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CDD 378
Direitos desta edição reservados à UNITINS
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da UNITINS
Tópicos Especiais 5
1 Contabilidade da empresa agropecuária. . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2 Contabilidade da empresa de pecuária. . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3 Formalização de uma entidade sem fins lucrativos . . . . . . . . . 33
4 Procedimentos contábeis para uma entidade
sem fins lucrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5 Contabilidade das empresas imobiliárias. . . . . . . . . . . . . . . . 57
6 Contabilidade das empresas construtoras . . . . . . . . . . . . . . . 69
7 Estudos contábeis nas empresas de construção civil
e de engenharia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos Clarete de Itoz
Valtuir Soares Filho
Revisão Linguístico-Textual Sibéria Sales Queiroz de Lima
Revisão Didático-Editorial Sibéria Sales Queiroz de Lima
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Revisão Digital Márcio da Silva Araújo
Projeto Gráfico Katia Gomes da Silva
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Capas Rogério Adriano Ferreira da Silva
Equipe EADCON
Coordenador Editorial William Marlos da Costa
Assistentes de Edição Ana Aparecida Teixeira da Cruz
Lisiane Marcele dos Santos
Thaisa Socher
Programação Visual e Diagramação Bruna Maria Cantador
Denise Pires Pierin
Kátia Cristina Oliveira dos Santos
Rodrigo Santos
Sandro Niemicz
Caro estudante,
você recebe, agora, o material de estudos da disciplina Tópicos Especiais.
Nossos estudos estarão voltados para a apresentação dos fundamentos da
Contabilidade Rural, Contabilidade Imobiliária e de prestação de serviços,
além da Contabilidade de empresas sem fins lucrativos.
Apresentação
A Contabilidade Rural, como você verá no primeiro e segundo capí-
tulos, divide-se em registros contábeis da atividade agrícola e os registros da
atividade pecuária. A atividade agrícola explora a terra cultiva lavouras ou
florestas e a contabilidade agrícola representa seus resultados. A contabili-
dade pecuária representa os registros contábeis da atividade de exploração
de animais.
Você terá a oportunidade de estudar, nos capítulos três e quatro, sobre
a contabilidade de entidades sem fins lucrativos que demonstra o movimento
patrimonial e de resultados das entidades constituídas para prestação de
serviços, sem que a sua atividade seja voltada para a obtenção de lucro.
A contabilidade imobiliária e de serviços ligados à construção ou admi-
nistração de imóveis é um ramo específico da contabilidade. Ela mensura
os resultados e controla o patrimônio das empresas imobiliárias, das cons-
trutoras, e das empresas de engenharia. Pela importância dessas atividades
estudaremos o tratamento contábil destinado a essas empresas nos capítulos
5, 6 e 7.
O estudo da disciplina de Tópicos Especiais se mostra relevante, em espe-
cial, por enfocar os desafios vivenciados no mercado, sobretudo, por apre-
sentar casos e situações que você, futuro contador, vivenciará em sua prática
profissional.
Os assuntos não se esgotarão aqui, por isso, um de nossos objetivos
também é estimular você a buscar novas leituras e a participar ativamente das
atividades propostas para essa disciplina. Bons estudos!
Prof.ª Clarete de Itoz
Prof. Valtuir Soares Filho
1
CAPÍTULO 1 • TÓPICOS ESPECIAIS
Contabilidade da
empresa agropecuária
Introdução
A contabilidade voltada para os empreendimentos agropecuários é um
ramo específico da área contábil que registra e controla informações de cunho
econômico-financeiro e administrativo.
Por ser uma área de atuação muito importante em sua futura profissão, nós
esperamos que você, ao final deste capítulo, seja capaz de reconhecer conceitos
e termos contábeis aplicados aos empreendimentos agropecuários, além de
quantificar procedimentos contábeis das empresas agropecuárias.
Conhecer alguns conceitos dos empreendimentos rurais ajuda a compreender
o processo contábil que os envolve, por isso, neste capítulo, você estudará alguns
conceitos das empresas rurais e suas atividades, verá a diferença entre ciclo opera-
cional e exercício social, verá, ainda, as práticas contábeis de cultura temporária
e cultura permanente. Será dada uma atenção especial às práticas contábeis nos
empreendimentos rurais, ao tratamento de seus fatos contábeis e não deixaremos
de abordar a importância do plano de contas para esses empreendimentos.
É importante ressaltar que os fundamentos teóricos das áreas de atuação
da contabilidade, que você estudou na Contabilidade Geral I e II, são necessá-
rios para que você construa noções fundamentais dos empreendimentos agro-
pecuários e verifique a importância do contador para esses empreendimentos.
Apresentaremos, inicialmente, uma discussão sobre os empreendimentos agro-
pecuários, que fazem parte de um setor de grande representatividade social no
Brasil, principalmente por ser um dos setores de maior geração de empregos.
Vamos lá, bons estudos!
fibras, energia e matéria-prima. Seu campo de atividades pode ser amplo, mas
aqui citamos apenas três: de produção vegetal (atividade agrícola); de produção
animal (atividade zootécnica); e indústrias rurais (atividade agroindustrial).
A atividade agrícola pode ser dividida em dois grandes grupos: o das culturas
hortícula e forrageira (cereais, hortaliças, tubérculos, plantas oleginosas, espe-
ciarias, fibras e floricultura) e o grupo da arboricultura (florestamento, pomares,
vinhedos, olivais, seringais, etc.).
A atividade zootécnica planeja e gerencia diferentes sistemas de produção
animal, e proporciona a otimização dos recursos potenciais disponíveis e tecno-
logias socialmente adaptáveis. A apicultura, avicultura, cunicultura, pecuária,
pescicultura, ranicultura, sericultura são exemplos de atividades zootécnicas.
Atividade agroindustrial é a atividade econômica que produz e beneficia
a produção agrícola. São exemplos: beneficiamento do produto agrícola, tais
como o arroz, o café e o milho; a transformação de produtos zootécnicos,
alguns exemplos são o mel, os laticínios e o casulo de seda; a transformação de
produtos agrícolas, ou seja, a cana-de-açúcar em álcool e aguardente, soja e
oliva em óleo e uvas em vinho.
As atividades agrícolas podem ser exploradas de duas formas: como pessoa
física ou como pessoa jurídica.
É importante que você perceba que entendemos a pessoa física como pessoa
natural, ou seja, o indivíduo, sem nenhuma excessão. É o tipo de exploração
de atividade rural que mais prevalece atualmente, por ser mais vantajoso para
os pequenos empreendimentos rurais, visto que o processo de registro e manu-
tenção contábil é bastante oneroso. É bom lembrar que existência da pessoa
física termina com a morte.
As pessoas jurídicas nas atividades agrícolas podem ou não ter fins lucra-
tivos. Com fins lucrativos são as atividades exploradas por meios industriais,
comerciais ou outros; sem fins lucrativos são as atividades exploradas por coope-
rativas e associações, por exemplo.
Em geral, os pequenos e médios produtores não precisam fazer escrituração
regular de livros contábeis, mas são obrigados a utilizar o livro-caixa e efetuar
a escrituração simplificada. Todavia, os considerados grandes empreendimentos
agropecuários são obrigados a fazer a escrituração contábil regular, um contador,
registrado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), deve ser o responsável.
É bom, acrescentar que o Novo Código Civil (Lei n. 10.406/2002, apre-
senta, de maneira geral, que a exploração da atividade agrícola se dá nas
seguintes formas: autônomo (sem registro na junta comercial); empresário indi-
vidual (inscrito na junta comercial); e sociedade empresária (inscrita na junta
comercial na forma de sociedade limitada, anônima, etc.).
Saiba mais
Você deve lembrar que conta de Ativo Imobilizado está sujeita à atualiza-
ção monetária e à depreciação e exaustão, no caso das culturas permanen-
tes na atividade agropecuária.
Saiba mais
Para concluir este capítulo, é importante que você tenha conseguido fazer
uma articulação entre a contabilidade rural e a contabilidade geral, pois a conta-
bilidade rural é um ramo específico da contabilidade geral. Como proposta de
implementação dos estudos, sugerimos que você busque conversar com conta-
dores que prestam serviços para as empresas agropecuárias, com o objetivo de
buscar conhecer mais o mercado.
Você está a poucos passos de sua formação acadêmica e precisa ficar atento
aos acontecimentos da nossa profissão. Você perceberá que poucos contadores
trabalham com a prestação de serviços contábeis para empreendimentos rurais,
quem sabe esse não é o nicho de mercado para você se sobressair na sua futura
profissão? Pense a respeito!
Após você ter conhecido os conceitos e os procedimentos contábeis dos
empreendimentos agropecuários, veremos, no próximo capítulo, os conceitos
e procedimentos contábeis voltados para as atividades pecuárias. Daremos
ênfase, nesse contexto, à teoria e à prática contábil.
Referências
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade agropecuária: uma abordagem deci-
sorial. São Paulo: Atlas, 2006.
MARION, José Carlos. Contabilidade rural. São Paulo: Atlas, 2005.
Anotações
Contabilidade da
empresa de pecuária
Introdução
Você deve ter aprendido que os conceitos e as técnicas contábeis aplicadas
aos empreendimentos agropecuários são regulamentadas pela Lei n. 6.404/76
e pela NBC T 10.14. Neste capítulo, você estudará os aspectos contábeis da
atividade pecuária e sua fonte de regulamentação pautada na mesma Lei e na
mesma Norma Contábil.
Ao final deste capítulo, esperamos que você, seja capaz de aplicar os postu-
lados teóricos inerentes aos fatos contábeis da atividade pecuária e identificar
os aspectos legais sobre custos na atividade pecuária.
Na maioria das vezes, quando nos referimos às atividades pecuárias,
fazemos uma associação com gado bovino, porém, elas se referem à criação
de gado em geral, ou seja, animais que vivem em coletividade. Aqui, para
efeito didático, será realizada uma abordagem geral sobre as peculiaridades da
pecuária bovina e o seu tratamento contábil. Serão abordados desde seu campo
de aplicação até a classificação contábil dos animais no Balanço Patrimonial.
Trabalharemos, no primeiro ítem, algumas considerações sobre a prática pecu-
ária, para em seguida, simular a criação de uma empresa que será considerada
como estudo de caso. Deste modo, esperamos que você tenha a oportunidade de
ver nos itens três, quatro e cinco todo o tratamento contábil de uma empresa.
Por fim, para você entender a contabilidade pecuária é necessário que
tenha entendido os conceitos gerais dos empreendimentos agropecuários e a
administração rural moderna. Esses conceitos foram estudados no capítulo 1.
Você deverá compreender que os empreendimentos agropecuários devem ser
tratados como uma empresa.
D Ações Emitidas
C Capital Social 2.000.000
Emissão de 2.000.000 ações ordinárias da Agropecuária
Boi-Belo S/A, pelo valor nominal de $1,00 cada uma.
Após ter sido realizada a emissão das ações e a devida subscrição, cada
sócio acionista deverá fazer a realização do capital da Agropecuária Boi-Belo
S/A. Para tanto, conforme determina a Lei 6.404/76, será necessário que os
sócios integralizem, em dinheiro, a título de entrada na sociedade, no mínimo
10% (dez por cento) do valor total das ações subscritas, o restante poderá ser
em bens ou em direitos.
Na atividade agropecuária é comum se constituir o capital social da empresa,
na forma de capital fundiário e capital de exercício.
Capital fundiário será representado pelos investimentos vinculados à terra, e
que dela não podem ser retirados. São exemplos: a própria terra que, no nosso
plano de contas é representada pela conta terrenos da fazenda matriz; edifícios
e edificações rurais, representados pelas contas prédio sede, casa do gerente,
dormitório dos empregados, edifícios da produção, instalações diversas, insta-
lações elétricas, culturas permanentes, pastagens naturais e artificiais; outras
benfeitorias e melhoramentos na terra.
Capital de exercício, também denominado de capital operacional é composto
pelas aplicações de recursos necessárias para o perfeito funcionamento da
Pronto! A Agropecuária Boi-Belo S/A está prontinha para iniciar suas ativi-
dades de criação de gado bovino e de plantação de culturas permanentes e
temporárias. É importante que você acompanhe, a seguir, algumas considera-
ções contábeis sobre a atividade pecuária.
D Garrotes 960
C Bezerros PO e POI de 0 a 10 meses 960
Transferência de bezerros para garrote
Direitos Realizáveis
Estoque de Gado Bovino
Bovinos em Formação
Bezerros 10 meses 10.000
Bezerras 10 meses 10.000
Garrotes em Experiência 30.000
Novilhas em Experiência 20.000
Estoque de Outros Gados
Suínos p/ Consumo Próprio 20.000
Referências
BRASIL. Lei n. 6.404/76, de 15 de setembro de 1976. Dispõe sobre as socie-
dades por ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/
L6404consol.htm – 457k>. Acesso em: 3 dez. 2008.
______. Norma Brasileira de Contabilidade (NBC-T) n. 10. Dos aspectos especí-
ficos de entidades diversas. Disponível em: <http://www.cfc.org.br>. Acesso
em: 3 dez. 2008.
______. Parecer Normativo n. 57/76. Dispõe sobre atividade agropecuária e
classificação da conta de gado no ativo imobilizado e realizável. Disponível
em: <http://www.fiscosoft.com.br/indexsearch.php?PID=5787>. Acesso em:
3 dez. 2008.
MARION, José Carlos. Contabilidade rural. São Paulo: Atlas, 2005.
Anotações
Formalização de uma
entidade sem fins lucrativos
Introdução
É cada vez mais comum que as pessoas prestem serviços sem a finalidade
lucrativa, isso se deve ao surgimento de uma sociedade cada vez mais organi-
zada para a resolução de problemas sociais das mais diversas ordens.
As entidades de interesse social, como também são chamadas, pertencem
ao terceiro setor da economia e apesar desse tipo de sociedade não ter finali-
dade lucrativa, elas devem prestar contas à sociedade de suas ações e trabalhos
desenvolvidos. A contabilidade, como ciência social aplicada, é inserida, neste
mercado, com a finalidade de registrar e divulgar informações com base em
seus princípios e normas.
Você deve estar a se perguntar quais são os pré-requisitos para os conteúdos
propostos neste capítulo. No entanto, é bom lembrar que não tivemos conteúdos
anteriores que trabalhassem sobre este tipo de sociedade, porém tivemos a Teoria
da Contabilidade, que busca explicar o melhor emprego dos termos contábeis
para todos os tipos societários, com ou sem fins lucrativos. Os conceitos de
receitas e ganhos, custos e despesas estudados lá, aqui servirão para sustentar e
entender o processo de formalização de empresas sem a finalidade lucrativa.
Desse modo, esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de
entender o processo de formalização de uma empresa sem fins lucrativos e reco-
nhecer alguns benefícios fiscais e sociais para as entidades sem fins lucrativos.
Compreender a importância dos segmentos sem finalidade lucrativa que
se somam na prestação de serviços sociais é fundamental para entender seu
processo de formalização. É importante lembrar que, apesar desta atividade
não ter a finalidade lucrativa, ela deverá ser explorada por uma pessoa jurídica
que constituirá patrimônio empresarial que deverá ser registrado.
Neste capítulo, você verá um pouco sobre as entidades de interesse social e
terceiro setor, verá sobre as associações e as fundações. Discutiremos os procedi-
mentos básicos para a constituição de uma fundação e de uma associação, bem
como, os instrumentos de fiscalização e controle dessas instituições. Abordaremos
os benefícios de imunidade e isenção concedidos pelo Poder público às institui-
ções sem fins lucrativos. Por fim, é nosso objetivo discutir, com você, sobre a
concessão de registros e títulos realizada por órgãos governamentais.
3.2 As associações
As associações são pessoas jurídicas constituídas pela união de pessoas
com um objetivo comum, mas que não tenham finalidade lucrativa. Elas são
constituídas por estatuto social, devidamente registrado no cartório de registro
de documentos. É no estatuto social que se define a composição e o funciona-
mento dos órgãos deliberativos e administrativos.
Você deve estar atento para o fato de que o órgão de deliberação máxima
é a assembleia geral, que tem por deliberação: eleger e destituir seus adminis-
tradores, aprovar a prestação de contas e o estatuto social, bem como alterá-lo
sempre que for necessário.
Devido à importância da assembleia geral, devemos ter alguns cuidados
para a sua deliberação. Vejamos.
Voto Quorum mínimo
Competência concorde 1ª convocação 2ª convocação
Eleger os administradores – – –
Destituir os administradores 2/3 Maioria absoluta 1/3
Aprovar contas – – –
Alterar estatuto 2/3 Maioria absoluta 1/3
Fonte: Código Civil Brasileiro – Lei n. 10.406/2002.
