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ACASO NÃO SABEIS

QUE DE
SOIS TEMPLOS
DEUS?
CORPO, SEXUALIDADE E SANTIDADE

1
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................3

APRESENTAÇÃO ..........................................................6

SOIS TEMPLOS DE DEUS...........................................9

O CORPO, PUREZA E SANTIDADE........................12

PUREZA E VIDA NO ESPÍRITO..................................17

PUREZA E CASTIDADE................................................20

CHAMADOS AO COMBATE.....................................25

ESPIRITUAL .....................................................................25

VAMOS PARA A AÇÃO!...............................................28

GLORIFICAI A DEUS NO VOSSO CORPO!.........31

A DICA DE OURO.........................................................33

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................34

SIGA-NOS EM NOSSAS REDES SOCIAIS........... 35

2
INTRODUÇÃO

Será que é possível fazer uma boa equação entre corpo,


sexualidade e santidade? Esse material que você tem em mãos
provará que é possível, necessário e urgente!

Pois de forma simples e profunda você descobrirá a dignida-


de do seu corpo e o chamado a manifestar nele e através dele a
glória de Deus por meio da pureza.

Fique tranquilo porque não é um livro para fazer acusações


e nem proibições, mas para mostrar a verdade que torna você ver-
dadeiramente livre!

Eu sei que você almeja essa liberdade! O mundo também a


deseja, porém a confunde com libertinagem. É por isso, que até
mesmo “a criação geme em dores de parto aguardando a mani-
festação da liberdade gloriosa dos filhos de Deus” (Cf. Romanos 8,
18).

Acredite: você é Templo do Espírito Santo! Ele habita em ti!


Você nasceu para ser livre! Pois “onde está o Espírito do Senhor, aí
há liberdade”! (II Coríntios 3, 17)

Prepare-se, pois são apenas cinco capítulos que podem mu-


dar a sua vida, através de uma nova visão do seu corpo e da sua
sexualidade!

Que o Espírito Santo ilumine você nessa leitura!

Fernando Gomes

3
O AUTOR

Fernando Gomes

Casado com Lucilene Gomes. Membro da Comunidade Cató-


lica Presença com sede em São José do Rio Pardo/SP. Graduado em
Filosofia e Teologia. Escritor e conferencista católico internacional.
Tendo influenciado e contribuído na formação e evangelização de
milhares de jovens e líderes católicos. Já ministrou palestras nos
EUA, Espanha, Polônia, Inglaterra, Bolívia, e em todo o Brasil.

É idealizador do Projeto Amor Autêntico, que estimula


jovens e adultos a viveram a sua afetividade e sexualidade de
forma positiva e responsável, à luz do pensamento cristão católico.
Atualmente é uma das principais referências do Brasil no ensino
da Teologia do Corpo de São João Paulo II.

4
APRESENTAÇÃO

5
APRESENTAÇÃO

São Leão Magno, certa vez, exortou com toda a veemência:

“Reconhece, ó cristão, a tua dignidade. Uma vez constituído


participante da natureza divina, não penses em voltar às anti-
gas misérias da tua vida passada. Lembra-te de que cabeça e de
que corpo és membro. Não te esqueças de que foste libertado
do poder das trevas e transferido para a luz e para o Reino de
Deus”1

É exatamente, com essa frase que se inicia a terceira parte


do Catecismo da Igreja Católica, que ensina sobre a vida moral dos
cristãos, ou seja, como devem se comportar aqueles fizeram a ex-
periência da vida nova em Cristo.

E o mais interessante, é que antes da Igreja apresentar-nos


aquilo que devemos fazer, ela primeiro relembra quem somos. É
por isso, que faz muito sentido o conselho do Apóstolo São Paulo
quando diz: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”
(I Coríntios 6, 12). Porque, aquilo que devemos fazer precisa estar
de acordo com aquilo que somos, ou seja, com a nossa dignidade
de pessoas humanas criadas à imagem e semelhança de Deus, de
filhos e filhas de Deus2, de templos do Espírito Santo3.

