Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Entende-se na expressão perdas e danos um instituto de direito civil assinalado como uma
forma de indenização ( reparação do dano ) de cunho pecuniário e, portanto pessoal ( pode-se
herdar o direito à indenização ) intimamente ligada à responsabilização civil de um devedor
pelo prejuízo patrimonial que leva o credor a arcar, quando numa obrigação incorre em
inadimplência parcial, como nos casos de mora; ou absoluta, quando frustra absolutamente a
possibilidade de cumprimento da obrigação.
De acordo com Venosa, ação de perdas e danos é um modo de falar dos vários tipos de petição
de indenização envolvendo quem sofre um incômodo incomum, um dano. Este incômodo
incomum, nem sempre responde a déficits nos patrimônio material, pois admite-se que os
traumas relacionados ao descumprimento da obrigação também são passíveis de reclamação
de indenização pelos danos causados à alma e ao corpo, além dos seus bens, ainda que jamais
se consiga restituir a situação psicológica de alguém ao que era antes do ocorrido, o que não o
torna inútil, como a jurisprudência antigamente declamava, porque ainda serve como eniente,
confortante ao espírito dos transtornados, embora a indenização seja sempre em dinheiro.
Requisitos
• O sujeito
Aquele que gera direta e imediatamente o prejuízo a outrem. É necessário na medida em que
o Estado não pode ser encarregado pelo restabelecimento do equilíbrio do patrimônio de
todos que tivessem suas obrigações inadimplidas, e também porque isso seria um óbvio
incentivo aos inadimplentes, que não precisariam reparar qualquer prejuízo.
• A culpa
Diferente do sentido penal, em que a culpa é relativa aos casos de negligência, imprudência ou
imperícia, enquanto o dolo é relativo aos delitos que exigem vontade do autor, em direito civil
e neste aspecto do dano, a culpa aqui é genérica, significa simplesmente a imputação ao autor
do prejuízo causado, tendo de ser provada durante o processo de perdas e danos apenas neste
aspecto, porque em matéria de perdas e danos não se mesura uma indenização de acordo
com o nível de culpa do autor, e sim pela quantidade do dano causada à vítima.
• Liame subjetivo
É essencial que no processo de perdas e danos se consiga de início verificar a relação causal
entre a conduta do agente e o prejuízo causado, que tem que ser de uma relação direta e
imediata.
Além disso, são também constituintes da configuração de perdas e danos o dano emergente e
o lucro cessante. O dano emergente, como assinala corretamente o dicionário Aurélio, diz
respeito a um prejuízo efetivo, concreto, provado; ou seja, é a diminuição do patrimônio de
alguém que pode ser mesurada de alguma forma e comprovada perante um juiz.
O lucro cessante, por sua vez, veio para transformar a substituição do pagamento inadimplido
em algo mais efetivo e realmente útil socialmente, porque corresponde àquilo que o credor
razoavelmente deixou de lucrar graças à inexecução da obrigação pelo devedor.
Podemos encontrar a garantia da indenização por perdas e danos em nosso Código Civil de
2002 quase em total equivalência com os institutos do antigo Código, porque embora até a
Constituição brasileira haja mudado, ainda assim as relações privadas se mantiveram
praticamente a um mesmo nível.
Quanto à constituição temos diversos dispositivos esparsos, relacionados à matéria: no art. 5º,
inciso XLV, encontramos a confirmação do instituto da indenização das perdas e danos como
um direito pessoal, transferível aos sucessores, assim como a condenação a indenizar; e,
finalmente, transcreve-se aqui o inc. X do mesmo artigo da CF/88, que assegura claramente o
instituto de reclamação de restituição do status quo anterior ao prejuízo causado:
Dano Moral
Referências bibliográficas