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MAURO SIQUEIRA
TÊNIS
JOGANDO MELHOR
PROFESSOR
MAURO SIQUEIRA
TÊNIS
JOGANDO MELHOR
Ilustrações
de
Ângela Bressane
M.S.
CAPÍTULO 1
A ORIGEM DO JOGO
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o a bola cair fora dos limites do retângulo do jogo;
o a bola cair antes da corda, ou sobre ela;
o a bola ser tocada por dois jogadores da mesma
equipe;
o a bola tocar o corpo do jogador.
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QUADRA DE COURT_PAUME
VISÃO SUPERIOR
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Foi no século XIV,com o aparecimento da
raquete, uma invenção italiana, que o court-paume tornou-
se menos violento e mais interessante, acabando de
emigrar, cruzar o canal da mancha e difundir-se
rapidamente na Inglaterra.
Henrique XIII, que reinou entre 1509 e 1547, foi
considerado o melhor jogador de sua época. Suponho que
tal apreciação tenha sido uma cortesia prudente dos
adversários de sua Majestade, considerando os destino de
Ana Bolena, sua segunda esposa, e Catherine Howard, a
quinta, ambas decapitadas por decreto real.
Mas foi em 1874, um ano depois de voltar da
Índia, onde estivera a serviço de sua Majestade, que o
major inglês Walter Wingfield resolveu patentear uma
invenção: o sphairistike, nome que os gregos davam a
todos os exercícios com bolas (esfera, sphere em inglês).
Para nossa sorte (você já imaginou sair de casa
dizendo: “tchau, vou jogar sphairistike”?) esse nome não
sobreviveu e logo depois passou a chamar-se lawn tennis
(lawn de gramado, onde normalmente era jogado).
Esse major, ainda da Índia, mudou a
configuração geométrica das quadras usadas até então no
longue-paume, court-paume e no royal tennis (a versão
britânica que sucedeu ao court-paume) e idealizou a
primeira quadra de lawn tennis.
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CAPÍTULO 2
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ABCD Æ PLANO PERPENDICULAR AO DA RAQUETE
AB Æ MENOR DIMENSÃO DA RAQUETE
E Æ PONTO DE IMPACTO DA BOLA
FG Æ VARIAÇÃO POSSÍVEL DA TRAJETÓRIA DA
DEVOLUÇÃO DA BOLA
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Portanto, para manter-se em equilíbrio com a
gravidade do nosso planeta, você não precisa se preocupar,
pois o seu corpo, “inteligente” que é, saberá sempre
realizar os movimentos de compensação para que você
não desabe na quadra. Já para dar potência às suas batidas
existem muitos estudos já feitos que irão ajudá-lo. Desde o
primeiro torneio de Wimbledon, há mais de um século
(1877), já se sabia que a melhor maneira de bater numa
bola de tênis é ficando de lado para a quadra, ou seja, de
perfil para o lugar que você deseja que a bola atinja. Por
quê? Bem vamos tratar disto detalhadamente, mais
adiante. Contudo, como se trata de um gesto centenário,
vamos tomá-lo como uma verdade estabelecida para
melhor compreendê-la nos itens seguintes.
A PEGADA CONTINENTAL
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Apenas a porção inferior da região hipotenar tocará as faces 1 e 2 do
cabo da raquete.
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Façamos uma pequena recapitulação antes de ter
a nossa primeira aula “na quadra” lembrando três coisas
básicas: segure a raquete de maneira que ela fique em
linha reta com o braço; a melhor forma de bater numa
bola é ficando de lado para a quadra; a bola sai sempre
perpendicular ao plano da raquete.
É aconselhável que o professor de tênis, antes de
entrar na quadra com alguém para uma primeira aula, tente
conhecer alguma coisa sobre essa pessoa, conhecimento
esse que vai ajudar a determinar o objetivo, a intensidade
e o ritmo dos treinamentos que virão; além disso, deve
procurar revelar um pouco da sua personalidade, para
facilitar essa troca de conhecimentos. É o meu
procedimento e confesso que sempre obtive bons
resultados. É evidente que através de um livro esse
processo é mais difícil, mas, para melhor situar você como
jogador, traduzi o “Programa Nacional de Avaliação de
Tenistas”, elaborado em 1983 pela U.S.T.A. (United
States Tennis Association).
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1.5 Este tem experiência limitada e ainda está tentando,
de uma forma primária, fazer a bola passar a rede;
tem algum conhecimento da contagem, mas não
está familiarizado com as posições básicas e
procedimentos em jogos de simples ou de duplas.
2.0 Este tem noções adquiridas em aula, mas precisa de
experiência de quadra; tem fraqueza nas batidas,
mas começa a se sentir confortável com jogos de
simples e de duplas.
2.5 É o jogador que já bate com mais confiança e
começa a julgar para onde a bola está indo; tem
pouca noção de cobertura na quadra e é
freqüentemente apanhado fora de posição,mas está
começando a manter a bola em jogo com
adversário do mesmo nível.
3.0 Este jogador já pode fazer algumas jogadas com
relativo sucesso; pode sustentar uma volta à
posição em ritmo lento, mas ainda não se sente
confortável com todas as batidas; falta controle
quando tenta acrescentar força.
3.5 Este atingiu a segurança e direção em batidas de
alcance, incluindo os voleios de forehand* e
backhand*, mas ainda não tem profundidade e
variedade; comete algumas duplas faltas e
ocasionalmente ganha pontos no saque.
4.0 É um jogador que tem batidas paralelas seguras de
forehand e backhand; tem habilidade de usar um
variado número de batidas, incluindo lobs, smashs,
approach-shots e voleios; pode colocar o primeiro
serviço e ganha ponto no saque;raramente está fora
de posição em jogos de duplas.
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4.5 Este começou a dominar o uso de força e spins,
pode controlar profundidade nas batidas e é capaz
de mover o adversário para frente e para trás; pode
bater o primeiro serviço com força e precisão e
colocar o segundo saque; é capaz de ir à rede com
sucesso quando servindo em simples e duplas.
5.0 Trata-se de um jogador que tem boa antecipação
para bater; freqüentemente tem uma batida
imponente ou uma consistência excepcional na
estrutura do jogo; pode regularmente vencer
ganhadores; pode executar com sucesso lobs, drop-
shots, bate-pronto* e smashes; consegue
profundidade e spins na maioria dos segundos
saques.
5.5 Este pode executar ofensiva e defensivamente
todas as jogadas; pode rebater com segurança,
mesmo sob pressão; é capaz de analisar o estilo de
seu adversário e pode empregar modelos de
jogadas para assegurar uma maior possibilidade de
ganhar pontos; pode ganhar pontos no primeiro e
no segundo saques; o retorno do serviço pode ser
uma arma ofensiva.
6.0 É um jogador que conhece a fundo e domina todas
as habilidades acima relacionadas; já desenvolveu
força e/ou consistência como arma principal; pode
variar as estratégias e estilos em situações
competitivas. Este é o jogador que teve treinamento
intensivo para competições nacionais.
6.5 Este tem domínio de todas as habilidades acima
descritas e é um jogador experimentado, que
regularmente viaja para competir e cuja renda varia
parcialmente de prêmios ganhos.
7.0 É um jogador de classe internacional.
*BATE-PRONTO: Golpe onde se toca a bola imediatamente após o quique.
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Procurando colocar o jogo de tênis ao alcance de
quem nunca jogou e tentando ajudar a você que acha o
jogo difícil e que muitas vezes sai de quadra irado como
um McEnroe (o endiabrado e genial campeão americano),
vamos decompor os movimentos usados nas batidas de
uma forma gradativa para que, entendendo as várias fases,
você possa encontrar e corrigir os defeitos que o pertubam.