1Catecismo da igreja católica, n. 1691.


2I João 3, 1
3 I Coríntios 6,19

6
“Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de
Deus habita em vós? Porque o templo de Deus é sagrado, e isto
sois vós”4.

Na verdade, o que a Igreja nos convida, é correspondermos


àquela vocação que todos somos chamados: a vida no Espírito5,
em outras palavras: a santidade6!

4 I Coríntios 3, 16
5 CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 1699.
6 CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA LUMEN GENTIUM, n. 40.

7
SOIS
TEMPLO DE
DEUS

8
SOIS TEMPLOS DE DEUS!

Se recorrermos às Sagradas Escrituras perceberemos o imen-


so valor do templo para o povo de Deus. Havia uma clara cons-
ciência de que nele residia a glória do Senhor, que ali era morada
do Espírito Santo7. O templo sempre foi muito venerado e respei-
tado8. E a sua profanação era profundamente lamentável9.

Porém, tudo isso era a prefiguração de uma realidade maior,


pois no Novo Testamento, Jesus Cristo identifica seu corpo como o
Novo Templo10. E por sua vez, a Igreja, é identificada como o Corpo
de Cristo11. Portanto, a comunidade cristã é o verdadeiro Templo
da Nova Aliança12.

NOSSO CORPO: TEMPLO DO ESPÍRITO!

Mas como se não bastasse, não só a comunidade, mas o cor-


po de cada cristão é templo visível do Espírito Santo!

“Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo,


que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso
mesmo, já não vos pertenceis?”13

7Êxodo 40, 34, I Reis 8, 27.


8Jeremias 7 e 26; Mateus 21,12-16; João 2, 13-22; Atos 21, 28-40.
9I Macabeus 1, 20-28.
10
João 2, 19
11
I Coríntios 12, 12
12
I Coríntios 3, 16; II Coríntios 6,16; Efésios 2, 19-22
13
I Coríntios 6, 19

9
A própria palavra templo significa “morada do sagrado”, “re-
corte do céu”. Portanto, Aquele é que Santo, Altíssimo e Soberano
quis fazer de mim a Sua morada14. Meu corpo é um santuário! É o
habitat do Espírito de Deus! Um “pedaço do céu”!

Sabemos que todo DOM implica numa TAREFA. Sendo as-


sim, recebemos o DOM de sermos templos do Espírito Santo, e
simultaneamente a TAREFA de cuidar e zelar dele! É justamente
daqui que nasce a exigência da santidade. Não de uma norma fria,
mas de uma graça imerecida!

I Coríntios 3, 16; 6, 19; Romanos 5, 5.


14

10
CORPO,
PUREZA E
SANTIDADE

11
O CORPO, PUREZA E SANTIDADE.

É muito interessante perceber como no ensinamento de São


Paulo, é nítida a relação entre a santidade e o respeito do corpo,
por meio do convite à pureza.

Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a


impureza (pornéia); que cada um de vós saiba possuir o seu
corpo (skêuos) com santidade e respeito, sem se deixar levar
pelas paixões desregradas, como os pagãos que não conhecem
a Deus (...) Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas
para a santidade.15

De acordo, com essa passagem bíblica, fica muito claro para


nós que:

1. Deus nos quer santos!

2. Precisamos evitar a impureza. A palavra grega aqui usada


é pornéia, que pode ser traduzida, também por luxúria ou
imoralidade sexual.

3. É preciso tratar com santidade e respeito o seu “vaso” (a


palavra grega usada aqui é skêuos), que pode significar tanto
o próprio corpo como o corpo da esposa.

I Tessalonicenses 4, 3-7 (grifo nosso)


15

12
Na prática, a pornéia16, diz respeito às desordens sexuais nas
quais vivem tantos os solteiros como os casados. Pode ser consi-
derada como a fornicação (sexo antes do casamento), mas tam-
bém o adultério (relação sexual extra-conjugal).

