Vous êtes sur la page 1sur 77

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE TRÊS LÂMINAS DE ÁGUA E DUAS

COBERTURAS DE SOLO NO RENDIMENTO DO PEPINO (Cucumis


sativus L.) NAS CONDIÇÕES EDAFO-CLIMÁTICAS DE CAIA

JOSÉ INÁCIO FAUSTINO CHASSALA


UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL- MOCUBA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRONÓMICA

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE TRÊS LÂMINAS DE ÁGUA E DUAS


COBERTURAS DE SOLO NO RENDIMENTO DO PEPINO (Cucumis sativus L.) NAS
CONDIÇÕES EDAFO-CLIMÁTICAS DE CAIA

Autor: José Inácio Faustino Chassala

Mocuba

2017
UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL- MOCUBA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRONÓMICA

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE TRÊS LÂMINAS DE ÁGUA E DUAS


COBERTURAS DE SOLO NO RENDIMENTO DO PEPINO (Cucumis sativus L.) NAS
CONDIÇÕES EDAFO-CLIMÁTICAS DE CAIA

Autor: José Inácio Faustino Chassala

Supervisor: Eng.º Hélio Do R. Luís Armazia, M.Sc

Monografia submetida à Faculdade de Engenharia


Agronómica e Florestal, da UNIVERSIDADE
ZAMBEZE, em parcial cumprimento dos requisitos
para a obtenção do nível de Licenciatura em
Engenharia Agronómica.

Mocuba, Agosto de 2017


DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Declaro pela minha honra, que o presente trabalho foi elaborado por mim a partir de recursos
e métodos que faço as devidas referências no texto e que não foi apresentada em nenhuma
outra instituição para obtenção de qualquer grau académico. Mas sim, apresento à Faculdade
de Engenharia Agronómica e Florestal, como requisito para obtenção do grau de Licenciatura
em Engenharia Agronómica.

___________________________________________________

(José Inácio Faustino Chassala)

Mocuba, _______de ___________________2017.


DEDICATÓRIA

DEDICO ESTE TRABALHO Á:

Meus progenitores: Inácio Faustino Chassala (Memoria) e Rosa Chico Mirembo;

Minhas irmas: Clara, Mariana e Claudina Chassala;

Minhas sobrinhas: Margarida, Luisa, Rosa, Gina e Amélia;

Todos agricultores do nosso mais valioso e belo país!

OFEREÇO ESTE TRABALHO Á:

Minha prima, Luisa Alberto Camba,

Meus amigos, Jordão Chico e Tomás Bola

Meu tio, Titos Chico Mirembo (memoria) e a

Minha querida, Amélia Tito Nossomarques.

Por serem o motivo do meu almejo profissional, a razão desta conquista e para que sigam o exemplo.
AGRADECIMENTO

Elevo os meus sinceros agradecimentos á Deus, pois ate aqui me ajudou o Senhor
(Ebenezer)com a dádiva de vida, misercórdia e amor;

Aos meu progenitores (Inácio Chassalae Rosa Mirembo) pelo amor e apoio incondicional
transmitido a mim durante este percurso e por serem o motivo do meu almejo profissional;

Ao Eng.º Hélio do Rosário Armazia, M.Sc em Gestão de Solos e Água, pela supervisão,
contribuiçoês dadas e esclarecimento das dúvidasaolongo da realização dotrabalho.

A empresa AgriResource Multiconsult Lda. representada pelo Eng.º Sérgio Afonso Citora,
pela disponibilidade de todo material necessário para a realização do ensaio experimental;

Á meus familiares: Luisa Camba,Titos Mirembo (memória), Dede João, Meque Fernando,
Inés Mirembo, Eng.ºClaudio Dede, Messo Camba, Faustino Zeca, Teresa Mirembo, Novais
Chassala (memória), Manuel Chassala, Chico Mirembo, Mariana Domingos, Maria Camba
por todo apoio.

A dra. Aida Gove e o seu esposo Tomas pelo lindo jeito que me receberam e acolheram no
distrito de Mocuba ao longo do curso;

Aos estudantes estagiários da EPAC pelo apoio prestado na abertura do campo experimental
bem como na aplicação das irrigações ao longo do ensaio;

Aos irmãos da igreja Assembleia de Deus de Mocuba (CFM) e Beira (Manaze) pelos
momentos de confraternização;

A todos colegas da FEAF em especial a turma de agronomia geração 2013, vão direccionados
também os meus agradecimentos aos colegas: Luís Mombe, Eng.º João Conde, Wiliamo
Benjamim, Niúrka Kambanda, Avelino Joaquim (memória), Augusto Chigarriso, Costumo
Luís, Joaquim Ranguisse, Lindo Muneme, Dércio Machava, Daniel Magombe, Anastácia
Gastão e Samuel Alexandre.

A todos os que, de algum modo, tornaram possível esta conquista. NAPEREKHA


THAKHUTA!
EPÍGRAFE

" A alma generosa prosperará e aquele que regar também será

regado "

Inspirado em Provérbios 11:25


ÍNDICE

RESUMO .................................................................................................................................... i

ABSTRAT .................................................................................................................................ii

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. iii

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... iv

LISTA DE APÊNDICES ........................................................................................................... v


LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................. vi

I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

1.1. Generalidades .................................................................................................................. 1

1.2. Problema de estudo e justificativa ................................................................................... 3

1.3. Objectivos........................................................................................................................ 4

1.3.1. Objectivo geral ......................................................................................................... 4

1.3.2. Objectivos específicos .............................................................................................. 4

1.4. Hipóteses ......................................................................................................................... 4

II. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 5

2.1. Descrição geral da cultura ............................................................................................... 5

2.1.1. Produção mundial e nacional .................................................................................... 5

2.1.2. Aspectos botânicos ................................................................................................... 6

2.1.3. Fases fenológicas da cultura ..................................................................................... 7

2.1.4. Exigências edafoclimáticas....................................................................................... 7

2.1.5. Época de sementeira ................................................................................................. 8

2.1.6. Importância e Composição nutricional ........................................................................ 8

2.2. ÁGUA DE REGA ............................................................................................................ 10

2.2.1. Maneio de água de rega .............................................................................................. 10

2.2.2. Principais métodos e sistemas de irrigação ................................................................ 11

2.2.2.1. Irrigação por Superfície ....................................................................................... 11

2.2.2.2. Irrigação por Aspersão......................................................................................... 12


2.2.2.3. Irrigação Localizada ............................................................................................ 12

2.2.2.4. Subirrigação ......................................................................................................... 13

2.2.3. Necessidade hídrica das culturas ................................................................................ 14

2.2.3.1. Quantificação da evapotranspiração .................................................................... 14

2.2.2.1.1. Evapotranspiração da cultura............................................................................ 15

2.2.2.1.2. Coeficiente da cultura ....................................................................................... 16

2.2.4. O modelo CROPWAT ............................................................................................... 17

2.2.4.1. Dados requeridos pelo modelo CROPWAT ........................................................ 17

2.2.4.2. Limitações do modelo CROPWAT ..................................................................... 17

2.3. COBERTURA DE SOLO ................................................................................................ 18

2.3.1. Materiais usados ......................................................................................................... 18

2.3.2. Importância da cobertura do solo ............................................................................... 19

2.3.2.1. Influência sobre a temperatura do solo ................................................................ 19

2.3.2.2. Influência na nutrição .......................................................................................... 19

2.3.2.3. Radiação solar e relação com o solo .................................................................... 19

2.3.2.4. Controlo de infestantes ........................................................................................ 20

2.3.3. Restrições no uso da cobertura morta ........................................................................ 20

III. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 21

3.1. Caracterização da área experimental ............................................................................. 21

3.2. Descrição edafo-climáticas ........................................................................................... 22

3.3. Dados climáticos ao longo do ensaio ............................................................................ 22

3.4. Descrição da variedade de pepino usado no ensaio ...................................................... 24

3.5. Delineamento experimental........................................................................................... 24

3.5.1. Tamanho da amostra ............................................................................................... 24

3.6. Maneio de Irrigação ...................................................................................................... 25

3.6.1. Determinação da evapotranspiração de referência ................................................. 25

3.6.2. Necessidades líquidas de água de rega ................................................................... 25


3.6.3. Lâmina bruta de água ............................................................................................. 26

3.7. Instalação e condução do ensaio ................................................................................... 27

3.7.1. Preparo do solo ....................................................................................................... 27

3.7.2. Sementeira .............................................................................................................. 28

3.7.3. Práticas culturais ........................................................................................................ 28

3.7.3.1. Desbaste ............................................................................................................... 28

3.7.3.2. Adubação ............................................................................................................. 28

3.7.3.3. Controlo de infestante .......................................................................................... 29

3.7.3.4. Controlo de pragas ............................................................................................... 29

3.7.4. Colheita ...................................................................................................................... 29

3.9. Análise de Dados .............................................................................................................. 30

VI. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 31

4.1. Análise de variância e coeficiente de variação.............................................................. 31

4.2. Número de fruto comercializável .............................................................................. 33

4.3. Peso médio do fruto ................................................................................................... 34

4.4. Diâmetro médio do fruto ........................................................................................... 36

4.5. Comprimento médio do fruto .................................................................................... 37

4.6. Rendimento total........................................................................................................ 38

V. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 40

VI. RECOMENDAÇÕES ........................................................................................................ 41

VII. BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS ............................................................................. 42

VIII. APÊNDICES ................................................................................................................... 47


RESUMO

O pepino é uma hortícola que muito demanda o consumo da água. Entretanto, para que se
obtenha rendimentos satisfatórios fazem-se necessárias práticas agrícolas do maneio de água.
Em consequência disto, realizou-se o presente ensaio experimental na empresa AgriResource
Multiconsult Lda., objectivando-se avaliar o efeito de lâminas de irrigação e coberturas de
solo bem como a interacção entre os mesmos (factores) na produção do pepino. O
experimento foi conduzido em um esquema factorial (3 x 2) com quatro repetições, aonde os
tratamentos consistiram de três lâminas de irrigação (50; 100; e 150% da ETc estimadas a
partir do pacote computacional CROPWAT v.8.0) e dois tipos de cobertura de solo (Palha de
gergelim e raspa de madeira „serradura‟). As lâminas de água foram aplicadas com recurso a
regadores utilizando-se um intervalo de rega fixo de 36 horas. As variáveis analisadas foram:
número de frutos comercializáveis e não comercializáveis, número total de frutos por planta,
peso do fruto, diâmetro do fruto, comprimento do fruto e o rendimento total. Cada variável
foi submetida á análise de variância (através do pacote estatístico Assistat 7.7 pt ) e quando
houve interacção significativa foram submetidas a comparação de média pelo teste de Tukey
a 5 % de probabilidade. A interacção dos factores de estudo não foi significativa para as
variáveis número de frutos não comercializável e totais por planta e o comprimento do fruto
não sofreu influência significativa das lâminas de água. Entretanto os resultados mostraram
que a lâminade irrigação de 104 mm (100% da ETc) proporcionou um rendimento máximo
de 61.1 t/ha quando foi coberta com a serradura, enquanto o menor (33.8 t/ha), foi obtido
repondo 60 mm (50% da ETc) coberto com palha de gergelim. Com excepção para o
comprimento do fruto, a cobertura com palha de gergelim influenciou negativamente em
todas variáveis estudadas.

Palavras-chave: Cucumis sativus L; Cobertura de solo; Lâminas de água; Rendimento.

josechassala@gmail.com Página i
ABSTRAT

The cucumber is one of the vegetables that most consumes the water. However, in order to
obtain satisfactory yields, agricultural practices of water management are necessary. As a
consequence of this, the present experimental trial was carried out at the company
AgriResource Multiconsult Lda., aiming to evaluate the effect of irrigation slides and soil
coverings well with the interaction (factors) between them in the production of cucumber.
The experiment was carried out in a factorial scheme (3x2) with four replications, where the
treatments consisted of three irrigation slides (50, 100 and 150% of ETc estimated from the
computer package CROPWAT v.8.0) and two types of coverage (Sesame straw and wood
sawdust 'sawdust'). The slides were applied using a watering system using a fixed watering
time of 36 hours. The variables analyzed were: number of marketable and non-marketable
fruits, total number of fruits per plant, fruit weight, fruit diameter, fruit length and total yield.
Each variable was submitted to analysis of variance (through the statistical package Assistat
7.7 pt) and when there was significant interaction were submitted to a comparison of mean by
the Tukey test at 5% probability. The interaction of the study factors was not significant for
the variables number of unmarketable fruits and total per plant and the length of the fruit was
not significantly influenced by the water slides. However the results showed that the
irrigation depth of 104 mm (100% ETc) yielded a maximum yield of 61.1 t / ha when it was
covered with the sawdust, while the lowest (33.8 t / ha) was obtained by replacing 60 mm
50% of ETc) covered with sesame straw. With the exception of the length of the fruit, the
coverage with sesame straw influenced negatively in all studied variables

Keywords: Cucumis sativus L; Soil cover; Water blades; Yielded.

josechassala@gmail.com Página ii
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Maiores produtores de pepino com rendimento acima de 1% de 2000 a 2013. ........ 6

Tabela 2: Temperatura e humidade relativa óptima para o estado fenológico. ......................... 8

Tabela 3: Valores nutricionais para cada 100 g de pepino com casca. ...................................... 9

Tabela 4: Valores de Kc para as diferentes etapas da cultura de pepino. ................................ 16

Tabela 5: Faixas de duração total do ciclo (em dias) e duração de cada uma das 4 fases. ...... 16

Tabela 6: Resumo da análise de variância das características estudadas ................................. 32

Tabela 7: Medias de interacção para número médio de frutos comercializáveis .................... 33

Tabela 8: Medias de interacção para o peso médio do fruto (PMF) ........................................ 34

Tabela 9: Medias de interacção para o diâmetro médio do fruto (DMF). ............................... 36

Tabela 10: Medias de interacção para o comprimento médio do fruto (CMF) ....................... 37

josechassala@gmail.com Página iii


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Produção mundial de pepino referente ao ano 2010. ................................................. 5

Figura 2: O mapa do distrito de Caia ....................................................................................... 21

Figura 3: Medias mensais de precipitação, temperatura e humidade relativa do ar, ao longo do


ensaio. ....................................................................................................................... 23

Figura 4: Relação de lâminas acumuladas de rega para cada tratamento em função do nível de
reposição (% ETc), durante o período de condução do experimento. ...................... 27

Figura 5: Vista parcial de uma parcela e um bloco após as actividades de preparo de solo e
montagem do sistema de rega. .................................................................................. 28

Figura 6: Variação do peso médio por planta do pepino em função das lâminas de irrigação
aplicadas. ................................................................................................................... 35

Figura 7: Medias de interacção para o rendimento total do fruto (RT). .................................. 38

josechassala@gmail.com Página iv
LISTA DE APÊNDICES

Apêndice 1: Dados de clima, precipitação, cultura e solo (nas imagens a seguir), usados para
estimar a ETc no modelo CROPWAT v.8.0 ........................................................ 47

Apêndice 2: Calendário de rega e as quantidades aplicadas em L (litros)............................... 49

Apêndice 3:Análise de variâncias pelo teste de Fisher e Teste de normalidade pelo teste de
Shapiro-Wilk no ASSISTAT................................................................................ 51

Apêndice 4: Desenho experimental ......................................................................................... 58

Apêndice 5: Resumo dos resultados do ensaio ........................................................................ 59

Apêndice 6: Fotografias captadas ao longo do estudo ............................................................. 60

josechassala@gmail.com Página v
LISTA DE ABREVIATURAS

% Percentagem

= Igual
o
C Graus célsius

CENTA Centro Nacional de Pesquisas Agro-pecuarias e Florestal

cm Centímetro

DAS Dias após a sementeira

Engo Engenheiro

EPAC Escola Profissional Agro-pecuária de Caia

eq. Equação

etc. Entre outros

FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

g Grama

ha Hectare (1ha = 10000m2)

HR Humidade relativa

INAM Instituto Nacional de Meteorologia

Km Quilómetros

l Litros

m2 Metros quadrados

Max Máxima

Min Mínima

mm Milímetro

NPK Nitrogénio, fósforo e potássio

t Toneladas

josechassala@gmail.com Página vi
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

I. INTRODUÇÃO

1.1. Generalidades

As hortícolas têm em geral, seu desenvolvimento intensamente influenciado pelas condições


de humidade do solo. A deficiência de água é, normalmente, o factor mais limitante a
obtenção de rendimentos elevado e produtos de boa qualidade, mas o excesso também pode
ser prejudicial. A reposição de água ao solo por irrigação, na quantidade e no momento
oportuno, é decisivo para o sucesso da horticultura (Marouelli et al.,1996).

