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História Antiga: Mitologia suméria - deuses e seres humanos

construindo o mundo

Os sumérios viveram alguns milênios antes de nós, entre os séculos IV a.C. e I


a.C. na região chamada de Mesopotâmia. Eles foram os primeiros a criar a história de
Abraão se inicia quando este e sua tribo saem da cidade suméria de Ur. Voltando aos
sumérios, seus deuses eram locais, patronos de cada cidade e brigavam assim como as
chamadas cidades-estados (era a forma política que se organizavam, sem centralização das
cidades sob um soberano como no Egito) na Mesopotâmia brigavam. Os deuses e os
homens se confundiam em seus atos, valores e sentimentos justamente por causa de os
sumérios atribuírem a esses deuses sua imagem e característica. Os astros controlavam a
vida cotidiana dos homens e e as previsões astrológicas guiavam a vida urbana violenta e
difícil (você vai entender logo mais isso). Acreditavam que o ser humano foi criado do barro
por um sopro divino assim como na bíblia. Somavam 3.600 deuses no panteão religiosos
sumérios e esse politeísmo era comum em quase todas as religiões da antiguidade.

A Mesopotâmia

Por volta do século IV a.C. desenvolveu-se a escrita e um complexo sistema de


governo com uma hierarquia religiosa, administrativa e social na Mesopotâmia e foram os
primeiros povos a construir obras públicas como diques para explorar os rios Tigres e
Eufrates (podemos ter algumas informações interessantes no livro de Ciro Flamarion
Cardoso “Sociedades do Antigo Oriente Próximo”) e a cidade de Uruk chegou a ter 1,6
milhões de metros quadrados. As cidades eram padronizadas segundo um plano concebido
pelos deuses e para preencher esse plano de organização foram inventas regras
operacionais. Essas regras eram coletivas e conhecidas cosmo ME que definia aspectos da
sociedade como: governo, religião, guerra, paz, intercurso sexual, arte, música e profissões;
além de idéias abstratas como: verdade e falsidade, tristeza e alegria. O ME era
supervisionado pelos deuses, em especial o deus da criação Ane o deus chefe executivo
dos céus Enlil.

