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Ser aceito do jeito que se é e viver um grande amor são metas que qualquer ser humano

busca em toda a sua vida. E nem sempre essas duas metas acontecem de acordo com o que muitos
prezam ser o ideal. Mais do que um filme que aborda a intolerância, “Poesias para Gael” é uma
jornada de autoconhecimento: o conhecido, o desconhecido, o inesperado. O que poderia ser uma
série de situações clichês ganha profundidade à medida em que as situações se desenrolam. Logo
no começo do primeiro curta, percebe-se uma situação de duplo preconceito: o protagonista, Gael,
é hostilizado pela própria mãe, Helena, por ser escritor e por ‘não ser igual aos outros meninos’.
O tom de desprezo e frustação da mãe do protagonista é tão real que dói no espectador mais
sensível e não eixa de mostrar uma realidade vivenciada por muitos. Em seguida, somos
apresentados à antagonista da história, Eline, que quer sacanear o protagonista para se divertir e
seu namorado, Hugo. Pela expressão da personagem e pelo que ela não diz, não se trata apenas
de um artifício para acabar com o tédio das férias, mas uma vingança particular cuja razão será
revelada mais à frente.
Enquanto o jogo de sedução é preparado, outra situação chama a atenção nos primeiros
minutos do primeiro curta: a dificuldade de comunicação de Gael com a mãe e, principalmente,
com o pai, separado e ausente da família. Uma situação corriqueira, mas cheia de profundidade:
o ex-casal discute, pensando na quebra de expectativa quanto ao futuro planejado para o filho e
quanto à personalidade introspectiva dele. O sonho de ser um poeta não corresponde às
expectativas de muitos pais e faz pensar sobre o quanto é complicado seguir os próprios sonhos,
ainda mais quando as pessoas ao nosso redor não nos incentivam a fazê-lo. Motivado por essas
dificuldades, o protagonista resolve fugir e encarar seus sonhos de frente quando é surpreendido
por Hugo, que põe em prática o plano de Eline. Nesse interim, percebe-se que, mesmo fazendo
tudo o que a namorada ordena, Hugo demonstra uma grande mudança de opinião ao conhecer
melhor Gael. Como diz a música cantada por Elis Regina, as aparências enganam.
Enganam tanto que não se pode deixar influenciar pelas várias situações-clichê
apresentadas na trama. Por mais que os conflitos e desdobramentos tenham sido apresentadas à
exaustão, o grande diferencial do curta é explorar as mudanças ocorridas nos personagens ao
longo do curta. Gael, aparentemente frágil, descobriu a força que precisava para mudar seu
destino. Eline, que sempre realizou seus caprichos, percebeu que o preço que se paga por isso
pode ser muito mais caro do que se imagina. Hugo, movido pelos interesses da namorada,
descobriu algo que o desnorteou e o afastou de quem ele acreditava ser. E, por fim, Helena, viu
todas as suas expectativas quebradas.
Por mais que a aproximação entre Hugo e Gael pareça forçada para alguns,

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