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Universidade Federal de Goiás

Regional Catalão
Unidade Acadêmica Especial de Engenharia
Curso de Engenharia Civil

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DOS PAVIMENTOS


INTERTRAVADOS DE CONCRETO PRODUZIDOS COM A UTILIZAÇÃO DE
AGREGADOS RECICLADOS

DISCENTE:
PEDRO HENRIQUE SANTANA ROSA

CATALÃO
2018
PEDRO HENRIQUE SANTANA ROSA

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DOS PAVIMENTOS


INTERTRAVADOS DE CONCRETO PRODUZIDOS COM A UTILIZAÇÃO DE
AGREGADOS RECICLADOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Regional
Catalão da Universidade Federal de Goiás
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Antover Panazzolo Sarmento

CATALÃO
2018
PEDRO HENRIQUE SANTANA ROSA

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DOS PAVIMENTOS


INTERTRAVADOS DE CONCRETO PRODUZIDOS COM A UTILIZAÇÃO DE
AGREGADOS RECICLADOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Regional
Catalão da Universidade Federal de Goiás
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Bacharel em Engenharia Civil.

Prof. Antover Panazzolo Sarmento


Orientador – UFG/Regional Catalão

Prof. Heber Martins de Paula


Membro da Banca – UFG/Regional Catalão

Prof. Ricardo Cruvinel Dornelas


Membro da Banca – UFG/Regional Catalão
“Dedico este trabalho a minha mãe que com
carinho e dedicação me ensinou o caminho ao
qual trilhar. Sem ela nada disso seria
possível.”
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente aos meus pais, Adelcio Rosa e Edeltrudes Santana
da Silva por me proporcionarem a oportunidade de ter um ensino de qualidade, por darem o seu
suor para me manter focado nos estudos e por serem compreensivos e pacienciosos em relação
aos meus afazeres. Sem o seu apoio a minha caminhada até aqui teria sido muito mais difícil e
dolorosa.
Agradeço também ao meu orientador Prof. Dr. Antover Panazollo Sarmento, pela
sabedoria e paciência com que me guiou nesta trajetória, sabendo orientar, ensinar e sanar
minhas dúvidas da melhor maneira possível. Sem ele não haveria conseguido me aprofundar
em assuntos tão importantes a vida profissional que me espera.
Aos meus amigos Aléxia de Almeida Côrtes, João Pedro Sena e Stefanny Araújo Rocha
pelo companheirismo e amizade que me proporcionaram até aqui, sem vocês essa caminhada
teria sido consideravelmente mais difícil.
Ao engenheiro Filipe Santos, consultor na empresa MC-Bauchemie® e ao Prof. Msc.
Marcos Agapito Mendes por me ajudarem imensamente com o tratamento dos materiais
necessários a esta pesquisa.
Ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) por disponibilizarem seus
laboratórios e equipamentos.
Enfim, a todos os que por algum motivo contribuíram para a realização desta pesquisa.
“Em meio a toda essa vastidão do universo, não
há indício de que alguém virá de algum outro
lugar, para nos salvar de nós mesmos”
(Carl Sagan)
RESUMO

ROSA, Pedro Henrique Santana. ANÁLISE DAS PROPRIEDADES E


CARACTERÍSTICAS DOS PAVIMENTOS INTERTRAVADOS DE CONCRETO
PRODUZIDOS COM A UTILIZAÇÃO DE AGREGADOS RECICLADOS. 2018. 44 p.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) Universidade Federal de
Goiás – Regional Catalão, Catalão, 2018.

O crescimento econômico do setor construtivo aliado ao desenvolvimento sustentável se mostra


atualmente uma tendência internacional cujos passos começam a ser seguidos pelo mercado
brasileiro, embora ainda de forma tímida. Os resíduos da construção civil capazes de substituir
os agregados utilizados em grandes áreas desse setor podem inovar o mercado e garantir de
forma sustentável o seu desenvolvimento, assegurando ainda um destino adequado a estes
materiais que geralmente são descartados de forma irregular nos lixões, bota-fora ou até
mesmos nos logradouros municipais. Dessa forma o presente trabalho tem como objetivo
abordar de forma sucinta, em uma revisão bibliográfica, a realidade brasileira acerca dos
resíduos da construção civil, englobando assim suas formas de geração, sua constituição, os
impactos ambientais provocados pela sua deposição em locais inadequados bem como os
benefícios promovidos pela sua reutilização na elaboração de novos produtos, como por
exemplo, na produção de pavers cujos agregados naturais são substituídos em parte por
agregados reciclados provenientes da construção e demolição de edificações.

Palavras-chave:Resíduo. Cerâmica. Agregado. Construção Civil.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO GERAL .................................................................................................. 9


1.1. OBJETIVOS .............................................................................................................. 10
1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 10
1.1.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 10
REFERÊNCIAS................................................................................................................... 10
2 REVISÃO......................................................................................................................... 11
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO: CONCEITOS, IMPACTOS
AMBIENTAIS E USOS ......................................................................................................... 12
2.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12
2.2 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 13
2.3 REVISÃO ...................................................................................................................... 13
2.3.1 Resíduos da construção e demolição ..................................................................... 13
2.1.2 Pavimentos intertravado (pavers) ....................................................................... 25
2.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 26
REFERÊNCIAS................................................................................................................... 27
3 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 32
3.1 DEFINIÇÃO DOS RESÍDUOS A SEREM UTILIZADOS ..................................... 32
3.2 DETERMINAÇÃO DO TRAÇO E QUANTIDADE DE MATERIAL A SER
BENEFICIADO ................................................................................................................... 33
3.3 DEFINIÇÃO DA QUANTIDADE DE MATERIAL E ENSAIOS A SEREM
REALIZADOS .................................................................................................................... 34
3.4 COLETA DOS RESÍDUOS ...................................................................................... 36
3.5 COMINUIÇÃO ......................................................................................................... 36
3.6 ANÁLISE GRANULOMETRICA DO MATERIAL FRAGMENTADO ................ 37
3.6.1 Definição ............................................................................................................ 37
3.6.2 Execução do ensaio ............................................................................................ 38
3.7 CONFECÇÃO E CURA DOS CORPOS DE PROVA ............................................. 39
3.8 REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS ............................................................................... 40
3.8.1 Ensaio de compressão ......................................................................................... 40
3.8.2 Ensaio de absorção ............................................................................................. 41
4 RESULTADOS ESPERADOS ....................................................................................... 44
5 CRONOGRAMA ............................................................................................................ 44
9

1 INTRODUÇÃO GERAL

O crescimento populacional experimentado pelos centros urbanos nas últimas décadas,


resultado de melhores índices de qualidade de vida, trouxe como consequência direta uma série
de problemas associados ao uso excessivo de recursos naturais, ampla impermeabilização do
solo e geração em grande escala de resíduos sólidos.
A construção civil, considerada uma das atividades mais importantes para o
desenvolvimento social e econômico de um país se mostra, ainda, grande geradora de impactos
ambientais, no que diz respeito à extração de recursos naturais e produção de resíduos sólidos
provenientes da construção e demolição de obras (PINTO, 2005).
Segundo Boscov (2008) os resíduos de construção e demolição (RCD) representam
mundialmente algo entre 13 a 67% dos resíduos sólidos urbanos (RSU) uma vez que a geração
per capita mundial varia de 130 a 3.000 kg hab-1 ano-1. No Brasil esses resíduos representam
anualmente cerca de 60% do volume total dos RSUs depositados nos lixões e aterros sanitários
(PINTO, 2009).
A incorreta disposição desses resíduos, resultado da falta de informação por parte da
população e das construtoras, aliada a ausência de comprometimento ambiental é responsável
pela poluição e assoreamento dos mananciais, deslizamentos de encostas, contaminação do solo
e a obstrução dos sistemas de drenagens públicos, sobrecarregando as administrações
municipais, encarregadas da remoção e disposição em local adequado desses materiais
(AZEVEDO; KIPERSTOK; MORAES, 2006; BOSCOV, 2008).
A adoção de medidas sustentáveis relacionadas a educação da população juntamente
com a implantação de pontos estratégicos de coleta e processamento desses materiais é capaz
de gerar benefícios com impacto direto na extração de recursos naturais não renováveis. Um
exemplo claro de medida sustentável avaliada pela construção civil se encontra na utilização
dos RCDs como agregado em obras ligadas a pavimentação, produção de blocos de concreto,
sistemas de drenagem, muros de gravidade, além de diversas outras aplicações (MESQUITA
et al., 2015).
10

