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DADOS PARA EDIÇÃO DOS TEXTOS

Segundo dados do IBGE, a cada ano, cerca de 1,2 milhão de mulheres sofrem
agressões no Brasil. Pelas estimativas do Ipea, destas, 500 mil são estupradas,
sendo que somente 52 mil ocorrências chegam ao conhecimento da polícia.
Cerqueira lembrou que até 1995, mesmo depois da Constituição Cidadã, a
mulher não poderia prestar queixa na delegacia contra o companheiro, e até
2009 o estupro era um crime contra os costumes – não contra a dignidade e
liberdade sexual. Esta, segundo ele, é uma história trágica, que começou a ser
superada com a Lei Maria da Penha.

Eliane Brum, jornalista e escritora

O que a imprensa pode fazer

 informar sobre a real magnitude da violência de gênero, tanto no


Brasil como no mundo, divulgando números atualizados e obtidos de fontes
confiáveis. É importante informar que a violência contra as mulheres, em
especial a violência doméstica, não distingue raça, classe social ou nível
cultural, atingindo – ainda que de forma diferenciada – mulheres de todos os
tipos e idades e de todos os lugares;
 divulgar e avaliar os serviços disponíveis, mostrando o trabalho
realizado e entrevistando profissionais que atuam em delegacias da mulher e
em organizações não-governamentais que dão a primeira assistência às
mulheres e meninas, os serviços de referência nos hospitais, que prestam
atendimento multidisciplinar às vítimas de violência sexual, as casas-abrigo,
que recebem as mulheres que não têm para onde fugir, e os serviços
judiciários que visam proteger a mulher e responsabilizar o agressor;
 buscar causas, fatores e soluções, aprofundando a abordagem e
contextualizando o problema;
 acompanhar os debates sobre as propostas legislativas que afetam
os direitos das mulheres vítimas de violência (não apenas leis, mas também as
políticas públicas e os serviços que devem concretizar esses direitos;
 mostrar que o combate à violência contra as mulheres é um
compromisso assumido pelo Estado brasileiro ao assinar tratados e
convenções internacionais, como a Convenção de Belém do Pará
(Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra
a Mulher), assinada pelo Brasil em 1994 e ratificada em 1995, e a Convenção
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher
(CEDAW, 1979), promulgada pelo Decreto nº 89.460, de

 No Brasil, a população feminina ultrapassou 103 milhões de mulheres


em 2014. Uma em cada cinco, considera já ter sofrido alguma vez
“algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou
desconhecido” (Fundação Perseu Abramo, 2010).
 Entre os diversos tipos de violação à integridade e à dignidade humana
das mulheres, neste Dossiê Violência contra as Mulheres estão
sistematizadas informações e dados sobre: violência doméstica e
familiar, violência sexual, feminicídio, violência de gênero na internet,
violência contra mulheres lésbicas, bi e trans e violência e racismo.
 Embora apareçam organizadas neste Dossiê de forma segmentada, as
diversas formas e tipos de violência de gênero ocorrem de maneira
combinada, como comprovado no Estudo Multipaíses sobre Saúde da
Mulher e Violência Doméstica contra a Mulher, realizado pela OMS e
divulgado em 2002.

O que a senhora fez pra ele te bater?


Por que você não denunciou da primeira vez que ele bateu?
Por que ela não se separa dele?
Ela provocou.
É mulher de malandro, eles se merecem.
Quando descobriu que ela tinha um amante, ele perdeu a cabeça.
Ficou desesperado pelo amor não correspondido e acabou fazendo uma
loucura.

Sob diversas formas e intensidades, a violência doméstica e familiar contra as


mulheres é recorrente e presente no mundo todo, motivando crimes hediondos
e graves violações de direitos humanos. Mesmo assim, frases como essas
ainda são amplamente repetidas, responsabilizando a mulher pela violência
sofrida e minimizando a gravidade da questão.