O tênis é um jogo que envolve movimentos
físicos de outros esportes, como correr, saltar e
arremessar, e usa atritos motores básicos de rapidez,
destreza e resistência. Para controlar tudo isso, você conta
com uma qualidade chamada coordenação motora, que
analisaremos um pouco mais à frente.
Já vimos que para bater num mosquito ou numa
bola de papel sempre temos que tomar um impulso para
conseguirmos força, e a continuação que o movimento
fará sempre irá corresponder ao tamanho do impulso
tomado (ou talvez maior um pouco). Isso se ajusta como
uma luva para todos os golpes que usamos no tênis e
obedece ao princípio básico da mecânica, que foi
enunciado por Arquimedes: “a toda ação corresponde uma
reação de igual força e em sentido contrário”.
Portanto para bater numa bola você sempre deve
tomar um bom impulso e, após o golpe, continuar o
movimento, usando no mínimo o mesmo espaço da
preparação. Já foi visto também que o tenista usa o corpo
todo ao jogar, mais precisamente usa o seu peso para
ajudá-lo em todos os golpes nesse jogo. Vamos começar a
ver então as condições ideais para usarmos o nosso peso
nas batidas de direita e esquerda.
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A BATIDA DE DIREITA
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bater: o movimento reto, sem efeitos. Como a bola deve
ser batida quando estiver na altura da cintura, o
movimento deve começar e terminar nessa mesma altura.
A vantagem dessa simplificação é dar ao jogador tempo
para se acostumar à (estranha a princípio) posição de lado
para a quadra. Numa primeira aula o tenista deve treinar a
direita isoladamente da esquerda, e já ir dando atenção
para essas três coisas básicas:
1) a pegada – no começo, a raquete teimará em fugir do
lugar mas, após alguns treinos, seus músculos já
começarão a mantê-la na posição certa mais facilmente;
2) o braço esquerdo – é fundamental para o equilíbrio,
devendo ficar tão “aberto” quanto o direito, estando em
posição de segurar a raquete no final do movimento, o
que assegura uma continuação sempre igual;
3) a noção de um movimento reto – no começo, sua
musculatura “curta” fará com que a raquete suba ou
desça em relação a essa reta; mas logo, com um pouco
de treino realizado com atenção, seus músculos irão se
alongando e obedecendo melhor aos comandos.
A BATIDA DE ESQUERDA
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BATA NA BOLA À FRENTE DA PERNA DE APOIO
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Se, ao fazer esse treino com a direita, a sua bola
estiver indo para o canto direito do seu adversário é sinal
de que você está batendo “cedo”, antes que ela chegue à
frente da perna esquerda; se a bola estiver indo para o
canto esquerdo do seu oponente, é sinal de que você está
batendo “tarde”,quando a bola já passou do ponto ideal.
No paredão você poderá exercitar bem isso, ficando de
lado e mandando a bola voltar à sua direita. Repare nos
desenhos que a perna que fica mais à frente do corpo é
sempre oposta ao lado do qual se vai bater. Portanto,a
perna de apoio para o lado direito é a esquerda e para o
lado esquerdo é a direita.
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É importante acostumar-se desde cedo a fazer o
movimento da batida com o braço esticado pois, batendo
com o braço reto, você trabalha e desenvolve mais
músculos em relação a quando o braço está flexionado. Ao
bater na bola com o braço dobrado, você tensiona menos
músculos, sobrecarregando-os desnecessariamente.
Mais importante ainda é conseguir, com o braço,
fazer uma “alavanca de força”, que transferirá o seu peso
para a bola no instante da batida. Para conseguir essa força
extra, a alavanca (o seu braço) deve ser reto e firme. Como
se sabe, uma alavanca é uma barra rígida que pode oscilar
à volta de um ponto fixo para levantar grandes pesos. Para
conseguir manter o braço esticado até próximo ao final do
movimento, o corpo deve girar, acompanhando a trajetória
da raquete e do braço, que deverá ser na direção do seu
alvo. Desse modo,o peso virá de trás para essa direção.
A princípio, os músculos das costas tentarão
“segurar” o movimento, mas com um pouco de treino seus
músculos irão se alongando e tornando o giro mais fácil.
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A BATIDA DE ESQUERDA COM AS DUAS MÃOS
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Eu considero esse golpe ideal para crianças,
pois o golpe só com uma das mãos demora a ganhar
consistência e força, representando um atraso considerável
no aprendizado. As mulheres que não tenham praticado
muitos esportes, antes de se iniciarem no tênis, também
ganharão com essa força extra do outro braço.
Muitos esportes são praticados com bola e um
instrumento para batê-las, como o golfe, o beisebol e o
hóquei, e os jogadores usam as duas mãos para segurar
tais instrumentos. Isso demonstra que não tem fundamento
o preconceito de muitos tenistas por essa maneira de bater
com a esquerda. Principalmente depois que jogadores
como Connors e Borg dominaram o tênis por quase uma
década, esse golpe, em que ambos eram mestres, ganhou o
seu lugar e qualquer pessoa que decida utilizá-lo estará
fazendo uma boa opção.
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CAPÍTULO 3
TOPSPIN E UNDERSPIN
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comece o movimento abaixo da cintura, com a cabeça da raquete mais baixa
que o cabo;
bata na bola à altura da cintura, com a cabeça da raquete na altura do cabo;
após continuar o movimento na direção do alvo, recolha (dobre) o braço e
pare o movimento na mão esquerda;
a cabeça da raquete termina mais alta que o cabo;
feche a raquete depois de bater;
a raquete fica perpendicular ao chão do início do movimento até tocar na bola.
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parte final do movimento os músculos das costas serão
bastante exigidos, e você os sentirá esticando.
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Analisando mais tecnicamente, se você usar a
batida de esquerda com underspin, estará batendo na bola
no mesmo ponto em que baterá no voleio, por exemplo. O
seu peso será transferido para a bola da mesma maneira
nesses golpes. Aliás o voleio é um golpe que deverá ser
aprendido no primeiro mês que você começar a jogar, pois
isso irá ajudá-lo no desenvolvimento das batidas do fundo
da quadra, e isso você perceberá quando fizermos a
descrição desse golpe.
Sempre acompanhei com tristeza a dificuldade
encontrada por jogadores que desde o início tentavam
aprender a esquerda com topspin, mesmo usando a técnica
apropriada. Nas aulas com seus professores, que
mandavam a bola na altura certa, acertavam bolas lindas e
saíam entusiasmados. No dia seguinte, não conseguiam
repetir a performance frente a seus adversários, que
naturalmente têm peso variável de bola e mandavam-na
em qualquer altura. Aí dá-lhe de quebrar raquete. Creio
que não é isso que você deseja. Para ser um vencedor não
basta jogar bem só contra o instrutor.
As estatísticas também mostram que os tenistas
em geral usam o topspin em 30% dos golpes e o underspin
em 70% das bolas que devolvem pelo lado esquerdo, e
somente entre os cem melhores jogadores do ranking esses
números caem para 50% topspin e 50% underspin.
Assim, se você não é um deles (ainda), a batida
de cima para baixo, que dá o melhor controle possível nas
bolas baixas e principalmente nas altas, é a indicada para
se iniciar no jogo, e depois de algum tempo, quando você
já tiver um bom controle desse golpe, deverá treinar o
topspin e passar a bater cada bola escolhendo entre uma e
outra a maneira de bater.
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o movimento começa acima da cintura, com a cabeça da raquete acima do
cabo;
bata na bola à altura da cintura, com a cabeça da raquete na mesma altura;
o braço começa dobrado para esticar antes de tocar na bola, continuando
assim o máximo possível na direção do alvo. A cabeça da raquete termina
mais baixa que o cabo;
abra a raquete depois de bater;
raquete perpendicular ao chão só no momento do golpe.
