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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL - AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO -


AUDITORIA GOVERNAMENTAL
TEORIA E EXERCÍCIOS
AULA3
PROF: RICARDO GOMES

Aula 3

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)

Prezados Alunos!
Segue nossa Aula 3 de Processo Civil para o TCU!
Bons estudos •••
Ricardo Gomes
QUADRO SINÓPTICO DA AULA:

1.Ação.
a. Conceito e natureza jurídica
b. Condições
c. Classificação

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1. Da Ação.

Conceito e Natureza Jurídica da Ação.


Inicialmente, cabe delinear, em linhas gerais, que o direito de Ação
é o direito de pedir a jurisdição, de solicitar o exercício da atividade
jurisdicional. Este direito surgiu em decorrência do monopólio estatal da
jurisdição (que é o poder do Estado de dizer o direito, solucionando as lides).
Assim, em virtude deste dever estatal surg iu o direito subjetivo aos sujeitos de
direito de acionarem o Poder Judiciário para solucionarem, de forma definitiva,
seus conflitos de interesse.
Com efeito, se o conceito de Ação fosse assim definido seria muito
bom, mas a doutrina mundial, ao longo do tempo, dig ladiou-se em várias
espécies de conceituação. Com isso, a discussão doutrinária a respeito do
conceito de Ação estendeu-se por longa data até a atualidade. No Direito
Processual Brasileiro formou-se 3 (três) correntes distintas na tentativa de
definir de forma completa e abrangente o conceito e a natureza da Ação, as
quais destacaremos abaixo:
1. Ação como Direito Autônomo e Concreto - para esta
corrente a Ação é um direito autônomo em relação ao direito
material protegido, mas ele somente seria reconhecido se a
decisão judicial fosse favorável ao autor. Apenas se após a
decisão judicial o direito material abrangido restasse
configu rado é que seria reconhecido o ao autor o direito de
Ação. Assim, o direito de Ação seria posterior mente
dependente da efetiva existência do direito material. Por isso
que a Ação seria um Direito Autônomo inicialmente, mas
Concreto ( dependência posterior da concretude do dire ito
material) .
2. Ação como Direito Autô nomo e Abstrato - a Ação é
autônoma e independente do direito material protegido,
sendo um direito preexistente ao processo e a qua lquer outra

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relação jurídica. Assim, o autor tem direito de ação mesmo


na hipótese de sua pretensão posta em juízo não ser
acolhida. Exemplo: autor ajuíza ação solicitando
reconhecimento de um direito de posse de determinado bem;
o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, o
autor não terá o direito material levado a juízo, mas mantém
incólume seu direito de ação, direito de levar a juízo sua
pretensão).
Para esta teoria, existem 2 relações jurídicas diversas
envolvidas no processo:

1. Direito de Ação - relação processual entre o Autor


e o Estado-Juiz;
2. Direito Material - relação jurídica material entre as
partes do processo (Autor e Réu), que estão em
conflito.

3. Teoria Eclética do Direito de Ação - para esta teoria, o


direito de Ação não é totalmente concreto e nem é
totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias
anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato,
inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas
deve preencher os requisitos necessários para seu exercício
(direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas
condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais
concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em
carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de
Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na
doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos
do CPC.

ICF-88
Art. 5

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XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário


lesão ou ameaça a direito;
A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina
mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita
como a dominante pa ra qualquer efeito.
Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale
frisa r suas principais características, para fins de memorização:

• Direito Público Subjetivo - direito de agir, provocando a


atuacão da tutela jurisdicional (relação entre Autor e
Estado-Juiz - relação processual);
• Direito Autônomo - a natureza do direito de Acão (r elação
processual) é distinta da natureza do direito material (r elação
material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte;
• Direito Abstrato - a existência do direito de Acão
independe da efetiva existência do direito material. O
sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Ju stiça.

Em outros termos, a Ação é o direto de provocar a atuação da


tutela jurisdicional, mediante o Processo, distinto do direito material deduzido
em juízo, que pode ser pleiteado em qualquer hipótese, mesmo no c:aso de
improcedência do pedido.

Elementos da Ação.
As Ações possuem elementos objetivos e su bjetivos, que
caracterizam cada uma delas, evitando-se possível repropositura de novas
demandas, sob pena de proferimento de decisões contraditórias, em
decorrência de possíveis propostas simultâneas de duas ou mais ações ( caso
de litispendência) ou de casos já definitivamente ju lgados (coisa julgada).
São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP) :

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1. PARTES - Autor e Réu. São os que efetivamente


participam da relação jurídica processua l, triangularizada
com a figura do Juiz, mediante o contraditório.
As partes do processo podem ser únicas em cada polo, ou
2 ou mais ( caso de Litisconsórcio - pluralidade de partes
- assunto específico de Direito Processual Civil) .
Adema is, é possível que as partes do processo não sejam
exatamente as partes envolvidas na lide (relação jurídica
de direito material), hipótese na qual será substituída por
Legitimado Extraordinário, que defende em nome
próprio direito alheio - outro assunto específico.
2. CAUSA DE PEDIR - constitui-se dos fatos e dos
fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada
mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como
dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A
Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação
da Teoria da Substa nciacão):
i. Causa de Pedir Remota {Fática} - relaciona-se
com o fato, sendo apenas a descrição fática da
lide, com indicação da efetiva e concreta lesão ou
ameaça de lesão ao direito do autor. O fato terá
repercussões jurídicas, por isso precisa ser
delimitado e descrito.
ii. Causa de Pedir Próxima {Jurídica} - é a
descrição das consequências jurídicas
decorrentes do fato alegado. Não é necessária a
descrição do fundamento legal preciso que dê
sustentácu lo ao pedido, basta a enunciação das
próprias consequências jurídicas (isto é, não
precisa mencionar em que lei, artigo, disposit ivo
de norma, etc, encontra-se o direito requerido) .

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Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o


direito ( Princípio do iura novit cúria) . O que
importa é o autor mencionar qual a consequência
jurídica do fato.
Exemplo 1: pessoa sem pai conhecido descobre
a existência do seu pai; fato: relação de
paternidade; fundamento jurídico: nasce direito
de reconhecimento forma l da paternidade.
Observem que neste caso não há qualquer
necessidade do autor informar o dispositivo legal
que lhe assegura o direito à paternidade, basta à
afirmação desta consequência jurídica.
Exemplo 2: pessoa bate no veículo de outra e
gera preJu1zo. Pede-se em juízo uma
indenização: o acidente que gerou prejuízo
danoso e cu lposo é o fato jurídico; o direito de
ser indenizado é o fundamento jurídico.
Exemplo 3: celebração de um contrato com
erro. Pede-se em juízo o a anulação: a
celebração do contrato em erro é o fato jurídico;
o direito de anu lar é o fundamento jurídico.
Exemplo 4: negativação indevida do nome no
SERASA. Pede-se em juízo a retirada imediata do
cadastro : a inscrição indevida do nome na
SERASA é o fato jurídico; o direito de tirar o seu
nome é o fundamento jurídico.

Teoria da Substanciação da Causa de Pedir.


O Direito Processua l Brasileiro adotou esta teoria,
ao exigir os Fatos e os Fundamentos jurídicos
como elementos da causa de pedir e não

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somente a fundamentação legal ( definição exata


da norma aplicável : lei, dispositivo, etc). Para
esta Teoria, o mais importante é a descrição
fática correta (causa de pedir remota), pois é
esta que lim ita o conhecimento do Juiz quando
for decidir a ação. Isto porque, a fundamentação
legal definida pelo autor não é vincu lante ao Juiz,
que pode da r outra interpretação e aplicação
jurídica para os mesmos fatos. Exemplo: o autor
que alega em juízo a aplicação do Código de
Defesa do Consumidor ao caso apresentado nos
autos; o Juiz, diante do caso concreto, poderá
afastar sua aplicação, pelo Princípio do iura novit
cúria, e definido a norma jurídica adequada ao
caso (com base nos fatos alegados).
A Teoria da Substanciação contrapõe-se à Teoria
da Individuação, que preleciona a necessidade
de apresentação, pelo autor, apenas dos
fundamentos jurídicos do pedido, não havendo
necessidade de apresentação dos fatos. Esta
última Teoria é rechaçada pela doutrina pátria,
sem aplicação no Direito Brasileiro.

3. PEDIDO (OBJETO} - é a parte final da Ação, consistente


na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela
jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do
autor.
Para a doutrina, o pedido divide-se em 2:
• Pedido Imediato - é exigência formulada contra o
Estado-Juiz de prestação da tutela jurisdicional; ou
seja, é a providência jurisdicional ou espécie tutela

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j urisdicional solicitada pelo autor. Exemplo : tutela


condenatória, constitutiva ou mera mente
declaratória; executiva ou cautelar.
• Pedido Mediato - é o pedido do autor para que o réu
submeta-se à pretensão de direito material do autor,
isto é, trata-se do bem jurídico pretendido. Exemplo: o
autor, locador de imóvel no qual o locatário está
inadimplente, solicita que o Estado-Ju iz condene o réu
(Pedido Imediato: condenatório) ao pagamento do
valor devido (Pedido Mediato: que o réu atenda à
determinação judicial de conferir o bem jurídico
desrespeitado/lesado).
A distinção entre as duas espec1es de pedido tem
repercussão na possibilidade de definição de
litispendência , coisa julgada, conexão e continência entre
duas ou mais ações do mesmo autor. Estes assuntos serão
tratados de forma separada.

Condições da Ação.
Para que o direito de Ação seja efetivamente reconhecido no
âmbito judicial (consoante Teoria Eclética e CPC), será necessário o
preenchimento das Condições da Ação.
É importante que se explique desde já que quando o autor interpõe
qualquer Ação, o Juiz deve verificar se foram preenchidos todos os requ isitos
legais para seu processamento, entre eles, as Condições da Ação,
juntamente com os pressupostos processuais ( os dois são requisitos
necessários para a Sentença de Mérito) . Somente após a superação de tais
requ isitos legais é que o Juiz analisará o mérito da questão (pretensão
material do autor da demanda) .
Isto é, a análise de mérito do caso, que será pela procedência ou
improcedência da demanda, será um passo à frente da análise do

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preenchimento dos requisitos legais para o processamento da ação.


Assim, ao receber o processo, o Juiz analisa a pretensão processual
do autor . Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado pelo
autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chama da pela
doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive os pressupostos
processuais, será iniciada a aná lise de mérito do processo.
Os pressupostos processuais, estudados de fo rma apartada, são
requ isitos necessá rios à va lidade e eficácia da relação processua l, enquanto
que as condições da ação são requisitos que legit imam o autor a pleitear a
tutela jurisdicional.

