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Departamento de Linguagem e Tecnologia

Graduação Letras – Disciplina: Estudos introdutórios de edição


Prof. Dr. Rogério Barbosa Silva
Nome: Rodrigo de Oliveira Santos
Tema: Fichamento – Impressos no Brasil: dois séculos de livros brasileiros
BRAGANÇA, Aníbal; ABREU, Marcia. In: Impressos no Brasil: Dois séculos de livros
brasileiros. DUTRA, Eliana de Freitas. Cap. 3: Leitores de Além-mar: A editora Garnier e sua
aventura editorial no Brasil. Editora Unesp. 2010

O primeiro tópico aborda questões sobre a importância dos catálogos e o surgimento do editor na
primeira metade do século XVIII e sua contribuição ao longo do tempo como “fiador intelectual
e financiador econômico dos talentos literários” (Dutra, p.68).

O autor também coloca em pauta a importância dos catálogos como instrumento necessário à
formação de uma comunicação entre o leitor e o editor. Assim, os catálogos seriam os
instrumentos de orientação para os leitores. “(...) Noção de catálogo de livraria como instrumento
topográfico, o qual define e estabelece lugares, ou seja, disposições espaciais, e ordem, ainda que
por vezes imaginários, para leitores e leituras” (Dutra, p.68). Seria então, na fala dele, que “(...) a
ideia do catálogo como complementar à biblioteca, entendida não como um espaço físico para
acumulação de livros ou um lugar de leitura, mas, sobretudo, como um lugar simbólico que acolhe
novas relações com o tempo” (Dutra, p.69).

Ele afirma que entre os séculos XIX e XX, o editor manteve um “poder midiático e um poderoso
instrumento cultural de troca intelectual, artística e literária, bem como de construção identitária”
(Dutra, p.68). Ou seja, o editor é aquele que vai determinar o tipo de livro que irá circular no
mercado, levando a uma formação cultural dos leitores e a criação de uma identidade para um
determinado povo ou território. “O editor, homem dos livros, é aquele que (...) realiza plenamente
a vocação de pôr fim “à dispersão dos saberes e à errância dos homens de cultura” ” (Dutra, p.69).

O autor menciona ainda o traçado histórico da livraria Garnier, o qual se tornou famosa no mundo
todo por meio do comércio de livros. Inaugurada em 1837 na França pelos irmãos François
Hippolyte, Auguste Désiré e Pierre Auguste, a livraria utilizava métodos inovadores como
exposição de livros na rua e o acolhimento de novos autores no auge do Romantismo para
conseguir vendas. Batiste Louis, outro irmão, ligou-se à empresa e inaugurou uma filial no Rio
de Janeiro. Alguns anos depois ele assume condição de proprietário exclusivo da livraria.

O catálogo da livraria de 1857 – 1858 era formado por dilemas, debates e assuntos da política
francesa em geral sobre organização política e revoluções. A política de Aristóteles, O Estado ou
A República de Platão, O príncipe e o discurso de Tito Lívio, de Maquiavel, O espírito das leis e
Grandeza e decadência dos romanos, de Montesquieu entre outras obras de prestígio.

“Os demais catálogos de 1857 tratam de: Filosofia; História Natural, incluindo Geologia, Química,
Física, Botânica, Agricultura e Horticultura; Medicina, lado a lado com a Cirurgia, Anatomia,
Farmácia, Homeopatia, Veterinária e Magnetismo; Matemática, agrupada com Astronomia;
Geodésia e, curiosamente, máquinas a vapor, caminhos de ferro, mecânica, telegrafia, eletricidade.
O de Arts et Métiers inclui economia doméstica, indústria, pesca, caça, jogos, Belas-Artes,
fotografia e manuais (...). O de Belas-Letras anuncia poetas, autores dramáticos, conto, crítica;
outro se dedica especialmente às novelas, romances e variedades. ” (Dutra, p.75).

A história teve lugar marcado nos catálogos subsequentes. Segundo o autor, tivemos Biografias
universais, memórias, Crônicas e Anedotas. Livros sobre o estudo aprofundado da história como
Intrdução à ciência da História, de M. Buchez marcavam as ideias da história contemporânea.
Dos nomes que podemos citar a respeito dos autores temos: Chateubriand: A análise racional da
França; Alphonse de Lamartine; Victor Cousin; M. Danau: Curso de estudos históricos; François
Guizot; Jules Michelet; Emile Lefranc; Victor Duruy (ministro de Napoleão): História grega,
história romana e História santa; o conde de Gobineau com o Ensaio sobre a desigualdade das
raças humanas; Thomas Macaulay: História da Inglaterra e Leopold von Ranke: História da
França. Todas essas obras contribuíram muito para o desenvolvimento de estudos consolidados
da História no IHBG (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro).

Em relação ao Brasil, os catálogos só começaram a aparecer por volta de 1863. A primeira


novidade é a linguagem dos livros os quais começaram a ser escritos em português e com títulos
oferecidos também nesse idioma. “Outra mudança interessante é a dos núcleos temáticos, que,
com oferta de obras traduzidas, mostram um catálogo agora montado exclusivamente para o
público brasileiro e bem de acordo com as características da sociedade do país. ” (Dutra, p.80).
Os núcleos se dividem. Tais núcleos dividiam-se em Religião, livros de Educação e clássicos de
instrução; História e Geografia; Direito, Economia Política, Finanças e Comércio; Medicina,
Homeopatia e Magnetismo; Poesias e Literatura; Romances e Novelas; Obras Diversas. Até os
mapas das capitanias do Império tiveram destaque nos catálogos brasileiros.

“A realidade social e sanitária brasileira adentra também o catálogo dos títulos de Medicina, por
meio de vários tratados sobre a cólera, a febre amarela e doenças venéreas. ” (Dutra, p.82);

Importante destacar, em relação à Literatura, autores nacionais que fizeram parte como José de
Alencar com O guarani entre outros diversos de igual importância.

No catálogo de 1920, há um grande aumento dos títulos:

“(...) aqui se incluem cadernos de escrita e de leitura manuscrita, cadernos de caligrafia, alfabetos,
livros de noções de aritmética e sistema métrico, de leitura, de redação e estilo e de estudo da
Língua Portuguesa, dicionários universais e enciclopédicos da língua portuguesa e de línguas
estrangeiras, atlas de geografia e História, corografias, livros de História Universal e História do
Brasil. (Dutra p.83);

A área de Religião se une à moral, continua a ter um espaço expressivo no catálogo de 1920 e a
área de Medicina agora se vincula a de higiene. “A de jurisprudência reflete organização mais
racional, com a divisão em Direito Administrativo, Civil, Comercial, Eleitoral, Internacional e
Diplomático (...). ” (Dutra, p.84);

Segundo o autor, “a parte mais expressiva do catálogo é a Literatura, agora dividida em prosa,
poesia, teatro, e também, embora em menor número, viagens, história, memórias (...)” (Dutra,
p.84).

Todo esse aparato da livraria Garnier contribuiu para a formação da cultura, de forma a
contemplar seus catálogos através do tempo. Isso mostra, de uma certa forma, como os livros são
importantes para a disseminação do conhecimento global.

“(...) a livraria com a presença marcante na vida intelectual brasileira e o êxito comercial que teve
a Garnier é de saída um indicador não da ilusão de uma mediação, mas do papel cosmopolita de
catálogos aqui percorridos, os quais deram sua contribuição a um novo tempo da História do
Brasil (...)” (Dutra, p.87).

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