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A ESQUERDA DUAS-MÃOS COM TOPSPIN
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CAPÍTULO 4
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Apesar de já ter presenciado muitos momentos
como este, o que mais me marcou foi o protagonizado por
Marcos de Vasconcellos, um bom amigo que o ano de 88
levou. O Marcos era um intelectual e boêmio. Arquiteto,
escritor e músico (da época da Bossa Nova). Uma vez,
após uma noitada daquelas em que ele havia tomado umas
e comido outras, jogamos um set. De um lado, eu, tinindo.
Do outro ele, resfolegando e ainda por cima tentando
impressionar a linda garota que havia chegado e assistia ao
nosso embate. Naquele dia nada dava certo para o Marcos,
e ele quieto e controlado como um gentleman inglês. O
jogo pedia. Porém, dois dias depois, em sua coluna no
jornal “A Tribuna da Imprensa”(RJ), ele escreveu, e
arrasou com o jogo. Não ficou pedra sobre pedra, como
você poderá ver no artigo. E já no título começou com um
trocadilho entre o grande campeão Thomas Koch e o
bacilo (micróbio) homônimo.
O BACILO DE KOCH
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CAPÍTULO 5
COORDENAÇÃO MOTORA
1 - pegada continental;
2 - bater na bola à altura da cintura;
3 - ficar de lado, colocando na frente o pé contrário
ao lado da batida;
4 - usar a batida horizontal (flat);
5 - bater na bola à frente da perna de apoio;
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6 - bater com o braço esticado;
7 - continuar o movimento na direção do alvo;
8 - o braço esquerdo não fica junto ao corpo; dê a ele
sua função certa
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O melhor treino para exercitar o domínio sobre
esse primeiro passo é ter alguém que jogue as bolas com
as mãos, já na distância certa para você bater. Bastarão
dois treinos de quinze a vinte minutos, com a bola sendo
lançada para um lado e depois outro para que você já
possa passar a treinar a corrida, como veremos a seguir.
Ao bater na bola é importante estar sempre parado para
concentrar a força a conseguir dirigí-la para a direção que
terá o golpe: para a frente.
O tenista que não treina dessa maneira, no
começo, normalmente tem muita dificuldade em bater
parado, pois raramente fica à mesma distância entre ele e
a bola por não estar habituado a tal comportamento. Ele,
então, anda na hora de bater, e normalmente esse andar é
para todas as direções, menos para a frente, que é a
direção certa. Pois a verdade é que, se for preciso dirigir
uma força para a frente e, no mesmo instante, você desloca
seu peso para o lado ou para trás, é evidente que a
resultante dessas forças é defeituosa. Como o iniciante
anda no instante de bater, a musculatura não é
suficientemente alongada, os músculos não são
corretamente trabalhados e demora-se muito mais tempo
para ganhar força nas pernas.
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A CORRIDA
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tamanho deles. Explico: partindo do centro da quadra
podemos, com três passos, apanhar uma bola lançada ao
canto; porém, uma bola bem mais próxima e que não dê
para apanhar com só passo, devemos dar três passos
menores para chegarmos certo a ela.
Quem sabe dar três passos para bater, sabe
correr. Nós só devemos “conferir” essa coisa que fazemos
com habilidade desde criança para adequá-la ao jogo.
É comum o iniciante sair com o pé direito
primeiro, o que não o coloca de lado e o obrigará sempre a
dar um passo a mais. Outra coisa a conferir é a tendência
comum que os jogadores iniciantes têm de, principalmente
na esquerda, dar o primeiro passo “para dentro”, não
avançando, mas dirigindo-se levemente para trás, o que os
deixa quase de costas na hora de tocarem na bola,
dificultando em muito o golpe desse lado. Para que você
crie o hábito de correr sempre certo, faça como no
treinamento anterior: peça a alguém que mande com a
mão as bolas na distância certa para você exercitar essa
corrida controlada.
Terminamos assim a primeira fase do nosso
treinamento - o desenvolvimento da coordenação grossa.
Esse estágio vai desde o primeiro contato com a raquete e
com e com o toque da bola até o ponto em que o jogador
já pode executar os movimentos para a direita e para a
esquerda, sob condições favoráveis, com um razoável
controle.
Agora começa a melhor parte. O jogador, após
alguns poucos treinos, já pode sentir o prazer de jogar, de
bater forte, de controlar a bola e dominar os seus próprios
movimentos. Sim, ainda comete muitos erros ,mas é
natural que isso aconteça e em pouco tempo o
desempenho irá melhorando.
Em seguida, tratamos do último golpe que falta
para que você possa jogar a sua primeira partida: o saque.
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CAPÍTULO 6
O SAQUE
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Para ter bom saque o tenista precisa treinar o
movimento até conseguir um alongamento maior da
musculatura das costas e dos músculos inseridos nas
articulações do cotovelo e, principalmente, do ombro, dos
quais serão exigidas uma grande flexibilidade. A melhor
maneira de conseguir esse resultado é exercitar o
movimento, que é bastante amplo, dominando todas as
suas etapas em separado, visto que, além da batida, tem-se
que controlar também o (importante) movimento de
lançamento da bola.
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Faça esse movimento “feito um robô” por alguns dias
para depois reduzí-lo a apontar a raquete na direção do
alvo, colocá-la atrás da cabeça, lançar a bola e batê-la,
tentando seguir a trajetória correta durante todo o
percurso. É muito importante dar essa seqüência para que
você não faça um movimento “mole” e para “puxar” pela
musculatura, visando efetuar corretamente os
alongamentos.
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- com o braço dobrado, leve a raquete pouca coisa para baixo e para trás (na
direção oposta ao alvo) para conseguir mais impulso e dirija a raquete na
direção do ponto de impacto;
- bata na bola pouca coisa à sua direita, pouca coisa à sua frente;
- continue o movimento na direção do alvo;
- recolher (dobrar o braço)cruzando-o pelo corpo, até repousar a raquete na
mão esquerda.
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Para que você perceba a relação entre as batidas,
vamos refazer aquela lista de oito itens usada para treinar
os golpes do fundo e, com uma só substituição no item
dois, verificar que você continuará a exercitar
procedimentos que ajudarão a desenvolver os golpes de
fundo.
1 - pegada continental;
2 - raquete na direção do alvo/atrás da cabeça;
3 - ficar de lado;
4 – chapado - flat;
5 - bater à frente da perna de apoio (lance a bola
nessa direção);
6 - bater com o braço esticado;
7 - continuar o movimento na direção do alvo;
8 - terminar o movimento repousando a raquete na
mão esquerda.
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CAPÍTULO 7
O VOLEIO
DE DIREITA
DE ESQUERDA
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Toda vez que batemos numa bola, sem que ela
quique no chão, estamos executando um voleio, desde que
essa bola não esteja muito mais alta que nossa cabeça.Esse
é o golpe de menor amplitude de movimento, o de técnica
mais simples e o de aprendizado mais rápido no tênis.
Nesse golpe, salvo situação especialíssima, não se bate na
bola, não se acrescenta força a ela. Ao contrário, devemos
amortecer um pouco essa força para devolver a bola com
sucesso.
O voleio é uma jogada de ataque e de rapidez,
mas não necessariamente de força. Muitas vezes, o seu
voleio levemente amortecido terá tanta ou mais velocidade
no trajeto rede/fundo do que teria a bola forte do seu
adversário, se você não a tivesse interceptado e ela fosse
de um a outro lado da quadra.