CPC
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
IV - quando se verificar a ausência de oressuoostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo;
VI - quando não concorrer qualquer das condicões da ação,
como a possibilidade ;urídica, a legitimidade das partes e o
interesse processual;

Mas quais e quantas são as Condições da Ação?


1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - o pedido do
autor não pode ser vedado pelo ordenamento jurídico
brasileiro. Qualquer ped ido do autor que seja contrário à
lei, será reputado como juridicamente impossível de
sequer ser apreciado pelo Poder Judiciário. É preciso que o
pedido possa ser atendido, ou seja, que o pedido seja
juridicamente viável.
Exemplo 1: pedido de casamento entre parentes de 2º
grau, consanguíneos ou afins (vedação às núpcias
incestuosas) - art. 1521 do Código Civil.

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Exemplo 2: pedido de terra na lua.


Exemplo 3 : pedido de herança dos bens de pessoa ainda
viva.
Exemplo 4: pedido de cobrança de dívida de jogo.

2. INTERESSE DE AGIR - o interesse de agir depende de


dois aspectos relevantes:
a. Necessidade/Utilidade da Ação - o processo deve
ser o meio necessário, além de qualquer outro, para
que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão.
Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como
ma is uma forma do autor \\reso lver seu problema",
devendo ser o único caminho existente para solução do
conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta
pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente
quando não houver outra fo rma de dirimir a lide. O
processo deve ser o meio necessário e útil para a parte
ter o seu conflito reso lvido.
b. Adequação da Ação - a ação proposta pelo autor
deve ser a adequada para o caso apresentado ( o
procedimento in iciado pela Ação deve ser o correto,
adequado e previsto na norma processual) . Não há
como o cidadão interpor uma Ação Popular quando fo r
caso de Mandado de Segurança.
Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido
o preva lecente em provas e para a doutrina
majoritária.
CPC
Art. 3o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse
e legitimidade.

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3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM} - é a


relação que o t itular do direito material tem com o direito
processual, que só poderá ser aferida no caso concreto do
processo, nunca em abstrato ( é a pertinência subjetiva do
autor com o direito material controvertido). O autor deve
ser o t itular da pretensão proposta em juízo, bem como, o
réu deve ser aquele que efetivamente se sujeitará à
eventual sentença de procedência da ação (Legitimidade
do Autor e do Réu - Legitimação Ativa e Passiva).
Não confundir Capacidade de Estar em Juízo
{Legitimidade ad processum - para o processo) com
a Legitimidade Ad Causam, que é uma das Condições
da Ação. Enquanto que o juízo acerca da legitimidade ad
processum (referente à capacidade processual do
sujeito) é realizado em abstrato (basta ter capacidade
para estar em juízo para ter preenchido o requisito da
legitimação para o processo), a legitimidade ad causam
é aferida pelo Juiz quando do exame das condições da
ação, se a parte tem real relação com o direito material
posto em juízo. A ausência de capacidade de estar em
juízo (Legitimidade Ad Processum - para o processo) gera
a nulidade do processo, posto a parte não ter a
capacidade própria para atuar no processo (ex : processo
instaurado por criança de 10 ANOS sem a assistência dos
Pais). De outro lado, a fa lta de Legitimidade Ad Causam
(para a causa) gera a extinção do processo sem resolução
de mérito, por carência de ação.
• Legitimidade Ad Processum Pressuposto
processual ( ausência gera nulidade do processo)
• Legitimidade Ad Causam - Condição da Ação
(ausência gera a extinção do processo sem

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resolucão de mérito, por carência de ação) .

A Legitimidade Ad Causam poderá ser:


a) Legitimidade Ordinária - quando os próprios
titulares do direito pleiteado são os autores da
demanda. Na legitimação ordinária há coincidência
entre o legitimado e o sujeito da relação jurídica
discutida em juízo. Significa que se alguém vai a
juízo e é titular do interesse próprio, então ele é o
legitimado ordinário. Essa é a regra.

b) Legitimidade Extraordinária (Substiltuicão


Processual) - quando a lei autoriza terceiros a
atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa
de interesse alheio (interesse do titular do direito ),
em substituição do legitimado ordinário. Na
legitimação extraordinária há uma não-coincidência
entre o legitimado e o titular do da relação discutida
em juízo. Ou seja, o legitimado não coincide com o
titular da relação discutida. Alguém está em juízo
em nome próprio defendendo interesse alheio ( está
no processo discutindo um interesse que não é
dele) . Sempre que alguém estiver em juízo
defendendo interesse de outrem em nome próprio
será um legitimado extraordinário.
Exemplo 1: o Ministério Público é legitimado
extraordinário pa ra pedir alimentos para um m enor.
Todos os legitimados das ações coletivas são
legitimados extraordinários.
Ex emplo 2: o condômino que atua em juízo em
nome do condomínio defende interesse próprio, mas

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o interesse não é só dele, ou seja, o interesse é dele


e também de outros (legit imação ordinária e
extraordinária simultânea). Ele é co-titular, não é
dono exclusivo.
Exemplo 3: legitimados coletivos previstos no CDC
para defesa dos consumidores por meio de ações
coletivas (Defensoria Pública, PROCON, associações
de consumidores, etc).

Características da Legitimidade Extraordinária:


• Previsão Legal - decorre da lei em sentido
amplo, não sendo permitido por simples
acordo das partes (exemplo: contratos ou
quaisquer negócios jurídicos). Ou seja,
somente com autorização legal (pr evisão
expressa na lei) é que será possível a
legitimação extraordinária (substituição
processual).
• O legit imado extraordinário não pode dispor
do direito discutido em juízo, pois o direito
não é dele.
• O legit imado extraordinário é a parte do
processo. Apesar do direito discutido ser do
t itular, é o legit imado extraordinário quem vai
pagar as custas, quem pode ser condenado
por lit igância de má-fé, é em relação a ele que
se vai verificar a competência em relação da
pessoa.
• A fa lta de legitimação extraordinária implica
ca rência de ação, não examinando o mérito da
causa. Se o Juiz decide que não há legit imação

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extraordinária, ele nem discutirá sobre o


mérito da causa.
• A legit imação extraordinária (substituição
processual) não se confunde com Sucessão
processual. Esta é a troca de sujeitos
t itu lares no processo. Sai uma parte entra
outra. Exemplo: o réu de uma ação de
cobrança falece e, em seu lugar, entra o seu
espólio (houve uma sucessão processual de
um t itu lar antigo para o novo). A substituição
processual ou legitimação extraordinária não é
a troca. Ela ocorre quando alguém está em
juízo defendendo interesse de outrem em
nome próprio.
• A legit imação extraordinária (substituição
processual) não se confunde com
Representação processual. O representante
vai a juízo em nome alheio defendendo
interesse alheio. O representante não é parte
do processo, não é o sujeito de direito. A parte
do processo é o próprio representado.
Exemplo: o menor que pede alimentos para o
pai; a representante é sua mãe, que não é
parte (ela é apenas a representante do
incapaz). Já o substituto processual
( legitimado extraordinário) age em nome
próprio, sendo, portanto, parte.
CPC
Art. 60 Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito
alheio, salvo quando autorizado por lei.

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Verificação das Condições da Ação.


A ausência de qualquer das condições da ação pode ser atestada
desde a análise da petição inicia l até o fim do processo, com a prolação da
Sentença de Mérito, não precluindo a sua aná lise em qua lquer fase do
processo .
CPC
Art. 295. A petição inicial será indeferida:
II - quando a parte for manifestamente ilegítima;
III - quando o autor carecer de interesse p rocessual;
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
(Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI - quando não concorr er qualquer das condições da ação,
como a possibilidade ju rídica, a legitimidade das partes e o
interesse processual;

Ação Meramente Declaratória.


Vale frisar que o interesse do autor poderá ser limitado apenas
à simples existência ou inexistência de relação jur ídica (exemplo: decl aração
da relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela
decorrentes), bem como à autenticidade ou fa lsidade documental. Esta é a
Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da
existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação ju rídica. A ação
declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para decla rar
fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um
documento .
Mais exemplos de Ações Declaratórias : Ação de usucapião, Ação
de consignação em pagamento, Ação Direta de Constitucionalidade de Lei
(ADC), Ação declaratória de inexistência de relação tributária.

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Vale frisar que se admite que o autor entre com ação declaratória
quando seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que
o CPC prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a
violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é pa ra
reconhecer e efetiva r o direito violado, como também, mesmo nessa situação,
o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem
desejar efetivá-lo.

CPC
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que
tenha ocorrido a violação do direito.
Súmula 181 - STJ
É admissível ação declaratória, visando a obter certeza
quanto à exata interpretação de cláusula contratual.
No processo existem questões principa is (mérito do processo) e
podem existir questões prejudiciais (acessórias, das qua is depende o exame
das principais). Estas questões prejudiciais são decididas, em regra, no bojo do
próprio processo principa l. No entanto, o CPC autoriza que tais questões
prejudiciais podem ser decididas em processo próprio, chamado de
Incidentes Processuais apensos ao Processo Principal, no qual é proferida
sentença apta à formação da coisa ju lgada.
Esta é a previsão da chamada Ação Declaratória Incidental, que
se propõe para o reconhecimento ou não reconhecimento de determinada
relação jurídica de que depende o julgamento da lide. Exemplo : ação de
alimentos e investigação de paternidade; o vínculo de parentesco é uma
questão prejudicial à ação de alimentos; este vínculo de parentesco poderá ser
provado no próprio processo de alimentos ou por meio de Ação Declaratória
I ncidental. Este ponto tem repercussões na coisa julgada, mas deve ser

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estudada em assunto específico .


CPC
Art. 5o Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação
;urídica de cu;a existência ou inexistência depender o
iu/qamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que o
juiz a declare por sentença.
Art. 470. Faz, todavia, coisa ;ulgada a resolução da questão
preiudicia/, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o ;uiz for
competente em razão da matéria e constituir pressuposto
necessário para o ;ulgamento da lide.

