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Aconteceu nos dias 4 a 6 de maio, o IV Encontro Internacional das Tradições

Bantu (IV ECOBANTU), no Auditório Simon Bolivar, Memorial da América Latina, em


São Paulo, capital.
Sendo o tema dessa edição “Cultura, Costumes e Hábito de um Povo
Transatlântico”. O evento teve um alcance multissetorial englobando aspectos da política,
sociedade, economia e culturas do Brasil e África.
No primeiro dia do evento, Taata Nkisi Katuvanjesi- Walmir Damasceno, do
Terreiro de Candomblé Kongo/Angola paulista “ Nzo Tumbansi”, coordenador Geral do
Ilabantu e representante do Centro Internacional das Civilizações Bantu na América
Latina (CICIBA), nesta ocasião, acolheu as autoridades tradicionais, religiosas, políticas,
diplomáticas, culturais e acadêmicas, presidindo a abertura solene do IV ECOBANTU,
saudando as inúmeras representações de comunidades tradicionais e de terreiros de matriz
bantu, oriundas majoritariamente da Bahia ( Tumbenci, Bate Folha, Tumba Junsara,
Angolão Paketan- Mariquinha Lemba, Goméia), entre outras vertentes e variantes do
candomblé kongo- angola de vários lugares do Brasil que marcaram presença no evento.
O Terreiro Bate Folha, Mansu Banduquenqué, ou Sociedade Beneficente Santa
Bárbara do Bate Folha, um terreiro de candomblé localizado em Salvador, Bahia, fundado
em 1916 pelo saudoso Tata Nkisi Ampumandezu, Manoel Bernardino da Paixão, foi
representado por Tata Muguanxi, Cícero Rodrigues Franco Lima, que liderou uma
comitiva integrada por Nengwa Kixima(Olinda Lopes Sacramento), de Dandalunda, as
Kota Keuankelewa, Mônica dos Santos Conceição, de Dandalunda, e Sualankala, Ana
Amélia Cardoso, de Nzazi. Personalidades de renome do universo do candomblé kongo-
angola apoiaram o marcaram presença no encontro, a exemplo de Nengwa Kwa Nkisi
Jaonsi, a venerável Mãe Zulmira Santana França, da raíz do Tumbenci, com mais de 80
anos de iniciada no candomblé Kongo-Angola e outras autoridades tradicionais dos
saberes e fazeres ancestrais como Makota Zimewanga(Valdina Pinto); Tata riá Nkisi
Jorge Barreto dos Santos ou Mutá Imê; Tata Zingê Lumbondo, Esmeraldo Emetério
Santana Filho(Xuxuka), presidente da Associação Beneficente de Manutenção e Defesa
do Terreiro Tumba Junsara(Abentumba); Tata Raimundo Konmannanjy, presidente da
Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (ACBANTU); Tata
Luande Nkosi, Gilmário Rodrigues, o importante líder e filho carnal de Mãe Hilsa, a
venerável Nengwa kwa Nkisi Mukalê.
Marinho Rodrigues, que é Tata, representou o Terreiro Matamba Tombenci Neto,
fundado em 1885 em Ilhéus; Tata Unyanganga, Eduardo Bittar, Itabuna; Mam`etu
Kaumbele, Unzó Kuna Nkisi Tumbenci Mululu, de Itapitanga, costa do cacau, sul da
Bahia, além de Mam`etu Kafurengá e Tata Luangomina, do Terreiro Nkasuté, Valença,
na Costa do Dendê, baixo sul da Bahia. De Belém, capital do Estado do Pará, Mam`etu
Nangetu, Muajile, ambas representaram a região norte do país. Mam`etu Luangoiasi, mãe
Anajete Coelho, de Cariacica, representou o Estado do Espirito Santo; do Rio de Janeiro,
venerável Tata Ananguê e Mam`etu Matambenganga, Auiza Lundirê, Tata Mufumbi
Kitambo e Efamim Lemba, Arlene de Katende. De Brasília, distrito federal, Mam`etu
Jimean (Carmén Sá, de Hongolo); Belo Horizonte, além do Tata Marcio Kamusende, do
Terreiro Nossa Senhora da Glória – Nzo Kuna Nkosi; compareceu a comitiva liderada
por Nengwa Yakunan, Janaina de Samba Kalunga. De Curitiba e Florianópolis, Tata
Mungangaiami e Maganza Muxinandê, respectivamente.