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Observe quando um jogador de futebol mata uma bola no
peito. Todas as articulações se dobram para o corpo
absorver o golpe, o mesmo acontecendo com o jogador de
vôlei quando ele amortece uma cortada.
Outro ponto importante é a amplitude do
movimento, que deverá ser curto, pois se você não precisa
de força, não precisa de grande impulso; e se você não
precisa de profundidade (lembre-se, você está perto da
rede), não precisa de continuação longa. Além disso, no
voleio você não teria tempo para fazer um movimento
amplo.
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Para treinar, você deve ficar exatamente como
no primeiro desenho: os pés no lugar correto, e a raquete
acima da cintura. Peça a alguém que mande algumas bolas
que você vai bater sem precisar sair do lugar. Uma vez
“decorada” a posição dos pés e da raquete, ao se iniciar o
gesto da batida, você já pode cuidar mais da direção da
bola, que deverá ser golpeada para o meio da quadra.
Nesses primeiros treinos, siga aquela regrinha que você já
conhece: a bola sai sempre perpendicular ao plano da
raquete. Portanto, se ela estiver indo muito cruzada, é por
que você está batendo antes do tempo; e se estiver indo
muito paralela à linha lateral, é sinal de que você está
batendo tarde, isto é, depois do ponto ideal.
Exercitado o movimento mantendo o corpo de
lado, você deve passar treinar obedecendo à atitude correta
para esperar a bola: de frente para a quadra. E, como
ocorreu nos golpes do fundo, agora você já sabe levar
automaticamente a raquete para o ponto certo. E, por sua
vez, os pés, que devem avançar em direção à rede, não se
“confundirão” com a posição diferente já treinada nos
golpes do fundo.
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CAPÍTULO 8
A LINGUAGEM DO ESPORTE
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QUE JOGO ESTRANHO ESSE TÊNIS, TÃO BELO
“Como você responde à agressão? Com outra? É
ofensivo? Ou se recolhe, atua na defensiva? Cansa o
adversário nas brigas? Parte logo para o destruir? O tênis o
denunciará.
Haverá esporte mais solitário e de decisões
solipsistas que o tênis? São horas e horas sem falar.
Tensão e atenção. Pergunta e resposta. Frases curtas. O
tênis não é conversa, encontro ou colóquio: é bate-bola. É
troca de insultos ou interjeições. Oposição de opostos. É
confronto imediato. Nada de defesas verbais. De grandes
teses. Frases curtas e cortantes. Cortadas. Tiradas de
efeito. Frase de lá, resposta de cá. Um de cada vez. Estilo
telegráfico. Ganha o ponto quem fizer a frase mais aguda.
A crítica mais rude. Troca de interjeições! No tênis não há
tempo para conceituar. O fato é mais rápido que a sua
percepção. A jogada engana o olho. Escapa ao reflexo.
Vive de surpresas sempre iguais. Obsessivo. Compulsivo.
Horas e horas no vaivém. Não é um grupo tratando de
acertar. São dois inimigos, um tratando de fazer o outro
errar. O tênis são duas pessoas brigando de morte numa
rua deserta. Só eles. Ninguém mais. Horas e horas.
Disciplinou a torcida. Elegante, apenas palmas,
distinta e distante referência. Tudo o que perturbe a
solidão do ódio dos antagonistas deve ser evitado. Apenas
o espetáculo de duas solidões, se enfrentando, horas e
horas, até exaurir o que será derrotado. Jogo sem empate e
sem metafísica. O tênis é zen. Aqui e agora. Ação pura.
Esporte órfão. Não tem família (equipe). Não
tem pai (técnico). A solidão humana. A luta pela vida.
Orfandade total. Decisões pessoais e silenciosas. A arma é
a raquete. Agressão, muita, derivada para a bola. E tome
pancada. Um antigo ritual de luta. Porretes. Tacapes. Paus.
Lanças. O homem se civilizou, dizem. Ou supõe-se.
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Colocou um espaço entre os contendores. Deu-
lhes pacíficas roupas brancas. Imaculadas. Simulação de
um desejo de paz. Colocou uma rede no meio. A rede
tênue define o espaço vital, ou território, propriedade
privada, quintal, jardim, terreno de cada um: aqui o meu,
ali o seu. Cada um na sua propriedade, defendendo-a. Com
porrete. No meio uma rede. Quase desnecessária, linha
semi-imaginária, simbólica, mas suficientemente nítida
para separar os territórios. Igual aos modestos portões ou
porteiras. Fáceis de ser transpostos, mas expondo a risco
de vida quem o faça, por dar direito de reagir à invasão de
domicílio.
Dois contendores afastados e vestidos de branco.
Uma bola para os ligar. Resistente, elástica, ela pode e
deve apanhar. E apanha. Ela representa o outro. Ela envia
a mensagem e ao mesmo tempo é a mensagem. A
violência da raquetada é no outro sem precisar dá-la nele.
Porque há a bola. O tênis é a representação simbólica de
uma violenta luta entre dois homens, sem exercitar
nenhuma forma pessoalmente agressiva entre os
contendores. Dois solitários e obsessivos lutadores, horas
em silêncio, um na espreita do menor gesto ou esperteza
do outro, ambos colocando na bola o ódio conflitivo. O
tênis é a tocaia honesta e civilizada.
Se toda agressão humana pudesse canalizar a
violência de seu impulso, através de uma representação ao
mesmo tempo intensa e saudável, metade de suas crises
inexistiriam. Tanto quanto esporte de técnica, beleza e
eugenia, o tênis é descarga de agressividade. É poder bater
à vontade, surrar horas a fios, abater sem remorso, tascar
sem pena, cortar sem dó, surpreender, tocaiar sem piedade,
espancar sem temor ou culpa. Há uma bola no meio Há
distância entre os contendores. Há uma rede no meio. Há
roupa branca de paz, de médico e de casamento. Há
silêncio e respeito na platéia. Há o pressuposto de
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civilização, nobreza e distinção. Eles se batem de longe.
Odeiam-se em silêncio. Cercado se significantes de
civilização, respeito e status, o tênis é a mais terrível
expressão de solidão e agressão tornadas esporte e beleza.
Que jogo estranho!”
ARTHUR DA TÁVOLA
66
CAPÍTULO 9
MOTRICIDADE I
Günter Schnabel
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ABAIXAR O CORPO, OU COMO FAZER O SEU
CORPO AJUDAR MAIS O MOVIMENTO
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BATIDA DE DIREITA
BATIDA DE ESQUERDA
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Uma coisa que costumo dizer a quem estou
treinando é que a ação das pernas é de tão grande
importância nas batidas que as pessoas devem imaginar
que vão “bater e dirigir a bola com as próprias pernas”.
Outra situação que exige o corpo abaixado ao
bater é quando a bola lhe chega fora da altura da cintura,
que é a ideal. Quando você vai bater numa bola que vem
muito baixa, o certo é abaixar para que a cintura esteja na
altura mais próxima possível da altura da bola.
ABAIXANDO-SE NO VOLEIO
70
VOLEIO DE DIREITA
VOLEIO DE ESQUERDA
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CAPÍTULO 10
AS RAQUETES
72
As raquete trazem colado, próximo ao cabo, um
adesivo que indica o peso e o grip. As medidas de peso
são:
L = LIGHT - LEVE
M = MEDIUM - MÉDIA
LM = LIGHT/MEDIUM
73
Howard Head, engenheiro e designer, resolveu
gozar férias numa estação de esqui. Contratou um
professor e pôs-se a descer as montanhas nevadas plantado
num par de esquis. Após muitos tombos, concluiu que a
culpa era dos esquis, feitos de madeira. Resolveu então
dedicar-se ao estudo do equipamento considerado por ele
“duro demais, sem molejo...”.