Teoria da Asserção e da Exposição na análise das condições


da Ação.
Segundo a Teoria da Asserção (Teoria da Afirmacão; Teoria da
Verificação das Condições da Ação, Teoria in Status Assertionis), a análise das
condições da ação deve ser feita apenas a partir do que foi afirmado pelas
partes (assertivas ou afirmacões da parte). Basta ao Juiz verificar o que as
partes disseram (afirmaram). Se corresponderem às condições da ação, estas
devem ser aceitas como preenchidas, sem necessidade de produção de prova
do quanto asseverado. Exemplo: filho entra com ação pedindo alimentos.
Pouco importa se após o trâmite do processo restar configurado que o réu não
era o pai do autor. Neste caso a ação será, ao final, julgada improcedente, não
sendo indeferida por carência de ação (falta de legit imidade). Esta teoria é a
que preva lece na doutrina brasileira .
Já a Teoria da Exposiçã o (Teoria da Comprovação) defende que
as condições da Ação devem ser comprovadas pelo autor por meio de
produção de provas. É uma teoria minoritária, portanto, não aplicável para fins
de concurso público, salvo em provas subjetivas que a cobrem expressamente.

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Classificação da Ação.
A Ação pode ser classificada de acordo com diversos critérios.
Delinearemos abaixo as principais classificações da Ação.
Quanto ao provimento jurisdicional sol icitado pelo autor no
processo, as Ações podem ser:
a) Ações de CONHECIMENTO (Cognição) têm por
final idade solicitar ao Poder Judiciário a certificação do
dire ito, o reconhecimento de um direito. As Ações de
Conhecimento são subdivididas em outras 3 (três)
classificações:
1. Ação Meramente Declaratória - é a Ação
citada anteriormente, que tem por objeto a
declaração da existência ou inexistência ou do
modo de ser de uma situação jurídica , bem como
a declaração de autenticidade ou fa lsidade de um
documento. Nesta Ação o autor não deseja
compelir o réu a praticar ou deixar de praticar
ato, mas apenas tem por fina lidade a declaração
judicial, sem a necessidade de posterior execução
da decisão. Exemplo: Ação de Investigação de
Paternidade; Ação de nulidade de casamento;
Ação de Usucapião. As Ações Declaratórias têm
efeito ex-tunc, retroagindo à data do fato
declarado.
2. Ação Constitutiva ou Desconstitutiva -
visam à modificação, criação ou extinção de uma
re lação jurídica material preexistente. Para o
manejo de uma Ação Constitutiva, o autor deve
ostentar um dos Direitos Potestativos, que são

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aqueles que conferem ao seu titular o poder


jurídico de impor a outro sujeito a modificação,
criação ou extinção de relações jur ídicas.
Exemplo: anulação de ato jurídico; rescisão de
um contrato, ação rescisória, ação de separação,
ação de extinção do condomínio, reso lução do
contrato. A parte tem direito à anulação ou à
rescisão por força de um direito potestativo
previsto na lei ou contrato. Como a constituição
ou a desconstituição de um direito é realizada no
ato da decisão judicia l, os efeitos desta Ação são
ex-nunc, para o futu ro, a partir da sentença.
3. Ação Condenatória - o pedido do autor
será pela declaração da existência ou inexistência
de relação jurídica (reconhecimento do direito
materia l) e pela fixação de obrigação
(condenação) ao réu de dar, fazer, não fazer
ou pagar quantia em dinheiro
(reconhecimento + condenação), que, se não
cumpridas, confere ao réu o direito de exigir do
Poder Judiciário que execute sua própria
decisão.
Portanto, mediante a Ação Condenatória, o autor
não apenas terá o direito de ter certificado seu
direito, mas terá, a um só tempo, a condenação
do réu à prestação de uma obrigação.
Enquanto a Ação Constitutiva vincula-se a
direitos potestativos, a Ação Condenatória
versa sobre os direitos a uma prestação (dar,
fazer, não fazer e pagar quantia ) .
As Ações Condenatórias têm efeito ex-tunc
(para trás - retroativo), pois também certifica m

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direitos/relações jurídicas preteritamente


constituídas.

b) Ações de EXECUÇÃO - solicita ao Poder Judiciário a


efetivação de um direito já reconhecido. É uma ação de
caráter satisfativo do direito do credor, mediante atos
coativos do Judiciário de impeli r o réu ao adimplemento da
obrigação que deveria ter cumprido voluntariamente. No
processo de execução, a atividade jurisdicional será restrita a
atos necessários à satisfação do direito do credor e a
compelir o devedor a adimplir a obrigação, pagando a
quantia devida, entregando a coisa, fazendo ou não fazendo
algo.
c) Ações CAUTELARES - solicita ao Poder Judiciário a proteção
de um direito (tem natureza acautelatória). Por meio da
Ação cautelar, o autor visa assegurar a eficácia de outra Ação
(ação de conhecimento ou de execução). A Ação cautelar é
um instrumento de garantia das demais ações, justificando-
se pela demora na atuação e satisfação do direito por meio
do processo de conhecimento até a sua execução. A
concessão da Cautela ( deferimento da Ação Cautelar)
ocorrerá se ficar comprovada a probabilidade do direito do
reque rente (fumaça do bom direito) e a possibilidade de
ocorrência de dano de difícil reparação (perigo da demora).

Apesar destas classificações acima, hoje em dia tais ações tendem


a ser misturadas . I sto é, os tipos de tutela hoje não são mais estanques como
eram antigamente. Com a reformu lação do Processo Civil, por meio da Lei nº
12.232/2005, não há mais Processos diversos (Processo de Conhecimento,
Processo de Execução, Processo Cautelar), mas FASES do Processo.
Este fenômeno é chamado pela Doutrina de Sincretismo

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Processual (Processo Sincrético ), porque no mesmo processo de


conhecimento é possível executar. A execução do processo tornou-se apenas
uma mera fase do processo de conhecimento e não um novo processo que
necessitava ser deflagrado pelo autor.
Quanto à natureza da relação jurídica/causa de pedir
próxima:
1. Ações Reais - ação que trata de um direito Real. Exemplo:
ação que versa sobre direito de propriedade mobiliária ou
imobi liária.
2. Ações Pessoais - ação que trata de um direito Pessoal.
Exemplo: ação que versa sobre um contrato de prestação de
serviços.
Quanto ao objeto do pedido Mediato:
1. Ações Mobiliárias - quando o pedido for móvel.
2. Ações Imobiliárias - quando o pedido for Imóvel;
Cuidado! Uma Ação Real e uma Ação Pessoa l podem versar sobre
móveis e imóveis!
Exemplo 1: Ação de despejo é pessoal e imobiliária (versa sobre
um contrato de locação e trata de um imóvel alugado). Poderia se pensar que
seria rea l e imobiliária, mas não é!
Exemplo 2: Ação de reivindicação de automóvel por parte de
Banco financiador é uma ação real e mobiliária (trata do direito de
propriedade e de um bem móvel).

EXERCÍCIOS COMENTADOS

QUESTÃO 16: TRE - MA - Analista Judiciário - Judiciária [CESPE] -

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21/06/2009 (ADAPTADA}.
A respeito da jurisdição, da ação, da competência, do processo e dos
pressupostos, segundo o direito processual civil, julgue os itens abaixo:
a) O meio de se provocar a jurisdição é a exceção processual, direito público
subjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litígio.
b) A teoria eclética da ação - que não é adotada pelo CPC - proclama que a
jurisdição só pode ser acionada se houver o direito material postulado.
c) Pressupostos processuais em sentido lato são requ isitos que leg itimam o
autor a pleitear a tutela do Estado.

COMENTÁRIOS:
Item A - errado. A provocação da jurisdição é realizada por meio da Ação, que
um Direito Público Subjetivo - direito de agir, provocando a atuação da
tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz - relação processual) .
Item B - errado. Teori a Eclética do Direito de Ação - para esta teoria, o
direito de Ação não é totalmente concreto e nem é totalmente abstrato (é uma
mistura das duas teorias anteriores) . O direito de Ação inegavelmente é
abstrato, inclusive reconhecido pela própri a CF-88 (art. 5, XXXV) , mas deve
preencher os requ isitos necessários para seu exercício ( di reito concreto): as
chamadas Condições da Ação. Estas condições conferem ao direito de Ação
um aspecto mais concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em
carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de Processo Civil, em
decorrência da influência de Liebman na doutrina brasileira, sendo evidenciada
em vários dispositivos do CPC.

CF-88
Art. 5
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;
A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina mais atua l, no

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entanto, permanece em vigor, sendo aceita co mo a dominante para qua lquer


efeito.
Item C - errado. O que legitima ao autor a pleitear a tutela jurisdiciona l são as
Condições da Ação e não os pressupostos processuais.
Para que o direito de Ação seja efetivamente reconhecido no
âmbito judicial (consoante Teoria Eclética e CPC), será necessário o
preenchimento das Condições da Ação.
Quando o autor interpõe qualquer Ação, o Juiz deve ve rificar se
foram preenchidos todos os requisitos lega is para seu processamento, entre
eles, as Condições da Ação, juntamente com os pressupostos processuais
(os dois são requisitos necessários para a Sent ença de Mérito). Somente após
a superação de ta is requisitos legais é que o Juiz analisará o mérito da
questão (pretensão material do autor da demanda).
Isto é, a análise de mérito do caso, que será pela procedência ou
improcedência da demanda, será um passo à frente da análise do
preenchimento dos requisitos legais para o processamento da ação.
Assim, ao receber o processo o Juiz analisa a pretensão processual
do autor. Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado pelo
autor será extinto SEM resolução do mérito . Esta é a chama da pela
doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive os pressupostos
processuais, será iniciada a aná lise de mérito do processo.
Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são
requ isitos necessá rios à va lidade e eficácia da relação processua l, enquanto
que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a p l eitear
a tutela jurisdicional.
CPC
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo;

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VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação,


como a possibilidade ;urídica, a legitimidade das partes e o
interesse processual;

RESPOSTA CERTA: EEE

QUESTÃO 17: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e


Parcelamento [CESPE] - 26/09/2010.
Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência de
relação jurídica.

COMENTÁRIOS:
O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples
existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação
de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes),
bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação
meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência ou
inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é
uma ação para declara r situações ju rídicas e não para declarar fatos, salvo a
ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um documento.

CPC
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaracão:
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.

RESPOSTA CERTA: ~

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QUESTÃO 18: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e


Parcelamento (CESPE] - 26/09/2010.
A ação é um direito subjetivo que se vincula ao direito material da parte.

