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A SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO

FONTE: DUTRA, Luciano. Direito


Constitucional Esquematizado. 3. ed.
São Paulo. Editora: Método, 2017; pág.
57

Sabemos que as Constituições podem ser classificadas, quanto à


alterabilidade, em imutáveis, rígidas, semirrígidas ou flexíveis.
Nos Estados que adotam Constituições rígidas, as normas constitucionais
só podem ser alteradas segundo um procedimento mais solene do que aquele
previsto para a elaboração e a modificação dos atos normativos
infraconstitucionais. Nesse modelo, segundo o escalonamento normativo
proposto por Hans Kelsen, a Constituição ocupa o ápice do ordenamento
jurídico, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente, ou seja, as normas constitucionais possuem uma força destacada
apta a condicionar a validade da legislação infraconstitucional, daí se falar
em supremacia formal das normas constitucionais em face dos demais atos
normativos.
Como consequência da supremacia constitucional, pode-se afirmar que
TODAS as normas constitucionais, independentemente de seu conteúdo,
equivalem-se em termos de hierarquia jurídica e são dotadas de supremacia
formal em relação às demais normas infraconstitucionais.
A título de argumentação, se estamos diante de uma Constituição do tipo
flexível, não podemos falar em supremacia formal, porque não há distinção
entre os processos legislativos de elaboração das normas constitucionais e
das leis infraconstitucionais. Nesse sistema, as normas constitucionais são
dotadas, tão somente, de supremacia material, devido à dignidade de seu
conteúdo.
Konrad Hesse colaborou significativamente para a consolidação da
supremacia constitucional, a partir da divulgação de suas ideias contidas em sua
obra “A Força Normativa da Constituição”, que se contrapõem as propostas
pugnadas por Ferdinand Lassalle.
Como visto, a visão sociológica de Lassalle negava força normativa à
Constituição jurídica, e, por via de consequência, negava sua supremacia formal,
pois, no seu entender, caberia à Constituição, tão somente, a expressão dos
“fatores reais do poder” que regem um Estado.
Para Hesse, a Constituição jurídica não configura apenas a representação
dos “fatores reais do poder”. Significa mais do que o simples reflexo das forças
sociais e políticas. A Constituição jurídica possui força ativa capaz de
condicionar a realidade política e social de um Estado, o que denominou de
“força normativa da Constituição”.
A Constituição, segundo Hesse, possui força normativa se os mandamentos
constitucionais forem efetivamente realizados pelos detentores do poder político
– é o que o autor denomina de “vontade de Constituição”.
Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição jurídica é
condicionada pela realidade político-social. Também concorda que a pretensão de
eficácia da Constituição somente será realizada se se levar em conta essa
realidade. Outrossim, não concorda quando Lassalle conceitua a Constituição
jurídica como “mera folha de papel”, pois, para Hesse, é inconcebível reduzi-la
à simples função de justificar as relações de poder dominantes.
Segundo a visão de Hesse, a Constituição jurídica e a Constituição
sociológica estão em relação de coordenação, condicionando-se mutuamente. No
entanto, em caso de eventual conflito entre ambas, a Constituição jurídica deve
prevalecer, uma vez que dotada de força normativa própria.
Vejamos, por fim, o seguinte quadro comparativo:

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