Mister Head projetou então um esqui mais leve,
bem maleável e com mais flexibilidade longitudinal. A
base era de plástico, o interior de madeira e as bordas de
aço, com revestimento de alumínio. Depois de muitos
testes, o novo equipamento foi aprovado. Nasciam os
famosos esquis marca Head. Já nos anos sessenta, quando
os Estados Unidos tinham mais de um milhão e meio de
esquiadores, a metade deles usava os esquis Head, que
davam a qualquer um a chance de esquiar com extrema
facilidade.
Com dez anos de sucesso e lucros espetaculares,
Mister Head vendeu a companhia e a marca para a AMF
por dezesseis milhões de dólares. Retirou-se dos negócios,
claro, e continuou a esquiar com as finanças equilibradas
para sempre. Disposto a desfrutar da vida, construiu uma
casa num lugar paradisíaco. Para não sucumbir ao ócio de
uma vida fácil, Howard Head resolveu mergulhar no tênis.
Construiu uma quadra no jardim, contratou um professor e
começou vida nova.
Como todo iniciante, Head sofria com as bolas
que teimavam em bater no aro, em vez de bater no centro
da raquete. Para treinar mais, comprou uma máquina de
lançar bolas, fabricada pela Prince, pequena empresa do
ramo. Logo Head descobriu defeitos na máquina e
resolveu aperfeiçoá-la. Levou seus desenhos à fábrica e,
em pouco tempo, suas idéias foram aceitas, passando a
empresa a fabricar a nova máquina, tendo Howard Head
como sócio. A Prince cresceu vertiginosamente e no início
74
da década de setenta já detinha 50% do mercado.
Enquanto isso Head continuava a jogar mal. Até que um
dia ele chegou à conclusão de que a culpa era da raquete e
não dele. Voltou à prancheta. Para aumentar a estabilidade
reduzindo o torque (a tendência de rodar em torno do
próximo eixo), Head aumentou o raio da cabeça da raquete
em duas polegadas e, como ficasse muito redonda,
estendeu a área encordoada para o cabo e confeccionou-a
em metal para suportar a força extra das cordas mais
longas. O resultado foi um sweet-spot muito maior. O
sweet-spot de uma raquete de tênis é o centro, o lugar ideal
para se bater na bola.
Como a inovação não feria as regras do jogo,ele
patenteou o modelo: uma raquete de área de corda quase
duas vezes maior do que a tradicional, com um sweet-spot
quatro vezes maior. Surgia então a raquete Prince, que
melhorou o jogo de Mister Head, o de muita gente, e
aumentou ainda mais a sua já gorda conta bancária.
Hoje são muitas as marcas que fabricam
raquetes de cabeça grande (big-size). E, como decorrência
da ousadia de Howard Head, já há também a intermediária
entre elas e as pequenas que são as de cabeça média (mid-
size). Eu recomendo aos iniciantes que usem as marcas de
acordo com as possibilidades e desejos de cada um,
lembrando-lhes sempre que as raquetes brasileiras são
comparáveis às melhores raquetes do mundo.
75
CAPÍTULO 11
A DEVOLUÇÃO DO SAQUE
devolução de direita
- posição inicial;
- avançar o pé esquerdo;
- raquete atrás;
77
- batida;
- termina aberto;
- direção;
- rotação do corpo – abaixar o corpo;
- braço encolhido;
Na devolução de esquerda repetir o mesmo procedimento,
mudando o pé esquerdo para pé direito no 2o item.
78
CAPÍTULO 12
O SMASH
- fique de lado (de perfil) para onde vai mandar a bola, pé esquerdo à frente;
- a cabeça da raquete vai direto para trás da sua cabeça, pelo caminho mais
curto possível; no smash, o tempo de preparação é muito mais curto que no
saque; portanto, não faça movimentos longos para colocar a raquete no
ponto certo;
- use o braço esquerdo para apontar a bola; isso o deixará em equilíbrio;
dando-lhe essa função, o braço esquerdo não fica dobrado e “esquecido”
na frente do corpo;
- dê uma laçada (movimento circular que a raquete faz atrás da cabeça) para
tomar impulso.
79
O smash (esmagar em inglês) é o golpe mais
violento do tênis. Um jogador competente normalmente
faz ponto certo no smash, pois o ângulo favorável da bola,
bem mais alta que a rede, e o fato de ter a quadra toda
como alvo, torna possível “soltar” bem o braço.
Repare nos desenhos que o posicionamento e a
mecânica do smash são praticamente iguais aos do saque.
Assim como no saque, a força do smash
depende bastante da velocidade do braço. Para garantir
estar passando no ponto de impacto com a bola no ápice
da velocidade do movimento,`faça uma continuação longa
e veloz após bater na bola. Isso é muito importante porque
a desaceleração de qualquer movimento nunca é feita de
imediato, e a ordem para frear é dada e começa a ser
executada sempre muito antes do seu final. A maneira
mais simples de treinar o smash é fazendo uso de um
paredão:
- bata na bola para que ela quique primeiro no chão, depois na parede e tente
apanhar a bola com a mão esquerda, sempre se movimentando de lado para o
paredão; esse exercício é bom para treinar essa estranha (a princípio)
movimentação; quando você já estiver controlando melhor a força e direção
da bola, passe a fazer smashs seguidos.
80
CAPÍTULO 13
A DIREITA TOPSPIN
81
A ESQUERDA TOPSPIN COM DUAS MÃOS
- Leve a raquete atrás, pouca coisa acima da cintura, com os braços dobrados;
- Faça uma pequena curva para tomar impulso e passe a raquete pelo ponto
baixo onde você começava o movimento.
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CAPÍTULO 14
LOB E DROP-SHOT
O LOB DE DIREITA
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O LOB DE ESQUERDA
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O DROP-SHOT DE DIREITA
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O DROP-SHOT DE ESQUERDA
86
para ter mais domínio sobre a bola e sobre a direção a dar,
você não pode esquecer de uma coisa: acompanhe com o
corpo o gesto do braço e da raquete. Faça, então com que
o seu corpo abaixe e suba suavemente para acompanhar a
trajetória das batidas sempre que fizer um lob ou drop-
shot.
A continuação do movimento é o que dá a
profundidade ao golpe; portanto, como você quer mandar
uma bola curta, a continuação tem que ser igualmente
curta e para cima, pois você também quer jogar a bola um
pouco mais alta que a rede. Para treinar esse toque,
exercite-o com um amigo, fazendo um bate-bola bem
próximo à rede, tentando mandar a bola para quicar, no
máximo, a um metro dela.
87
subir (se o gesto é ascendente) ou descer (se ele é
descendente), eu costumo dar a entender que o abrir ou
fechar a raquete fazem parte da continuação do
movimento, quando, na realidade, pertencem à fase
principal do gesto, ou seja, da batida na bola.
Como você já sabe, a bola sai sempre
perpendicular ao plano da raquete. Se você estiver batendo
corretamente com ela perpendicular ao chão, no caso de
uma batida com topspin, e a bola estiver subindo além do
desejado, feche um pouco mais a raquete. Se for o
contrário e ela estiver descendo muito, suavize mais o
gesto .Se for o caso de uma batida com underspin e a bola
estiver descendo, abra um pouco mais a raquete e, se ela
estiver subindo muito, suavize o gesto e não abra tanto.
Lembre-se: abrir a raquete quer dizer virar a face usada no
golpe para cima. Fechar é voltar a face da raquete para o
chão.
88
CAPÍTULO 15
A AMERICANA E A AUSTRALIANA
89
SEGUNDA PARTE
90
olímpicas, duas no pan-americano, foi várias vezes
campeão sul-americano, brasileiro etc. Isso no basquete.
