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Direito Processual Civil (Módulo 1)

Aula 1: Princípios constitucionais do processo e normas fundamentais de processo


civil ................................................................................................................................................ 1
1- Neoprocessualismo? (1º e 8º NCPC) (art. 5º LINDB): ................................................. 2
2- Normas: ............................................................................................................................... 2
3- Dimensão dos princípios: ................................................................................................. 2
4- Classificação dos princípios do Processo Civil ............................................................. 3
5- Princípios gerais/genéricos ou fundamentais no CPC................................................. 3
Aula 2: Jurisdição e Competência ..................................................................................... 11
1- Generalidades .................................................................................................................. 11
2- Divisão: .............................................................................................................................. 12
3- Jurisdição nacional (art. 21 ao 41): ............................................................................... 12
4- Competência interna ....................................................................................................... 14
Aula 3: Continuação competência ......................................................................................... 19
5- Regime Jurídico da Competência Interna:................................................................... 26
6- Causas modificativas de competência: ........................................................................ 28
Aula 4: Ação e Processo ......................................................................................................... 29
1- Generalidades .................................................................................................................. 29
2- Ação ................................................................................................................................... 29
Aula 5: Ação e Processo ......................................................................................................... 35
3- Processo ........................................................................................................................... 35
Partes ......................................................................................................................................... 40
1- Colocação do tema dentro dos elementos da ação ................................................... 40
2- Conceito de parte............................................................................................................. 40
3- Capacidade de ser parte ................................................................................................ 41
5- O tratamento do cônjuge ................................................................................................ 42
Aula 6: Litisconsórcio e intervenção de terceiros ................................................................ 44
1- Aspectos conceituais: ..................................................................................................... 44
2- Classificação: ................................................................................................................... 44

Aula 1: Princípios constitucionais do processo e normas fundamentais de


processo civil
1- Neoprocessualismo? (1º e 8º NCPC) (art. 5º LINDB):
Corrente do pensamento jurídico processual a defender que as normas
processuais devem ser interpretadas de acordo com a Constituição.
a) Impactos nos tribunais Superiores (RE e Resp) (Súmula 636 STF): o novo
CPC basicamente colocou na legislação infraconstitucional uma disciplina igual
ou muito próxima ao que já estava previsto na Constituição;
- No caso de violação reflexa não cabe o Recurso extraordinário (súmula 636)
- Por conta da positivação de diversas normas no NCPC poderá haver uma
ampliação das hipóteses de Recurso extraordinário.

2- Normas:
É o produto da interpretação (Humberto Ávila)

2.1- Normas princípios:


a) Caráter genérico (contraditório, acesso a justiça);
b) Estabelece verdadeiro programa pautado pelo sistema jurídico;
c) São abstratas, decorrem da pauta genérica;
d) Podem ser implícitas (princípio da não reformatio in pejus);
e)Diante de uma aparente antinomia, são combináveis pelo princípio da
proporcionalidade;
f) As normas princípios uma vez sendo aplicadas de modo indiscriminado
geram uma enorme insegurança jurídica.

2.2- Normas regras:


a) São específicas;
b) Impõem, permitem ou proíbem algo (matar alguém);
c)Cuidam de uma situação específica;
d)Ordinariamente são escritas;
e) Na colisão de normas regras aplica-se uma só delas.
f)Caso o sistema só tivesse normas regras o sistema seria muito rígido.

3- Dimensão dos princípios:


a) Objetiva
a.I) Vetor legislativo: função orientadora
a.II) Vetor interpretativo: função integrativa na falta de norma regra interpreta
de acordo com as normas princípios.

b) Subjetiva: pode-se falar na existência de uma função normativa dos


princípios jurídicos.

4- Classificação dos princípios do Processo Civil


a) Princípios informativos ou formativos: são princípios de validade universal
- Não tem conteúdo político-ideológico, por isso não varia em nenhum país.
a.I) Lógico: estabelecido a partir de uma ordem estrutural lógica (atos
concatenados para que no final se tenha um fim o mais próximo possível da
verdade da justiça);
a.II) Econômico: significa que o processo civil sempre busca o melhor resultado
com o menor sacrifício (vetor operacional)
a.III) Jurídico: todo sistema de processo deriva de um ordenamento jurídico;
a.IV) Político: o processo serve para afirmar a vontade do Estado
- “O escopo político do processo é a afirmação da vontade do Estado”
(Dinamarco).

b) Princípios gerais/genéricos ou fundamentais: manifesto conteúdo político-


ideológico.
b.I) Constitucionais: art. 5º, CF
b.II) Infraconstitucionais (NCPC – 1 a 12 e outros): são princípios de processo
positivado na legislação infraconstitucional
Atenção: nem todas as normas ditas fundamentais CPC/15 são princípios.

5- Princípios gerais/genéricos ou fundamentais no CPC


5.1- Demanda/inércia/dispositivo e impulso oficial (2º, CPC): o processo
começa por iniciativa das partes, depois que começa o juiz age por impulso
oficial.
Obs: não se pode admitir de que aquele que peça julgue, para proteger as
pessoas da arbitrariedade.
a) Reflexos no 141 e 492 NCPC (Ex danos sociais – Recl 13.200): não podem
ser dados de ofício pelo juiz por violação ao CPC, e se for para conceder é só
apenas nas ações coletivas.

b) Mitigação pelo 322, §2º, NCPC (interpretação dos pedidos)

c) Mitigação pelos poderes instrutórios do juiz (370 CPC): o juiz pode produzir
provas de ofício
- Para pedidos: regra da inércia (dispositivo)
- Para provas: sem inércia (inquisitivo)

d) Exceções: 322,§1º (juros, correção monetária e honorários), 323 (nos casos


de prestação sucessiva as vencidas no curso do processo podem ser dadas),
712 (restauração de autos de ofício), 730 (alienações judiciais de ofício) e 738
(arrecadação da herança jacente de ofício).