O estatuto também define os fins sociais da entidade que deverão ser lícitos,
sob qualquer pretexto. É admitido que, em assembleia geral, alterem-se os fins
estatutários, desde que haja quorum, conforme prevê o Código Civil Brasileiro.
Você sabe o que é uma fundação, quais são as suas características e atribui-
ções? É comum as pessoas usarem o termo fundações e aplicá-lo incorretamente,
pois há diferenças entre uma associação, entidade e fundação. Observe que o
nosso próximo assunto são as fundações.
3.3 As fundações
As fundações são instituições que financiam o terceiro setor e realizam
doações às entidades beneficentes. No Brasil, existem algumas particularidades,
um exemplo disso são as fundações mistas que doam/repassam recursos a
terceiros e também executam projetos próprios na área de interesse social.
As fundações são entes jurídicos que têm por característica o patrimônio que
adquire personalidade jurídica e deverá ser administrado de modo a cumprir as
finalidades estipuladas pelo estatuto. A partir do Novo Código Civil Brasileiro,
somente poderão ser constituídas fundações para fins religiosos, morais, cultu-
rais ou de assistência.
Saiba mais
Realize uma breve leitura da Lei n. 10.406/2002, que institui o Novo Código
Civil Brasileiro. Especificamente a leitura recomendada é dos capítulos II – das
associações; e capítulo III – das fundações. Você tem acesso a essa leitura
pelo sítio <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/2002/L10406.htm>.
3.7.1 Imunidade
A Lei n. 5.172/66 que disciplina o Código Tributário Nacional em seu art. 14,
incisos I, II e III, com adequações a lei complementar 104/2001 estabelece requi-
sitos para a concessão de imunidade tributária. Segundo o referido artigo:
Art. 14. O disposto na alínea e do inciso IV do art. 9º é subordinado à
observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de
suas rendas, a qualquer título;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manu-
tenção dos seus objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
Neste sentido, em atendimento à lei, o patrimônio das entidades só poderá
ser aplicado para o cumprimento de seu fim, ou seja, patrimônio e rendas não
poderão ser distribuídos a qualquer título.
Os ocupantes de cargos, na entidade, não poderão receber remuneração ou
prestar serviço remunerado à entidade e aos gestores e demais colaboradores
das entidades só lhes são permitido o ressarcimento de despesas efetuadas em
prol da entidade e devidamente comprovadas.
Você precisa saber que cada unidade concede ou não a imunidade sobre
os impostos que são de sua competência.
A isenção, por sua vez, é o ato temporário de não se exigir a cobrança do
tributo, em função de previsão de lei, mesmo com ocorrência do fato gerador.
Agora veja como funciona a Isenção.
3.7.2 Isenção
Apesar de a isenção assimilar-se à imunidade, algo as difere. A imuni-
dade tem caráter permanente, e somente pode ser alterada por alteração da
Constituição Federal, enquanto que a isenção é temporária.
Na imunidade não ocorre o fato gerador da obrigação tributária, diferentemente
da isenção, onde ocorre o fato gerador, mas a lei torna o crédito inexigível.
Neste sentido a isenção pode ser concedida sobre todos os tipos de tributos
(impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contri-
buições especiais). Cada esfera de Governo (federal, estadual e municipal)
legisla sobre a isenção dos tributos de sua competência.
Dessa forma as entidades jurídicas que não são beneficiadas pela imunidade
tributária devem verificar a existência de isenção tributária na legislação perten-
cente à esfera federal, estadual e municipal. Ao identificarmos tal benefício devemos
realizar a solicitação formal ao ente governamental que poderá, ou não, autorizar,
o pedido em função do enquadramento, ou não, da entidade no benefício.
Optamos por acompanhar você, passo a passo, no entendimento do tratamento
contábil destinado às entidades sem fins lucrativos, por isso é necessário que você veja,
agora, um pouco sobre concessão de registros e títulos por órgãos governamentais.
Saiba mais
Referências
BRASIL. Código Civil Brasileiro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 10 dez. 2008.
______. Código Tributário Nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em: 15 dez. 2008.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Manual de procedimentos contábeis
para fundações e entidades de interesse social. Brasília: CFC, 2004.
Anotações
Introdução
As entidades com fins lucrativos utilizam na formação de seu patrimônio
recursos próprios captados entre seus acionistas, no mercado de capitais, por
meio de integralização de quotas/ações além de outras formas de produção de
bens, produtos e serviços, podendo, também, intermediar a venda de mercado-
rias com um único fim: obter lucro.
Já as entidades sem fins lucrativos para constituírem seus patrimônios neces-
sitam de contribuições, doações e subvenções, e possuem como contribuinte,
para tal evento, um doador ou subventor. Todo esse esforço de captação de
recurso não objetiva lucro econômico, mas lucro social.
No processo de gestão dos recursos captados pelas entidades sem fins lucra-
tivos não há nada que as impeça de gerir financeiramente os recursos por meio
da obtenção de receitas financeiras, de capital, e até mesmo em casos espe-
ciais, obter lucro na venda de produtos, mercadorias e serviços prestados, que
será revertido para a manutenção de suas atividades e nunca para remunerar
seus pares como ocorre nas empresas em geral.
Seguimos o raciocínio acima, e nos questionamos se as entidades sem fins
lucrativos necessitam de contabilidade como as empresas que possuem fim
diverso. A resposta a que chegamos é sim, pois todas as entidades, grandes ou
pequenas, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos estão obrigadas por
força de lei a terem sua contabilidade em dia.
Portanto, são objetivos desse capítulo possibilitar a você, caro estudante,
aprender sobre o processo de contabilização da entidade sem fins lucrativos, e
levá-lo a identificar a legislação pertinente às demonstrações contábeis dessas
entidades sem fins lucrativos.
Deste modo, a contabilidade possibilita a aplicação de seus recursos e
fornece subsídios para uma gestão eficaz. Neste capítulo, discutiremos com
você não só a exigência da contabilidade para as entidades sem fins lucrativos,
como, também, as principais demonstrações contábeis, o balanço patrimonial
(BP), a demonstração do Superávit ou Déficit do exercício (DSDE). Juntamente
com você, veremos em um estudo de caso os seus fatos contábeis. Teremos,
portanto, a oportunidade de demonstrar, na prática, a contabilização das opera-
ções contábeis dessas entidades.
BALANÇO PATRIMONIAL
1 – ATIVO 2 – PASSIVO
1.1 CIRCULANTE 2.1 CIRCULANTE
1.1.1 Disponível 2.1.1 Fornecedores
1.1.1.001 Caixa 2.1.1.001 Duplicatas a Pagar
1.1.1.002 Bancos 2.1.2 Obrigações Trabalhistas
1.1.2 Estoques 2.1.2.001 FTGS a pagar
1.1.2. 001 Materiais Diversos do 2.1.3 Outras Obrigações
Almoxarifado 2.1.3.001 Salários a Pagar
BALANÇO PATRIMONIAL
1 – ATIVO 2 – PASSIVO
1.2 NÃO-CIRCULANTE 2.2 NÃO-CIRCULANTE
1.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo 2.2.1 Passivo Exigível De Longo Prazo
1.2.2 Imobilizado 2.2.2 Patrimônio Social
1.2.2.001 Máquinas e Equipamentos 2.2.2.001 Patrimônio Social
1.2.2.002 Móveis e Utensílios 2.2.3 Doações Patrimoniais
1.2.2.003 Depreciação Acumulada 2.2.3.001 Doações de PF
2.2.3.002 Doações de PJ
2.2.4 Superávit ou Déficit do Exercício
2.2.4.001 Superávit ou Déficit do Exercício
Fonte: adaptado do artigo 178 da Lei 6.404/76.
Como você já viu, até aqui, cabe ao contador adequar a nomenclatura das
contas a serem apresentadas no Balanço Social de forma a evidenciar as varia-
ções patrimoniais da entidade sem fins lucrativos de maneira a informar seus
usuários, com clareza e exatidão, os demais atributos da informação contábil
constante na NBC T 1. Anexo ao Balanço Patrimonial é preciso divulgar a
Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício (DSDE). Veja suas particula-
ridades, no próximo tópico.
Com todos esses conhecimentos adquiridos será interessante que você possa
ver, agora, como funcionam essas operações, por isso, para efeito didático
acompanhe a simulação, a seguir.
Fato 1 Fato 9
D: Caixa D: Caixa
C: Patrimônio Social.......... R$ 10.000 C: Doação PJ..................... R$ 5.000
Fato 2 Fato 10
D: Terrenos......................... R$ 2.000 D: Máquinas e Equipamentos
D: Edificações.................. R$ 18.000 C: Caixa............................... R$ 900
C: Doação de Pessoa
Jurídica............................ R$ 20.000
Fato 3 Fato 11
D: Móveis e Utensílios D: Despesa com Pintura
C: Dpl a pagar................... R$ 3.000 C: Receita c/ voluntários........ R$ 200
Fato 4 Fato 12
D: Gêneros Alimentícios D: Bancos Conta Movimento
C: Caixa............................ R$ 1.000 C: Receita PJ...................... R$ 2.000
Fato 5 Fato 13 – Ajuste de Dezembro
D: Despesa c/ Salários D: Salários a Pagar
C: Salários a Pagar............. R$ 1.000 C: INSS.................................. R$ 90
Fato 6 Fato 14 – Ajuste de Dezembro
D: Despesa c/ FGTS D: ARE – Apuração Resultado
C: FGTS a Pagar..................... R$ 80 Ex..................................... R$ 1.280
C: Despesa c/ Salários........ R$ 1.000
C: Despesa c/ FGTS................ R$ 80
C: Despesa c/ Pintura............ R$ 200
Fato 7 Fato 15 – Ajuste de Dezembro
D: INSS D: Receita c/ Voluntários........ R$ 200
C: INSS a Recolher.................. R$ 90 D: Receita de PJ.................. R$ 2.000
C: ARE – Apuração Resultado
Ex..................................... R$ 2.200
Fato 8
D: Bancos Conta Movimento
C: Caixa............................ R$ 5.000
Bancos Conta
Movimento Doação PJ Despesa c/ FGTS
8 – 5.000 20.000 – 2 6 – 80 80 – 14
12 – 2.000 5.000 – 9 0–S
S – 7.000 25.000 – S
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponível Fornecedores
. Caixa.............................R$ 8.100,00 Duplicatas a Pagar...............R$ 3.000,00
. Bancos Conta Movimento... R$ 7.000,00 Obrigações Trabalhistas
Estoques FTGS a pagar..........................R$ 80,00
. Gêneros Alimentícios........R$ 1.000,00 INSS a recolher........................R$ 90,00
Outras Obrigações
Salários a Pagar.....................R$ 910,00
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
Imobilizado Patrimônio Social
. Máquinas e Equipamentos... R$ 900,00 Patrimônio Social...............R$ 10.000,00
. Móveis e Utensílios........... R$ 3.000,00 Doações Patrimoniais
. Edificações...................... R$ 2.000,00 Doações de PJ...................R$ 25.000,00
. Terrenos........................ R$ 18.000,00 Superávit ou Déficit do Exercício
Superávit do Exercício.............R$ 920,00
R$ 40.000,00 R$ 40.000,00
Para concluir os estudos dos registros contábeis das entidades sem fins lucra-
tivos é importante mencionar que, neste capítulo, foram trabalhadas algumas
possibilidades desses registros. A norma brasileira de contabilidade que emana
sobre entidades sem fins lucrativos é a NBC T 10.19, além de outras legislações
como o Novo Código Civil. É importante que você perceba que essas entidades
cumprem um papel social significativo e devemos ficar atentos para evidenciar e
prestar contas de seus resultados, daí a importância social da profissão.
Referências
ARAÚJO, Osório Cavalcante. Contabilidade para organizações do terceiro setor.
São Paulo: Atlas, 2006.
Anotações
Contabilidade das
empresas imobiliárias
Introdução
As atividades que as empresas imobiliárias executam estão diretamente
ligadas ao desmembramento de terrenos, loteamentos, construção própria e/
ou de condomínios incorporação de imóveis, administração de centros comer-
ciais, locação de imóveis, e muitas outras. Sempre quando houver um bem a ser
alugado e/ou negociado haverá a figura de um agente imobiliário, seja repre-
sentado por pessoa física ou jurídica, com o objetivo de intermediar o processo.
Portanto, esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de compre-
ender o processo de contabilização das entidades imobiliárias e reconhecer a
legislação pertinente às entidades imobiliárias.
Deste modo, neste capítulo, você estudará a legislação pertinente, bem
com a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC T 10.5), que estabelece proce-
dimentos contábeis a serem observados na realização da contabilidade das
empresas imobiliárias.
Não tivemos, até o momento, em nosso estudo contábil, conteúdos especí-
ficos da contabilidade das empresas imobiliárias, porém os estudos das disci-
plinas de Teoria da Contabilidade e da Contabilidade Introdutória, estudados no
1° e 4° períodos, darão suporte para os estudos pertinentes à contabilidade das
empresas imobiliárias. Na Teoria da Contabilidade você teve a possibilidade
de estudar a base teórica que possibilitou a você reconhecer e mensurar ativos,
passivos, receitas e despesas, esses conhecimentos aliados aos da Contabilidade
Introdutória nos ajudará a realizar os registros contábeis, destacando as contas
de débito e crédito.
Tais conhecimentos são extremamente importantes para a sua prática profis-
sional, pois na atividade contábil é comum a necessidade de se dominar várias
áreas da contabilidade, em especial devido à diversificação de negócios de
uma empresa. Você perceberá, ao longo de seu curso, que os conteúdos aqui
explorados dialogam com muitos outros que você já viu até aqui.
Neste capítulo, você verá o fluxo de operações nas atividades imobiliárias, os
registros contábeis, além de ter a oportunidade de visualizar, por meio de estudo
de caso, como funciona a prática contábil. Assim, apresentaremos modelos e
casos de registros contábeis pertinentes a este tipo de atividade comercial e de
prestação de serviços.
Você deve observar que quando a construção for realizada por terceiros,
haverá um termo de contrato de administrador, ou seja, quando o empreen-
dedor imobiliário assume todos os custos de construção e delega a respon-
sabilidade técnica à empresa de engenharia e construção civil. Neste caso,
alguns lançamentos contábeis seriam:
Lançamento 7
D – Custo de construção de imóveis/ materiais diretos / mão de obra direta /
subempreitadas / materiais indiretos
C – Estoques / depósito de materiais / salários a pagar / fornecedores de
serviços / almoxarifado etc.
Lançamento 1
D – Bancos
C – Financiamento para construção
Lançamento 2 – Juros e atualização monetária mensal paga
D – Despesas financeiras / juros s/ financiamento de construção / variações
monetárias passivas
C – Financiamento para construção
Lançamento 3 – Transferência para a apuração de resultado
D – Apuração do resultado do exercício
C – Despesas financeiras / juros s/ financiamento de construção / variações
monetárias passivas
D – Prestamistas
C – Receita de resultados futuros / venda de imóvel
Lançamento 1
D – Prestamistas
C – Variações monetárias ativas
É imprescindível lembrar que as atualizações monetárias deverão estar em conformi-
dade com os índices de correção acordados.
Lançamento 2 – Confrontação dos custos relacionados aos exercícios futuros.
D – Custos de exercícios futuros / imóveis vendidos
C – Estoques / imóvel acabado
Lançamento 3 – Reconhecimento do valor atualizado do lucro bruto das unidades
vendidas, apropriado a resultados futuros.
D – Custos de exercícios futuros / imóveis vendidos
C – Variações monetárias ativas
Se o fato não tiver correção monetária do lucro bruto das unidades vendidas,
apropriado a resultados futuros.
D – Prestamistas
C – Resultados de exercícios futuros / imóveis vendidos / variações monetárias ativas
Lançamento 4 – Juros cobrados sobre o saldo devedor dos clientes prestamistas.
D – Prestamistas
C – Receitas financeiras / juros sobre vendas a prestação
Lançamento 5 – Recebimento das prestações.
D – Caixa / banco
C – Prestamista
ATIVO PASSIVO
NÃO-CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Terrenos 133.056 Reservas de capital 1.195.300
Edifícios 275.560 Reservas de lucros
Máquinas e equipamentos 384.210 Lucros acumulados 297.128
Total 2.372.826 Total 2.372.826
Referências
COMITÊ DOS PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Orientação técnica n 01.
Disponível em: <http://www.cpc.org.br>. Acesso em: 22 jan. 2009.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Norma Brasileira de Contabilidade
10.5 – entidades imobiliárias. Disponível em: <http://www.cfc.org.br>. Acesso
em: 22 jan. 2009.
COSTA, Magnus Amaral da. Contabilidade da construção civil e atividade imobi-
liária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SCHERRER, Alberto Manoel. Contabilidade imobiliária. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2009.