A cultura do pepino (Cucumis sativus L) é uma das culturas mais comuns do mundo e que
tem vindo a notar-se um interesse crescente por esta cultura por ser uma alternativa para
geração de renda para os agricultores (Blanco, 2002). No mundo, segundo dados da FAO
referentes ao ano de 2001 (FAO, 2002), o cultivo do pepino ocupava uma área de 1,8 milhão
de hectares, sendo a produção total de 31 milhões de toneladas. Anualmente são produzidos
aproximadamente 71.4 milhões de toneladas (FAO, 2015).

A água é o maior constituinte fisiologicamente activo dos tecidos das plantas e é responsável
pela solubilidade dos nutrientes, regulação da temperatura das plantas e transporte de solutos
para diferentes partes da planta.

Como a maioria das hortícolas, a cultura de pepino é altamente sensível à deficiência e ao


excesso de água no solo. A necessidade total de água pela cultura depende essencialmente
das condições climáticas, duração do ciclo e dos sistemas de cultivo e de irrigação adoptados.
O maneio da água de irrigação consiste basicamente na determinação do momento apropriado
de se irrigar e da quantidade correcta a aplicar em cada irrigação (Marouelli e Silva, 2012).

A deficiência e o excesso de água no solo são os factores mais limitante para a obtenção de
altas produtividades (Júnior, 1992). Campos et al. (2009), consideram a função produtividade
como sendo uma variável dependente da lâmina de água fornecida a cultura durante o seu
ciclo.

Segundo Marouelli e Silva (2012) a irrigação é uma prática fundamental para suprir a
demanda hídrica das plantas, pois, tanto quanto a falta de água, o excesso e a forma com que
a água é aplicada às plantas têm efeito marcante sobre a produtividade e a qualidade de
frutos.

josechassala@gmail.com Página 1
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Para Almeida (2013), outra técnica que visa melhores rendimentos e qualidade na produção
de alimentos, além da conservação do solo, é a cobertura do solo (mulching). Essa prática
vem se tornando cada vez mais crescente nos últimos anos, principalmente no cultivo de
diversas horticolas, como alface, pimento, tomate, pepino, melão e abobra.

A cobertura do solo favorece o controle de plantas daninhas e a redução de perdas de água


por evaporação. Assim sendo, a aplicação do mesmo poderá ajudar a reter água o que
significa que em épocas de seca haver mais água disponível para as plantas, durante um
período mais longo, esta propriedade é particularmente importante para os solos que retêm
pouca água (Sousa et al., 2012).

De acordo com Marouelli e Silva (2012), a maioria dos produtores irriga de forma empírica,
geralmente inadequadamente sem ter em conta as necessidades de água da cultura, apenas
com base em observações visuais de sintomas de deficiência de água na planta e no solo. Tais
métodos, mesmo para produtores com experiência, podem predispor à redução de
produtividade e maior severidade de doenças, além de menor eficiência no uso de água e
nutrientes pelas plantas.

Diante disso, torna-se justificável a preocupação com a insuficiente informação existente,


referente a esses tipos de prática. Por consequência, este trabalho teve como objectivo avaliar
os efeitos das lâminas de irrigação, das coberturas do solo e da interacção entre as mesmas na
cultura do pepino de modo a estabelecer a lâmina de água de rega adequada e a melhor
cobertura do solo (dentre as estudada) para se recomendar nesta cultura.

josechassala@gmail.com Página 2
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

1.2. Problema de estudo e justificativa

A precipitação é o factor do clima que com mais frequência torna limitante o


desenvolvimento das culturas, a sua distribuição, ao longo do ano e de ano para ano, é muito
desigual. Em Moçambique é a mais desfavorecida por se encontrar numa região semi-árida
(SNAP, 1995 citado por Cambaza, 2007).

No entanto, em muitas zonas do país (Caia), as práticas de irrigação em uso são, em geral,
realizadas sem critérios técnicos o que provoca um ineficiente uso desse factor de produção e,
o empregue de técnicas de retenção de humidade no solo como a cobertura morta ainda não
são um costume por parte dos produtores, influenciando desta forma o alcance de resultados
satisfatórios na produção de hortícolas.

Perante estas constatações, é relevante que se faça o estudo da melhor combinação dos
factores, quantidade de água e cobertura do solo na produção de pepino, para conscientizar os
produtores do distrito de Caia e fornecer-lhes ferramentas adequadas para o maneio da água.

Conforme Tamele (2007), a disponibilidade limitada dos recursos hídricos em muitas zonas
de Moçambique cria a necessidade de identificar alternativas para melhor usar tal recurso e
torná-lo disponível por períodos mais longos.

Uma das alternativas para o uso mais eficiente da água na agricultura irrigada, é o uso da
cobertura morta que permite obter eficiência elevada no uso da água para a planta. A
cobertura é uma medida de conservação do solo, tendo como efeitos chaves o aumento de
infiltração da água e a protecção do solo contra impactos da chuva (Pereira, 2007).

Para Oliveira et al. (2009), as necessidades de rega estão dependentes, por um lado, do clima
de uma dada região, através dos fatores precipitação e poder evaporante da atmosfera e
consequentemente da sua influência no balanço hídrico das culturas. Desta forma o estudo
contribui para a determinação das necessidades de água de rega para a cultura de pepino no
local de estudo.

É insuficiente, no entanto, as informações para maneio adequado da irrigação com o uso da


cobertura do solo na produção de pepino neste distrito. Deste modo, é indispensável o estudo
de diferentes lâminas de água e cobertura morta para identificar a lâmina de água ideal e
cobertura do solo (estudadas) de modo a incrementar os parâmetros de rendimento final.

josechassala@gmail.com Página 3
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivo geral

 Avaliar a combinação de três lâminas de água e duas coberturas de solo no


rendimento do pepino nas condições edafo-climáticas do distrito de caia

1.3.2. Objectivos específicos

 Estimar as necessidades de água de rega para a cultura de pepino;

 Determinar as variáveis de rendimento nos diferentes tratamentos;

 Encontrar a melhor combinação dos factores em estudo para o rendimento.

1.4. Hipótese

 Existe pelo menos uma combinação dentre as lâminas de água e cobertura do solo
estudadas, que resultara em maior rendimento na cultura de pepino, nas condições
edafo-climáticas do distrito de Caia.

josechassala@gmail.com Página 4
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

II. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Descrição geral da cultura

O pepino (Cucumis sativus L.) é originário das regiões tropicas da Ásia, sendo cultivada na
Índia, especificamente na área das montanhas do Himalaia (Krístková et al., 2003; citados
por Carmona, 2015). Restos arqueológicos encontrados indicam que a planta é utilizada pelo
homem há mais de três mil anos. É uma planta da família cucurbitácea que compreende cerca
de 130 géneros e mais de 900espécies, da qual também fazem parte outras hortícolas, tais
como: Cucurbita spp., Cucumis melo L, Citrullus vulgaris Schrad, Cucumis anguria L.
,Sechium edule S.W (Jeffrey, 1980; citado por Barroso et al., 2007).

2.1.1. Produção mundial e nacional

O Pepino (Cucumis sativus L.) é uma das hortícolas mais populares do mundo, e anualmente
são produzidos aproximadamente 71.4 milhões de toneladas (FAO, 2015). Segundo dados da
FAO (2001), o cultivo do pepino ocupava uma área acima de 1.8 milhão de hectares, sendo a
China responsável por aproximadamente 60% da produção mundial de pepino seguida pela
Turquia, Irã, Rússia e Estados Unidos. No entanto, as maiores produtividades são obtidas por
países como Holanda, com 586 t/ha, devido ao alto nível tecnológico empregado, como a
técnica de irrigação (Blanco, 2002).

Produção mundial (toneladas)

Países baixos 300


Tailândia 900
Cazaquistão 1100
República da Correia 1600
Polónia 2000
Indonésia 2100
Japão 2100
EUA 2300
Irão 2400
China 23000

0 5000 10000 15000 20000 25000

Figura 1: Produção mundial de pepino referente ao ano 2010.

Fonte: FAO, (2010) citado por Carvalho, 2013.

josechassala@gmail.com Página 5
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Tabela 1: Maiores produtores mundiais de pepino com rendimento acima de 1% de 2000 a


2013

Fonte: https://static-content.springer.

Em Moçambique o cultivo do pepino e hortícolas no geral, se dá em pequenas áreas e a


produção é destinada ao abastecimento do mercado interno, sendo as quantidades exportadas
inexpressivas (Cungara, 2008). Os dados existentes revelam haver uma provável tendência
para a produção moçambicana de hortícolas apresentar uma trajectória ascendente entre 2007
a 2010. Dessa forma, os autores elucidam que do volume de 500 mil toneladas em 2007, a
produção chega a cerca de 900 mil toneladas em 2010, sem, contudo, precisar especificar de
que hortícolas se trata. (Haber et al., 2015). Faltam dados estatísticos de área plantada e
produção de pepino no país.

2.1.2. Aspectos botânicos

É uma cucurbitácea de hábito de crescimento indeterminado, trepador, podendo desenvolver-


se verticalmente com a presença de suporte, ou de forma rasteira sobre o solo, com flores
monóicas com predominância de flores femininas e de polinização entomófila. As ramas
apresentam cerca de 3 metros de comprimento, com gavinhas, folhas alternas, ásperas e
coloração verde escura. (Filgueira, 2000 e Cañizares, 2001; citados por Baptista, 2011).

O sistema radicular consiste em uma forte raiz principal que pode alcançar desde 1.0 – 1.2
metros de largura, ramificando-se em todas as direções principalmente entre os primeiros 25
a 30 centímetros do solo. A floração pode iniciar-se 25 dias após a germinação e dura de 90 a
180 dias. O fruto é uma baga de crescimento rápido, com 3 a 5 lóculos, coloração variando de
verde-claro a escuro, com acúleos moles, podendo apresentar frutos cilíndricos ou mais
afilados e alongados dependendo do tipo cultivado (Filgueira, 2000 e Cañizares, 2001;
citados por Baptista 2011).

josechassala@gmail.com Página 6
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Obedece a seguinte ordem taxonômica segundo Baptista, (2011):

Nome: Cucumis sativus


Reino: Plantae
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Cucurbitales
Família: Cucurbitaceae
Género : Cucumis
Espécie: Cucumis sativus

2.1.3. Fases fenológicas da cultura

A cultura do pepino é dotada de cinco fases distintas: FASE I – fase inicial, do transplante ao
apegamento; FASE II – desenvolvimento vegetativo, do apegamento ao início do
florescimento; FASE III – meio do ciclo, do florescimento ao início da formação dos frutos;
FASE IV – final do ciclo, do início da formação dos frutos ao início da colheita e FASE V –
colheita, do início da colheita ao final do ciclo (Santos, 2002 citado por Oliveira, 2009).

A germinação ocorre após 3 a 4 dias da sementeira sob temperatura de 25 - 30ºC e o


transplante se dá aos 8 a 10 dias após a sementeira para mudas produzidas em bandejas. Para
sementeira directa, a germinação ocorre entre 5 a 10 dias após a sementeira. O florescimento
ocorre entre 15 a 25 dias após o transplante no campo (USAID-RED, 2007).

O início da colheita se dá em torno de 40 a 70 dias após sementeira (campo aberto), podendo


variar de acordo com as condições ambientais e cultivar ou híbrido utilizado. No cultivo
tradicional, em campo aberto, geralmente se cultiva o pepino tipo caipira, Aodai e o pepino
para conserva, cujo ciclo da cultura esta em torno de 90 dias (USAID-RED, 2007).

2.1.4. Exigências edafo-climáticas

O pepino (Cucumis sativus L), pode ser cultivado em qualquer solo, porém responde melhor
em solos franco argilosos e arenosos bem drenados, não tolera a salinidade, portanto o PH
deve estar entre 5.5 e 6.8 (USAID-RED, 2007). Conforme cita a mesma organização, a
temperatura ideal para a cultura esta entre os 20 e 30°C, desde 400 a 1.200 metros de altitude,
não tolera o excesso de água por isso se produz em zonas com uma precipitação entre os 500
e 1200 mm/ano.

josechassala@gmail.com Página 7
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Tiedjens, (1928) e Galun, (1961) citados por CENTA (2003), afirmam que a cultura se
desenvolve muito bem em temperatura entre 18 a 25 °C, sobre temperaturas acima de 40 °C a
planta não se desenvolve, quando inferiores de 14°C, as plantas cessam o crescimento,
quando inferiores a 1°C, as plantas morrem.

Tabela 2: Temperatura e humidade relativa óptima para o estado fenológico.

Temperatura Temperatura Humidade relativa


Estado Fenológico °C (dia) °C (noite) %

Germinação 25 25 90
Crescimento 23 18 90
Floração 24 19 80
Formação de Frutos 25 20 75

Fonte: Fusades (1970), citado por CENTA (2003).

