. O nível de
pos para trabalhar juntos e aceitam o de- compromisso que os membros têm entre si
ver que lhes é solicitado fazer. As tarefas e para com o sucesso do grupo vai além do

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esperado para a maioria dos grupos coope- cooperativa formal) para garantir o processa-
rativos mento cognitivo ativo da informação durante
uma aula (grupo de aprendizagem cooperativa
A qualidade da atuação de qualquer grupo informal) e para fornecer apoio e assistência a
pequeno depende da forma como ele é estru- longo prazo a fim de viabilizar o progresso aca-
turado. Sentar as pessoas próximas umas das dêmico (grupos de base cooperativa) (Johnson,
outras e dizer que elas são um grupo coopera- Johnson, & Holubec, 1998a,1998b [2]).
tivo não faz com que isso seja verdade. Grupos Aprendizagem cooperativa formal consiste de alu-
de estudo, grupos de projetos, grupos de la- nos trabalhando juntos pelo período de uma
boratório e grupos de leitura são grupos, mas aula ou de várias semanas, a fim de atingir me-
não são necessariamente grupos cooperativos. tas de aprendizagem compartilhadas e comple-
Mesmo com a melhor das intenções, os profes- tar tarefas específicas (resolução de problemas,
sores podem estar usando grupos tradicionais escrita de um relatório, condução de uma pes-
de aprendizagem em vez de grupos cooperati- quisa ou experimento, aprendizagem de vocabu-
vos de aprendizagem. a fim de assegurar que lário,ou responder as perguntas no final de um
um grupo seja cooperativo, os educadores de- capítulo) (Johnson, Johnson & Holubec, 1998b
vem entender as diferentes formas de apren- [3]). Qualquer curso ou tarefa pode ser estru-
dizagem cooperativa que devem ser aplicadas turado de maneira cooperativa. em grupos de
e os elementos básicos que precisam ser cui- aprendizagem cooperativa formal, os professo-
dadosamente estruturados em cada atividade res:
cooperativa.
1. Relacionam uma quantidade de decisões pré
Tipos de Aprendizagem Cooperativa instrucionais. Os professores especificam
os objetivos da aula (tanto os acadêmicos
Dois é melhor do que um, por que eles têm uma como os de competências sociais) e deci-
boa recompensa pelo trabalho que realizaram. dem o tamanho dos grupos e o método de
Mas se um cair, o outro levantará o seu compa- escalação dos estudantes em cada grupo, as
nheiro, mas ai daquele que está sozinho, pois funções de cada aluno, os materiais neces-
quando cair não haverá quem o levante...E as- sários para conduzir a aula e a arrumação
sim, um homem pode prevalecer contra o que física da sala.
está sozinho, porém dois irão resistir-lhe. Um
cordão de três fios não se rompe facilmente. 2. Explicar a tarefa e a interdependência posi-
(Eclesiastes 4:9-12) tiva. O professor define claramente a tarefa,
Aprendizagem cooperativa é um procedi- ensina os conceitos e estratégias necessá-
mento versátil e pode ser aplicada a uma varie- rios, especifica a interdependência positiva
dade de propósitos. Grupos de aprendizagem e a responsabilidade individual, fornece os
cooperativa podem ser usados para explicar um critérios de correção e explica as competên-
conteúdo específico (grupos de aprendizagem cias sociais que serão usadas.

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3. monitora a aprendizagem dos alunos e inter- 5. realizar o fechamento da aula.