De acordo com estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)


– Estudio multipaís de la OMS sobre salud de la mujer y violencia doméstica
contra la mujer (OMS, 2002) – as taxas de mulheres que foram agredidas
fisicamente pelo parceiro em algum momento de suas vidas variaram entre
10% e 52% em 10 países pesquisados.

No Brasil, estima-se que cinco mulheres são espancadas a cada 2 minutos; o


parceiro (marido, namorado ou ex) é o responsável por mais de 80% dos casos
reportados, segundo a pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e
Privado (FPA/Sesc, 2010).

Apesar dos dados alarmantes, muitas vezes, essa gravidade não é


devidamente reconhecida, graças a mecanismos históricos e culturais que
geram e mantêm desigualdades entre homens e mulheres e alimentam um
pacto de silêncio e conivência com estes crimes.

Na pesquisa Tolerância social à violência contra as mulheres (Ipea, 2014), 63%


dos entrevistados concordam, total ou parcialmente, que “casos de violência
dentro de casa devem ser discutidos somente entre os membros da família”. E
89% concordam que “a roupa suja deve ser lavada em casa”, enquanto que
82% consideram que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”.
O que é a violência doméstica?

Uma das imagens mais associadas à violência doméstica e familiar contra as


mulheres é a de um homem – namorado, marido ou ex – que agride a parceira,
motivado por um sentimento de posse sobre a vida e as escolhas daquela
mulher. De fato, este roteiro é velho conhecido de quem atua atendendo
mulheres em situação de violência: a agressão física e psicológica cometida
por parceiros é a mais recorrente no Brasil e em muitos outros países,
conforme apontam pesquisas recentes.

A recorrência, porém, não pode ser confundida com regra geral: a relação
íntima de afeto prevista na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) não se
restringe a relações amorosas e pode haver violência doméstica e familiar
independentemente de parentesco – o agressor pode ser o padrasto/madrasta,
sogro/a, cunhado/a ou agregados – desde que a vítima seja uma mulher, em
qualquer idade ou classe social. (saiba mais em ‘responsabilização do
agressor’)

O que diz a Lei Maria da Penha

Violência doméstica e familiar contra a mulher é qualquer ação ou omissão


baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial, conforme definido no artigo 5 oda Lei
Maria da Penha, a Lei nº 11.340/2006.

A Lei Maria da Penha define cinco formas de violência doméstica e


familiar, deixando claro que não existe apenas a violência que deixa marcas
físicas evidentes:

– violência psicológica: xingar, humilhar, ameaçar, intimidar e amedrontar;


criticar continuamente, desvalorizar os atos e desconsiderar a opinião ou
decisão da mulher; debochar publicamente, diminuir a autoestima; tentar fazer
a mulher ficar confusa ou achar que está louca; controlar tudo o que ela faz,
quando sai, com quem e aonde vai; usar os filhos para fazer chantagem – são
alguns exemplos de violência psicológica, de acordo com a cartilha Viver sem
violência é direito de toda mulher;

– violência física: bater e espancar; empurrar, atirar objetos, sacudir, morder


ou puxar os cabelos; mutilar e torturar; usar arma branca, como faca ou
ferramentas de trabalho, ou de fogo;

– violência sexual: forçar relações sexuais quando a mulher não quer ou


quando estiver dormindo ou sem condições de consentir; fazer a mulher olhar
imagens pornográficas quando ela não quer; obrigar a mulher a fazer sexo com
outra(s) pessoa(s); impedir a mulher de prevenir a gravidez, forçá-la a
engravidar ou ainda forçar o aborto quando ela não quiser;

– violência patrimonial: controlar, reter ou tirar dinheiro dela; causar danos de


propósito a objetos de que ela gosta; destruir, reter objetos, instrumentos de
trabalho, documentos pessoais e outros bens e direitos;
– violência moral: fazer comentários ofensivos na frente de estranhos e/ou
conhecidos; humilhar a mulher publicamente; expor a vida íntima do casal para
outras pessoas, inclusive nas redes sociais; acusar publicamente a mulher de
cometer crimes; inventar histórias e/ou falar mal da mulher para os outros com
o intuito de diminuí-la perante amigos e parentes.