2.1.5. Época de sementeira

O pepino pode ser cultivado em todo o ano, tanto em época seca (com o uso da rega) como
em épocas chuvosas. A sementeira na época chuvosa apresenta menos problemas de viroses,
mas podem aumentar as doenças causadas por fungos (USAID-RED, 2007). Para a
organizacao acima, normalmente a sementeira do pepino é feita de modo a interceptar a
colheita com o período de elevado preço e requisição no mercado.

2.1.6. Importância e Composição nutricional

O pepino (Cucumis sativus L.) tem grande importância econômica e social dentro do
agronegócio de horticolas no Mundo. Segundo Figuerêdo, (2007) para além de auxiliar na
segurança alimentar para a população, o pepino sendo o quarto vegetal mais cultivado no
mundo é conhecido por ser um dos melhores alimentos para a saúde do corpo humano. O
fruto pode ser consumido na forma crua em saladas, sanduíches, sopas ou em conservas.
Além disto, pode ser utilizado em cosméticos e medicamentos devido a suas propriedades
nutracêuticas (Lorenz e Maynard, 1988; citados por Carvalho, 2013).

josechassala@gmail.com Página 8
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Tabela 3: Valores nutricionais para cada 100 g de pepino com casca.

Componente Quantidade Componente Quantidade (mg)

Água (%) 96,00 Fósforo 17,86 17,86


Calorias 17,86 Ferro 0,36
Proteína QNS* Potássio 150
Gordura QNS Sódio 3,57
Ácido Graxo Saturado QNS Cálcio 14,29
Ácido Graxo Monoinsatura QNS Colesterol 0,00
Ácido Graxo Poliinsaturado QNS Tiamina 0,04
Vitamina A 3,57 Riboflavina 0,04
Carboidrato (g) 3,57 Niacina 0,36
Vitamina A (UI) 35,71 Ácido Ascórbico 3,58

Fonte: Carvalho et al. (2013).

josechassala@gmail.com Página 9
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

2.2. ÁGUA DE REGA

A água é a principal causa de flutuação no rendimento das diferentes culturas, seja pela má
distribuição espacial e temporal, pela insuficiência ou pelo excesso. Éliard (1995), citado por
Cambaza (2007) refere que, todas as intervenções do agricultor actuam directa ou
indirectamente sobre o comportamento da água no solo e na atmosfera.

Campos et al. (2009), consideram a função produtividade como sendo uma variável
dependente da lâmina de água fornecida a cultura durante o seu ciclo. Segundo Marouelli e
Silva (2012) a irrigação é uma prática fundamental para suprir a demanda hídrica das plantas,
pois, tanto quanto a falta de água, o excesso e a forma com que a água é aplicada às plantas
têm efeito marcante sobre a rendimento e a qualidade de frutos.

De acordo com Marouelli e Silva (2012), a maioria dos produtores irriga de forma empírica,
geralmente inadequadamente sem ter em conta as necessidades de água da cultura, apenas
com base em observações visuais de sintomas de deficiência de água na planta e no solo. Tais
métodos, mesmo para produtores com experiência, podem predispor à redução de rendimento
e maior severidade de doenças, além de menor eficiência no uso de água e nutrientes pelas
plantas.

2.2.1. Maneio de água de rega

O maneio da água de irrigação consiste basicamente na determinação do momento apropriado


de se irrigar e da quantidade correcta de água a ser aplicada a cada irrigação (Marouelli e
Silva, 2012).

Como a maioria das hortícolas, a cultura de pepino é altamente sensível à deficiência e ao


excesso de água no solo. A necessidade total de água pela cultura depende essencialmente
das condições climáticas, duração do ciclo e dos sistemas de cultivo e de irrigação adoptados.
Tanto quanto a falta, o excesso de água tem efeito prejudicial sobre a produtividade e a
qualidade de frutos.

A ser assim para Marouelli et al. (2012), é possível aumentar a produtividade, reduzir o uso
de água e o custo de energia e melhorar a qualidade de frutos irrigando-se a cultura de forma
adequada. No entanto, apesar de ser uma prática incorporada ao sistema produtivo, a
irrigação é, muitas vezes, realizada de forma inadequada por grande parte dos produtores.

josechassala@gmail.com Página 10
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

2.2.2. Principais métodos e sistemas de irrigação

Para Andrade (2006), o método de irrigação é a forma pela qual a água pode ser aplicada às
culturas enquanto sistema de irrigação é o conjunto de equipamentos, acessórios, formas de
operação e maneio, e que de forma organizada realizará o acto de irrigar as culturas.

Basicamente, são quatro os métodos de irrigação: superfície, aspersão, localizada e


subirrigação. Para cada método, há dois ou mais sistemas de irrigação que podem ser
empregados. Entretanto na cultura do pepino, podem ser utilizados diferentes métodos de
irrigação, desde que apresentem distribuição uniforme e suprimento adequado de água às
plantas (Carvalho et al. 2013).

A selecção do melhor método de irrigação tem a finalidade de estabelecer a viabilidade


técnica e económica, maximizando a eficiência e minimizando os custos de investimento e
operação, e ao mesmo tempo, mantendo as condições favoráveis ao desenvolvimento das
culturas. Entre os critérios mais utilizados, destacam-se: topografia, características do solo,
quantidade e qualidade da água, clima, cultura e, considerações económicas (Mello e Silva,
2009).

2.2.2.1. Irrigação por Superfície

A distribuição da água se dá por gravidade, através da superfície do solo (Castro, 2003). É o


método com a maior área irrigada no mundo e em Moçambique (Andrade e Brito, 2006).

Este método geralmente apresenta o menor custo fixo e operacional; requer equipamentos
simples e é simples de operar; sofre pouco efeito de ventos; é adaptável à grande diversidade
de solos e culturas; possui elevado potencial para redução do consumo de energia e não
interfere nos tratamentos fitossanitários (Mello e Silva, 2009).

Constituem limitações deste, a dependência das condições topográficas; a inadequação em


solos excessivamente permeáveis; o requerimento frequente de reavaliações para assegurar
desempenho satisfatório, etc. (Mello e Silva, 2009). O método de superfície pode ser dividido
em sistemas em nível e sistemas em declive.

Em Moçambique, a irrigação superficial ocupa 42 % da área irrigada, cabendo os restantes 8


e 50 % para a rega por gota-à-gota e aspersão respectivamente (Roscher, 1983; citado por
Massolonga 2006).

josechassala@gmail.com Página 11
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

2.2.2.2. Irrigação por Aspersão

No método da aspersão, jactos de água aplicados no ar caem sobre a cultura na forma de


chuva. Para Mello e Silva, (2009) as principais vantagens do sistema de irrigação por
aspersão são: a facilidade na adaptação á diversas condições de solo, culturas e topografia; a
maior eficiência potencial que o método da irrigação por superfície; pode ser totalmente
automatizado; alguns sistemas podem ser transportados para outra área; as tubulações podem
ser desmontadas e removidas da área, o que facilita o preparo do solo.

As principais limitações são: os custos de instalação e operação são mais elevados que os do
método por superfície; pode sofrer influência das condições climáticas, como vento e
humidade relativa; a irrigação com água salina pode reduzir a vida útil do equipamento e
causar danos a algumas culturas; pode favorecer o aparecimento de doenças em algumas
culturas e interferir com tratamentos fitossanitários (Mello e Silva, 2009).

O método de aspersão apresenta os seguintes sistemas: aspersão convencional, autopropelido,


rolamento lateral ou ramal rolante (rolão), pivô central e deslocamento linear (Mello e Silva,
2009).

2.2.2.3. Irrigação Localizada

No método da irrigação localizada, a água é, em geral, aplicada em apenas uma fracção do


sistema radicular das plantas, empregando-se emissores pontuais (gotejadores), lineares (tubo
poroso ou “tripa”) ou superficiais (micro aspersores) (Mello e Silva, 2009).

A proporção da área molhada varia de 20 a 80% da área total, o que pode resultar em
economia de água. O teor de humidade do solo pode ser mantido alto através de irrigações
frequentes e em pequenas quantidades, beneficiando culturas que respondem a essa condição.
Fertilizantes e alguns defensivos podem ser aplicados via água de irrigação, com potencial
aumento de produtividade das culturas, mas com perigo de contaminação do solo e do lençol
freático. O custo inicial é relativamente alto, sendo recomendado para culturas de elevado
valor económico e maior espaçamento entre fileiras de plantas. É um método que permite
elevado grau de automação, o que requer menor emprego de mão-de-obra na operação.

Os principais sistemas de irrigação localizada são: gotejamento, microaspersão e


subsuperficiais (Mello e Silva, 2009).

josechassala@gmail.com Página 12
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

2.2.2.4. Subirrigação

Na irrigação subterrânea, a água é aplicada directamente sob a superfície do solo. Esta


aplicação é realizada pela manutenção e controle do lençol freático a uma profundidade
favorável ao desenvolvimento da cultura, ou pela aplicação de água através de tubos ou
manilhas perfuradas ou porosas (Mello e Silva, 2009).

Com a subirrigação, o lençol freático é mantido a uma profundidade capaz de permitir um


fluxo de água adequado à zona radicular da cultura. Geralmente, está associado a um sistema
de drenagem subsuperficial. Havendo condições satisfatórias, pode-se constituir no método
de menor custo. A irrigação subterrânea pode ser opção viável em áreas de várzeas, e em
solos com horizonte subsuperficial impermeável, com presença de lençol freático (Mello e
Silva, 2009).

Para Mello e Silva, (2009), constituem vantagens, a aplicação exacta e uniforme de água e
nutrientes directamente na zona radicular, principalmente de fósforo e potássio; diminuição
de perdas de água e nutrientes pelo fraccionamento das irrigações; facilidade de adaptar as
concentrações dos nutrientes de acordo com o estádio de desenvolvimento da cultura e das
condições climatológicas; possibilita que a superfície do solo (3 a 5 cm) permaneça seco
diminuindo a incidência de plantas invasoras e de pragas e doenças.

Por outro lado, essa tecnologia de irrigação traz algumas desvantagens ou cuidados que se
devem ser tomados pelo irrigante, como, a falta da visualização do caminhamento da água
para a cultura; a susceptibilidade ao entupimento dos emissores pelas raízes se não
perfeitamente manejado; danos pelo ataque de roedores e passagem de implementos agrícolas
às tubulações e emissores; descarga e lavagem da tubulação após as irrigações para evitar a
precipitação de materiais em suspensão e quando semeado com baixa humidade pode ocorrer
problemas na germinação de sementes (Mello e Silva, 2009).

Alternativas estão sendo desenvolvidas com vista a minimizar as desvantagens da rega


subterrânea, uma das quais é a injecção de herbicidas nos canais de condução de água os
quais (herbicidas) exercerão o controlo do entupimento dos emissores pelas raízes segundo
relata Mello e Silva, (2009).

josechassala@gmail.com Página 13
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

2.2.3. Necessidade hídrica das culturas

Segundo Christofidis (2001) citado por Pelegrini (2009), estima que 70% do consumo de
água das atividades humanas é utilizado em práticas agrícolas. Para evitar desperdícios e
garantir um método eficiente e eficaz de irrigação, é necessário quantificar com precisão a
demanda hídrica da cultura. Nesse sentido, a evapotranspiração é de grande utilidade para a
quantificação das disponibilidades hídricas.

A Evapotranspiração (ET) - é o processo combinado pelo qual a água é transferida da


superfície terrestre para a atmosfera envolvendo a evaporação da água da superfície do solo e
a água interceptada pelas plantas, e a transpiração proporcionada por elas; enquanto que a
evapotranspiração da cultura de referência (ET0) - é a evapotranspiração que ocorre em uma
cultura de referência quando o solo não apresenta restrição de humidade. Como cultura de
referência normalmente é utilizada a grama ou a alfafa (Mello e Silva, 2009).

No presente estudo, considerar-se-á a grama como cultura de referência e, dessa forma,


segundo Doorenbos e Pruitt (1977) a ET0 é definida como sendo a evapotranspiração que se
processa em um solo coberto totalmente por grama, com crescimento activo e uniforme, sem
deficiência hídrica. Os únicos factores que afetam ET0 são os parâmetros climáticos (Allen et
al.,1998, citados por Pelegrini 2009).

2.2.3.1. Quantificação da evapotranspiração

Para Mello e Silva, (2009) a quantificação da água necessária a ser aplicada às plantas, ou
seja, àquela referente à evapotranspirada pelo sistema solo - planta, é factor primordial para o
planeamento, dimensionamento e maneio adequado de uma área agrícola irrigada.Existem
vários métodos para a estimativa da evapotranspiração, os quais dividem se basicamente em
dois grupos: o dos métodos directos e o dos indirectos ou empíricos.

Os métodos directos caracterizam-se pela determinação da evapotranspiração directamente na


área, onde se destacam os diferentes tipos de lisímetros, ou mesmo pelo método do balanço
de água no solo impermeáveis contendo um volume de solo conhecido, utilizados para medir
os componentes do balanço de água no sistema solo-planta-atmosfera (Mello e Silva, 2009).
Os indirectos são caracterizados pelo uso de equações empíricas ou modelos matemáticos,
que se utilizam de dados meteoro-climático-fisiológicos para a sua aplicação (Mello e Silva,
2009).

josechassala@gmail.com Página 14
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

2.2.2.1.1. Evapotranspiração da cultura

Doorenbos e Pruitt (1977), na publicação conhecida como boletim FAO - 24, propuseram
uma metodologia para determinar a evapotranspiração das diferentes culturas por meio de
duas etapas: primeiramente, a estimativa da evapotranspiração da cultura de referência (ET0)
e, segundo, a eleição de um coeficiente de cultura (Kc), tabelado, e distinto para cada cultura
e para cada estádio de desenvolvimento. O produto de ET0 pelo Kc seleccionado, estima a
evapotranspiração da cultura de interesse. Sendo assim,

ETc = Kc * ET0
eq. 1
Sendo:
ETc – Evapotranspiração da cultura (mm/dia);
Kc – Coeficiente da cultura, adimensional e
ETo – Evapotranspiração de referência (mm/dia).

Segundo Bernardo (1995) citado por Araújo (2002), nem toda superfície do solo é molhada
em sistemas de irrigação localizados, resultando numa menor quantidade de água evaporada
dessa superfície. Assim, costuma-se introduzir, na equação 1, um coeficiente de redução (Kr),
baseado na fracção da área ocupada pela cultura em relação ao seu espaçamento, resultando
na equação 2,

ETc = Kc * Kr * ETc
eq. 2

Várias são as fórmulas para a estimativa do coeficiente de redução (Kr), sendo as mais
utilizadas as de Pizarro (1986) e a de Keller e Bliesner (1990), equações 3 e 4,
respectivamente:

Kr = 0,1 + GC e Kr = 0,1 * (GC)0,5

eq. 3
Onde:
GC - representa a estimativa da taxa de projecção da copa.

josechassala@gmail.com Página 15
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

2.2.2.1.2. Coeficiente da cultura

O Kc é a razão entre a ETc e a ET0, conforme a (eq. 4), (Guimarães e Albuquerque, 2004). O
Kc relaciona a ET0 com a evaporação do solo, o qual também exprime o efeito das
características da cultura sobre a sua necessidade de água (Albuquerque, 2010),

ETc
Kc 
ETo
eq.4
Onde:
Kc - Coeficiente da cultura;
ETc - Evapotranspiração da cultura (mm/dia) e
ETo - Evapotranspiração de referência (mm/dia).