COMENTÁRIOS:
No Direito Processua l Brasileiro formou-se 3 (três) correntes
distintas na tentativa de definir de forma completa e abrangente o conceito e a
natureza da Ação, as quais destacaremos abaixo:
1. Ação como Direito Autônomo e Concreto - para esta
corrente a Ação é um direito autônomo em relação ao direito
material protegido, mas ele somente seria reconhecido se a
decisão judicial fosse favorável ao autor. Apenas se após a
decisão judicial o direito material abrangido restasse
configurado é que seria reconhecido o ao autor o direito de
Ação. Assim, o direito de Ação seria posterior mente
dependente da efetiva existência do direito material. Por isso
que a Ação seria um Direito Autônomo inicialmente, mas
Concreto ( dependência posterior da concretude do direito
material).
2. Ação como Direito Autônomo e Abstrato - a Ação é
autônoma e independente do direito material protegido,
sendo um direito preexistente ao processo e a qualquer outra
relação jurídica. Assim, o autor tem direito de ação mesmo
na hipótese de sua pretensão posta em juízo não ser
acolhida. Exemplo: autor ajuíza ação solicitando
reconhecimento de um direito de posse de determinado bem;
o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, o
autor não terá o direito material levado a juízo, mas mantém
incólume seu direito de ação, direito de levar a juízo sua
pretensão) .
Para esta teoria, existem 2 relacões j urídicas d iversas

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envolvidas no processo:

1. Direito de Ação - relação processual entre o Autor


e o Estado-Ju iz;
2. Direito Material - relação jurídica material entre as
partes do processo (Autor e Réu), que estão em
conflito.

3. Teoria Eclética do Direito de Ação - para esta teoria, o


direito de Ação não é totalmente concreto e nem é
totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias
anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato,
inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas
deve preencher os requisitos necessários para seu exercício
(direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas
condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais
concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em
carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de
Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na
doutrina brasi leira, sendo evidenciada em vários disposit ivos
do CPC.
CF-88
Art. 5
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;
A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina
mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita
como a dom inante para qualquer efeito.
Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale
frisar suas pri ncipais características, para fin s de memorização:

• Direito Público Subjetivo - direito de agir, provocando a


atuação da tutela jurisdicional ( relação entre Autor e

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Estado-Juiz - relação processual);


• Direito Autônomo - a natureza do direito de Acão (relação
processual) é distinta da natureza do direito material (r elação
material: Autor e Réu ) afirmado em juízo pela parte;
• Direito Abstrato - a existência do direito de Acão
independe da efetiva existência do direito material. O
sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça .

Em outros termos, a Ação é o direto de provocar a atuação da


tutela jurisdicional, mediante o Processo, distinto do direito material deduzido
em juízo, que pode ser pleiteado em qualquer hipótese, mesmo no c:aso de
improcedência do pedido.
A questão está errada porque afirmar ser o direito de Ação um
direito subjetivo vinculado ao direito material. Vimos a regra é que o direito de
Ação seja autônomo, independente do direito material.

RESPOSTA CERTA: f

QUESTÃO 19: DPU - Agente Administrativo [CESPE] - 30/05/2010.


O interesse de agir
a) é aspecto processual de natureza subjetiva que impede a análise pelo juiz.
b) significa que será legitimado a atuar em juízo apenas o titular do interesse
levado a juízo pela demanda.
e) consiste na adequação do provimento jurisdicional e na necessidade da
tutela pretendida pelo demandante.
d) estará presente quando não houver, pelo ordenamento jurídico, vedação ao
pedido deduzido na inicial.
e) apenas ficará configurado se o resu ltado final do processo for favorável ao

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autor.

COMENTÁRIOS:
O INTERESSE DE AGIR é uma das Condições da Ação, que depende de dois
aspectos relevantes:
a. Necessidade/Utilidade da Ação - o processo deve
ser o meio necessário, além de qualquer outro, para
que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão.
Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como
mais uma forma do autor "resolver seu problema",
devendo ser o único caminho existente para solução do
conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta
pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente
quando não houver outra forma de dirimir a lide. O
processo deve ser o meio necessário e útil para a parte
ver seu conflito resolvido.
b. Adequação da Ação - a ação proposta pelo autor
deve ser a adequada para o caso apresentado ( o
procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto,
adequado e previsto na norma processual) . Não há
como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for
caso de Mandado de Segurança.
Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido
o prevalecente em provas e para a doutrina
majoritária.
CPC
Art. 3o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse
e legitimidade.

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RESPOSTA CERTA: ~

QUESTÃO 20: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009.


Conforme raciocínio possível a partir da teoria eclética da ação, adotada pelo
CPC, no caso de ação de conhecimento ajuizada com o fim de obter a
condenação de alguém ao pagamento de quantia já expressa em título
executivo extrajudicial válido e vencido, existe carência de ação por ausência
do interesse de agir, e não improcedência do pedido por falta de di reito à
tutela requerida.

COMENTÁRIOS:
Sim, há carência de ação porque não há interesse de agir na hipótese.
Vejamos.
A parte já dispõe de um titulo executivo válido e vencido, pronto para ser
executado. Não há necessidade ou utilidade de entrar com um processo
para ter certificado o m esmo direito. O Juiz, sabendo da existência desse
títu lo, deve julgar extinto o processo sem reso lução de mérito por carência de
ação (falta de interesse de agir, tendo em vista a desnecessidade do
processo).
Gente, a atividade jurisdicional é coisa séria, não está para brincadeira!

RESPOSTA CERTA: ~

QUESTÃO 21: AGU - ADV - Advogado da Uniã o [CESPE] - 01/02/2009.


Afirmar que o CPC adotou a teoria da substanciação do pedido em detrimento
da teoria da individuação significa dizer que, para a correta identificação do
pedido, é necessário que constem da inicial os fundamentos de fato e de
direito, também identificados como causa de pedir próxima e remota .

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COMENTÁRIOS:
CAUSA DE PEDIR como elemento da Ação - constitu i-se dos fatos e dos
fundamentos jurídicos do ped ido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a
descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos
deles decorrentes. A Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas
(aplicação da Teoria da Substanciação):
i. Causa de Pedir Remota (Fática} - relaciona-se com o
fato, sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação
da efetiva e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do
autor. O fato terá repercussões jurídicas, por isso precisa
ser delim itado e descrito .
ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica} - é a descrição das
consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é
necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê
sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias
consequências jurídicas (isto é , não precisa mencionar em
que lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o
dire ito requerido ) . Não há esta necessidade porque o Juiz
conhece o direito (Princípio do iura novit cúria). O que
importa é o autor mencionar qual a consequência jurídica do
fato.
Exemplo 1: pessoa sem pai conhecido descobre a
existência do seu pai; fato: relação de paternidade;
fundamento jurídico: nasce direito de reconhecimento
formal da paternidade. Observem que neste caso não há
qualquer necessidade do autor informar o dispositivo legal
que lhe assegura o di re ito à paternidade, basta a afirmação
desta consequência jurídica .
Exemplo 2: pessoa bate no veículo de outra e gera
preju ízo. Pede-se em juízo uma indenização : o acidente que

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gerou prej uízo danoso e cu lposo é o fato jurídico; o direito


de ser indenizado é o fundamento jurídico .
Exemplo 3: celebração de um contrato com erro. Pede-se
em juízo o a anu lação: a celebração do contrato em erro é o
fato jurídico; o direito de anular é o fundamento jurídico.
Exemplo 4: negativação indevida do nome no SERASA.
Pede-se em juízo a retirada imediata do cadastro: a
inscrição indevida do nome na SERASA é o fato jurídico; o
direito de tirar o seu nome é o fundamento jurídico.
Teoria da Substanciação da Causa de Pedir.
O Dire ito Processual Brasileiro adotou esta teoria, ao exigir os
Fatos e os Fundamentos jurídicos como elementos da causa de pedir e não
somente a fundamentação legal ( definição exata da norma aplicável: lei,
dispositivo, etc) . Para esta Teoria, o mais importante é a descrição fática
correta, pois é esta que limita o conhecimento do Juiz quando for decidir a
ação. Isto porque, a fundamentação legal defin ida pelo autor não é vinculante
ao Juiz, que pode dar outra interpretação e aplicação jurídica para os mesmos
fatos. Exemplo: o autor que alega em juízo a aplicação do Código de Defesa do
Consumidor ao caso apresentado nos autos; o Juiz, diante do caso concreto,
poderá afastar sua aplicação, pelo Princípio do iura novit cúria, e definido a
norma jurídica adequada ao caso (com base nos fatos alegados).
A Teoria da Substanciação contrapõe-se à Teoria da
Individuação, que preleciona a necessidade de apresentação, pelo autor,
apenas dos fundamentos jurídicos do pedido, não havendo necessidade de
apresentação dos fatos. Esta última Teoria é rechaçada pela doutrina pátria,
sem aplicação no Direito Brasileiro.

RESPOSTA CERTA: &

QUESTÃO 22: TRT 9 ª - Analista Judiciário - Judiciária (CESPE] -

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11/11/2008.
As condições da ação tornam possível o surgimento de uma relação jurídica e
válido e regular seu desenvolvimento.
A ausência de qualquer uma dessas condições acarreta a nulidade do processo
no todo, ou em parte, ou, ainda, o indeferi mento liminar da petição inicial.

COMENTÁRIOS:
Se não preench idas as Condições da Ação, o processo iniciado
pelo autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela
doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive, os pressupostos
processuais, será iniciada a análise de mérito do processo.
Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são
requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto
que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear a
tutela ju risdicional.

CPC
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
IV - quando se verificar a ausência de oressuoostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo;
VI - quando não concorrer aualauer das condições da ação,
como a possibilidade ;urídicac a legitimidade das partes e o
interesse processual;

RESPOSTA CERTA: f

QUESTÃO 23: OAB - Exame de Ordem 2008-1 [CESPE] - 18/05/2008.


A respeito da jurisdição e da ação, assinale a opção correta .

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a) Caso seja iniciado um procedimento de jurisdição contenciosa, este deve


seguir até a sentença final no procedimento escolhido pelo autor, não sendo
possível transformar o contencioso em voluntário por ato subseqüente ou por
manifestação de vontade de qua lquer das partes.
b) As condições da ação devem ser verificadas pelo juiz desde o despacho de
recebimento da petição inicial até a prolação da sentença, pois a fa lta de uma
delas durante o processo caracteriza a ca rência superveniente, que enseja a
extinção do processo sem resolução do mérito.
c) Duas ações são consideradas idênticas quando ocorrer identidade de partes,
objeto e causa de pedir. Assim, caso seja verificada, no cotejo entre as duas
ações, a invocação de norma jurídica diversa em cada uma delas, haverá
pluralidade de causas de pedir.
d) Na chamada jurisdição voluntária, a composição dos litígios é obtida pela
intervenção do juiz, que substitui a vontade das partes litigantes por meio de
uma sentença de mérito, aplicando, no caso concreto, a vontade da lei.

