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Provas:
P1 – 19/05 – dissertativa – resolver casos
P2 – 14/07 – objetiva
Substituição – 28/07 – escolhe uma das provas para substituir ou substitui as duas
Bibliografia:
- Fredie Didier Jr. - Curso de Direito Processual Civil – Vol. 1 Cap. de cognição judicial e
cap. do princípio da adequação*; Vol. 2 – Cap. 13 – tutela provisória
- José Miguel Garcia Medina – Processo Civil Moderno (para OAB e concursos)
3 unidades:
UNIDADE 2 – Tutela provisória (nomenclatura proposta pelo CPC 2015 – Arts. 294-311)
Tutela cautelar (encolhidas no CPC 2015 – condensadas no art. 301)
Antecipação da tutela
Tutela da evidência (311 – prescinde do elemento urgência)
1.1. TUTELA COMO JULGAMENTO DO “MÉRITO” (Escola de São Paulo – Enrico Tulio
Liebmann)
Problema do Novo CPC – não traz mais o termo “condições da ação”.
Buzaid – mérito é lide, o conflito de interesses – o juiz presta tutela jurisdicional quando
soluciona o conflito.
Carnelutti – lide é um conflito de interesses caracterizado pela pretensão resistida
(pretensão = ato de exigir ≠ da pretensão do direito civil [Pontes]). Essa lide do Carnelutti
é a sociológica, ele fala do conflito que é anterior ao processo. Mas o juiz julga o que está
na realidade ou nos autos?
O juiz só resolve conflitos? E a jurisdição voluntária?
Mudança pela CF 1988 – a tutela tem em vista não só os direitos tradicionais, mas
também os direitos transindividuais (que só se pode usufruir em grupo), é indivisível.
- difusos (grupo de pessoas indeterminadas) - Ex: meio ambiente, consumidor, bom uso
do patrimônio público. O titular do direito é o próprio grupo.
- coletivos: grupo, categoria ou classe determinável - CDC. Ex: direito da advocacia ao 1/5
constitucional.
- individuais homogêneos: não são transindividuais, na realidade, não pertencem a um
grupo, pertencem ao indivíduo, mas são diferentes dos tradicionais, porque surgem em
grande quantidade pela nossa sociedade de massa e pelos produtos consumidos,
competindo a um grande número de indivíduos. Eles tem uma origem comum
normalmente, então é possível tutelar eles de uma forma coletiva, em bloco, em grupo.
Teori – a tutela de direitos coletivos (difusos e coletivos) e a tutela coletiva de direitos
(individuais homogêneos).
Art. 5º, XXXV – CF (direito de ação) – de que direito se fala aqui? Os tradicionais
somente? Não, mas também os transindividuais.
Arenhart – a tutela coletiva de direitos individuais: contra a ideia de multiplicar ações
individuais – não gerar condições contraditórias.
Ver art. 3º, §§ 1º e 3º – arbitragem e mediação (esta busca tratar o conflito, a solução é
uma consequência). Para esse artigo, a arbitragem é atividade jurisdicional, pelo que
entende o professor. Marinoni e Mitidiero negam isso.
→ estético: ao corpo
C) relações entre ilícito e dano
Obs: a sentença condenatória somente constitui o título executivo, não satisfaz nada, pois
a satisfação depende da execução.
Tutela
● Ilícito
○ Preventiva -> impedir/inibir a concretização da ameaça - "Tutela
inibitória" - sentença mandamental
■ prática - ex: colocação de lixo em local proibido 1 vez
■ continuação - ex: indústria poluidora
■ repetição - ex: notas veiculadas a cada semana
ex: interdito proibitório - leva em conta a ameaça de esbulho
ou turbação da posse
ex: ação de nunciação de obra nova - no CPC 73 tinha
procedimento especial, e no novo código ela não aparece
mais. mas ainda se tem essa ação, ela só não tem um
procedimento especial. é um embargo de obra que começou e
não acabou - ilícito continuado
■ tutela punitiva -> retribuir o ilícito por meio de uma pena - não
aparece no art. 497.
Normalmente desempenhar essa tutela não é papel do direito
privado e do processo civil. Isso aparece no direito público,
principalmente no direito penal, administrativo e tributário
(multa).
No direito privado, podemos apontar um exemplo: indignidade
para suceder: caso em que descendente mata ascendente,
não participa da herança.
● Dano
○ Preventiva
■ Tutela cautelar - visa impedir a concretização do dano iminente
ao direito subjetivo; ela não é capaz de impedir a prática do ato
ilícito, mas do dano.
Tem a característica de conservar, preservar, garantir,
assegurar o direito contra o perigo de dano iminente.
Ex: arresto (301) - bloqueio de bens assegurativo, não
satisfativo - garante a existência de bens para serem
penhorados no futuro, mas não impede que haja o ilícito (não
pagamento voluntário).
○ Repressiva
■ ressarcitória - ressarcir/compensar o prejuízo/dano.
● pelo equivalente pecuniário - prestada pela sentença
condenatória.
Os processualistas do sul não gostam da sentença
condenatória, porque ela é somente um pedaço de
papel, e só na fase de cumprimento é que há uma tutela
efetiva (dinheiro). No Código Buzaid (73 original), ela
era a única forma de conseguir o ressarcimento.