O Boletim da FAO 24 apresenta um procedimento para obtenção do Kc simples descrito por


Doorenbos e Pruitt, (1997). Para cada estádio de desenvolvimento da cultura, os dados de Kc
são obtidos por meio de uma curva suavizada, denominada curva de Kc da cultura, e de uma
forma geral, os estádios de desenvolvimento da cultura podem ser divididos em: inicial, de
desenvolvimento vegetativo, de produção e de maturação.

Tabela 4: Valores de Kc para as diferentes etapas da cultura de pepino.

Cultura Kc inicial Kc medio Kc final

Pepino 0.5 1.0 0.75

Fonte: Retirado de Doorenbos e Pruitt, (1997).

Tabela 5: Faixas de duração total do ciclo (em dias) e duração de cada uma das 4 fases (em
percentagem do total) de pepino segundo dados obtidos e adaptados de algumas regiões do
mundo.

Cultura Ciclo (dias) Duração percentual de cada uma das 4 fases

Pepino 105 – 130 (19-28-38-15)

Fonte: Retirado de Doorenbos e Pruitt, (1997).

josechassala@gmail.com Página 16
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

2.2.4. O modelo CROPWAT

O CROPWAT, modelo desenvolvido pela FAO foi o escolhido para o presente trabalho.
CROPWAT é um programa de computador para a gestão e planeamento da irrigação. Contém
funções básicas incluindo o cálculo da evapotranspiração de referência, necessidades de água
da cultura e planos de culturas e de irrigação.

2.2.4.1. Dados requeridos pelo modelo CROPWAT

O cálculo da evapotranspiração de referência (ET0) é baseado no método de Penman-Moneith


da FAO. O modelo CROPWAT usa dados meteorológicos mensais de temperatura, humidade
relativa, velocidade de vento, precipitação e insolação para o cálculo da ET0. Através da
introdução dos dados da cultura (estágios de crescimento, coeficientes da cultura,
profundidade da zona radicular, e o factor de depleção de humidade do solo permitido), o
programa calcula as necessidades de água das culturas em cada década (dez dias).

Os parâmetros da cultura usados para estimar a evapotranspiração da cultura, cálculo de


balanço de água e redução do rendimento devido ao stress incluem Kc, comprimento da
estação de crescimento, nível crítico de depreciação (p) e factor de resposta de rendimento
(ky). Os dados do solo incluem informação do total de água disponível contido no solo e a
infiltração máxima para estimar o run-off. O conteúdo inicial de água disponível no solo no
início da estação é necessário.

2.2.4.2. Limitações do modelo CROPWAT

Segundo Boteta et al. (2005), citado por Cambaza (2007), o modelo CROPWAT tem
limitações para ser utilizado em tempo real, porque utiliza valores mensais de precipitação e
ET0, embora seja uma boa ferramenta prática para agro-meteorologistas, agrónomos e
coordenadores de rega para realizar cálculos padrão da evapotranspiração e estudos de uso de
água pela planta e mais especificamente no maneio e gerência de esquemas de rega.

josechassala@gmail.com Página 17
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

2.3. COBERTURA DE SOLO

Sendo o solo um dos constituintes básicos para obtenção de plantas com excelente
desenvolvimento e, consequentemente, frutos de alta qualidade, se fazem necessárias
tecnologias apropriadas, dentre as quais se destaca a cobertura do solo (Medeiros, 2007).

A cobertura do solo, também conhecida como mulching, consiste na prática agrícola de


colocação de diferentes materiais orgânicos e/ou inorgânicos sobre o solo (Rodriguês, 2001).

De acordo com Borges e Souza (1998), citados por Almeida 2012, a cobertura do solo é
recomendada para praticamente todos os solos, todos os climas e todas as culturas. A
utilização de um ou outro material dependera da cultura em questão e do objectivo para qual
será adoptada a prática da cobertura (Fonseca e Angeletti, 1987).

O uso de cobertura morta no solo é uma prática recomendada, em particular nas regiões de
altas temperaturas, contribuindo para a melhoria do desempenho das culturas, redução das
perdas de água do solo e redução da erosão superficial (Sousa et al., 2008, citados por
Carvalho, 2011).

Registos de Pakyürek et al. (1994), citados por Rodriguês (2001) ao estudarem a cobertura do
solo observaram com a utilização da técnica, um aumento na produção em torno de 21 % no
tomateiro, 19 % no pimentão e 16 % em beringela e também aumentou a precocidade em 28
% no tomateiro, 39 % no pimentão e 32 % em beringela.

2.3.1. Materiais usados

A escolha do tipo de cobertura morta, deve levar em consideração sua capacidade de retenção
de água, porosidade, micro biótica benéfica, servir como fonte de nutrientes para a cultura, PH
adequado, disponibilidade da obtenção do material no local de produção e estar livre de
insectos, nematóides e microrganismos (Costa et al., 2007).

Os materiais orgânicos mais utilizados são restos vegetais, incluindo os utilizados como
adubos verdes; restos de culturas comerciais; produto de capineiras e outros resíduos
orgânicos. Os materiais inorgânicos utilizados mais comuns são filmes plásticos fabricados
para esse fim e resíduos industriais diversos (Rodriguês, 2001).

josechassala@gmail.com Página 18
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Dentre os materiais, Fonseca e Angeletti (1987), citou alguns a destacar: palha de arroz,
colmos de arroz e milho, palha de café, capins seco sem sementes, serradura de madeira,
plásticos de diversas cores etc.

A utilização de um ou outro material dependera da cultura em questão e do objectivo para


qual será adoptada a prática da cobertura (Fonseca e Angeletti, 1987).

2.3.2. Importância da cobertura do solo

Carvalho (2005) citando Araújo et al. (2003), destaca os seguintes efeitos da cobertura morta:
aumento da humidade do solo, manutenção da temperatura do solo mais constante,
conservação da estrutura do solo, evitando a compactação e erosão, proteção do sistema
radicular contra danos de equipamentos, dispensa nas capinas ou redução da aplicação de
herbicidas, proteção dos frutos do contacto directo com o solo, e aumento da precocidade das
colheitas.

2.3.2.1. Influência sobre a temperatura do solo

A temperatura do solo é um importante factor no crescimento e desenvolvimento vegetal. Os


autores Wade e Sanchez (1983) citados por Oliveira et al. (2002), estudando o efeito da
cobertura morta e adubação verde, verificaram que a temperatura superficial era diminuída
em 5 °C com o mulching.

2.3.2.2. Influência na nutrição

A cobertura morta, ao sofrer decomposição, pode fornecer nutrientes essenciais às plantas


(Costa, 2007). Além disso, o emprego da cobertura morta reduz a perda de nutrientes por
lixiviação e melhora os atributos físicos e químicos do solo (Fialho et al., 1991; citados por
Carvalho, 2005).

2.3.2.3. Radiação solar e relação com o solo

No entanto, em um solo com diferentes coberturas recebendo a mesma intensidade de


radiação, aquela (cobertura) que tiver maior condutividade apresentará menor variação
térmica à superfície e temperaturas mais elevadas em profundidade. Ao contrário, o material
que tiver menor condutividade irá proporcionar maior variação térmica na superfície e as
temperaturas do solo não se elevaram muito (Prevedello, 2010 citado por Ribeiro 2012).

josechassala@gmail.com Página 19
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

2.3.2.4. Controlo de infestantes

Segundo (Buzatti, 1999 citado por Carvalho, 2005), a cobertura morta exerce forte influência
sobre a germinação das plantas daninhas. Essas influências vão ser de três ordens:

1º Física: através da temperatura próxima a superfície do solo, que normalmente é menor.


Isto dificulta ou até mesmo inibe a germinação das sementes fotoplásticas positiva, mediante
a redução da radiação solar, através do próprio impedimento da cobertura que faz com que a
planta que germine não tenha energia suficiente para passar pela camada de palha.

2º Química: trata da liberação de substâncias químicas denominadas aleloquímicos, que são


liberados pelos tecidos e órgãos das plantas mortas. Esses aleloquímicos vão actuar sobre o
banco de sementes de algumas plantas daninhas impedindo sua germinação.

3º Biológico: presença de microorganismos, fungos e bactérias, podem actuar de forma e


inviabilizar a germinação de algumas plantas daninhas.

2.3.3. Restrições no uso da cobertura morta

Para Oliveira et al. (2002), a cobertura morta apesar dos benefícios proporcionados apresenta
algumas restrições ao seu emprego pelas seguintes razões:

 Fica limitada em regiões com pouca mão-de-obra, por exigir espalhamento manual.
 Prática onerosa, em função da quantidade de material requerido
 Emissão de grande quantidade de radicelas entre a camada de cobertura morta e o
solo, podendo resultar em prejuízo em período seco e
 Podem actuar como hospedeira de pragas.

Segundo Lourenço et al. (2002), citados por Camba, (2007), como desvantagens da utilização
da cobertura morta (mulch) destaca o facto de esta representar perigo de fogo principalmente
quando é espessa, porque é material combustível, também aumenta os efeitos das geadas.

O uso incorrecto do mulch pode causar grandes problemas tanto para planta quanto para o
solo, tais como dificuldade de aplicação de fertilizantes, aumento ou redução do PH do solo,
aumento do teor de oxigénio, excesso de humidade, favorecimento de alguns patógenos,
elevação da temperatura do solo e impedimento da emergência de plântulas (Zauza, 1999
citado por Camba, 2007).

josechassala@gmail.com Página 20
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

III. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Caracterização da área experimental

O experimento foi realizado no campo de produção de hortícolas da empresa AgriResource


Multiconsult Lda., localizado no distrito de Caia – Murraça, no bairro denominado Nharúgue.
O Distrito de Caia, situa-se ao Norte da Província de Sofala, e dista cerca de 300 Km da
cidade da Beira via estrada 213 e 475 Km via EN1. (PEDD 2006).

O distrito possui uma superfície de 3.542 Km2. Sendo limitado ao Norte e Nordeste pelo Rio
Zambeze, Noroeste pelo Distrito de Chemba, Sul Cheringoma, Sudeste Marromeu e
Sudoeste/Oeste Maríngue. (MAE, 2005 e PEDD 2006). Possui as seguintes coordenadas
geográficas: longitude: 35º 20‟ W; latitude: 17º49‟N; e altitude de 42 m (MAE, 2005).

Figura 2: O mapa do distrito de Caia


Fonte: FEAF (base de dados), adaptado pelo autor (2017).

josechassala@gmail.com Página 21
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

3.2. Descrição edafo-climáticas

De acordo com o citado no (PEDD, 2006), o clima predominante no local de estudo segundo
a classificação de Thorntwaite é tropical, com duas estações distintas, quente e chuvosa de
Novembro à Abril, fresca e seca de Maio à Outubro. A precipitação média anual é de 987
mm sendo o regime de chuvas constante na região, de Novembro a Março, durante os quais
ocorrem normalmente 80 a 95% das chuvas, nas áreas mais secas podendo ser mais
concentradas. Os meses do tempo seco vão de Maio a Outubro (MAE, 2005).

No concernente ao valor da precipitação média anual (987 mm) do distrito, os valores de


precipitação verificado ao longo da realização deste ensaio mostram haver uma
comutabilidade (fig. 3).

Os Solos, são fluviais de alta fertilidade no vale do Rio Zambeze, assim como, franco –
argilosos acastanhados evoluídos de fertilidade intermédia e boa em partes delgadas para a
parte interior do Distrito (PEDD, 2006).

O ensaio realizou-se em solo franco - argiloso. A determinação da textura do solo na área do


ensaio foi feita pelo método qualitativo (directamente no campo de ensaio) através da
estimativa baseada na sensação de tacto ao manusear uma amostra de solo húmido. Segundo
o Reinert e Reichert (2006), a textura argila manifesta sensação de maciez e plasticidade bem
como pegajosidade quando molhada.

3.3. Dados climáticos ao longo do ensaio

Os dados de temperatura (Tº), humidade relativa do ar (HR), e precipitação colectados na


estação meteorológica mais próxima da área do ensaio encontram-se na figura 3, sendo
observada a variação dos mesmos.

No entanto observa-se que, a humidade relativa máxima e mínima apresentaram valores


crescente ao longo do período de ensaio (Novembro a Janeiro), tendo estes oscilado nos
intervalos de 78 a 100 % e 24 a 78 % de máxima e mínima respectivamente, encontrando-se
um valor médio de humidade correspondente a 70 %.

Para Fusades (1970) citado por CENTA (2003) esta faixa é ideal pois, o pepino se desenvolve
bem quando a humidade relativa é baixa, tornando a planta menos susceptível ao ataque de
doenças fúngicas.

josechassala@gmail.com Página 22
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

A temperatura média mensal do ambiente variou de 23 a 36 ºC, com média de 29,5 ºC, no
entanto a amplitude térmica de variação mensal não ultrapassou 2 ºC. Para a temperatura
máxima, verificou-se valores variando de 28,8 a 42,6 ºC, e média final de 34,9 ºC. Verificou-
se variação na temperatura mínima de 21 a 26,6 ºC, observando-se uma média de 23,8 ºC.

Para Blanco (2002), o pepino suporta ampla variação de temperatura, de 16°C a 35°C, sendo
que os maiores problemas estão quando a cultura é submetida por longos períodos a
temperaturas abaixo e acima dos valores citados, podendo reduzir severamente o número de
flores femininas ou inibir a sua formação quando a temperatura for muito alta. Possivelmente
não houve influência negativa da temperatura na condução do experimento.

Os valores de precipitação ao longo do ensaiou (Novembro a Janeiro), indicam haver uma


precipitação acumulada acima dos 500 mm, valor este distribuído de forma desigual para
suprimento das necessidades hídricas da cultura do pepino, em contrapartida este facto
reforça o problema destacado neste estudo.

HR. Min HR. Max Precip Tº Min Tº Max


120 40

Temperatura max e min (ºC)


Humidade relactiva max e min

35
100
30
80
25
60 20
(%)

15
40
10
20
12 5
5 9
0 1 0
Nov Dez Jan Fev
Meses

Figura 3: Medias mensais de precipitação, temperatura e humidade relativa do ar, ao longo do


ensaio.