Anotações
Contabilidade das
empresas construtoras
Introdução
A contabilidade das empresas de construção civil é um ramo muito especí-
fico de aplicação das normas e legislação contábil. Empresas de construção civil
têm como objeto social a atividade imobiliária de construção de unidades imobi-
liárias destinadas à venda. Os recursos financeiros utilizados para a realização
dos serviços da construtora podem ser de diversas fontes, tais como, próprios,
de clientes, do sistema de habitação, etc. e as vendas são realizadas de diversas
formas, à vista, a prazo, por meio de parceladas ou não.
Neste capítulo, você estudará a legislação contábil aplicada aos empreendi-
mentos construtores, bem como um estudo de caso com alguns registros de fatos
ocorridos em uma empresa construtora.
Por isso, ao término desse capítulo, esperamos que você seja capaz de
entender os procedimentos contábeis de empresas de construção civil, além de
ser capaz de reconhecer a legislação contábil aplicada às empresas de cons-
trução civil.
É importante ressaltar que, novamente, os conteúdos estudados na disci-
plina de Teoria da Contabilidade (4° Período) e os conteúdos da Contabilidade
Introdutória (1° Período) darão suporte para os estudos pertinentes à contabili-
dade das empresas construtoras. A teoria da contabilidade nos dará menção de
como reconhecer e mensurar ativos, passivos, receitas e despesas e os conheci-
mentos da Contabilidade Introdutória nos ajudará a realizar os registros contá-
beis. É bom lembrar que os registros contábeis a serem efetuados nas empresas
construtoras constituem casos particulares e específicos desse tipo de empresas.
Desse modo, o conteúdo a ser apresentado, nesse capítulo, será relevante
para as futuras administrações desse tipo de empreendimento e a sua atuação
como contador poderá contribuir com o registro contábil da empresa e auxiliar na
tomada de decisões, e no gerenciamento das atividades da empresa construtora.
Onde:
RE = Receita correspondente ao período base atual;
RPn = Receita proporcional da obra, acumulada até o período-base atual;
RPn-1 = Receita proporcional da obra, acumulada até o período base anterior;
RTr = Preço total da obra contratada, reajustado;
CTe = Custo total da obra, incorrido até o período base;
CTo = Custo total da obra, orçado ou estimado, reajustado.
Como exemplo de cálculo da receita a ser reconhecida no período, conside-
raremos que a Engenharia e Construções ABC foi contratada para construir
uma ponte sobre o Rio Tocantins. A construção será realizada por empreitada
global, por R$ 100 milhões, sendo que foi orçado um custo total de R$ 60
milhões, a preços correntes da época. No ano de X6 incorreu em custos no
montante de R$ 15 milhões, tendo o laudo técnico de medição do progresso
físico acusado 20% de realização. Neste mesmo período a empresa recebeu
do contratante a quantia de R$ 25 milhões. Com base nestes dados temos:
Vamos ver agora um estudo de caso que envolve os registros contábeis para
obras por empreitada.
No início do ano de 01, a Construtora XYZ, foi contratada pela empresa Grão
Verde Ltda. para construir uma estrada particular pelo valor de R$ 800.000, e
recebe na assinatura do contrato a importância de R$ 100.000, como adian-
tamento para financiar gastos iniciais com a obra e cujo valor seria deduzido
da primeira medição, pois já havia sido depositado em banco. Nos meses de
janeiro, fevereiro e março aconteceram os seguintes fatos:
• compra de materiais de construção a prazo, no valor de R$ 160.000,
postos diretamente na obra;
• folha de pagamento de pessoal contratado para executar a obra
R$ 40.000, (valor bruto) a ser pago no mês de fevereiro;
• utilização de equipamentos alugados, a serem pagos no mês seguinte
no valor de R$ 10.000;
• subempreitada de serviços no valor de R$ 30.000, executados no mês
e pagos imediatamente;
• pagamento de fornecedor dos materiais adquiridos (item a);
• pagamento de salários e alugueis relativos a janeiro;
• medição, cujo faturamento importou em R$ 250.000, com a quitação
dos R$ 100.000 de adiantamento, o restante deverá ser pago posterior-
mente. O valor do ISS foi de R$ 4.000 a ser recolhido posteriormente;
• pagamento no banco, realizado pelo cliente, da duplicata relativa à
primeira medição;
• medição, cujo faturamento importou em R$ 150.000, a receber no mês
de abril, sendo ISS no valor de R$ 2.000 a recolher posteriormente.
Observe a seguir os lançamentos.
Máquinas e
Caixa Banco Equipamentos
SA – 10.000 30.000 – 4 SA – 100.000
SA – 90.000 61.200 – 6
1 – 100.000 160.000 – 9
8 – 150.000
340.000 251.200
88.000
G – 128.200
Referência
COSTA, Magnus Amaral da. Contabilidade da construção civil e atividade imobi-
liária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Anotações
empresas de construção
civil e de engenharia
Introdução
Contabilidade das empresas de construção civil e de engenharia segue
várias normativas contábeis, uma vez que a base de registro contábil são os
laudos técnicos emitidos pelos profissionais de engenharia que acompanham
interinamente a obra. Aqui estudaremos, com base em estudos de caso, a venda
à vista de unidades acabadas, a venda à vista de unidades em construção,
a venda a prazo ou, a prestações, de unidades acabadas e em construção.
Veremos situações que envolvem o registro e a informação contábil.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de entender alguns proce-
dimentos contábeis aplicados às empresas de engenharia e construção civil e seja
capaz de compreender a importância da informação contábil aplicada às empresas
de engenharia e de construção civil como instrumento de gestão empresarial.
Para isso, os conteúdos do capítulo 6 serão a base para nossos estudos,
pois aprendemos alguns registros contábeis das empresas de construção civil
e de engenharia. Esses registros seguem os padrões estipulados nas Normas
Brasileiras de Contabilidade, em especial quando dizem respeito ao registro,
mensuração e demonstração do resultado do exercício. Desta forma, todos os
usuários interessados podem ter acesso à informação. Ainda, no capítulo 6 temos
os estudos da teoria da contabilidade, que contempla a forma e o conteúdo da
informação contábil a ser divulgada. O próprio Conselho Federal coloca a estru-
turação das demonstrações contábeis quanto à forma, já quanto ao conteúdo,
recomendamos que o contador tenha a preocupação de registrar todos os fatos
contábeis, quantitativa e qualitativamente em toda a sua extensão.
Gostaria de lembrar a você que todos os estudos de casos são adaptados
de Costa (2007) e que esse capítulo é uma oportunidade relevante de colocar
em prática os conhecimentos adquiridos. Tente explorar, o máximo que puder,
não só do caderno de conteúdos e atividades, como também das aulas e das
atividades propostas pelos professores da disciplina, por meio do AVA.
Fato 1 Fato 2
D: Caixa D: Custo dos imóveis vendidos
C: Receita de venda C: Imóveis acabados..............R$ 300.000*
de imóveis............. R$ 800.000 * R$ 900.000 / 15 unidades = R$ 60.000
R$ 60.000 ∙ 5 unidades = R$ 300.000
Tendo em vista que o progresso físico da obra é feito, pela proporção dos custos
incorridos (R$ 600.000) em relação ao custo total orçado até a conclusão
(R$ 800.000) aplicada ao preço contratado (R$ 400.000), temos:
Fato 2:
D – Adiantamento de clientes
C – Receita com venda imóvel R$ 300.000
Fato 3: Pelos custos incorridos relativos às unidades vendidas:
D – Custo dos imóveis vendidos
C – Imóveis em construção R$ 120.000
2° ano:
Fato 1: Pela conclusão da obra, temos:
D – Adiantamento de clientes
C – Receita com venda imóvel R$ 100.000
Fato 2:
D – Custo dos imóveis vendidos
C – Imóveis em construção R$ 48.000
Veja como ficam os registros contábeis para atender aos ditames do imposto
de renda:
1° ano:
Fato 1: Pelo valor recebido, no momento da venda:
D: Caixa
C: Adiantamento de clientes R$ 400.000
Fato 2: No final do exercício, pela apuração dos custos:
D – Custo dos imóveis vendidos R$ 160.000
C – Imóveis em construção R$ 120.000
provisão para custos orçados R$ 40.000
2° ano:
3° ano:
2° ano:
Fato 1: Pelo recebimento das receitas
D: Caixa
C: Prestamistas R$ 80.000
3° ano:
Fato 1: Pelo reconhecimento das receitas
D: Caixa
C: Prestamistas R$ 80.000
Até o momento, você aprendeu como proceder contabilmente quando há
venda a prazo ou prestação de unidades acabadas. Agora, veremos um estudo
de caso que envolve a venda de unidades concluídas.
Prestamistas
(22) 25.000
(25) 18.000
(47) 32.000
75.000
(43) 48
2.048 2.600
552
Financiamento Lucros
de obras Capital social acumulados
50.000 50.000 7.000
50.000 50.000 33.844,96
(F)
40.844,96
48 (42)
48 (43)
435 696
261
DRE
Receita de venda de imóveis 90.000
(–) Custo dos imóveis vendidos (41.200)
= Lucro bruto 48.800
(–) Despesas administrativas (3.945,50)
(–) Despesas com vendas (900)
= Lucro Bruto do trimestre 43.954,50
(–) IR e CS (10.109,54)
= Lucro líquido 33.844,96
É importante destacar, agora que estamos na reta final desse capítulo que a
observação das normas editadas pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade)
é essencial para o sucesso da contabilidade. Portanto, voltamos a sugerir a você
que fique atento e busque sempre informações atualizadas sobre os tipos de
tributação e IR (imposto de Renda) e de contribuição social dessas empresas.
É bom lembrar que a legislação não é estática, sabemos que o CFC busca
informar os profissionais da área sobre qualquer mudança realizada nas normas
do setor. Fique atento!
Por fim, esperamos que você tenha aproveitado todos os conteúdos expla-
nados no decorrer dos nossos estudos e que lembre que essa disciplina é o
começo de tudo, muitos caminhos na busca do conhecimento precisam ser
percorridos por você! Estudo é uma constante rotina que nos faz crescer. Até
uma próxima oportunidade!
Referência
COSTA, Magnus Amaral da. Contabilidade da construção civil e atividade imobi-
liária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Anotações
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos Doriane Braga Nunes Bilac
Revisão Linguístico-Textual Silvéria Aparecida Basniak Schier
Revisão Didático-Editorial Silvéria Aparecida Basniak Schier
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Equipe EADCON
Coordenador Editorial William Marlos da Costa
Assistentes de Edição Ana Aparecida Teixeira da Cruz
Lisiane Marcele dos Santos
Thaisa Socher
Programação Visual e Diagramação Bruna Maria Cantador
Denise Pires Pierin
Kátia Cristina Oliveira dos Santos
Rodrigo Santos
Sandro Niemicz
Prezado estudante,
A partir do final da década de 1980, as transações comerciais se diversifi-
caram devido ao processo de globalização. Esse fato alterou as condições de
competitividade, exigiu das empresas um maior gerenciamento de seus custos
para que possam sobreviver, crescer e criar vantagens competitivas.
Apresentação
Por isso apresentaremos, neste caderno, algumas técnicas que a gestão
estratégica de custos disponibiliza, para que os empreendedores possam
alcançar os objetivos e as estratégias de suas empresas.
No primeiro capítulo, apresentamos as técnicas que a gestão estratégica
de custos disponibiliza para seus usuários. No capítulo, apresentaremos os
procedimentos que o contador deve realizar para apurar o resultado do exer-
cício de acordo com a legislação societária. No terceiro, descreveremos o
método de custeio variável como uma alternativa para a geração de informa-
ções úteis no processo de tomada de decisão. No quarto capítulo, examina-
remos uma sistemática para controlar o desempenho da atividade produtiva.
No quinto capítulo, descreveremos uma forma de calcular o custo do produto
fabricado pelo método custeio baseado por atividades. No sexto, demons-
traremos o que o gestor deve fazer para aumentar seu lucro quando existir
alguma restrição no processo produtivo. E, no sétimo capítulo, informaremos
os procedimentos que o gestor deve realizar para fixar o preço de venda de
seus produtos.
Esperamos que ao final do estudo, você perceba o quanto essas informa-
ções são relevantes para o contador que deseja ser mais que um escriturador,
ou seja, ser um controller.
Bons estudos!
Prof.ª Doriane Braga Nunes Bilac
1
CAPÍTULO 1 • Gestão Estratégica de Custos
Introdução
Vamos supor que uma empresa de distribuição de medicamentos planeja
implantar ações que possam melhorar o nível de serviços aos clientes e reduzir os
custos de armazenamento e abastecimento. Isso significa entregar os produtos sem
danos, em data, horário e local prometidos, informar os clientes de possíveis atrasos
e gerar informações para a tomada de decisões. Tudo com o menor custo possível.
Ao analisar esse exemplo, você deve ter percebido que a empresa fixou os
objetivos que deveriam ser alcançados. Agora, ela deve identificar como irá
alcançá-los, isto é, estabelecer a estratégia a ser utilizada para melhor alcançar
esses objetivos e, ao mesmo tempo, definir as táticas para a implementação da
estratégia. Mas o que é estratégia e o que é tática?
Neste capítulo, você conhecerá os conceitos de estratégia e tática, como
também de gestão, custos e gestão estratégica de custos. Além disso, identifi-
cará as diversas ferramentas e a finalidade das informações de custos que a
gestão estratégica de custos tem para auxiliar o gestor a otimizar suas atividades
operacionais. Por isso é de fundamental importância que você tenha entendido
os conteúdos apresentados na disciplina Contabilidade e Análise de Custos
(conceito, objetivo e métodos de custeio, sistema de produção, departamentali-
zação, cálculo do custo do produto vendido, apuração do resultado do exercício
e elaboração da demonstração do resultado do exercício).
O conhecimento desses assuntos possibilitará que você entenda os motivos
que os gestores têm para gerenciar com eficácia os custos incorridos na sua ativi-
dade operacional. Para relembrar com mais profundidade esses conteúdos, você
pode ler o primeiro capítulo do livro Custos: planejamento, implantação e controle,
escrito por George Sebastião Guerra Leone, publicado pela editora Atlas.
Esperamos que você se dedique aos estudos deste capítulo e, ao final dele,
entenda a importância da gestão estratégica de custos no processo de planeja-
mento, direção e controle e conceitue os termos estratégia, gestão e custos.
Saiba mais
Quer saber mais sobre estratégia? Então leia os estudos feitos por Henry
Mintzberg para conhecer outros significados atribuídos ao termo estratégia,
assim como as escolas do pensamento estratégico desenvolvidas a partir
de 1970. Esses estudos estão nos livros Ascensão e queda do planejamento
estratégico, O processo da estratégia e Safári de estratégia. Você pode ler
sobre esses livros nas sinopses apresentadas no sítio <http://www.planeta-
news.com/autor/HENRY%20MINTZBERG>. Bons estudos!
Após ler as diferenças, você deve ter concluído que a estratégia abrange a
empresa como um todo e a tática está restrita aos departamentos que compõem
a entidade. Mas o que os gestores devem fazer para definir suas estratégias
e táticas?
Para definir as estratégias e as táticas, eles necessitam fazer o planejamento,
ou seja, definir suas ações para o futuro. O conjunto de ações estratégicas é
denominado de planejamento estratégico. Em outras palavras, podemos definir
o planejamento estratégico como sendo um plano global de longo prazo, no
qual os gestores especificam, em linhas gerais, aonde a empresa pretende
chegar no futuro e como se propõe a fazê-lo a partir da situação atual. Podemos
citar, como exemplos de planejamento estratégico, o plano sobre o lucro espe-
rado, o plano de novos investimentos para expansão e inovação, o plano sobre
o mercado que a empresa deseja alcançar, o plano sobre o que se pretende
produzir, etc.
Já o planejamento tático é um plano de médio prazo que enfoca as decisões
sobre a estrutura organizacional, o desenvolvimento de produtos e a conquista
de mercado, o desenvolvimento de recursos para a atividade operacional e as
operações de produção e comercialização. O plano tático, para ser executado
a curto prazo. Por isso deve ser desdobrado em planos operacionais.
No fluxograma a seguir, você poderá visualizar o plano estratégico, o plano
tático e o plano operacional. Analise-os atentamente.
Por meio da figura 1, você percebeu que plano estratégico é composto dos
planos táticos e operacionais. O plano tático é um elemento que a entidade
deseja melhorar, implantar ou excluir. E os planos operacionais evidenciam os
procedimentos necessários para a concretização dos planos táticos.
À medida que os planos apresentados no fluxograma vão sendo implemen-
tados, é necessário organizar, valorar, controlar, avaliar e revisar as ações e os
custos. Mas como fazer esses procedimentos? Por meio da gestão administrativa.