● na forma específica ("in natura") - hoje é muito mais
importante o serviço ou a coisa do que somente o
dinheiro - busca reconstituir, restaurar o interesse
lesado. - prestada pela sentença mandamental e pela
executiva lato sensu - ordem dirigida ao réu para que
ele preste o serviço ou restitua a coisa.
Surgiu em 1994 no CPC 73 - art. 461. No CPC 15 está
no 499.
Eventualmente, será necessário um meio de coerção do
devedor:
○ coerção indireta: o Estado incentiva o sujeito
devedor a realizar o pagamento. ex: multa.
○ coerção direta: o Estado substitui o sujeito
devedor e realiza o pagamento. ex: penhora.
3. COGNIÇÃO JUDICIAL
3.1. Noção
3.2. Planos
Dois exemplos:
Dessa ideia de processo justo podemos retirar outros princípios não positivados - o
processo justo deve ser adequado à finalidade que ele visa atingir. Logo, Fredi Didier
deduz esse princípio do direito fundamental a um processo justo, ou também o chamado
modelo constitucional de processo civil. É um processo que alcança determinado padrão
de processo. Um processo formalista nem sempre vai servir como um processo justo.
Podemos também entender que o princípio da adequação vem da ideia de
equidade aristotélica - justiça no caso concreto, não universal. Há uma tensão entre a
norma, que é geral, e o caso, que é específico. Há situações, ainda, que sequer se tem
regra geral e a partir do caso, pela equidade, o juiz vai normatizar o caso.
Quando o processo judicial precisa ser ajustado em relação aos sujeitos que
dele participam. Deve-se levar em conta algumas características, problemas de um
determinado sujeito do processo, e de repente estabelecer regras que levam em conta
essas peculiaridades.
EXs: prazos especiais em dobro para a Fazenda, a Defensoria e o MP. Uma
das explicações é a deficiência de pessoal, outra é a impossibilidade de escolher causas.
Esses sujeitos não podem escolher as causas em que vai atuar, ao contrário do advogado
privado; Estatuto da deficiência - traz deveres de inclusão para os diretores do poder
judiciário.
A) NOÇÃO
Aquela realizada pelo legislador. Normas legais que ajustam o
processo aos seus sujeitos, tipo de conflito e finalidade.
Art. 22, I da CF - legislar sobre processo é competência
exclusiva federal.
Art. 24, XI da CF - outorga competência legislativa concorrente
à União e aos Estados membros para legislar sobre procedimentos
em matéria processual.
Questões de processo são aquelas normas que dizem respeito
à relação jurídica processual - direitos, deveres e poderes das partes
e do juiz. Questões de procedimento dizem respeito a uma sequência
de atos. Existe um espaço para o legislador estadual, mas não é
muito claro.
B) CARACTERÍSTICAS
A adequação leva em conta critérios gerais, vai se estabelecer
normas gerais e abstratas.
Também pode se dizer que devem ser prévias, que buscam
regular casos futuros.
A criação de normas a partir de discursos políticos.
C) EXEMPLOS
Procedimentos especiais trazidos pelo legislador. EX: ação
monitória, ação possessória, família, lei de falências, lei de locações.
São muitos procedimentos, o que torna difícil o manuseio do
direito, tornando a necessidade de manuseio de muitas leis, trazendo
conflitos entre várias leis. Ex: o novo cpc e as leis de procedimentos
especiais anteriores - qual aplicar quando há conflito? Surge um
conflito entre os critérios para solução dos conflitos normativos.
D) VIRTUDES E LIMITAÇÕES
A grande virtude está na segurança jurídica, entendida no
sentido do Prof. Humberto Ávila - uma segurança dinâmica marcada
por alguns fatores, como a cognoscibilidade do direito - possibilidade
de conhecer o que é o direito agora. É importante para saber o
procedimento a ser aplicado e as etapas a serem percorridas -
previsibilidade. Traz a ideia de um tratamento uniforme para todos os
que estão sob tal lei.
A grande limitação é que a norma é geral, e nem sempre os
casos específicos estarão devidamente previstos, isto é, ela não
consegue prever todos os casos possíveis. A lei geral não consegue
trazer uma customização específica a todos os casos particulares
com suas peculiaridades.
A. NOÇÃO E CARACTERÍSTICAS
a. é feita pelo juiz, que decide com base em um critério
técnico-jurídico.
b. se passa em um contexto de caso concreto e, portanto, se dá
a posteriori, depois do fato. O juiz vai fazer ajustes para que o
critério geral funcione no caso específico.
c. No CPC/73 não se tinha adequação feita pelo juiz. No
Anteprojeto do NCPC se tinha o art. 151, § 1º, que foi excluído
pelo Senado. O NCPC excluiu esse artigo genérico por
previsões específicas.
B. EXEMPLOS
a. 303, § 1º, I - NCPC
b. 139, IV - NCPC
c. 139, VI - NCPC
d. 357, § 3º - NCPC
e. 536, § 1º - NCPC
i. algumas dessas regras são chamadas as cláusulas
gerais processuais - Fredi Didier - cláusula geral não é
um tipo de norma, uma espécie normativa, mas uma
técnica de redação de texto normativo que é
caracterizada pela vagueza. Há uma dupla vagueza,
tanto no suporte fático quanto na consequência
normativa. Ela se opõe à técnica casuística, que traz
exemplos (ex: art. 80 ncpc). A cláusula geral é um fator
de mobilidade do ordenamento jurídico.
f. 301 - NCPC - trata das medidas cautelares.