Na Argentina, onde estudou, foi campeão universitário de
natação e decatlo, além de ter sido campeão brasileiro de
vôlei. No tênis, ele começou aos vinte e oito anos e
chegou a ser um bom de segunda classe.
Nós sempre treinávamos juntos e jogamos vários
torneios em dupla ou um contra o outro. Uma coisa
curiosa é que o Amaury se desconcentrava com qualquer
ruído. Exigia silêncio para jogar. Logo ele, que vinha
vitorioso de esportes em que a torcida tem uma presença
ensurdecedora, como basquete e vôlei, jogados sempre em
quadra coberta, que amplifica brutalmente a algazarra do
público.
Eu mesmo assisti a uma decisão de título de
basquete em que, a três segundos do final, o time de
Amaury perdia por um ponto, quando alguém fez uma
falta nele. Ele tinha dois arremessos. Se acertasse só um, o
jogo iria para a prorrogação, pois em três segundos não
daria tempo para mais nada. Se errasse os dois, seu time
perderia. Se acertasse as duas cestas, seu time seria
campeão. Imagine a responsabilidade. A torcida contra,
urrava. O Amaury, impassível, respirou fundo e lançou a
primeira bola: cesta. Encestou a segunda com igual
tranqüilidade e foi campeão. Em contrapartida, no tênis eu
o vi perder um torneio, porque, a dez metros da quadra,
duas pessoas conversavam, tirando-lhe a concentração.
Quem já entrou numa quadra de tênis, primeira
classe ou principiante, compreende, certamente, o drama
do meu querido amigo Amaury. O tênis é um jogo de
precisão e, como tal, exige uma atenção absoluta.
91
CAPÍTULO 16
AS PEGADAS EASTERN
92
EASTERN DE DIREITA
EASTERN ESQUERDA
93
A pegada eastern foi criada nos Estado Unidos,
mais precisamente na costa leste (oriental, eastern em
inglês) e se encaixa com perfeição para os golpes com
topspin de direita e de esquerda. A principal vantagem
dessa empunhadura é permitir mais liberdade ao pulso.
Fica mais fácil dar efeito na bola e, conseqüentemente,
com mais efeito, tem-se mais controle e pode-se bater
mais forte.
Quando o jogador é principiante, esse pulso
mais solto é prejudicial, porque provoca falta de domínio,
de firmeza, e quando ele vai sacar, volear, smashar ou
fazer um golpe com underspin acaba tendo pouco controle
sobre a bola. Outra vantagem de fazer os drives (outra
denominação em inglês dos golpes do fundo, forehand ou
backhand) com essa nova pegada é poder bater na bola
bem mais à frente do corpo, ganhando um bom acréscimo
de força.
94
CAPÍTULO 17
A DIRETA TOPSPIN
COM A PEGADA EASTERN
95
Martina Navratilova é um exemplo de tenista de
técnica perfeita. Ela usava a pegada continental para todos
os golpes e, somente depois de se profissionalizar, foi que
passou a usar o grip eastern para fazer o topspin na direita
e na esquerda. E com que perfeição Martina passou a
executar esses golpes!
96
CAPÍTULO 18
A ESQUERDA TOPSPIN
97
raquete do Tiriac, quando ele ia bater a esquerda com
topspin, ficava sempre fechada, voltada para o chão.
Peguei o binóculo e conferi. Descobri não só a pegada
como a maneira correta de manter o pulso, que
diferentemente da direita, devia ficar firme o tempo todo.
Fui tentar aplicar o novo jeito e a nova pegada e não dava
certo. Faltava ainda alguma coisa.
Algum tempo depois, novamente ao vivo (pela
TV você não tem noção da força nem da velocidade da
bola e dos jogadores) fui assistir a outro grande jogador do
passado, o espanhol Manoel Santana, um ex-apanhador de
bolas que ganhou Roland Garros em 61 e 64 e Wimbledon
em 1966, ficando entre os melhores do mundo até o meio
da década de 70.
98
Dessa vez, fiquei bem perto da quadra, ao nível do chão e
próximo à linha de fundo. Quando ele ficava de lado para
bater eu o via de frente e pude então observar o que faltava
para o meu topspin de esquerda: bater na bola bem mais à
frente do corpo.
Com a ajuda da nova esquerda, algum tempo
depois eu chegava à segunda classe.
O movimento dessa batida é igual ao que você faria se tivesse que impulsionar
uma roda para a frente.
99
reparado nisso e não se pode dizer que esteja errado, pois
esses jogadores dominam de tal forma a transferência de
peso (fruto de muitos treinos batendo com a postura
correta), que conseguem colocá-lo no golpe mesmo
apoiados no pé errado. O mesmo já não ocorre na
esquerda. O golpe aqui exige que as coisas estejam no
devido lugar.
Você poderá ver Ivan Lendl, Pat Cash ou Boris
Becker batendo a direita com o corpo de frente para a
quadra, mas não verá jamais nenhum deles fazer o mesmo
na esquerda. Portanto, treine bem a técnica desse golpe. E
agora que você tem duas opções, passe a usar cada vez
mais o topspin, deixando o backspin para as bolas altas,
moles e as mais difíceis de controlar.
100
CAPÍTULO 19
102
CAPÍTULO 20
O SAQUE SLICE
103
- use a pegada australiana;
- leve a cabeça da raquete atrás da sua cabeça;
- lance a bola bem à sua direita;
- vá com a raquete direto para a bola, como se quisesse tirar dela uma pequena
fatia;
- contorne a bola, fazendo com a raquete uma curva acentuada;
- dirija a continuação do movimento para o seu alvo;
- termine o movimento com a cabeça da raquete aberta.
104
Para treinar esse novo saque simplifique o
movimento e faça-o em duas etapas: primeiro, leve a
raquete atrás da cabeça e somente depois lance a bola para
batê-la; quando você estiver controlando todo o gesto e a
bola estiver entrando, aí então você poderá passar a fazer
o movimento direto, da mesma forma como nós já fizemos
ao treinarmos o primeiro saque.
Durante alguns tempo faça o primeiro e o
segundo saques com slice, até você ganhar bastante
segurança, passando depois a fazer o primeiro forte e o
segundo com slice.
Geralmente, o tenista que treina pela primeira
vez esse saque (e com essa pegada) fica um pouco
desanimado, pois as bolas teimam em ir muito mais à
esquerda do que ele deseja. Isso é normal acontecer e é só
fazer dois ou três treinos que a bola passa a obedecer ao
seu comando de direção.
105
CAPÍTULO 21
106
O mais eficiente segundo saque, o que faz a bola
ir com uma mistura de efeitos topspin e sidespin (efeito de
lado) juntos, é destinado aos bons jogadores, pois exige
um domínio sobre o corpo que só um tenista mais
avançado consegue ter. American twist é um nome
perfeito para esse saque. Quando a bola sai da raquete do
sacador, vai levemente para a direita. Depois, fazendo no
ar uma curva, vai para a esquerda e, após quicar, além de
subir muito ela vai de novo para a direita. Esse saque é
bastante utilizado como jogada de ataque em jogos de
duplas, quando um jogador se encontra na rede e o sacador
quer acompanhar o saque, indo também à rede. Além de
dificultar a devolução, a trajetória mais longa da bola, em
virtude das curvas que faz no ar, dá mais tempo ao sacador
para que ele chegue à rede.
Eu tenho insistido em dizer que sempre devemos
acompanhar com o corpo o movimento que o braço faz, e
aí reside a maior dificuldade a vencer para se executar o
saque liftado (lift = erguer, levantar).