Entende-se por pornéia todas as relações sexuais ilícitas e


imorais dentro do casamento tais como: o sexo anal, oral, orgias,
sadomasoquismo, e outras coisas semelhantes. Pois engana-se
quem pensa que a vida sexual no casamento é um “ringue de va-
le-tudo” e uma “carta branca” para tratar o cônjuge como um ob-
jeto. Vale a pena recordar o que a Palavra de Deus diz:

“Vós todos considerai o matrimônio com respeito e conservai


o leito conjugal sem mancha porque Deus julgará os impuros e
os adúlteros” (Hebreus 13, 4).

Os esposos têm o direito de desfrutar da vida sexual, mas de


forma casta e verdadeiramente humana. A Igreja jamais foi contra
o prazer sexual, mas sim contra a instrumentalização da pessoa
humana. A vida sexual é legítima e abençoada por Deus, quando
vivida dentro da aliança de amor do sagrado matrimônio, e de for-
ma honesta e digna.

“O próprio Criador (…) estabeleceu que, nesta função, os espo-


sos sentissem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Por-
tanto, os esposos não fazem nada de mal em procurar este

16
Literalmente pornéia significa prostituição. Levando em consideração que pornê quer dizer prostituta e
pornôs prostituto, o termo pornéia era quase sempre considerada, no mundo grego, ao sexo que é com-
prado e vendido.

13
prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes desti-
nou. Contudo, os esposos devem saber manter-se nos limites
de uma moderação justa” (Catecismo, n. 2362).

A pornéia estende-se também a toda a forma de imorali-


dade sexual tais como: masturbação, pornografia, relações entre
pessoas do mesmo sexo, prostituição, pedofilia, etc.

Tais pecados trazem consigo a “profanação” do corpo: privam


o corpo da mulher ou do homem do respeito a ele devido em
virtude da dignidade da pessoa. Todavia, o Apóstolo vai mais
além: segundo ele, o pecado contra o corpo é também “profa-
nação do templo”17

A imoralidade sexual é a uma espécie de “profanação” deste


novo templo do Espírito Santo, que é o corpo de cada um de nós18,
e contradiz profundamente a vida segundo o Espírito. É por isso
que o Apóstolo Paulo adverte:

Fugi da impureza (pornéia). Qualquer outro pecado que o ho-


mem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu
próprio corpo (templo)19

Isso não significa que o Apóstolo Paulo condene mais o pe-


cado da pornéia do que os outros pecados. A insistência aqui se
17
JOÃO PAULO II, Teologia do Corpo, p. 248S. (Grifo nosso)
18
Cf. JOHN L. MACKENZIE, Dicionário bíblico, p. 917.
19
I Coríntios 6, 18

14
dá pelo fato de que, diferente dos demais, esse pecado da pornéia
é “contra o corpo”. O que não quer dizer que a santidade se res-
tringe única e exclusivamente à retidão sexual, e muito menos se
trata de um desprezo do corpo e da sexualidade (como veremos
adiante), mas significa que a vida nova que abraçamos não pode
compactuar com a imoralidade sexual e que a mentalidade e com-
portamento permissivos são completamente estranhos às Sagra-
das Escrituras, e que todas essas desordens sexuais precisam ser
profundamente combatidas e ordenadas, sem tréguas.

Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à


avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como con-
vém a santos20. Nada de obscenidades, de conversas tolas e
levianas, porque tais coisas não convém; em vez disto, ações
de graças.21

Não se trata aqui de um conjunto de regras e proibições, mas


sim de um ajustamento do fazer ao nosso ser, pois somos filhos
de Deus, templos do Espírito, homens e mulheres redimidos, e
nada menos do que isso! Esse dom da nossa dignidade implica na
tarefa de agirmos acordo com essa mesma dignidade!

“Reconhece, ó cristão, a sua dignidade”... Lembra?

Santos, significa cada cristão consagrado a Deus pelo batismo.


