Vous êtes sur la page 1sur 2

TRABALHADOR QUE FIGUROU COMO SÓCIO DA EMPRESA POR QUASE 20 ANOS OBTÉM

VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Fonte: TRT/MG - 16/10/2012 - Adaptado pelo Guia Trabalhista

Um trabalhador que figurou por quase 20 anos como sócio minoritário no contrato social de
um supermercado conseguiu na Justiça do Trabalho o reconhecimento de que, na verdade, era
empregado.

A decisão foi da 6ª Turma do TRT-MG, ao julgar o recurso ordinário interposto pela empresa
que não se conformava com o vínculo reconhecido em 1º Grau. O voto foi proferido pelo
relator, juiz convocado Eduardo Aurélio Pereira Ferri.

A fraude é antiga conhecida da Justiça do Trabalho. Com o objetivo de mascarar a verdadeira


relação de emprego existente e economizar custos, o empregador coloca o trabalhador
formalmente como sócio minoritário da empresa. Mas isso de nada vale se ficar provado que a
realidade foi sempre outra. É que, no Direito do Trabalho, aplica-se o princípio da primazia da
realidade. Ou seja, a realidade vivida pelas partes deve prevalecer sobre as condições fictícias
e formais registradas em documentos.

No caso analisado, o supermercado sustentou que o trabalhador passou a integrar a sociedade


por livre e espontânea vontade no ano de 1992 e se beneficiou de todas as vantagens da
condição de sócio. No entanto, ao analisar as provas, o relator verificou que isso não era
verdade. A relação havida entre as partes sempre foi de emprego.

Conforme observou o julgador, a carteira do trabalhador foi anotada pela reclamada por quase
cinco anos, de 1987 a 1992. Por sua vez, testemunhas revelaram que o reclamante fazia as
mesmas atividades dos demais empregados e recebia um salário mínimo. Ninguém sabia da
condição de sócio. O relator apurou ainda que a sociedade era administrada pela sócia que
tinha a maior parte da quotas.

Assim, não há dúvida de que o reclamante sempre foi empregado: "Infere-se que o autor foi
colocado formalmente na condição de sócio, mas era efetivo empregado, havendo fraude aos
preceitos trabalhistas nos termos do art. 9º da CLT. O procedimento adotado, naturalmente,
visou burlar direitos trabalhistas e previdenciários do reclamante, o que é defeso", concluiu o
relator.
Na mesma ação, o trabalhador pediu a declaração da rescisão indireta do contrato de
trabalho, o que também foi reconhecido em 1º Grau e confirmado pela Turma de julgadores.
Isso porque o supermercado descumpriu diversas obrigações trabalhistas por vários anos,
como a de anotar a CTPS, pagar férias, 13º salário e depositar o FGTS.

O descumprimento de obrigações trabalhistas é previsto no artigo 483, "d" da CLT como causa
de rescisão indireta do contrato de trabalho, já que essas faltas graves acabam inviabilizando a
continuidade do vínculo empregatício. A Turma de julgadores acompanhou os entendimentos.
(0000832-03.2011.5.03.0046 RO).

Vous aimerez peut-être aussi