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia - Caia, 2017

josechassala@gmail.com Página 23
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

3.4. Descrição da variedade de pepino usado no ensaio

Foi usada a variedade Ashley, variedade de crescimento vigoroso, com tipo de floração
monóico. Os frutos apresentam cor verde escura, com alguns espinhos de cor branca na pele,
não muito abundantes; no seu período de maturação atingem 17 a 19 cm de comprimento.
(http://www.loja.jardicentro.pt/pepino-ashley-p-3057.html). O ciclo é curto variando de 55 a
60 dias, e é tolerante ao míldio e oídio (Carvalho, 2013).

3.5. Delineamento experimental

Usou-se o delineamento de blocos completos casualizados em esquema factorial (3 x 2) com


6 (seis) tratamentos e 4 (quatro) repetições, a unidade experimental foi constituída por cinco
linhas com seis metros de comprimento. A distância entre os blocos foi de 1 m e entre
parcelas de 0.5 m, cada parcela possuía 30 m2 (5.0 m x 6.0 m) sendo a área total de 936 m2
(24 x 39 m). Cada parcela era ocupada por 50 plantas perfazendo 1200 plantas ao todo no
ensaio.

Modelo estatístico

Yijk = m + ai + bj+ (ab)ij + eijk

Onde:

Yijk: é a observação na unidade experimental que recebeu o tratamento


correspondente aos níveis i (i=1,2,..a) do factor A e j (j=1,2,...,b) do factor B, na
repetição k (k=1,2,...r);
m: é a média geral;
ai: é o efeito do nível i do factor A;
bj: é o efeito do nível j do factor B;
(ab)ij: é o efeito da interacção do nível i do factor A com o nível j do factor B; e
eijk: é o erro na unidade experimental observada.

3.5.1. Tamanho da amostra

A área útil da parcela foi de 9,0 m2 (3 x 3 m), a qual consistiu de 15 plantas por parcela,
colhidas no centro para avaliação. O tamanho da amostra foi obtido mediante a metodologia
de Barbosa et al. (2014).

josechassala@gmail.com Página 24
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

3.6. Maneio de Irrigação

3.6.1. Determinação da evapotranspiração de referência

A determinação da evapotranspiração de referência (ET0) foi efectuada através do método de


Penman-Monteith, (1998), o qual é recomendado pela FAO (Allen et al., 1998) e
representado pela equação:
( ) ( )
( )

eq. 5
Onde:
ETo – evapotranspiração de referência (mm/dia);
Rn - Saldo de radiação à superfície (MJ/m/s);
G - fluxo de calor no solo (MJ/m/s);
T - Temperatura média do ar (0C);
- Constante psicrométrica (kPa/ºC);
U2 - Velocidade do vento a 2 m de altura (m/s);
es - pressão de vapor de saturação (kPa);
ea - Pressão de vapor real (kPa);
(es – ea) - Déficit de pressão de vapor (kPa);
Δ - Declividade da curva de pressão de vapor (kPa/0C);
900 - Factor de transformação de unidades.

3.6.2. Necessidades líquidas de água de rega

Para a determinação da necessidade líquida de água de rega considerou-se a década onde


ocorreu a maior demanda evapotranspirativa (ETc = 3.32 mm/dia) segundo Yâgue (1999),
conforme a equação 6 a seguir. Edgar et al. (2009), estimando as necessidades de água do
pepino durante as diferentes etapas de cultivo mediante o tanque de classe A, encontrou um
requerimento médio hídrico de 3.65 mm/dia.

In = ETcpico
eq.6
Onde:
In - necessidades líquidas de água de rega (mm/dia);
ETcpico - evapotranspiração da cultura no pico (mm/dia).

josechassala@gmail.com Página 25
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

3.6.3. Lâmina bruta de água

A lâmina bruta aplicada foi calculada através da Eq. 7 (Mantovani et al., 2006 citados por
Silva et al., 2013) tendo-se considerado a Ea de 75 % sem precisar considerar a quantidade
adicional de água para compensar as perdas causadas pela salinidade.

ETo * Kc In
LB  
Ea Ea
eq. 7
Onde:
LB - lâmina bruta, mm;
ETo - evapotranspiração de referência, mm;
Kc - coeficiente de cultura, adimensional e
Ea - eficiência da aplicação.

Com a determinação do valor da lâmina bruta de água de rega, foram determinadas as


lâminas de irrigação para cada tratamento, utilizando 50, 100 e 150% da lâmina geral
(equação 8). A escolha destas percentagens baseou-se na informação reportada por COJAP
(1991) citado por Edgar et al. (2009), ao afirmar que em condições tropicais a cultura de
pepino necessita de 1 a 2,5 litros/planta dia.
Lâmina 1 = 0.5 *LB
Lâmina 2 = 1.0 * LB
Lâmina 3 = 1.5 * LB
eq.8
Onde:
L1, L2 e L3 - lâminas de irrigação, em mm dia.

O maneio de irrigação foi realizado com intervalo de irrigação fixo, o qual empregou
irrigações em todos intervalos de 36 horas após uma rega. O intervalo de rega usado foi
obtido pela equação 9, mediante a metodologia de Albuquerque et al. (2010).
LB
F
ETc
eq.9
Onde:
F- frequência de irrigação (dia)
LB – lâmina bruta de água (mm) e ETc – evapotranspiração da cultura (mm/dia)

josechassala@gmail.com Página 26
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

A aplicação de água na primeira fase da cultura que partia da sementeira ao apegamento e


uniformização das mudas foi feita por um sistema de irrigação por gotejamento, de seguida a
irrigação foi feita por meio de regadores. A razão do emprego de regadores, foi
exclusivamente para se ter ideia exacta da quantidade recebida em cada tratamento.

3.7. Instalação e condução do ensaio

Os estudos tiveram início com a realização da sementeira no dia 15 de Novembro de 2016 e


teve o fim com a última colheita, no dia 3 de Fevereiro de 2017, totalizando 79 dias de
produção. Os tratamentos consistiram de três lâminas de irrigação: 50, 100 e 150 %, em
função da ETc estimada a partir do modelo CROPWAT e duas coberturas (Serradura e Palha
de gergelim). A diferenciação de lâminas ocorreu a partir do dia 01 de Dezembro de 2016, ou
seja, 16 dias após a realização da sementeira. Durante esse período, a quantidade total de
lâminas aplicadas por cada tratamento em uma planta foram de 60,104 e 148 mm por ciclo
referente às lâminas de 50, 100 e 150 % da LB, respectivamente (Figura 4).

50 Etc 100 Etc 150 Etc


Laminas de rega acumulada (mm)

160
140
120
100
80
60
40
20
0
24-Jan
3-Jan

10-Jan

17-Jan

31-Jan
6-Dec
15-Nov

22-Nov

29-Nov

13-Dec

20-Dec

27-Dec

Periodo de conducao do ensaio

Figura 4: Relação de lâminas acumuladas de rega para cada tratamento em função do nível de
reposição (% ETc), durante o período de condução do experimento.

3.7.1. Preparo do solo

As actividades de preparo de solo foram precedidas duas semanas antes da realização da


sementeira. A área foi preparada com uma aração e uma gradagem, sendo posteriormente
formado sulcos (sulcagem) segundo Oliveira (2011). No entanto foram formados 20 (vinte)
sulcos de 42 metros cada de comprimento. De seguida garantiu-se a uniformidade no
nivelamento dos sulcos para serem instalados o sistema de rega gota-gota.

josechassala@gmail.com Página 27
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Figura 5: Vista parcial de uma parcela e um bloco após as actividades de preparo de solo e montagem
do sistema de rega.

3.7.2. Sementeira

A sementeira foi realizada entre os dias 15 e 21 de Novembro de 2016 de forma manual,


usando-se duas sementes por covacho com objectivo de garantir a germinação de uma das
sementes em todos tratamentos. As sementes foram depositadas a uma profundidade de mais
ou menos 1 cm segundo arecomendação de CENTA, (2003). De ressaltar que não se fizeram
necessário a prática da ressementeira.

3.7.3. Práticas culturais

3.7.3.1. Desbaste

Esta actividade foi desenvolvida aos 12 DAS, a mesma consistiu na remoção de uma planta
nos covacho onde possuíam duas plantas, para remover escolhia-se plântulas menos
vigorosas e com fraco desenvolvimento. Após a realização desta actividade foram obtidas 50
plantas em cada unidade experimental num compasso de 1.0 x 0.5 m entre as linhas e as
plantas respectivamente.

3.7.3.2. Adubação

Pelo facto de não se apresentarem resultados da análise de solo e o uso de diferentes


fertilizantes inorgânicos nas campanhas agrícolas antecedentes na área de cultivo, realizou-se
a adubação de cobertura aos 15 DAS. Portanto utilizou-se o fertilizante NPK (5-1-5) em uma
quantidade total de 120 kg/ha.

josechassala@gmail.com Página 28
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

3.7.3.3. Controlo de infestante

O controlo de infestantes foi feito pelo método de capina manual (sacha - com base na enxada
de cabo curto; e monda - arranque das plantas daninhas com as mãos), com uma frequência
de controlo de quatro semanas.

3.7.3.4. Controlo de pragas

O controlo das pragas foi feito com base no método químico. Fez-se 2 (duas) pulverizações
ao longo do ciclo da cultura do pepino, sendo: A primeira realizada aos 11 DAS a base do
insecticida Cyphemethrin (200 g/L), com objectivo de controlar as pragas da espécie
diabroticas. O controlo foi eficaz, sendo para tal usada a dose de 15 ml do produto para 20
litros de água. A segunda actividade de controlo foi a base do insecticida Zacanaca
(Cyhalothrin + Profenofos 64.8 % EC) na dose de 17 ml do produto para 20 litros de água,
como objectivo controlar a praga gafanhoto elegante.

3.7.4. Colheita

Esta actividade foi realizada entre os dias 06 de Janeiro a 3 de Fevereiro do ano 2017, entre
52 a 79 DAS. A colheita foi realizada de forma manual, sendo os frutos do pepino separados
em duas categorias: frutos comerciais e frutos não comerciais (frutos com deformações,
furados, podres). Entretanto foram realizadas 4 (quatro) colheitas no total em intervalo de 5 a
6 dias.

3.8. Variáveis analisadas

As variáveis analisadas neste ensaio, foram obtidas mediante a metodologia empregada por
Graça (2013).

Números médios de frutos comercializáveis – os frutos foram contados a cada colheita em


15 plantas por parcela e divididos pelo mesmo número de planta e no final fez-se o somatório
de todas as médias;

Número médio de frutos não comercializáveis - foram obtidos através do procedimento


anterior, no entanto para mensurar este parâmetro foram usados frutos que apresentavam
danos de pragas, doenças, vírus, deformações fisiológicas, danos por sol, danos mecânicos
entre outros defeitos visuais;

josechassala@gmail.com Página 29
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Número médio total de frutos - foi obtido pelo somatório do número de todos frutos
comercializáveis e não comercializáveis encontrados após cada colheita, dividido pelo
número de plantas avaliadas em cada parcela;

Peso médio de fruto - Expresso em gramas, foi obtido pela razão entre o número total de
frutos da parcela e o peso total de frutos da parcela;

Diâmetro longitudinal (cm) – Obtido pela média do diâmetro de 15 frutos da parcela,


utilizando-se fita métrica graduada;

Diâmetro transversal (cm) - Obtido pela média do diâmetro de 15 frutos da parcela,


utilizando-se paquímetro graduado;

O rendimento total dos frutos por cada tratamento (expresso em t/ha)–foi obtido com
recurso a equação abaixo e posteriormente extrapolados para toneladas por hectare (t/ha).

Rendimento (t/ha) = 10000 m2

eq.10

3.9. Análise de Dados

Os dados experimentais foram submetidos a análise de variância por variável e foi realizada
sob condições de homogeneidade das variâncias pelo teste de Barlett e normalidade dos
resíduos pelo teste de Shapiro-wilk, a nível de significância de 5% de probabilidade. No
entanto, o pacote estatístico usado para a análise estatística dos dados foi o ASSISTAT
versão 7.7 pt.

josechassala@gmail.com Página 30
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

VI. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Análise de variância e coeficiente de variação

Na Tabela 4. Apresenta-se o resumo da análise de variância para as variáveis estudadas. A


análise de variância identificou que não houve diferença significativa entre os blocos. A não
significância encontrada entre os blocos foi causada, provavelmente pela, inexistência de
heterogeneidade dos factores edafo-climáticos no campo de ensaio.

No entanto observou-se que houve uma interacção significativa entre os factores lâminas de
água e cobertura de solo nas variáveis número de frutos comerciais (NFC), peso médio do
fruto (PMF), diâmetro médio do fruto (DMF), comprimento médio do fruto (CMF), e
rendimento total (RT) com excepção para o número de frutos não comercializável (NFNC) e
número total de frutos (NTF). Caracterizando assim, independência dos factores estudados ou
seja, a quantidade de água e cobertura de solo não mostrou interacção significativa na
produção de números frutos por planta e frutos não comercial, sendo desta forma, não
apresentado o teste de comparação de média para estas variáveis neste trabalho.

Resultados semelhantes foram obtidos por Kalungo, (2008), ao constatar que as diferentes
laminas de água e coberturas de solo não causaram efeito significativo na variável fruto não
comercializável.

Compagnol et al. (2014), tiveram resultados similares aos do presente estudo, ao estudar os
impactos do nível de irrigação e da cobertura do solo na cultura do tomate constataram que as
lâminas de irrigação não influenciaram o número de frutos por planta.

Rodriguês (2001) ao avaliar diferentes lâminas de água e cobertura de solo com plásticos de
polietileno de diversas cores, teve resultado divergente para a característica número de frutos
por planta, este facto diferencial pode se atribuir ao uso do plástico como cobertura
diferentemente do material vegetal utilizado neste ensaio. Pois conforme Rodriguês (2001), o
plástico para além de funcionar como cobertura do solo, oferece outras características como
aumento de temperatura, refracção de luz, diversos comprimentos de ondas solares, etc.

Os valores do coeficiente de variação variaram de 5.26 á 14.66 %. No entanto a medida de


avaliação do grau de precisão dos dados são classificados como baixo e médio, sendo o nível
de precisão do ensaio considerado alto e portanto as inferências baseada nos dados são
seguras (Manual de experimentação agrária UEM).

josechassala@gmail.com Página 31
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas condições edafo-climáticas de Caia

Tabela 6: Resumo da análise de variância das características estudadas

FV NFC NFNC NTF PMF DMF CMF RT

L. Agua 4.35291** 2.28042** 1.40625** 0.01385** 7.21292** 3.91625ns 437.04912**

C. Solo 4.89426** 1.04167** 0.79607* 0.02407** 4.42042** 60.80167** 619.54666**

LxC 0.43790* 0.06292ns 0.02585ns 0.00502** 1.95792** 10.04542** 113.50302**

Bloco 0.08801ns 1.14567ns 0.03166ns 0.00026ns 0.02819ns 0.66333ns 9.49173ns

Resíduo 0.10961 0.06556 0.14630 0.00042 0.13486 1.18967 11.49679

Media 5.7347 1.5625 7.2652 0.3700 5.9292 17.450 45.075

CV% 5.78 14.66 5.26 5.51 6.19 6.25 7.52

FV= Fontes de Variação,

GL= Graus de Liberdade

Rep = Repetição,

L = Lamina de água

C = Cobertura de solo,

Ns = Não significativo,

** = Significativo para P=0.01 e

* = Significativo para P=0.05 pelo teste F.

josechassala@gmail.com Página 32
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

4.2. Número de fruto comercializável

A Tabela 7 apresenta os valores de número médio de fruto comercializável (NMFC) para a


interacção das diferentes lâminas e cobertura de solo. Observou-se maior amplitude com uso
de serradura (1.917) e palha de gergelim (1.033) entre as reposições de 100 e 150% da ETc.