vem para auxiliar na tarefa ou para aumen-
tar e melhorar as competências interpesso- Enquanto ministrando a aula, um desafio
ais e de grupo. O professor observa sistema- do professor é assegurar que os alunos estão
ticamente e coleta dados sobre a forma com fazendo o trabalho intelectual de organizar o
que cada grupo está trabalhando. Quando conteúdo, explicá-lo, sumarizá-lo e integrá-lo
necessário, o professor intervem para que o às estruturas conceituais já existentes. Grupos
grupo termine a tarefa de maneira precisa de aprendizagem cooperativa informal normal-
e trabalhando eficientemente juntos. mente são organizados de maneira que os es-
tudantes tenham de 3-5 minutos focados em
4. Observar o aprendizado dos alunos e ajudá-
discussões antes e depois de ser passado o con-
los a fazer com que o grupo trabalhe bem.
teúdo e também 2-3 minutos de discussão com
A aprendizagem do estudante é cuidadosa-
o parceiro intercalados com a aula.
mente analisada e sua performance é avali-
grupos cooperativos de base são grupos de apren-
ada. Os membros do grupo de aprendiza-
dizagem heterogêneos de longo prazo de 3-4
gem discutem então, quão eficientemente
membros estáveis (Johnson, Johnson, & Holu-
eles trabalharam juntos e como eles podem
bec, 1998a [3]; Johnson, Johnson, & Smith, 1998
melhorar no futuro.
[1]). Os grupos de base têm suporte, ajuda,
Aprendizagem cooperativa informal consiste em estímulo e a assistência que cada membro pre-
ter os alunos trabalhando juntos a fim de atingir cisa a fim de progredir academicamente (assi-
um objetivo de aprendizagem temporário, são duidade, cumprir todas as tarefas, aprender) e
grupos ad hoc que duram de alguns minutos até desenvolver-se cognitiva e socialmente de ma-
o período de uma aula (Johnson, Johnson, & Ho- neira saudável. No ensino infantil, os grupos
lubec,1998a [3]; Johnson, Johnson, & Smith, 1998 de base encontram-se diariamente e duas vezes
[1]). Durante uma aula, demonstração ou vídeo, por semana no fundamental (ou quando a aula
a aprendizagem cooperativa informal pode ser acontece). Eles estão permanentemente (duram
utilizada para: de um a vários anos) cuidando das relações ne-
cessárias para influenciar os membros do grupo
1. Focar a atenção do aluno no material que a estudarem com afinco na escola.
está sendo ensinado. A utilização dos grupos de base tende a me-
lhorar o suporte, a personalizar o trabalho neces-
2. Ajustar o nível de descontração propício sário e a experiência escolar, melhora também
para o aprendizado do material. a qualidade e a quantidade de aprendizagem.
3. Esclarecer as dúvidas sobre o que será es- O gerenciamento da escola e da sala de aula
tudado na aula. são melhorados quando é dado ao grupo de
base a responsabilidade de conduzir os servi-
4. Assegurar que os alunos estão aprendendo ços de um ano letivo inteiro para melhorar a
o conteúdo ministrado. escola.Quanto maior for a turma ou a escola

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e quanto mais complexo e difícil for o tema e portanto, inventamos microscópios, telescó-
de uma disciplina, mais importante se torna a pios, e nossas próprias asas. O professor então,
formação de grupos de base. grupos de base pede para que os alunos virem-se para o co-
também são úteis na estruturação de salas de lega mais próximo e faz as perguntas: "Cite três
aula e quando o professor encontra-se com um limitações humanas, O que foi inventado para
número de conselheiros. vencê-las? e Cite outras limitações humanas que
foram vencidas."
Exemplo do Uso Integrado da Aprendizagem cooperativa formal é usada no
Aprendizagem Cooperativa exemplo seguinte: O professor forma aleatori-
amente 4 grupos de 8 estudantes de um con-
Segue um exemplo do uso integrado da apren- junto de 32 alunos. Os componentes dos grupos
dizagem cooperativa: Os alunos chegam na sala sentam-se em um semi círculo de forma que um
de aula e encontram o seu grupo de base (há um possa ver o outro e também enxergar o profes-
momento de boas vindas), conferem as tarefas sor. A cada membro é associado uma função:
de casa de cada um e certificam-se de que todos pesquisador, redator de resumos, cronometrista,
entenderam a matéria e estão preparados para arquivador , conselheiro técnico, controlador,
a aula e desejam um ao outro que tenham um coletor e corretor. Cada grupo tem uma grande
excelente dia. folha de papel, um pincel marcador, uma folha
O professor começa então uma aula sobre de rascunho, uma folha para explicar a tarefa e
as limitações do ser humano. A fim ajudar na a estrutura cooperativa necessária para cumprir
organização cognitiva dos alunos, ele adianta o objetivo e quatro alunos para realizar checa-
que os alunos devem conhecer as vantagens e gens. A tarefa é projetar um robô de um bilhão
desvantagens do ser humano, o professor está de dólares que supere as limitações humanas
usando a aprendizagem cooperativa informal. relacionadas pela turma e pelo grupo. Os mem-
O professor pede aos alunos que formem trin- bros do grupo desenham um diagrama do robô
cas e pergunta: “Quais são as cinco coisas que na folha de rascunho e quando conseguirem de-
você não poderia fazer com as suas limitações senhar um robô que atenda aos seus requisitos,
humanas, que um robô de um bilhão de dólares passam o esquema para a folha definitiva.
poderia fazer?” Os alunos têm quatro minutos O professor estabelece a interdependência po-
para responder. Nos próximos dez minutos, o sitiva quando pede que seja feito um desenho
professor explica que enquanto um corpo hu- no qual todos os membros do grupo contribuam
mano é um sistema maravilhoso, nós (como os na sua confecção e que possam explicá-lo. O
outros organismos) temos limitações muito es- critério de pontuação é completar o desenho em
pecíficas. Não podemos ver as bactérias em um 30 minutos. O professor observa cada grupo
pingo de água ou enxergar os anéis de Saturno a a fim de garantir que os membros estão cum-
olho nu. Não podemos ouvir tão bem como um prindo as suas funções e qualquer um deles
cervo ou voar como uma águia. Os Humanos possa explicar qualquer parte do desenho em
nunca ficaram satisfeitos com as suas limitações qualquer momento de sua elaboração. O pro-