5.2- Ação / inafastabilidade controle judicial (3º CPC e 5º XXXV CF)

ameaça ou lesão lesão ou ameaça


a) Exceções constitucionais (142, § 2º: § 2º Não caberá habeas corpus em
relação a punições disciplinares militares e 217, §2º: § 2º A justiça desportiva
terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo,
para proferir decisão final);
b) Requerimentos administrativos (STF, RE 631.240) (Ação de Exibição - STJ)

RE 631.240 (efeito vinculante)


Ementa : RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL.
PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM AGIR.
1. A instituição de condições para o regular exercício do direito de ação é
compatível com o art. 5º, XXXV, da Constituição. Para se caracterizar a
presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a juízo.
2. A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do
interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua
apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua
análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento
não se confunde com o exaurimento das vias administrativas.
3. A exigência de prévio requerimento administrativo não deve prevalecer
quando o entendimento da Administração for notória e reiteradamente
contrário à postulação do segurado.
4. Na hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de
benefício anteriormente concedido, considerando que o INSS tem o dever
legal de conceder a prestação mais vantajosa possível, o pedido poderá ser
formulado diretamente em juízo – salvo se depender da análise de matéria de
fato ainda não levada ao conhecimento da Administração –, uma vez que,
nesses casos, a conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos
tácito da pretensão.
5. Tendo em vista a prolongada oscilação jurisprudencial na matéria, inclusive
no Supremo Tribunal Federal, deve-se estabelecer uma fórmula de transição
para lidar com as ações em curso, nos termos a seguir expostos.
6. Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente julgamento
(03.09.2014), sem que tenha havido prévio requerimento administrativo nas
hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (i) caso a ação tenha
sido ajuizada no âmbito de Juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido
administrativo não deverá implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já
tenha apresentado contestação de mérito, está caracterizado o interesse em
agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se enquadrem
nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a sistemática a seguir.
7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido
administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do processo. Comprovada a
postulação administrativa, o INSS será intimado a se manifestar acerca do
pedido em até 90 dias, prazo dentro do qual a Autarquia deverá colher todas
as provas eventualmente necessárias e proferir decisão. Se o pedido for
acolhido administrativamente ou não puder ter o seu mérito analisado devido
a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do contrário,
estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá prosseguir.
8. Em todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a análise
administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data do início da
ação como data de entrada do requerimento, para todos os efeitos legais.
9. Recurso extraordinário a que se dá parcial provimento, reformando-se o
acórdão recorrido para determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro grau,
o qual deverá intimar a autora – que alega ser trabalhadora rural informal – a
dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção.
Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado para que, em
90 dias, colha as provas necessárias e profira decisão administrativa,
considerando como data de entrada do requerimento a data do início da ação,
para todos os efeitos legais. O resultado será comunicado ao juiz, que
apreciará a subsistência ou não do interesse em agir.

c) Reflexos no 140 (falta de norma jurídica) e 373 (ônus da prova) CPC -


dispositivos que funcionam como método de integração;
d) Liminares e Poder Público (leis 9.494/94e 8.437/92) (1.059 CPC) - vedada
liminares:
- Compensação em matéria tributária;
- Desembaraço de mercadoria de procedência estrangeira;
- Aumento de vantagem de servidor público;
- Reclassificação de servidor público.

ADC 4:
Não se aplica, em matéria de natureza previdenciária, a decisão do STF na
ADC-4 - que suspendeu liminarmente, com eficácia ex nunc e com efeito
vinculante, até final julgamento da ação, a prolação de qualquer decisão sobre
pedido de tutela antecipada, contra a Fazenda Pública, que tenha por
pressuposto a constitucionalidade ou inconstitucionalidade do art. 1º da Lei nº
9.494, de 10.9.97. Com esse entendimento, o Tribunal julgou improcedentes
duas reclamações ajuizadas, respectivamente, pelo Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS e pelo Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande
do Sul - IPERGS, contra decisões que deferiram antecipação de tutela
relativamente a benefícios previdenciários. Precedentes citados: RCL 1.015-RJ
(DJU de 24.8.2001) e RCL 1.122-RS (DJU de 6.9.2001).

e) Reconhecimento da arbitragem (9.307/96) e de natureza jurisdicional (189,


IV; 237, IV; 337, §6º; 485, VII; 515, VII; 960, §3º, CPC)

f) Mediação / conciliação (154, VI; 381, II; 165/174; 334; 565 CPC)

5.3- Razoabilidade temporal (4º NCPC e 5º, LXXVIII, CF)

Solução de mérito processo


+
Satisfativa

a) Distinção com direito à celeridade (garantias processuais)


Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz,
computar-se-ão somente os dias úteis.
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.

b) Reflexos no 233/236, 311, 332, 356, etc, CPC


Art. 233. Incumbe ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo
legítimo, os prazos estabelecidos em lei.
§ 1o Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo
administrativo, na forma da lei.
§ 2o Qualquer das partes, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá
representar ao juiz contra o serventuário que injustificadamente exceder os
prazos previstos em lei.
Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro
do Ministério Público devem restituir os autos no prazo do ato a ser praticado.
§ 1o É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que exceder
prazo legal.
§ 2o Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias,
perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa correspondente à
metade do salário-mínimo.
§ 3o Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos
Advogados do Brasil para procedimento disciplinar e imposição de multa.
§ 4o Se a situação envolver membro do Ministério Público, da Defensoria
Pública ou da Advocacia Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao
agente público responsável pelo ato.
§ 5o Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente
responsável pela instauração de procedimento disciplinar contra o membro que
atuou no feito.
Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá
representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça
contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei,
regulamento ou regimento interno.
§ 1o Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previamente o
juiz, não sendo caso de arquivamento liminar, será instaurado procedimento
para apuração da responsabilidade, com intimação do representado por meio
eletrônico para, querendo, apresentar justificativa no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até 48 (quarenta e
oito) horas após a apresentação ou não da justificativa de que trata o § 1o, se
for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator no Conselho Nacional de
Justiça determinará a intimação do representado por meio eletrônico para que,
em 10 (dez) dias, pratique o ato.
§ 3o Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto legal do juiz ou
do relator contra o qual se representou para decisão em 10 (dez) dias.
Art. 236. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.
§ 1o Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites territoriais do
tribunal, da comarca, da seção ou da subseção judiciárias, ressalvadas as
hipóteses previstas em lei.
§ 2o O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver
de se realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede.
§ 3o Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da


demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente
e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar
dúvida razoável.