Olhando para um espelho

Ao olharmos para os sentimentos representados nessa religião veremos valores


como: bondade e justiça, lei e ordem, liberdade, misericórdia e compaixão. Os reis se
exaltavam por propagandearem que eles que trouxeram a lei e a ordem na terra, por
proteger os fracos e os pobres, mas na prática não foi bem isso que ocorreu, no entanto
queriam ser vistos assim. Os deuses eram vistos como amantes do bem, da verdade e da
justiça. Essa visão instalava no povo certa consciência de valores acrescidos pelos padrões
éticos articulados ela lei. Isso pelo motivo de se confundir as ações e posições éticas dos
deuses e dos homens e mulheres, como se aquilo que acontecesse na terra fosse mero
reflexo do que ocorria no céu. Os deuses estavam desde as situações mais cotidianas até
no poder técnico desenvolvido pelo ser humano até então, pois acreditavam que os deuses
sustentavam esses feitos: fazer o fogo, moldar o tijolo, o cuidado dos rebanhos, a cura do
doente, a invenção da escrita, a criação da justiça e da lei. O cotidiano era cria pelos deuses
e o povo, juntos.
Essa aproximação dos deuses com os homens se estendia na personalidade e
imagem humana dos deuses. Olhos para olhar melhor os homens, ouvidos para atender as
oferendas e ouvir os cânticos e orações. A personalidade carregada de emoções humana é
encontrada nas compassividade e crueldade e até ciúme ou interferindo na vida humana de
forma arbitrária. As supostas irritações e variações repentinas do estado de humor dos
deuses eram vistas nas atividades climáticas que eram mal compreendidas pelos sumérios
como as enchentes violentas épocas de seca, mas isso se dava pelas águas que vinham
das montanhas geladas da Armênia. Agora entendeu o que você leu acima sobre os astros
controlar a vida cotidiana.
Os sumérios acreditavam também em outros poderes como os demoníacos e da
escuridão que escondiam no reino subterrâneo sempre prontos para subirem e roubar dos
seres humanos tudo que lhes era mais precioso. O poder na maldade, pela vida difícil e
convívio violento, estava no imaginário popular. O constante medo de forças do mal fez a
criação de deuses com tamanha feição humana para proteger os homens e mulheres dos
poderes da maldade. Podemos ver essa personalidade instável e arbitrária no mito da
deusa Inanna, vejamos.
Inanna era a mais popular das deidades. Representava o poder da atração sexual
e carnal. Seu apetite era insaciável e seus relacionamentos com os homens eram de curta
duração. Era também a deusa da guerra e padroeira de governos dinásticos, era cultuada
nas cidades de Uruk e Agadé. Inanna se casa com Dumuzi e faz a ele declarações de
amor, mas ela resolve descer aos infernos para tomar o lugar de sua irmã Ereshkigal para
se soberana do Reino do Alto e do Mundo Inferior. Ela vai até o palácio de sua irmã, mas
sua irmã tira-lhe as vestimentas, os adornos e os poderes a quando apresentada frágil
perante sua irmã, esta lança-lhe o “olhar da morte” ficando assim inerte. Inanna é retirada
do Mundo Inferior e os Setes Juízes do Inferno diz para ela: “quem é que, após ter descido
ao Inferno, conseguiu deixá-lo sem nada sofrer?. Se Inanna quiser subir de novo deve
oferecer um substituto”. E ela vai lhes entregar esse substituto.
Ao voltar Inanna percebe que Dumuzi não ficou triste com sua ausência e até se
achava soberano único da cidade. Inanna lança em Dumuzi o “olhar da morte” e dia
somente uma palavra - “desespero” – e somente um grito de condenação
de Dumuzi apontando-o aos demônios – “é este!”. Dumuzi suplica a seu sogro Utu, o deus
sol, que o transformou em serpente para se esconder na casa de sua irmã, Geshtinanna,
mas os demônios encontra-o e leva-o para o inferno. Ereshkigal se comove com as
lágrimas de Dumuzi e permite que ele passe somente metade do ano no Inferno e a outra
metade sua irmã, Geshtinanna o substituirá.
Os deuses sumérios tinham a função igual aos padrinhos em nossa sociedade
atual, mas não era apenas de uma pessoa, era da cidade e conseqüentemente dos que nela
habitavam. Esses deuses vivam na natureza: o céu, a terra fértil, as águas que regam o
solo, a lua, as estrelas, o sol, e também socorriam as criaturas da terra e a humanidade. Por
isso em cada cidade havia um templo maior para adoração de seu deus protetor, mas isso
não impedia que os deuses locais influenciassem outras cidades-estados, em especial em
épocas que uma cidade-estado dominasse ou influencia-se a outra por meio do comercio
como foi o caso de Marduque, Assur e Babilônia. Em geral havia uma tolerância religiosa e
isso facilitada a assimilação. Os deuses principais tinham ligações diretas com os familiares
dos príncipes e as divindades subordinadas desse deus auxiliavam o povo como advogar
em nome das pessoas para com o deus protetor, zelar pelo bem estar das pessoas, entre
outras.
A administração do templo e a função do sacerdote que se envolvia tanto nos
assuntos políticos terrenos quanto nos assuntos dos céus. Os que podiam se tornar
sacerdote deveria ser um ou uma jovem, ser de boa família e não ter defeitos físicos. O