107
Assim como nos dois outros saques, esse
também requer que se comece fazendo-o em dois tempos,
até que se tenha um bom controle sobre esse complexo
movimento.
108
CAPÍTULO 22
AS PEGADAS WESTERN
109
Foi também nos Estados Unidos, desta vez na
costa oeste (ocidental, western, em inglês), onde o tênis
sempre foi jogado em quadras rápidas, que surgiu a
pegada western.
Tal como no grip eastern, e de forma mais
acentuada, essa pegada dá muita liberdade para o
movimento de pulso, permitindo uma variação de efeito
topspin muito maior. Esse era, ou é, o grip usado para os
drives por Ivan Lendl e creio que, apesar da minha
preferência pessoal pelas pegadas eastern, o jogador
(adiantado) que optar pelo grip western estará fazendo
uma boa escolha.
A técnica para você usá-las no topspin de direita
e esquerda é igual à demonstrada para os mesmos golpes
com a pegada eastern. A única diferença é que você deve
bater na bola ainda mais à frente do corpo.
110
CAPÍTULO 23
O LOB TOPSPIN
111
O lob com topspin é um golpe em que é
fundamental utilizar a pegada western. O efeito em
topspin exigido para que ela descreva uma curva sobre o
jogador que está próximo à rede é muito grande.
No lob amortecido, mesmo que você tente
disfarçar o gesto, ele sempre o denuncia, permitindo que o
adversário anteveja a jogada e vá se afastando antes
mesmo de você bater, além da bola vir lenta, dando mais
tempo ainda ao oponente de se colocar.
Com o lob topspin tudo é diferente e a jogada
torna-se puro ataque, porque a preparação é idêntica a de
um drive normal, só mudando a continuação do
movimento, quando já é tarde para qualquer antecipação.
Além disso, a trajetória da bola é muito rápida e não dá
tempo para seu adversário sequer correr para trás a fim
de apanhá-la. O argentino Guillermo Vilas era mestre
neste golpe, assim como Borg, que foi eleito o melhor
contra-atacante da história do tênis .Aliás, talvez seja essa
a melhor maneira de definir o lob topspin: um golpe de
contra-ataque.
112
A maior dificuldade a vencer nesse golpe é
coordenar (ordenar junto, lembra-se?) dois objetivos
distintos:
113
CAPÍTULO 24
114
Qualquer golpe executado com underspin pode
mandar a bola forte e com pouco efeito, como também
pode mandá-la bem amortecida e com isso diminuir ou
aumentar a descida da raquete em relação à bola.
A variação desse efeito (e de qualquer outro)
deve levar em consideração a segurança ou a força que
você quer aplicar aos golpes.
115
CAPÍTULO 25
O APPROACH-SHOT
116
A resultante de uma força para um lado (peso) e
a sua batida (força do braço) para outra direção não pode
ser favorável a um bom golpe. Como bem ensina o
conhecido Eduardo Menga, ex-professor em São Paulo e
atualmente árbitro internacional de tênis: “Um bom golpe
é aquele que melhor respeita as leis da física”.
117
CAPÍTULO 26
OS TREINAMENTOS
118
Como existe uma infinidade de exercícios
possíveis de fazer para treinar qualquer golpe,
exemplifico, para simplificar, mostrando o caminho a
seguir para treinar um único deles. Você poderá,
entendendo os seus objetivos, transportar o sistema para
qualquer outro golpe que queira.
119
Quando estiver controlando o gesto, e a bola
estiver indo na direção desejada (repita sempre uma
mesma direção), passe a ficar de frente para esperar a
bola, dando um passo antes de bater.
120
frente para a quadra. Faça várias séries de um minuto, com
um minuto de descanso.
121
Coloque um alvo de um metro quadrado na
quadra, de preferência branco, para chamar a sua atenção e
repita o treinamento da corrida no mesmo esquema dos
dois anteriores. Faça uma contagem de tempo e de
resultado (bolas acertadas no alvo).
123
PARA TREINAR A DIREÇÃO
124
Para treinar a direção, coloque um alvo na
quadra e peça ao seu parceiro que mande as bolas (só de
um lado a princípio) para você tentar acertá-lo (o alvo, é
claro, não o seu amigo).
Você pode estabelecer um tempo (tipo três
minutos) e ver quantas bolas acerta no alvo. Nos treinos
posteriores, poderá tentar melhorar essa marca inicial e
depois ir colocando dificuldades a serem superadas
gradativamente, tais como incluir uma pequena corrida,
bater uma bola de cada lado, aplicar mais força etc. Para
treinar o saque colocado ponha um alvo menor e obedeça
ao mesmo princípio.
OUTROS EXERCÍCIOS
125
PARA TREINAR O SMASH
126
com facilidade, liberando assim a cabeça para pensar nas
táticas do jogo.
128
CAPÍTULO 27
O TIE-BREAK
129
saque (com duas bolas) e o restante, dois saques cada um
até que alguém faça sete pontos, desde que haja uma
diferença de dois pontos para um dos lados. Como um só
serviço* é feito pelo primeiro sacador, o segundo sacador
saca para a esquerda e depois para direita, e assim
sucessivamente.
130
CAPÍTULO 28
131
para fazer uma partida contra ele. Para minha surpresa, no
segundo game ele já tinha voltado a avançar demais na
bola em a bater andando para trás, seguindo o seu
“instinto” anterior aos treinamentos.
De outra vez, querendo uma parceira para testar
o jogo de uma jovem que treinava comigo, resolvi
convidar uma aluna de outro instrutor que acabara de
treinar na quadra ao lado, para que fizéssemos uma dupla.
Eu jogaria com minha aluna e ela com meu assistente, e
faríamos assim um jogo equilibrado. Pelo o que eu tinha
observado algumas vezes, a aluna convidada possuía
ótima coordenação motora e bastante força muscular, o
tipo com total facilidade para jogar, e demonstrava, no
bate-bola com seu professor, já estar jogando bastante
bem. Porém, quando começamos a partida, seu jogo foi
decrescendo, e ela foi apresentando dificuldades para
devolver as bolas mais lentas mandadas pela minha
parceira, errando bolas fáceis mesmo quando eu as
mandava com mais peso para facilitar-lhe a batida.
Tanto um caso como outro nos remetem a um
ponto crucial para todo tenista: como repetir com seus
parceiros a performance conseguida com seus
professores. A coisa é mais simples do que parece.
Todos os treinamentos têm que levar em
consideração que você possui um ritmo, que o jogo possui
um ritmo. Em ambos os casos citados, os tenistas tinham
jogado em ritmo de treinamento, e não haviam treinado o
ritmo num set. O primeiro caso, já ocorrido há bastante
tempo, foi o que me levou a sempre treinar cada pessoa
até que ela conseguisse jogar com sucesso com outra
pessoa de seu nível.
Como vimos anteriormente, você deve começar
treinamento de um golpe sempre ficando parado, tendo
uma pessoa para jogar as bolas na distância e na altura
corretas para você executar a mecânica do golpe. O
132
lançamento da bola até você deve ser feito com intervalos
de tempo regulares. Depois você poderá ficar de frente
para a quadra e dar o passo inicial (o primeiro passo da
corrida ) e bater. Você precisa que o seu parceiro continue
mandando as bolas com intervalos de tempo regulares, e
posteriormente, após treinar dessa forma a corrida ainda
controlada, deve fazer um bate bola usando esse golpe
com o seu parceiro ditando o ritmo do jogo, ou seja, se por
descontrole você bater forte demais, ele deve devolver a
bola mais lentamente, e se você bater muito devagar, ele
deverá acelerar a devolução, para que o intervalo entre as
batidas seja num tempo regular. Treinar com música
(instrumental ou clássica) pode ajudar. Você pode achar
um ritmo na música e tentar seguí-lo enquanto joga.
