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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA DO

TRABALHO DE FORTALEZA/CE

RECURSO ORDINÁRIO
Processo nº xxxxxxxxxxx

xxxxxxx, já qualificada nos autos em epígrafe, por intermédio de seu procurador


subscritor, vem, respeitosamente, perante V. Exa., com fulcro no artigo 895, alínea "a" da
CLT, apresentar:

RECURSO ORDINÁRIO

Interpondo e requerendo, para tanto, o seu recebimento, posto que o presente recurso é
tempestivo, dado que a ciência da r.sentença ocorreu em xxxxxxx.

Tal recurso fora protocolado por advogado recém-ingresso à lide, que deixa de apresentar
no presente momento o instrumento de mandato, conforme exceção prevista no Art. 104,
caput, do CPC, aplicado conforme o Art. 769 da CLT, em virtude de que a demora na
proposição deste recurso o tornaria intempestivo. Desde já a recorrente informa que
juntará o instrumento de procuração dentro do prazo do paragrafo 1º do Art. 104 do CPC.

A recorrente também informa que deixou de recolher custas e depósito recursal por ser
beneficiária da justiça gratuita.

Por fim a recorrente requer o regular processamento, com a devida intimação das
recorridas, para contrarrazoarem o presente recurso, se assim desejarem e posterior
remessa ao Egrégio TRT da 7ª Região.

Nestes termos,
Pede Deferimento.
Fortaleza, 18 de maio de 2018.
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA xª REGIÃO

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO


Recorrente: Antônia Alda da Cruz Batista
Recorrido: Município de Fortaleza/CE e outro
Processo nº 0001177-83.2017.5.07.0001 – 1ª Vara do Trabalho de Fortaleza/CE

COLENDA TURMA,
EMÉRITOS JULGADORES:

Necessária à reforma do julgado “a quo” com relação às matérias abaixo abordadas, vez
que nestes aspectos a referida decisão inobservou os elementos probatórios constantes
dos autos e os dispositivos legais pertinentes à matéria.

I - DOS FATOS

A Reclamante, ora Recorrente, propôs demanda trabalhista, requerendo, em


síntese:

Aviso prévio, férias proporcionais, FGTS não depositado, multa de 40% sobre o
FGTS, multa do art. 477 e art. 467 da CLT, e a responsabilização subsidiária do Município
de Fortaleza.

O juiz julgou parcialmente procedentes os pedidos da inicial, condenando a


primeira reclamada ao pagamento de tais verbas, contudo deixou de condenar
subsidiariamente o município de xxxxx do pagamento dos créditos e cumprimento das
obrigações pleiteadas na exordial. Para tanto o douto juízo a quo alegou que houve
apenas um convênio entre as reclamadas e por este motivo não incide a aplicação da
Súmula 331 do Egrégio TRT.

O entendimento contido na r.sentença, com a devida vênia, não merece


prosperar, conforme fundamentação a seguir.

II - DO DIREITO
II.1 - I – PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Importante salientar que o presente Recurso Ordinário é tempestivo, haja vista


que a recorrente foi intimada da sentença em xxxx, assim, considerando o prazo para
apresentação de recurso é de até 8 (oito) dias úteis, segundo o Art. 895 da CLT, pelo que,
o termo final do prazo recursal é o dia 30/05/2018.
Tal recurso merece ser conhecido apesar de protocolado por advogado recém-
ingresso à lide, que deixou de apresentar no presente momento o instrumento de
mandato, conforme exceção prevista no Art. 104, caput, do CPC, aplicado conforme o Art.
769 da CLT, em virtude de que a demora na proposição deste recurso o tornaria
intempestivo. Desde já a recorrente informa que juntará o instrumento de procuração
dentro do prazo do paragrafo 1º do Art. 104 do CPC.
Por fim, vale ressaltar que as custas processuais e depósito recursal foram
dispensados, face à concessão do benefício da justiça gratuita.