Vamos conversar sobre ela a seguir.
1.2 Gestão
Se você trabalha, já deve ter percebido que todas as atividades de um
empreendimento são controladas por um administrador. A função que ele
faz é denominada de gestão. A gestão é essencial para o funcionamento de
uma atividade empresarial. Ela envolve o planejamento, a organização, a
direção e o controle dos planos, dos projetos, das operações, das metas, dos
objetivos e das transações econômicas realizadas pelas entidades econô-
mico-administrativas.
O gestor, ao planejar, define o futuro da empresa. Ao organizar, define o
que será feito, quem o fará e como deve ser feito, ou seja, aloca recursos finan-
ceiros, tecnológicos e humanos para que os objetivos possam ser realizados. Ao
dirigir/liderar, comunica e motiva as pessoas para que realizem as atividades
planejadas. Ao controlar, acompanha a execução dos planos, a fim de garantir
sua concretização e correção de possíveis desvios. A execução conjunta dessas
funções permitirá a obtenção de resultados positivos por meio da redução dos
custos. Você sabe o que é custo de uma atividade econômica? É sobre isso que
trataremos no próximo tópico.
1.3 Custos
Em resposta à pergunta anterior, você, como consumidor, poderia ter dito
que custo é o que você paga por um objeto que comprou. Mas se você fosse um
comerciante, afirmaria que seria o valor da mercadoria mais os gastos para trans-
portar a mercadoria até o estabelecimento comercial. Mas qual seria a definição
técnica desse termo na contabilidade de custos? Veja a seguir três definições de
estudiosos renomados nessa área.
Martins (1998, p. 25) afirma que “custo é gasto relativo a bem ou serviço
utilizado na produção de outros bens ou serviços”. Já Horngren (1986, p. 38),
expõe que “custos, em geral, significa sacrifício ou renúncia financeira”. Santos
e Marion (1993, p. 35) afirmam que “custos são todos os gastos do processo de
produção e criação, tais como a mão de obra, energia elétrica, desgaste das
máquinas utilizadas para a produção, embalagem, materiais, etc.”.
A partir dessas citações, podemos dizer que custo é o valor monetário que a
empresa gasta na aquisição de materiais, no pagamento da mão de obra e dos
demais gastos efetuados na produção para fabricar um produto, para prestar
um serviço ou para adquirir a mercadoria. Isso significa dizer que são os gastos
incorridos com materiais (matéria-prima, material secundário e material de emba-
lagem), mão de obra e gastos gerais com a fabricação.
A soma desses três elementos permite a identificação do custo de um produto
fabricado. O contador que usa esse cálculo está aplicando os conceitos do
método de custeio por absorção. Nesse método, os gastos gerais de fabricação
são rateados aos produtos de forma aleatória. Essa subjetividade de rateio pode
gerar produtos com custos diferentes e, como consequência, preço de venda e
resultados diferenciados. Esse fato motivou o desenvolvimento do método de
custeio variável que aloca apenas os custos variáveis aos produtos fabricados,
pois os custos fixos são classificados como despesas.
Esse novo método possibilitou a análise gerencial dos custos. A informação
de custos foi utlizada no processo de tomada de decisão sobre o melhor produto,
aceitação de um pedido especial, ponto de equilíbrio, análise da relação custo-
volume-lucro, etc. Ressaltamos que esse enfoque gerencial está voltado apenas
para indicar o impacto financeiro das diversas decisões adotadas pela empresa.
Com a globalização, as empresas locais, a partir da década de 1990,
passaram a ter de competir com outras do mercado global que têm maior capa-
cidade em termos de capital, marketing e experiência. Esse fato fez com que as
empresas locais buscassem modelos gerenciais que promovessem mais qualidade
para seus produtos, flexibilidade no atendimento, aperfeiçoamento contínuo do
processo produtivo, diminuição dos retrabalhos, eliminação de desperdícios e de
atividades que não agregassem valor ao cliente.
Esses aspectos, em conjunto com o avanço tecnológico, com maior número
de concorrentes e com o surgimento de tecnologias avançadas de produção, tais
como Just in Time (JIT) e Total Quality Control (TQC), demonstraram que as infor-
mações de custos não estavam sendo mais precisas e oportunas para o novo
ambiente competitivo. Por esse motivo, os gestores concentraram sua atenção nos
aspectos estratégicos para analisar e gerar as informações de custos. Essa nova
linha de pensamento fez surgir a Strategic Cost Managemant (SCM) ou gestão
estratégica de custos, assunto do nosso próximo item. Vamos a ele?
Você deve ter percebido que o gestor que dispõe de informações sobre os
custos terá mais ferramentas para controlar, avaliar, planejar e analisar as ações
administrativas de forma mais eficaz.
A partir da análise feita neste capítulo, concluímos que a análise de custo
tradicional aborda com maior profundidade a questão de como calcular os
custos (aspectos internos) e menos em como utilizá-los. Já a gestão estratégica de
custos, introduzido em 1993 pelos professores Shank e Govidarajan, relaciona a
informação contábil de custo com as estratégias empresariais (aspectos internos
e externos) ao utilizar diversas ferramentas gerenciais para analisar o custo com
o fim de melhorar o desempenho operacional pela identificação das atividades
que realmente agregam valor ao processo produtivo. Esse desempenho pode
ser mensurado monetariamente por meio da apuração do resultado do exercício,
que é feita pelo confronto entre as receitas, as despesas e os custos incorridos
em um determinado período. Vamos apresentar o cálculo desse resultado no
próximo capítulo.
Referências
BERTÓ, D. J.; BEULKE, R. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva, 2005.
CARVALHO M.; LAURINDO F. Estratégia para competitividade. São Paulo: Futura,
2003.
Anotações
Apuração do resultado
do exercício
Introdução
Andando pela cidade, você poderá ver diversas entidades (comerciais, indus-
triais, de prestação de serviços) desenvolvendo determinadas atividades com o
objetivo de obter um resultado: a) lucro, em se tratando de uma empresa; b) fins
sociais, em se tratando de entidade sem fins lucrativos. Para alcançar seu objetivo,
o dirigente de cada empresa deve administrar o patrimônio à sua disposição.
No desenvolvimento dessa atividade administrativa, o gestor realiza diversas
transações. Essas operações podem gerar receitas (ganhos que aumentam o
patrimônio) ou gerar despesas (gastos consumidos que diminuem o patrimônio).
A diferença entre o total de receita e o total de despesa, calculada ao final de
cada exercício social, é o resultado. Ele poderá ser positivo (lucro) ou negativo
(prejuízo). A apuração do resultado realizada, em obediência aos regimes contá-
beis e a discriminação das receitas e despesas e do custo, estão evidenciadas na
Demonstração do Resultado do Exercício – DRE.
Neste capítulo, você analisará definições de alguns termos que são essen-
ciais para o cálculo do resultado de uma entidade (como exercício social,
regimes contábeis, resultado, receita, despesa, custo) e examinará a estrutura da
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Para melhor compreensão desse conteúdo, é de fundamental importância que
você tenha entendido a Demonstração do Resultado do Exercício e o custeio por
absorção, apresentados nas disciplinas Estrutura das Demonstrações Contábeis
e Contabilidade de Custos. O conhecimento deles possibilitará que você calcule
corretamente o resultado da empresa e apresente-o na demonstração prevista na
legislação societária. Você também pode aprofundar seu conhecimento sobre
esses assuntos acessando o sítio <http://www.editoraferreira.com.br/publique/
media/humberto_toq7.pdf>. Nele o professor Humberto Fernandes de Lucena
demonstra como apurar o resultado e elaborar as demonstrações contábeis.
Esperamos que você se dedique realmente ao estudo deste capítulo e, ao final
dele, seja capaz de apurar o resultado do exercício e elaborar a Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE).
2.3 Resultado
Após identificar os regimes contábeis para a apuração do lucro, você deve
calcular o resultado das decisões administrativas tomadas em determinado
período. O resultado é a avaliação da atividade administrativa realizada em
períodos de tempo que não poderão ultrapassar 12 meses. Por meio do resultado,
a contabilidade identifica se a empresa apresentou lucro (receita > despesa) ou
prejuízo (receita < despesa).
Saiba mais
Após você ter realizado os registros dos fatos contábeis, deve fazer os lança-
mentos da apuração do resultado como expomos a seguir.
RAZONETES DO ATIVO
Estoque Estoque Produto
Caixa Cliente Material direto em elaboração
900(Si) 500(Si) 100(Si) 150(3) 120(Si) 350(8b)
800(9) 200(1) 150(3)
1.700 150(Sf) 88(8a)
42(8a)
50(Sf)
Duplicata
Estoque Seguro a a receber Depreciação
Produto acabado vencer longo prazo Máquinas acumulada
80(Si) 400(8c) 40(Si) 12(5) 300(Si) 700(Si) 70(Si)
350(8b) 23(7)
28(Sf)
30(Sf) 93(Sf)
RAZONETES DO PASSIVO
Fornecedor Duplicata a pagar Energia a pagar Serviço a pagar
170(Si) 200(1) 40(2) 8(4)
Título a pagar
Salário a pagar longo prazo Capital Lucro
122(6) 500 (Si) 2.000(Si) 325(12)
RAZONETES DE CUSTOS
Mão de obra Custo do produto Os valores dos
direta Custo indireto vendido (CPV) razonetes da mão
42 (6) 42 (8a) 25(2) 88(8a) 400(8c) 400(11) de obra direta e do
custo indireto são
5 (4)
transferidos para o
10(5) estoque de produto
30(6) em elaboração. O
18(7) CPV é encerrado
na apuração do
88
resultado (ARE).
RAZONETE DE DESPESA
Despesa operacional
15 (2) 75 (11)
3 (4) São encerrados na apuração do resultado.
2 (5)
50 (6)
5 (7)
75
RAZONETE DE RECEITA
Vendas
São encerrados na apuração do resultado.
800(10) 800(9)
Referências
BRAGA, Hugo Rocha; ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Mudanças contábeis na lei
societária. São Paulo: Atlas, 2008.
NEVES, S. das; VICECONTI, P. E. V. Contabilidade de custos: um enfoque direto
e objetivo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Anotações
Introdução
A fábula descrita a seguir foi baseada em Leone (2000). Ela visa a demonstrar
que certas decisões não podem ser tomadas pela distribuição dos custos aos serviços
ou aos produtos que geram receita. De forma sintética, a fábula diz o seguinte: o
Sr. Joaquim é proprietário de um restaurante. Em determinado momento, resolveu
vender, além de seus produtos normais, amendoins em saquinhos para aumentar
seus lucros. Ele compra cada saquinho por R$ 9,00 e os vende por R$ 15,00.
Espera vender 50 saquinhos por semana para poder, depois de 12 semanas e
meia, cobrir o custo da prateleira que foi de R$ 3.750,00. Depois disso, terá lucro
de R$ 6,00 por pacote. Conversando com o seu contador, ficou sabendo que, para
ter o lucro desejado, deveria vender cada saquinho por R$ 60,00. O contador justi-
fica esse preço informando que uma parte dos gastos (custos e despesas) do restau-
rante (aluguel, luz, aquecimento, salário dos garçons, do cozinheiro, limpeza do
restaurante, sabonetes consumidos no lavatório, etc.) equivalente a R$ 234.500,00/
ano deveria ser repassada aos saquinhos de amendoim. O Sr. Joaquim ficou
desesperado porque a esse preço nenhum cliente iria comprar seu novo produto.
O que você, contador de custos, faria para auxiliar o Sr. Joaquim? Faria todas
as análises para a implantação da atividade secundária considerando a teoria
do custeio variável, ou seja, seu conceito, suas características e o cálculo do custo
e do resultado do exercício. Esses assuntos serão discutidos neste capítulo.
Para que você tenha uma compreensão satisfatória deles, é interessante rever
o conteúdo que fala dos conceitos e das classificações dos custos e das despesas.
Esse conteúdo foi apresentado a você na disciplina Contabilidade de Custos. Essa
revisão será útil para que relembre a diferença que existe entre custos e despesas
e como os custos se comportam quando uma produção é iniciada. Você pode
complementar a revisão lendo o capítulo 2 do livro Curso de contabilidade de
custos, escrito por George Leone, da editora Atlas.
Esperamos que você se empenhe no estudo deste capítulo e, ao final dele,
seja capaz de tomar decisões com as informações geradas pelo custeio variável
e calcular o resultado da empresa pelo custeio variável.
Figura Fluxo dos procedimentos para cálculo do custo pelo custeio variável.
O custeio variável pode ser usado por qualquer empresa e em qualquer ativi-
dade econômica. Para calcular o resultado da empresa, devemos, em primeiro
lugar, calcular o custo unitário de cada produto fabricado e, em seguida, elaborar
a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE (MARTINS, 2003). A compo-
sição da DRE pelo custeio variável pode ser visualizada no quadro a seguir.
DRE
1 Vendas líquidas
2 (–) Custo do produto vendido (CPV)
2.1 Custos variáveis
3 (–) Despesas de vendas variáveis
4 (=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
5 (–) Custo fixo de fabricação
6 (–) Despesas fixas
6.1 Despesas de vendas fixas
6.2 Despesas administrativas fixas
6.3 Despesas financeiras fixas
7 (=) LUCRO LÍQUIDO
Com base nas informações apresentadas, você será capaz de utilizar esse
método para fixar o preço de venda, escolher o melhor produto da empresa,
decidir se deve ou não atender a um pedido especial e apurar o lucro ou o
prejuízo de determinado exercício social. Demonstraremos, a seguir, os procedi-
mentos para a apuração do resultado da empresa.
alteram com a quantidade fabricada e custos fixos são os que permanecem cons-
tante mesmo que haja variação na quantidade fabricada.
b) Quantos produtos devem ser vendidos para a empresa não ter prejuízo
(ponto de equilíbrio)? Para responder a essa pergunta, devemos criar
outro produto imaginário. A receita, o custo, a despesa e a margem de
contribuição desse novo produto são obtidos multiplicando cada valor
dos produtos pelo seu percentual dentro do mix de venda da empresa.
Veja, a seguir, o cálculo desse produto imaginário.
d) Qual o preço mínimo pela qual valeria a pena fabricar e vender cada
um dos produtos? O preço mínimo é o valor do custo de fabricação
mais a despesa variável para vender cada um dos produtos, ou seja,
R$ 131,10, para o doce em calda, e R$ 90,80, para o doce em barra.
Saiba mais
A partir das análises que fizemos neste capítulo, podemos concluir que
a correta classificação dos gastos em fixos e variáveis permitirá que o gestor
Referências
LEONE, G. S. G. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2000.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JR., J. H.; COSTA, R. G. Gestão estratégica de custos.
4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
Anotações
Custeio padrão:
custo para controle
Introdução
A Fotocopiadora Central realiza mensalmente o controle de seus gastos para
poder alcançar o resultado desejado. Ela gasta recursos com mão de obra, papel,
aluguel do prédio, aluguel da máquina de fotocopiar, energia, água, telefone,
manutenção das máquinas, depreciação das máquinas, etc. Os gastos diretamente
relacionados com a prestação do serviço são estimados em quantidade física e
em valor monetário. A empresa esperava gastar mensalmente 40 resmas com 500
papéis cada uma, compradas por R$ 10,00 a unidade. Contudo, no final do mês,
constatou que gastou 39 resmas adquiridas por R$ 12,00 a unidade. Estabeleceu
que o funcionário deveria trabalhar 8 horas diariamente e ganharia R$ 1,80 por
hora trabalhada, mas, no final do período, verificou que o funcionário trabalhou 10
horas por dia. Esperava fazer uma manutenção nas máquinas por R$ 10,00, entre-
tanto foram realizadas duas manutenções. O consumo de energia foi 1/3 a mais
que a do mês anterior. Ao analisar o que esperava gastar com o que realmente
foi gasto, verificou que havia algumas variações. Quem é o responsável por essas
variações? Como identificar o valor monetário de cada variação? Quais os motivos
dessas variações? Como determinar os padrões que a empresa espera alcançar?
Essas perguntas podem ser respondidas pelo custeio padrão, que será visto
neste capítulo. Analisaremos conceito, objetivo e vantagem do custeio padrão,
cálculo dos padrões, faremos análise das variações entre o custo padrão e o
custo real e contabilização do custo padrão.
Para a compreensão satisfatória desse conteúdo, você deve conhecer a
teoria do método de custeio por absorção e o conceito da função administrativa
controle. Esses assuntos foram estudados nas disciplinas Contabilidade de Custos
e Introdução à Administração. Esse conhecimento é primordial para que possa
identificar os elementos do custo, calcular corretamente o custo de um produto ou
um serviço usando o método legal e reconhecer que, por meio dos instrumentos
de controle, o gestor pode avaliar o desempenho do seu departamento e da
empresa como um todo.