1.1. OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

O trabalho em questão apresenta como objetivo principal avaliar a possibilidade de


utilização de agregados reciclados na produção de blocos intertravados de concreto a partir da
análise do comportamento dos mesmos durante os ensaios de resistência mecânica a tração,
abatimento do tronco de cone (slump test) e absorção de água.

1.1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do presente trabalho são:

a) Elaborar uma revisão bibliográfica acerca do tema;


b) Definir os materiais a sem utilizados durante a pesquisa;
c) Realizar a caracterização física dos materiais necessários à moldagem dos corpos de prova
de concreto;
d) Identificar o comportamento da consistência do concreto no estado fresco através do ensaio
de abatimento do tronco de cone (slump test);
e) Relacionar a substituição parcial do agregado natural pelo reciclado com o comportamento
da resistência mecânica à compressão do concreto;
f) Inferir as condições de permeabilidade do concreto endurecido a partir de ensaios de
absorção por imersão em água;
g) Definir as dosagens que apresentem características finais do concreto semelhantes ou
melhores que a dosagem padrão.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, G. O. D.; KIPERSTOK, A.; MORAES, L. R. S. Resíduos da construção civil em


Salvador: Os caminhos para uma gestão sustentável. Engenharia Sanitária e Ambiental. v.
11, n.1, p. 65-72, 2006.

BOSCOV, M.E. Geotecnia Ambiental. Editora Oficina de Textos, São Paulo, SP, 2008, 248
p.
11

MESQUITA, L. C.; AZEVEDO, I. C. A. D.; CÂNDIDO, E. S.; CATHOUD, G. A. Análise da


viabilidade técnica de utilização de resíduos de construção e demolição na fabricação de blocos
de vedação. Revista Eletrônica de Engenharia Civil - REEC, v. 10, n. 3, p. 30-40, 2015.
DOI: https://doi.org/10.5216/reec.v10i3.32651.

PINTO, T. P. Meio Ambiente e Legislação: Gerenciamento de resíduos. Revista Construção


Mercado, v. 10, n. 91, p. 16-17, 2009. Disponível em: <
http://revista.construcaomercado.com.br/negocios-incorporacao
construcao/91/artigo%20124842-1.asp>. Acesso em: 2 fev. 2018.

PINTO, T. P. Gestão Ambiental dos Resíduos da Construção Civil: A experiência do


SINDUSCON–SP. São Paulo, 2005, 48 p.

2 REVISÃO

Nessa seção encontra-se o embasamento teórico necessário ao entendimento da


problemática em questão, apresentando-se assim um breve panorama acerca da produção de
resíduos cerâmicos provenientes da construção civil, de conceitos relativos ao concreto e a
utilização de materiais alternativos na produção do mesmo, caracterização do método de
dosagem utilizado além da apresentação das principais normas regulamentadoras que fazem
referência à problemática da pesquisa.
12

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO: CONCEITOS, IMPACTOS


AMBIENTAIS E USOS
Pedro Henrique Santana Rosa1
Antover Panazzolo Sarmento2

Resumo: O crescimento da construção civil, embora importante para o desenvolvimento de um país


vem se mostrando nocivo ao meio ambiente uma vez que tal setor é responsável pelo consumo de grande
parte dos agregados naturais disponíveis no planeta assim como pela geração de mais de 50% dos
resíduos sólidos urbanos. Dessa forma o objetivo principal é apresentar um diagnóstico acerca desses
resíduos, expondo suas formas de produção, os impactos ambientais negativos provocados pela sua
deposição inadequada no meio ambiente assim como possibilidades de reutilização, reciclagem e
reaproveitamento desses materiais em novos produtos, como por exemplo na produção de blocos de
concreto intertravados (pavers).

Palavras-chave: Agregados Reciclados. Resíduos da Construção. Pavimento.

2.1 INTRODUÇÃO

A preocupação ambiental desenvolvida por algumas empresas do setor construtivo,


responsável pelo consumo de grande quantidade de recursos naturais não renováveis, vem
desempenhando um papel fundamental na popularização das técnicas de reutilização dos
resíduos sólidos, principalmente no que diz respeito a pavimentação, onde são utilizados tanto
no preenchimento das camadas de base e sub-base como na produção dos blocos de concreto
intertravado (pavers) (BEHERA et al., 2004).
A reutilização desses materiais na pavimentação intertravada de ruas, calçadas,
estacionamentos e parques confere, aos mesmos, destinação adequada, reduzindo assim os
volumes dispostos nos aterros sanitários, a probabilidade de danos aos recursos hídricos e ao
solo, além de diminuir a extração de matéria prima e, consequentemente, o consumo de energia
(BEHERA et al., 2014).
Pesquisas relacionadas ao assunto vêm apresentando resultados satisfatórios no que diz
respeito a manutenção das características físicas do pavimento, exibindo dessa forma as
diversas possibilidades de aplicação dos resíduos da construção civil na produção dos
pavimentos intertravados de concreto.

1 Discente do Curso de Engenharia Civil – FENG/RC/UFG. Contato: pedrohenriquesantana1995@gmail.com


2 Docente do Curso de Engenharia Civil – FENG/RC/UFG. Contato: antoverps@gmail.com
13

Baseado nesses aspectos esse trabalho tem por objetivo revisar na literatura a aplicação
dos resíduos de construção e demolição de obras na forma de agregados reciclados na produção
de blocos de concreto intertravado, como uma alternativa para o aproveitamento dos mesmos,
uma vez que a fração de agregados representa aproximadamente 80% da composição do
concreto (MEHTA; MONTEIRO, 2008), evidenciando o impacto que a substituição dos
agregados naturais pelos reciclados apresenta sobre o meio ambiente.