II.2 - DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA SEGUNDA RECLAMADA

Conforme já narrado, o juiz a quo julgou parcialmente procedentes os pedidos


da inicial, condenando a primeira reclamada ao pagamento das verbas contratuais e
rescisórias, contudo deixou de condenar subsidiariamente o município de xxxxxx do
pagamento dos créditos e cumprimento das obrigações pleiteadas na exordial de forma
subsidiária. Para tanto o douto juízo a quo alegou que houve apenas um convênio entre
as reclamadas e por este motivo não incide a aplicação da Súmula 331 do Egrégio TRT,
conforme trecho da sentença a seguir:

Verifica-se nos autos, na verdade, que o Município de Fortaleza celebrou Contrato


de Gestão com o reclamado ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO BAIRRO DE
ÁGUA FRIA, o qual foi devidamente publicado no Diário Oficial do Município de
Fortaleza em 02.02.2015.
Com isso, o Município reclamado não pode ser tido como tomador de serviços, o
que afasta o entendimento fixado na Súmula n. 331 do C. TST, haja vista não ter
ocorrido terceirização.
Diante disso, não se pode reconhecer qualquer responsabilidade do Município
reclamado.

A recorrente em sua peça vestibular, argui como prova de que a jurisprudência


reconhece a responsabilidade subsidiária de entes públicos em casos semelhantes o acórdão
prolatado no processo RO 00032175220135020022 SP (TRT-2). Conforme leitura do trecho da
sentença acima é evidente que não o M.M juiz não seguiu o entendimento das instâncias
superiores, nem apresentou fundamentação que demonstrasse a existência de distinção no caso
em análise ou a superação do entendimento, o que por si só gera a necessidade deste Egrégio
tribunal sanar a falha apontada.