Diante das autoridades tradicionais de matriz africana bantu, guardiões e
detentores dos saberes e fazeres ancestrais, o vereador Toninho Véspoli, representando a
Câmara Municipal de São Paulo, entregou ao Tata Katuvanjesi o Título de Cidadão
Paulistano, como forma de reconhecimento pela sua luta em defesa da cultura afro na
diáspora e, principalmente as religiões de matrizes africanas e afro brasileiras. O vereador
paulistano tem pautado em seu mandato ações de combate o racismo institucional e
religioso, e de proteção ao patrimônio cultural afro brasileiro.
Os líderes de comunidades tradicionais e de terreiros não apenas suas presenças
como também suas falas trouxerem muito mais riqueza ao que se tinha por objetivo com
o IV ECOBANTU.
Já as autoridades políticas e acadêmicas presentes no evento, apresentaram o
compromisso para com a difusão, visibilidade e importância da História da África. Entre
essas autoridades estavam presentes o deputado Vicentinho, vereador Toninho Vespoli,
o presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira da Silva, professora
doutora Soraya Soubhi Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo ( UNIFESP),
a pró-reitora de Extensão e Cultura, professora doutora Raiane Assumpção, bem como a
professora Renata Gonçalves, os professores doutores Deivison Nkosi, Cleber Santos
Vieira, do Neab/Unifesp; a socióloga Fabya Ries, secretaria de Promoção da Igualdade
Racial do Governo do Estado da Bahia; ex-secretario de Reparação da Prefeitura de
Salvador, Oga do axé Oxumaré, assessor especial da Sepromi, Ailton Ferreira; a
presidente da Sociedade Protetora dos Desvalidos(SPD), Ligia Margarida; o angolano
John Bella Bella escritor e historiador; o diretor geral do Centro Internacional das
Civilizações Bantu(CICIBA), professor Antoine Manda Tchebwa que veio representando
o organismo intergovernamental sediado em Libreville, Gabão, e o cônsul geral daquele
país, Guilherme de Karam Curi, que representou o Governo do Gabão, que na ocasião,
apesar de ter confirmado presença, devido a crise política institucional no país africano,
o Chefe de Estado e de Governo, Ali Bongo Ondimba, não pode comparecer.
O embaixador Joaquim Augusto Belo Barroso Mangueira, Cônsul Geral de
Angola no Estado de São Paulo representou o governo angolano no certame.
O dia 5, sábado, foi reservado a discussão acerca das Tradições Bantu no Brasil e
África, memória, representações e resistências levantando inquietações sobre a
patrimonialização desses espaços, dos saberes, do ensino de história da África e o quão
precário não só o material didático, mas as produções acadêmicas que partem de
referenciais que apresentam um olhar ainda europeu sobre o africano, quando o ideal seria
essa discussão ser feita a partir da perspectiva do próprio africano em ambos os lados do
atlântico.
Deste lado, pode-se ter como uma das referências a história oral que é transmitida
dentro das comunidades tradicionais e seus detentores dos saberes ancestrais, tendo como
elemento norteador a ideia de que a perspectiva apresentada até hoje pode e deve ser
analisada com outro olhar, já que esses lugares de memória não apenas transmitem uma
história, eles transformam os indivíduos que a compõe em museus em si próprios, uma
vez que as vestes, o comportamento, as falas, os objetos que portam falam muito de qual
seu papel dentro da comunidade e a qual história ancestral ele pertence. Neste mesmo dia
os olhos e ouvidos se voltaram para a fala do escritor e historiador John Bella Bella que
nos contou sobre como se deu a colonização e qual papel da Rainha Njinga Mbandi.
No período da tarde foi a vez de mais intervenções culturais, desta feita pelo
Batuque de Umbigada, os batuqueiros de Piracicaba, grupo cultural que preserva essa
manifestação bantu no interior paulista, para em seguida dar lugar ao Grupo Afro Cultural
Bankoma, liderado pela Mam`etu Kwa Nkisi Kamurisi, a carismática Mãe Lúcia de
Uambulu N`sema(Bamburucema), herdeira e sucessora do Terreiro São Jorge Filhos da
Goméia, fundado pela saudosa Mãe Mirinha do Portão, Lauro de Freitas, Bahia. Por sua
vez, o Grupo, tendo à frente Tata Kambandu Kitaluango, o músico Jander Neves, animou
o público presente. Bankoma fez uma apresentação ímpar.