Esperamos que você se empenhe no estudo deste capítulo e que, ao final dele,
seja capaz de entender o papel do custeio padrão como instrumento de avaliação
de desempenho e de controle do sistema produtivo; calcular, identificar e interpretar
as variações dos elementos do custo ao comparar o custo padrão com o custo real.
Saiba mais
Caso queira aprofundar seu conhecimento nessa área, deve visitar o sítio
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custospadrao.htm>.
Nesse sítio, você poderá identificar o que acontece com o custo de um produ-
to quando as metas fixadas pela empresa foram ultrapassadas ou não foram
alcançadas. Também poderá ver de quem é a responsabilidade pelos erros
cometidos e que possíveis soluções podem ser adotadas para solucioná-los.
Você deve ter percebido que as variações para cada elemento do custo são de
dois tipos: variação no valor do elemento e variação na quantidade do elemento
utilizado. Essas variações serão favoráveis, quando o real for menor que o padrão,
e desfavoráveis, quando acontecer o inverso. Veja, na figura 2, essas variações.
MATERIAIS DIRETOS
CUSTO REAL
CUSTO PADRÃO
Para 300.000 unid. Para 280.000 unid. Para 280.000 unid.
Coluna A Coluna B Coluna C
Materiais: custo total R$ 11.070.000,00 R$ 10.080.000,00 R$ 9.968.000,00
Materiais: custo unitário R$ 36,90 R$ 36,00 R$ 35,60
erro na quantidade erro no preço
variação total
variação total
A coluna sombreada (coluna B) deve ser calculada no final da produção, ou
seja, em 30/6/2007. Seus valores são obtidos ao multiplicarmos a quantidade
real pelo preço padrão.
Graficamente, podemos representar a variação da mão de obra assim:
variação total
VARIAÇÕES
Variação da Variação do
Variação do material mão de obra direta custo indireto
(a) 10,00 (d) 10,00 (d) 10,00 (a) 10,00 (a) 20,00 (d) 20,00
Referências
BERTÓ, D. J.; BEULKE, R. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva, 2005.
CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
NEVES, S. das; VICECONTI, P. E. V. Contabilidade de custos: um enfoque direto
e objetivo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JR., J. H. Contabilidade de custos para não contadores.
São Paulo: Atlas, 2000.
WARREN, C. S.; REEVE, J. M.; FESS, P. E. Contabilidade gerencial. São Paulo:
Pioneira, 2001.
Introdução
Maria, Ana e João saíram para almoçar. Maria pediu uma lasanha. Ana
pediu uma salada e João pediu o prato do dia. Na hora de pagar, resolveram
dividir a conta em três parcelas iguais. Ao fazerem essa opção, acabaram
gerando um desembolso a mais para um deles. Ana, que pediu a salada, subsi-
diou o preço de Maria; João não teve muito prejuízo porque o valor atribuído a
ele ficou próximo do que deveria pagar pelo prato do dia.
No caso do restaurante onde esses clientes almoçaram, o gestor pode somar
todos os custos e dividir pelo número de refeições servidas? Essa opção não é a mais
acertada porque, para termos um custo mais correto, devemos custear cada prato
de acordo com a sua complexidade (recursos usados e atividades desenvolvidas).
Veja em outro contexto de como calcular o custo de uma atividade. A Srª
Henry contratou o técnico Adão para consertar sua máquina de lavar roupas.
Adão gastou 15 minutos para trocar a peça danificada, mas cobrou R$ 150,00
pelo serviço prestado. A Srª Henry ficou espantada e perguntou: por que todo
esse valor? Adão explicou que, no preço apresentado, constam dois elementos: o
custo da visita (tempo de mão de obra parada e gastos para chegar à casa do
cliente) e custo de prestar o serviço (tempo de mão de obra trabalhada e a peça
de reposição). O primeiro reflete o tempo para conhecer o serviço e o segundo
reflete o custo de execução do serviço. Perceba que são atividades diferentes,
executadas em tempos diferentes e, portanto, devem ter custos diferenciados.
Lendo esses exemplos, você deve ter concluído que devemos ser cautelosos
ao definir o custo de um produto ou de um serviço, porque eles podem necessitar
de atividades diversificadas para serem elaborados.
Então, como devemos definir os custos de um produto ou de um serviço? A
resposta é usar o custeio baseado em atividades, ou seja, custeio ABC. Neste
capítulo, estudaremos a origem, os conceitos, os objetivos, os termos específicos
do custeio ABC e como calcular o custo por meio desse custeio.
Para que você tenha uma compreensão satisfatória desse conteúdo, deve
entender como funciona o método de custeio por absorção, o rateio dos custos
indiretos e as transformações no processo empresarial do século XVIII até hoje.
Esses assuntos foram apresentados a você nas disciplinas Contabilidade de Custos
e Introdução à Administração. Você deve revê-los para relembrar o impacto dos
AUTORES CONCEITOS
É o método que mede o custo e o desempenho de processos e
produtos porque demonstra a relação entre recursos consumidos
Crepaldi (o que foi gasto: água, luz, salários, etc.), atividades executadas
(2006, p. 223-225) (onde foi gasto: vendas, informática, produção, etc.) e objetos
de custo/produtos ou serviços (para que foi gasto: produto X,
produto Y, atividade K, etc.).
É uma ferramenta que analisa o comportamento dos custos por
Ching atividade, estabelece relações entre as atividades e o consumo de
(2006, p. 98) recursos. Nesse sistema, as perguntas-chave são: o que gastamos?
Como gastamos? Por que gastamos? Para que gastamos?
Warren, Reeve É um método em que os custos indiretos de fabricação são
e Fess inicialmente contabilizados nas atividades e, posteriormente,
(2001, p. 394-398) transferidos aos produtos.
É um instrumento de análise estratégica de custos que parte do
princípio de que todos os custos incorridos em uma empresa
Oliveira e Perez Jr. acontecem na execução de atividades (contratar mão de obra,
(2000, p. 165 – 182) comprar materiais, pagar salários, transportar mercadorias, etc.)
porque são as atividades que consomem recursos da empresa e,
portanto, dos custos de produção.
Saiba mais
Parece que esse método é muito bom. Se você desejar conhecer outros
benefícios desse método, visite o sítio <http://www.fae.edu/publicacoes/
pdf/art_cie/art_37.pdf>. Ao acessar esse endereço, verá que o ABC está
sendo utilizado em vários ramos econômicos, pois permite identificar todos
os procedimentos realizados para fazer um produto e, ao mesmo tempo, o
valor que cada procedimento consumiu dos recursos que a empresa tem à
sua disposição. Aproveite!
DEPARTAMENTO ATIVIDADES
Compras Compras
Atividade industrial 1
Produção
Atividade industrial 2
Acabar
Acabamento
Despachar
DIRECIONADORES DE CUSTOS
Direcionador é a área utilizada pela atividade.
Atividade de compras: ocupa 20% da área.
Aluguel e seguro Atividade industrial 1: ocupa 25% da área.
da fábrica Atividade industrial 2: ocupa 30% da área.
Atividade de acabamento: ocupa 15% da área.
Atividade de despachar: ocupa 10% da área.
Atribuição direta, porque cada atividade tem funcionário próprio.
Atividade de compras R$ 10.000.
Mão de obra Atividade industrial 1 R$ 30.000.
indireta (MOI) Atividade industrial 2 R$ 40.000.
Atividade de acabamento R$ 8.000.
Atividade de despachar R$ 2.000.
DIRECIONADORES DE CUSTOS
Atribuição direta mediante as requisições solicitadas de cada
departamento.
Atividade de compras R$ 2.000.
Material de
consumo Atividade industrial 1 R$ 5.000.
indireto Atividade industrial 2 R$ 8.000.
Atividade de acabamento R$ 3.000.
Atividade de despachar R$ 2.000.
DIRECIONADORES
ATIVIDADES X Y Z TOTAL
DE ATIVIDADES
Compras Número de pedidos 30% 20% 50% 100%
At. industrial 1 Tempo de produção 5% 50% 45% 100%
DIRECIONADORES
ATIVIDADES X Y Z TOTAL
DE ATIVIDADES
At. industrial 2 Tempo de produção 25% 35% 40% 100%
Acabamento Tempo de operação 35% 30% 35% 100%
Despacho Tempo de operação 40% 30% 30% 100%
São classificados como custos diretos os gastos que foram realizados dentro
do setor de produção e que seus valores e quantidades são facilmente identifi-
cados aos produtos que estão sendo fabricados pela empresa tais como a matéria-
prima e a mão de obra direta. São classificados como custos indiretos os gastos
que foram executados dentro do setor de produção e que para encontrarmos seus
valores e quantidades devemos realizar a técnica do rateio para as atividades e
posteriormente para os produtos, tais como o aluguel e a energia. Veja os cálculos
a seguir dos custos diretos e indiretos que foram atribuídos a cada produto.
CUSTOS X* Y* Z*
Direto unitário 2,00 3,00 5,00
Indireto unitário 3,33 12,89 19,48
TOTAL 5,33 15,89 24,48
Pelo fluxograma, você pôde observar que os custos são distribuídos para as
atividades por meio dos direcionadores de custos e, em seguida, para os produtos
por meio dos direcionadores de atividades. Após essa distribuição, temos o valor
dos estoques dos produtos acabados. Ao serem vendidos, seus valores são trans-
feridos para a apuração do resultado como custo do produto vendido.
Portanto, neste capítulo, vimos que o custeio ABC é uma metodologia de
custeio que está fundamentada nas atividades que a empresa realiza no processo
de fabricação de seus produtos. Sua origem proveio do significativo aumento dos
custos indiretos na produção e da grande diversidade de produtos fabricados
na mesma área produtiva. Por isso é importante alocarmos adequadamente os
Referências
CHING, H. Y. Contabilidade gerencial: novas práticas contábeis para a gestão
de negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
COGAN, S. Custos e preços: formação e análise. São Paulo: Pioneira, 1999.
CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
NAKAGAWA, M. ABC – Custeio baseado em atividades. São Paulo: Atlas, 1995.
OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JR., J. H. Contabilidade de custos para não contadores.
São Paulo: Atlas, 2000.
WARREN, C. S.; REEVE, J. M.; FESS, P. E. Contabilidade gerencial. São Paulo:
Pioneira, 2001.
Anotações
Introdução
Os gerentes de marketing, financeiro e de produção da indústria de panelas
Alumínio Brasil Ltda conversavam sobre o que deveriam fazer para definir o mix
(quantidade) de produtos que deveriam ser fabricados no exercício seguinte de
forma a maximizar seu lucro.
• Gerente de marketing: nossa produção é composta de dois produtos:
panelas de alumínio e panelas de inox. Hoje podemos comercializar até
10.000 unidades de cada produto. Os preços de venda são, respecti-
vamente, iguais a R$ 10,00 e R$ 30,00. Nossos vendedores recebem
comissões iguais a 5% das vendas.
• Gerente financeiro: no nosso planejamento para o próximo exercício,
devemos considerar que não temos demanda superior às 10.000
unidades. Além do mais, devemos considerar que cada produto incorre
nos seguintes gastos unitários: custos variáveis de R$ 6,00 para as
panelas de alumínio e de R$ 22,00 para as de inox; custos fixos de
R$ 3,00 para as de alumínio e de R$ 2,50 para as de inox.
• Gerente de produção: no nosso planejamento, devemos considerar todos
esses aspectos. Mas não devemos esquecer que as panelas de alumínio
e de inox consomem, respectivamente, 6 e 9 kg de matéria-prima por
unidade. Em nossos estoques, temos apenas 120 kg de matéria-prima.
Assim temos uma restrição no processo produtivo (quantidade de matéria-
prima disponível) e, por isso, não podemos atender a toda a demanda.
O que devemos fazer para aumentar o nosso lucro?
Você, como contador de custos, deve responder: maximizar a produção dos
recursos escassos aplicando a teoria das restrições. Neste capítulo, estudaremos
o que é essa teoria, sua origem, as hipóteses desenvolvidas para sua sustentação,
os conceitos de ganho, despesa operacional e inventário e como aplicar a teoria
das restrições.
Para a compreensão satisfatória desse conteúdo, é importante que você tenha
conhecimento sobre margem de contribuição e cálculo do custo pelo método de
custeio variável. Estudamos esses conteúdos no capítulo 3 deste caderno. O conhe-
cimento desses assuntos permitirá que você prepare informações úteis aos gestores
CONCEITO COMPOSIÇÃO
Diferença entre o preço líquido
de venda (receita líquida) dos
É o índice por meio do qual a produtos e das mercadorias e os
Ganho empresa gera dinheiro por meio materiais gastos em sua produção.
das vendas. O preço líquido é a diferença entre
o preço bruto, com os impostos e
as despesas variáveis de vendas.
Matéria-prima, material secun-
É o dinheiro investido em bens dário, material de embalagem e
Inventário
que se pretende vender. todos os demais materiais consu-
midos no processo produtivo.
CONCEITO COMPOSIÇÃO
Todos os demais custos de
produção (mão de obra direta e
Despesas São recursos gastos para trans-
indireta e custos indiretos) e as
operacionais formar o inventário em ganho.
despesas de vendas, administra-
tivas e financeiras.
Fonte: Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 260).
Analisando esses conceitos, podemos dizer que o lucro (ganho) pode ser obtido
pela diferença entre as receitas e as despesas. Se desejarmos aumentar o lucro,
devemos aumentar as receitas ou diminuir as despesas. Ao implementar essas alter-
nativas, sempre haverá uma restrição a ser superada. Assim devemos identificar a
restrição e usá-la de modo que a empresa possa aumentar o seu resultado. Essa é
a essência da teoria das restrições, ou seja, aumentar o ganho pela eliminação das
restrições e pela redução do inventário e das despesas operacionais.
Para Cogan (1999), a teoria das restrições está sustentada por meio de oito
hipóteses, que apresentamos a seguir.
• A meta é fazer dinheiro agora e no futuro, porque essa é a razão de se
constituir um empreendimento.
• Ganho é a diferença entre a receita e os custos variáveis de material
direto. Portanto passa a ser um meio de medir o dinheiro.
• Existe pelo menos uma restrição (interna ou externa) em cada produto
que limita a receita da empresa.
• Existem três tipos de restrições: recursos escassos gargalos, recursos não-
gargalos e recursos com capacidade restrita (RCR) que devem ser geren-
ciados para não se tornarem uma restrição.
• A maioria das operações de fabricação tem pelo menos alguns recursos
com restrição de capacidade (RCR), o que torna fácil controlá-los.
• Existem eventos dependentes que resultam em interações entre recursos e
produtos. Isso implica a necessidade de programação e priorização do
fluxo do produto.
• Dentro de todos os ambientes de fabricação, ocorrem flutuações estatísticas
e randônicas que exigem programação e priorização do fluxo do produto.
• O sistema de tecnologia de produção otimizada é implicitamente estável,
ou seja, a qualquer tempo dado, os gargalos são identificados, e o mix
do pedido é estável com relação aos recursos dados.
Identificado o conceito e as hipóteses que sustentam a teoria das restrições,
torna-se necessário demonstrar os procedimentos matemáticos para colocarmos
essa teoria em execução. Veja no tópico a seguir esses procedimentos.
Saiba mais
DADOS DA EMPRESA X
Produtos fabricados PeQ
Preço de venda unitário P = R$ 90,00 e Q = R$ 100,00
Quantidade vendida por semana P = 100 unidades e Q = 50 unidades
Departamentos da empresa A, B, C, D
Horas-máquina de cada setor 2.400 minutos (8 h × 60 min × 5 dias)
Produto P = Setor D (15 min/unid); Setor C
Tempo por setor onde os
(15 min/unid); Setor B (15 min/unid); Setor A
produtos são fabricados
(15 min/unid)
DADOS DA EMPRESA X
Produto Q = Setor D (5 min/unid); Setor C
Tempo por setor onde os
(20 min/unid); Setor B (30 min/unid); Setor A
produtos são fabricados
(10 min/unid)
Produto P = R$ 40,00 unidade de material 1 e
Materiais necessários por
uma peça comprada por R$ 5,00 a unidade
produto
Produto Q = R$ 40,00 unidade
Após análise dos cálculos, podemos perceber que o setor B é que está com a
restrição, pois necessita de 3.000 minutos e a empresa só disponibiliza de 2.400
minutos semanais. Assim não poderá fabricar tudo que o mercado deseja.
Referências
BRUNI, Adriano Leal. A administração de custos, preços e lucros. São Paulo: Atlas,
2006.
COGAN, Samuel. Custos e preços: formação e análise. São Paulo: Pioneira, 1999.
OLIVEIRA, Luís Martins de; PEREZ JR., José Hernandes. Contabilidade de custos
para não contadores. São Paulo: Atlas, 2000.