COMENTÁRIOS:
Item A - errado. Ao contrá rio. Se as partes reso lverem concilia r no meio do
processo, o ato judicial que homologa o acordo será considerado de Jurisdição
Voluntár ia, posto que não decidiu qualquer lide (apenas atestou a vontade das
partes).
Item B - correto. A ausência de qualquer das condições da ação pode ser
atestada desde a análise da petição inicial até o fim do processo, com a
prolação da Sentença de Mérito, não precluindo a sua análise em qualquer fase
do processo.

CPC
Art. 295. A petição inicial será indeferida:
II - quando a parte for manifestamente ilegítima;
III - quando o autor carecer de interesse processual;

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Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:


(Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação,
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o
interesse processual;
Item C - errado. Sim, a identidade de Ações ocorre quando há identidade dos
três elementos da Ação: Partes, Causa de Pedir e Pedido (Objeto). No entanto,
a simples invocação de normas jurídicas diversas não configura
necessariamente diversas causas de pedir.
Vimos que a Causa de Pedir não é a alegação de norma jurídica, mas das
consequências jurídicas do fato.
CAUSA DE PEDIR - constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do
pedido do autor ao Juiz. Nada ma is é do que a descrição dos fatos envolvidos,
bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa de Pedi r
é dividida pela doutrina em duas (aplicação da Teoria da Substanciação):
i. Causa de Pedir Remota {Fática) - relaciona-se com o fato,
sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva
e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato
terá repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e
descrito.
ii. Causa de Pedir Próxima {Jurídica) - é a descrição das
consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é
necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê
sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias
consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que
lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito
requerido) . Não há esta necessidade porque o Ju iz conhece o
direito (Princípio do iura novit cúria). O que importa é o autor
mencionar qual a consequência ju rídica do fato.
Item D - errado. Este é o conceito de Jurisdição Contenciosa e não de

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Jurisdição Voluntária . A Jurisdição pode ser classificada em 2 (duas) principais


espécies:

o Jurisdição Contenciosa - é a jurisdição propriamente dita,


sendo a atividade estatal exercida pelo Poder Judiciário,
consistente no poder de dizer o direito no caso concret o,
solucionando as lides em substituição aos interesses das
partes.
o Jurisdição Voluntária consiste na integração e
fiscalização de negócios firmados entre particulares. Há
muita discussão na doutrina acerca da natureza da Jurisdição
Voluntária, se também seria ou não propriamente uma
Jurisdição (se não seria uma mera Administração Pública de
interesses privados) .

RESPOSTA CERTA: B.

QUESTÃO 24: OAB - SP - 134° Exame de Ordem (CESPE] -


27 /01/2008.
O interesse de agir é
a) faculdade da ação.
b) elemento da ação.
c) condição da ação.
d) pretensão.

COMENTÁRIOS:
São 3 as Condições da Ação:
1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO;

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2. INTERESSE DE AGIR;
3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM).

RESPOSTA CERTA: &

QUESTÃO 25: TRT - 7ª Região - Analista Judiciário - Administrativa


[FCC] - 11/10/2009 {ADAPTADA).
No que concerne à jurisdição e à ação, é INCORRETO afirmar:
a) nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o
interessado a requerer, nos casos e forma legais.
b) ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando
autorizado por lei.
c) o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência ou da
inexistência de relação jurídica .
d) ocorrendo violação do direito não é admissível a ação declaratória.

COMENTÁRIOS:
Item A - correto. Este é o Princípio da INÉRCIA de Jurisdição.
Item B - correto. Legitimidade Extraordinária (Substituição Processual)
- quando a lei autoriza terceiros a atuarem em juízo em nome próprio, mas
na defesa de interesse alheio (interesse do titular do direito), em substituição
do legitimado ordinário. Na legit imação extraordinária há uma não-
coincidência entre o legitimado e o t itular do da relação discutida em juízo. Ou
seja, o legitimado não coincide com o titular da relação discutida. Alguém está
em juízo em nome próprio defendendo interesse alheio ( está no processo
discutindo um interesse que não é dele). Sempre que alguém estiver em juízo
defendendo interesse de outrem em nome próprio será um legitimado
extraordinário. Característica principal da Legitimidade Extraordinária:

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Previsão Legal - decorre da lei em sentido amplo, não sendo permitido por
simples acordo das partes (exemplo : contratos ou quaisquer negócios
jurídicos). Ou seja, somente com autorização legal (previsão expressa na lei) é
que será possível a legitimação extraordinária (substituição processual).

CPC
Art. 60 Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito
alheio, salvo quando autorizado por lei.
Item C - correto. O interesse do autor poderá ser limitado apenas à
simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da
relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela
decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a
Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaracão da
existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação
declaratória é uma ação para declarar situações j urídicas e não para decla rar
fatos, salvo a acão de declaracão de autenticidade ou falsidade de um
documento.

CPC
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.

Item D - errado. Admite-se que o autor entre com ação declaratória quando
seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC
prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a
violação do direito . Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para
reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação,
o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem
desejar efetivá-lo.

1 ::e 4o

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Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que


tenha ocorrido a violação do direito.

RESPOSTA CERTA: .Q.

QUESTÃO 26: OAB - SP - 136° Exame de Ordem [CESPE] - 14/09/2009


(ADAPTADA}.
Assinale a opção correta acerca da jurisdição, da ação e do processo.
a) Uma das características da jurisdição é a aptidão para a coisa julgada; por
conseguinte, somente haverá jurisdição se houver coisa julgada material.
b) O princípio do juiz natural tem por finalidade garantir a prestação da tutela
j urisdicional por juiz independente e imparcial.
c) A capacidade de estar em juízo, o interesse de agir e a possibilidade jurídica
do pedido são considerados elementos da ação.

COMENTÁRIOS:
Item A - errado. Somente a Jurisdição tem a característica da Definitividade,
que é a aptidão para formação da coisa julgada. A jurisdição tem o condão
de tornar suas decisões imutáveis. Contudo, há jurisdição mesmo se não
houver coisa ju lgada (ex: quando é extinto o processo sem resolução de
mérito).
Item B - co rreto. Princípio do Juiz Natural ou Imparcialidade - O Pr incípio
do Juízo Natural é extraído do Devido Processo Legal e de dois específicos
dispositivos do art. so da Constituição Federal (incisos XXXVII e LIII). O Juiz
Natural é aquele investido regularmente na jurisdição (investidura ) e com
competência constituciona l para ju lgamento dos conflitos a ele submet idos. É
aquele previsto antecedentemente, com competência abstrata e geral, para
ju lgar matéria específica prevista em lei.

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Item C - errado. É a legitimidade ad causam e não a capacidade de estar


em juízo ( legitimidade ad processum) que compõe mais uma das condições da
ação.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 27: TCE - AP - Procurador de Contas [FCC] - 17/10/2010.


São elementos da ação:
a) autor, réu e juiz.
b) juiz, provas e sentenças.
c) partes, causa de pedir e pedido.
d) legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido.
e) ju risdição, demanda e defesa.

COMENTÁRIOS:
São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP):
1. PARTES - Autor e Réu. São os que efetivamente
participam da relação jurídica processua l, triangularizada
com a figura do Juiz, mediante o contraditório.
2. CAUSA DE PEDIR - constitui-se dos fatos e dos
fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada
mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como
dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes.
3. PEDIDO (OBJETO) - é a parte final da Ação, consistente
na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela
jurisdiciona l, obrigando ao réu o respeito à pretensão do
autor.

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RESPOSTA CERTA: ~

QUESTÃO 28: TRT 12ª - Téc. Judiciário - Administrativa FCC] -


10/10/2010.
A legitimidade das partes e a possibilidade jurídica do pedido são condições da
a) jurisdição e da ação, respectivamente.
b) ju risdição.
c) ação e da jurisdição, respectivamente.
d) ação.
e) competência funcional.

COMENTÁRIOS:
Não há condições da jurisdição, apenas condições da ação, que são 3:
1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO;
2. INTERESSE DE AGIR;
3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM}.

RESPOSTA CERTA: .Q.

QUESTÃO 29: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário - Administrativa


[FCC] - 07 /09/2008.
O direito de ação é objetivo, decorre de uma pretensão e depende da
existência do direito que se pretende fazer reconhecido e executado.

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COMENTÁRIOS:
O direito de Ação possui as seguintes características:
• Direito Público Subjetivo - direito de agir, provocando a
atuacão da tutela jurisdicional (relação entre Autor e
Estado-Juiz - relação processual) - portanto não é
OBJETIVO!
• Direito Autônomo - a natureza do direito de Acão (r elação
processual) é distinta da natureza do direito material (r elação
material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte;
• Direito Abstrato - a existência do direito de Acão
independe da efetiva existência do direito material. O
sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça.

RESPOSTA CERTA: f

QUESTÃO 30: TRT 23ª - Analista Judiciário - Judiciária [FCC] -


24/06/2008.
É totalmente correto afirmar que o direito de ação é um direito
a) subjetivo, privado, autônomo e concreto.
b) subjetivo, público, autônomo e abstrato.
c) objetivo, público e vinculado ao resultado do processo.
d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo.
e) objetivo, privado, concreto e abstrato.

COMENTÁRIOS:
Vide comentá rios anteriores.

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RESPOSTA CERTA: B.

QUESTÃO 31: TRT 4ª - Analista Judiciário - Administrativa [FCC] -


20/08/2008.
A respeito da jurisdição e da ação, é correto afirmar que
a) o interesse do autor não pode lim itar-se à declaração da autenticidade de
documento.
b) é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
direito.
c) não é necessário ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a
ação.
d) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da existência ou
inexistência de relação jurídica.
e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da fa lsidade de
documento.

COMENTÁRIOS:
Item A, D e E - errados. O interesse do autor poderá ser limitado apenas à
simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da
relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela
decorrentes), bem como à autenticidade ou fa lsidade documental. Esta é a
Ação meramente declaratória, que tem por objeto a decl aração da
existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação
declaratória é uma ação para declarar situações ju rídicas e não para declarar
fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um
documento.

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Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaracão:


I - da existência ou da inexistência de relação iurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.
Item B - correto. Adm ite-se que o autor entre com ação declaratória quando
seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC
prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a
violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para
reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação,
o autor poderá entrar no Jud iciário somente para reconhecer o direito, sem
desejar efetivá-lo.

CPC
Art. 4o
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que
tenha ocorrido a violação do direito.

