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Resumo: Este artigo busca resumir as principais considerações que são resultado da pesquisa em
andamento de minha dissertação de mestrado em Sociologia Política também sob orientação da
professora Marcia da Silva Mazon1, intitulada: “O ativismo gordo em campo: política, identidade e
construção de significados” e do Trabalho de Conclusão de Licenciatura em Ciências Sociais
“Redes da internet como meio educativo sobre gordofobia” defendido por mim sob orientação da
professora Mazon em julho de 2017, incluindo trechos idênticos aos que podem ser encontrados em
ambas as obras. Assim, o artigo está dividido em duas partes, sendo que na primeira parte explora-
se o que é gordofobia e a estigmatização do corpo gordo a partir de análise de conteúdo do site Ego
utilizando os conceitos de oposições assimétricas de Feres Junior e estigmatização de Goffman. A
segunda parte explora a forma de organização do ativismo gordo brasileiro por meio da internet
utilizando os conceitos de desescolarização e teias educacionais Illich e rede Castells. Tem-se por
objetivo desta compilação divulgar e ampliar os estudos sobre ativismo gordo e gordofobia no
Brasil.
O que é gordofobia?
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Professora Doutora do departamento de Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina.
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CAHNMAN, Werner. The Stygma of Obesity. Sociological Quaterly, 1968 ALLON, Natalie. Psychological Aspect
of Obesity: a Handbook. The Stigma of Overweight in Overweight Everyday Life. Nova York: Van Nostrand
Reihold, 1981.
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Apesar de haver um padrão baseado pelo IMC, sobre o qual me aterei mais adiante, a concepção de “gorda” vai variar
conforme o tempo, localidade e cultura.
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Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),
Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X
pessoas gordas e seus corpos. As atitudes gordofóbicas geralmente reforçam
estereótipos e impõem situações degradantes com fins segregacionistas; por isso, a
gordofobia está presente não apenas nos tipos mais diretos de discriminação, mas
também nos valores cotidianos das pessoas. (ARRAES, 2014)
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históricas, antropológicas, sociológicas, entre outras. Um conceito importante dentro dessa
perspectiva é o conceito de biopoder.
Ativismo gordo: os/as ativistas gordos/as buscam desafiar as ideias negativas e
estigmatizadoras voltadas às pessoas como a associação de gordura com feiúra e doença, bem
como melhorar a acessibilidade a espaços físicos para pessoas gordas buscando melhorar a
qualidade de vida das dessas pessoas, acabar com o preconceito e incentivar a convivência com
as diferenças das pessoas.
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O Fat Underground foi um movimento de mulheres gordas estadunidenses com perspectiva feminista radical. Alguns
de seus princípios eram que os/as médicos/as são inimigos/as e que a indústria do emagrecimento era genocida.
Manteve-se em atividade durante os anos 70. Disponível em:
http://www.radiancemagazine.com/issues/1998/winter_98/fat_underground.html Acesso em maio de 2017.
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5. Destacamos como nosso principal inimigo a assim chamada indústria de “redução”.
Esta inclui clubes de dieta, spas, médicos de dieta, livros de dieta, comida de dieta,
suplementos de comida, procedimentos cirúrgicos, inibidores de apetite, drogas e
equipamentos de redução. Exigimos que essa indústria se responsabilize pelas suas
promessas falsas, reconheça que seus produtos são perigosos à saúde pública, e
publique estudos de longo prazo provando qualquer eficácia estatística dos seus
produtos. Fazemos essa exigência sabendo que mais de 99% de todos os programas de
perda de peso, quando avaliados num período superior a cinco anos, fracassam
totalmente, e também sabendo dos perigos extremos e comprovados de mudanças
frequentes no peso [o efeito sanfona].
6. Nós repudiamos a “ciência” mistificada que falsamente afirma que não somos
saudáveis. Isso tem criado e mantido discriminação contra nós, em conluio com os
interesses financeiros das empresas de seguro, da indústria da moda, das indústrias de
redução, das indústrias de comida e medicamentos, e das instituições médicas e
psiquiátricas.
7. Recusamos ser subjugadas aos interesses de nossos inimigos. Queremos retomar o
poder sobre nossos corpos e nossas vidas. Estamos comprometidas a buscar esses
objetivos juntas.6
Nota-se no manifesto aspectos políticos levantados pelas mulheres gordas influenciado pelos
ideais desenvolvidos pelos direitos humanos, feminismo e anticapitalismo. Apesar de ser um marco,
o ativismo gordo feminista não é o único e desenvolve diferentes formas de conceber a luta
antigordofóbica pelo mundo (LUPTON, 2013).