2.2 MATERIAIS E MÉTODOS

A revisão literária empregada na concepção deste artigo será realizada a partir de


pesquisas bibliográficas nos principais bancos de dados disponíveis na internet para tal fim,
(Google Scholar, Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior e Science Direct) utilizando-se para tal operadores lógicos específicos ao tema em
discussão.
Com base na metodologia do mapping study citada por Paula e Ilha (2016 apud BAYLEY
et al., 2007 e PETERSEN et al., 2008) os artigos selecionados em uma busca primaria serão
filtrados por meio de uma análise de seus títulos e resumos, com o objetivo de se excluir aqueles
que não se enquadram ao tema estudado, possibilitando dessa forma a elaboração de uma
revisão bibliográfica acerca do tema em estudo

2.3 REVISÃO

2.3.1 Resíduos da construção e demolição

O aumento populacional associado as mudanças comportamentais desencadeadas pela


primeira Revolução Industrial, aliadas aos novos padrões de consumo dela decorrentes trouxe
como consequência direta a elevação das taxas de geração de resíduos a níveis insustentáveis,
comprometendo dessa forma a disponibilidade dos recursos naturais do planeta (ELENALDO
JÚNIOR; FREIRE, 2013).
A construção civil, importante indicador da saúde econômica de um país, se coloca
como um dos setores econômicos que mais agravam essa situação, visto que suas atividades
são responsáveis pelo consumo de enormes quantidades de recursos naturais e o descarte anual
14

de bilhões de toneladas de resíduos de construção e demolição (RCD), produzindo dessa forma


gravíssimos impactos ambientais e sanitários (BARRA; PASCHOARELLI; RENÓFILO,
2006).
Esses resíduos são gerados nas atividades empreendidas no canteiro de obras durante as
escavações, construções, reformas ou demolições sendo que cada atividade, ao empregar
técnicas e procedimentos específicos, produz diferentes quantidades e classes de RCDs
(SANTOS; CÂNDIDA; FERREIRA, 2010).
Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente, em sua Resolução 307 (CONAMA,
2002) alterada pela Resolução 348 (CONAMA, 2004), tais resíduos são definidos como:

“aqueles provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de


construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como:
tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas,
tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos
de obras, caliças ou metralha (CONAMA, 2002).”

Essa resolução além de estabelecer definição sobre os RCDs, fixa as responsabilidades


e deveres sobre os resíduos, classificando-os de acordo com as possibilidades de reciclagem,
dessa forma:

• A - resíduos passíveis de serem reutilizados ou reciclados na forma de agregado;


• B - recicláveis para outras destinações, como os plásticos, papel e metal;
• C - resíduos que não possuem tecnologia de reciclagem viável economicamente;
• D - materiais perigosos oriundos do processo de construção ou demolição, como:
óleos, tintas e solventes.

Embora essa resolução juntamente com demais leis ambientais definam diversos
aspectos acerca da reutilização dos resíduos produzidos, na maior parte dos municípios
brasileiros esses materiais ainda são depositados em bota-foras clandestinos, nas margens de
rios e córregos (Figura 1) ou até mesmo em terrenos baldios, propiciando a proliferação de
vetores de doenças, a obstrução de galerias e bueiros, o assoreamento de córregos e rios além
da contaminação das águas superficiais (MENDES et al., 2004).
15

Figura 1 - Disposição inadequada dos resíduos construtivos em encosta do Rio Belém-PR

Fonte: Gazeta do Povo (2018)

2.1.1.1 Geração

Os resíduos provenientes da construção civil são gerados durante as atividades


relacionadas a construção, manutenção e a demolição de uma edificação, sendo também
produzidos durante desastres naturais como terremotos, furacões, enchentes e até mesmo
Tsunamis, sendo estes menos frequentes (SILVA, 2014).
Segundo Zordan (2002) o excesso de entulho produzido durante a vida útil de uma
construção está relacionado à falta de conhecimento técnico dos agentes encarregados das
atividades anteriormente citadas e também pela ausência de uma cultura de reutilização e
reciclagem uma vez que é desconhecido o potencial construtivo dos resíduos reciclados.
Calcula-se que a indústria da construção produza anualmente, em cidades com mais de
500.000 habitantes, algo em torno de 40 a 70% do peso total dos resíduos sólidos urbanos
(PINTO, 1999; CONAMA, 2002). Essa proporção, quando comparada aos países
desenvolvidos, se mostra ainda bastante elevada, uma vez que a quantidade de resíduos
produzidos em novas edificações encontra-se abaixo de 100 kg m-2, enquanto no Brasil esse
índice é de aproximadamente 300 kg m-2 edificado, o que representa uma produção média per
capita de 560 kg hab-1 ano-1 (PINTO, 1999; MONTEIRO et al., 2001).

2.1.1.2 Composição

Os resíduos produzidos na construção civil possuem características peculiares, sendo


sua composição de difícil determinação, uma vez que está estritamente ligada as diversas
16

características da fonte geradora, como por exemplo: tipo ou fase construtiva da obra
(CARNEIRO, 2005).
Segundo Ângulo (2005), no Brasil esses resíduos são constituídos basicamente por
concreto e argamassa, rochas naturais e material cerâmico, exibindo, porém, grandes flutuações
na proporção de cada um desses de acordo com o estado, cidade ou até mesmo bairro analisado,
como por ser observado no Quadro 1.

Quadro 1: Composição dos resíduos da construção civil no Brasil


Porcentagem em massa
Zordan Latterza Ângulo Leite Carneiro
Componente
(1997) ¹ (1998) ¹ (2000) ² (2001) ³ (2001)4
Concreto 21,1 14,6 44 15,18 53
Argamassa 37,4 46,2 28 28 -
Pedras 17,7 19,2 23 29,84 27
Cerâmicos 22,8 19,1 4 26,33 14
Plásticos - - - - 4
¹ Usina de Ribeirão Preto, SP; ² Usina de Santo André, SP; ³ Usina de Porto Alegre, RS; 4 Usina de Salvador, BA
Fonte: Adaptado de Correa (2005) e Santos (2006)

Diferente dos países em desenvolvimento, onde se gera grande quantidade de concreto


e argamassa como consequência de perdas no processo, nos países desenvolvidos, os resíduos
da construção são em sua maioria compostos por papel, plástico e madeira, provenientes das
embalagens dos materiais, como pode ser observado na Figura 2 (CASSA; CARNEIRO;
BRUM, 2001).
17

Figura 2 - Estimativa da composição dos resíduos da construção civil nos Estados Unidos da
América para o ano de 1993 separados em (a) Construção Comercial; (b) Construção
Residencial; (c) Demolição Comercial e (d) Demolição Residencial.

a b

c d
Fonte: Adaptado de EPA (1993)

É essencial destacar também a importância de se conhecer a fonte geradora (construção,


reforma, demolição ou desastres naturais) de tal resíduo sem deixar de lado a tipologia da
construção (industrial, residencial, comercial etc.) e o porte (pequeno, médio ou grande). Em
suas análises de mercado o SINDUSCON-SP constatou que 58% dos resíduos da construção
civil proveem de demolições, reformas e ampliações e somente 42% advém da construção de
novas edificações.
Como observado no gráfico, os resíduos provenientes de reformas, ampliações e
demolições apresentam-se mais expressivos quando comparados aos produzidos durante a
construção de novas edificações, que embora pareçam similares, são geralmente mais limpos
que os de demolição, uma vez que estes ainda não foram submetidos ao processo de pintura ou
misturados a outras substâncias (OLIVEIRA, 2003).
18

Esses materiais se apresentam geralmente na forma sólida, com características físicas


diversas que dependem do processo que os originou, podendo se apresentar em granulometria
e formas já conhecidas como também em formatos e dimensões irregulares

2.1.1.3 Impactos ambientais

Os impactos ambientais e sanitários relacionados aos resíduos produzidos pela


construção civil estão associados em sua maioria ao descarte irregular, ocasionado pela falta de
informação da população assim como pela indisponibilidade de áreas predestinadas ao
recebimento desses materiais, que são depositados na maior parte dos municípios nos chamados
bota-fora, áreas normalmente fornecidas para o aterramento, sem levar em conta os fatores
ambientais, cujo interesse se encontra na correção da topografia, esgotando-se rapidamente
(PINTO, 1999; SCREMIN, 2007).
Os dados disponibilizados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública
e Resíduos Especiais (ABRALPE) através do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (PRSB,
2005) mostra que atualmente o país produz mais 173 mil toneladas de resíduos construtivos por
dia, com um índice de coleta de aproximadamente 95%, dos quais apenas 40% recebem
destinação adequada, como é possível observar na Tabela 1.