Anotações
Introdução
O Sr. Betin Star é gerente de uma empresa que fabrica e vende computadores.
Em 2008, teve como meta o lançamento de um novo produto no mercado. Antes
do lançamento, realizou as seguintes tarefas: definiu a embalagem, contratou
serviço de publicidade para fazer a campanha de lançamento, relacionou os
fornecedores do material para a produção, levantou os custos de todos os compo-
nentes do produto, fez pesquisa de mercado que demonstrou os clientes poten-
ciais, sua localização e necessidades. Também identificou os preços de alguns
produtos similares dos concorrentes. Mas ficou em dúvida sobre que preço atri-
buir a esse novo produto, porque,
• se fixar o preço acima da expectativa dos clientes, irá afugentá-los, e
o volume vendido não atenderá à expectativa da empresa. Com isso,
não irá recuperar o investimento realizado, o setor produtivo ficará
ocioso, os concorrentes irão aproveitar-se dessa situação e a empresa
perderá mercado;
• se fixar um preço inferior ao de seus concorrentes, poderá posicionar
inadequadamente seu produto no mercado, passará uma imagem equi-
vocada a seus clientes e comprometerá o negócio. Também será difícil
aumentar o preço no futuro;
• se fixar o preço considerando apenas seus custos, pode ver seu produto
ser rejeitado pelos consumidores porque não considerou a demanda, os
níveis de concorrência e o valor percebido pelo mercado.
O que significa preço, afinal? Veja, neste capítulo, orientações sobre o signi-
ficado de preço e, ao mesmo tempo, informações sobre como calcular o preço
de venda à vista e a prazo com as informações do custo pleno, do custo variável,
do custo de transformação e do capital investido.
Para facilitar o entendimento desse conteúdo, você deverá ter noções de
como calcular o custo de fabricação (custeio por absorção) e a margem de
contribuição (custeio variável). Eles foram apresentados a você na disciplina
Contabilidade e Análise de Custos. A noção desses assuntos é importante porque
o cálculo do custo dos produtos fabricados pelos métodos de custeio citados auxi-
liará econômica e financeiramente nas decisões de formulação de preços com
base no custo, como no caso do Sr. Betin Star.
7.1 Preço
A partir do momento em que os homens passaram a trocar bens, houve a
necessidade de determinar parâmetros de valor que possibilitassem estabelecer
uma relação de troca entre os bens produzidos. A esse valor denominou-se preço.
Para Ching (2006), preço é o que o cliente paga pelo produto ou serviço.
Ou melhor, é algo pelo qual o cliente (empresa ou consumidor final) acredita que
vale a pena pagar porque pode gerar os seguintes benefícios:
• funcional: ajuda a resolver um problema ou uma necessidade técnica;
• operacional: ajuda a resolver um problema do setor produtivo;
• financeiro: gera um valor econômico para o pessoal do setor de compras
e de finanças, ou seja, o preço do produto é menor que o benefício
percebido que produz;
• intrínseco do produto: informa os atributos relacionados com o produto,
como: segurança, qualidade, formato, embalagem, aparência, imagem
da empresa, durabilidade, tempo de manutenção, assistência técnica em
âmbito nacional, facilidade de uso, peso, etc.
Embora o preço possa trazer os benefícios citados, a sua determinação é
resultante de três variáveis: valor de troca, valor de uso e escassez. Vejamos o
que são essas variáveis.
• Valor de troca: representa os gastos que a empresa efetua para fabricar um
bem ou prestar um serviço. Exemplo: custo da produção, despesa de comer-
cialização, distribuição e administração, remuneração do capital investido.
• Valor de uso: mostra a capacidade de um bem ou um serviço satisfazer a
necessidade do consumidor e o valor que o cliente está disposto a pagar.
• Escassez: informa que, quanto mais raro um bem ou serviço, maior
seu valor.
Na formação do preço, também devemos monitorar constantemente o valor
de mercado e as expectativas do consumidor. Essa necessidade decorre das
grandes mudanças ocorridas no ambiente empresarial, que culminou com o
mercado (oferta e procura) determinando os preços de venda. A seguir, com
base em Ibracon (2000), apresentamos as mudanças ocorridas no ambiente
empresarial. Fique atento!
• Era da manufatura: empresas fabricavam em grande quantidade
devido à incorporação de máquinas no processo produtivo. Com isso,
7.2.1 Preço de venda com base no custo pleno (custeio por absorção)
É o método mais utilizado no cálculo do preço. Nesse caso, o preço de
venda é igual ao custo total da produção, tanto fixo quanto variável, mais um
acréscimo percentual para cobrir as despesas operacionais e proporcionar a
margem de lucro desejada. A margem de lucro é sobre o custo pleno. Esse
percentual é conhecido como Mark-up.
Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou um serviço para
a formação do preço de venda (SANTOS, 2000). O valor desse índice deve
cobrir todos os impostos e as taxas aplicadas sobre as vendas, todas as despesas
variáveis de venda, as despesas operacionais, os custos fixos e o lucro desejado.
Esse índice também é conhecido como margem bruta.
Veja como calcular o Mark-up e o preço de venda nas simulações expostas
a seguir.
a) Exemplo n. 1: uma empresa estabelecida na cidade de Palmas – TO já fez
os investimentos para a sua estrutura física (terreno, máquinas, veículos,
móveis, computadores) e, também, já tem recursos humanos para vender
e produzir. Seus gastos são classificados em fixos e variáveis conforme
tabela a seguir.
DESPESA VARIÁVEL
CUSTO UNITÁRIO
IMPOSTOS E TAXAS DESPESA FIXA E LUCRO
EM R$
DE VENDA
Custo variável (CV) 350 ICMS 18% Administrativa 3%
Custo fixo (CF) 250 PIS 0,65% De vendas 4%
COFINS 2% Lucro sobre o custo total 18%
Comissão venda 3%
Custo total 600 Total 23,65% Total 25%
Para calcular o Mark-up divisor, você deve subtrair o preço de venda, repre-
sentado por 100%, dos percentuais das despesas e do lucro desejado. Mas,
se desejar calcular o Mark-up multiplicador, deve dividir 100% pelo valor do
Mark-up divisor. Veja no quadro a seguir esse cálculo.
CÁLCULO DO MARK-UP
Preço de venda (PV) 100%
Percentual da despesa variável sobre a venda (DVV) (23,65%)
Percentual das despesas fixas e lucro (lucro bruto) (25%)
Nesse exemplo, você deve somar o custo total com as despesas operacionais e
a margem de lucro desejada. O resultado dessa soma é o preço de venda do
produto fabricado pela empresa. Confira esse cálculo no quadro a seguir.
Portanto vimos, neste tópico, a fixação do preço de venda com base no custo
total. Veja, no próximo tópico, outro método de cálculo do preço de venda, o
cálculo com base no custo de transformação. Fique atento!
Saiba mais
DESPESA VARIÁVEL
CUSTO UNITÁRIO DESPESA FIXA
Impostos e taxas
EM R$ E LUCRO
de venda
Matéria-prima 60 ICMS 17% Administrativa 3%
Mão de obra direta 80 PIS 0,65% De vendas 4%
DESPESA VARIÁVEL
CUSTO UNITÁRIO DESPESA FIXA
Impostos e taxas
EM R$ E LUCRO
de venda
Lucro sobre o custo
Custo indireto 100 COFINS 3% 20%
de transformação
Comissão venda 5%
Custo total 240 Total 25,65% Total 27%
Para calcular o Mark-up divisor, você deve subtrair o preço de venda, repre-
sentado por 100% dos percentuais das despesas e do lucro desejado. Mas,
se desejar calcular o Mark-up multiplicador, deve dividir 100% pelo valor do
Mark-up divisor. Veja, no quadro a seguir, esse cálculo.
CÁLCULO DO MARK-UP
Preço de venda (PV) 100%
Percentual da despesa variável sobre a venda (DVV) (25,65%)
Percentual das despesas fixas e lucro (lucro bruto) (27%)
Quando você tiver os dados em valores absolutos, basta somar o custo total
com as despesas operacionais e a margem de lucro desejada. O resultado
dessa soma será o preço de venda do produto fabricado pela empresa.
Confira esse cálculo no quadro a seguir.
DESPESA VARIÁVEL
CUSTO VARIÁVEL
Impostos e taxas de DESPESA FIXA E LUCRO
UNITÁRIO EM R$
venda
Matéria-prima 100 ICMS 17% Administrativa 3%
Mão de obra
80 PIS 0,65% De venda fixa 2%
direta
Custo indireto Lucro sobre o custo e
100 COFINS 2% 18%
variável a despesa variável
Comissão venda 5% Custo indireto fixo 2%
Custo total 280 Total 24,65% Total 25%
Para calcular o Mark-up divisor, você deve subtrair o preço de venda, repre-
sentado por 100%, dos percentuais das despesas e do lucro desejado. Mas,
se desejar calcular o Mark-up multiplicador, deve dividir 100% pelo valor do
Mark-up divisor. Veja no quadro a seguir esse cálculo.
CÁLCULO DO MARK-UP
Preço de venda (PV) 100%
Percentual da despesa variável sobre a venda (DVV) (24,65%)
Percentual das despesas fixas e lucro (lucro bruto) (25%)
CÁLCULO DO PREÇO
CÁLCULO DO MARK-UP
DE VENDA À VISTA
Preço de venda 100% Custo x Mark-up Custo × Mark-up
(–) Impostos s/ venda (20%) multiplicador divisor
12,00 kg
(–) Ganho marginal (16%) R$ 12,00kg ×
1,5625 0,64
= Mark-up divisor 64%
R$ 18,75 R$ 18,75
100%/64% =
= Mark-up multiplicador
1,5625
Caso a empresa queira saber quantos produtos deve fabricar e vender para
não ter prejuízo, deve calcular o ponto de equilíbrio contábil e, se ela desejar
saber sobre o resultado econômico, deve elaborar a DRE. Veja esses procedi-
mentos no quadro a seguir.
CÁLCULO DO PONTO
DE EQUILÍBRIO (PE)
Custo fixo CÁLCULO DO LUCRO PELA DRE
PE =
(PV − CV − DV) PARA VENDA DE 500 KG
R$ 1.000, 00
= 333,33 kg
3, 00 kg
A empresa deverá vender 333,33 kg para ter recursos suficientes para pagar
suas despesas e custos. Terá lucro de R$ 500,00 ao vender 500 kg de seu
produto. O que garantirá esse retorno é um controle preciso sobre os custos e as
despesas e um preço de venda que permite a empresa ser competitiva.
Para encerrar o capítulo, destacamos que a decisão sobre a fixação do preço
de venda está ligada, além dos custos, às condições de mercado, à concorrência,
ao volume de atividade, à remuneração do capital investido e ao ciclo de vida
do produto. Esse ciclo se caracteriza por quatro fases: lançamento, crescimento
das vendas, maturidade e declínio. Para cada fase, devemos estabelecer estraté-
gias de preço diferentes. Na fase do lançamento, como o cliente não conhece o
produto e os custos são elevados devido à baixa produção, a empresa deve usar
duas estratégias: skimming (status de ter o produto não importando seu preço) e
penetration (preço baixo para conquistar mercado).
Na fase de crescimento, o cliente já conhece o produto, compara preço e
observa produtos substitutos, e os custos de produção são menores devido à
grande quantidade produzida. Nesse caso, a empresa deve criar diferenciais
para poder sustentar seu preço, controlar para que seu custo fique baixo e
procurar novos nichos de mercado.
Na fase de maturidade, o cliente deseja qualidade e preço baixo, os custos
são baixos e a concorrência é acirrada. Isso provoca queda no preço de venda.
Então a empresa pode estabelecer o preço (se for majoritária no mercado), seguir
o preço do mercado ou estabelecer preços específicos para cada cliente e em
cada compra. O preço, nessa situação, flutua mais em função de ações dos
consumidores e dos clientes do que de estratégias da empresa.
Na fase do declínio, o cliente deixa de usar o produto independente de seu
preço, a empresa só tem custos variáveis, pois os fixos já foram recuperados e a
Referências
CHING, H. Y. Contabilidade gerencial: novas práticas contábeis para gestão de
negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
IBRACON. Custos: ferramentas de gestão. São Paulo: Atlas, 2000.
SANTOS, J. J. Análise de custos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
Mensagem final
A gestão estratégica dos custos é um procedimento gerencial útil para melhorar
o desempenho financeiro do empreendimento realizado porque melhora a quali-
dade dos produtos e auxilia no aperfeiçoamento da estrutura organizacional
e operacional de uma empresa. A consequência imediata da aplicação dessa
ferramenta gerencial são os benefícios que as pessoas físicas e jurídicas poderão
obter como consumidores finais dos serviços e dos produtos fabricados pelas
entidades que gerenciam estrategicamente seus custos. Em outras palavras, a
melhor aplicação dos recursos empresariais favorecerá a redução dos custos, a
diminuição do preço de venda, o aumento na geração de renda e na oferta de
empregos e no melhor atendimento em saúde, educação e formação profissional
para os empresários e suas famílias. Agindo assim, você, contador, renovará os
procedimentos gerenciais a serviço do desenvolvimento econômico e social.
Anotações
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos Vidamar Grando
Revisão Linguístico-Textual Silvéria Aparecida Basniak Schier
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Revisão Digital Rogério Adriano Ferreira da Silva
Leyciane Lima Oliveira
Projeto Gráfico Katia Gomes da Silva
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Capa Rogério Adriano Ferreira da Silva
Apresentação
No primeiro capítulo, apresentaremos a empresa que servirá de modelo
para nossa prática contábil e uma breve demonstração das funções do
software aplicativo Protheus 10.
No segundo capítulo, iniciaremos os registros dos fatos constitutivos e
estruturais da empresa, do capital social e faremos a abertura do movimento
financeiro da empresa.
No terceiro capítulo, executaremos registros contábeis de compra de
mercadorias, compra de ativo fixo, movimentos financeiros das compras à
vista e registro da depreciação.
No quarto capítulo, registraremos as vendas de mercadorias, o controle
financeiro das vendas realizadas à vista e o fechamento de estoque.
No quinto capítulo, contabilizaremos a folha de pagamento e os encargos
e efetuaremos o registro das despesas de água, telefone e energia.
No sexto capítulo, realizaremos os registros de pagamentos das compras
e dos recebimentos das vendas a prazo, além do cálculo dos tributos sobre
vendas e a compensação do ICMS.
E por fim, apuraremos o resultado do exercício, efetuaremos o cálculo do
imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro e providenciaremos
a demonstração do resultado do exercício e balanço patrimonial, para que,
ao final do exercício de 2010, conheçamos a situação econômica, financeira
e patrimonial da empresa Roupas Bonitas Ltda.
Faça bom uso deste material. Ele será seu companheiro para sistematizar
suas atividades e atrelar teoria à prática no Laboratório Contábil Virtual.
Bons estudos!
Prof. Vidamar Grando
1
Empresa modelo: CAPÍTULO 1 • LABORATÓRIO CONTÁBIL II
Introdução
Antes de iniciar o estudo deste capítulo, é necessário que você já tenha
conhecimento sobre a constituição e a legalização das entidades perante os
órgãos estaduais: Secretaria da Fazenda do Estado, Junta Comercial e Delegacia
Regional do Trabalho; os órgãos federais: Receita Federal, Previdência Social; e
os órgãos municipais: Secretaria Municipal da Fazenda, Secretaria de Vigilância
e Segurança. Saiba os procedimentos e os documentos necessários para a
legalização em cada órgão, estudados anteriormente na disciplina Laboratório
Contábil I. Além disso, é necessário que tenha noções de informática em proces-
sadores de texto e planilhas eletrônicas. Todo esse conhecimento é necessário
para que você possa acompanhar os estudos, efetuar anotações, criar planilhas
de cálculos, como, por exemplo, o controle de estoques, e ter melhor entendi-
mento do funcionamento do software contábil.
Toda e qualquer atividade econômica é realizada por meio das entidades econô-
mico-administrativas (indústria, comércio ou prestadora de serviço) que são capazes
de adquirir bens e direitos e contrair obrigações na realização de transações.
O Laboratório Contábil II é uma disciplina voltada para a criação de uma
prática que contempla a diversidade das transações econômicas, a tecnologia
da informação e a educação e, ao mesmo tempo, tem como horizonte demons-
trar a informatização dos procedimentos contábeis, a agilidade na geração de
informações e a eficiência dos registros informatizados.
Para que as entidades possam desenvolver suas atividades, é necessário que
estejam devidamente legalizadas e constituídas. A constituição é feita por meio da
elaboração do Contrato Social ou do Estatuto Social. O Contrato Social é o instru-
mento que regula o funcionamento da sociedade e impõe as regras a que se submete
a sociedade empresarial e seus sócios. A legalização se dá por meio do registro
dos atos constitutivos nas repartições públicas federais, estaduais e municipais.