O maior número de frutos por planta foi obtido com a aplicação de lâmina correspondente a
104 mm (reposição de 100%) usando serradura. Em comparação, a referida lâmina (100%)
com uso da palha de gergelim produziu 20% abaixo do que foi obtido com uso da serradura.

Tabela 7: Medias de interacção para número médio de frutos comercializáveis

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% da ETc 6.0833 bA 5.3583 aB
100% da ETc 7.1838 aA 5.7498 aB
150% da ETc 5.2668 cA 4.7163 bB
CV% = 5.78
*Letras minúsculas diferentes mostram diferenças significativas nas colunas e, as maiúsculas, nas linhas. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

A reposição de 100% da ETc aplicando a serradura de madeira proporcionou um maior NFC,


tendo atingido uma media de 7.1838 frutos por planta, estando superior em um percentual de
35% á reposição de 150% da ETc com a palha de gergelim que teve o menor NFC em uma
média de 4.7163 frutos por planta.

Baptista (2011) obteve um NFC que variou de 9 a 13 frutos por planta aplicando 100% da
ETc ao estudar níveis de adubação para o cultivo orgânico do pepino. Valores superiores
obtidos por este autor podem estar por trás das adubações controladas feita com recurso a
análise de solo.Por outra o menor NFC registados neste ensaio pode estar por trás dos longos
intervalos de colheita usado (6 a 7 dias).

Resultados semelhantes foram obtidos por Barga et al. (2012) ao encontrar um maior NFC
por planta no tratamento que recebeu 120% da ETc, não tendo diferido significativamente do
tratamento que recebeu 100% ETc ao avaliar diferentes lâminas de irrigação na produção de
pimentão cultivado em ambiente protegido.

josechassala@gmail.com Página 33
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

De maneira geral, as lâminas excessivas e em défice afectaram a quantidade de FC.


Conforme Bernadi et al. (2003), a menor disponibilidade de água pode acelerar o processo de
maturação dos frutos, sendo que este efeito foi comprovado pelos tratamentos já que houve
uma reduçãosignificativa estatisticamente do número de frutos verdes na menor lâmina de
água utilizada (50%). Outro facto negativo das maiores lâminas de água foi o aumento
significativo no número de frutos sem valor comercial.

Deve-se ressaltar, entretanto, que a cobertura morta constituída pela palha de gergelim não
apresentou efeito benéfico na produção de NFC. Facto este que justifica-se por esta matéria
ser hospedeira de certos térmites. A palha de gergelim foi incluída no experimento por se
tratar de um material facilmente disponível na região onde realizou-se o ensaio.

4.3. Peso médio do fruto

Pela Tabela 8 nota-se que os resultados da interacção entre as lâminas de água (1,2 e 3) com a
serradura diferenciaram-se estatisticamente entre si nas condições do ensaio, o que não
aconteceu com a palha de gergelim, aonde a reposição de 50% da ETc apresentou o menor
PMF e diferiu estatisticamente das restantes lâminas que não diferiram pelo teste de Tukey.

A reposição de 150% de ETc não mostrou diferenças estatísticas para os níveis do factor
cobertura de solo. A redução do peso na L3 e C1 provavelmente tenha ocorrido por se
registar um excesso hídrico favorecendo a produção de etileno sintetizado na parte aérea, cujo
efeito na planta causa o fenómeno de senescência, levando à redução do peso (Kramer e
Boyer, 1995).

Tabela 8: Medias de interacção para o peso médio do fruto (PMF)

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% daETc 345.0000 cA 300.0000 bB
100% daETc 460.0000 aA 340.0000 aB
150% daETc 400.0000 bA 375.0000 aA
CV% = 5.51
*Letras minúsculas diferentes mostram diferenças significativas nas colunas e, as maiúsculas, nas linhas. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

josechassala@gmail.com Página 34
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Oliveira et al. (2002), ao avaliar estado nutricional de plantas de pepino, cultivadas em


hidroponia, em função das fontes de nutrientes obteve um peso de fruto que variou de 261.7 a
270.9 g, abaixo ao obtido neste ensaio (300 e 460 g). Baixos valores de peso obtido por esses
autores podem estar por detrás do maneio inadequado de nutrientes e do sistema de produção
usado, pois o peso de fruto é uma característica inerente à cultivar, entretanto pode sofrer
influência dos tratos culturais, principalmente da sanidade (Negreiros et al., 2015).

Os resultados do peso médio do fruto (PMF) em função da lâmina de água mostraram uma
resposta linear com aplicação da palha de gergelim (PMF= 75x + 263.3), e quadrática com a
aplicação da serradura (PMF = -350x2 + 755x +55) indicando aumento do peso à medida que
aumentaram as lâminas de irrigação aplicadas até o nível 100% da ETc (Figura 6). O que
pode se concluir que a aplicação da palha de gergelim como cobertura de solo exige uma
maior lâmina de água para alcance de peso superior (registado) em detrimento da cobertura
com serradura. Entretanto o défice hídrico quanto a aplicação excessiva de água influenciou
negativamente no PMF usando a cobertura com serradura de madeira.

Em relação às coberturas, foram encontrados valores mais elevados para o peso médio de
frutos no tratamento com a serradura (460 g), já nos tratamentos com palha de gergelim (375
g) observaram-se os menores resultados. Estas observações estão basicamente, associadas à
composição química, decomposição e liberação de nutrientes, específicas de cada cobertura.

Serradura P.Gergelim
500
peso medio do fruto

400
300
200 R² Ser = 1
100 R² Pal = 0.998
0
0% 50% 100% 150% 200%
Laminas de água em fucao da ETC

Figura 6: Variação do peso médio do pepino em função das lâminas de irrigação.

josechassala@gmail.com Página 35
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

4.4. Diâmetro médio do fruto

Na tabela 9 as lâminas de água (1, 2 e 3) mostraram ser estatisticamente diferente em função


dos níveis do factor cobertura de solo.

Para o mesmo nível de factor lâmina de água a cobertura de solo com serradura mostrou ser
superior na L1 e L2; a palha mostrou ser superior na L3 mas não diferiu estatisticamente com
aplicação da serradura.

Tabela 9: Medias de interacção para o diâmetro médio do fruto (DMF).

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% da ETc 7.8000 aA 6.2500 aB
100% da ETc 6.0000 bA 4.7000 cB
150% da ETc 5.2750 cA 5.5500 bA
CV% = 6.19
*Letras minúsculas diferentes mostram diferenças significativas nas colunas e, as maiúsculas, nas linhas. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

O maior diâmetro médio de fruto (DMF) foi obtido com a reposição de 50% da ETc
aplicando a serradura e o menor com a reposição de 100% da ETc usando a palha de
gergelim. Vale ressalta que a reposição de 50% da ETc mostrou ser estatisticamente melhor
para a produção de frutos com maior DMF em todos níveis do factor cobertura de solo.

O maior DMF observado na aplicação de 50% da ETc pode se justificar por estes tratamentos
apresentarem um menor número de frutos por planta. Pois segundo Santi (2013), quando se
aumenta o número de frutos por planta, a demanda dos frutos por fotoassimilados se eleva,
instalando-se forte competição entre os frutos, afectando o crescimento e desenvolvimento
desses. Assim, maior número de frutos na planta reduz o diâmetro, peso e comprimento.

Oliveira et al. (2002), ao avaliar estado nutricional de plantas de pepino, cultivadas em


hidroponia, em função das fontes de nutrientes obteve um DMF que variou de 4.9 a 5.0 cm
abaixo ao obtido neste ensaio (4.7 e 7.8 cm). Baixos valores de comprimento obtido por esses
autores podem estar por detrás do maneio inadequado de nutrientes, do sistema de produção
usado bem como das maiores quantidades de frutos por planta (11 a 14) obtido.

josechassala@gmail.com Página 36
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

4.5. Comprimento médio do fruto

A análise de variância evidenciou resposta não significativa do comprimento dos frutos em


relação as lâminas de água aplicadas, a 5% de probabilidade, pelo teste F. Comparando-se os
valores médios de comprimento de fruto pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade (Tabela
10), observa-se que as lâminas de água 1, 2 e 3 usando a palha de gergelim proporcionaram
os maiores valores deste parâmetro (18.75, 20, 18.37 cm respectivamente). Os menores
comprimentos de frutos foram obtidos com a aplicação da serradura. Por outro lado, na L3 as
diferentes coberturas não influenciaram no comprimento do fruto.

Guimarães et al. (2016), constataram que o comprimento do fruto de pepino não sofreu
influência significativa com a aplicação de diferentes lâminas de irrigação no solo.

Tabela 10: Medias de interacção para o comprimento médio do fruto (CMF)

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% da ETc 14.6250 bB 18.7500 aA
100% da ETc 15.2000 bB 20.0000 aA
150% da ETc 17.7500 aA 18.3750 aA
CV% = 6.25
*Letras minúsculas diferentes mostram diferenças significativas nas colunas e, as maiúsculas, nas linhas. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

A aplicação da palha de gergelim mostrou resultados superiores para o CMF em relação a


serradura de madeira, sendo a maior média de 20 cm obtido ao repor 100% da ETc. O menor
CMF (14.6250 cm) foi obtido na reposição de 50% da ETc aplicando a serradura.

Oliveira et al. (2002), ao avaliar estado nutricional de plantas de pepino, cultivadas em


hidroponia, em função das fontes de nutrientes obteve um comprimento de fruto que variou
de 17,5 a 18,4 cm abaixo ao obtido neste ensaio (14.6 e 20 cm). Em termos médio os valores
de CMF obtidos por Oliveira não diferiram aos do presente estudo, entretanto o máximo
CMF observado no presente estudo pode possivelmente sofrer influência positiva da
aplicação da cobertura de solo. Baixos valores de comprimento obtido por esses autores
podem estar por detrás do maneio inadequado de nutrientes e do sistema de produção usado.

josechassala@gmail.com Página 37
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

4.6. Rendimento total

Na figura 8 encontram-se as médias do rendimento (t/ha). Observa-se que o maior foi


alcançado pela L2 coberta com serradura de madeira (61.1 t/ha). O menor rendimento foi
obtida na L1 coberta com palha de gergelim (33.8 t/ha).

Observou-se uma redução no RT com a reposição da L3 coberta com serradura. Esse facto
deve ter ocorrido em função dos elevados teores de água no solo terem reduzido o arejamento
adequado na região de maior concentração das raízes, provocando alterações fisiológicas que
levaram à redução do rendimento (Knott e Tavernetti, 1944).

O facto da aplicação do nível máximo testado da L3 coberta com palha de gergelim não
proporcionar a ocorrência do efeito negativo por excesso de água deve-se, provavelmente, às
características físicas do material. Pois este apresenta uma estrutura não compacta, facilmente
removida por factores como vento e chuva, contribuindo para maior exposição do solo e da
cultura a radiações solar interferindo negativamente em processos como controle da
temperatura e retenção de água do solo e absorção de água e nutrientes pelas plantas. Porém
sua utilização neste trabalho foi justificada pela grande disponibilidade na região.

Rendimento Total
Serradura P. de Gergelim

61.1 aA
48.9 bA
40.4 cA 42.3 aB 43.9 aB
33.8 bB

1 2 3
Laminas de água

Figura 7: Medias de interacção para o rendimento total do fruto (RT).

Filgueira (1981) citado por Oliveira, (2002) considera boa produção a campo para a cultivar
Aodai, quando se produz de 10-15 frutos por planta, obtendo-se de 70-100 t/ha. No entanto o
baixo rendimento obtido neste ensaio com relação às ideias ditadas acima podem ser
justificados pelo largo espaçamento usado, adubação não controlada bem como certas
actividades culturais como a prática do tutoramento.

josechassala@gmail.com Página 38
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Considerando que o défice hídrico acarretou em menores rendimento, uma explicação


plausível para esses resultados seria de que a disponibilidade restrita de água, em função das
menores lâminas, pode ter activado os mecanismos de defesa das plantas, ocorrendo
fechamento dos estômatos e, consequentemente, a diminuição na turgescência da planta. Tais
factos reforçam a ideia de que a água é essencial para o rendimento da cultura do pepino e
que ela responde positivamente às lâminas de irrigação com 100% de reposição.

Moura e Carvalho (2014) citados por Mota et al. (2015), observaram que o rendimento em
plantas de beringela aumentou em função da quantidade de água aplicada aos tratamentos,
comportamento semelhante ao observado neste experimento com aplicação da palha de
gergelim.

Guimarães et al. (2016), observaram, que o máximo rendimento obtido foi de 2,859 kg/planta
com aplicação de 185,87 mm (150%). Silva et al. (2011), também verificaram aumento da
produtividade em irrigações próximas a 150% da evaporação do tanque evaporímetro. No
entanto os maiores rendimentos observados com a reposição de 104 mm (100%) neste
experimento foram favorecidos pela aplicação da cobertura de solo. O que pode-se concluir
presumidamente que a cobertura de solo favoreceu a disponibilidade de água para a planta.

Oliveiras et al. (2011), trabalharam com pepino japonês submetido a diferentes lâminas de
irrigação observaram que o rendimento da cultura foi afectado pelo défice e excesso hídrico,
de forma geral, obtendo-se os maiores valores com a reposição de 100% de água até a
capacidade de campo.