Tabela 1 - Destinação final dos RCDs por macrorregião


Com Sem
% com % sem
destinação destinação Total
Macrorregião destinação destinação
adequada adequada (t/dia)
adequada adequada
(t/dia) (t/dia)
Norte 1.049 13,38 6.790 86,62 7.839
Nordeste 10.782 36,62 18.660 63,38 29.442
Centro-Oeste 4.493 44,36 5.635 55,64 10.128
Sudeste 42.644 42,50 57.696 57,50 100.340
Sul 6.557 46,58 7.521 53,42 14.078
Brasil 65.525 40,49 96.302 59,51 161.827
Fonte: Adaptado de ABRELPE (2005)

Juntamente com esses materiais, são depositados nos bota-fora, resíduos classificados
como volumosos para os quais ainda não são conhecidas técnicas de reaproveitamento (resíduos
vegetais, materiais não-inertes etc.), favorecendo a degradação do ambiente local (PINTO,
1999).
19

Os RCDs dispostos irregularmente poluem o solo, provocam o assoreamento dos


córregos e rios, o entupimento de galerias e bueiros, causando enchentes, além de constituírem
uma ameaça à saúde pública uma vez que oferecem, juntamente, água, alimento e abrigo para
animais peçonhentos (SCREMIN, 2007).
Outro impacto relacionado aos RCDs, segundo Bidone (2001), está ligado ao
desenvolvimento do setor da construção civil, responsável pelo aumento no consumo de energia
e matéria prima, afetando diretamente o meio ambiente, pela produção em quantidades
significativas de RCDs.
Os minerais provenientes desses resíduos, formados por silicatos, aluminatos e
carbonatos, não representam maiores riscos ambientais, uma vez que sua composição se
assemelha aos agregados naturais e solo, sendo geralmente classificados como inertes, embora
existam algumas exceções como é o caso do gesso, considerado resíduo não inerte (Classe II-
A), e os resíduos provenientes de tintas, solventes e óleos, considerados perigosos (Classe I) de
acordo com a NBR 10.004 (ABNT, 2004), devendo o seu descarte ser feito de forma controlada
para evitar maiores danos ambientais (COSTA, 2012).
Evangelista et al. (2010) ressaltam que os impactos anteriormente citados podem ser
amenizados por meio da reciclagem e reutilização dos resíduos, tanto em centrais de reciclagem
como no próprio canteiro de obras, uma vez que essa opção reduz a quantidade de material a
ser disposto no meio ambiente.

2.1.1.4 Reciclagem e reutilização

O esgotamento prematuro das áreas destinadas à disposição final dos resíduos da


construção civil, aliado a constatação de que as jazidas responsáveis pela produção dos
agregados naturais para pavimentação, concreto etc. tem se tornado cada vez mais escassas e
distantes dos centros urbanos, provocando um aumento relevante no custo final das obras, torna
cada vez mais urgente a necessidade de se encontrar alternativas para o problema de produção
de agregados e a produção de resíduos (RIBEIRO, 2004).
Carneiro et al. (2001) destacam que a redução das reservas naturais de areia próximas a
cidade de São Paulo tem obrigado as construtoras a percorrerem mais de 100 km para a
obtenção desse material, elevando dessa forma a geração de CO2, um dos principais
responsáveis pela intensificação do efeito estufa.
Além da degradação do meio ambiente, o descarte dos resíduos juntamente com o
desperdício desses restos de materiais tem provocado uma redução da qualidade ambiental dos
20

espaços urbanos, gerando dessa forma altos custos às administrações municipais. Estima-se que
para a cidade de Goiânia-GO, a disposição em locais inadequados provoque um prejuízo de
dois milhões de reais por mês aos cofres públicos, montante esse destinado a coleta e ao
transporte dos resíduos até um local adequado (LIMA, 2011).
Ribeiro (2004) destaca que a intensificação do processo de urbanização produz cada vez
mais resíduos cuja destinação ainda não é adequada e produz diversos impactos ambientais.
Considerando o potencial de reutilização desses materiais bem como o provável esgotamento
das jazidas produtoras de matéria prima em um futuro próximo, juntamente com a necessidade
de redução de custos na indústria da construção, estabelece que a reutilização dos recursos
disponíveis se torna essencial para a manutenção da qualidade de vida e do atual padrão de
consumo (LIMA, 2011).
O desenvolvimento de tecnologias necessárias ao reaproveitamento desses materiais se
deu após a 2ª Guerra Mundial, resultado da grande demanda de agregados existente para a
reconstrução dos edifícios atingidos por bombardeiros (Figura 3) e ao imenso volume de
entulho proveniente das edificações demolidas (LEVY, 1997).

Figura 3 - Cidade alemã atingida por bombardeiros durante a Segunda Guerra Mundial

Fonte: Hypescience (2018)

Atualmente, embora seja uma prática necessária, a reutilização dos resíduos não é
amplamente difundida, variando muito de um país para o outro. Como exemplo pode-se citar
países Europeus cuja taxa de reciclagem chega a 90% (Dinamarca), já em outros essa taxa não
chega a 15% (Espanha). Os altos índices de reciclagem obtidos em diversos países europeus
estão relacionados à aplicação de metas pelo governo para a redução e reciclagem dos RCDs,
21

a adoção de projetos de gestão de resíduos municipais, obrigatoriedade de projetos de gestão


em cada obra além da aplicação de elevadas taxas sobre os resíduos produzidos (LIPSMEIER
et al., 2006). No Quadro 2, é possível observar a porcentagem de resíduos reciclados em alguns
países europeus.

Quadro 2 - Geração, reciclagem e aplicação dos resíduos construtivos em alguns países da


Europa
Produção Reciclado
País 6 -1 Aplicação do reciclado
(10 t ano ) (%)
Agregados para
Bélgica 7,0 (1990) 87 Estradas: 80,5%
concreto: 19,5%
Agregados para Estradas: 54,5%
França 24,0 (1990) 15
concreto: 10% Contenção e aterros: 35,5%
Reino Agregados para Estradas: 20%
30,0 (1999) 45
Unido concreto: 4,5% Contenções e aterros: 75,5%
Bases e sub-bases Base de solos: 35%
Espanha 38,5 (2003) 10
de rodovias: 30% Aterros: 35%
Fonte: Téchnne (2009)

No Brasil, embora se observe a movimentação de empresas interessadas no mercado


oriundo da reciclagem dos resíduos construtivos, as experiências geralmente estão limitadas as
ações dos municípios, cujo interesse se encontra na redução dos custos e do impacto ambiental
negativo provocado pela deposição da enorme massa de entulho no meio urbano (SCREMIN,
2007; PINTO, 1999).
Esses municípios, segundo Levy e Helene (1996), sediam atualmente oito grandes
centrais de reciclagem(Figura 4), localizadas nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná,
disponibilizando como produto final do processo de reciclagem, principalmente agregados para
a pavimentação, consequência da dificuldade de segregação dos resíduos que chegam a essas
unidades.
22

Figura 4 - Vista superior de uma estação de reciclagem de entulho localizada no município


Belo Horizonte-MG

Fonte: PPBH (2015)

Além dessas centrais de processamento outros métodos de reciclagem e reutilização dos


resíduos são utilizados atualmente, segundo Burgoyne (2016), pode-se citar:

a) Segregação, reciclagem, armazenamento e reuso na própria obra:

Nesse método, o processamento dos resíduos é feito no próprio canteiro de obra,


evitando assim a mistura e a contaminação, além de diminuir os custos com o transporte embora
dependa de condições específicas na obra para ser aplicado, como por exemplo: espaço para
armazenamento, instalação de equipamentos específicos etc.