20

Efésios 5, 3s
21

15
PUREZA
INTEGRAL

16
PUREZA E VIDA NO ESPÍRITO.

A pureza é a capacidade de “manter o próprio corpo em san-


tidade e respeito”22, centrado na dignidade de pessoa. A pureza
é expressão e fruto da vida segundo o Espírito23. E como todas as
virtudes humanas, a pureza não é algo mágico, pronto e instantâ-
neo, mas precisa ser desenvolvida. Por isso ela é uma habilidade,
uma atitude, que tem suas raízes na vontade. É preciso decidir-se
em vivê-la, correspondendo ao dom de Deus. Sendo assim, quan-
to mais vivo a pureza, mais cresço na vida no Espírito e vice-versa.

“Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o


Espírito” (Gálatas 5, 25)

PUREZA DE CORAÇÃO.

Mas a pureza não é somente física ou sexual. Jesus no Evan-


gelho nos fala especialmente da pureza do coração, do olhar, e da
intenção24. Isso quer dizer que, o problema não está no corpo,
mas na alma enferma que arrasta o corpo para o erro. Cristo dei-
xa claro que aquilo que nos mancha procede do interior do nosso
coração e não o que vem de fora25. Portanto, o principal campo de
batalha pela pureza, não é o corpo, mas o coração humano.

22
JOÃO PAULO II, Teologia do Corpo, p. 247.
23
A pureza é uma capacidade centraliza na dignidade da pessoa em relação ao próprio corpo, na femini-
lidade e masculinidade que neste corpo se manifesta. A pureza, entendida, como capacidade, é precisa-
mente fruto e expressão da vida “segundo o Espírito”, no qual frutifica o dom do Espírito Santo” (JOÃO
PAULO II, Teologia do Corpo, p. 248).
24
Mateus 5, 28; 15,19;
25
Marcos 7, 20-23

17
A luxúria não é um vício dos corpos dotados de graça e de be-
leza, mas da alma pervertida que ama os prazeres corporais.26

Um coração manchado condiciona a visão. O olhar exprime


o que está no coração: exprime a pessoa inteira.27 Quem não é
verdadeiramente puro de coração, só enxerga pecado e erro em
tudo que é bom e belo.

Para os puros todas as coisas são puras. Para os corruptos e


descrentes nada é puro: até a sua mente e consciência são cor-
rompidas (Tito 1, 15-16)

A pureza de coração concede-nos ver segundo de Deus28, e


nos permite, desde já, “perceber o corpo humano, o nosso e o do
próximo, como um templo do Espírito Santo, uma manifestação
da beleza divina”29

Os puros de coração são aqueles que se entregaram à santi-


dade em três campos: na caridade, na castidade (retidão sexual)
e no amor à verdade (ortodoxia da fé). É a pureza do coração, do
corpo e da fé.30

26
SANTO AGOSTINHO, apud, PADRE PAULO RICARDO, um olhar que cura, p. 87.
27
JOÃO PAULO II, Teologia do Corpo, p. 192.
28
Mateus 5, 8
29
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 2519.
30
IDEM, n. 2518.

18
PUREZA E
CASTIDADE

19
PUREZA E CASTIDADE.

A castidade e a pureza caminham juntas. Pois a castidade é


a virtude oposta ao vício da luxúria (pornéia). A virtude da castida-
de tem a função de ordenar a nossa sexualidade e ajudar a realizar
a harmonia entre nossa dimensão espiritual e corporal. Ela nos
habilita a sermos pessoas inteiras, para que assim possamos reali-
zar uma doação inteira. Quem não se possui, através da castida-
de, não consegue se doar a ninguém. Porque ninguém dá, aquilo
que não tem. A castidade nos recompõe e nos permite amar com
um coração reto e indiviso.31

Necessariamente a castidade, comporta uma aprendizagem


de autodomínio e de autodisciplina, que vai fazendo da pessoa
“senhora de si mesma” e não escrava das suas paixões. O cresci-
mento na castidade é gradual, e algumas vezes marcado pela que-
da. Trata-se de um trabalho a longo prazo, e que nunca pode ser
considerado definitivamente adquirido. A castidade se expressa
principalmente na amizade ao próximo32.

Ela deve ser vivida de acordo com o estado de vida de cada


um. Os casados são convidados a viver a castidade conjugal e os
outros estados de vida devem praticar a castidade na continência.