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fessor informa aos alunos que as competências de aprendizagem estruturando a cooperação a


sociais esperadas são os estímulos que cada um nível escolar (Johnson & Johnson, 1994 [4], 1999
proporciona ao outro para realizar a tarefa, con- [5]). Além disso, eles devem atentar para a
tribuição de ideias e sínteses. O professor define cooperação entre o corpo docente, entre a escola
que tipo de habilidade encorajadora os estudan- e os responsáveis pelos alunos e entre a escola e
tes devem usar e que cada um a pratique duas a comunidade.
vezes antes de começar a atividade. Os administradores, por exemplo, podem es-
Enquanto os alunos trabalham em seus gru- truturar três tipos de equipes cooperativas de
pos, o professor monitora os grupos sistematica- professores. Equipes cooperativas de profes-
mente, observando cada um e intervendo para sores universitários para aumentar a expertise
fornecer ajuda acadêmica e auxiliar na utilização instrucional dos professores e auxiliar no seu su-
das competências interpessoais e de pequenos cesso. Elas consistem de equipes de 2-5 professo-
grupos necessárias para os alunos trabalharem res que se encontram semanalmente e discutem
juntos efetivamente. No final da aula, os gru- sobre como melhor implementar a aprendiza-
pos entregam os seus desenhos para que sejam gem cooperativa em suas aulas. Os professores
analisados e avaliados. Os membros do grupo são alocados em forças-tarefa com a finalidade
debatem o quão bem eles trabalharam juntos e de planejar e implementar soluções para as ques-
identificam as ações de cada membro do grupo tões e problemas escolares tais como adoções de
que ajudaram no cumprimento da tarefa e o que currículo e comportamento dos alunos. Grupos
poderiam agregar para melhorar a performance ad hoc para tomada de decisões são usados du-
do grupo na próxima vez. rante as reuniões de professores que envolvem
O professor utiliza a aprendizagem coopera- todo o membro gestor em importantes decisões
tiva informal no fechamento da aula, pedindo escolares.
aos alunos para formarem novas trincas e escre- A utilização de equipes cooperativas a nível
verem seis conclusões sobre as limitações dos de construção, assegura que existe um time co-
seres humanos e o que foi inventado para vencê- operativo congruente baseado em uma estru-
las. No final da aula, o grupo de base coope- tura organizacional tanto a nível de sala de aula
rativa se reúne a fim de revisarem as partes como a nível escolar. Finalmente, o super in-
consideradas mais relevantes pelos alunos, qual tendente lança mão do mesmo tipo de equipes
foi o trabalho de casa, que ajuda cada membro cooperativas para maximizar a produtividade
precisa para fazer o trabalho e desejar um ao dos gestores.
outro que tenha uma boa tarde e uma boa noite.
Elementos Básicos da Cooperação
A Escola Cooperativa
Para que uma atividade seja cooperativa, cinco
Os professores não são os únicos que precisam elementos básicos são essenciais e precisam ser
cuidadosamente estruturar a cooperação. Os incluídos (Johnson & Johnson, 1989 [6]; John-
administradores precisam criar a comunidade son , Johnson, & Holubec, 1989a [3]). Os cinco