b) Reciclagem em diferentes unidades de processamento

Nesse método, os resíduos construtivos são separados no próprio canteiro de obra de


acordo com suas classes (Figura 5) e posteriormente encaminhados para as unidades de
processamento adequadas. É necessário, portanto a disposição, em obra, de um espaço físico
destinado a acomodação dos contêineres além do treinamento dos trabalhadores para que
possam efetuar a segregação dos materiais de forma correta.
23

Figura 5 - Segregação dos resíduos no canteiro de obra

Fonte: Ferreira (2016)

A utilização cada vez maior desses métodos de processamento, tanto pelos gestores
municipais quanto pelos privados quer seja pela redução de custos ou pela redução da pegada
ecológica, aliada ao enrijecimento das leis ambientais tem possibilitado o emprego cada vez
maior de resíduos reciclados nas novas construções, proporcionando dessa forma diversos
benefícios ambientais e econômicos para a sociedade, quais são:

• preservação das reservas de matéria prima não renováveis;


• redução dos gastos com transporte;
• diminuição dos impactos ambientais;
• aumento da vida útil dos aterros de inertes, e;
• economia na aquisição de agregados, com a substituição de agregados naturais por
reciclados de entulho.

2.1.1.5 Aplicações

Nos últimos anos, o crescente aumento na utilização dos agregados naturais, aliado a
fraca legislação ambiental brasileira, instituiu um cenário de grande degradação (Figura 6) e
redução das áreas passíveis de exploração, exigindo da indústria a busca constante por novas
fontes de matéria-prima ou novas alternativas construtivas.
24

Figura 6 - Draga ilegal utilizada para extração de areia do Rio Ipojuca - PE

Fonte: G1 (2015)

O avanço nas pesquisas acerca da utilização dos resíduos descartados pela própria
construção civil, na forma de agregados reciclados, vem ganhando espaço nos últimos anos,
possibilitando a aplicação desses materiais em áreas e finalidades cada vez mais diversas.
No Brasil, a inexistência de um processo eficiente de separação dos resíduos na fonte
de geração (canteiro de obra, reformas e demolições) aliada ao irregular processo de
beneficiamento dos mesmos produz agregados com baixa homogeneidade, característica que
dificulta seu emprego (MORAND, 2016).
Independentemente da aplicação que se deseja dar ao resíduo, de certa forma, quanto
mais adequado as regulamentações técnicas, maiores serão as possibilidades de utilização,
como pode ser observado a seguir, de acordo com Morand (2016):

• Aplicação no preenchimento de rasgos de paredes para as tubulações elétricas e


hidrossanitárias;
• Chumbamento de caixas elétricas e tubulações;
• Contrapiso de interiores de unidades habitacionais;
• Construção de sistemas de drenagem permeáveis;
• Aterramento de valetas junto ao solo;
• Pavimentação;
• Agregados para o concreto, e;
• Agregados para a argamassa.
25

Sendo a pavimentação, responsável pelo consumo de boa parcela desses materiais, seja
sobre a forma de agregados para a confecção de pavers ou para a composição das camadas de
base e sub-base dos pavimentos.

2.1.2 Pavimentos intertravado (pavers)

Os pavimentos intertravados de concreto, mais conhecidos como pavers são estruturas


flexíveis compostas geralmente por uma camada de base ou também base e sub-base, seguida
de uma camada de revestimento, produzida com a utilização de concreto pré-moldado (Figura
7), sendo de fácil instalação, permitindo ainda através de suas juntas permeáveis a absorção do
escoamento superficial, reduzindo dessa forma o número de enchentes e alagamentos nas áreas
urbanas (ABNT, 2018).

Figura 7 - Composição da estrutura dos pavimentos intertravados

Fonte: ABCP (2010)

Segundo Cavalcanti, Amorim e Junior (2001) a pavimentação intertravada vem se


mostrando no mercado como uma ótima alternativa tanto do ponto de vista econômico quanto
técnico, uma vez que se trata de uma opção intermediária entre os pavimentos flexíveis e
rígidos, se destacando principalmente pela sua resistência mecânica e grande facilidade de
execução, não requerendo mão-de-obra especializada.
No quesito sustentabilidade, esse tipo de pavimento se tornou uma boa alternativa para
a pavimentação de vias, estacionamento e calçadas, uma vez que sua utilização está associada
a diminuição das ilhas de calor, redução do escoamento superficial e consequentemente do
26

número de enchentes e por fim com o aumento da cota dos aquíferos, resultado da maior
permeabilidade desse tipo de pavimento quando comparado aos produzidos a partir de emulsão
asfáltica.
Dentro dessa mesma perspectiva, inúmeras pesquisas vêm sendo desenvolvidas por
empresas e instituições de ensino com o objetivo de qualificar o desempenho dos pavimentos
intertravados de concreto nos quais há a incorporação de diferentes resíduos da construção civil
em substituição aos agregados naturais ou até mesmo ao cimento, visando dessa forma reduzir
os impactos ambientais produzidos pelos RCDs (LOPES; BACARJI, 2014).
Os resultados obtidos por Purificação (2009) e Gencel e Ozel (2011) demonstraram que
a utilização dos RCDs na produção desse tipo de pavimento em substituição aos agregados
naturais ou até mesmo ao cimento produz bons resultados, apresentando pisos com vantagens
competitivas no mercado.
Dessa forma, observa-se que esses resíduos apresentam grande potencial no que diz
respeito a substituição dos agregados naturais utilizados na produção de novos concretos,
fornecendo destinação adequada aos mesmos, reduzindo consequentemente a extração de
matérias primas naturais, a utilização dos aterros sanitários, o impacto ambiental causado sobre
o solo e a água além de minimizar a produção de gases intensificadores do efeito estufa
(BEHERA et al. 2014).

2.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A crescente utilização dos agregados reciclados pela construção civil nos últimos anos,
consequência da redução no número de jazidas naturais disponíveis e do fortalecimento da
legislação ambiental, apresenta-se como uma tendência promissora no mercado nacional com
grande capacidade de expansão.
O setor da construção civil responsável pela pavimentação de estradas, calçadas,
parques e estacionamentos embora consuma atualmente uma parcela significativa dos
agregados naturais vem se mostrando receptivo as novas tecnologias principalmente naquilo
que se refere a aplicação de agregados reciclados na produção de seus novos produtos, quer
seja no preenchimento das camadas de base e sub-base dos pavimentos quer seja na composição
dos blocos intertravados de concreto (pavers).
Produzidos a partir da substituição de parcela dos agregados naturais pelos elaborados
a partir dos resíduos da construção, os pavers reciclados vem se apresentando como uma
27

alternativa economicamente viável no mercado, garantindo dessa forma um destino adequado


a esses resíduos, diminuindo o impacto ambiental causado pela sua deposição inadequada no
meio ambiente assim como o provocado pela extração clandestina dos agregados naturais, sem
consequentemente provocar uma redução significativa em suas propriedades físicas.

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32

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O enunciado abordado nessa pesquisa explora o tema acerca dos agregados reciclados
da construção e demolição no que diz respeito a sua utilização nos pavimentos intertravados de
concreto (pavers) a fim de se realizar uma comparação estatística entre as características físicas
obtidas a partir da aplicação de traços contendo material reciclado com um traço padrão.
Para tal, serão realizadas em laboratório algumas etapas especificas, quais são:

1. Definição dos resíduos a serem utilizados;


2. Determinação do traço;
3. Definição da quantidade de material a ser coletado;
4. Coleta dos resíduos;
5. Cominuição;
6. Análise granulométrica do material fragmentado;
7. Confecção e cura dos corpos de prova, e;
8. Desforma e realização dos ensaios conforme as normas regulamentadoras.