Além disto, a segunda reclamada alegou não deve ser responsabilizada


subsidiariamente pelas verbas trabalhistas devidas a autora, pelos seguintes motivos: não
comprovação de culpa in vigilando ou in eligendo por parte do ente público, bem como em
virtude da sentença violar os art. 71, § 1º da Lei 8.666/93, Acórdão proferido pelo STF na
ADC nº 16 e RE 760.931 (com repercussão geral) e Súmula nº 331 do TST.
Contudo, quanto à demonstração da culpa in vigilando por parte do ente
público ficou comprovada, senão vejamos.
As reclamadas firmaram convênio xxxxxx conforme extrato publicado em Diário
Oficial e anexo aos autos xxxxxxx e em virtude de descumprimentos de cláusulas do
referido convênio a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria de Educação, avocou
para si a gestão financeira do convênio, conforme portaria publicada em Diário Oficial e
anexa aos autos xxxxxxxx Em virtude disto, o Município de Fortaleza passou (ou deveria)
realizar todos os pagamentos das despesas do convênio, inclusive as de matéria
trabalhista, os quais não o fez, motivo esse que levou a recorrente a apresentar
Reclamação Trabalhista.
A reclamante, após a avocação da gestão financeira do convênio, não recebeu
os salários dos meses de setembro a dezembro de xxxxxxx, sendo que tais pagamentos
deveriam ser realizados pela própria municipalidade. Ademais os serviços prestados pela
recorrente na creche xxxxxxx, eram voltados exclusivamente para alunos da rede pública
de ensino de Fortaleza, fato este que se quer foi apreciado pelo juízo a quo, diga-se, e
que em conjunto com os fatos levantados demonstra a culpa in vigilando da 2ª reclamada.
Importante destacar que a decisão proferida pelo STF na ADC nº 16, com fito
de declarar constitucionalidade do art. 71, § 1º da Lei 8.666/93 não veda a
responsabilização subsidiária da 2ª reclamada, apenas determina que o ente público
somente será responsabilizado pelo descumprimento dos encargos trabalhistas, devidos
pelo contratado, após análise do caso concreto, o que deveria ter sido feito pelo ilustre
juízo a quo.
Vejamos:
"ADC e art. 71, §1º, da Lei 8.666/93 - 4 quanto ao mérito, entendeu-se que a
mera inadimplência do contrato não poderia transferir à administração
pública a responsabilidade pelo pagamento dos encargos, mas reconheceu-
se que isso não significaria que eventual omissão da administração pública,
na obrigação de fiscalizar as obrigações do contrato, não viesse a gerar essa
responsabilidade. (…)" (grifo nosso)
Este egrégio tribunal já firmou entendimento em processo semelhante, da Sra.
Rutilene Marques Monteiro de Araújo, ex-funcionária da 1ª Reclamada e que prestou
serviços à mesma época que a recorrida, conforme acórdão transcrito abaixo:
“RECURSO ORDINÁRIO: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. SÚMULA 331
DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Deve o responsável subsidiário
arcar com todas as verbas trabalhistas e rescisórias inadimplidas pela
prestadora de serviços, decorrentes do contrato de trabalho, quando
verificada a culpa in elegendo ou in vigilando daquele. Inteligência da
Súmula 331, IV e V do C. TST. (R.O. no 0000953- 64.2016.5.07.0007 – 3a
TURMA TRT 7a REGIÃO – RELATORA: FERNANDA MARIA UCHOA DE
ALBUQUERQUE, 16/11/2017)”(grifou-se)
Além disto, dada a hipossuficiência do trabalhador, competia ao município de
Fortaleza, ter demonstrado que praticou todos os atos necessários para fiscalização do
convênio, por força do próprio art. 818 da CLT e 373, II do CPC e conforme entendimento
jurisprudencial, demonstrado pelo acórdão a seguir:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELO SEGUNDO RECLAMADO -
ESTADO DO PARANÁ. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO.
CONDUTA CULPOSA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. PROVIMENTO. Ante
uma possível contrariedade à Súmula nº 331, V, o provimento do agravo de
instrumento para o exame do recurso de revista é medida que se impõe. Agravo
de instrumento a que se dá provimento, ficando sobrestado o julgamento do
agravo de instrumento interposto pelo reclamante e do recurso de revista
interposto pela primeira reclamada - POLISERVICE SISTEMAS DE SEGURANÇA
LTDA. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO SEGUNDO RECLAMADO -
ESTADO DO PARANÁ. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO.
CONDUTA CULPOSA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. PROVIMENTO. O
Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADC nº 16, ao declarar a
constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/1993, firmou posição de
que o mero inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte da
empresa prestadora de serviços não transfere à Administração Pública, de
forma automática, a responsabilidade pelo pagamento do referido débito.
Ressaltou, contudo, ser possível a imputação da mencionada
responsabilidade, quando evidenciada a sua conduta culposa, caracterizada
pelo descumprimento de normas de observância obrigatória, seja na escolha
da empresa prestadora de serviços (culpa in eligendo) ou na fiscalização da
execução do contrato (culpa in vigilando). O STF ainda vem decidindo que a
