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29/05/2018 Olga - Artigo - O machismo também mora nos detalhes

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O MACHISMO TAMBÉM MORA NOS DETALHES


by Think Olga

Quando você pensa em machismo, o que vem à sua cabeça? Estupro, violência
doméstica, restrição econômica, submissão e subserviência. Porém, existem alguns
comportamentos machistas que permeiam nosso cotidiano e sequer nos damos conta.
Gestos que parecem inofensivos, mas na verdade roubam nossa força, nosso espaço e
limitam as possibilidades das mulheres. Mas estamos de olho! A Think Olga traz uma
explicação sobre quatro tipos de machismo invisíveis para te ajudar a combatê-los no

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seu dia-a-dia: manterrupting, bropriating, mansplaining e gaslighting. São


comportamentos batizados em inglês sem tradução o cial. Mas também achamos
imprescindível pensarmos em versões em português!  

A palavra é uma junção de man (homem) e interrupting (e interrupção) Em tradução


livre, manterrupting signi ca “homens que interrompem”. Este é um comportamento
muito comum em reuniões e palestras mistas, quando uma mulher não consegue
concluir sua frase porque é constantemente interrompida pelos homens ao redor.
[embed]https://www.youtube.com/watch?v=9soYj3O4Ud8[/embed] Em março, um caso
típico ganhou a internet: em um painel do SXSW 2015, evento de inovação, música e
cinema que acontece todos os anos em Austin, Texas, uma mulher brilhante discutia a
baixa presença feminina na tecnologia ao lado de dois homens, igualmente inteligentes.
Eram eles o chairman do Google, Eric Schmidt, o jornalista e biógrafo do Steve Jobs,
Walter Isaacson, e a Chefe de Tecnologia do governo americano (Pentágono), Megan
Smith. E, apesar de o papo ser sobre ampliar as possibilidades para as mulheres, os
homens da mesa não estavam dispostos a ceder espaço a ela. Cada vez que Megan
Smith tentava fazer uma colocação, era interrompida de forma desnecessária por
um dos dois homens:

"Sim, Senhora Smith, sei que você pode falar sobre isso melhor que ninguém, mas é que..."
"Acho que esta pergunta (da plateia) tem bastante a ver com a área da Senhira Smith, mas eu só
queria falar que..."
(falando por cima dela) "Sim, Senhora Smith, mas o que vale a pena ser dito é que...”

Esta postura clássica de manterrupting foi tão impactante que uma pessoa na plateia
perguntou porque eles não deixavam Megan falar. O público, que estava incomodado,
aplaudiu de pé. Outro episódio famoso é o de Kanye West, que interrompeu Taylor
Swift durante seu discurso de agradecimento pelo prêmio de melhor videoclipe
feminino do MTV Music Awards, em 2009. Ele invadiu a cena para defender Beyoncé,
que concorria com ela na categoria. A interrupção começou com o “Hey Taylor, I'm really
happy for you and Imma let ou nish” e acabou quebrando a internet, com uma
enxurrada de memes. Mas, disfarçado de piada, ali está o machismo. Não apenas por
não dar espaço para que Taylor falasse, mas também por ele se expressar em nome de
outra mulher, no caso, a poderosa Beyoncé. Desnecessário e agressivo. Com licença,
Kanye, mas nós não vamos mais deixar você terminar...

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O termo é uma junção de bro (curto para brother, irmão, mano) e appropriating
(apropriação) e se refere a quando um homem se apropria da ideia de uma mulher e
leva o crédito por ela em reuniões. Quando colocamos uma ideia, muitas vezes não
somos ouvidas. E então, um homem assume a palavra, repete exatamente o que você
disse e é aplaudido por isso. Quem já não se viu nesta situação? Em seu livro “Faça
Acontecer”, Sheryl Sandberg, Diretora de Operações do Facebook, convida as mulheres
a sentarem à mesa. A serem conscientes de seus lugares e de sua importância na sala
de reuniões. Ela explica que somos criadas como delicadas, suaves e gentis, jamais
como enfáticas ou assertivas. E quando nos impomos somos vistas como
masculinizadas. Não há dúvidas de que isso atrapalha nossa vida pro ssional. E este
comportamento não é privilégio de algumas áreas. Em todos os mercados funciona
assim. Em qualquer sala de reunião. O bropriating ajuda a explicar porque existem tão
poucas mulheres nas lideranças das empresas. Além das supostas desvantagens
mercadológicas e o preconceito de gênero, ainda servimos de plataforma para o
crescimento de colegas homens, pelo simples fato de sermos menos ouvidas e levadas
a sério. Garotas do mundo todo, sejamos as donas das nossas ideias!  