Contudo a maior disponibilidade hídrica no tratamento L3 nos factores cobertura não garantiu
o aumento da produção, que foi praticamente igual e inferior àquela obtida para o tratamento
L2; portanto, não se justifica a utilização de lâminas de irrigação elevadas e a consequente
manutenção de alta humidade do solo, pois esta prática não resulta em maiores produções,
podendo prejudicar a cultura devido ao excesso de água, e promover a lixiviação de
nutrientes para profundidades que impeçam sua absorção pelas raízes, uma vez que a
profundidade efectiva do sistema radicular das hortícolas se situa em torno de 0,20 m.

josechassala@gmail.com Página 39
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

V. CONCLUSÕES

Nas condições do experimento foram obtidas as seguintes conclusões:

 Utilizando-se cobertura de solo com serradura, aplicando 2.0 litros de água por planta
(100% de reposição) num intervalo de rega de 36 horas obtêm-se maior peso,
diâmetro, número de fruto e consequentemente um maior rendimento por hectare na
cultura de pepino;

 A cobertura de solo com palha de gergelim favoreceu somente a produção de frutos


com maior comprimento para todos níveis de reposição de água estudado;

 As lâminas de água em excesso e défice (L1 e L3) contribuíram negativamente para a


qualidade e quantidade do fruto de pepino.

josechassala@gmail.com Página 40
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

VI. RECOMENDAÇÕES

Com vista a obter melhores rendimento nesta cultura os produtores do distrito de caia
devem:

 Regar com uma quantidade de água correspondente a 2.0 litros usando a serradura
para cobrir o solo;

Para os futuros pesquisadores recomendo á:

 Realizar experiências similares durante outras épocas do ano incluindo outros


materiais de cobertura do solo;

 Realizar estudos visando avaliar se o aumento do rendimento em consequência do


aumento da água de rega se traduziu em maior rentabilidade económica. Análise esta
de fundamental importância, principalmente em regiões onde o factor água e
limitante.

josechassala@gmail.com Página 41
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

VII. BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

Albuquerque, Paulo Emílio Pereira (2010) Estratégias de Manejo de Irrigação: Exemplos de


Cálculo. Sete Lagoas, MG Setembro.

Allen, R. G; Pereira, L. S; Raes, D; Smith, M. (1998) Crop evapotranspiration: guidelines


for computing crop water requirements.: FAO, Irrigation and drainage, 56-Rome.

Almeida, Willian Fernandes, (2013) Gotejamento por pulsos e cobertura do solo na


formação do bulbo molhado e produtividade da alface americana – Lavras : UFLA.

Andrade, C. L. T.; Brito, R. A. L. (2006). Métodos de Irrigação e Quimigação. Sete

Araújo, Wellington Farias, (2002) Aplicação de água carbonada em abobrinha cultivada em


solo com e sem cobertura plástica / Wellington Farias Araújo. Piracicaba.

Baptista, J.N. (2011) Desempenho agronómico de híbridos e de níveis de adubação para o


cultivo orgânico do pepino no período chuvoso do cerrado. Brasília, 30 p.

Barbosa, André Prechlak, Philipp Naoki Yokoyama Kondo, Rerison Catarino da Hora,
Guilherme Renato Gomes, Gustavo Henrique Freiria, (2014) Desempenho
produtivo de pepino tipo conserva sob diferentes coberturas de solo, São Paulo.

Barroso, M; Magalhaes, M; et al.. (2007) Curcubitáceas de Trás-os-Montes., Dezembro.


Mirandela

Bernadi et al. (2003) Produção, Qualidade e Estado Nutricional de Meloeiro Cultivado em


Paraipaba-CE Utilizando Condicionador de Solo sob Diferentes Lâminas de Água.
Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento Rio de Janeiro.

Blanco, F.F.; Folegatti, M.V. (2002) fertirrigação na cultura de pepino. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, v.6, n.2, p.251-255.

Blanco, F.F.; Folegatti, M.V. (2002) Manejo da água e nutrientes para o pepino em ambiente
protegido sob fertirrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola.

Braga. M. B; Marouelli. W.A; Guedes. I. M. R.; Calgaro. M. (2012) Avaliação de lâminas de


irrigação na produção de pimentão cultivado em ambiente protegido, Bocatu.

josechassala@gmail.com Página 42
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Camba, Maria Odete Menezes; (2007) Estratégias de Conservação de Água no Solo para a
Produção de Milho em Regime de Sequeiro no Distrito do Chókwè. UEM-FAEF.
Maputo.

Cambaza, Cesário; (2007) Estudo de datas de sementeira para reduzir o risco de falha da
cultura de milho (ZeamaysL.) na agricultura de sequeiro no Distrito de
Chókwè.UEM, Maputo.

Campagnol, R; Abrahão, C; Mello, S. C. Oviedo, V. R. S; (2014) Impactos do nível de


irrigação e da cobertura do solo na cultura de tomate. Irriga, Botucatu, v. 19.

Campos, T.M; Souza, S.S. de; Santana, M.J. De; Vieira, T.A; Pereira, U.C.; Beirigo, J.D.C.
(2009) Função de produção da cultura do tomate para diferentes lâminas. Campus
Uberaba, MG.

Carmona; Victor Manuel Vergara (2015)., Sintomas de deficiências de macro nutrientes em


pepineiro, Jaboticabal.

Carvalho, A.D.F; Amaro, B.G; Lopes. J.F; Viela. J.N; Filho, M. M; Romeiro, A. (2013)., A
cultura do pepino. Circular técnica. Brasília, DF. EMBRAPA.

Carvalho, Jimmy Elísio, Fábio Zanella, José Hortênsio Mota, Ana Lúcia da Silva Lima;
(2005) cobertura morta do solo no cultivo de alface cv Regina. Ji-Parana/Ro.

Carvalho, José F., Abelardo A. A. Montenegro; Tales M. Soares (2011)., Produtividade do


repolho utilizando cobertura morta e diferentes intervalos de irrigação com água
moderadamente salina.Revista Brasileira de Engenharia Agrícola v.15.

Castro, Nilza (2003)., Apostila de irrigação. Universidade Federal do Rio Grande do sul
instituto de pesquisas hidráulicas. Brasília.

Costa, D.M., Melo, H.N.S., & Ferreira, S.R., (2007)., Eficiência da cobertura morta na
retenção da humidade. Brasil

Costa, Djeson Mateus Alves da. (2007)., Impactos do estresse salino e da cobertura morta
nas características químicas do solo e no desenvolvimento do amaranto, RN.

Centro Nacional de Pesquisas Agropecuarias e Florestal (CENTA),( 2003) cultivo del pepino.

josechassala@gmail.com Página 43
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Cungara, (2015)., Horticultura em Moçambique: características, tecnologias de produção e


de pós-colheita / editores técnicos– Brasília, DF : Embrapa.

Doorembos, J. W. O. Pruitt (1976)., Las necesidades de água de los cultivos. Documento


FAO: Riego y Drenaje Nº 24.

Doorembos, J. W. O. Pruitt. (1977)., Crop water requirements; Rome: FAO; Irrigation and
drainage paper. 24-Rome.

Edgar, Romero, Rodríguez, Andy; Rázuri, Luís; y Montilla, Eugénio. (2009)., Estimación de
las necesidades hídricas del cultivo de pepino (cucumis sativus l.), durante las
diferentes etapas fenológicas, mediante la tina de evaporación. junio

FAO. FAOSTAT. (http://apps.fao.org/default.htm). 2002. Acessado em 27.11.2014

FAO. FAOSTAT. (http://apps.fao.org/default.htm). 2015. Acessado em 27.11.2014

Fonseca, A.F.A., & Angeletti, M.P., (1987)., Utilização da cobertura morta do solo para a
produção de horticolas no estado de Randónia. Brasil

Graça, A. J. P. (2013)., Heterose e capacidade combinatória de linhagens de tomateiro


(Solanum lycopersicum L.) prospectadas para dupla finalidade. Rio de Janeiro.

Guimarães, D. P; Albuquerque, P. E. P. (2004)., Estimativa de coeficientes de cultura (Kc) da


fase inicial de culturas anuais no Estado do Mato Grosso. Sete Lagoas, MG Brasil.

Guimarães, João de Jesus; Almeida, Amanda Márcia; et al. (2016)., Manejo da agua de
irrigação para obtenção de máximas produtividades na cultura do pepino, Goiano.

Júnior, Anderson Soares de Andrade. (1992) Manejo de água em agricultura irrigada.


EMBRAPA, Brasília.

Knott, J.E.; Tavernetti, A.A. (1944)., Production of head lettuce in California. California:
Agricultural Extension Service,. 51p.

Kramer, P.J. (1983)., Water relations of plants. New York: Academic Press,.489 p. Lagoas,
MG-EMBRAPA. Brasil.

josechassala@gmail.com Página 44
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Lima, T. P. De (2014). Diferentes lâminas de irrigação e adubação na cultura do tomate de


mesa em Goiás. Jataí-Brasil.

Ministério da Administração Estatal (MAE) (2005)., Perfil do distrito de caia, província da


Sofala.; Maputo.

Marouelli, W. P.; Silva, W. L. C. (2012). Irrigação na cultura de pimentão. Brasília, ISSN


1415-3033.

Marouelli, W.A.; Silva, W.L.C.; Silva, H.R. (1996) Manejo da irrigação em horticolas.
5ed.,Brasilia:EMBRAPA,. 72p.

Marques M. A. Dantas. 2013. Lâminas e frequências de irrigação para a cultura do


tomateiro tipo grape, em casa nova. BA-UFVSF.

Massolonga, A. R. (2006). Avaliação da eficiência da rega por sulcos numa área de 16 há


para a cultura do tomate no Distribuidor-9 do Regadio de Chókwè. Departamento
de engenharia rural; Secção de Uso de Terra e Água; UEM-Maputo.

Medeiros, DamianaCleuma; Samara Sibelle Vieira Alves; (2007) Avaliação de diferentes


tipos de cobertura de solo no controle de plantas daninhas na cultura da alface.
UFERSA

Mello, J. L. P.; Silva, L. D. B. (2009). Irrigação e Drenagem. Rio de Janeiro-Brasil.

Mota, E. M. Dos Santos, D. A. L. e tal. Influência de diferentes lâminas de irrigação sob a


produtividade do pepino indústria para conserva cultivado em ambiente protegido.
08 a 13 de Novembro de UFS - São Cristóvão/SE.

Oliveira, Eduardo C., Jacinto de A. Carvalho, Wellington G. da Silva, Fátima C. Rezende,


Luiz A. A. Gomes3 & Maria C. N. de Jesus. (2015)., Análise produtiva e económica
dopepino japonês submetido a diferentes lâminas de irrigação. Revista 2011

Oliveira, Eduardo Carvalho. (2009)., Manejo de irrigação da cultura do pepino japonês


(Cucumissativus L.) em ambiente protegido. – Lavras: UFLA, 108 p.

josechassala@gmail.com Página 45
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Oliveira, L.R; Fernandes, A.A.; Martinez, H.E.P.;. (2002) Produtividade, qualidade dos
frutos e estado nutricional de plantas de pepino, cultivadas em hidroponia, em
função das fontes de nutrientes. Horticultura Brasileira, Brasília, vp. 571-575.

Oliveira, Francisco Nelsieudes Sombra [et al.] (2002)., Influência da cobertura morta no
desenvolvimento de fruteiras tropicais. / - Fortaleza : EmbrapaAgroindústria
Tropical, 24p.

Pelegrini, Laureana Aparecida Coimbra,(2009)., Evapotranspiração e função de produção da


cultura do girassol em campos dos goytacazes, rj universidade estadual do norte
fluminense darcy ribeiro campos dos goytacazes – rj abril.

Pereira, Luís Santos (2007)., Necessidades de água e programação da rega: modelação,


avanços e tendência. Universidade Técnica de Lisboa.

Power, J.F. (1990)., Role of moisture stress in plant nutritional functions. Duncan, R.R.
Crops as enhancers of nutrient use. San Diego: Academic Press, P. 453.

Reinert, D. J.; Reichert, J. M. (2006).Propriedades físicas do solo. Santa Maria- Brasil.

Ribeiro, André Júnior. (2012)., Efeito do “mulching” com malha de sombreamento no cultivo
da alface., centro de ciências agrárias. Florianópolis.

Rodriguês, Domingos Savio. (2001)., depth of water and different types of soil covers on
yellow bell pepper crop under protected cultivation. Botucatu, 115 p.

Santi, A; Scaramuzza WLMP; Soares DMJ; Scaramuzza JF; Dallacort r; Krause W; Tieppo
RC. (2013)., Desempenho e orientação do crescimento do pepino japonês em
ambiente protegido Horticultura Brasileira31: 649-653.

Sistema Nacional de Aviso Prévio para a Segurança Alimentar (SNAP) (1995). Impacto
climático sobre a produção de milho em Moçambique, Direcção Nacional de
Agricultura (DINA), Maputo.

Tamele, C. M. Abdala, (2007)., Dimensionamento de um Sistema de Rega por Gotejamento


para uma Área de 50 ha no Distrito de Chókwè. FAEF-Maputo.

Yagüe, J. (1999). Técnicas de riego 2ª EdicionesMundi Prensa-México.

josechassala@gmail.com Página 46
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

VIII. APÊNDICES
Apêndice 1: Dados de clima, precipitação, cultura e solo (nas imagens a seguir), usados para estimar
a ETc no modelo CROPWAT v.8.0

josechassala@gmail.com Página 47
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

josechassala@gmail.com Página 48
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Apêndice 2: Calendário de rega e as quantidades aplicadas em L (litros)

Horário Dias 50% Etc Rega 100% Etc Rega acum 150% Etc Rega
(litros) acum (litros) (mm) (litros) acum
(mm) (mm)
5 e 17h 15-Nov 1 1 1 1 1 1
5 e 17h 16-Nov 1 2 1 2 1 2
5 e 17h 17-Nov 1 3 1 3 1 3
5 e 17h 18-Nov 1 4 1 4 1 4
5 e 17h 19-Nov 1 5 1 5 1 5
5 e 17h 20-Nov 1 6 1 6 1 6
5 e 17h 21-Nov 1 7 1 7 1 7
5 e 17h 22-Nov 1 8 1 8 1 8
5 e 17h 23-Nov 1 9 1 9 1 9
5 e 17h 24-Nov 1 10 1 10 1 10
5 e 17h 25-Nov 1 11 1 11 1 11
5 e 17h 26-Nov 1 12 1 12 1 12
5 e 17h 27-Nov 1 13 1 13 1 13
5 e 17h 28-Nov 1 14 1 14 1 14
5 e 17h 29-Nov 1 15 1 15 1 15
5 e 17h 30-Nov 1 16 1 16 1 16
5 horas 1-Dec 1 17 2 18 3 19
17 horas 2-Dec 1 18 2 20 3 22
5 horas 4-Dec 1 19 2 22 3 25
17 horas 5-Dec 1 20 2 24 3 28
5 horas 7-Dec 1 21 2 26 3 31
17 horas 8-Dec 1 22 2 28 3 34
5 horas 10-Dec 1 23 2 30 3 37
17 horas 11-Dec 1 24 2 32 3 40
5 horas 13-Dec 1 25 2 34 3 43
17 horas 14-Dec 1 26 2 36 3 46
5 horas 16-Dec 1 27 2 38 3 49
17 horas 17-Dec 1 28 2 40 3 52
5 horas 19-Dec 1 29 2 42 3 55
17 horas 20-Dec 1 30 2 44 3 58
5 horas 22-Dec 1 31 2 46 3 61
17 horas 23-Dec 1 32 2 48 3 64

josechassala@gmail.com Página 49
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

5 horas 25-Dec 1 33 2 50 3 67
17 horas 26-Dec 1 34 2 52 3 70
5 horas 28-Dec 1 35 2 54 3 73
17 horas 29-Dec 1 36 2 56 3 76
5 horas 31-Dec 1 37 2 58 3 79
17 horas 1-Jan 1 38 2 60 3 82
5 horas 3-Jan 1 39 2 62 3 85
17 horas 4-Jan 1 40 2 64 3 88
5 horas 6-Jan 1 41 2 66 3 91
17 horas 7-Jan 1 42 2 68 3 94
5 horas 9-Jan 1 43 2 70 3 97
17 horas 10-Jan 1 44 2 72 3 100
5 horas 12-Jan 1 45 2 74 3 103
17 horas 13-Jan 1 46 2 76 3 106
5 horas 15-Jan 1 47 2 78 3 109
17 horas 16-Jan 1 48 2 80 3 112
5 horas 18-Jan 1 49 2 82 3 115
17 horas 19-Jan 1 50 2 84 3 118
5 horas 21-Jan 1 51 2 86 3 121
17 horas 22-Jan 1 52 2 88 3 124
5 horas 24-Jan 1 53 2 90 3 127
17 horas 25-Jan 1 54 2 92 3 130
5 horas 27-Jan 1 55 2 94 3 133
17 horas 28-Jan 1 56 2 96 3 136
5 horas 30-Jan 1 57 2 98 3 139
17 horas 31-Jan 1 58 2 100 3 142
5 horas 2-Feb 1 59 2 102 3 145
17 horas 3-Feb 1 60 2 104 3 148

josechassala@gmail.com Página 50
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Apêndice 3:Análise de variâncias pelo teste de Fisher e Teste de normalidade pelo teste de Shapiro-
Wilk no ASSISTAT.