Cada uma dessas etapas, algumas já realizadas, é apresentada em detalhes a seguir.

3.1 DEFINIÇÃO DOS RESÍDUOS A SEREM UTILIZADOS

A introdução de novos produtos na construção civil é sempre complexa, mas quando se


trata de materiais reciclados esse caminho se mostra muito mais custoso, a existência de
barreiras regulamentares, educacionais, tecnológicas e econômicas dificultam a entrada e a
permanência desses materiais no mercado, perpetuando assim os impactos ambientais
provocados pela extração de novos agregados naturais do meio ambiente (LAURITZEN, 1998).
Uma solução a esse problema se encontra no desenvolvimento e na utilização de
produtos que apresentem vantagens competitivas sobre os tradicionais, dessa forma
provavelmente se torne mais fácil encontrar mercado para aqueles produtos que utilizem
agregados reciclados na sua composição do que para os agregados reciclados isoladamente
(WADA, 2010).
A utilização de agregados reciclados provenientes de cerâmicas vermelhas, como
observado em Wada (2010) e Pinto (1999), vem se mostrando promissora uma vez que a
33

atividade pozolânica presente nesses materiais promove o consumo de parte da portlandita,


mineral formando durante a hidratação do cimento, além de reduzir os custos de produção.
Dessa forma, optou-se por utilizar nesta pesquisa os resíduos reciclados provenientes da
cerâmica vermelha e de assentamento em substituição aos agregados miúdos presente na
composição dos pavers.

3.2 DETERMINAÇÃO DO TRAÇO E QUANTIDADE DE MATERIAL A SER


BENEFICIADO

Na engenharia civil o traço pode ser definido como a relação ideal, em massa ou volume,
entre os materiais utilizados para a produção do concreto, cuja finalidade é proporcionar ao
mesmo a resistência indicada no projeto de acordo com o objetivo especificado (VIEIRA;
BRASILEIRO, 2017).
Para a produção de artefatos vibro prensados e pavers a Associação Brasileira de
Cimento Portland (ABPC) sugere como traço a proporção de 1: 0,77: 2,33: 1,1: 0,33 entre os
seguintes materiais: cimento, areia, pó de pedra e água. Esse traço embora utilizado para a
produção dos pavimentos intertavados se mostra inadequado para o seu adensamento em mesa
vibratória, uma vez que o concreto produzido se apresenta muito seco e com baixa
trabalhabilidade (BITTENCOURT,2011; CARVALHO apud FERNANDES, 2012).
Dessa forma a alteração no fator água/cimento se mostra uma ótima solução, uma vez
que melhora a estética da peça e contribui para seu melhor adensamento, no entanto segundo
Giammusso (1992 apud CARVALHO, 2013), o aumento desse fator traz como consequência o
incremento da porosidade do concreto que apresenta como resultado a diminuição da sua
resistência à compressão.
Esse problema, entretanto, pode ser resolvido por meio da utilização de aditivos
superplastificantes, uma vez que melhoram a trabalhabilidade do concreto sem provocar um
aumento significativo no fator supracitado. Portanto a partir dessas considerações e ensaios
laboratoriais Carvalho (2013) definiu como traço referência para a produção de blocos
intertravados de concreto a seguinte proporção 1: 0,77: 2,33: 1,1: 0,48: 0,7 (cimento, areia, pó
de pedra, brita, água e plastificante).
Assim, a partir deste traço foram realizadas incorporações parciais dos resíduos de cerâmica
vermelha e de assentamento em substituição aos agregados finos naturais (areia e pó de pedra),
34

como pode ser observado na Tabela 2, obtendo deste modo os traços em estudo na pesquisa em
questão.

Tabela 2 – Traço escolhido para a pesquisa em questão

Materiais
Traço Agregado Miúdo
Agr.
Descrição Cimento C. C. Pó de Água Aditivo
Areia Graúdo
Vermelha Branca Pedra
1 Traço padrão 1 0 0 0,77 2,33 1,1 0,48 0,7
C. Vermelha =
2 1 0,77 0 0 2,33 1,1 0,48 0,7
Areia
C. Vermelha e
2.1 1 0,385 0,385 0 2,33 1,1 0,48 0,7
Branca = Areia
C. Branca =
2.2 1 0 0,77 0 2,33 1,1 0,48 0,7
Areia
C. Vermelha =
3 1 2,33 0 0,77 0 1,1 0,48 0,7
Pó de Pedra
C. Branca e
3.1 Vermelha = Pó 1 1,165 1,165 0,77 0 1,1 0,48 0,7
de Pedra
C. Branca = Pó
3.2 1 0 2,33 0,77 0 1,1 0,48 0,7
de Pedra
Fonte: Acervo próprio

3.3 DEFINIÇÃO DA QUANTIDADE DE MATERIAL E ENSAIOS A SEREM


REALIZADOS

A NBR 9781: Peças de concreto para pavimentação – Especificação e métodos de ensaio


(ABNT, 2013) juntamente com a NBR 5739: Concreto – Ensaios de compressão de corpos-de-
prova cilíndricos (ABNT, 2007) elencam em suas laudas os ensaios laboratoriais necessários a
verificação das características dos pavers, o número de amostras exigidas para cada ensaio, as
idades necessárias a cura dos corpos de provas assim como os valores necessários para a
aceitação dos lotes, como pode ser observado no Quadro 3 a seguir.
35

Quadro 3 - Idade e tolerância para os ensaios


Ensaio Nº de Amostras Idade de Ensaio Tolerância permitida
Inspeção visual 6a 28 dias -
Avaliação
6a 28 dias ±3 mm – largura e espessura
dimensional
Absorção de água 3 28 dias ≤ 6 % + 1%
24 h 0,5 h
3d 2h ≥ 35 MPa – tráfego
Resistência a 7d 6h leve
6
compressão 28 d 24 h ≥ 50 MPa – tráfego
63 d 36 h pesado
91 d 48 h
< 23 mm – tráfego leve
Resistência a abrasão 3b -
< 20 mm – tráfego pesado
a
As peças amostradas podem ser utilizadas também para ensaios de resistência à compressão ou abrasão.
b
Ensaio facultativo.
Fonte: Adaptado da NBR 9781 (ABNT, 2013) e NBR 5739 (ABNT, 2007)

Com esses dados, torna-se possível calcular a quantidade de blocos necessários a


realização dos ensaios citados, de acordo com a Equação 1 a seguir.

𝑄𝑡𝑑.𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑠 = ∑ 𝑒𝑛𝑠𝑎𝑖𝑜𝑠 + ∑ 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 Equação 1

Onde:

𝑄𝑡𝑑.𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑠 : quantidades de blocos necessários a todos os ensaios;


∑ 𝑒𝑛𝑠𝑎𝑖𝑜𝑠: somatória do número de ensaios que serão realizados na pesquisa, e;
∑ 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠: somatória do número de idades dos corpos de prova utilizados nos ensaios.