A castidade conjugal é a pureza dos esposos, que na prática,


consiste na fidelidade mútua (incluindo olhares, palavras e atitu-

31
Cf. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 2337-2346. 2521.
32
IDEM.

20
des), na luta contra o egoísmo, na recusa a métodos contracepti-
vos artificiais e na observação da continência periódica.

“O amor conjugal é muito frequentemente profanado pelo


egoísmo, pelo hedonismo e por prática ilícitas contra a gera-
ção” (Gaudium Spes, n. 47). “O domínio do instinto, mediante
a razão e a vontade livre, impõe, indubitavelmente, uma asce-
se, para que as manifestações afetivas da vida conjugal sejam
conformes com a ordem reta e, em particular, concretiza-se
essa ascese na observância da continência periódica. Mas, esta
disciplina, própria da pureza dos esposos, longe de ser nociva
ao amor conjugal, confere-lhe pelo contrário um valor humano
bem mais elevado” (Humanae Vitae, n. 21).

A castidade na continência é própria de quem ainda está


solteiro ou se consagrou a Deus no celibato. Portanto, refere-se de
forma especial, a abstinência de relações sexuais genitais e tudo
que seja uma forma de preparação para a mesma (conversas ma-
liciosas, provocações, carícias íntimas, etc.).

NEM ANJOS, NEM ANIMAIS: SANTOS!

De forma prática somente viveremos a pureza por meio de


uma vida de oração, de castidade, de pureza da intenção e do
olhar.

21
Porém, só vive a pureza cristã, quem acredita que o corpo
não é um inimigo para a nossa santidade, nem mesmo as nossos
impulsos sexuais, pois o corpo e a sexualidade se encontram na
própria via da santidade. Pois diz respeito a nossa capacidade de
amar e nos doar.

Pois sempre houve tendências e segmentos na história do


cristianismo que erroneamente fizeram uma exaltação dema-
siada da vida espiritual em detrimento da corporeidade. Basta
conhecer a história dos adeptos do maniqueísmo, como também
dos cátaros albigenses, dos jansenistas e outros grupos, que des-
prezavam o corpo, as relações sexuais e o matrimônio, em nome
de uma suposta vida espiritual mais elevada. Mas a Igreja sempre
combateu esses desvios.

“Não é, portanto, lícito ao homem desprezar a vida corporal;


ao contrário, deve estimar e honrar seu corpo, porque é criado
por Deus e destinado a ressurreição no último dia.” 33

Portanto, para se viver a autêntica pureza cristã é necessário


adquirir uma visão correta sobre a natureza humana, para não
cair em extremos, tais como: o puritanismo e a permissividade.

O puritanismo é o desprezo do corpo e a exaltação do espí-


rito, e uma tendência de ver pecado em tudo, principalmente na
sexualidade. Já a permissividade, consiste em uma visão de mun-
do sem regras, é o famoso “liberou geral”, onde o que interessa é o
prazer a todo custo (hedonismo), sem respeito algum à lei moral.

33
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 364.

22
Pois não podemos esquecer que o ser humano é um ser cor-
poral e espiritual. E essa unidade de corpo e alma é tão profunda,
que formam uma única natureza: a humana! Precisamos enten-
der que: “não somos anjos, nem animais: somos gente!” O pu-
ritano quer viver como anjo, e o permissivo quer viver como um
animal, mas o santo vive como ser humano renovado pela graça
de Deus!

Adoração ao corpo? Não, nunca!