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,


independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o
pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos
formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
c) Indenização e MS contra letargia ? Cortes internacionais ?

d) Princípio da efetivação (processo de resultados) (139, IV, CPC)

5.4- Boa-fé (5º CPC) (422 CC) (elevação a princípio)


a) Dispensa do elemento anímico (boa-fé objetiva)
- A violação do art. 80 não depende do elemento anímico (controvertido na
doutrina).

b) Preservação de 02 valores do processo: previsibilidade/confiança


(partes/juízes)
- Devem agir de modo que a conduta seja digna;
- Devem ter previsibilidade em suas ações.

c) Exemplos (venire contra factum proprio) (sirrectio / supressio) (duty to


mitigate the loss) (comportamentos processualmente contraditórios)
(adimplemento substancial).

d) Reflexos no 79, 322, §2º; 489, §3º, etc., CPC

5.5- Princípio da Cooperação (6º, CPC)


a) Democratização do processo - processo dialógico;
b) Juiz assimétrico no decidir - Juiz isonômico no conduzir;
c) Cooperação do juiz com as partes: deveres de esclarecimento (dúvidas),
consulta (oitiva prévia), prevenção (advertência) e auxílio (Daniel Mitidiero);
- É unânime o entendimento de que o juiz é o principal órgão cooperador
d) Cooperação de partes com o juiz (191, 357, §3º);
e) Cooperação de parte com a outra parte (art. 338/339 CPC)

5.6- Princípio da Isonomia (7º, CPC e 5º, caput, e I, CF)


a) Garantia de igualdade material;
b) Reflexos no 53, I; 63, § 3º, 144/145; 180; 183; 186; 373, § 1º; 926; 927; 1048
e etc, CPC.
c) Violação da isonomia: Súmula 45 STJ e 53, III, "f" e 98, § 8º, CPC
5.7- Princípio do contraditório (9º e 10, CPC)
a) Conceito (tripé):
a.1) Conhecer (236/275 CPC)
a.2) Participar (9º, CPC) (oportunidade - diferente do crime)
a.3) Influir (10 e 468, § 1º, CPC
b) Exceções (9º, NCPC) (contraditório diferido/postecipado)
c) Implicações práticas do 10 CPC (585, § 3º; 332, CPC)

Aula 2: Jurisdição e Competência

1- Generalidades
1.1- Jurisdição: É a capacidade de dizer o direito de forma definitiva.

Capacidade genérica: a jurisdição é um atributo genérico, tendo esse atributo


todos os órgãos e pessoas investidos investidas da função jurisdicional.
- Investidura: ato previsto na Constituição Federal, através do qual alguém
passa a deter jurisdição.
- Exemplo: Impeachment (Lei 1.079/1950) - Senado Federal exerce jurisdição
no processo de impedimento, tribunal eminentemente político (não adentra no
mérito).

Obs: A doutrina tem entendido que a arbitragem e mediação é uma forma de


jurisdição.
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o
território nacional, conforme as disposições deste Código.
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites
de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na
forma da lei.

1.2- Competência:

É a capacidade de dizer o direito de forma definitiva, porém no caso concreto.

- Doutrina e Jurisprudência: admitem que na urgência cessa a competência


(reconhece o fenômeno da traslatio judici);
- A decisão dada por um juiz incompetente vale enquanto outro juiz competente
não proferir outra decisão.
Obs: juiz tem jurisdição em todo o território nacional.

1.3- Previsão legal


Art. 44, CPC: Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a
competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em
legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que
couber, pelas constituições dos Estados.
- Tratado Internacional: Convenção de Haia, Código de Bustamante (Tratado
de Havana, Protocolo de Buenos Aires (MERCOSUL)

2- Divisão:
2.1- Jurisdição nacional (ou jurisdição internacional)
Discussão se o Brasil julga?
Sim, quem no Brasil julga?

2.2- Competência interna (art. 42 ao 69)

3- Jurisdição nacional (art. 21 ao 41):


3.1- Princípios/critérios de direito internacional
a) Efetividade: ordinariamente os países julgam ou aceitam julgar aquilo que
eles são capazes de fazer cumprir suas decisões;
b) Interesse: os países só julgam aquilo que tem interesse em julgar;
c) Submissão (art. 22, III + 25 CPC) - Código de Bustamante: possibilidade de
eleição de jurisdição estrangeira (Positivo / Negativo)
- Positivo: art. 22, III
- Negativo: art. 25

Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as


ações:
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição
nacional.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo
estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
3.2- Dois critérios
a) Exclusividade (23 CPC) - Art. 12, § 1º, LINDB
b) Concorrente (21/22 CPC) - Art. 12, caput, LINDB

3.3- Jurisdição nacional exclusiva (art. 23, CPC)


a) conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
b) em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento
particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o
autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional;
c) em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.

Obs: Art. 5º, XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus".

3.4- Juridisção nacional concorrente (art. 21/22 CPC)


3.4.1- Qualquer ação de réu domiciliado no Brasil:
- Com base no princípio de Direito Internacional da efetividade.

3.4.2- Brasil como local de cumprimento da obrigação:


- Julga com base no princípio do interesse;

3.4.3- Ato/fato tiver acontecido no Brasil:

3.4.4- Ação de alimentos quando:


Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as
ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens,
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
3.4.5- Ação decorrer de relação de consumo e essa relação de consumo existe
com o consumidor residente ou domiciliado no Brasil:
- Baseado na regra do interesse do consumidor brasileiro.

3.4.6- Eleição de jurisdição

3.5- Critério de prevalência das sentenças estrangeiras na jurisdição nacional


concorrente (art. 24 CPC)

3.5.1- Não há litispendência;


3.5.2- Vale a decisão que transitar em julgado primeiro.

4- Competência interna
Organização judiciária brasileira:
STF

STJ TSE TST


TJ / TRF TRE TRT

Juiz Juiz Juízes Eleitorais Juízes


de Direito Federal do Trabalho

4.1- Critérios (sem mudança no NCPC)


4.1.1- Hierárquico ou funcional (ratione persoane)
Determiando conforme a função que pessoa que é parte no processo ou a
função que o juiz exerce no processo para determinar a sua atividade ou a sua
competência. É utilizado para afirmar a competência em três situações:
a) Ações originárias (CNJ ou CNMP) (ADI, ADC, ADPF) ( Art. 102, I, 105, I,
108, I, 114, V, da CF + Constituições Estaduais)
Obs: É entendimento uniforme da doutrina que a ação orginária depende de
previsão constitucional (Federal ou Estadual);

b) Foro privilegiados (foro por prerrogativa de função) (MS, HD E MI) (art. 102,
I, 105, I, 108, I, 114, V da CF + Constituições Estaduais)
- No processo civil apenal tem foro privilegiado em MS, HD E MI.
Obs1: É uniforme o entendimento de que foro privilegiado só pode ser tratado
nas Constituições (Federal ou Estadual);

