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Processo n° xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
RECURSO INOMINADO
Pede deferimento.
[Assinatura do Advogado]
RAZÕES DO RECURSO
NOBRES JULGADORES,
EMINENTE RELATOR,
No dia 8 de outubro de 2012, o Recorrente foi surpreendido ao passar com seu automóvel
em frente à residência do Recorrido, quando este atingiu o seu veículo com uma pedra e,
posteriormente, ao parar o carro, acertou o rosto do Recorrente com outra pedra, o que
pode ser confirmado pelos depoimentos das testemunhas xxxxxxxxxxxxxxxxxx. Em razão
do ato ilícito praticado pelo Recorrido, o Recorrente ajuizou a presente ação de
indenização por danos morais e materiais sofridos.
Em sua defesa, o Recorrido alegou que o Recorrente havia adentrado em sua propriedade
e que explodiu diversos foguetes, bem como que, ao verificar o que estava acontecendo, o
Recorrente, supostamente embriagado, teria ido em sua direção para iniciar uma briga,
momento em que lhe acertou um soco, sem o uso de pedra, supostamente em legítima
defesa.
Diversas testemunhas foram arroladas tanto pelo Recorrente quanto pelo Recorrido. Da
leitura das provas dos autos, tem-se que é incontroverso o fato que o Recorrido agrediu o
Recorrente, ao passo em que aquele não comprovou que estava agindo em legítima
defesa.
Nesse passo, ainda que Vossas Excelências entendam, da leitura dos autos, que o
Recorrente realmente soltou foguetes na propriedade do Recorrido – o que admite-se
apenas a título de argumentação –, é inegável que este agiu com desproporcionalidade,
motivo pelo qual a sentença deve ser reformada e o Recorrido condenado a indenizar o
Recorrente em danos materiais e morais.
Conforme já exposto, o Requerente teve danificado o seu automóvel, bem como foi
agredido com uma pedra pelo Recorrido. Tais fatos são incontroversos, veja-se que a
própria sentença reconhece: “[o] réu confirmou que, realmente, desferiu um soco no rosto
do autor”.
E continua:
Contudo, data venia, tal entendimento não deve prevalecer, tendo em vista que o
Recorrido não comprovou suas alegações de que agiu em legítima defesa, bem como não
comprovou que o Recorrente soltou foguetes em sua propriedade.
O artigo 927 do Código Civil dispõe que “[a]quele que, por ato ilícito, causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo”. Nesse sentido, a agressão perpetrada pelo Recorrido
merece a devida resposta pelo Poder Judiciário, tendo em vista que se trata de um ato
ilícito que fez nascer uma obrigação de reparar os danos causados, inclusive os morais.
Repita-se: o Recorrido não comprovou que teria agido em legítima defesa! Nesse
sentido, não há que se falar que o Recorrente teria sido o responsável por dar causa à
agressão que ele mesmo sofreu, tendo em vista que ele não ameaçou, tampouco agrediu,
o Recorrido!
PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se seja dado total provimento ao presente recurso inominado,
reformando a sentença recorrida e reconhecendo a obrigação do Recorrido de indenizar
material e moralmente o Recorrente, nos termos da petição inicial, bem como de arcar
com os ônus e honorários sucumbenciais.
Nesses termos,
Pede deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[1] Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu
direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
do autor.
[2] TJSC, Apelação Cível n. 0013701-53.2008.8.24.0018, de Chapecó, rel. Des. Luiz Felipe
Schuch, j. 24-04-2017.
[3] TJSC, Apelação Cível n. 2013.019704-2, de Gaspar, rel. Des. Trindade dos Santos, j.
09-05-2013).