C. VIRTUDES
a. dá atenção às peculiaridades do caso concreto, dando justiça
ao caso concreto.
D. LIMITAÇÕES
a. falta de previsibilidade e segurança
b. quebra da isonomia
A. NOÇÃO
a. As partes vão adequar o caso com base na autonomia da vontade.
b. também chamada de negócios jurídicos processuais.
B. EXEMPLOS
a. negócios jurídicos processuais típicos - pensados previamente pelo
legislador. ex: cláusula de eleição de foro; cláusula compromissória
da arbitragem; cláusula para alterar a distribuição do ônus da prova;
novidade do ncpc: escolha convencional do perito.
b. negócios jurídicos processuais atípicos - possibilidade de as partes
criarem outros acordos, antes ou durante a tramitação da causa, e
convencionar sobre direitos, poderes, deveres, faculdades e ônus do
procedimento. Isso eu visualizo antes do processo, na hora da
contratação - além da cláusula compromissória se coloca alguma
outra cláusula negocial processual. OLHAR ENUNCIADOS DO FPPC
- alguns trazem exemplos de negócios processuais que se poderia e
não se poderia fazer.
C. VIRTUDES E LIMITAÇÕES
a. Virtudes: fortalece a autonomia e a realidade das partes
b. insegurança, falta de isonomia etc
c. será que não queremos o melhor dos dois mundos: da arbitragem e
da justiça estatal?
NOÇÃO
CLASSIFICAÇÕES
QUANTO AO MOMENTO
QUANTO AO CONTEÚDO
QUANTO À VALIDADE
A) GERAIS - CC - agente capaz (está no art. 190 do cpc), objeto lícito*, forma
prescrita ou não defesa em lei
B) ESPECÍFICOS - art. 190 - capacidade plena, direitos que admitam
auto-composição (é uma expressão mais ampla que direitos disponíveis.
mesmo um direito indisponível poderia admitir autocomposição - exs:
direitos trabalhistas e direitos a alimentos. posso modificar a forma, o modo
de satisfação do direito indisponível, e não sobre a essência do direito).[ o
direito de ação como direito fundamental é indisponível? se é indisponível,
pode-se convencionar a sua vedação? diferença entre moficar a forma, o
modo de satisfação (como na arbitragem) da eliminação da essência do
direito. pensar em a incidência dos direitos fundamentais na esfera entre os
privados.], limitação no contrato de adesão (não se proíbe a inserção, mas a
inserção abusiva - o que seria essa inserção abusiva? a própria cláusula é
abusiva ou a forma como ela é inserida? cláusula geral exige a formação de
precedentes, que vão estabelecer de que maneira serão abusivas as
cláusulas); manifesta situação de vulnerabilidade (desigualdade processual -
paridade de armas - direito fundamental ao contraditório - Enunciado 18 -
aceitar a cláusula sem assistência técnica jurídica é indício de
vulnerabilidade).
C) OUTROS -
a) essência do processo justo - devido processo legal - ninguém pode
ser privado de seus bens ou liberdade sem o devido processo legal
(art. 5º, LIV).** não se teria um núcleo duro do direito processual - os
direitos fundamentais processuais? exs: posso restringir o dever de
fundamentação do juiz, a publicidade processual, etc.? o que é o
núcleo duro do processo civil? Reflexão do Prof. Klaus - Lei da
arbitragem - nº 9.307 - é da essência da arbitragem negociar sobre o
procedimento, porém ela se preocupou em estabelecer um mínimo
que deve ser respeitado para se falar em processo justo - art. 21, § 2º
- serão sempre respeitados os princípios do contraditório, igualdade
das partes, imparcialidade do juiz, livre convencimento.
b) os vícios do negócio jurídico!
CASE MANAGEMENT
Paulo Eduardo Neves da Silva, Claudia Schwerz Cahali, Ney Wiedmann Neto,
Rosane Bordasch.
6.2. DIMENSÕES
A) NOÇÕES
1. INTRODUÇÃO - Fredie
Características:
Características:
1.4.2.2. NATUREZA
1
na linguagem do NCPC e não no sentido da doutrina do Prof. Mitidiero.
provisória, mas nem toda a tutela provisória é liminar. É momento, não
conteúdo da tutela.
1.4.2.4. ESQUEMA
TUTELA PROVISÓRIA
A) Tutela de Urgência
a) Natureza
i) Antecipada (Satisfativa)
ii) Cautelar
b) Procedimento (momento)
i) Incidental
ii) Antecedente
Logo: surgem quatro:
- T.A.Antecedente
- T.A.Incidental
- T. C. Antecedente
- T.C.Incidental
B) Tutela de Evidência
a) Natureza
i) Antecipada (não existe cautelar, só antecipada, porque
a tutela da evidência independe do dano (art. 311), e a
tutela cautelar depende do perigo do dano para ser
postulada, não fazendo sentido pedi-la).
b) Procedimento (momento)
i) Incidental (o CPC não tratou da tutela antecedente. Ele
só trouxe a possibilidade de tutela incidental
ii) No direito comparado somente, não no NCPC, existe
uma tutela da evidência antecedente. Nada impede que
o advogado construa no direito brasileiro a tutela da
evidência antecedente.
b) Urgência
Teori - “... ela supõe a existência de uma situação de risco ou de embaraço
à efetividade da jurisdição, a saber: risco de dano ao direito, risco de ineficácia da
execução, obstáculos que o réu maliciosamente põe ao andamento normal do
processo e assim por diante.” - p. 27
Perigo decorrente da demora. É exclusivo e peculiar da tutela de urgência.