Obs2:
Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.797– 19/12/2006
Não cabe à lei ordinária criar competência jurisdicional não prevista na
Constituição. Usurpa a competência do Supremo Tribunal Federal, lei ordinária
que interpreta dispositivo constitucional. Os agentes políticos processados por
atos de improbidade administrativa não tem foro especial após o término da
atividade política.
Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade proposta pela Associação
Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP), em que se questiona
a validade do artigo 84.1 e artigo 84.2 do Código de Processo Penal, com a
redação determinada pela Lei 10.628/2002, cujos dispositivos determinam que
para o agente político, acusado de ter cometido ato de improbidade
administrativa durante o exercício de atividade política, prevalece a
competência especial por prerrogativa de função, ainda que a ação seja
iniciada após o término do mandato eletivo.
Os requeridos, Presidente da República e Congresso Nacional,
representados pela Advocacia-Geral da União, arguiram a ilegitimidade da
autora para a propositura da ação por se tratar de associação integrada tanto
por pessoas físicas como por associações, chamadas de associações de
associações. Questionaram, também, a ausência do requisito da pertinência
temática, que é a falta de efeitos da norma impugnada sobre os interesses e
finalidades institucionais da autora da ação. Sustentaram ainda que, as normas
impugnadas não introduzem competência adicional às constitucionalmente
previstas para os Tribunais, porque o objetivo da lei impugnada é explicar o
sentido e o alcance de tais competências, observado o princípio constitucional
da máxima efetividade das normas constitucionais.
A Corte, por unanimidade, entendeu que as entidades de classe de âmbito
nacional, na qual se enquadra a autora, estão legitimadas para ingressar com
ações abstratas de controle de constitucionalidade e que há a relação de
pertinência temática entre a finalidade institucional da requerente e os
dispositivos legais questionados, por se entender que as normas impugnadas
se refletem na distribuição vertical de competência funcional entre os órgãos do
Poder Judiciário e, por conseguinte, entre os órgãos do Ministério Público. A
Corte, por maioria, julgou procedente a ação para declarar a
inconstitucionalidade da Lei 10.628, de 24 de dezembro de 2002, que acresceu
os artigos 84.1 e 84.2 do Código de Processo Penal, porque considerou
inadmissível interpretação autêntica da Constituição Federal por lei ordinária e
porque houve usurpação da competência do Supremo Tribunal. Quanto ao foro
de julgamento da ação de improbidade administrativa proposta contra agente
político, a Corte entendeu que: 1) por ter natureza jurídica de uma ação civil, é
inconstitucional conceder competência especial por prerrogativa de função
porque esta competência foi estabelecida tão somente para o processo penal
condenatório instaurado contra o agente político; 2) a lei é inconstitucional
tendo em vista tratar de competência originária não prevista na Constituição. A
competência originária para processar e julgar ação de improbidade
administrativa é do juiz de primeira instância. Aos Tribunais compete julgar as
autoridades e os agentes políticos de certa categoria por crimes comuns e
crimes de responsabilidade.
Ao contrário do que sucede com os crimes comuns, a acusação dos crimes
de responsabilidade imputados aos agentes políticos, membros das Casas
Legislativas e do Congresso Nacional, cessa com o término do mandato
eletivo, isto porque tais delitos são apurados e julgados pelo poder legislativo a
que pertença o agente político.

Obs3: O foro privilegiado protege o cargo, acabou o cargo põe fim ao foro
privilegiado;
Obs4: No Brasil o crime tem foro privilegiado, enquanto que no processo civil o
foro privilegiado é exceção.

Top julga Top: PR – STF / SF – STF / CD – STF / STF – STF


Ministro de Estado – STJ / Comandante – STJ / STJ – STJ
Governador – TJ / Mesa da Assembleia – TJ / TJ – TJ
Exceção: contra juiz de 1º grau – TJ ou TRF

c) Relação de acessoriedade ou dependência (art. 61 e 286 CPC)

Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação
principal.
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for
reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que
sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3o, ao juízo
prevento.
Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra
hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder
à respectiva anotação pelo distribuidor.

4.1.2- Material (ratione materiae)


a) Justiça Eleitoral (art. 121 da CF + Código Eleitoral) (causa de pedir)

Lei Complementar definirá a competência da Justiça Eleitoral


- O Código Eleitoral é uma lei ordinária anterior a CF/88, e foi recepcionado
pela Constituição Federal.
1) Sufrágio popular (Ações relacionadas as eleições, pleibiscitos e aos
referendos)
2) Questões político-partidárias (criação de partidos, desmembramento,
infidelidade partidária, perda de mandato)
Obs: excluída a competência criminal da Justiça Eleitoral.

b) Justiça do Trabalho (art. 114 CF) (causa de pedir)


Súmula 736, STF: Compete à justiça do trabalho julgar as ações que tenham
como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à
segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.

I) Relação de trabalho (ADI 3395 e 3684)


ADI 3395 MC/DF
INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho.
Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores
estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho.
Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum.
Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004.
Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. O disposto no
art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas
entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-
estatutária.

ADI 3684 MC/ DF


COMPETÊNCIA CRIMINAL. Justiça do Trabalho. Ações penais. Processo e
julgamento. Jurisdição penal genérica. Inexistência. Interpretação conforme
dada ao art. 114, incs. I, IV e IX, da CF, acrescidos pela EC nº 45/2004. Ação
direta de inconstitucionalidade. Liminar deferida com efeito ex tunc. O disposto
no art. 114, incs. I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos pela
Emenda Constitucional nº 45, não atribui à Justiça do Trabalho competência
para processar e julgar ações penais.

Obs1:Servidor público do regido pela CLT (empregado público) a competência


vai ser da Justiça do Trabalho;
Obs2: Servidor público ocupante de cargo público regido pelo Estatuto do
Servidores Públicos, a competência será da Justiça Estadual ou Federal.

II/III) Direito à greve e direito sindical


Segue a mesma regra do art. 114, I.
Aula 3: Continuação competência
VI) Indenizações decorrentes da relação de trabalho
Súmula Vinculante 22: A Justiça do Trabalho é competente para processar e
julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de
acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive
aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando
da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.

Obs1:Aplica-se o mesmo raciocínio do inciso I, só é cabível nos casos em que


o servidor seja regido pela CLT.
Obs2: Ação de indenização decorrente de assédio sexual, indenização de
assédio moral (situação em que o empregador valendo-se da hierarquia
funcioanal submete o empregado a uma situação vexatória), acidente de
trabalho (contra empregador).

