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infância permeada pela inocência, onde o conceito como diferenças étnico raciais, de gênero,
social entre outros não são considerados como parte deste universo idealizado como lugar se
entrelaçam conflitos provocado pelo preconceito.
Porem o que a realidade apresenta inclusive na própria história, são fatos que declaram uma
falta de reconhecimento da identidade da etnia negra, como colaboradora na formação cultural
brasileira.
Segundo Passos (2012, p.108) “[...] a oferta da educação infantil como responsabilidade do
estado tem sido deficitária, entretanto as crianças negras e pobres são mais vulneráveis.”
Ainda segundo a autora “os critérios estabelecidos para atendimento ocorre através de sorteio
de vagas priorizando famílias com menor renda per capita, mediante comprovante de
residência e de trabalho.” O que enfatiza a função assistencialista das creches e escolas de
educação infantil.
O que se percebe é que a educação mesmo com um discurso de oportunidades iguais, ainda
tem que lidar com as diferenças se destacam e isso se faz evidente quando a diversidade não
esta sendo respeitada, como fator decisivo na promoção desta educação igualitária, mas que
não observa as diferentes necessidades de um conjunto heterogêneo.
O Brasil é o país da diversidade. Nossa cultura é herança de três etnias, o índio, nativo da
terra, o branco europeu e o negro africano. Dessa mistura temos o brasileiro. Um povo que
não pode negar suas origens, embora a injustiça que sofre a raça negra, na historia, na
sociedade, no reconhecimento de sua importância para contribuição da cultura do povo
brasileiro.
A história da raça negra, é repleta de dor, de violência, de perda da sua identidade. Retirada da
sua cultura, tratado como mercadoria, homogeneizado pela cor, o negro já aportou nas terras
brasileiras como vitima de preconceitos, que justificavam a escravidão.
Comparados a animais, considerados seres brutos sem alma, o negro ainda assim conseguiu
através de sua criatividade manter traços de sua cultura, e embora marginalizado sua presença
é marcante na arte, na musica na culinária.
Mas ainda assim somente nos últimos tempos a história da cultura afro, sua contribuição para
a formação do povo brasileiro tem merecido atenção, e sendo resgatada do anonimato.
Talvez aqui o grande desafio seja reconhecer as diferenças, compreendendo que cada sujeito
não importa a idade já chega na escola com uma bagagem, tão diversa quanto é o povo
brasileiro. Abramowicz, Cruz e Rodrigues (2012, p. 132), apontam que :
[...] escola de Educação Infantil trabalha com duas dimensões da questão racial: o
silenciamento e a racialização. Inicialmente, a ausência de fala sobre o impacto do
racismo entre as crianças foi compreendida como um desconhecimento das
profissionais da educação para com o trato com a dimensão racial.”
(ABRAMOWICZ, CRUZ E RODRIGUES, 2012, p.132).
Reconhecer que existe racismo, e que a educação infantil também tem um papel importante
para a inclusão étnico racial, é por si só já é um grande desafio. O silencio é omisso, é
excludente, o falta de aceitação das diferenças é o caminho mais fácil para promover uma
iniciação da criança no universo branco. Abramowicz, Cruz e Rodrigues (2012).
Apenas recentemente o racismo foi reconhecido no Brasil, pelo então presidente da republica
Fernando Henrique Cardoso, passando através dessa admissão a se posicionar na luta contra o
racismo e a discriminação racial a nível transnacional, Abramowicz, Cruz e Rodrigues (2012).
O aluno da educação infantil, embora a sua pouca idade tornam se consciente das diferenças
e percebem quando, são tratadas de forma diferenciadas pelos adultos que estão a sua volta,
Passos(2012) apud Cavalleiros (2000). A primeira manifestação da discriminação em
qualquer situação é não reconhecer as diferenças, pois a escola como um ambiente
socializador e reflexo da sociedade em que está inserida, é também o espaço da diversidade,
dada as múltiplas facetas apresentadas através da cultura de cada família.
O trabalhar com a diversidade que comtemple as diferenças não só étnico racial, mas social,
cultural, e mesmo de gênero, pode ser o caminho para resgatar a uto estima de toda uma raça
que convive em todos os níveis da sociedade com o preconceito e a estigmatização.