3) Na maior parte dos casos, as diferentes formas de violência acontecem


de modo combinado.

No estudo multipaíses da OMS realizado no Brasil (Estudio multipaís de la


OMS sobre salud de la mujer y violencia doméstica contra la mujer (OMS,
2002), cerca de 30% das mulheres que disseram ter sido agredidas pelo
parceiro afirmam que foram vítimas tanto de violência física como de violência
sexual; mais de 60% admitem ter sofrido apenas agressões físicas; e menos de
10% contam ter sofrido apenas violência sexual.

Segundo a pesquisa, a maioria das agressões conjugais reflete um padrão de


abuso contínuo e pode ter consequências como dores pelo corpo, dificuldades
para realizar tarefas cotidianas, depressão, abortos e tentativas de suicídio.

Dados nacionais

A violência doméstica é um fenômeno de extrema gravidade, que impede o


pleno desenvolvimento social e coloca em risco mais da metade da população
do País – as 103,8 milhões de brasileiras contabilizadas na Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD) 2013, do IBGE.

De acordo com o Mapa da Violência 2012: Homicídios de Mulheres no


Brasil (Cebela/Flacso, 2012), duas em cada três pessoas atendidas no SUS
em razão de violência doméstica ou sexual são mulheres; e em 51,6% dos
atendimentos foi registrada reincidência no exercício da violência contra
a mulher. O SUS atendeu mais de 70 mil mulheres vítimas de violência em
2011 – 71,8% dos casos ocorreram no ambiente doméstico.

Não à toa, a pesquisa Violência e Assassinatos de Mulheres (Data


Popular/Instituto Patrícia Galvão, 2013) revelou significativa preocupação com
a violência doméstica: para 70% da população, a mulher sofre mais
violência dentro de casa do que em espaços públicos no Brasil.

Os dados dessa pesquisa revelam ainda que o problema está presente no


cotidiano da maior parte dos brasileiros: entre os entrevistados de ambos os
sexos e de todas as classes sociais, 54% conhecem uma mulher que já foi
agredida por um parceiro e 56% conhecem um homem que já agrediu uma
parceira.

Por que é tão difícil sair de uma relação violenta

Denuncie!

Com a Lei Maria da Penha cada vez mais conhecida pela população
brasileira (99% declaram conhecer a Lei, ao menos de ouvir falar; Pesquisa
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (DataSenado, 2013), essa
mensagem tem sido cada vez mais dirigida não só às mulheres que sofrem
agressões físicas e psicológicas, mas a toda a sociedade. A proposta é mostrar
definitivamente que esta violência não é um assunto da esfera privada, mas
sim uma violação de direitos humanos que demanda respostas do Poder
Público e um pacto de não tolerância de toda a população.

Denunciar, porém, não é fácil quando as agressões partem de uma pessoa


com quem a vítima mantém relações íntimas de afeto, cujo rompimento coloca
questões emocionais e objetivas, que envolvem a desestruturação do cotidiano
e até mesmo o risco de morte para a mulher.

Neste cenário complexo, enfrentado por muito tempo de forma solitária, é


fundamental que a mulher que rompe o silêncio seja bem acolhida pela sua
rede pessoal e pelos serviços de atendimento.

Na prática, entretanto, a falta de conhecimento sobre as especificidades deste


tipo de violência faz com que a mulher, muitas vezes, acabe sendo julgada por
não colocar um ponto final naquela situação.