IX) residual (decorrentes da relação de trabalho)


Causas que são da Justiça do Trabalho: reintegração de bem dado em
comodato pelo término da relação de trabalho, mandados de segurança contra
prefeito para cumprimento de regras trabalhistas dos empregados públicos
regidos pela CLT

Obs: não decorre da relação de trabalho – ação de servidor público em


comissão contra o empregador, ação em que profissional liberal reclama
valores, não há competência criminal.
ADI 3684 MC/ DF
COMPETÊNCIA CRIMINAL. Justiça do Trabalho. Ações penais. Processo e
julgamento. Jurisdição penal genérica. Inexistência. Interpretação conforme
dada ao art. 114, incs. I, IV e IX, da CF, acrescidos pela EC nº 45/2004. Ação
direta de inconstitucionalidade. Liminar deferida com efeito ex tunc. O disposto
no art. 114, incs. I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos pela
Emenda Constitucional nº 45, não atribui à Justiça do Trabalho competência
para processar e julgar ações penais.

c) Justiça Federal (art. 109 CF)


Súmula 501, STF: Compete à Justiça Ordinária Estadual o processo e o
julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho,
ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou
sociedades de economia mista.

I) Causa de pedir: incisos III, VI, XI, etc.


II) Partes: incisos: incisos I, II, VIII, etc.

Obs: Exceção ao Art. 109, I: causas da justiça eleitoral, justiça do trabalho,


acidentária típica (autor contra o INSS para pedir auxílio acidentário),ação de
recuperação judicial, falência e insolvência civil.

d) Justiça Estadual (residual) (súmulas 150 e 224 do STJ e 45, § 3º) (súmula
42 do STJ e 502/517 do STF) (súmulas 270, 365 do STJ)
Súmula 150, STJ: Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de
interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas
autarquias ou empresas públicas
Súmula 224, STJ: Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz
Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e
não suscitar conflito.
Art. 45, § 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar
conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do
processo.

Súmula 42, STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as


causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes
praticados em seu detrimento.
Súmula 502, STF: Na aplicação do art. 839 do Código de Processo Civil, com a
redação da Lei 4.290, de 5/12/1963, a relação valor da causa e salário mínimo
vigente na capital do Estado, ou do Território, para efeito de alçada, deve ser
considerada na data do ajuizamento do pedido.
Súmula 517, STF: As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça
Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente.

Súmula 270, STJ: O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente
federal em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a
competência para a Justiça Federal.
Súmula 365, STJ: A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária
Federal S/A (RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que
a sentença tenha sido proferida por Juízo estadual.
4.1.2.1- Competência material delegada
a) Federal para Estadual (art. 109, § 3º, CF) (TRF)
Obs: é uma faculdade da parte de ingressar com a ação na justiça estadual.

I) Independente de lei (benefícios previdenciário)


II) Depende de lei (art. 381, § 4º, CPC) (revogação do art. 15 da Lei 5.010/66 –
súmula 349 STJ prejudicada) (cancelamento da súmula 183 STJ)

b) Trabalhista para Estadual (art. 112, CF) (depende de lei ) (TRT)

4.1.3- Valorativa
É aquela em que o valor da causa acaba sendo determinante para poder
determinar o uso ou não da competência.
a) Nacionalmente: JEC (Lei 9.099/1995) – 40 salários mínimos, JEF (Lei
10.259/2001) – 60 salários mínimos e JEFP (Lei 12.153/2009) – salários
mínimos.

4.1.4- Territorial (art. 46 a 53 do CPC)


- Qual o local do ajuizamento da ação ?

a) direito pessoal e real sobre bens móveis


Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer
deles.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser
demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será
proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil,
a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão
demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua
residência ou no do lugar onde for encontrado.

b) execução fiscal (art. 46, § 5º, CPC) (sem escolha)


Art. 46, § 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de
sua residência ou no do lugar onde for encontrado.

c) direito real sobre bem imóvel


Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o
foro de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se
o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa,
cujo juízo tem competência absoluta.
I) absoluta: caput e § 2º - foro de situação da coisa;
II) relativa: § 1º - foro de eleição;
III) rescisão de contrato cumulado com reintegração de posse – não aplica a
regra do art. 47.

d) ações de direito sucessório (art. 48, CPC)


Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente
para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de
última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas
as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no
estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é
competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do
espólio.

Obs: O Parágrafo único é chamado de regra de apoio.


e) ausente (art. 49, CPC)
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último
domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o
cumprimento de disposições testamentárias.

f) contra incapaz (absoluto ou relativo) (art. 50, CPC) (Súmula 383, STJ)
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de
seu representante ou assistente.
Súmula 383, STJ: A competência para processar e julgar as ações conexas de
interesse de menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua
guarda.

f) União autora e ré (art. 109, § 1º e 2º da CF e 51 CPC)


Art. 109
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária
onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção
judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou
fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no
Distrito Federal.
Art. 51: Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em
que seja autora a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no
foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a
demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.

Obs1: prevalece o entendimento na doutrina e jurisprudência que essa regra se


aplica as autarquias federais porque são regidas pelo Direito Público.
Obs2: Caixa Econômica e Correios aplica-se a regra geral de domicílio do réu.

h) Estado e DF autor e réu (art. 52, CPC)


Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja
autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação
poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou
fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do
respectivo ente federado.

- Não havia no CPC antigo essa regra, quando se tratava de Estado ou DF,
usava-se o regramento de que o Estado e DF deveria ser processado na
Capital.

i) Município autor e réu (sem regra específica)


Regra geral (domicílio do réu)

j) regras especiais (hipossuficiência?) (art. 53 CPC)


Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e
reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do
casal;
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem
alimentos;
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa
jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou
associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o
cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no
respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de
dano por ato praticado em razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano
sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.

k) leis extravagantes: art. 2º da Lei 7.347/85, art. 93 do CDC, art. 58, II da Lei
8.245/91, art. 4º da Lei 9.099/95, etc.

Regra de conclusão final: distribuição.