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elementos essenciais são: levados a serem responsáveis em comparti-


lhar o trabalho que fazem. Formas comuns
1. Interdependência positiva: Interdependência
de estruturar a responsabilidade individual
positiva é a percepção de que estamos li-
incluem (a) dar um teste individual a cada
gados com os outros de uma forma que
aluno, (b) selecionar aleatoriamente o traba-
não teremos sucesso a menos que todos
lho de um aluno para representar o grupo
tenham. o trabalho deles nos beneficia e
inteiro ou (c) fazer com que cada aluno ex-
nosso trabalho beneficia a eles. Em cada
plique o que aprendeu para um colega do
aula cooperativa, metas de interdependên-
grupo.
cia positiva devem ser estabelecidas junta-
mente com todas as metas de mútua apren- 3. Interação promotora face a face Os alunos pro-
dizagem (aprender o conteúdo ministrado movem o sucesso entre si ajudando, apoi-
e certificar-se de que todos membros do seu ando, encorajando e elogiando seus esfor-
grupo o aprenderam). A fim de fortalecer a ços em aprender o conteúdo. Certas ativi-
interdependência positiva, agregue recom- dades cognitivas e dinâmicas interpessoais
pensas à atividade (se todos os membros do só ocorrem quando os alunos estão envol-
grupo atingirem um score de 90 % ou mais, vidos em promover o aprendizado entre
no teste, cada membro do grupo receberá si. Isto inclui explicar oralmente como re-
5 pontos extra), divida as fontes (dando a solver problemas, discutir a natureza dos
cada membro do grupo uma parte da in- conceitos que estão sendo aprendidos, ex-
formação total necessária para completar plicar a matéria aos colegas e associar o
a tarefa), e funções complementares (leitor, que foi aprendido com novos conhecimen-
checador, encorajador, elaborador) podem tos. Responsabilidade para com os colegas,
também ser utilizadas. habilidade em influenciar o raciocínio dos
2. Responsabilidade Individual: Responsabili- demais bem como suas conclusões, mode-
dade individual existe quando a perfor- lagem social, apoio social e recompensas
mance individual de cada estudante é acio- interpessoais, todos aumentam quando a
nada e o seu resultado retorna para o grupo interação face a face se intensifica entre os
e para o próprio indivíduo. O propósito componentes do grupo.
dos grupos de aprendizagem cooperativa Além disso, as respostas verbais ou não
e tornar cada membro um indivíduo mais verbais dos membros de outros grupos for-
forte. Os estudantes aprendem juntos para necem importantes informações em relação
que possam, subsequentemente, ter uma à performance dos alunos. Alunos que fi-
performance mais elevada, como indiví- cam calados não interagem com alunos que
duos. Os estudantes aprendem juntos de não contribuem com a aprendizagem do
maneira que possam atuar de forma melhor grupo, assim como eles mesmos. A fim
como indivíduos. A fim garantir que cada de obter uma significativa interação face a
membro está melhorando, os alunos são face, os grupos precisam ser pequenos (2-4

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membros). evitar e resolver problemas que os estudan-


tes apresentem ao trabalharem em grupos.
4. Competências Sociais: A contribuição para o
sucesso do esforço cooperativo requer com-
O Que Sabemos Sobre Esforços
petências interpessoais e saber lidar com
Cooperativos?
grupos pequenos. Inserir alunos sem com-
petências sociais em um grupo e pedir para Todos nós temos que trabalhar juntos, se
que eles cooperem, não garantirá que eles não pudermos ter todos trabalhando em
o façam efetivamente. Deve-se ensinar aos prol de um objetivo comum, nada irá acon-
alunos atitudes de liderança, de tomada tecer. (Harold K. Sperlich, presidente
de decisões, de confiança uns nos outros, da Chrysler Corporation)
comunicação e competências no gerencia-
mento de conflitos; assim como são ensi- Uma grande quantidade de pesquisa tem sido
nadas as competências acadêmicas. Proce- conduzida na comparação dos efeitos relativos
dimentos e estratégias para ensinar com- dos esforços cooperativo, competitivo e indi-
petências sociais aos estudantes podem ser vidualista em relação ao ensino. Durante os
encontradas em [2]. últimos 100 anos, mais de 550 estudos expe-
rimentais e 100 pesquisas correlacionadas têm
5. Processamento do Grupo: O processamento
sido conduzidos por extensa variedade de pes-
do grupo existe quando os membros do
quisadores em diferentes décadas com diferen-
grupo discutem como eles estão se saindo
tes pessoas de idades diferentes, em diferentes
no cumprimento de suas metas. O grupo
áreas de pesquisa e diferentes cenários (ver [6]).
precisa descrever que ações estão sendo
O tipo de interdependência que é estruturada
úteis e quais não estão e tomar decisões em
entre os alunos irá determinar como eles irão
relações a quais comportamentos devem ser
interagir, o que, por sua vez, determina os re-
mantidos e quais devem mudar. Quando
sultados da aprendizagem. Planejar as ativida-
dificuldades surgem, os alunos devem se
des de maneira cooperativa concorre para que
engajar no processamento de grupo a fim
ocorra o sucesso entre os estudantes; planejar
de identificar, definir e resolver os proble-
atividades competitivas faz com que os alunos
mas que estão encontrando para trabalhar
interajam em oposição ao sucesso um do ou-
de forma eficiente.
tro e planejar atividades individualistas leva a
A compreensão desses cinco elementos bási- nenhuma interação entre os alunos. Esses pa-
cos e o desenvolvimento das competências drões de interação afetam vários resultados de
em estrutura-los permitirá aos professores aprendizagem que podem ser inclusos em uma
(a) adaptar a aprendizagem cooperativa a grande quantidade de categorias inter relacio-
suas especificidades, necessidades e aos alu- nadas de esforços para atingir os objetivos, de
nos, (b) refinar a implementação da apren- qualidade de relacionamentos entre os partici-
dizagem cooperativa em suas aulas e (c) pantes, de ajuste psicológico dos participantes e