Para você juntar todos os golpes treinados
separadamente ao conjunto do seu jogo, você deve treinar
sets simulados, tendo o seu parceiro e/ou treinador para
ditar o ritmo do jogo. Vocês podem jogar com cada um
sacando durante certo tempo, como se fosse um jogo real,
só que sem a preocupação da contagem ou resultado, e sim
com a atenção voltada somente para o ritmo. Tendo
seguido esse procedimento você estará adquirindo um
ritmo padronizado, mas que não será o definitivo, posto
que este virá naturalmente, pois você acabará descobrindo
o seu ritmo natural.
Quando você estiver jogando com qualquer com
qualquer pessoa, tente impor o seu ritmo. Se você estiver
vencendo não o altere de maneira nenhuma, e caso você
esteja perdendo, tente mudar o ritmo do jogo, tente
quebrar o ritmo imposto pelo seu adversário.
Em esportes coletivos, a figura do técnico é,
quase sempre, fator fundamental para a vitória de um time.
Do lado de fora, ele percebe mais facilmente o ritmo do
jogo e vai fazendo alterações para usá-lo a favor do seu
time. No vôlei, por exemplo, podemos ver como os
133
técnicos influenciam pedindo tempo quando o time
adversário entra num ritmo e acerta vários pontos
seguidos, alterando dessa forma a continuidade desse
ritmo.
Estão aí algumas informações para ajudá-lo a
refletir a respeito de uma coisa tão complexa e
fundamental, e, em tênis onde o técnico não pode opinar
no meio de um jogo (à exceção de jogos entre países, na
taça Davis), você tem que desenvolver sua sensibilidade
para saber usar o ritmo a seu favor.
Aprender a jogar com ritmo é a última fase de
todo o nosso treinamento. Creio que aprender a jogar tênis
por um livro pode não ser coisa fácil, mas é possível. É
fundamental ter em mente que tudo deve ser treinado
separadamente e harmoniosamente agrupado. Conheço
professores que ensinam coisas demais, dão informações
demais, e depois de algum tempo o aluno começa a se
sentir incapaz, pois o professor lhe explica, ele entende,
mas não consegue realizar. Lembre-se: instrução demais é
pior que nenhuma.
O professor deve funcionar como um diretor de
teatro ou de cinema: ele tem que dirigir o jogador como se
faz com um ator. É o diretor quem dirige os movimentos
para ajudar a enfatizar a emoção que o ator tem que
passar. O professor deve dirigir os movimentos do tenista
de forma a fazê-lo jogar com a técnica apropriada, e usar
bem o corpo para bater . Acredito que, através do texto e
das ilustrações desse livro e com a ajuda dos seus amigos,
você também conseguirá fazer isso.
— Agora, o serviço é seu.
134
CAPÍTULO 29
REGRAS OFICIAIS
A QUADRA
Regra 1 –A quadra
135
7,5cm2 ou 7,5cm de diâmetro. Os centros dos paus de simples
devem estar a 0,914m para fora da quadra de simples.
A rede deve ficar completamente estendida, de modo
a preencher o espaço total entre os dois postes, e deve ser de
uma malha suficientemente pequena para evitar que a bola a
atravesse. A sua altura deve ser de 0,914m no centro, sendo
mantida esticada por uma fita de não mais que 5cm de largura e
de cor inteiramente branca. Deve existir uma fita cobrindo a
corda ou cabo metálico e o topo da rede com não menos de 5cm
e não mais que 6,3cm e de cor branca. Não devem existir
anúncios na rede, fitas ou paus de simples.
As linhas que delimitam a quadra são chamadas de
linha de base ( linha de fundo) e de linhas laterais. Em cada lado
da rede, numa distância de 5,40m dela e paralelamente a ela,
deve ser riscada a linha de saque. O espaço de cada lado da
rede, entre linha de serviço e as laterais, deve ser dividido em
duas partes iguais, chamadas quadras de saque, por uma linha
central de saque, a qual deve ter 5cm de largura, riscada
eqüidistante às duas linhas laterais.
Cada linha de fundo deve ser dividida por uma linha
imaginária já continuação da linha central de saque, com 10cm
de profundidade para dentro da quadra e com 5cm de largura,
chamada de marca central.
Todas as outras linhas não devem ter menos que
2,5cm nem mais que 5cm de largura, exceto a linha de fundo,
que pode ter 10cm de largura. Todas as medidas devem ser
feitas com referência à parte externa das linhas. Todas as linhas
devem estar uniformemente coloridas.
Se forem colocados no fundo da quadra anúncios ou
qualquer outro material, eles não podem conter branco, amarelo
ou qualquer cor clara. O mesmo procedimento deve ser adotado
no caso de anúncios nas cadeiras dos juízes.
Nota: No caso de torneios da ITF (Federação
Internacional de Tênis), como Copa Davis ou outro, deve haver
um espaço atrás da linha de fundo não menor que 6,4m e dos
lados não menor que 3,66m.
136
Regra 2 – Instalações permanentes
NOTA
A BOLA
Regra 3 – A bola
137
A RAQUETE
Regra 4 – A raquete
Regra 7 – O saque
139
Regra 8 – Foot-fault
140
C - Se a bola sacada toca uma instalação permanente (outra
que não a rede,cinta ou fita) antes de atingir o solo.
Regra 13 – O let
141
Regra 14 – Let no saque
O saque é um let:
142
Se um engano é cometido e a seqüência correta não é
seguida, os jogadores devem tomar suas posições corretas tão
logo seja descoberto e seguirem a seqüência original.
A BOLA EM JOGO
143
Regra 20 – Jogador perde o ponto
144
Regra 21 – Jogador obstrui oponente
BOA DEVOLUÇÃO
OBSTRUÇÃO
A CONTAGEM
146
Se ambos os jogadores tiverem vencido três pontos, a
contagem é “iguais”. O ponto seguinte vencido por um jogador
dá a vantagem para aquele jogador. Se o mesmo jogador vence
o ponto seguinte, ele vence o game; se o outro jogador vence o
ponto, a contagem é novamente “iguais”. E assim por diante,
até que um jogador vença dois pontos imediatamente seguintes
à contagem “iguais”, quando o game é marcado para aquele
jogador.
SIMPLES
147
II - O jogador a quem cabia sacar deve ser o sacador para o
primeiro ponto. Seu adversário deverá ser o sacador para
o 2o e 3o pontos e, daí em diante, cada jogador deve sacar
alternadamente por dois pontos consecutivos, até que o
vencedor do game e do set seja conhecido.
DUPLAS
ROTAÇÃO DO SERVÇO
148
Regra 28 – Número máximo de sets
OS OFICIAIS DA QUADRA
149
JOGO CONTÍNUO
150
D - O juiz pode suspender ou retardar o jogo, a qualquer
tempo, desde que necessário e apropriado.
151
H - Havendo violação do princípio de que o jogo deve ser
contínuo, o árbitro pode, após dar a devida advertência,
desqualificar o infrator.
Regra 31 – Instruções
152
AS DUPLAS
153
recebe o saque no primeiro game deve decidir qual parceiro
receberá o primeiro saque e aquele parceiro deve continuar a
receber o primeiro saque em cada game ímpar, durante aquele
set. A dupla adversária deve, da mesma forma, decidir qual
parceiro deve receber o primeiro saque do segundo game e deve
continuar a receber o primeiro saque em cada game par, durante
aquele set. Os parceiros devem receber o saque alternadamente
durante cada game.
154
Regra 40 – Jogando a bola em duplas
155