5- Regime Jurídico da Competência Interna:


Absoluta Relativa
Critérios Funcional/hierárquico e Valorativo e territorial
material (Regra Geral) (Regra Geral)
Previsão Legal Art. 64 §§ CPC Art. 65 CPC (art. 64, §§
2º a 4º também valem
para a competência
relativa)
Interesse protegido PÚBLICO PRIVADO
Conhecimento pelo Juiz De ofício, em qualquer Só mediante alegação
momento e grau de da parte ou MP (súmula
jurisdição, observado, 33, STJ) (art. 65, §
todavia o que aponta o único, CPC)
art. 10 CPC
Derrogabilidade NÃO (art. 62 do CPC) SIM: foro de eleição (art.
inaplicabilidade do art. 63, CPC) e
190 CPC) conexão?continência
(art. 55 e 56 CPC)
Momento e Modo para Preliminar de Preliminar de
alegação constestação (art. 64, § contestação, sob pena
1º, CPC) de prorrogação.
Violação Remessa ao juiz Validade dos atos
competente (sem praticados: prorrogação
extinção – art. 64, § 3º, de competência (art. 65
CPC), que deliberará CPC). Não cabe
sobre os atos rescisória.
praticados. Cabe ação
rescisória (art. 964, II,
CPC).

Súmula 33, STJ:A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício

5.1- Critério territorial/absoluto (art. 47, e § 2º, CPC) (art. 2º da Lei 7.347/85) ou
valorativo/absoluto (art. 3, § 3º, da Lei 10.259/2001) (art. 2º, § 4º da Lei
12.153/2009)
Obs: O Critério valorativo protege o interesse público e quebram a regra geral,
de que o critério territorial e valorativo são competência relativa e nessas
hipóteses seguem o regime da competência relativa.

5.2- Foro de eleição (sempre renunciável em prol da regra do art. 46)


- Negócio jurídico processual típico: é o acordo feito entre as partes de que o
processo será julgado por determinado juízo.
- Sempre é renunciável em favor da regra do art. 46
a) requisitos (art. 62 e 63, caput e § 1º)
a.1) só pode celebrar foro de eleição na competência relativa;
a.2) tem de ser por escrito

b) sucessão (art. 63, § 2º)


b.1) vincula os sucessores das partes
- Só obriga quem fez parte do contrato.

c) abusividade do foro de eleição (art. 63, § 3º e 4º)


6- Causas modificativas de competência:
6.1- Perpetuatio jurisdictionis (art. 43, CPC) (registro/distribuição) (súmula 58
STJ)

Art. 43:

Súmula 58, STJ: Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domicílio


do executado não desloca a competência já fixada.

6.2- Prorrogação voluntária:


a) não alegação de competência relativa (art. 65 CPC) – prorrogação da
competência;
b) Foro de eleição (art. 63 CPC)
6.3- Prorrogação legal:
a) Supressão do órgão judiciário (art. 43 CPC)
b) Alteração da competência absoluta (art. 43 CPC)
c) IDC – Incidente de deslocamento de competência (art. 109-V-A e § 5º, da
CF)
d) Conexão (art. 55 CPC) e Continência (art. 56/57 CPC)

ATENÇÃO: Critério de unificação: prevenção (art. 59 e 60 CPC)


Aula 4: Ação e Processo

1- Generalidades
1.1- Institutos fundamentais de direito processual civil
a) jurisdição
b) ação
c) processo
d) defesa
e) procedimento ?

2- Ação
2.1- Matiz constitucional do direito de ação (art. 5º, XXXV, CF) (acesso à
justiça)

2.2- Ação de direito material (autotutela) x Ação de direito processual


- A legislação admite que a parte solucione os conflitos pela própria razão.
- Essa ação de direito material não depende do Estado (Juiz);
- Exercitada pela própria parte;
- Depende de expressa previsão legal.

Código Civil:
- Art. 1.210, § 1º: O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa,
ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou
restituição da posse.
- Art. 249, Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor,
independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o
fato, sendo depois ressarcido.- Art. 251, Parágrafo único. Em caso de urgência,
poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de
autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.

2.3- Atipicidade das ações (nome) (elementos da ação)


- Hábito de colocar nome das ações (Romanismo);
- O Estado resolveria os conflitos apenas se estivesse expressa no Édito
editado no início do ano pelo Pretor.

2.4- Teorias sobre o direito de ação


a) teoria sincretista/imanentista ou privatista (até 1868) (exercitada contra o
adversário): sustenta que não existe autonomia do direito de ação, esse direito
é um apêndice do direito material.

b) teoria autonomista (fase científica ou conceitual) (Windsheid e Mutler)


(Bulow - 1868) (natureza pública e autônoma da relação jurídica processual)
(todas as demais derivam dela).

c) teoria autonomista e concreta (Adolf Wach - 1888) (direito de ação como


direito ao provimento jurisdicional de mérito favorável) (ação pro/impro = pedido
pro/impro) (contra Estado e adversário).

d) teoria autonomista da ação como direito potestativo (Chiovenda) (direito de


ação como direito ao provimento jurisdicional de mérito favorável) (ação
pro/impro = pedido pro/impro) (contra o adversário privatista?)

e) teoria autonomista/abstrata pura (século XX) (a existência do direito de ação


independe da existência do direito material) (direito a pronunciamento estatal
de qualquer teor) (incondicionada inexistem Condições da Ação) (Ovídio)
(Falha: antieconômica).

inclusive sem análise do mérito

f) teoria autonomista/abstrata e eclética (1930 - Liebman) (direito constitucional


de ação ou de petição ou de acesso X direito processual de ação) ( direito a
pronunciamento de mérito) (condicionada - com Condições da Ação) (Falha:
muita sentença sem coisa julgada)

sem análise do mérito


g) teoria (autonomista e abstrata) da asserção (teoria della prospetazione) (mix
entre as teorias autonomistas pura e eclética) (análise das condições da ação
conforme alegação autoral inicial) (STJ) (Falhas: art. 5º, § 4º, LACP, negativa
de dúvida na declaratória negativa, e legalização da mentira nas iniciais).

Atenção: No Brasil a doutrina majoritária adota a teoria


autonomista/administrativista e eclética das condições da ação. Mas no âmbito
do STJ, mais recentemente, tem prevalecido a teoria da asserção (Tema 939 -
Repetitivo) (REsp 818.603-RS, Terceira Tuma, Dje 3/9/2008; e REsp
1.395.875-PE, Segunda Turma, Dje 7/3/2014.