O termo gordofobia vem sendo utilizado e ampliado no Brasil por ativistas gordas/os há pelo
menos 7 anos. A gordura é uma característica que varia de acordo com a época e espaço em que
vivemos e especificamente na sociedade ocidental moderna em que vivemos atualmente, ser uma
pessoa gorda tornou-se um estigma a ser carregado e combatido (LUPTON, 2013).
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no cerne apontam as mesmas problemáticas, a seguir sendo definida por uma militante gorda
brasileira:
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O primeiro momento é o “centramento” em que o feminismo está no singular e o segundo momento é o de
“mainstreaming” e de “descentramento” em que ocorre a pluralização dos feminismos e do gênero. (ALVAREZ, 2014).
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Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Assexuais e Intersexuais.
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A gordofobia tem especificidades que a diferenciam da pressão estética generalizada sobre
as mulheres: pessoas gordas sofrem no transporte público ao passar pela catraca, ao sentar no
assento demasiado pequeno (em ônibus, aviões, restaurantes, cinemas), sofrem para encontrar
roupas de seu tamanho nas lojas, sofrem de olhares de valor de juízo quando se alimentam
publicamente. Sendo assim, é constante no cotidiano das pessoas gordas a não aceitação e
encontram frequentemente dificuldade de ocupações em espaços públicos. O adjetivo “gorda”
geralmente soa como ofensa e como uma qualidade altamente indesejável, diferentemente de
“magra”.
Delineiam-se, neste artigo, as percepções da gordofobia a partir das mulheres, embora a
gordofobia atinja igualmente os homens, porém de maneira diferenciada já que os homens não
sofrem com a vigilância sobre seus corpos da mesma maneira que as mulheres. O machismo e a
construção patriarcal da sociedade são os pilares da dominação masculina. A organização de uma
coletividade reivindicando o fim da gordofobia parte principalmente das mulheres envolvidas nesse
tipo de opressão.
A ferramenta de busca por palavras-chave no site atinge o máximo de 400 matérias por
pesquisa. Para “gorda” foi atingido esse limite. Para “gordo” foram encontradas 358 ocorrências (ou
seja, não atinge o limite). Foram analisadas 200 matérias em que a palavra gorda aparece no site.
No site não são identificados(as) a maioria dos(as) autores(as) das matérias.
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(portanto, anticatólico), trabalhador, educado, racional, industrioso e provido de espírito de
iniciativa. Dado eu esses adjetivos pejorativos descrevem estilos de vida, hábitos e
costumes, eles podem ser agrupados sob a denominação de oposições culturais
assimétricas. (p. 58 e 59)
Enquanto as formas de oposições assimétricas, que Feres Junior estuda, tem um forte
aspecto territorial, proponho o uso das mesmas entre grupos diferentes, que convivem no mesmo
território: pessoas gordas e pessoas não-gordas. Sobre o par contraconceitual Feres Junior (2004)
inspira-se em Koselleck que vai dizer que: “é baseado semanticamente no contraste consciente de
um nome específico com uma classificação genérica” (FERES JUNIOR, 2004, p. 77) Essa forma de
oposições assimétricas traz conceitos e contraconceitos de ordem moral e física, demarcando como
colocado pelo autor: os estilos de vida.
Tabela 1: Oposições assimétricas encontradas nas matérias do site Ego em relação às mulheres
gordas
Conceito Contraconceito Conceito Contraconceito
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O site Ego, enquanto concentrador de notícias de fofoca, mostra-se o ambiente ideal para a
propagação de um ideário conforme com a gordofobia, uma vez que por meio das notícias as
pessoas buscam distanciar-se da carga simbólica negativa que representa o “ser gorda”, por meio da
relação de poder em que se estabelecem as pessoas gordas expostas nas notícias e os/as
comentaristas (frequentemente sob o anonimato), seja este poder estabelecido em caráter de
distinção ou pela mobilização do discurso médico reforçando a ideia de doença relacionada às
pessoas gordas. Assim, há a predominância do julgamento moral das pessoas gordas (outsiders)
pelos/as consumidores/as das notícias relacionadas ao corpo gordo.