treinamento incluía alfabetização e outras aprendizagens, poderia se especializar servindo
a um deus o jovem e a uma deusa a jovem.
Os dias sagrados eram comemorados com festejos acompanhados de sacrifícios
e essas festas remetiam ao deus local, os trabalhos eram suspensos, as punições aos
trabalhadores também e os direitos e privilégios dos superiores acabavam. Todos eram
vistos como iguais perante as divindades. Agradeciam também fertilização da terra e esse
feriado era chamado de Akiti.
Os lugares das atividades religiosas eram os templos onde os deuses ficavam em
forma de estátuas e os sacerdotes faziam a manutenção do templo. Havia diversos tipos de
sacerdotes: para administração, os conjuros que se envolviam co mágicas e exorcismo, os
augúrios profetas, os adivinhos, responsáveis pelas músicas, dos rituais junto ao altar e os
que intercediam pela comunidade. O significado do termo templo era diferente do nosso,
pois não remetia a uma igreja ou sinagoga onde se realizava adoração congregacional; os
templos sumérios eram a morada dos deuses, havia a estátua do deus com as oferendas
dadas pelos fiéis. Havia também o templo anexado ao santuário com os quartos dos
sacerdotes. A adoração publica era realizada fora dos templos, em pátios grandes.
Além da oração e do ritual, da cerimônia e da magia, outra dimensão da adoração
e desejo de aproximação nos atos: a intenção do coração e sua expressão pessoal através
da ação moral. É difícil perceber esses gestos tão íntimos, mas podemos notar isso na
poesia suméria. Mas deuses sumérios nem sempre perdoavam e puniam quase sempre,
para mostrar que eram rígidos em suas exigências. Acreditavam existir uma relação entre
sofrimento e pecado, então as pessoas se esforçavam para manter uma integridade, no
entanto isso ocorria na prática igual aos dias de hoje.
Outra questão interessante é o papel da culpa. A essa questão acrescenta o
significado de “intromissão” (de ordem divina) ou “entrar sem autorização”, os deuses
invadiam a vida das pessoas e arbitrariamente a modificavam. Nas canções sobre
catástrofes coletivas podemos perceber que apesar de fazer uma ligação de sofrimento com
pecado não acreditavam que as catástrofes eram castigos por atos pecaminosos, a lógica
era: quem não tem poder de pressionar as decisões dos deuses não tinha tal
responsabilidade – faz sentido!
Acreditavam também que os desejos dos deuses se manifestavam na natureza e
por isso pode-se ler e interpretar esses desejos. Alguns sacerdotes especialistas
interpretavam esses desejos inspecionando vísceras de animais, em especial o fígado, ou
com corpos celestes e seus movimentos. Havia também os seres sobrenaturais ao lado dos
deuses, bons e maus: demônios, espíritos, espectros, que assumiam diferentes formas e
combinavam características humanas e animais. Alguns demônios eram responsáveis por
doenças ou desgraças, daí entrar os rituais para afastar esse mal e não os deuses. Por isso
era convocado sacerdotes especialistas para acompanhar o doente para saber se ele esta
com algum demônio e assim ocorria o exorcismo. Usavam amuletos nas portas das casas
para espantar os espíritos maus, lembremos que os ataques dos demônios não eram
penalidade do pecado, por isso a importância dos rituais e magias para defesa. Para tirar as
ações maléficas dos demônios, os sacerdotes e encantadores faziam um diálogo com o
deus Enki e seu filho Asalluhi; o filho pede socorro ao pai contra os demônios e recebe
permissão para agir em seu nome (isso não me é estranho!). Os ritos e encantamentos não
eram ações exclusivas dos sacerdotes, pois se envolvia na medicina.
Os deuses tinham funções semelhantes as dos reis e príncipes ou vice-versa, dá
para perceber a confusão entre humano e divino, isso também se dá pelo uso dos monarcas
da transposição da ordem celeste para a organização social, mas os reis não se
consideravam divino, poucos que se achavam assim e se auto-intitulavam DINGIR (deus)
como é o caso de Sargão de Acad no III milênio a.C., Shulgi de Ur dois séculos depois, mas
não temos na Babilônia ou na Assíria essa pretensão. Fato é que os soberanos se
mostravam representantes dos deuses e eram os que deveriam dirigir as cerimônias de
adoração desses deuses para prevenir o mal e para ganhar a boa vontade dos deuses,
também controlava os recursos do templo, instituição mais rica da cidade.
Vimos que os deuses e deusas sumérios, por suas características humanas,
representavam perfeitamente os anseios desse povo, ter um poder próximo a eles e em prol
deles, além de ajudar a mostrar uma compreensão e construção de mundo e organização
social, no entanto mostra-se o uso dessa importante ferramenta coletiva por parte de
camadas sociais para manusear a crença em benefício particular.

Fonte: ROSSI, Luis Alexandre. Os Sumérios. In:_______FUNARI, Pedro Paulo


(org). As religiões que o mundo esqueceu: como egípcio, gregos, celtas, astecas e
outros povos cultuavam seus deuses. São Paulo: Ed.Contexto, 2012.

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