Como o ensaio de abrasão é facultativo e o laboratório de materiais da Universidade


Federal de Goiás – Regional Catalão não possui o equipamento necessário para tal, optou-se
por não realizá-lo, dessa forma serão realizados apenas os ensaios de inspeção visual, avaliação
dimensional, absorção de água e resistência a compressão, sendo que para tais foram escolhidas
as seguintes idades de ensaio: 3, 7, 14 e 28 dias. Assim, tem-se:

𝑄𝑡𝑑. 𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑠 = 6 ∙ 7 ∙ 4 + 3 ∙ 7 ∴ 189 𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑠 Equação 2


36

Por conseguinte, através da relação entre o número de blocos e os traços obtidos


anteriormente, é possível calcular a quantidade de resíduos e agregados naturais necessários a
esta pesquisa. Tem-se assim que:

Tabela 3 - Quantidade de material a ser utilizado durante a pesquisa


Quantidade total de materiais (kg)
Cimento C. Vermelha C. Branca Areia Pó de Pedra Brita Água Aditivo
118,59 74,29 78,84 51,21 163,30 130,45 56,92 0,83
Total 674,44
Fonte: Acervo próprio

3.4 COLETA DOS RESÍDUOS

Para o desenvolvimento do trabalho em questão e confecção dos blocos acima


mencionados foram coletos resíduos da construção civil em obras próximas a Universidade
Federal de Goiás – Regional Catalão, assim como em lojas de materiais de construção.
Esses materiais, após a coleta foram segregados e acondicionados nas dependências do
Laboratório de Materiais da instituição citada anteriormente para posterior processamento.

3.5 COMINUIÇÃO

A cominuição, processo no qual os resíduos da construção e demolição são beneficiados


e reduzidos a forma de agregados reciclados por meio um conjunto de ações mecânicas, foi
executado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAI – Catalão) com o auxílio de um
britador de mandíbula modelo BPEAKERFIX-50 da marca ASTECMA LTDA. como pode ser
observado na Figura 8 (CHAVES, 2012).
37

Figura 8 - Britador de mandíbula cedido pelo SENAI – Catalão

Fonte: Acervo próprio

Após processado, o material fragmentado foi peneirado e encaminhado novamente a


Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão, onde foi armazenado para posterior
beneficiamento.

3.6 ANÁLISE GRANULOMETRICA DO MATERIAL FRAGMENTADO

3.6.1 Definição

A análise granulométrica, processo no qual um determinado material é classificado de


acordo com o arranjo dimensional de suas partículas ao longo da amostra, pode ser executada
por meio de diferentes ensaios laboratoriais, cada qual apropriado a um tipo especifico de
material, são eles:
• Peneiramento: solos granulares, pedregulhos ou agregados;
• Sedimentação: solos argilosos;
• Peneiramento e sedimentação: materiais com algum índice de pulverulentos;
• Difração laser, e;
• Imagem.
38

Para os agregados utilizados na produção do concreto, como os em estudo nessa


pesquisa, a NBR NM 248: Agregados – Determinação da composição granulométrica (ABNT,
2003) prescreve o método para a determinação de sua composição granulométrica.
Para tal as seguintes normas complementares e aparelhagens são necessárias:
• NBR NM-ISSO 3310-1 (ABNT, 1996): Peneira de ensaio – Requisitos técnicos
e verificação – Parte 1 – Peneiras de ensaio com tela de tecido metálico;
• NBR NM-ISSO 3310-2 (ABNT, 1996): Peneiras de ensaio – Requisitos técnicos
e verificação – Parte 2: Peneiras de ensaio de chapa metálica perfurada;
• NBR NM 26 (ABNT, 2000): Amostragem de agregados;
• NBR NM 27 (ABNT, 2001): Redução de amostrar de campo de agregados para
ensaio de laboratório;
• NBR NM 46 (ABNT, 2001): Agregados – Determinação do material fino que
passa através da peneira 75 µm por lavagem;
• Balança: resolução de 0,1% da massa da amostra ensaiada;
• Estufa: capaz de operar entre (105 ±5) °C;
• Peneiras: séries normal e intermediária, com tampa de fundo;
• Agitador mecânico de peneiras;
• Bandejas;
• Escova ou pincel: cerdas macias, e;
• Fundo avulso de peneira.

A seguir, será possível observar as etapas necessárias a realização do ensaio


granulométrico para o material em estudo nessa pesquisa.

3.6.2 Execução do ensaio

3.6.2.1 Amostragem

O material a ser ensaiado deverá ser coletado em campo de acordo com os critérios
estabelecidos na NM 26: Amostragem de agregados (ABNT, 2000) para em seguida ser levado
ao laboratório onde deverá ser umedecida, com o objetivo de se evitar a segregação, e separada
em duas amostras (m1 e m2) de acordo com a NM 27: Redução de amostrar de campo de
agregados para ensaio de laboratório (ABNT, 2001).
39

3.6.2.2 Ensaio

As amostras obtidas na etapa anterior, após secagem em estufa, devem ser pesadas e
preparadas para o peneiramento (a m2 deverá ser reservada para posterior comparação de
resultados). As peneiras necessárias ao ensaio devem ser encaixadas de modo a formar um
único conjunto, com a maior abertura de malha na parte superior, a menor na parte inferior e
um fundo de peneiras adequado na base do conjunto.
Após a preparação do agitador mecânico a amostra m1 deverá ser despejada sobre a
peneira superior do conjunto de modo a evitar a formação de uma camada espessa de material.
Feito isso deve-se promover a agitação mecânica do material por um determinado período de
tempo de forma a permitir a separação e classificação previa dos diferentes tamanhos de grãos
da amostra.
Terminada a agitação mecânica deve-se destacar a peneira superior do conjunto e agita-
la manualmente, com movimentos laterais e circulares alternados no plano horizontal e
inclinado (com tampa e fundo falso encaixados), até que se observe, após um minuto de
agitação, que o material passante pela peneira é inferior a 1% da massa do material retido.
Em seguida, o material retido na peneira deve ser movido para uma bandeja identificada
e pesado, sendo o material removido do lado interno considerado como retido e o desprendido
da parte inferior como passante. Essa etapa deve ser repetida até que todas as peneiras tenham
sido verificadas.

3.6.2.3 Cálculos

Para cada uma das amostras ensaiadas deve-se calcular a porcentagem retida em massa
nas peneiras com aproximação de 0,1%, as porcentagens médias, retida e acumulada, em cada
uma das peneiras com aproximação de 1%. O módulo de finura deve ser calculado com
aproximação de 0,01%.

3.7 CONFECÇÃO E CURA DOS CORPOS DE PROVA

Os corpos de prova cilíndricos produzidos durante o andamento desta pesquisa serão


confeccionados de acordo com a NBR 5738: Concreto – Procedimento para moldagem e cura
40

de corpos-de-prova (ABNT, 2003), tendo as seguintes medidas: 20 cm (altura) e 10 cm


(diâmetro).
A cura será realizada de acordo com a referida norma nas idades especificadas
anteriormente, conforme com as necessidades de cada ensaio.

3.8 REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS

3.8.1 Ensaio de compressão

3.8.1.1 Definição
Para os corpos de prova produzidos ao longo dessa pesquisa, a NBR 5739: Concreto –
Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos (ABNT, 2007) descreve o método
utilizado para a realização do ensaio de compressão.
Para tal as seguintes normas complementares e aparelhagens são necessárias:
• NBR 5738 (ABNT, 2003): Moldagem e crua dos corpos-de-prova cilíndricos ou
prismáticos de concreto – Método de ensaio;
• NBR 6156 (ABNT, 1983): Máquina de ensaio de tração e compressão –
Verificação – Método de ensaio;
• NBR 9479 (ABNT, 2006): Câmaras úmidas para cura de corpos-de-prova de
cimento e concreto – Especificação;
• Máquina capaz de realizar o ensaio de compressão com a precisão adequada;
• Sistema de medição de forças: analógico ou digital, e;
• Pratos de compressão.