O problema é a demora processual. Eu não posso esperar, pois posso sofrer
danos, então, preciso que o juiz me conceda antes o que eu receberia apenas no
final. Tutela provisória significa que o magistrado concederá em caráter precário,
com base em cognição sumária, antes aquilo que a pessoa receberia normalmente
depois, mais tarde. Ganhar de modo precário e não de modo definitivo e ganhar a
partir de análise superficial. O que faz com que eu receba antes é a demora
processual.
Não existe processo não é e nem poderia ser instantâneo. Processos
demoram um tempo. Processo é caminho que se tem para percorrer. Logo, demora
sempre haverá. Estamos falando de tempo de processos. A tutela de urgência está
ligada ao fator tempo no processo civil.
2.2. Requerimento
Para eu ganhar a tutela provisória, em especial a tutela de urgência que é o nosso
foco agora é necessário requerimento? O CPC/73 exigia no seu artigo 273. No entanto, o
NCPC estranhamento não traz nenhuma referencia, então, fica a pergunta se o juiz pode
conceder a tutela provisória de urgência de ofício, independentemente de pedido ou deve
ficar esperando de braços cruzados.
O professor acha que a demora processual é normalmente ruim para o autor, e não
para o réu. O fato é que o autor precisa expor isso para o juiz se terá prejuízo, não
podendo esperar. Não faz sentido que o magistrado concederia tutelas provisórias de
ofício, pois precisa de manifestação da pessoa interessada. Vamos ver ao final que a
tutela provisória atrai a responsabilidade objetiva, independendo de dolo ou culpa. Então,
é melhor esperar. Faz todo o sentido esperar que a pessoa requeira.
Argumento pífio: art. 299 do CPC. Trata de competência. O artigo 299 traz a
palavra “requerido”, de modo que o juiz não poderia conceder de ofício e teria de
aguardar o pedido da parte.
Pode ser ruim para mim pedir a tutela provisória, perder e ter de ressarcir a outra
parte.
Normalmente não vamos esperar que o magistrado conceda essa tutela de ofício,
havendo, sim, a necessidade de requerimento. O artigo 299 faz referência a esse
requerimento. Mitidiero entende que os magistrados poderiam conceder essas tutelas de
ofício, desde que se possibilitasse o contraditório, ao menos ao do autor. Na vida real tem
de haver requerimento.
2.3. Competência
a) Regra
Para o legislador, para o CPC/15, a tutela provisória não tem autonomia, é
um acessório, pressupondo a tutela final, aquela que vou receber apenas depois
do exercício da cognição exauriente, apenas no final da causa. Ele é um mero
acessório, não sendo autônomo. É cediço que o acessório segue o principal. A
lógica é que eu devo requerer tutela provisória perante o mesmo magistrado que
vai julgar a tutela final, mediante cognição plena e exauriente.
Essa ideia é concretizada de três formas diferentes do artigo 299:
i) Incidental
É aquela em que se vai postular junto com o pedido de tutela principal/final,
ou seja, junto com a ação principal ou depois da ação principal. Ela
pressupõe que já existe o pedido principal. O critério aqui é muito simples
dizendo que a tutela provisória será requerida ao juízo da causa. Ex.: pedido
de sequestro dos bens do casal. É incidental, pois já esta em curso a ação
principal de divórcio. Vou me dirigir ao mesmo juízo do divorcio para postular
o sequestro. Se eu postulo junto com a ação principal na inicial, eu vou
deixar um espaço em branco no órgão dirigido.
ii) Antecedente
Vou postular antes do pedido de tutela final/principal. Posso começar
com tutela provisória e depois vou ganhar prazo para aditar a petição inicial
e fazer o pedido final. O autor, aqui, rigorosamente tem que imaginar qual
será a futura ação principal e qual juízo será competente para examiná-lo e
me dirigir a este juízo. Exercício de futorologia. Ex.: peço medida cautelar
para bloquear bens de empresa em estado falimentar. Vai ser complicado,
pois terei de juntar papelada para provar falência e sei que ela esta se
desfazendo de seus bens. Então requeiro tutela cautelar para o juízo que no
futuro será competente para julgar o pedido de falência (juízo do principal
estabelecimento do devedor). A competência territorial é o foro do principal
estabelecimento do devedor. Se uma das varas for de falência, vai se dirigir
a elas. eu ainda não vou pedir falência, mas já me dirijo à comarca de
Canos que tem a vara de falência. Vou endereçar a cautelar para o mesmo
órgão que terá competência para ajuizar a ação principal, já tenho que por o
acessório dirigido para o órgão competente a julgar o principal.
b) réu
Eventualmente, posso visualizar a tutela provisória sendo requerida pelo
réu. Isto não é normal, não é uma coisa que se vê no dia-a-dia, mas é importante
ver que isso existe.