O termo é uma junção de man (homem) e explaining (explicar). É quando um homem


dedica seu tempo para explicar a uma mulher como o mundo é redondo, o céu é azul, e
2+2=4. E fala didaticamente como se ela não fosse capaz de compreender, a nal é
mulher. Mas o mansplaining também pode servir para um cara explicar como você
está errada a respeito de algo sobre o qual você de fato está certa, ou apresentar
'fatos' variados e incorretos sobre algo que você conhece muito melhor que ele, só para
demonstrar conhecimento. Acontece muito em conversa sobre feminismo! Um caso
bem ilustrativo foi de um comentarista da CNN, ao falar sobre o caso Hollaback!, em
Nova York, e mansplaining assédio sexual em locais públicos para a âncora e para a

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outra entrevistada: [embed]https://www.youtube.com/watch?v=-HI4DC18wCg[/embed]


Algumas pérolas selecionadas (com comentários):

“Não há nada que uma mulher goste mais do que ouvir o quanto ela é bonita.” (puxa, obrigada por
essa informação #sqn)
“Se ela não gosta de cantadas, ela que não saia na rua.” (ótima ideia! Não, péra.)
“E por que as mulheres simplesmente não respondem pros caras, já que elas não gostam? (Oi, tem
mulher que morre por causa disso, amigo. #exausta)

A verdadeira intenção do mansplaining é desmerecer o conhecimento de uma mulher.


É tirar dela a con ança, autoridade e o respeito sobre o que ela está falando. É tratá-la
como inferior e menos capaz intelectualmente. Talvez você não tenha percebido isso de
forma tão explícita no seu cotidiano, mas com certeza agora irá prestar atenção na
maneira como seu chefe ou seu marido falam com você, com os elogios desnecessários
ou idiotas que você recebe, nas mensagens bobas de parabéns pelo dia das mulheres.
Tá tudo lotado de mansplaining.  

Gaslighting é a violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a


mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz. É uma
forma de fazer a mulher duvidar de seu senso de realidade, de suas próprias memórias,
percepção, raciocínio e sanidade. Este comportamento afeta homens e mulheres,
porém somos vítimas culturalmente mais fáceis. No dia a dia, aposto que vocês já
ouviram alguma vez – ou várias:

“Você está exagerando”


“Nossa, você é sensível demais”
“Para de surtar”
“Você está delirando”
“Cadê seu senso de humor?”
"Não aceita nem uma brincadeira?"
E o mais clássico: “você está louca”.

O termo gaslighting surgiu por causa de um lme de mesmo nome, de 1944, em que
um homem descobre que pode tomar a fortuna de sua mulher se ela for internada
como doente mental. Por isso, ele começa a desenvolver uma série de artimanhas –
como piscar a luz de casa, por exemplo – para que ela acredite que enlouqueceu. Um
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caso recente, ocorrido dentro da marinha americana, foi noticiado pela imprensa:
cinco mulheres a rmaram ter sido vítimas de estupro dentro da corporação. Poucos
meses depois, todas foram afastadas por problemas emocionais. Outras mulheres
relatam casos dentro da instituição. Após denunciar as agressões, ouviram de volta:

“Não venha me aborrecer só porque fez sexo e se arrependeu.”


“Isso nunca aconteceu. Agora pode ir embora.”

Isso é gaslighting. Uma forma de manipulação que desencadeia um total esvaziamento


da autonomia da vítima. Uma ferramenta presente em muitos relacionamentos, que
levam as mulheres a abrir mão de suas escolhas, de suas opiniões e até de cuidar da
sua própria vida. É desempoderamento, opressão e controle. Algo que não deve ser
admitido em nenhuma situação. Manterrupting, bropriating, mansplaining e
gaslighting. Saber que estes problemas existem já é parte importante da solução. Estar
atenta aos pequenos gestos cotidianos e transformá-los pouco a pouco farão a sua vida,
e de muitas mulheres, melhor.   Pequeno dicionário: #manterrupting: quando uma
mulher não consegue concluir sua frase porque é constantemente interrompida pelos
homens ao redor. #bropriating: Quando, em uma reunião, um homem se apropria da
ideia de uma mulher e leva o crédito por ela. #mansplaining:  É quando um homem
dedica seu tempo para explicar algo óbvio a você, como se não fosse capaz de
compreender, a nal você é uma mulher. #gaslighting: violência emocional por meio
de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela
enlouqueceu ou que é incapaz.  

Maíra Liguori é jornalista, publicitária e co-fundadora do Think Eva Arte: Aline Jorge

#violência contra a mulher #violência #táticas #sheryl sandberg

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