inversão do ônus da prova em favor do empregado, com a consequente
responsabilização do ente público é inadmissível, uma vez que a
responsabilidade da Administração deve estar devidamente demonstrada e
delimitada pelas circunstâncias do caso concreto, nos termos da decisão
proferida na ADC n° 16. Precedentes do STF. Na hipótese, depreende-se da
leitura do acórdão recorrido que o egrégio Tribunal Regional reconheceu a
responsabilidade subsidiária da Administração Pública a partir da inversão do
ônus probatório, concluindo que o ente público não produziu provas suficientes de
que não contribuiu, de forma culposa, com o dano sofrido pelo empregado quanto
ao inadimplemento das obrigações trabalhistas (culpa in eligendo e in vigilando), o
que configura responsabilização automática do ente público, procedimento que
destoa do comando contido na decisão da ADC n° 16 e, por conseguinte, do
entendimento perfilhado na Súmula n° 331, V. Recurso de revista de que se
conhece e a que se dá provimento. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA
PRIMEIRA RECLAMADA - POLISERVICE SISTEMAS DE SEGURANÇA LTDA. 1.
JORNADA 12 x 36. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. PRESTAÇÃO
HABITUAL DE HORAS EXTRAORDINÁRIAS. DESCARACTERIZAÇÃO DO
SISTEMA DE COMPENSAÇÃO. INVALIDADE. NÃO CONHECIMENTO. Decerto
que a iterativa e atual jurisprudência deste Tribunal Superior é de que a jornada na
escala 12x36 (doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso) é plenamente
válida, desde que prevista em lei ou em norma coletiva. Nesse sentido, o
entendimento perfilhado na Súmula nº 444. Em que pese o disposto na
mencionada súmula, este colendo Tribunal Superior tem decidido que a prestação
habitual de horas extraordinárias torna inválida a jornada de trabalho de 12x36.
Precedentes da Quinta Turma e da SBDI-1. Na hipótese, a Corte Regional
considerou inválido o regime compensatório de 12 X 36, previsto em norma
coletiva, porque, além de existir acordo de prorrogação de mais duas horas diária
de jornada, ficou demonstra a prestação habitual de horas extraordinárias. A
referida decisão encontra-se em consonância com a jurisprudência deste colendo
Tribunal Superior, o que obsta o conhecimento do recurso de revista, nos termos
do artigo 896, § 7º, da CLT e da Súmula nº 333. Recurso de revista de que não se
conhece. 2. HORAS EXTRAORDINÁRIAS. REFLEXOS. REPOUSOS SEMANAIS
REMUNERADOS. BIS IN IDEM. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 394 DA
SBDI-1. PROVIMENTO. Segundo o entendimento deste Tribunal Superior, é
incabível repercussão das diferenças do repouso semanal remunerado, pela
integração de horas extraordinárias, nas demais parcelas trabalhistas, sob pena
de incorrer-se em bis in idem. Inteligência da Orientação Jurisprudencial nº 394 da
SBDI-1. Recurso de revista conhecido e provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO
INTERPOSTO PELO RECLAMANTE. 1. JORNADA DE TRABALHO.
COMPENSAÇÃO. SÚMULA Nº 85. HORAS EXTRAORDINÁRIAS E
RESPECTIVO ADICIONAL. MATÉRIA PREJUDICADA. Prejudicada a matéria,
diante do quanto decidido no item "1.2.1" do recurso de revista interposto pela
primeira reclamada. Agravo de instrumento a que se nega provimento. 2.
ABATIMENTO. VALORES PAGOS. DEDUÇÃO GLOBAL. ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL Nº 415 DA SBDI-1. NÃO PROVIMENTO. Esta colenda Corte
já firmou jurisprudência no sentido de que não há falar em compensação das
parcelas pagas sob o mesmo título, mês a mês, e sim na dedução, pelo
abatimento do que foi pago, seguindo o critério global, com o fim de se evitar
enriquecimento ilícito do empregado, que acabaria por receber, em relação à
mesma parcela, por duas vezes. Incidência da Orientação Jurisprudencial nº 415
da SBDI-1. Agravo de instrumento a que se nega provimento. 3. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. JUSTIÇA DO TRABALHO. REQUISITOS. SÚMULA Nº 219.
NÃO PROVIMENTO. É pacífico o entendimento, no âmbito deste Tribunal
Superior, no sentido de que mesmo após o advento da Constituição Federal de
1988, na Justiça do Trabalho, os honorários advocatícios não decorrem
exclusivamente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da
categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do
mínimo legal, ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita
demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. Inteligência
das Súmulas nºs 219 e 329. Incidência da Súmula nº 333 e do artigo 896, § 7º, da
CLT. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (ARR - 381-
55.2011.5.09.0322 , Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de
Julgamento: 29/03/2017, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 31/03/2017)”
(grifou-se)

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, a recorrida requer que o recurso apresentado seja


conhecido e dado provimento, no intuito de reformar a sentença recorrida e condenar,
subsidiariamente, o município xxxxxxx, ao pagamento das verbas contratuais e
rescisórias devidas a recorrente.

Nestes Termos,
Pede e espera deferimento.
Fortaleza, 30 de maio de 2018.

xxxxxxxxx

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