Item C - errado. A legitimidade e o interesse são condições da Ação apl icáveis


tanto para o Autor quanto para o Réu (no polo ativo e passivo).

RESPOSTA CERTA: !},

QUESTÃO 32: TRT 20ª - Técnico Judiciário - Administrativa [FCC] -


11/06/2008.
No que concerne à Jurisdição e à Ação, de acordo com o Código de Processo
Civil, é correto afirmar que
a) a jurisdição civi l contenciosa e voluntária é exercida pelos juízes e membros
do Ministério Público em todo o território nacional.
b) o ju iz prestará a tutela jurisdiciona l ainda que não haja requerimento da
parte ou do interessado, nos casos e formas lega is.
c) para propor ou contestar ação basta ter legitimidade.

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d) ninguém poderá pleitear, em regra, em nome próprio, direito alheio.


e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração de inexistência de
relação jurídica.

COMENTÁRIOS:
Item A errado. Membro do MP exercendo Jurisd ição?
Princípio da Investidura - a atividade jurisdicional deve ser exercida pelos
órgãos estatais que foram regularmente investidos na função jurisdicional. Ou
seja, somente poderá exercer a jurisdição aquele órgão a que a lei atribui o
poder jurisdicional.
Item B - errado. O Princípio da Inércia impõe que deve haver provocação da
parte.
Item C - errado. Não. É preciso preencher todas as 3 condições da ação,
mais os pressupostos processuais.
Item D - correto. A Legitimidade Ad Causam poderá ser:
a) Legitimidade Ordinária - quando os próprios
t itu lares do direito pleiteado são os autores da
demanda. Na legitimação ordinária há coincidência
entre o legitimado e o sujeito da relação jurídica
discutida em juízo. Significa que se alguém vai a
juízo e é t itular do interesse próprio, então ele é o
legitimado ordinário. Essa é a regra.
b) Legitimidade Extraordinária (Substituição
Processual ) - quando a lei autoriza terceiros a
atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa
de interesse alheio (interesse do t itular do direito),
em substituição do legitimado ordinário.
Item E - errado. Já vimos que é plenamente possível.

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RESPOSTA CERTA: .Q.

QUESTÃO 33: TRT 9ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] -


12/ 09 / 2004.
A respe ito do direito de ação, é INCORRETO afirmar que
a) é o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário uma decisão
sobre uma pretensão.
b) é dependente e vincu lado ao di reito material ou à relação jurídica material
existente entre as partes.
c) é assegurado pela Constituição, a qual ga ra nte que a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
d) são condições de seu exercício : a legitimidade, o interesse de agir e a
possibil idade jurídica do pedido.
e) são elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de
pedir.

COMENTÁRIOS:
Item A - correto. Sim, é uma das características do Direito de Ação: Direito
Público Subjetivo - di reito de agir, provocando a atuação da tutela
jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz - relação processual).
Item B - errado. é Autônomo e Abstrato!

• Direito Autônomo - a natureza do direito de Ação (r elação


processual) é distinta da natureza do direito material (r elação
material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte;
• Direito Abstrato - a existência do direito de Ação
independe da efetiva existência do direito material. O
sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça.

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Item C - correto. O di reito de Ação inegavelmente é abstrato, inclusive


reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve preencher os
requ isitos necessários para seu exercício ( dire ito concreto) : as chamadas
Condições da Ação.
CF-88
Art. 5
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;
Item D e E - corretos.

RESPOSTA CERTA: D.

QUESTÃO 34: TRT 2ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] -


15/02/2006.
Considere as afirmativas :
I. Não se exercita a jurisdição para responder questões abstratas e puramente
teóricas, sendo necessário que a parte tenha interesse de agir.
II. O interesse do autor pode lim itar-se à declaração de existência ou
inexistência de relação jurídica.
III. Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, sa lvo quando
autorizado por lei.
IV. O juiz poderá presta r tutela jurisdicional, independentemente de
requerimento da parte ou do interessado.
Está corret o o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I , II e IV.

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d) II e III.
e) II, III e IV.

COMENTÁRIOS:
Item I - correto. O interesse de agir envolve a Necessidade/Utilidade da
Ação - o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para
que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário
não pode ser utilizado como mais uma forma do autor "resolver seu
problema", devendo ser o único cam inho existente para solução do conflito. O
Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e
tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve
ser o meio necessário e útil para a parte ter o seu conflito resolvido.
Repito, a Ação não pode ser utilizada como uma forma de consulta!
Item II - correto. Já v imos que sim!
Item III - correto. Legitimação Extraordinária (substituição processual).
Item IV - errado. Princípio da Inércia da Jurisdição.

RESPOSTA CERTA: !},

QUESTÃO 35: TRE-BA - Analista Judiciário - Judiciário [FCC] -


21/09/2003.
O interesse de agir como cond ição da ação consiste na
a) formulação de pretensão que, em tese, seja possível de acordo com a
ordem jurídica brasileira.
b) legitimação para agir daqueles que forem sujeitos da relação jurídica de
direito material trazida a juízo.
c) necessidade de se recorrer ao Judiciário para a obtenção do resu ltado
pretendido.

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d) faculdade de acompanhar a prova produzida pela parte contrária e fazer


contraprova.
e) faculdade de contratar advogado pa ra formular pretensão em juízo.

COMENTÁRIOS:
O INTERESSE DE AGIR é uma das Condições da Ação, que depende de dois
aspectos re levantes:
a. Necessidade/Utilidade da Ação - o processo deve
ser o meio necessário, além de qualquer outro, para
que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão.
Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como
ma is uma forma do autor \\reso lver seu problema",
devendo ser o único caminho existente para solução do
conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta
pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente
quando não houver outra fo rma de dirimir a lide. O
processo deve ser o meio necessário e útil para a parte
ver seu conflito reso lvido.
b. Adequação da Ação - a ação proposta pelo autor
deve ser a adequada para o caso apresentado ( o
procedimento in iciado pela Ação deve ser o correto,
adequado e previsto na norma processual) . Não há
como o cidadão interpor uma Ação Popular quando fo r
caso de Mandado de Segu rança.
Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido
o prevalecente em provas e para a doutrina
majoritária .

RESPOSTA CERTA: ~

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QUESTÃO 36: TCE-SE - Subprocurador [FCC] - 01/01/2003.


A regra do artigo 60 do Código de Processo Civil, segundo a qual, "ninguém
poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por
lei", se refere à figura do
a) representante processual.
b) curador de ausentes.
c) litisconsorte necessário.
d) advogado da parte que for incapaz.
e) substituto processual.

COMENTÁRIOS:
Por isso é importante conhecer os 2 termos (Legitimado Extraordinário ou
Substituto Processual).

RESPOSTA CERTA: ~

QUESTÃO 37: METRÔ - Secretária Pleno [FCC] - 21/03/2010.


Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência de
relação jurídica.

COMENTÁRIOS:
O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples
existência ou inexistência de relacão j urídica (exemplo : declaração da relação
de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes),
bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação
meramente declaratória , que tem por objeto a declaracão da existência ou
inexistência ou do modo de ser de uma situa cão jurídica . A ação declaratória é

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uma ação para declarar situacões ju ríd icas e não para declara r fatos, sa lvo a
acão de declaracão de autenticidade ou falsidade de um documento.
CPC
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.

RESPOSTA CERTA: &

QUESTÃO 38: TCE-SP - Auditor [FCC] - 20/01/2008.


São condições da ação, a
a) citação válida no processo de conhecimento e a competência do órgão
jurisdicional.
b) competência do órgão jurisdicional e o interesse de agir.
c) legitimidade de parte e a possibi lidade jurídica do pedido.
d) possibilidade jurídica do pedido e a imparcialidade do Juiz.
e) competência do órgão jurisdicional e o interesse de agir.

COMENTÁRIOS:
São 3 as Condições da Ação:
1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO;
2. INTERESSE DE AGIR;
3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM}.

RESPOSTA CERTA: &

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QUESTÃO 39: Banco Central - Procurador [FCC] - 08/01/2006


São elementos que identificam a ação
a) o mesmo Juiz, as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo
pedido.
b) somente a causa de pedir e o pedido.
c) as partes, a causa de pedir e o pedido.
d) somente as partes e o pedido.
e) o nome que o autor der à ação, as mesmas partes e o mesmo pedido.

COMENTÁRIOS:
São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP):
1. PARTES - Autor e Réu. São os que efetivamente
participam da relação jurídica processua l, triangularizada
com a figura do Juiz, mediante o contraditório.
2. CAUSA DE PEDIR - constitui-se dos fatos e dos
fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada
mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como
dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes.
3. PEDIDO (OBJETO) - é a parte final da Ação, consistente
na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela
jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do
autor.

RESPOSTA CERTA: &

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EXERCÍCIOS com GABARITO

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QUESTÃO 16: TRE - MA - Analista Judiciário - Judiciária [CESPE] -


21/06/2009 {ADAPTADA}.
A respeito da jurisdição, da ação, da competência, do processo e dos
pressupostos, segundo o direito processual civil, julgue os itens abaixo:
a) O meio de se provoca r a jurisdição é a exceção processual, direito público
subjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litígio.
b) A teoria eclética da ação - que não é adotada pelo CPC - proclama que a
jurisdição só pode ser acionada se houver o direito material postulado.
c) Pressupostos processuais em sentido lato são requisitos que legitimam o
autor a pleitear a tutela do Estado.
QUESTÃO 17: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e
Parcelamento [CESPE] - 26/09/2010.
Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência de
relação jurídica.
QUESTÃO 18: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e
Parcelamento (CESPE] - 26/09/2010.
A ação é um direito subjetivo que se vincula ao direito material da parte.
QUESTÃO 19: DPU - Agente Administrativo [CESPE] - 30/05/2010.
O interesse de agir
a) é aspecto processual de natureza subjetiva que impede a análise pelo juiz.
b) significa que será legit imado a atua r em juízo apenas o titu lar do interesse
levado a juízo pela demanda.
c) consiste na adequação do provimento jurisd icional e na necessidade da
tutela pretendida pelo demandante.
d) estará presente quando não houver, pelo ordenamento jurídico, vedação ao
pedido deduzido na inicial.
e) apenas ficará configurado se o resu ltado final do processo for favorável ao