Tudo isso pode ser feito com a utilização de softwares contábeis que registram
o grande volume de fatos administrativos e contábeis. Existem diversos aplicativos
contábeis no mercado. Nesta disciplina, usaremos o Microsiga Intelligence –
Protheus 10.
O Laboratório Contábil II, do qual você participará ao longo deste semestre,
busca aprimorar seus conhecimentos e sua futura prática profissional.
Sociedade não
Sociedade personificada
personificada
Em comum ou Simples Empresária
irregular ou de fato (prestadora de serviço) (sociedades mercantis)
• Limitada
• Profissional liberal • Anônima
Em conta de participação • Atividade agropecuária • Em nome coletivo
• Cooperativas • Em comandita simples
• Em comandita por ações
A empresa que opta pelo regime de apuração lucro real trimestral tem o
resultado apurado a cada trimestre. O valor a ser utilizado como base
de cálculo para a apuração do imposto de renda de contribuição social
sobre o lucro será o valor apurado por meio do resultado operacional do
período, demonstrado por intermédio da demonstração do resultado do
exercício, mais as adições e menos as exclusões, claramente demonstradas
no Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR.
Saiba mais
A empresa modelo teve o seu regime de tributação definido como lucro real
trimestral. Recomendamos a leitura do sítio da Secretaria da Receita Fe-
deral (<http://www.receita.fazenda.gov.br/>), item legislação, para que
você possa obter maior entendimento sobre os regimes de tributação.
Reflita
Reflita
Referências
RUSSO, L. R. R.; OLIVEIRA, N. Manual prático de constituição de empresas. São
Paulo: Atlas, 2004.
VENOSA, S. de S. Novo Código Civil. Texto comparado. Código Civil de 2002.
São Paulo: Atlas 2002.
Anotações
constitutivos e estruturais
da empresa
Introdução
Para acompanhar este capítulo, inicialmente é necessário que você tenha
estudado o método das partidas dobradas, para que possamos fazer o lança-
mento a débito e a crédito. Você encontrará mais detalhes sobre esse assunto
nos cadernos do primeiro e segundo semestres das disciplinas de Contabilidade
Geral I e Contabilidade Geral II. Para relembrar, apresentamos esses procedi-
mentos nos quadros a seguir.
contábil. Essas informações serão importantes para que você possa classificar
e registrar corretamente os fatos contábeis e realizar as conferências dos lança-
mentos efetuados pelo sistema.
As entidades econômico-administrativas realizam as atividades de revenda
e industrialização de produtos e mercadorias e também de prestação de serviço.
Para iniciarem suas atividades, necessitam de recursos, que inicialmente são
fornecidos pelo titular, caso for empresa individual; pelos acionistas, se for uma
sociedade por ações; ou pelos cotistas, se for empresa de responsabilidade
limitada. O montante inicial, denominado de capital social, é discriminado no
contrato social ou no estatuto social. Esses instrumentos são a base para o registro
do capital. Realizado o registro da constituição da empresa, providenciaremos
o que denominamos em termos técnicos balanço de abertura. A data do registro
a ser considerada é a do seu arquivamento na Junta Comercial. A partir daí, a
empresa adquire a obrigatoriedade dos registros contábeis, conforme estabe-
lece a Lei 6.404/76 e sua alteração pela Lei 11.638/2007.
A constituição e a legalização geram gastos indispensáveis para que a
empresa não fique na informalidade. Ao iniciar suas atividades, passa a movi-
mentar o sistema financeiro com as contas contábeis caixa e banco. Efetuar
compras, vender mercadorias, efetuar pagamentos e recebimentos são procedi-
mentos comuns no dia a dia de uma organização comercial.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de fazer registro da
integralização do capital social, dos gastos com a legalização e estruturais da
empresa, registros contábeis relativos à compra de ativo imobilizado e transfe-
rências de valores do caixa para o banco conta movimento.
1. Digite a data
do lançamento.
2. Digite
a senha.
3. Escolha a
sua empresa.
4. Escolha o
ambiente que irá
trabalhar.
5. Confirme.
2.3 Fato 1
Registro do capital da sociedade Ltda. em 1/12/2010.
Veremos passo a passo de como foi realizado o registro
contábil do balanço de abertura.
2. Esses dados
serão preenchidos au-
tomaticamente quando
você clicar em OK.
2. Data de
aquisição do bem.
1. Código do bem dentro
do Cadastro de Ativos. Cód.
gerado automaticamente. 4. Número da
plaqueta utilizada
para o controle
físico do bem.
3. Informar
a quantidade de
bens. Ex.: 1 (um).
2. Data de
aquisição do bem.
1. Código do bem dentro
do Cadastro de Ativos. Cód.
gerado automaticamente.
4. Número da
plaqueta utilizada
3. Informar para o controle
a quantidade de físico do bem.
bens. Ex.: 1 (um).
2.4 Fato 2
Abertura de conta corrente bancária, em 1/12/2010, junto ao Banco Braveco
S/A e repasse de 90% dos recursos disponíveis no caixa para a conta
corrente.
Do valor de R$ 90.000,00 que os proprietários integralizaram na empresa,
90% foram transferidos da conta caixa para um estabelecimento bancário, via
depósito. Para efetuar a transferência no valor de R$ 81.000,00, acesse o
módulo Financeiro.
Saiba mais
Referências
BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, dispõe sobre as Sociedades
por Ações. Disponível em: <http://www.cnb.org.br/CNBV/leis/lei6404_conso
lidada.htm>. Acesso em: 10 mar. 2009.
VENOSA, S. de S. Novo Código Civil. Texto comparado. Código Civil de 2001,
São Paulo: Atlas, 2002.
Introdução
Para você acompanhar este capítulo, é necessário ter realizado as ativi-
dades do capítulo 2, para que já tenha os conhecimentos básicos operacionais e
funcionais do software contábil e, ainda, ter conhecimento das regras de débito
e crédito. Esses conhecimentos são necessários para você verificar se, na inte-
gração dos lançamentos entre os diversos módulos do software contábil, todos os
fatos contábeis indicados foram efetuados corretamente em suas devidas contas.
Assim como acontece em uma empresa, à medida que acontecem os fatos
contábeis, as diversas transações são executadas e, ao mesmo tempo, contabi-
lizadas em ordem cronológica dos acontecimentos. Dentro o rol de transações
que trataremos neste capítulo, temos as compras de mercadorias para revenda,
compras de ativo imobilizado, compra de materiais para escritório e movimen-
tações das compras à vista no sistema financeiro.
Reflita
3.1 Fato 3
2/12/2010: compra de 500 unidades de mercadorias por R$ 20,00 a unidade.
Fornecedor: Leão Roupas. Forma de pagamento: a prazo em quatro parcelas
iguais. ICMS: 17%, conforme NF n. 100.
A compra se refere a uma quantidade de 500 unidades adquiridas do
fornecedor Leão Roupas, no valor de R$ 20,00 por unidade, totalizando
R$ 10.000,00, pagas em quatro parcelas iguais. Sobre o valor total da
4. Quantidade
= 500. 6. Preencha os campos:
5. Vlr. Unitário = 20,00
Vlr. Total = 10.000,00 Tipo Entrada = 001
3. Produto = 000001
C. Contábil = 11401001
ou clique no campo e
pressione (F3).
7. Cond.
Pagto = 001.
3.2 Fato 4
3/12/2010: compra de 700 unidades de mercadorias, por R$ 22,00 a unidade.
Fornecedor: Boa Roupa. Forma de pagamento: a prazo em sete parcelas iguais.
ICMS: 17%, conforme NF n. 80. 1. Digite a data con-
forme cronograma da
A compra se refere a uma quantidade de 700 unidades apostila: 03/12/10.
adquiridas do fornecedor Boa Roupa, no valor de R$ 22,00
por unidade, totalizando R$ 15.400,00, pagas em sete 2. Escolha o
número da sua
parcelas iguais. empresa.
6. Preencha os campos:
4. Quantidade 5. Vlr. Unitário = 22,00 Tipo Entrada = 001
3. Produto = 000001
= 700. Vlr. Total = 15.400,00 C. Contábil = 11401001
ou clique no campo e
pressione (F3).
7. Cond. 8. Nature-
Pagto = 002. za = 2150001 9. Demonstração das duplicatas gera-
das conforme condições de pagamento.
3.3 Fato 5
4/12/2010: compra de 800 unidades de mercadorias, por R$ 25,00 a unidade.
Total: R$ 20.000,00. Fornecedor: Melke. Forma de pagamento: a prazo em cinco
1. Digite a data con-
parcelas iguais. ICMS: 17%, conforme NF n. 75.
forme cronograma da
apostila: 04/12/10.
Sobre o valor total da compra de R$ 20.000,00,
a empresa recupera R$ 3.400,00 como crédito de
2. Escolha o ICMS, correspondente à taxa de 17%. Procederemos
número da sua
empresa. à operacionalização dessa transação.
O primeiro passo é atualizarmos a data do movi-
mento para 4/12/10. Na barra inferior da tela de seu
computador, clique Contabilidade Gerencial. Aparecerá
tela ao lado.
Altere a data e clique em OK.
6. Preencha os campos:
Tipo Entrada = 001
C. Contábil = 11401001
7. Cond.
Pagto = 003. 8. Natureza =
2150001
9. Demonstração das duplicatas geradas
conforme condições de pagamento.
3.4 Fato 6
4/12/2010: compra de 300 unidades de mercadorias, por R$ 22,00 a unidade.
Total: R$ 6.600,00. Fornecedor: Boa Roupa. Forma de pagamento: à vista. ICMS:
17%, conforme NF n. 90.
Ao registrar esse fato, você observará que a empresa recupera R$ 1.122,00
como crédito de ICMS, correspondente à taxa de 17%, sobre o valor total da
compra R$ 6.600,00. Procederemos à operacionalização dessa transação
no sistema.
6. Preencha os campos:
4. Quantidade 5. Vlr. Unitário = 22,00 Tipo Entrada = 001
3. Produto = 000001
= 300. Vlr. Total = 6.600,00 C. Contábil = 11401001
ou clique no campo e
pressione (F3).
7. Cond.
8. Natureza =
Pagto = 005.
2150001 9. Demonstração das duplicatas geradas
conforme condições de pagamento.
3.5 Fato 7
4/12/2010: compra: 200 unidades de mercadorias, por R$ 34,00 a unidade.
Total: R$ 6.800,00. Fornecedor: Melke. Forma de pagamento: à vista, por meio
do cheque n. 12 do Banco Braveco. ICMS: 17%, conforme NF n. 40.
Sobre o valor total da compra de R$ 6.800,00, a empresa recupera
R$ 1.156,00 como crédito de ICMS, correspondente à taxa de 17%. Procederemos
à operacionalização dessa transação no sistema.
6. Preencha os campos:
5. Vlr. Unitário = 34,00 Tipo Entrada = 001
4. Quantidade
3. Produto = 000001 Vlr. Total = 6.800,00 C. Contábil = 11401001
= 200.
ou clique no campo e
pressione (F3).
7. Cond.
Pagto = 005. 8. Natureza =
2150001 9. Demonstração das duplicatas geradas
conforme condições de pagamento.
3.6 Fato 8
4/12/2010: pagamento das compras feitas à vista de mercadorias processadas
no módulo Compras nos fatos 6 e 7.
Quando compramos mercadorias à vista, o software
efetua automaticamente o lançamento na contabilidade e
registra uma dívida (passivo) na conta de fornecedores.
Esse procedimento é normal, pois a pessoa do departa-
mento de compras não é a responsável pelo pagamento
delas. Normalmente, quem efetua os pagamentos é um
funcionário do departamento financeiro. No momento da
emissão da nota fiscal, a compra fica registrada no passivo
circulante, à disposição do financeiro para o pagamento.
Note que, entre a compra e o pagamento, existe a
movimentação de dois departamentos dentro da empresa:
o de compras e o departamento financeiro.
Para efetuar pagamentos, acesse o módulo Financeiro.
Para tanto, execute os menus Atualizações + Processos do
Financeiro + Baixas a Pagar.
Ao acessar o módulo Financeiro, selecione o valor a ser
pago relativo à compra do fato 6, no valor de R$ 6.600,00.
Clique na opção Baixar e preencha os campos conforme a
figura exposta a seguir e clique em Ok.
Confirme a baixa
clicando no botão OK.
Informe o código
do banco pagador.
Os dados da Agência
e Conta aparecerão
automaticamente.
Confira se o
valor está correto.
3.7 Fato 9
5/12/2010: devolução de mercadoria comprada do fornecedor Melke em
4/12/2010, conforme NF n. 40 (fato 7). Valor da devolução: R$ 1.360,00 via
depósito no Banco Braveco S/A.
Das mercadorias adquiridas do Fornecedor Melke, fato 7, 40 unidades
apresentaram defeito de fabricação e foram devolvidas.
1. Selecione a
opção Fornecedor.
2. Fornecedor
000013.
3. De: 4. Até:
04/12/10 04/12/10
5. Selecione
Documento.
Depois, clique em Retornar. Apresentar-se-á uma tela que deverá ser preen-
chida com os dados apresentados a seguir.
1. Selecione a linha
da NF que originou a
entrada: NF n. 40.
2. Clique
em retorno.
1. Cliente
000013.
2. Cond.
Pagto. 005.
deve emitir uma nota fiscal de devolução e o único meio de emissão dessa nota
é por meio do módulo Vendas.
A indicação que é uma devolução de compras de mercadorias será o código
fiscal da operação – CFOP, assim como aparecerá em destaque no cabeçalho
da nota fiscal, na natureza da operação, a expressão “devolução”.
O próximo passo será a emissão da nota fiscal no software contábil. Sua
última operacionalização no sistema foi a atualização do pedido de devolução.
O sistema está posicionado na tela conforme segue.
Confirme a
baixa clicando
no botão OK.
Informe o código
do banco pagador.
Os dados da Agência
e Conta aparecerão
automaticamente.
Confirme se
o valor está
correto.
3.8 Fato 10
6/12/2010: compra de computador e impressora. Fornecedor: Sky-Byte
Informática. Valor: R$ 3.000,00. Forma de pagamento: à vista, conforme NF
n. 30, por meio do cheque n. 002.
Os computadores e periféricos, quando adquiridos, são registrados no
balanço patrimonial, no grupo ativo permanente. O valor de compra é de
R$ 3.000,00, sem proporcionar crédito de ICMS.
2. Fornecedor =
000006. Se preferir, use a 1. Informe o número da nota fiscal. Nes-
tecla (F3) para localizar o sa compra, o número da nota fiscal é 30.
fornecedor.
Informe NF
para Espec. Docum.
6. Preencha os campos:
4. Quantidade 5. Vlr. Unitário = Tipo Entrada = 009
3. Produto = 000002 = 1. C. Contábil = 13201001
3.000,000
ou clique no campo e
Vlr. Total = 3.000,00
pressione (F3).
7. Cond.
Pagto = 005.
seu devido grupo para que o sistema possa efetuar o cálculo da depreciação a
cada final de mês.
Para acessar o ambiente Ativo Fixo, execute os menus Atualizações + Processos
do Ativo Fixo + Classif. Compras. Em seguida, selecione a linha correspondente
ao computador, clique em Classificar e preencha a tela exposta a seguir.
Confirme clicando no
botão OK.
Descr.: Item
Computador e 0001.
Periféricos.
Nr. Plaqueta:
003.
Quantidade
= 1.
Confirme a
baixa clicando
no botão OK.
Informe o código
do banco pagador.
Os dados da Agência
e Conta aparecerão
automaticamente.
Confirme se o
valor está
correto.
3.9 Fato 11
6/12/2010: compra de dez unidades de material para escritório, por R$ 10,00
cada unidade. Total: R$ 600,00. Fornecedor: Papelaria Livro Dourado. Forma de
pagamento: à vista, conforme NF n. 60, por meio do cheque n. 003.
A compra de material de escritório deve ser incluída no módulo Compras
e, posteriormente, efetuado o pagamento pelo módulo Financeiro. Essa compra
não proporcionará o crédito de ICMS por se tratar de compra de material de
consumo adquirido de estabelecimento, optante pelo Simples Nacional, impossi-
bilitado de gerar crédito ao consumidor adquirente da mercadoria.
1. Informe o
2. Fornecedor = número da nota fiscal.
000007. Se preferir, Nessa compra, o número
use a tecla (F3) para Informe NF da nota fiscal é 60.
localizar o fornecedor. para Espec. Docum.
6. Preencha os campos:
4. Quantidade 5. Vlr. Unitário = 60,00 Tipo Entrada = 004
3. Produto = 000003
= 10. Vlr. Total = 600,00 C. Contábil = 11402001
ou clique no campo e
pressione (F3).