Desprezo do corpo? Também, não!
Controle do corpo? Sim!
Transfiguração do corpo? Mais ainda! 34

34
JOÃO PAULO II, Discurso aos jovens, Parque dos príncipes, Paris, 1980.

23
COMO VIVER
A PUREZA E A
CASTIDADE?

24
CHAMADOS AO COMBATE
ESPIRITUAL

Uma vez que compreendemos a natureza humana em sua


dimensão corpórea-espiritual, temos que também ter consciência
que a nossa natureza humana sofre as consequências do pecado
original. Pois Deus criou o ser humano em total harmonia inte-
rior e com o sexo oposto. Isso significa que tudo estava intacto e
ordenado, inclusive a sua sexualidade e a relação com seu corpo.
O ser humano experimentava o profundo domínio de si mesmo.
Porém, essa harmonia original foi perdida pelo pecado original.
Mas graças a Deus, o Verbo se fez carne, morreu e ressuscitou
para a nossa redenção, e restabeleceu a ordem perturbada pelo
pecado original. O Batismo nos purifica de todos os nossos peca-
dos, apaga a mancha do pecado original, e nos faz participantes da
vida nova em Cristo.

Porém, a nossa natureza humana ficou enfraquecida em


suas forças naturais e inclinada ao mal. Essa inclinação é chama-
da de concupsciência, que é uma das consequências do pecado
original. A concupsciência embora não seja um pecado, nos incli-
na a cometê-lo. Ela é uma fraqueza, uma debilidade nas nossas
faculdades morais. É por isso que somos convidados a um com-
bate espiritual, a uma luta contra a concupsciência e os desejos
desordenados, que podem nos levar ao pecado.

Segundo o Apóstolo São João existe três tipos de concups-


ciência: “a concupsciência da carne, a concupsciência dos olhos e
a soberba.”35
I João 2, 16
35

25
Cristo nos dá a sua graça e o meios necessários para sermos
vitoriosos no combate, mas precisamos também colocar todo o
nosso empenho, para crescermos na graça, na harmonia interior e
na vida de santidade.

26
VAMOS PARA
A AÇÃO

27
VAMOS PARA A AÇÃO!

Para nos ajudar nesse combate, elenquei 10 conselhos prá-


ticos em vista de crescermos na pureza e na castidade. Esses
conselhos são inspirados na Sagrada Escritura, no genuíno ensina-
mento da Igreja e na recomendação e exemplo de muitos santos
e mestres espirituais. De forma geral, eles podem ser encontra-
dos no Documento Sexualidade Humana - Verdade e Significado,
do Conselho Pontifício para a Família, e também no Catecismo da
Igreja Católica.

1. Cultive uma vida de oração pessoal e comunitária (incluindo a


vida sacramental).
2. Conheça mais profundamente a verdade sobre o amor e a se-
xualidade36

3. Fuja das ocasiões de pecado37.

4. Pratique o jejum e mortificação38

5. Busque o equilíbrio em relação ao sono39.

6. Faça algum trabalho manual (pode incluir aqui a prática dos


esportes)
7. Guarde os seus sentidos40

36
Leituras, estudos, cursos e retiros que mostre a verdade sobre a sexualidade.
37
Isso envolve pessoas, lugares, atividades, uso correto do tempo livre, etc.
38
Além de educar a vontade e crescer no autodomínio, trata-se de um exercício espiritual que envolve o
corpo.
39
Procurar dormir na hora certa e levantar na hora certa. É uma disciplina do corpo.
40
Ordenar o olhar, tato, audição, paladar, olfato. Educar a imaginação; pela rejeição da complacência em
pensamentos impuros.

28
8. Use adequada e moderadamente a Internet41.

9. Viva o pudor e modéstia42

10. Alimente uma especial Devoção à Virgem Maria.

Mas atenção: todos esses conselhos devem girar em torno


da prática de uma caridade sincera e uma saída de si mesmo, no
exercício constante de serviço desinteressado aos outros, que faz
morrer o egoísmo dentro de nós e favorece o crescimento das vir-
tudes, principalmente a humildade.

41
Sabemos do lado bom da internet, mas o seu uso apenas para divagação, causa certa indolência e
muita passividade e enfraquecimento da vontade, além de ser uma armadilha para quem tem o vício da
pornografia.
42
Significa de forma geral, vestir-se adequadamente, protegendo as partes do nosso corpo que natural-
mente despertam mais a atenção alheia, e ser mais discreto no falar e no porta-se.