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aut or.
QUESTÃO 20: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009.
Conforme raciocínio possível a partir da teoria eclética da ação, adotada pelo
CPC, no caso de ação de conhecimento ajuizada com o fim de obter a
condenação de alguém ao pagamento de quantia já expressa em t ít ulo
executivo extraj udicial válido e vencido, existe carência de ação por ausência
do interesse de agir, e não improcedência do pedido por falta de direito à
tutela requerida .
QUESTÃO 21: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009.
Afirmar que o CPC adotou a teoria da substanciação do pedido em detrimento
da teoria da individuação significa dizer que, para a correta identificação do
pedido, é necessário que constem da inicia l os fundamentos de fato e de
direito, também identificados como causa de ped ir próxima e remota .
QUESTÃO 22: TRT 9 ª - Analista Judiciário - Judiciária [CESPE] -
11/11/2008.
As condições da ação tor nam possível o surgimento de uma relação jurídica e
válido e regular seu desenvolvimento .
A ausência de qua lquer uma dessas condições acarreta a nulidade do processo
no todo, ou em parte, ou, ainda, o indeferimento liminar da petição inicial.
QUESTÃO 23: OAB - Exame de Ordem 2008- 1 [CESPE] - 18/05/2008.
A respeito da jurisdição e da ação, assinale a opção correta .
a) Caso seja iniciado um procedimento de jurisdição contenciosa, este deve
seguir até a sentença final no procedimento escolhido pelo autor, não sendo
possível transformar o contencioso em voluntário por ato subseqüente ou por
manifest ação de vontade de qua lquer das partes.
b) As cond ições da ação dev em ser v erificadas pelo juiz desde o despacho de
recebimento da petição inicial até a prolação da sentença, pois a falta de uma
delas durante o processo caracteriza a ca rência superv eniente, que enseja a
extinção do processo sem resolução do mérito.

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c) Duas ações são consideradas idênticas quando ocorrer identidade de partes,


objeto e causa de pedir. Assim, caso seja verificada , no cotejo entre as duas
ações, a invocação de norma jurídica diversa em cada uma delas, haverá
pluralidade de causas de pedir.
d) Na chamada jurisdição voluntária, a composição dos litígios é obtida pela
intervenção do juiz, que substitui a vontade das partes litigantes por meio de
uma sentença de mérito, aplicando, no caso concreto, a vontade da lei.
QUESTÃO 24: OAB - SP - 134° Exame de Ordem [CESPE] -
27 /01/2008.
O interesse de agir é
a) faculdade da ação.
b) elemento da ação.
c) condição da ação.
d) pretensão.
QUESTÃO 25: TRT - 7ª Regi ão - Analista Judiciário - Administrativa
[FCC] - 11/10/2009 {ADAPTADA).
No que concer ne à ju risdição e à ação, é INCORRETO afirmar:
a) nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o
interessado a requerer, nos casos e forma legais.
b) ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando
autorizado por lei.
c) o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência ou da
inexistência de relação jurídica.
d) ocorrendo violação do direito não é admissível a ação declaratória.
QUESTÃO 26: OAB - SP - 136° Exame de Ordem [CESPE] - 14/09/2009
{ADAPTADA).
Assinale a opção correta acerca da jurisdição, da ação e do processo.
a) Uma das características da jurisdição é a aptidão para a coisa ju lgada; por

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conseguinte, somente haverá jurisdição se houver coisa julgada material.


b) O princípio do juiz natural tem por finalidade garantir a prestação da tutela
jurisdicional por juiz independente e imparcia l.
c) A capacidade de estar em juízo, o interesse de agir e a possibilidade jurídica
do ped ido são considerados elementos da ação.
QUESTÃO 27: TCE - AP - Procurador de Contas [FCC] - 17/10/2010.
São elementos da ação:
a) autor, réu e juiz.
b) juiz, provas e sentenças.
c) partes, causa de pedir e pedido.
d) legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido.
e) ju risdição, demanda e defesa.
QUESTÃO 28: TRT 12ª - Téc. Judiciário - Administrativa FCC] -
10/10/2010.
A legitimidade das partes e a possibilidade jurídica do pedido são condições da
a) ju risdição e da ação, respectivamente.
b) jurisdição .
c) ação e da jurisdição, respectivamente.
d) ação.
e) competência funcional.
QUESTÃO 29: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário - Administrativa
[FCC] - 07 /09/2008.
O direito de ação é objetivo, decorre de uma pretensão e depende da
existência do direito que se pretende fazer reconhecido e executado.
QUESTÃO 30: TRT 23ª - Analista Judiciário - Judiciária [FCC] -
24/06/2008.

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É totalmente correto afirmar que o direito de ação é um direito


a) subjetivo, privado, autônomo e concreto.
b) subjetivo, público, autônomo e abstrato.
c) objetivo, público e vincu lado ao resultado do processo.
d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo.
e) objetivo, privado, concreto e abstrato.
QUESTÃO 31: TRT 4ª - Analista Judiciário - Administrativa [FCC] -
20/08/2008.
A respeito da jurisdição e da ação, é correto afirma r que
a) o interesse do autor não pode lim itar-se à declaração da autenticidade de
documento.
b) é adm issível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
direito.
c) não é necessário ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a
ação.
d) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da existência ou
inexistência de relação jurídica.
e) o interesse do autor não pode lim itar-se à declaração da fa lsidade de
documento.
QUESTÃO 32: TRT 20ª - Técnico Judiciário - Administrativa [FCC] -
11/06/2008.
No que concerne à Jurisdição e à Ação, de acordo com o Código de Processo
Civil, é correto afirmar que
a) a jurisdição civil contenciosa e voluntária é exercida pelos juízes e membros
do Ministério Público em todo o território nacional.
b) o juiz prestará a tutela jurisdicional ainda que não haja requerimento da
parte ou do interessado, nos casos e formas legais.

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c) para propor ou contestar ação basta ter legitimidade .


d) ninguém poderá pleitear, em regra, em nome próprio, direito alheio.
e) o interesse do autor não pode lim itar-se à declaração de inexistência de
relação jurídica.
QUESTÃO 33: TRT 9ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] -
12/09/2004.
A res peito do direito de ação, é INCORRETO afirmar que
a) é o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário uma decisão
sobre uma pretensão.
b) é dependente e vinculado ao direito material ou à relação jurídica material
existente entre as partes.
c) é assegurado pela Constituição, a qual garante que a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a di reito.
d) são condições de seu exercício: a legitimidade, o interesse de agir e a
possibil idade jurídica do pedido.
e) são elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de
pedir.
QUESTÃO 34: TRT 2ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] -
15/02/2006.
Considere as afirmativas:
I. Não se exercita a jurisdição para responder questões abstratas e puramente
teóricas, sendo necessário que a parte tenha interesse de agir.
II. O interesse do autor pode limitar-se à declaração de existência ou
inexistência de relação jurídica .
III. Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando
autorizado por lei .
I V. O juiz poderá prestar tutela jurisdicional, independentemente de
requerimento da parte ou do interessado.

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Está correto o que se afirma APENAS em


a) I e II.
b) I, IIeIII.
c) I, II e IV.
d) II e III.
e ) II, III e IV.
QUESTÃO 35: TRE-BA - Analista Judiciário - Judiciário [FCC] -
21/09/2003.
O interesse de agir como condição da ação con siste na
a) formulação de pretensão que, em tese, seja possível de acordo com a
ordem jurídica brasileira.
b) legitimação para agir daqueles que forem sujeitos da relação jurídica de
direito material t razida a juízo .
c) necessidade de se reco rrer ao Judiciário para a obtenção do resu ltado
pretendido.
d) faculdade de acompanhar a prova produzida pela parte contrá ria e fazer
contraprova.
e) faculdade de contratar advogado para formular pretensão em juízo.
QUESTÃO 36: TCE-SE - Subprocurador [FCC] - 01/01/2003.
A reg ra do artigo 60 do Código de Processo Civil, segundo a qual, "ninguém
poderá pleitear, em nome próprio, di reito alheio, salvo quando autorizado por
lei", se refe re à figura do
a) representante processual.
b) curador de ausentes.
c) litisconsorte necessário .
d) advogado da parte que for incapaz .
e) substituto processual.

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QUESTÃO 37: METRÔ - Secretária Pleno [FCC] - 21/03/2010.


Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência de
relação jurídica.
QUESTÃO 38: TCE-SP - Auditor [FCC] - 20/01/2008.
São condições da ação, a
a) citação válida no processo de conhecimento e a competência do órgão
jurisdicional.
b) competência do órgão jurisdicional e o interesse de agir.
c) legitimidade de parte e a possibi lidade jurídica do pedido.
d) possibilidade jurídica do pedido e a imparcialidade do Juiz.
e) competência do órgão jurisdicional e o interesse de agir.
QUESTÃO 39: Banco Central - Procurador [FCC] - 08/01/2006
São elementos que identificam a ação
a) o mesmo Ju iz, as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo
pedido.
b) somente a causa de pedir e o pedido.
c) as partes, a causa de pedir e o pedido.
d) somente as partes e o pedido.
e) o nome que o autor der à ação, as mesmas partes e o mesmo pedido.

GABARITOS OFICIAIS

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16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
EEE e E e e e E B e D
26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
B e D E B B D B B e
36 37 38 39
E e e e

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RESUMO DA AULA

No Direito Processual Brasileiro formou-se 3 (três) correntes


distintas na tentativa de defini r de forma completa e abrangente o conceito e a
natu reza da Ação, as quais destacaremos abaixo:
1. Ação como Direito Autônomo e Concreto - para esta
corrente a Ação é um direito autônomo em relação ao direito
material protegido, mas ele somente seria reconhecido se a
decisão judicia l fosse favorável ao autor. Apenas se após a
decisão judicial o direito material abrangido restasse
configu rado é que seria reconhecido o ao autor o direito de
Ação. Assim, o direito de Ação seria posterior mente
dependente da efetiva existência do direito material. Por isso
que a Ação seria um Direito Autônomo inicialmente, mas
Concreto ( dependência posterior da concretude do direito
material).
2. Ação como Direito Autônomo e Abstrato - a Ação é
autônoma e independente do direito material protegido,
sendo um direito preexistente ao processo e a qua lquer outra
re lação jurídica. Assim, o autor tem direito de ação mesmo
na hipótese de sua pretensão posta em juízo não ser
acolhida. Exemplo: autor ajuíza ação solicitando
reconhecimento de um direito de posse de determinado bem;
o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, o
autor não terá o direito material levado a juízo, mas mantém
incólume seu direito de ação, direito de levar a juízo sua

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pretensão) .
Para esta teoria, existem 2 relações jurídicas diversas
envolvidas no processo:

1. Direito de Ação - relação processual entre o Autor


e o Estado-Juiz;
2. Direito Material - relação ju rídica material entre as
partes do processo (Autor e Réu), que estão em
conflito.