2.5- Direito processual de ação e condições da ação


2.5.1- Fundamento: economia processual (Liebman)

2.5.2- Espécies (art. 17 e 485, VI, CPC)


I) Interesse de agir (ou interesse processual)

II) Legitimidade ad causam

2.5.3- Interesse processual


I) Necessidade / utilidade (imposição legal ou resistência) (requerimento
administrativo - em superação)
DPVAT, INSS e exibição de documento bancário – é necessário prévio
requerimento administrativo.
- Só pode exercitar o direito de ação se for útil.

II) Adequação
- Utilização da via adequada
CPC
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de
optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.

III) Possibilidade jurídica do pedido (dos elementos da ação) (Liebman)


Lei 7.347/85, Art. 1º, Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para
veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza
institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados.

2.5.4- Legitimidade ad causam (art. 18 CPC): é a relação jurídica que deve


existir entre as partes e o direito material no debate.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando
autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá
intervir como assistente litisconsorcial.

I) ordinária (REGRA GERAL) – direito próprio em nome próprio.

II) extraordinária (substituição processual – para alguns ela só ocorre quando o


substituído não puder defender seu interesse ou não for co-parte): direito alheio
em nome próprio (Exceção).

- Para alguns autores só tem substituição processual quando o substituído não


puder defender o seu interesse.

ATENÇÃO:
I) Legitimação extraordinária é diferente de representação;
II) Substituição é diferente de sucessão processual;
III) Legitimidade extraordinária por convenção processual (art. 190 do
CPC/2015).

2.5.5- Crítica à teoria das condições da ação (existem?) (binômio ou trinômio


da ação) (o CPC/15 eliminou a expressão carência da ação – art. 485, VI)
1- Posição (minoritária): Fredie Didier Jr – condições da ação são pressupostos
processuais de validade.
2- Posição (majoritária): Sim continuam existindo as condições da ação
2.5.6- Falsas carências da ação (coisa julgada material)
- Cabe rescisória

2.5.7- Regime jurídico das condições da ação


a) A ausência acarreta a extinção sem análise de mérito (art. 485, VI, CPC)
b) Questão de ordem pública (art. 337, § 5º e 485, § 3º, CPC): de ofício e sem
preclusão.

Ação: Direito público subjetivo de reclamar do Estado tutela jurisdicional


(resposta/proteção) de mérito.

2.6- Elementos (identificadores) da ação


2.6.1- Finalidade: relevante aplicação prática desses elementos

2.6.2- Aplicação prática (competência) (identidade total e parcial das demandas


– art, 55 a 58, e 337, § 1º ao 4º, CPC)
Total (extinção, Art. 485, V) : coisa julgada e litispendência
Parcial (reunião ou suspensão): conexão ou continência

2.6.3- Teorias
a) Tríplice identidade (tríplice eadem)

b) Relação jurídica material (Ex: acidentária X previdenciária, art, 1.314 do CC,


etc.) – serve para corrigir as falhas da teoria da tríplice identidade.

2.6.4- Tríplice identidade (tríplice eadem) (art. 337, § 2º, CPC)


I) Partes (ativa e passiva) (há processo sem uma das partes?)
- Ações de controle de constitucionalidade não tem réu;
- Ações de jurisdição voluntária (Art. 725, VII, CPC)

II) Pedido (PRINCIPAL ELEMENTO DA AÇÃO)


a) imediato (pretensão processual) - provimento jurídico desejado;
b) mediato (pretensão material – bem da vida).
III) Causa de pedir (teoria da substanciação) (PORQUÊ)
- Elemento determinante.
a) fundamentos jurídicos (próxima)
b) fundamentos de fato (remota)

Obs1: o contrário da teoria da substanciação é a teoria da individuação – causa


de pedir só precisa ser a próxima (fundamentos jurídicos);

Obs2: tem autores que invertem essa ordem, a próxima é o fundamento de fato
e a remota é o fundamento jurídico;

Obs3: fundamento jurídico é diferente de fundamento legal.

ATENÇÃO: objeto do processo é o pedido qualificado pela causa.


Aula 5: Ação e Processo
3- Processo
Conceito: Processo é o instrumento pelo qual o Estado exerce a jurisdição, o
autor o direito de ação e o réu a defesa.

3.1- Processo x procedimento (art. 22, I e 24, XI, da XF)

fontes normativas
- Processo: União (competência exclusiva);
- Procedimento: União, Estado e Distrito-Federal (competência concorrente).

Forma como os atos processuais se combinam no tempo e no espaço (RITO)

3.2- Teoria sobre o processo (modernas – direito público)


a) Relação jurídica processual (Bulow) (posições jurídicas ativas e passivas):
conjunto de deveres, direitos, obrigações, ônus, faculdades que ligas os
sujeitos do processo entre si.
- Não era capaz de visualizar o procedimento.

b) Situação jurídica (Goldschimidt) (dinamização do direito objetivo estático)

c) Módulo processual ou procedimento em contraditório (Frazzalari) (ligação


entre vários atos processuais)

d) Entidade complexa (processo = relação jurídico processual + procedimento,


ainda que sob contraditório) (TEORIA DOMINANTE)
Obs: A relação jurídica processual é a faceta intrínseca do processo e o
procedimento é a faceta extrínseca.

3.3- Formação gradual da relação jurídica processual (312 e 240, CPC) e


triangularidade/angularidade (art. 6º, CPC/15)

Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for


protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos
mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente,
induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor,
ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil).

Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se


obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

3.4- Classificação dos processos


a) processo sincrético (livro I, parte especial) – se desenvolvem atividade de
conhecimento, atividade de cumprimento/execução, cautelares ou
antecipatórias (medidas de urgências);

b) processo de execução (livro II, parte especial): nomenclatura utilizada para


fazer fazer os títulos extrajudiciais

Obs: esses dois processos são autônomos.

c) processos de urgência - autonomia das ações de urgência? (art. 303, §§ 2º e


6º e art. 304, § 1º, CPC)
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da
ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à
indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se
busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de
tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de
mediação na forma do art. 334;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na
forma do art. 335.
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1 o deste artigo,
o processo será extinto sem resolução do mérito.
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1 o deste artigo dar-se-á nos
mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais.
§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de
indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela
final.
§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do
benefício previsto no caput deste artigo.
§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela
antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em
até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem
resolução de mérito.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se
estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.

3.5- Pressupostos processuais (a quem classifique em objetivos/subjetivos)


Conceito: Requisitos indispensáveis para que o processo se desenvolva de
modo válido e regular.