Tutela cautelar é uma tutela assegurativa. Tutela cautelar, por definição,
pode ser postulada por qualquer uma das duas partes (réu e autor).
Tutela antecipada, que é satisfativa, é mais difícil ser postulada pelo réu,
pois a demora o beneficia. Mas mesmo assim conseguimos visualizar situações em
que ele teria interesse em medidas satisfativas urgentes. Ex.: réu reconvinte. Réu
na reconvenção em que ele se torna autor. Aqui o réu muda de figura e passa a
alegar em seu próprio favor a tutela provisória urgente e satisfativa. Mas existem
outras demandas que o réu pode fazer dentro da ação principal: denunciação da
lide do réu (demanda de regresso antecipada). A denunciação da lide é uma
demanda na qual ele passa a alegar um direito contra um terceiro. O réu tem
interesse em rapidamente alcançar o direito de regresso. Ex.: pensionamento. Réu
pede para a seguradora reembolsar o valor desse pensionamento. Ex.:
chamamento ao processo. Também é uma ação do réu contra um terceiro.
Demanda é diferente de processo. Posso ter várias ações/demandas cumuladas à
tutela jurisdicional num único processo. O CPC/73 era formalista, então, exigia que
essas ações misturadas nesse processo fossem instrumentalizadas por peça
própria. No CPC/73 a reconvenção tinha que ser em peça separada da
contestação. O NCPC simplificou, permitindo que eu faça varias demandas dentro
do mesmo processo. Pedido do réu de multa e litigância é acessório, o professor
não consideraria isso como uma nova demanda.
c) Litisconsorte
Litisconsorte também pode pedir a tutela provisória. Temos o litisconsórcio
comum (cada um dos litisconsortes é tratado como se fosse uma parte
independente/separada, pois cada um está alegando um direito diferente, próprio –
aqui tenho várias relações jurídicas). Ex.: varias pessoas atropeladas pelo mesmo
ônibus. Aqui há vários direitos À indenização. Essas vítimas poderiam pedir em
conjunto, mas também podem pedir separadamente, e o máximo que se vai fazer
aqui é conexão. Vantagem de fazer uma única prova, um tempo menor do que
postular mais que uma ação. Mas o maior fator é a diminuição do risco de decisões
diferentes. Se elas se juntarem é litisconsórcio comum e facultativa. Aqui a tutela
provisória só beneficia o litisconsorte que a postulou, e não os demais, pois cada
um é tratado como partes diferentes. Um dos caras que foi atropelado, teve
sequelas graves, e pediu pensionamento vitalício. Esse deferimento só vai valer
para ele e não para os demais.
Temos também o regime especial, que tem a ver com o litisconsórcio
unitário, que é aquele no qual a sentença tem de ser uniforme/igual para todos os
litisconsortes. Aqui tenho uma única relação jurídica com vários titulares, por isso
ela tem de ser igual. tenho único direito que pertence simultaneamente as mesmas
pessoas. Aqui ou todo mundo ganha ou todo mundo perde. Ex.: um único imóvel
que pertence simultaneamente a vários irmãos que ganharam na herança (terreno
indiviso). Temos caso clássico de litisconsórcio unitário, ou todo mundo perde ou
todos ganham. Aqui os atos praticados por um serão aproveitados por todos, pois
se considera que há uma só pessoa. Se um deles pedir tutela provisória ganhar a
medida, todos serão beneficiados. Aquilo que é benéfico será aproveitados por
todos. Se um não contestar, o outro não será considerado revel.
d) Assistente
Um terceiro interveniente, o ajudante da parte. O assistente é espécie de
parte secundária, como diria doutrina italiana. Ex.: ação de despejo é movida pelo
locador (autor). Ele processará o locatório (réu). Mas, no contrato de locação, pode
se estabelecer uma relação secundária que é o contrato de sublocação. Ex.: o
inquilino aluga uma casa inteira e subloca um quarto para estudante para ele
morar. Ex.: supermercado grande (Wall Mart) alugou um shopping center inteiro e
sublocam esse espaço para varias pessoas (chaveiro, farmácia). O wall mart é
locatário do supermercado, ele paga aluguel para o shopping center, e ele subloca
para o chaveiro, para a farmácia. Se o sublocatário perder, ele deverá sair fora
também. O sublocatário não pode ser réu nessa ação, pois a relação dele é
apenas com o locatário, mas ele tem interesse jurídico no que ocorre com o
locatário. O sublocatário vai ser atingido indiretamente pela sentença. mesmo não
sendo parte, ele tem interesse em permanecer no imóvel. Vai intervir para auxiliar o
locador. o sublocatário vai ter seu próprio advogado. Ele pode requerer a tutela
provisória se a parte principal não requereu e não se opôs ao requerimento da
tutela provisória. Requerimento da tutela provisória em favor do locatário. ele pode
recorrer e fazer um monte de coisas, como requerer tutela provisório.
e) MP
Também pode postular tutela provisória quando ele for fiscal da ordem
jurídica (custos legis) em favor da pessoa que justifica a sua intervenção. Não
deixa de ser uma intervenção de terceiro. Ex.: é obrigatória a intimação do MP
como custos legis quando houver no processo pessoas incapazes (art. 178 do
CPC). Já vi MP interpor recurso em favor da pessoa incapaz.