3. Teoria Eclética do Direito de Ação - para esta teoria, o


direito de Ação não é totalmente concreto e nem é
totalmente abstrato ( é uma mistu ra das duas teorias
anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato,
inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas
deve preencher os requ isitos necessários para seu exercício
( direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas
cond ições conferem ao direito de Ação um aspecto mais
concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em
carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de
Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na
doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos
do CPC.

CF-88
Art. 5
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;
A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina
mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita
como a dom inante para qualquer efeito.
Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale
frisar suas pri ncipais características, para fins de memorização :

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• Direito Público Subjetivo - direito de agir, provocando a


atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e
Estado-Juiz - relação processual);
• Direito Autônomo - a natureza do direito de Ação (r elação
processual) é distinta da natureza do direito material (r elação
material: Autor e Réu ) afirmado em juízo pela parte;
• Direito Abstrato - a existência do direito de Ação
independe da efetiva existência do direito material. O
sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça.
São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP):
1. PARTES - Autor e Réu. São os que efetivamente
participam da relação jurídica processual , triangula rizada
com a figura do Juiz, mediante o contraditório.
2. CAUSA DE PEDIR - constitui-se dos fatos e dos
fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada
mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como
dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A
Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação
da Teoria da Substanciação):
i. Causa de Pedir Remota (Fática) - relaciona-se com o fato,
sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva e
concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato terá
repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e descrito.
ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) - é a descrição das
consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. !Não é
necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê
sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias
consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que lei,
artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito requerido) .

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Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o direito (Pr incípio


do iura novit cúria) . O que importa é o autor mencionar qual a
consequência jurídica do fato.
Teoria da Substanciação da Causa de Pedir.
O Direito Processual Brasileiro adotou esta teoria, ao exigir os Fatos
e os Fundamentos jurídicos como elementos da causa de pedir e não
somente a fundamentação legal ( definição exata da norma
aplicável : lei, dispositivo, etc). Para esta Teoria, o mais importante é
a descrição fática correta, pois é esta que limita o conhecimento do
Juiz quando for decidir a ação. Isto porque, a fundamentaçã10 legal
definida pelo autor não é vinculante ao Juiz, que pode da r outra
interpretação e aplicação jurídica para os mesmos fatos. Exemplo: o
autor que alega em juízo a apl icação do Código de Defesa do
Consumidor ao caso apresentado nos autos; o Juiz, diante do caso
concreto, poderá afastar sua aplicação, pelo Princípio do iura novit
cúria, e definido a norma jurídica adequada ao caso (com base nos
fatos alegados).
A Teoria da Substanciação contrapõe-se à Teoria da Individuação,
que preleciona a necessidade de apresentação, pelo autor, apenas
dos fundamentos jurídicos do pedido, não havendo necessidade de
apresentação dos fatos. Esta última Teoria é rechaçada pela
doutrina pátria, sem aplicação no Direito Brasileiro.

3. PEDIDO (OBJETO} - é a parte final da Ação, consistente


na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela
jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do
autor.
Para a doutrina, o pedido divide-se em 2:
• Pedido Imediato - é exigência formulada contra o
Estado-Juiz de prestação da tutela jurisdicional; ou
seja, é a providência jurisdicional ou espécie tutela

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jurisdicional solicitada pelo autor.


• Pedido Mediato - é o pedido do autor para que o réu
submeta-se à pretensão de direito material do autor,
isto é, trata-se do bem jurídico pretendido.
Condições da Ação:
1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - o pedido do
autor não pode ser vedado pelo ordenamento jurídico
brasileiro. Qualquer pedido do autor que seja contrário à
lei, será reputado como juridicamente impossível de
sequer ser apreciado pelo Poder Judiciário. É preciso que o
pedido possa ser atendido, ou seja, que o pedido seja
juridicamente viável.
2. INTERESSE DE AGIR - o interesse de agir depende de
dois aspectos relevantes:
a. Necessidade/Utilidade da Ação - o processo deve
ser o meio necessário, além de qualquer outro, para
que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão.
Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como
mais uma forma do autor "resolver seu problema ",
devendo ser o único caminho existente para solução do
conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta
pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente
quando não houver outra forma de dirimir a lide. O
processo deve ser o meio necessário e útil para a parte
ter o seu conflito resolvido.
b. Adequação da Ação - a ação proposta pelo autor
deve ser a adequada para o caso apresentado ( o
procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto,
adequado e previsto na norma processual). Não há
como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for
caso de Mandado de Segurança.

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3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM} - é a


relacão que o titular do direito material tem com o direito
processual, que só poderá ser aferida no caso concreto do
processo, nunca em abstrato ( é a pertinência subjetiva do
autor com o direito material controvertido) . O autor deve
ser o t itular da pretensão proposta em juízo, bem como, o
réu deve ser aquele que efetivamente se sujeitará à
eventual sentença de procedência da ação (Legitimidade
do Autor e do Réu - Legitimação Ativa e Passiva) .
A Legitimidade Ad Causam poderá ser:
a) Legitimidade Ordinária - quando os próprios
t itu lares do direito pleiteado são os autores da
demanda. Na legitimação ordinária há coincidência
entre o legitimado e o sujeito da relação jurídica
discutida em juízo. Significa que se alguém vai a
juízo e é t itular do interesse próprio, então ele é o
legitimado ordinário. Essa é a regra.
b) Legitimidade Extraordinária (Substituição
Processual) - quando a lei autoriza terceiros a
atuarem em juízo em nome próprio, mas na def esa de
interesse alheio (interesse do titular do direito ) , em
substituição do legitimado ordiná rio.
Segundo a Teoria da Asserção (Teoria da Afirmacão; Teoria da
Verificação das Condições da Ação, Teoria in Status Assertionis ) , a anál ise das
condicões da acão deve ser feita apenas a partir do que foi afirmado pelas
partes (assertivas ou afirmacões da parte) . Já a Teoria da Exposição (Teoria
da Comprovacão) defende que as condições da Ação devem ser comprovadas
pelo autor por meio de producão de provas. É uma teoria minoritária, portanto,
não aplicável para fins de concurso público, salvo em provas subjetivas que a
cobrem expressamente.

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Quanto ao provimento jurisdicional solicitado pelo autor no


processo, as Ações podem ser :
a) Ações de CONHECIMENTO (Cognição) têm por
final idade solicitar ao Poder Judiciário a certificação do
direito, o reconhecimento de um direito. As Ações de
Conhecimento são subdivididas em outras 3 (três)
classificações:
1. Ação Meramente Declaratória - é a Ação
citada anteriormente, que tem por objeto a
declaração da existência ou inexistência ou do
modo de ser de uma situação jurídica, bem como
a declaração de autenticidade ou fa lsidade de um
documento. As Ações Declaratórias têm efeito
ex-tunc, retroagindo à data do fato declarado.
2. Ação Constitutiva ou Desconstitutiva -
visam à modificação, criação ou extinção de uma
relação ju rídica material preexistente. Para o
manejo de uma Ação Constitutiva, o autor deve
ostentar um dos Dire itos Potestativos, que são
aqueles que conferem ao seu titu lar o poder de
jurídico de impor a outro sujeito a modificação,
criação ou extinção de relações jurídicas. Os
efeitos desta Ação são ex-nunc, para o futuro, a
partir da sentença.
3. Ação Condenatória - o pedido do autor
será pela declaração da existência ou inexistência
de relação jurídica (reconhecimento do direito
materia l) e pela fixação de obrigação
(condenação) ao réu de dar, fazer, não fazer
ou pagar quantia em dinheiro
(reconhecimento + condenação), que, se não
cumpridas, confere ao réu o direito de exigir do

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Poder Judiciário que execute sua própria


decisão.
As Ações Condenatórias têm efeito ex-tunc
(para trás - retroativo), pois também certificam
direitos/relações jurídicas preteritamente
constituídas.

b) Ações de EXECUÇÃO - solicita ao Poder Judiciário a


efetivação de um direito já reconhecido. É uma ação de
caráter satisfativo do direito do credor, mediante atos
coativos do Judiciário de impelir o réu ao adimplemento da
obrigação que deveria ter cumprido voluntariamente. No
processo de execução, a atividade jurisdiciona l será restrita a
atos necessários à satisfação do direito do credor e a
compelir o devedor a adimplir a obrigação, pagando a
quantia devida, entregando a coisa, fazendo ou não fazendo
algo.
c) Ações CAUTELARES - solicita ao Poder Judiciário a proteção
de um direito (tem natureza acautelatória). Por meio da
Ação cautelar, o autor visa assegurar a eficácia de outra Ação
(ação de conhecimento ou de execução). A Ação cautelar é
um instrumento de garantia das demais ações, justificando-
se pela demora na atuação e satisfação do direito por meio
do processo de conhecimento até a sua execução. A
concessão da Cautela ( deferimento da Ação Cautelar)
ocorrerá se ficar comprovada a probabilidade do direito do
requerente (fumaça do bom direito) e a possiblidade de
ocorrência de dano de difícil reparação (perigo da demora) .
Quanto à natureza da relação jurídica/ causa de pedir
próxima:
1. Ações Reais - ação que trata de um direito Real . Exemplo :

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ação que versa sobre direito de propriedade mobiliá ria ou


imobiliária .
2. Ações Pessoais - ação que trata de um direito Pessoal.
Exemplo: ação que versa sobre um contrato de prestação de
serviços.
Quanto ao objeto do pedido Mediato:
1. Ações Mobiliárias - quando o pedido for móvel.
2. Ações Imobiliárias - quando o pedido for Imóvel;

Até a próxima Aula!


Ricardo Gomes
Por sua aprovação!

LEGISLAÇÃO ESTUDADA
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO -
AUDITORIA GOVERNAMENTAL
TEORIA E EXERCÍCIOS
AULA3
PROF: RICARDO GOMES

CAPÍTULO II
DA AÇÃO
Art. 3o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 4o O interesse do autor pode limita r-se à declaração:
1 - da existência ou da inexistência de relação jurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.
Parágrafo ún ico. É adm issível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
direito.
Art. So Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação jurídica de cuja existência
ou inexistência depender o ju lgamento da lide, qua lquer das partes poderá requerer que o juiz
a declare por sentença. (Redação dada pela Lei nº 5. 925, de 1973)
Art. 60 Ninguém poderá pleitea r, em nome próprio, di reito alheio, salvo quando
autorizado por lei.

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