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de competências sociais (ver [6]). Além do mais, aprendizagem cooperativa re-


sulta em processos de ganho (raciocínio cogni-
tivo de nível mais elevado, geração mais fre-
quente de novas ideias e soluções, maior conca-
tenação do que foi aprendido antes com o que
será aprendido no futuro e maior quantidade
de tempo dedicado à tarefa do que nas apren-
dizagens competitiva e individualista. Quanto
mais conceitual for a tarefa, quanto maior o
número de problemas a serem solucionados,
quanto mais elevado for o grau de raciocínio
e pensamento crítico, quanto mais criatividade
for necessária e quanto maior for a aplicação
necessária sobre o assunto a ser aprendido e
ser contextualizado, maior a superioridade da
cooperação sobre os esforços competitivo e indi-
vidualista.
Figura 1: Resultados da aprendizagem
cooperativa.

Realização
A aprendizagem cooperativa assegura que to-
A realização de uma tarefa para nós, não
dos os estudantes estejam significativamente e
é uma coisa, mas sim o produto resultante
ativamente envolvidos no processo de aprendi-
da participação de várias mãos e cabeças.
zagem. Ativamente, por que faz com que os es-
(John Atkinson)
tudantes não apresentem um comportamento de
A respeito da questão de quão exitosos os es- se evadir da obrigação de fazer a tarefa ou que
forços cooperativo, competitivo e individualista apresentem comportamentos nocivos ao grupo.
são na promoção da produtividade e da reali- Aprendizagem cooperativa também assegura
zação das tarefas, mais de 375 estudos foram que os estudantes aumentem o seu potencial e
conduzidos nos últimos 100 anos ([6]). Traba- experimentem o bem estar psicológico propor-
lhar cooperativamente em equipe para concre- cionado pela tarefa bem feita, de maneira que
tizar uma meta em comum, produz realizações eles fiquem motivados a continuar investindo
de alto nível (aqui trabalhos, tarefas, etc NT) e energia e esforços durante o seu processo de
maior produtividade do que trabalhar sozinho. aprendizagem. Aqueles que experimentam o
Isso é muito bem confirmado por diversas pes- fracasso acadêmico arriscam-se à desistência e à
quisas, tanto que esse princípio constitui como o rebeldia o que frequentemente leva a agressões
mais forte da psicologia social e organizacional. verbais ou físicas.

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Relações Interpessoais Saúde Psicológica e Competência Social