3.8.1.2 Execução do ensaio

Após a cura dos corpos de prova nas idades indicadas para o referido ensaio as faces de
aplicação das cargas devem ser rematadas de acordo com a especificação prescrita na NBR
5738: Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova (ABNT 2003).
Em seguida, tais faces assim como as dos pratos de carga devem ser limpas e secas e o
bloco a ser ensaiado deve ser cuidadosamente centralizado no prato inferior. O ensaio deve ser
iniciado com aplicação continua de carga sem choques, com uma velocidade de carregamento
de 0,3 a 0,8 MPa/s.
41

3.8.1.3 Resultados

A resistência a compressão do concreto utilizado para a produção dos corpos de prova


é obtida dividindo-se a carga de ruptura, identificada no ensaio, pela área da seção transversal
do corpo-de-prova.

3.8.2 Ensaio de absorção

3.8.2.1 Definição

Para os corpos de prova produzidos ao longo dessa pesquisa, a NBR 9778: Argamassa
e concreto endurecidos – Determinação da absorção de água por imersão – Índice de vazios e
massa específica (ABNT, 1987), descreve o método utilizado para a realização do ensaio de
absorção de água.
Para tal as seguintes normas complementares e aparelhagens são necessárias:
• NBR 5738 (ABNT, 2003): Moldagem e cura de corpos-de-prova de concreto,
cilíndricos ou prismáticos – Método de ensaio;
• NBR 7215 (ABNT, 1996): Ensaio de cimento Portland – Método de ensaio;
• Balança hidrostática: sensibilidade a 0,025% da massa dos corpos de prova;
• Recipientes adequadas para imersão e fervura das amostras, e;
• Estufa: capacidade de aquecimento de (105 ± 5)°C.

3.8.2.2 Execução do ensaio

Os corpos de prova submetidos ao ensaio de absorção de água devem ser secos na estufa
em temperatura de 105 ± 5 °C durante 24, 48 e 72 horas, sendo a massa das amostras aferida e
anotada em cada um desses intervalos.
Em seguida, após a secagem completa na estufa os corpos de prova devem ser imersos
em água a temperatura de 23 ± 2 °C por um período de 72 horas, sendo a massa aferida durante
esse intervalo de tempo, conforme estabelecido na referida norma. Após essa etapa as amostras
devem ser novamente mergulhadas em um recipiente onde serão progressivamente levadas a
fervura durante cinco horas, após esse período os corpos de prova devem ser retirados e pesados
para posterior análise.
42

3.8.2.3 Resultados

Utilizando os dados obtidos durante a pesagem das amostras, os seguintes cálculos


devem ser feitos:

• Absorção de água após imersão em temperatura de 23 ± 2 °C;


• Absorção de água após imersão e fervura;
• Índice de vazios após saturação em água;
• Índice de vazios após saturação e fervura;
• Massa especifica da amostra seca;
• Massa especifica da amostra após saturação;
• Massa especifica da amostra após saturação e fervura, e;
• Massa especifica real.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5738: Concreto –


Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova: ABNT, 2003. 6 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5739: Concreto –


Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9781: Peças de


concreto para pavimentação: especificação e métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
21 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 248:


Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro: ABNT, 2003. 6 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 26: Agregados


– Amostragem: ABNT, 2001. 10 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 27: Agregados


– Redução da amostra de campo para ensaios de laboratório: ABNT, 2001. 7 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM-ISO 3310-1:


Peneiras de ensaio – Requisitos técnicos e verificação – Parte 1: Peneiras de ensaio com tela de
tecido metálico: ABNT, 1996. 12 p.
43

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM-ISSO 3310-2:


Peneiras de ensaio – Requisitos técnicos e verificação – Parte 2: Peneiras de ensaio de chapa
metálica perfurada: ABNT, 1997. 9p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT): NBR 6156: Máquina de


ensaio de tração e compressão – Verificação: ABNT, 1983. 5 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT): NBR 7215: Cimento


Portland – Determinação da resistência à compressão: ABNT, 1996. 8 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT): NBR 9479: Câmaras


úmidas e tanques para cura de corpos-de-prova de argamassa e concreto: ABNT, 1994. 2 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT): NBR 9778: Argamassa e


concreto endurecidos – Determinação da absorção de água por imersão – Índice de vazios e
massa específica: ABNT, 1987. 3 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NROMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 47: Agregados


– Determinação do material fino que passa através da peneira 75 µm, por lavagem: ABNT,
2003. 6 p.

CARVALHO, E. V. Utilização do resíduo da retífica de cerâmica de revestimento na


produção de concreto para pavimento intertravado. 2013. 141 f. Dissertação (Mestrado em
Tecnologia na área de concentração Tecnológica e Inovação) Universidade Estadual de
Campinas, Limeira, 2013.

CHAVES, A. P. Teoria e Prática de Tratamento de Minérios, Vol. lll. – Britagem,


Peneiramento e Moagem. São Paulo. Oficina do texto, 2012.

FERNANDES, I. Blocos e pavers – Produção e controle de qualidade. São Paulo, ABPC, 182
p., 2012 apud BITTENCOURT, S. F. Avaliação da resistência à compressão de pavers
produzidos com agregados de resíduos de construção e demolição e areia de fundição.
2011. 125 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) Faculdade de Tecnologia, Universidade
Estadual de Campinas, 2011.

GIAMMUSSO, S. E. Manual do concreto. São Paulo: Editora PINI, 160 p., 1992 apud
CARVALHO, E. V. Utilização do resíduo da retífica de cerâmica de revestimento na
produção de concreto para pavimento intertravado. 2013. 141 f. Dissertação (Mestrado em
Tecnologia na área de concentração Tecnológica e Inovação) Universidade Estadual de
Campinas, Limeira, 2013.

PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção


urbana. 1999. 189 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1999.

VIEIRA, R; BRASILEIRO, A. BORA NA OBRA. Aprenda tudo sobre traço na construção


civil. Disponível em: <http://www.boranaobra.com.br/boranaobra/receitas-de-
obra/#comments>. Acesso em: 08 fev. 2018.
44

WADA, P. H. Estudo da incorporação de resíduos de cerâmica vermelha na composição


de concreto para uso em estacas moldadas in loco. 2010. 109 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Universidade Estadual de São Paulo, Ilha Solteira, 2010.

4 RESULTADOS ESPERADOS

Com base nos trabalhos citados espera-se comparar a viabilidade de utilização dos
pavimentos intertravados de concreto produzidos a partir da adição de agregados reciclados
com os pavimentos intertravados convencionais, obtendo dessa forma o traço que melhor se
adapte as exigências estabelecidas na NBR 9781 (ABNT, 2013).
Atualmente, embora os agregados reciclados da construção e demolição venham
ganhando espaço no mercado, sua utilização está associada a desconfiança por parte das
construtoras, uma vez que esses materiais tendem a conferir ao concreto uma resistência a
compressão menor do que a obtida com os agregados naturais.
Desse modo, espera-se com a associação entre os agregados reciclados de cerâmica
vermelha e de assentamento a obtenção de uma resistência próxima, igual ou superior a exigida
pela norma supracitada, garantindo assim a inserção cada vez maior desse tipo de material na
indústria da construção civil.

5 CRONOGRAMA

Segue abaixo o Quadro 4 com o cronograma das atividades a serem desenvolvidas no


presente projeto.

Quadro 4: Cronograma de atividades de desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso 2


2018
MES/ETAPAS
03 04 05 06 07
Escolha do tema
Levantamento bibliográfico
Elaboração do anteprojeto
Apresentação do projeto
Coleta e processamento dos materiais X X
Elaboração dos blocos X
Ensaios laboratoriais X X X
Coleta dos dados X X
Redação do trabalho X X
Revisão e redação final X
Entrega da monografia X
Defesa da monografia X
Fonte: Próprio autor

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