Dinâmica da violência doméstica

A própria dinâmica da violência doméstica, que costuma se repetir e se tornar


cada vez mais grave e frequente, pode minar a capacidade de reação da
mulher. A isso se associam ainda outros fatores, como a falta de informação e
conhecimento sobre seus direitos e sobre a rede de atendimento, sentimentos
de medo, culpa e vergonha, a dependência econômica do agressor para a
criação dos filhos e a falta de acesso e/ou confiança nos serviços de
atendimento a mulheres em situação de violência.

“É um dever do Estado responder a isso, primeiro, fortalecendo os serviços


especializados, garantindo acesso a informação e proteção às mulheres. Isso é
fundamental para que elas comecem efetivamente a perder o medo. Mas, para
a mulher perder o medo – e a vergonha também – é preciso o apoio de uma
outra rede: a rede pessoal, composta pelos amigos, vizinhos e parentes. A
sociedade, tanto homens quanto mulheres, precisa se posicionar e não aceitar
a violência contra a mulher.”
Aparecida Gonçalves, secretária nacional de Enfrentamento à Violência
contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da
Presidência

Veja cinco fatores que, com frequência, corroboram para a manutenção da


situação de violência por um período longo:

1) A discriminação contra as mulheres concorre não só para que a


violência aconteça, mas para sua permanência

“O primeiro obstáculo com o qual a mulher vítima de violência se depara diz


respeito a ela mesma, que deve enfrentar a cultura patriarcal em que vive e
que preconiza a superioridade do homem e a passividade e obediência da
mulher e que, em muitos casos, ainda está introjetada na vítima, limitando sua
reação.”
Jacqueline Pitanguy, coordenadora executiva da ONG Cepia – Cidadania,
Estudo, Pesquisa, Informação e Ação, é membro do Conselho Nacional
dos Direitos da Mulher (CNDM)

2) O papel tradicional de mãe imposto às mulheres faz com que elas


coloquem os filhos e o relacionamento do pai com os filhos em primeiro
lugar

“As distinções de gênero refletem uma história, uma relação secular de


dominação do homem sobre a mulher. Por que a mulher fica em uma relação
violenta? Nossa cultura de gênero é para preservar o casamento, criar os
filhos. A mulher tem vergonha, medo, insegurança interior de abandonar tais
papéis. O mais cruel nesses episódios é que a culpa acaba recaindo sobre a
figura feminina.

A mulher não é somente ela nessa relação. Ela é uma unidade familiar, pois
nunca avalia a situação só a partir dela, inclui sempre os filhos. Ela pensa onde
irá morar com os filhos, onde os filhos irão estudar em caso de separação. A
violência de gênero é um fenômeno muito complexo. Não depende apenas de
medidas punitivas. Demanda medidas mais amplas de mudança de
comportamento e mentalidades, embora a Lei Maria da Penha seja
fundamental.”
Jacira Vieira de Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão

Para além das questões objetivas,


muitas vezes, a mulher acredita que, apesar das agressões, o parceiro é ‘um
bom pai´, embora pesquisas demonstrem que a convivência com o ambiente
violento também tem impactos negativos na saúde da criança (saiba mais).

Dos casos de violência registrados em 2014 pela Central de Atendimento à


Mulher – Ligue 180 (Balanço 2014 do Ligue 180 – Central de Atendimento à
Mulher (SPM-PR, 2015), 80% das vítimas tinham filhos, sendo que 64,35%
deles presenciavam a violência,e 18,74% eram vítimas diretas juntamente com
as mães.

3) A mulher é ameaçada de morte se acabar com a relação


Vergonha e medo de ser assassinada são percebidos pela população como as
principais razões para a mulher não se separar do agressor, de acordo com a
pesquisa sobre Violência e Assassinatos de Mulheres (Data Popular/Instituto
Patrícia Galvão, 2013).

Segundo a pesquisa, 85% dos entrevistados concordam que as mulheres que


denunciam seus agressores correm mais risco de serem assassinadas. E 92%
concordam que, quando as agressões ocorrem com frequência, podem
terminar em assassinato.