Trabalhar cooperativamente, valorizando a co-


Um amigo fiel é um poderoso refú- operação, resulta em maior saúde psicológica,
gio, quem o descobriu, descobriu um te- aumento da autoestima e maiores competências
souro.(Eclesiastes 6:14) sociais do que na competição ou trabalhando in-
dependentemente. Quando os indivíduos traba-
lham juntos em prol de um objetivo em comum,
eles interagem (melhorando suas competências
Mais de 180 estudos foram conduzidos desde sociais), promovendo o sucesso entre eles e cons-
os anos de 1940 sobre os impactos relativos das truindo relacionamentos tanto pessoais como
experiências cooperativa, competitiva e indivi- profissionais (lançando bases para um saudável
dualista sobre o relacionamento interpessoal desenvolvimento social).
([6]). Os dados indicam que experiências co- Aprendizagem cooperativa implementada de
operativas promovem maior interação interpes- modo que as pessoas se importem umas com
soal do que na competitiva ou individualista. as outras leva ao aumento do ego pessoal, auto
Aprendizagem cooperativa promove o desen- confiança, independência e autonomia. Eles pro-
volvimento do companheirismo e do compro- porcionam a oportunidade de compartilhar e re-
metimento entre cada aluno. Mesmo quando solver problemas pessoais, levando a formação
inicialmente eles não gostam um do outro ou de resiliência individual e capacidade de lidar
são diferentes, as experiências cooperativas têm com adversidades e o stress. Quanto mais os
promovido maior aceitação entre eles do que indivíduos trabalharem cooperativamente, mais
nas situações competitiva ou individualista. eles se verão como pessoas capazes, de valor,
Grupos cooperativos ajudam os estudantes mais autônomas e independentes do que antes.
a fazer e manter amizade com seus pares. Grupos cooperativos constituem um terreno
Quando os relacionamentos tornam-se mais po- no qual os estudantes desenvolvem competên-
sitivos, existem melhorias correspondentes na cias interpessoais e competências para trabalhar
produtividade, na moral, de compromisso inter- em pequenos grupos necessárias para trabalhar
pessoal e responsabilidade para com a tarefa a eficazmente com outros alunos diferentes. Os
ser concluída, na vontade de tomar e persistir na estudantes aprendem a como se comunicar efe-
realização de tarefas difíceis e no compromisso tivamente, a ter liderança, a ajudar o grupo a
com o sucesso e crescimento dos colegas. A eva- tomar boas decisões, construir confiança um no
são da disciplina e da tarefa diminui. Alunos outro, desfazer mágoas entre eles e entender as
que se encontram isolados e alienados de seus perspectivas do outro. Até mesmo alunos do
pares e aqueles que não têm amigos estão mais fundamental podem podem praticar as compe-
propensos a exibir comportamentos violentos e tências sociais todos os dias em atividades de
destrutivos do que os alunos que experimentam caráter cooperativo. As experiências coopera-
apoio social e sentimento de pertença. tivas não são um luxo. Elas são necessárias à

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saúde social e ao desenvolvimento psicológico Referências


dos indivíduos para que possam atuar indepen-
dentemente. [1] David W Johnson, Roger T Johnson, and
Karl A Smith. Active learning: Cooperation in
the college classroom. ERIC, 1998.

[2] David W Johnson. Cooperation in the class-


Conclusão room. Psyccritiques, 36(12):1106–1107, 1991.

[3] David W Johnson, Edythe Johnson Holubec,


Aprendizagem cooperativa é a utilização ins- and R Johnson. Advanced cooperative learning.
trucional de pequenos grupos nos quais os es- Interaction Book Company, 1992.
tudantes trabalham juntos a fim de maximizar
não só o próprio aprendizado, mas também [4] David W Johnson, Roger T Johnson, et al. Le-
o aprendizado dos outros membros do grupo. ading the cooperative school. Interaction Book
Aprendizagem cooperativa deve ser diferenci- Company Edina, MN, 1994.
ada de pseudo grupos e dos tradicionais grupos
[5] DW Johnson and R Johnson. The three cs of
de aprendizagem. Existem três tipos de aprendi-
classroom and school management. Beyond
zagem cooperativa: aprendizagem cooperativa
behaviorism: Changing the classroom manage-
formal, aprendizagem cooperativa informal e
ment paradigm. Boston: Allyn & Bacon, 1999.
grupos cooperativos de base. Os elementos bási-
cos que fazem a cooperação acontecer são inter- [6] David W Johnson and Roger T Johnson. Co-
dependência positiva, responsabilidade indivi- operation and competition: Theory and research.
dual, interação promotora, uso apropriado das Edina, MN, US: Interaction Book Company,
competências individuais e processamento pe- 1989.
riódico a fim de melhorar a eficiência do grupo.
Quando os esforços são estruturados coopera-
tivamente, existe considerável evidência de que
os estudantes irão aplicar mais esforços para a
conclusão de suas tarefas (aprender mais, usar
o pensamento cognitivo em nível mais elevado
com mais frequência, construir estruturas con-
ceituais mais completas e complexas e reter as
informações aprendidas mais acuradamente),
construir relacionamentos mais positivos (in-
cluindo com pessoas diferentes) e desenvolver
de maneira mais saudável a saúde psicológica,
auto estima, habilidade em lidar com stress e
adversidades.

Tradução e adaptação Francisco Jaborandi 11

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