QUADRO DE ANALISE PARA NUMERO DE FRUTOS COMERCIALIZAVEIS (NFC)

FV GL SQ QM F

L. de agua(F1) 2 8.70582 4.35291 39.7142 **

C. de solo (F2) 1 4.89426 4.89426 44.6532 **

Interacao F1 x F2 2 0.87580 0.43790 3.9952 *

Tratamentos 5 14.47589 2.89518 26.4144 **

Blocos 3 0.26403 0.08801 0.8030 ns

Residuo 15 1.64409 0.10961

Total 23 16.38401
** significativo ao nivel de 1% de probabilidade (p < .01)

* significativo ao nivel de 5% de probabilidade (.01 = < p < .05)

Ans não significativo (p>=.05)

MEDIAS DE INTERACAO

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% daETc 6.0833 bA 5.3583 aB
100% daETc 7.1838 aA 5.7498 aB
150% daETc 5.2668 cA 4.7163 bB
CV% = 5.78
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

dms para colunas = 0.6075 (letras minusculas)

dms para linhas = 0.4983 (letras maisculas)

Normalidade dos dados (alfa = 5%)

Teste (Estatística)
Valor p-valor Normal
Shapiro-Wilk (W)
0.93853 0.15123 Sim

josechassala@gmail.com Página 51
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

QUADRO DE ANALISE PARA NUMERO DE FRUTOS NÃO COMERCIALIZAVEIS (NFNC)

FV GL SQ QM F

L. de agua(F1) 2 4.56083 2.28042 42.3170 **

C. de solo (F2) 1 1.04167 1.04167 19.3299 **

Interacao F1 x F2 2 0.12583 0.06292 1.1675 ns

Tratamentos 5 5.72833 1.14567 21.2598 **

Blocos 3 0.19667 0.06556 1.2165 ns

Residuo 15 0.80833 0.05389

Total 23 6.73333

** significativo ao nivel de 1% de probabilidade (p < .01)

* significativo ao nivel de 5% de probabilidade (.01 = < p < .05)

Ans não significativo (p>=.05)

MEDIAS DE INTERACAO

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% daETc 0.9500 1.4000
100% daETc 1.1000 1.6750
150% daETc 2.0750 2.3000
CV% = 14.66
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

dms para colunas = 0.6075 (letras minusculas)

dms para linhas = 0.4983 (letras maisculas)

Normalidade dos dados (alfa = 5%)

Teste (Estatística)
Valor p-valor Normal
Shapiro-Wilk (W)
0.96222 0.48468 Sim

josechassala@gmail.com Página 52
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

QUADRO DE ANALISE PARA NUMERO TOTAL DE FRUTOS (NTF)

FV GL SQ QM F

L. de agua(F1) 2 2.81251 1.40625 9.6123 **

C. de solo (F2) 1 0.79607 0.79607 5.4415 *

Interacao F1 x F2 2 0.05170 0.02585 0.1767 ns

Tratamentos 5 3.66028 0.73206 5.0039 **

Blocos 3 0.09498 0.03166 0.2164 ns

Residuo 15 2.19445 0.14630

Total 23 5.94971

** significativo ao nivel de 1% de probabilidade (p < .01)

* significativo ao nivel de 5% de probabilidade (.01 = < p < .05)

Ans não significativo (p>=.05)

MEDIAS DE INTERACAO

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% da ETc 7.0333 6.7583
100% da ETc 7.9670 7.4748
150% da ETc 7.3418 7.0163
CV% = 5.26
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

dms para colunas = 0.6075 (letras minusculas)

dms para linhas = 0.4983 (letras maisculas)

Normalidade dos dados (alfa = 5%)

Teste (Estatística) Valor p-valor Normal

Shapiro-Wilk (W) 0.92377 0.07080 Sim

josechassala@gmail.com Página 53
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

QUADRO DE ANALISE PARA PESO DE FRUTOS(PESO EM GRAMAS)

FV GL SQ QM F

L. de agua(F1) 2 27700.00000 13850.00000 33.3289 **

C. de solo (F2) 1 24066.66667 24066.66667 57.9144 **

Interacao F1 x F2 2 10033.33333 5016.66667 12.0722 **

Tratamentos 5 61800.00000 12360.00000 29.7433 **

Blocos 3 766.66667 255.55556 0.6150 ns

Residuo 15 6233.33333 415.55556

Total 23 68800.00000

** significativo ao nivel de 1% de probabilidade (p < .01)

* significativo ao nivel de 5% de probabilidade (.01 = < p < .05)

Ans não significativo (p>=.05)

MEDIAS DE INTERACAO

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% da ETc 345.0000 cA 300.0000 bB
100% da ETc 460.0000 aA 340.0000 aB
150% da ETc 400.0000 bA 375.0000 aA
CV% = 5.51
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

dms para colunas = 0.6075 (letras minusculas)

dms para linhas = 0.4983 (letras maisculas)

Normalidade dos dados (alfa = 5%)

Teste (Estatística) Valor p-valor Normal

Shapiro-Wilk (W) 0.93853 0.15123 Sim

josechassala@gmail.com Página 54
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

QUADRO DE ANALISE PARA DIAMETRO DO FRUTO (DIAM)

FV GL SQ QM F

L. de agua(F1) 2 14.42583 7.21292 53.4840 **

C. de solo (F2) 1 4.42042 4.42042 32.7775 **

Interacao F1 x F2 2 3.91583 1.95792 14.5180 **

Tratamentos 5 22.76208 4.55242 33.7563 **

Blocos 3 0.08458 0.02819 0.2091 ns

Residuo 15 2.02292 0.13486

Total 23 24.86958

** significativo ao nivel de 1% de probabilidade (p < .01)

* significativo ao nivel de 5% de probabilidade (.01 = < p < .05)

Ans não significativo (p>=.05)

MEDIAS DE INTERACAO

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% da ETc 7.8000 aA 6.2500 aB
100% da ETc 6.0000 bA 4.7000 cB
150% da ETc 5.2750 cA 5.5500 bA
CV% = 6.19
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

dms para colunas = 0.6075 (letras minusculas)

dms para linhas = 0.4983 (letras maisculas)

Normalidade dos dados (alfa = 5%)

Teste (Estatística)
Valor p-valor Normal
Shapiro-Wilk (W)
0.92594 0.07914 Sim

josechassala@gmail.com Página 55
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

QUADRO DE ANALISE PARA COMPRIMENTO DE FRUTOS (COMP)

FV GL SQ QM F

L. de agua(F1) 2 7.83250 3.91625 3.2919 ns

C. de solo (F2) 1 60.80167 60.80167 51.1082 **

Interacao F1 x F2 2 20.09083 10.04542 8.4439 **

Tratamentos 5 88.72500 17.74500 14.9159 **

Blocos 3 1.99000 0.66333 0.5576 ns

Residuo 15 17.84500 1.18967

Total 23 108.56000

** significativo ao nivel de 1% de probabilidade (p < .01)

* significativo ao nivel de 5% de probabilidade (.01 = < p < .05)

Ans não significativo (p>=.05)

MEDIAS DE INTERACAO

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% da ETc 14.6250 bB 18.7500 aA
100% da ETc 15.2000 bB 20.0000 aA
150% da ETc 17.7500 aA 18.3750 aA
CV% = 6.25
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

dms para colunas = 0.6075 (letras minusculas)

dms para linhas = 0.4983 (letras maisculas)

Normalidade dos dados (alfa = 5%)

Teste (Estatística) Valor p-valor Normal

Shapiro-Wilk (W) 0.96671 0.58690 Sim

josechassala@gmail.com Página 56
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

QUADRO DE ANALISE PARA RENDIMENTO TOTAL DE FRUTOS (RT)

FV GL SQ QM F

L. de agua(F1) 2 874.09825 437.04912 38.0149 **

C. de solo (F2) 1 619.54666 619.54666 53.8887 **

Interacao F1 x F2 2 227.00605 113.50302 9.8726 **

Tratamentos 5 1720.65095 344.13019 29.9327 **

Blocos 3 28.47519 9.49173 0.8256 ns

Residuo 15 172.45186 11.49679

Total 23 1921.57801

** significativo ao nivel de 1% de probabilidade (p < .01)

* significativo ao nivel de 5% de probabilidade (.01 = < p < .05)

Ans não significativo (p>=.05)

MEDIAS DE INTERACAO

Cobertura de solo
Lâminas de água
Serradura Palha de gergelim
50% da ETc 40.4163 cA 33.7998 bB
100% da ETc 61.1193 aA 42.3058 aB
150% da ETc 48.9188 bA 43.8640 aB
CV% = 7.52
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

dms para colunas = 0.6075 (letras minusculas)

dms para linhas = 0.4983 (letras maisculas)

Normalidade dos dados (alfa = 5%)

Teste (Estatística) Valor p-valor Normal

Shapiro-Wilk (W) 0.91736 0.05109 Sim

josechassala@gmail.com Página 57
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Apêndice 4: Desenho experimental

BLOCO I BLOCO II BLOCO III BLOCO VI


5 m2

T1 T3 T5 1 m2 T3 6 m2

0.5 m2

T2 T4 T6 T4

T5 T1 T4 T2

39 m2

T6 T2 T3 T1

T3 T5 T1 T6

T4 T6 T2 T5

24 m2

Onde:

C1 (Serradura) C2 (P. gergelim)

L1 (50% da ETc) T1 = L1C1 T2 = L1C2

L2 (100% da ETc) T3 = L2C1 T4 = L2C2

L3 (150% da ETc) T5 = L3C1 T6 = L3C2

josechassala@gmail.com Página 58
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas condições edafo-climáticas de Caia

Apêndice 5: Resumo dos resultados do ensaio

Lamina.de.agua Bloco Cobertura.de.solo NFC NFNC NTF PESO DIAMET COMPR RENDIM
50% Etc 1 Serradura 6.467 1 7.467 0.34 7.1 13 42.3
50% Etc 1 P.gergelim 5.4 1.5 6.9 0.3 6.3 18 34.5
100% Etc 1 Serradura 7.267 1 7.5 0.49 6.2 14 61.3
100% Etc 1 P.gergelim 5.6 1.8 7.4 0.35 4.9 20 43.2
150% Etc 1 Serradura 5.667 2 7.667 0.41 5.1 18 52.4
150% Etc 1 P.gergelim 4.533 2.5 7.033 0.38 5.5 19 44.5
50% Etc 2 Serradura 6.333 0.7 7.033 0.34 7.9 15 39.9
50% Etc 2 P.gergelim 5.267 1.6 6.867 0.31 5.9 19 35.5
100% Etc 2 Serradura 7.067 1.3 8.367 0.49 6.5 16 68.3
100% Etc 2 P.gergelim 5.533 1.4 6.933 0.35 4.3 19 40.4
150% Etc 2 Serradura 5.467 2.3 7.767 0.39 5.4 18 50.5
150% Etc 2 P.gergelim 4.8 2 6.8 0.35 5.6 17.5 39.7
50% Etc 3 Serradura 6 0.9 6.9 0.34 8.3 15.8 39.1
50% Etc 3 P.gergelim 5.3 1.3 6.6 0.3 6.7 17 33.0
100% Etc 3 Serradura 7.634 0.7 8.334 0.45 5.5 15.8 62.5
100% Etc 3 P.gergelim 6.266 1.6 7.866 0.33 4.7 21 43.3
150% Etc 3 Serradura 4.8 1.9 6.7 0.41 5.5 18 45.8
150% Etc 3 P.gergelim 4.866 2.4 7.266 0.37 5.4 19 44.8
50% Etc 4 Serradura 5.533 1.2 6.733 0.36 7.9 14.7 40.4
50% Etc 4 P.gergelim 5.466 1.2 6.666 0.29 6.1 21 32.2
100% Etc 4 Serradura 6.767 0.9 7.667 0.41 5.8 15 52.4
100% Etc 4 P.gergelim 5.8 1.9 7.7 0.33 4.9 20 42.4
150% Etc 4 Serradura 5.133 2.1 7.233 0.39 5.1 17 47.0
150% Etc 4 P.gergelim 4.666 2.3 6.966 0.4 5.7 18 46.4

josechassala@gmail.com Página 59
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

Apêndice 6: Fotografias captadas ao longo do estudo

A B

Processo de formação de blocos, parcelas e nivelamento da área figura A e B.

C D

Processo de colecção C e transporte da palha de gergelim D

E F

Planta coberta com palha de gergelim E, e serradura F.

josechassala@gmail.com Página 60
Efeito da combinação de três lâminas de água e duas coberturas do solo no rendimento do Pepino, nas
condições edafo-climáticas de Caia

E F

Frutos colhido na primeira E, e ultima F colheita.

G H

Frutos não comercializáveis, deformações fisiologia G, podridão H, no tratamento 6.

I J

Peso de frutos de uma planta I, peso por parcela J.

josechassala@gmail.com Página 61

Vous aimerez peut-être aussi