2.4. Momento
O momento adequado para postular a tutela provisória pode ser em QUALQUER
MOMENTO DO PROCESSO. Difícil demanda que não dê para pedir tutela provisória.
Não tem momento único/próprio/mais adequado.
Ex.: posso requerer tutela provisória antes do pedido principal, de tutela final. Tutela
provisória antes do processo. Posso me dirigir ao juiz antes mesmo de mover ação
principal. Medida antecedente.
Ex.: posso postular tutela provisória na própria petição inicial. O CPC/73 exigia que se
fizesse em petição separada da inicial para pedir tutela provisória. Hoje se pode fazer
tudo junto na mesma peça. A pessoa postulando a tutela provisória na inicial junto com a
tutela principal é o mais comum.
Ex.: posso postular tutela provisória na réplica. Não existia urgência na inicial.
Ex.: posso postular tutela provisória na audiência de instrução e na de conciliação.
Atenção: é possível obter tutela provisória dentro da sentença.
Tutela provisória é uma providencia executiva imediata, independentemente de transito
em julgado, segundo Teori.
2.5. Contraditório
Direito de influenciar a cognição judicial. Não é formalidade, não se esgota na
citação e aparece em toda a sequência do procedimento.
a) Regra: contraditório prévio
No mundo platônico/perfeito, a regra geral, também na tutela
provisória é que o contraditório deveria ser prévio. Se o contraditório é
direito de influencia, evidentemente a influência plena só vai poder ser
exercida se o juiz ouvir a parte antes de decidir.
b) Função
A função dessa caução é garantir/assegurar o ressarcimento dos prejuízos
que o réu possa sofrer com a efetivação da medida. É uma medida cautelar
específica, por incrível que pareça. Resumindo, essa é uma medida cautelar em
favor do réu, dentro do mesmo processo. O réu pode postular medida cautelar,
contracautela, a seu favor.
Esta medida funciona como condição para a concessão da tutela de
urgência. É uma condição, o juiz condiciona a efetivação da liminar à prestação de
uma garantia.
Quem é o beneficiário dessa caução/garantia? O réu. Quem deve prestá-la?
O autor.
Ex.: cirurgia de transplante de fígado. Conseguir reverter uma cirugria médica. Mas
se fosse possível ao autor depositar quantia em dinheiro ou arrumasse um fiador
ou consegue entregar imóvel, fazer contrato bancário pelo qual o banco se
responsabilizasse a prestar a garantia, seria mais fácil reverter a medida da tutela
provisória, caso ela seja ao final devolvida.
Como se presta essa garantia?
-Real: representada por uma coisa, ou melhor, um direito real incidente sobre uma
coisa. Vou ofertar um direito real como garantia. Ex.: hipoteca. O autor pode
oferecer, como garantia, um imóvel que será dado como hipoteca (averbação da
hipoteca na matricula do imóvel). Logo, se houver prejuízo ao réu, se executa a
hipoteca.
-Fidejussória (promessa): fides é confiança. A garantia não é uma coisa, é uma
pessoa que se firmará mediante contrato. Ex.: contrato de fiança, em que alguém
se obriga a ressarcir prejuízo de outrem (aqui no caso é o réu).
Muitas vezes se precisa pedir a sustação de protesto judicialmente.
Frequentemente os magistrados exigem garantia para deferir a liminar de sustação
de protesto. Ex.: oferecimento de máquinas como caução. Pode-se pensar que
grande empresa pode depositar dinheiro em juízo. Mas, temos em época de crise,
então, ninguém tem 100 mil reais em caixa para deixar numa conta parada no
poder judiciário. Não faz sentido oferecer caução em dinheiro para a empresa, por
meio de depósito judicial desse valor. É um suicídio depositar esse valor em conta
judicial, ainda que ele verta juros e correção, se receberá esse dinheiro muito
tempo depois. A caução é prática e hoje se pode pedir créditos bancários, como o
seguro garantia judicial. Posso contratar no banco esse seguro, por meio do qual o
banco se obriga ao judiciário a ressarcir o prejuízo da outra parte até certo limite.
Claro que é oneroso, se pagará por isso (paga-se 9 mil, por exemplo, ao banco).
Para a empresa faz sentido pagar 9 mil, em vez de imobilizar 100 mil.
O próprio artigo 300, §3º, não obriga peremptoriamente o magistrado impor
essa caução. A caução não é requisito para ganhar a tutela, uma vez que pessoas
provas ficariam prejudicadas. Seria negar acesso à justiça, exigir de alguém
caução aquela que não pode prestar caução, que não pode dar garantia alguma.