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Blog: Gordativismo (Bianca Reis)
Comunidade em rede social: - Coletivo Anti-Gordofobia/Página Voz das Gordas (Renata Gomes)
- Precisamos falar de gordofobia (Thais Malaquias Rufino)
Página em rede social: Não sou exposição (Paola Altheia)
Coletivo Gordas Livres (Jamile Rosângela Santos)
Beleza sem tamanho
Sites: Lugar de mulher
Gorda e sapatão (Jéssica Ipólito)
Revista on-line: Questão de gênero Fórum (Jarid Arraes)
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A ideia de desescolarização remete ao fim da educação por meio das instituições, de forma que Illich (1985) via essa
como a única alternativa para retomada de uma educação imaginativa e crítica que não funcionasse como reprodutora
da sociedade de consumo.
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Blog Beleza Sem Tamanho: Somente virtual, nunca tive um encontro presencial que fosse
possível debater o tema. Eu moro bem afastada de todo mundo em uma cidade de 25mil
hab, onde não tem muita militância em nenhuma área.
Coletivo Gordas Livres: Nossa, todas as possíveis, sem a internet nós não estaríamos nesse
nível de evolução do ativismo gordo não, e olha que ainda estamos muito verdes, mas se
não houvesse a internet o ativismo gordo não existiria, digo isso porque antes da internet,
não nos encontrávamos, são tínhamos coragem de falar com outros gordos, nem queríamos
nos ver um perto do outro, por vergonha de sermos dois gordos num mesmo espaço, rs,
ouso dizer que a internet salvou o gordo das trevas, só assim conseguimos formar grupos e
falar sobre como era nossas vidas, porque por trás da tela ninguém iria te julgar, ninguém
iria ver grupos de gordos reunidos, era menos assustador poder falar. foi através desse
inicio sombrio que tivemos forças para tirar fotos, ir as ruas, nos unir de fato.
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Isso ocorre com diversos temas como na distinção entre bullying e opressão estética, na
explicação de atitudes gordofóbicas, na discussão sobre acessibilidade de pessoas gordas a espaços
e serviços públicos, entre outras temáticas centrais na discussão sobre gordofobia.
A identidade é pautada pelo que se é, tanto pelo que não se é. A luta contra a gordofobia une
as mulheres gordas ao mesmo tempo em que cria entre elas a identificação por partilharem de
problemas e dificuldades semelhantes. O compartilhamento de imagens de mulheres gordas em
situações em que antes sentiriam vergonha (como, por exemplo, usando um biquíni na praia, num
relacionamento amoroso afetivo, no transporte público, entre outras situações), recai na discussão
sobre autoestima da mulher gorda sem associar magreza à saúde, fortalecendo a discussão ampliada
sobre saúde.
Há a criação de encontros presenciais, proporcionados pelo contato de mulheres gordas a
partir das redes sociais na internet. Existe a criação de rodas de conversa sobre o tema,
estabelecendo redes mais volúveis e a criação de redes a partir do mercado plus size (principalmente
em feiras de moda em que se encontram comerciantes e compradoras gordas, geralmente havendo
nessas feiras debates sobre ativismo e gordofobia), sendo estas redes mais duradouras, contínuas e
sólidas.
Existem dois tipos de ativismo encontrados: o ciberativismo (como a postagem de textos
sobre a temática gorda, como a reivindicação on-line a alguma marca que cometeu gordofobia em
qualquer divulgação publicitária, a postagem de fotos de mulheres gordas em posições de poder e
de beleza, entre outros); e o ativismo presencial. O ciberativismo e as redes da internet se mostram
mais duradouras e contínuas do que os encontros presenciais. As vantagens da internet para a
organização das mulheres gordas bem como para a construção do conhecimento sobre os corpos
gordos são: acesso à informação, possibilidade de trocar informações em tempo real, possibilidade
de dialogar com pessoas de outros lugares do mundo e do Brasil, possibilidade de criação de
diferentes ambientes virtuais de acordo com o propósito (blog, site, grupo on-line, página virtual,
canal de vídeo, etc.), possibilidade de passar informação por meio de diferentes recursos didáticos.
Encontros presenciais de mulheres gordas podem ou não culminar em ações políticas
contestatórias presenciais ou escritas, existindo iniciativas como o “Vai ter gorda na praia”, que se
trata do encontro de mulheres gordas de biquíni nas praias no período do verão (tendo acontecido
em Florianópolis, Salvador, Recife e no Rio de Janeiro) bem como rodas de conversa públicas para
informar o público em geral. Ação política, como a ocupação de mulheres gordas na praia, vem
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tendo repercussão da mídia nacional como de alguns dos principais canais televisivos brasileiros
Rede Globo, Band e Record.