29
GLORIFICAI A
DEUS NO
VOSSO CORPO

30
GLORIFICAI A DEUS NO VOSSO
CORPO!

Queremos concluir essa reflexão, da mesma forma que o


apóstolo Paulo fez após denunciar o mal da imoralidade sexual e
apontar nossos corpos como templos do Espírito Santo, no final do
capítulo sexto de sua primeira Carta aos Coríntios, quando exor-
tou: “Glorificai a Deus no vosso corpo! ” 43

Deus é glorificado quando mantemos nossos corpos em


santidade e respeito através da pureza44, vivendo a castidade e
servindo os nossos irmãos. É por essa razão que o Papa João Pau-
lo II disse em sua Teologia do Corpo que

A pureza é a glória do corpo humano diante de Deus. É a glória


de Deus no corpo humano, através do qual se manifestam a
masculinidade e a feminilidade45

Acredite, você é um templo de Deus em movimento, um sa-


crário vivo da presença do Senhor no meio dos homens! Seja casto
(a), seja puro (a), não se preocupe com a opinião pública contrária
a castidade! Não tenha medo! Nade contra a corrente! Glorifique
a Deus em seu corpo! Pois o mundo precisa ver a glória de Deus
em você!

43
I Coríntios 6, 20
44
JOÃO PAULO II, Teologia do Corpo, p. 252.
45
IDEM.

31
A DICA DE
OURO

32
A DICA DE OURO

Nós podemos aprender muito com a Virgem Maria sobre a pu-


reza cristã. Pois ela é a verdadeira morada de Deus entre os homens!
A Casa de Ouro e a Arca da Aliança! Ela mais do que ninguém soube
“possuir seu próprio corpo em santidade e honra” e viver uma vida
segundo o Espírito! Ela mais do que todos glorificou a Deus em seu
próprio corpo! Maria é a Esposa Maravilhosa do Espírito Santo e Ta-
bernáculo onde habita a Glória de Deus! É Virgem e Mãe! Casta e
Fecunda! E com razão é louvada por toda a Igreja como Mãe Puríssi-
ma, Castíssima, Prudentíssima... Um suspiro dela vale mais do que a
oração de todos os santos juntos! Ela, como Mestra, vem nos ensinar
a viver a santidade, e como Mãe nos cobre com seu manto de pureza
e nos ajuda a vivermos como verdadeiros Templos de Deus! Portanto,
se você quer viver a autêntica pureza cristã, não tenha medo de con-
sagrar-se inteiramente à Santíssima Virgem Maria!

São Bernardo de Claraval rezava a Nossa Senhora dizendo que


“nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido a vos-
sa proteção, implorado vossa assistência e reclamado vosso socor-
ro, fosse por Vós desamparado”.

Por isso concluo esse E-book ensinando para a você a oração


mais antiga da Igreja a Nossa Senhora, que remonta ao século III. Ore
comigo:
“Debaixo da vossa proteção, refugiamo-nos, Santa Mãe
de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas
necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os peri-
gos, Virgem gloriosa e bendita! Amém.”

33
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Se você gostou desse Material Gratuito e acredita que ele


pode ser do interesse de algum(a) amigo(a), compartilhe esse
e-book e ajude outras pessoas a conhecerem o mistério do corpo e
da sexualidade. Certamente eles ficarão muito agradecidos!

Se você quer se aprofundar mais sobre como viver a castida-


de, eu quero te dar um recado importante:

Eu criei um outro e-book explicando como você pode viver a


castidade nos dias de hoje. Com ele você descobrirá o que de fato
é a virtude da castidade e o que você deve fazer de forma prática
para vivê-la! Nele você aprenderá a viver melhor consigo mesmo,
com Deus e com os outros, sobretudo com o sexo oposto, espe-
cialmente o seu namorado (a), e assim abraçar a vontade de Deus
e os ensinamentos da Igreja.

Então, se você quer aprender como viver a verdadeira


castidade, esse ebook é ideal para você!

Clique no botão abaixo para saber como você pode aprender


a viver a castidade!

QUERO SABER MAIS

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soas conheçam esses belíssimos ensinamentos, e
tenham suas vidas iluminadas e transformadas.

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