Lei 12016 artigo 7, inciso III. Liminar em mandado de segurança. Permite ao
juiz concessionar a medida liminar com base em caução. Esse artigo, no entanto,
nada diz sobre a dispensa da caução.
c) Dispensa
2.8. Decisão
a) Caráter vinculado
Em contraposição ao ato discricionário. O ato vinculado é aquele que o
agente público deve realizar nos termos previstos na lei, sem margem de
discricionariedade. Logo, presentes os requisitos legais (art. 300 do CPC), ele é
obrigado a conceder a medida.
b) Fundamentação
CF - art. 93, IX - dever de motivação das decisões judiciais. Comina a
sanção de nulidade da sentença no caso de descumprimento. A fundamentação é
inerente ao Estado Democrático de Direito, pois o juiz deve prestar contas ao
cidadão que é destinatário final da tutela jurisdicional.
CPC - art. 489, § 1º - densifica o direito fundamental à motivação, dizendo
que a mesma deve ser analítica, não se considerando fundamentada a decisão
que não cumpre determinados critérios de justificação.
Quanto à tutela provisória, o legislador ratifica a questão da fundamentação
no artigo 298 do CPC.
c) Possibilidades
i) deferir a tutela provisória: quando identificar a presença de todos os
requisitos elencados nos artigos 300 ou 311.
ii) deferir parcialmente a tutela provisória: ex: requerente postula a concessão
de dois medicamentos e o juiz diz que a parte faz jus a somente 1 dos
medicamentos. ex: parte postula a sustação de 3 processos e o juiz só
defere a sustação de 2.
iii) indeferir a tutela provisória: para se ter a tutela provisória deve ter todos os
requisitos. Pode-se pedir a concessão da tutela de urgência e,
subsidiariamente, a tutela de evidência. Assim, se o juiz não entende que há
urgência, pode considerar que há alta probabilidade do direito e conceder a
tutela de evidência.
ex: liminar para suspender a inscrição no SPC. O STJ traz requisitos: Para
isso deve haver discussão sobre o débito e deve depositar em juízo o valor
incontroverso, quando entende que o valor está incorreto. Quando a
jurisprudência dos tribunais indeferem em casos semelhantes a medida, é
porque não há probabilidade do direito, então o juiz deveria indeferir a
concessão da tutela.
iv) postergar: Ex: para depois da contestação - juiz coloca em primeiro lugar o
direito fundamental ao contraditório.
a) agravo de instrumento
i) deferimento, indeferimento e revogação durante a tramitação do processo
(decisão interlocutória). Art. 1.015, I - CPC.
ii) postergação da análise da tutela provisória
1) para o TJRS é um despacho, sendo, portanto, irrecorrível.
2) decisão interlocutória: o juiz decide que a urgência não é tão alta,
então a parte pode esperar um período. Se se considerar uma
decisão interlocutória, é recorrível por agravo de instrumento.
d) Agravo Interno
Ele é cabível quando a tutela provisória é examinada pelo relator no tribunal
- em recursos e processos de competência originária do tribunal (art. 932, II). Na
vigência do código velho não cabia nenhum recurso nos casos de decisão do efeito
suspensivo pelo relator.
Modificação:
Ao longo da causa os fatos podem ir se modificando e o juiz vai
modificando a tutela provisória conforme o que vai ocorrendo. Logo, pode
significar atenuar, agravar ou substituir a medida deferida na decisão que a
concedeu.
2.13. Responsabilidade
Regra de responsabilidade civil dentro do CPC: art. 302 – responsabilidade do requerente
perante o requerido:
a) hipóteses:
i) sentença desfavorável;
ii) quando a tutela antecedente for concedida, a parte não fornecer os meios necessários
para a citação do requerido no prazo de 5 dias;
iii) cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese
iv) decadência ou prescrição.
Resumindo, sempre que a tutela provisória for revogada.
3.2.2. Atuais
1) autorização para viagem contra a vontade de um dos pais (alienação
parental: criança é usada como arma para atingir o outro cônjuge) – é irreversível
também a decisão
Prof. Fredi Didier dá dois exemplos em seu curso:
2) sustação de protesto / inscrição no SPC* – a empresa quer a sustação do
protesto, não o dano moral. Se pede inicialmente só a sustação, depois se terá
tempo para fazer os pedidos principais.
3) matrícula na universidade particular – pedido do sujeito que passou na
faculdade sem concluir o ensino médio: o réu (universidade particular) não teria
interesse de recorrer da decisão.
A estabilização só ocorre se o réu não recorrer (agravo de instrumento) da
medida liminar. Então o CPC faz uma aposta de que o réu não vai recorrer, que
haverá conformidade do réu (art. 304). Nesse caso, o efeito é extinto e a liminar
tem seus efeitos estabilizados.
3.3. Características
a) medida satisfativa e urgente – o que está na lei é a tutela antecedente fundada na
urgência. Não há previsão de evidência;
b) a cognição judicial normalmente será parcial, porque não se abrirá todo o conflito, e
sumária;
c) geralmente, não sempre, haverá a marca da irreversibilidade da decisão;
d) geralmente, essas medidas suscitam o desinteresse e conformidade do réu.
Obs: Crítica: achar que isso vai acontecer não quer dizer que isso é certo. Para o
professor, o CPC foi covarde agora. Como se a liminar fosse completamente
dependente de um pedido principal, sem qualquer grau de autonomia. Por isso
propõe uma interpretação subversiva do 303 e do 304, para defender que os
tribunais não podem exigir a interposição do aditamento, pois a revogação da
liminar é muito conservadora. Afinal, existem casos em que é completamente
dispensável apresentar o aditamento. A exemplo da liminar para autorizar
transfusão de sangue em criança de família testemunha de Jeová: qual o pedido
principal além de autorizar a transfusão. Esse artigo, levado ao pé da letra, é um
retrocesso.