O ativismo gordo no Brasil a partir do estudo de caso desse trabalho, percebe-se a partir de
influência feminista apesar de essa não ser uma característica essencial para o engajamento das
mulheres gordas. As produtoras de conteúdo para mulheres gordas possuem nível de escolaridade
alto (de no mínimo ensino superior incompleto), o que pode auxiliar na forma como se expressam e
redigem seus textos.
A autonomia na criação, tanto de conteúdo como de ativismo, se dá pelo meio da criação de
redes imprevisíveis e progressivas. A ausência de controle institucional e a espontaneidade do
ativismo gerado por meio dessas redes faz com que essa ideia remeta à desescolarização do
conhecimento e do saber, tal como sugere Illich (1985), proporcionada pela internet (mesmo que
haja conhecimento acadêmico que por vezes é utilizado por algumas ativistas). A desescolarização
do saber é mais contundente no questionamento ao discurso dominante sobre pessoa gorda e saúde
e na afirmação da identidade gorda, há um processo educativo identitário no que concerne à
redescoberta do que é ser gorda a partir de um processo autodidata. A legitimação do conhecimento
sobre gordofobia se dá pelo próprio reconhecimento das gordas sobre as temáticas, selecionando-se
assim as que possuem maior ressonância de forma espontânea, ampliando-as e as aprofundando.
A organização do ativismo gordo corresponde aos principais aspectos dos movimentos
sociais contemporâneos levantados por Castells (2013) sendo estes: indignação, horizontalidade das
redes (principalmente a partir de sua ampliação por meio da internet), são ao mesmo tempo locais e
globais, contam com grande poder das imagens para a disseminação de ideias favoráveis e
contrárias a eles, são “profundamente autorreflexivos” (CASTELLS, 2013, p. 167) e não são
necessariamente violentos por princípio.
A potencialidade de transformação social a partir das novas tecnologias, estabelecendo a
constituição de uma sociedade em rede, ampliando-se a partir das inúmeras configurações sociais
possíveis a partir das identidades sociais e culturais, constitui, um novo tipo de “organização social
num plano geral” (CASTELLS, 1999, p. 17). São vários os tipos de ativismos possíveis, desde a
contestação de regimes políticos inteiros até a ressignificação identitária, como no caso do
engendramento do ativismo das mulheres gordas, influenciando nas políticas públicas de saúde,
acessibilidade e educação.
A militância anti-gordofóbica trata-se de um processo de desescolarização do saber sobre
saúde relacionado aos corpos e de desescolarização dos próprios corpos. Apesar de não ser contra o
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saber institucionalizado, demonstra uma alternativa e a necessidade de uma outra relação entre os
saberes escolarizados e os movimentos sociais que já vem sendo estabelecida há mais tempo entre
teorias étnico-raciais acadêmicas e o movimento negro.
Referências
ALVAREZ, Sonia E. Para além da sociedade civil: reflexões sobre o campo feminista. Cadernos
Pagu, Campinas, n. 43, janeiro-junho de 2014. Pps. 13-56. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/cpa/n43/0104-8333-cpa-43-0013.pdf Acesso em 8 de janeiro de 2017.
GOFFMAN, Erving. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 4. ed. Rio de
Janeiro: LTC Editora, 1988.
Abstract: This article seeks to summarize the main considerations that are the result of the ongoing
research of my Master's thesis in Political Sociology also under the guidance of Professor Marcia da
Silva Mazon, entitled: "Fat activism in the field: politics, identity and meaning construction" and of
the final course assignment in Social Sciences "Internet networks as an educational medium about
fatphobia" defended by me under the guidance of Professor Mazon in July 2017, including excerpts
identical to those that can be found in both works. Thus, the article is divided into two parts, in
which the first part explores what is fatphobia and the stigmatization of the fat body from content
analysis of the Ego site using the concepts of asymmetric oppositions of Feres Junior and
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stigmatization of Goffman. The second part explores the form of organization of the Brazilian fat
activism through the internet using the concepts of deschooling and educational webs by Illich and
Castells’ network. The purpose of this compilation is to disseminate and expand studies on fat
activism and fatphobia in Brazil.
Keywords: Fatphobia, Fat Movement, biopolitics, feminisms, stigma.
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