EXISTÊNCIA VALIDADE POSITIVOS VALIDADE NEGATIVOS


Demanda (autor) Demanda apta (319) Litispendência (337, § 1º)
Jurisdição - S Jurisdição competente e Coisa julgada (337, § 2º)
imparcial - S
Citação (réu-oportunidade) Citação válida - S Perempção (486, § 3º)
Capacidade de ser parte e ad Convenção de
processum (estar em juízo) - arbitragem (3º, Lei
S 9.307/96)
Caução ou requisito
específico (73)
- Existência: presente os três pressupostos passa para o plano da validade;
a) demanda (autor);
b) jurisdição;
c) citação (réu-oportunidade).

- Validade positivos: tem de estar presentes;


a) demanda apta;
b) jurisdição competente e imparcial;
c) citação válida;
d) Capacidade de ser parte e ad processum (estar em juízo);
e) Caução ou requisito específico.

- Validade negativos: não podem estar presentes.


a) litispendência
b) coisa julgada
c) perempção
d) convenção de arbitragem

3.5.1- Críticas à classificação retro dos pressupostos


a) de existência: demanda e citação (art. 332, CPC, vício da citação da
improcedência)
- demanda e citação caso ausente não torna o processo inexistente.

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,


independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o
pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se
verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença, nos termos do art. 241.
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo,
com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu
para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

b) de validade positivos: capacidade postulatória (ineficácia /Juizado Especial


Cível)
- Processo sem advogado não é nulo, e sim ineficaz para o não representado.

c) de validade negativos: perempção (não alcança réu) e convenção de


arbitragem (depende de arguição)
Há divergência na doutrina

3.5.2- Relevância prática da distinção entre os pressupostos de existência e


validade (positivos / negativos)
- Falta de um pressuposto processual de existência: decisão não faz coisa
julgada, ou seja, não precisa de ação rescisória. Vício transrescisório.

Não há prazo para arguir, constitui querela nulitatis (ação declaratória de


nulidade)
- Falta de pressuposto processual de validade: gera a nulidade coisa
julgada

3.5.3- Regime jurídico dos pressupostos processuais


a) Não havendo correção do vício (alguns são possíveis, outros não), a
ausência acarreta a remessa do caso ou a existência de mérito (art. 485, I, IV,
V, CPC).

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


I - indeferir a petição inicial;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento
válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa
julgada.

b) Questão de ordem pública 9art. 337, § 5º e 485, § 3º, CPC): de ofício e sem
preclusão.
Obs: questão de ordem pública - juiz pode de ofício, a qualquer momento e
grau de jurisdição reconhecer o vício e não sendo possível a correção, com
base no art. 139, IX; corrigir os vícios durante todo o curso do processo, e não
sendo possível extingue o processo sem a análise do mérito.

ATENÇÃO: Exatamente em vista da semelhança com o regime jurídico das


condições da ação, vários autores defendem uma categoria englobante sob a
insígnia de pressupostos de admissibilidade do julgamento de mérito (ou da
tutela jurisdicional).

3.5.4- Diferença com as condições da ação (análise sob a perspectiva do


mérito)
- Pressupostos processuais são avaliados sem visualização do mérito do direito
material;
- Condições da ação são avaliadas se visualizar o mérito.

Partes
1- Colocação do tema dentro dos elementos da ação

- Partes
- Pedido
- Causa de pedir (próxima e remota)

2- Conceito de parte
a) Restritiva (Chiovenda) (parte na demanda) - à luz do direito material;
b) Ampliativo (Liebman) (parte no processo).
3- Capacidade de ser parte
Capacidade de ser parte (1º do CC) x capacidade de estar em juízo
(capacidade ad processum - art. 70 CPC) x capacidade ad causam (art. 17 e
18) (ordinária e extraordinária - parte processual e parte material).

4- Representação / assistência
a) Da Pessoa física (art. 70 e 71 CPC)
- capaz: representada por si mesmo
- incapaz: emprestam capacidade em juízo (representação (art. 3º) /
assistência (art. 4º)).

b) Da pessoa jurídica (art. 75, CPC) (presentação)


- Pessoas jurídicas regulares
- Pessoas jurídicas irregulares
- Personalidade judiciária

Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:


I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão
vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente
federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem
ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem
personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus
bens; (Pessoas jurídicas irregulares)
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador
de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
§ 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão
intimados no processo no qual o espólio seja parte.
§ 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a
irregularidade de sua constituição quando demandada. (Pessoas jurídicas
irregulares)
§ 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica
estrangeira a receber citação para qualquer processo.
§ 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco
para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente
federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da
representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo
razoável para que seja sanado o vício.

5- O tratamento do cônjuge
- Proteger a família
a) No polo ativo (art. 73 e 74 CPC) (não é litisconsórcio ativo)
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação
que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens.
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime
de separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato
praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de
ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu
somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos
praticado.
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente
quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja
impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido
pelo juiz, invalida o processo.

b) No polo passivo (art. 73, § 1º, CPC) (litisconsórcio passivo)

6- O tratamento da união estável (art. 73, § 3º, CPC) (escritura pública?)


Aula 6: Litisconsórcio e intervenção de terceiros

1- Aspectos conceituais:
- Cumulo de ações (cumulo de demandas): usar o mesmo processo para o
exercício de mais de uma ação (demanda);
- Cumulo objetivo de demandas: de pedidos (art. 327)
- Cumulo subjetivo de demandas: processo que tem uma, duas ou mais ações
contra o mesmo réu por diferentes autores (pluridade de partes) –
litisconsórcio.
Obs: o legislador permite o litisconsórcio baseado no princípio da economia
processual.

- Para que seja admitido o litisconsórcio é preciso que haja autorização legal
(LEI);

2- Classificação:
2.1- Quanto ao sujeito
a) Ativo: mais de um autor;
b) Passivo: mais de um réu;
c) Misto: pluralidade de autores e réus.

2.2- Quanto ao momento (tempo)


a) Inicial: regra geral do sistema, porque ele procura preservar o ideário do juiz
natural (vedada as partes escolher o juiz);
b) Ulterior: exceção, formado após o início da relação jurídica-processual, deve
haver expressa autorização legal.
- Hipóteses em que o sistema admite:
1) Sucessão (art. 110, CPC): não confundir com a substituição processual.
A doutrina aponta que é um litisconsórcio ulterior, mas não é porque assumem
o lugar do sucedido.
2) Conexão de ações (art. 55 e 58, CPC);
3) Intervenção de terceiros

2.3-
2.4-

6.2:

Aula 7:

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