Súmula 10 do TJ RS: trata da ação de separação de corpos, onde se chegou a
conclusão de que o prazo para ajuizar a ação principal, do código anterior, que era
de 30 dias, não deveria ser exigido. Ora, quer dizer que o TJ RS criou um novo
estado civil, que é “liminarmente separado”, pois a parte não tem prazo para ajuizar
a ação principal.
B) REQUISITOS:
a) O autor tem de fazer o aditamento.
b) Conformidade do réu que não interpôs o recurso.
O CPC poderia ter parado por aí, mas não. Estabeleceu um mecanismo para estancar a
estabilização. Alguns autores, a exemplo de Didier, falam na ação exauriente.
C) CONTEÚDO:
a) Réu: reforma da tutela antecipada antecedente. Reformar significa
corrigir o erro do julgamento, voltar atrás, reverter o efeitos da
medida. Pode se entender também não só como reforma, mas
também como a modificação da TAA (pode ser que o paciente já não
precise de tantos medicamentos, pe). A reforma significa discutir os
critérios para concessão da medida liminar.
i) Quando peço a reforma da decisão que deferiu a liminar, peço
que o juiz mude adecisão, que já não mais e aplica. A reforma
peço quando a decisão padece de erro legal.
ii) Quando peço a anulação, estou alegando um erro de
procedimento na decisão. A consequencia do erro de
procedimento é a nulidade da decisão. Se a decisão não está
fundamentada, pe, posso pedir a annulação por erro de
procedimento. Ou decisão extra petita. O erro por anulação é
processual.
b) Autor: poderia pedir a confirmação da TAA, por exemplo. Se a tutela
é algo que o juiz concede pela aparência, o autor pode querer
que seu direito seja reconhecido de forma exauriente. O pai que quer
levar a criancinha para passear não quer ter que pedir pro juiz
sempre que for viajar. No mundo dos fatos isso não vai mudar muita
coisa, mas no mundo do direito a cognição exauriente tem um peso
muito maior.
Poderia imaginar ainda a possibilidade de o autor reapresentar o
pedido de tutela final, aquele lá atrás que foi objeto de aditamento e
que o réu manobrou e extinguiu o processo por não se manifestar.
TUTELA CAUTELAR
1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
1.1. ESCOLA ÍTALO-BRASILEIRA / ESCOLA DE SÃO PAULO
a) Referências
- Calamandrei, Carnelutti → trazidas por Liebmann.
- Alfredo Buzaid, Ada Grinover, Candido Dinamarco, Humberto Theodoro,
Alexandre Camara, Galeno Lacerda, Bedaque
b) Estrutura: essa escola está preocupada com a estrutura da medida judicial, o que a
diferencia é a estrutura. Essa estrutura seria provisória, não definitiva. É uma medida
instrumental. Logo, para essa escola, todas as medidas que são provisórias e
instrumentais são cautelares; tudo que será substituído pelo definitivo será cautelar.
Calamandrei – classes de medidas cautelares: 1ª) medidas que asseguram prova
(produção antecipada de provas – 381 do CPC); 2ª) medidas que asseguram execução
(arresto e sequestro); 3ª) medidas que antecipam providências executivas (ele coloca
aqui porque não são definitivas).
Carnelutti – processo definitivo e processo provisório: o provisório também pode ser
chamado cautelar.
c) Finalidade: a finalidade não importa para eles, o que importa é a estrutura. No entanto,
se perguntássemos para eles para que serve as medidas cautelares, eles diriam: o
processo cautelar serve para assegurar o resultado útil do processo principal.
d) caráter acessório – as medidas cautelares não são independentes, mas servem para
instrumentalizar outro tipo de processo, que é o processo principal, principalmente pela
sua finalidade. São totalmente dependentes do processo principal.
Calamandrei – o processo cautelar se caracteriza por sua instrumentalidade qualificada –
instrumento do instrumento.
Isso porque o processo principal: instrumento para a tutela dos direitos. O processo
cautelar, por sua vez, é o instrumento que garante o resultado útil do processo principal.
Logo, é um instrumento do instrumento que é o processo principal.
Art. 796 do CPC 73 – o procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou durante o
processo principal, e deste é sempre dependente.
Art. 300 do CPC 2015 – traz a expressão “risco ao resultado útil do processo” - o
professor entende que isso está aí como homenagem à doutrina ítalo-brasileira,
mantendo-se o caráter acessório da medida cautelar.
EX: arresto – medida cautelar que garante o resultado útil do processo de execução. Do
que adiante executar o título extrajudicial se o devedor não tiver nenhum bem
penhorável? O arresto assegura a existência de bens penhoráveis, garantindo o resultado
útil do processo de execução. É a garantia da execução.
Logo, a medida cautelar serve para assegurar o próprio processo. São mecanismos de
defesa da jurisdição, do poder do juiz. Ela não visa assegurar o direito subjetivo do autor,
mas o próprio processo, é uma medida de defesa da autoridade do Estado.