No dia 6, domingo, logo pela manhã Tata Katuvanjesi moderou a mesa para a
exposição do diretor geral do CICIBA, professor Antoine Manda Tchebwa, que enalteceu
a figura de Katuvanjesi, sua luta e preocupação na manutenção e valorização das culturas
bantu nas Américas, para em seguida ocorrer outras discussões que ficaram por conta de
elementos e práticas ritualísticas que se encontra nos lugares da américa para o qual foram
levados os africanos, e suas semelhanças com os elementos e práticas que ainda se
mantiveram no local de origem, com a participação e riquíssima contribuição do professor
e músico Salloma Salomão, Tiganá Santana, mesa esta moderada pelo antropólogo Pedro
Neto, relator geral do IV ECOBANTU.
Mesa redonda com a temática Exú e Nzila: Senhor de Muitos Nomes teve como
painelistas Tata Zingue Lumbondo(Xuxuca) – Esmeraldo Emetério de Santana Filho,
liderança tradicional de matriz africana bantu do Terreiro Tumba Junsara, e o professor
Vagner Gonçalves da Silva, antropólogo, dedicado ao conhecimento das religiões de
matriz africana e autor de “Exu: Guardião da Casa do Futuro”, moderado por Renato
Pereira d`Ògùn, mestre em antropologia das populações afro-brasileiras.
O jurista angolano Andrade Katanga Brás discorreu sobre Soberania e apoio aos
povos tradicionais de matriz africana no Brasil, América Latina, Caribe e África,
exaltando a importância das culturas e línguas umbundu. Em suma, o evento alcançou
seu objetivo de tratar sobre a cultura, os hábitos e os costumes de povo transatlântico e
promover politicamente articulações entre nossos representantes políticos e acadêmicos
para que a história dessa população oriunda da diáspora seja contada por sua própria
perspectiva e não apenas pela do colonizador como se tem contado até hoje. Ao final, o
antropólogo Pedro Netto leu uma carta dos Bantu em que basicamente contém todo o
conteúdo do evento para que as autoridades políticas possam pleitear novas análises e
estudos que contribuam para a educação, patrimonialização e políticas públicas para o
Brasil, países afro latino americanos e africanos. O documento foi aprovado por
unanimidade dos presentes na plenária final do IV ECOBANTU.
Quem apoiou o evento
O evento, promovido e realizado pelo ILABANTU e Nzo Tumbansi, contou com
apoio do Centro Internacional das Civilizações Bantu(CICIBA), foi possível graças a
intercessão direta do Mandato do Vereador Toninho Vespoli, que mobilizou o Secretário
da Casa Civil da Prefeitura de São Paulo, Eduardo Tuma, que não mediu esforços para
efetiva realização do encontro, bem como apoios logísticos de outros órgãos de governos
foram decisivos, a exemplo da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo,
Universidade Federal de São Paulo(UNIFESP), Prefeitura do Município de São
Paulo/Secretaria da Casa Civil do Gabinete do Prefeito, Universidade da Cidade de São
Paulo(UNICID), Fundação Cultural Palmares/MinC, Secretaria de Promoção da
Igualdade Racial do Governo do Estado da Bahia(SEPROMI),Secretaria de Promoção da
Igualdade Racial (SEPIR)-Ministério dos Direitos Humanos, Sociedade Protetora dos
Desvalidos(SPD), Terreiro Bate Folha, Mansu Banduquenqué/Sociedade Beneficente
Santa Bárbara do Bate Folha, Associação Beneficente do Terreiro Tumba
Junsara(Abentumba), Associação Nacional Cultural do Patrimônio Bantu(Acbantu),
Associação Nzo Jindanji Lunda Kiôko, Confederação Nacional dos Candomblés de
Angola e dos Costumes e Tradições Bantu no Brasil e Casa Raiz do Benge N`Gola Djanga
ria Matamba, Terreiro de Matamba Tombenci Neto, Prefeitura Municipal de Itapecerica
da Serra, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD), Consulado
Geral do Gabão em São Paulo, Consulado Geral de Angola em São Paulo, Afrotarte(Mogi
das Cruzes/SP)

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