“Olha o dilema que aparece na percepção da população: se denunciar, morre,


mas se continuar também morre. Para nós, que temos a experiência no
atendimento e acolhimento de casos de violência doméstica, o risco maior –
sem dúvida – é viver com o agressor, por conta do ciclo da violência. É preciso
acreditar na possibilidade de interrupção da violência e de divulgar o que existe
de apoio, para que a mulher encontre solidariedade na sua rede pessoal e
também para que busque os equipamentos e serviços do Estado.”
Márcia Teixeira, promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia

4) Ciclo de violência: ela acredita que ele vai melhorar

O chamado ‘ciclo de violência’ é uma forma muito comum da violência se


manifestar, geralmente entre casais. Compreender o ciclo de violência ajuda a
entender a dinâmica das relações violentas e a dificuldade de a mulher sair
dessa situação.

O ciclo começa coma fase da tensão, em que as raivas, insultos e ameaças


vão se acumulando. Em seguida, aparece a fase da agressão, com o
descontrole e uma violenta explosão de toda a tensão acumulada. Depois,
chega a fase de fazer as pazes (ou da ‘lua de mel’), em que o parceiro pede
perdão e promete mudar de comportamento, ou então age como se nada
tivesse ocorrido e, ao mesmo tempo, fica mais calmo e carinhoso e a mulher
acredita que a agressão não vai mais acontecer.

Esse ciclo costuma se repetir, com episódios de violência cada vez mais
graves e intervalo menor entre as fases. Por isso, permanecer em uma
situação violenta sem procurar ajuda, seja de familiares, amigos ou da rede de
atenção, pode representar riscos com consequências graves. A mulher que
está nessa situação em geral precisa de apoio para quebrar o silêncio e romper
esse ciclo.

Especialistas observam que, nesse contexto, não se deve julgar a mulher que
permanece em uma relação violenta, mas procurar entendê-la e ajudá-la a sair
dessa situação, tendo em mente que o rompimento também coloca sua vida
em risco. Sem segurança e sem apoio, isso é muito difícil.

5) Quando a mulher procura ajuda, é desencorajada

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ipea (Pesquisa Tolerância social à
violência contra as mulheres, Ipea, março-abril/2014), embora 91% concordem
que “homem que bate na esposa tem que ir para a cadeia”, 63% concordam
que “casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente entre os
membros da família”. Além disso, 89% dos entrevistados pensam que “a roupa
suja deve ser lavada em casa” e 82%, que “em briga de marido e mulher não
se mete a colher”.

Esse contexto de tolerância social à violência pode fazer com que a mulher
acredite que não vai ser levada a sério se buscar proteção, ou então que ela se
sinta isolada e sozinha.

A vítima pode ainda enfrentar a chamada ‘rota crítica’ – o caminho


fragmentado e tortuoso que a mulher percorre buscando o atendimento do
Estado, arcando com as dificuldades estruturais existentes, como de transporte
de um atendimento para outro, repetindo o relato da violência sofrida reiteradas
vezes e, ainda, enfrentando com frequência a violência institucional por parte
de profissionais que, pouco sensibilizados, reproduzem discriminações contra
as mulheres nos serviços de atendimento.

O Brasil conta com a terceira melhor lei do mundo no combate à violência


doméstica, atrás apenas de Espanha e Chile, segundo a Organização das
Nações Unidas: a Lei Maria da Penha (Lei n° 11.340/2006).

A Lei Maria da Penha determinou de forma definitiva que a violência doméstica


contra a mulher é crime e requer respostas eficazes do Estado e um pacto de
não tolerância por toda a sociedade, apontando a verdadeira dimensão desta
grave violação dos direitos humanos das mulheres.

Quando ainda não existia a Lei Maria da Penha, a abordagem jurídica dos
casos de violência doméstica era baseada na Lei nº 9.099/1995, que
minimizava o problema, segundo especialistas, propondo punições alternativas
para os agressores, como a doação de cestas básicas

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