7. Cond.
Pagto = 005.
9. Demonstração das duplicatas geradas
8. Natureza = conforme condições de pagamento.
216003
Confirme a
baixa clicando
no botão OK.
Informe o código
do banco pagador.
Os dados da Agência
e Conta aparecerão
automaticamente.
Confirme se o
valor está
correto.
Reflita
Referência
IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de Contabilidade das
sociedades por ações: aplicável às demais sociedades – FIPECAFI – Fundação
Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras – FEA/USP. 7. ed. São
Paulo: Atlas, 2007.
Anotações
Introdução
Para você compreender as receitas que ocorrem em função das vendas de
mercadorias, é importante relembrar conceitos do regime de competência de
exercícios para fins de apuração do lucro. As receitas efetivamente conside-
radas para apuração do lucro são as correspondentes às quantidades de saída
de estoques. Você poderá rever esse conteúdo em cadernos do primeiro ao
quarto semestre.
Para efetuarmos o fechamento do estoque, faz-se necessário que conhe-
çamos os modelos de controle de estoques, especificamente o método de
controle permanente, que registra os valores e as quantidades de cada movi-
mentação de entrada e saída de mercadorias e permite conhecer, em tempo
real, a situação do estoque.
Todas as empresas têm suas estratégias de venda e compra. Quando as
vendas ocorrem a prazo, surge no ativo um direito a receber e, quando a
operação é de compras, surge no passivo uma obrigação a pagar. Ambas com
data certa de vencimento. Em função das vendas a prazo, é comum encontrarmos
na carteira de cobrança diversos clientes inadimplentes. Isso pode provocar o
atraso nos compromissos da empresa, pois se ela não recebe de seus clientes,
não terá disponibilidade suficiente para quitar seus compromissos.
Neste capítulo, conheceremos como são registradas as vendas no software
contábil. No módulo Financeiro, efetuaremos alguns lançamentos de recebi-
mentos de duplicatas de clientes. Também faremos o fechamento mensal de
estoque e o cálculo da depreciação dos bens do ativo imobilizado.
Esperamos que, ao final do estudo, você seja capaz de realizar os lança-
mentos relativos à venda de mercadorias, ao recebimento das vendas à vista, ao
fechamento de estoques e ao registro da depreciação.
Reflita
Uma empresa poderá efetuar uma venda sem que antes tenha efetua-
do uma compra de mercadorias para revenda? Uma empresa do ramo
4.1 Fato 12
8/12/2010: venda de 500 unidades de mercadorias. Cliente: Tenys Camisetas.
Valor: R$ 40,00 a unidade. Forma de pagamento: à vista, conforme NF n. 1.
A empresa começa a vender seus produtos e, com isso, conheceremos o
funcionamento do módulo Faturamento. A venda refere-se a uma quantidade de
500 unidades ao cliente Tenys Camisetas, no valor de R$ 40,00 por unidade,
totalizando R$ 20.000,00.
Sobre o valor total da venda de R$ 20.000,00, incide ICMS de 17%, o que
representa um valor de imposto a recolher de R$ 3.400,00.
O primeiro passo é acessar o software contábil e inserir a data correta
(8/12/10).
1. Cliente = 000001.
Se preferir, use a tecla
(F3) para localizar o
fornecedor.
2. Cond.
Pagto. 005.
Parâmetros
Mostra Lanç. Contáb? Sim Agreg. liberac. de?
Aglut.Lançamentos? Não Agreg. liberac. até?
Lanç. Contab. On-Line? Sim Aglut. ped. iguais? Não
Contb.Custo On-Line? Sim Vl. mínimo p/ faturar? 0,00
Reaj. na mesma N.F.? Não Transportadora de?
Taxa deflação ICMS? 0,00 Transportadora até? zzzzzz
Método cal. acr. fin.? % Acrs. Pedido Atualiza Cli. X Prod? Sim
Arred. prc. unt. vist.? Consumid. Final Emitir? Nota
Informe o código
do banco pagador.
Os dados da Agência
e Conta aparecerão
automaticamente.
Confirme se
o valor está
correto.
4.2 Fato 13
9/12/2010: venda de 1000 unidades da mercadoria em estoque. Cliente: Roupa
Macia. Valor: R$ 50,00 cada, à vista, conforme NF n. 9.
A empresa fez mais uma venda de 1.000 unidades ao cliente Roupa Macia, no
valor de R$ 50,00 por unidade, totalizando R$ 50.000,00. Sobre esse valor, incide
ICMS de 17%, o que representa um valor de imposto a recolher de R$ 8.500,00.
Antes de dar início aos procedimentos para a venda, altere a data do
software para 9/12/10.
3. Escolha
o número da sua
empresa.
4. Clique
em OK.
1. Na barra inferior da
tela de seu computador,
clique em Contabilidade
Gerencial para abrir a tela
de alteração da data.
1. Cliente = 000002.
Se preferir, use a tecla (F3)
para localizar o fornecedor.
2. Cond.
Pagto. 005.
Parâmetros
Mostra Lanç. Contáb.? Sim Agreg. liberac. de?
Aglut. Lançamentos? Não Agreg. liberac. até?
Lanç. Contab. On-Line? Sim Aglut. ped. iguais? Não
Contb. Custo On-Line? Sim Vl. Mínimo p/ faturar? 0,00
Reaj. na mesma N. F.? Não Transportadora de?
Taxa deflação ICMS? 0,00 Transportadora até? zzzzzz
Método cal. acr. fin.? % Acrs. Pedido Atualiza Cli. X Prod.? Sim
Arred. prc. unt. vist.? Consumid. Final Emitir? Nota
Informe o código
do banco pagador.
Os dados da Agência
e Conta aparecerão
automaticamente.
Confirme se
o valor está
correto.
1. Clique em
Perguntas e
2. Indique o
configure os
número da filial de
parâmetros conforme
sua empresa.
a tabela ao lado.
3. Indique o
número da filial de
sua empresa.
Parâmetros
Data Limite Final? 31/12/10
Mostra Lançtos. Contábeis? Sim
Aglutina Lançtos. Contábeis? Não
Atualizar Arq. de Movimentos?
% de Aumento da MOD? 0
Centro de Custos? Extracontábil
Conta Contábil a inibir de?
Conta Contábil a Inibir Até? zzzzzzzzzzzzzzz
Apagar Estornos? Sim
Gerar Lançto. Contábil? Sim
Gera Estrut. pela Moviment.? Não
Contabilização On-Line por? Ambas
Calcula Mão de Obra? Não
Método de Apropriação? Diária
Recalcula Níveis de Estrut.? Não
Mostra Sequência de Cálculo? Custo Médio
Seq. Processamento FIFO? Custo Médio
Mov. Internos Valorizados? Antes
Recalcula Custos Transportes? Não
Calculo de Custos por Filial Corrente
Calcular Custo em Partes Não
Parâmetros
Gravar Dados em Arquivos? Não
Gera Saldo Inicial para MOD? Não
Seleciona Filial? Sim
Atualiza Saldo Atual MOD? Não
Dê um duplo clique no
quadrinho para aparecer um X.
1. Digite a data
de 31/12/10.
Anotações
Introdução
Ao final de cada mês, a empresa precisa provisionar as despesas incorridas
e ainda não pagas, ou seja, tem de registrar o valor do serviço que já usou e
ainda não liquidou. Esse procedimento deve ser realizado para que a empresa
reconheça o montante que deverá pagar no futuro.
Para Almeida (2005), nas empresas, procedimentos de natureza contábil
são realizados com a finalidade de demonstrar as transações de competência
do período que está sendo controlado. Esses procedimentos são denominados
de ajustes nas contas de receitas e despesas. Feitos os ajustes, verificamos se a
escrituração está de acordo com o método das partidas dobradas.
Neste capítulo, efetuaremos o registro das operações com as despesas mensais
de telefone, água e energia e folha de pagamento relativas ao mês de dezembro.
Para você acompanhar a apresentação desses conteúdos, é necessário ter
compreendido as regras de débito e crédito já apresentadas nos capítulos ante-
riores. Também é importante conhecer o princípio contábil do reconhecimento
das receitas em confrontação das despesas que foi estudado nas disciplinas
Contabilidade Básica e Teoria da Contabilidade. Esse princípio regulamenta e
define como tratamos as receitas e as despesas para fins de apuração do lucro
do exercício.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de fazer os lança-
mentos das provisões da folha de pagamento.
5.1 Fato 14
11/12/2010: pagamento das despesas de energia, água e telefone, por meio do
cheque n. 014 do Banco Braveco.
Efetuaremos o pagamento de energia elétrica consumida no mês de novembro
no valor de R$ 300,00, água consumida no valor de R$ 180,00 e fatura telefô-
nica no valor de R$ 320,00.
a) Inclusão da dívida
Para incluir a dívida, execute os menus Atualizações + Processos do Financeiro
+ Contas a Pagar. Em seguida, clique na opção Incluir e preencha a tela a
partir das seguintes instruções:
2102002 para Energia 001 para Energia
2102001 para Água 002 para Água
20102005 para Telefone 003 para Telefone
Bol
000010 para Energia
000011 para Água
11/12/10 000012 para Telefone
Aparecem automaticamente
Informe o código
do banco pagador.
Os dados da Agência
e Conta aparecerão
automaticamente. Total
Energia = 300,00
Água = 180,00
Telefone = 320,00
5.2 Fato 15
22/12/2010: provisão da folha de pagamento do mês de Dezembro. Valor
R$ 2.100,00.
Ao final de cada mês, faz-se necessário o cálculo e a provisão da folha de
pagamento e dos encargos sociais sobre folha do funcionário no montante de
R$ 2.100,00.
Iudícibus (2007) orienta que as despesas referentes à folha de pagamento
são registradas no mês em que ocorre o seu fato gerador, em consonância ao
regime da competência.
A operacionalização da folha de pagamento no software acontece no
módulo Gestão de Pessoal.
Valor do
salário bruto.
Encargos
do funcionário.
3. Parâmetros
1. Ordem.
2. Matrícula.C.
Parâmetros
Data de Referência? 31/12/10 Nome de? AAAAAA
Pre Imp/Zebrad/mail? Zebrado Nome até? ZZZZZZZ
Imprimir Recibos? Folha Chapa de?
A
Número da Semana? Chapa até? ZZZZZ
Filial de? B 01 Mensagem 1?
Filial até? 01 Mensagem 2?
Centro de Custos de? 1 Mensagem 3?
Centro de Custos até? 1 Situação a Imp.? ADFT
Matrícula de? 000001 Categorias a Imp.? ********M***
Matrícula até? 000001 Imprime Bases? NÃO
Clique
em OK.
Parâmetros
A
Parâmetros
Filial de? B 01 Dt. Busca Pagto. até? 31/12/10
Filial até? 01 Código Título de? 001
Centro de Custos de? Código Título até? 004
Centro de Custos até? 9999999 Dt. Emissão Título? 31/12/10
Matrícula de? Competência (MMAAAA)? 12/2010
Matrícula até? 999999 Data de Vencimento? 05/1/11
Dt. Busca Pagto. de? 01/12/10
A
Parâmetros
Filial de? B 01 Data Emissão de? 01/12/10
Filial até? 01 Data Emissão até? 31/12/10
Código Título de? Data Vencimento de? 01/01/11
Código Título até? 999 Data Vencimento até? C 31/01/11
N. do Título de? Filial Centralizadora? 01
N. do Título até? 999999999 Contabiliza On-Line? Sim
Neste capítulo, vimos que as despesas mensais relativas aos gastos para
manter a empresa em funcionamento, como é o caso da água, da energia e
do telefone, são gastos operacionais mensais. Suas faturas não são incluídas
no módulo de Compras por não representarem um ativo. Elas são registradas
diretamente no contas a pagar.
No próximo capítulo, detalharemos os procedimentos financeiros de contas
a pagar e contas a receber, por meio da realização dos pagamentos de dívidas
e recebimentos de vendas a prazo. Também veremos como se faz a compen-
sação do ICMS, o cálculo do PIS e da COFINS.
Referências
ALMEIDA, M. C. Contabilidade intermediária. São Paulo: Atlas, 2005.
IUDÍCIBUS, S. de. Contabilidade introdutória. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Anotações
provisão de tributos e
ajustes das contas do ICMS
Introdução
Todas as empresas devem liquidar suas dívidas na data do vencimento
para não comprometerem seu capital de giro com juros acrescidos ao valor
da dívida. Neste capítulo, realizaremos os procedimentos de registro de paga-
mento de dívidas contraídas referentes às transações de compras a prazo,
provisões trabalhistas e fiscais.
Para acompanhar o desenvolvimento desse conteúdo, é necessário que
você reveja as noções de débito e crédito apresentadas no capítulo 2, refe-
rente às regras para debitar e creditar os elementos patrimoniais (bens, direitos,
obrigações, receitas e despesas).
Também é fundamental o conhecimento adquirido com os procedimentos
realizados nas transações realizadas nos capítulos anteriores pela empresa
Roupas Bonitas Ltda., para o acompanhamento da sequência de procedi-
mentos propostos.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de fazer os lança-
mentos referentes aos pagamentos das obrigações, à provisão dos tributos PIS,
COFINS e ICMS.
6.1 Fato 16
28/12/2010: pagamento da primeira parcela ao fornecedor Leão Roupas refe-
rente à aquisição realizada em 2/12/2010. Valor: R$ 2.500,00, pago por
meio do cheque n. 016.
Para iniciar a prática deste capítulo, tenha o cuidado de acessar o sistema
na data de 28/12/10.
Confirme o código do
banco pagador. Os dados da
Agência e Conta aparecerão
automaticamente.
R$ 2.500,00
6.2 Fato 17
28/12/2010: pagamento de duplicata ao fornecedor Boa Roupa, no valor de
R$ 2.200,00, via banco.
A empresa pagou a primeira parcela da compra efetuada em 3/12 para
seu fornecedor Boa Roupa.
Confirme o código do
banco pagador. Os dados da
Agência e Conta aparecerão
automaticamente.
R$ 2.200,00
6.3 Fato 18
28/12/2008: pagamento da primeira parcela ao fornecedor Melke no valor de
R$ 4.000,00, por meio do cheque n. 020.
A empresa pagou para o fornecedor Melke a primeira parcela da compra
efetuada em 4/12.
Confirme o código do
banco pagador. Os dados da
Agência e Conta aparecerão
automaticamente.
R$ 4.000,00
6.4 Fato 19
31/12/2010: pagamento do salário e dos encargos relativos à folha de paga-
mento do mês de dezembro, via banco.
Agora efetuaremos o pagamento do salário do mês de dezembro/2010 no
valor de R$ 1.842,00, do INSS no valor de R$ 793,80, do IRRF no valor de
R$ 27,74 e do FGTS no valor de R$ 168,00.
Antes de iniciarmos os procedimentos da baixa dos títulos da folha de paga-
mento, atualizaremos a data do sistema. Para tanto, clique na barra no quadro
que demonstra o número de seu grupo, no lado inferior da tela de seu compu-
tador. Em seguida, altere a data para 31/12/10 e clique em OK.
Confirme o código do
banco pagador. Os dados da
Agência e Conta aparecerão
automaticamente.
R$ 1.842,00
6.5 Fato 20
31/12/2008: provisão do PIS e da COFINS relativos ao mês de dezembro.
Os recolhimentos referentes ao PIS – Programa de Integração Social e à
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social são basea
dos no faturamento mensal da empresa.
A pessoa jurídica tributada pelo imposto de renda, com base no lucro real
trimestral, pelo regime de incidência não cumulativa do PIS e da COFINS, deve
Parâmetros
Parâmetros
Gera? Ambos Vencimento (COFINS)? 14/01/11
Considera da Data? 01/12/10 Arq. Período Anter.?
Até a Data? 31/12/10 Gera Títulos? Sim
Contabiliza Online? Sim Considera Filiais? Não
Mostra Lanc. Contáb.? Sim Livro Selecionado?
Prefixo (PIS)? PIS Tipo de Apuração? Não Cumulativo
Número (PIS)? 000001 Valor Saldo Credor PIS? 0,00
Vencimento (PIS)? 14/01/11 Valor Saldo Credor COFINS? 0,00
Prefixo (COFINS)? COF Deferimento – Org. Públ.? Não
Número (COFINS)? 000001
1. Digite a
Natureza: 2104002.
2. Dê um Enter para
gerar as contas Débito
e Crédito abaixo.
Digite o
Histórico PIS
mês 12/10
1. Digite a
Natureza: 2104001.
2. Dê um Enter para
gerar as contas Débito
e Crédito abaixo.
Digite
o Histórico
COFINS mês
12/10
6.6 Fato 21
31/12/2008: compensação do ICMS relativo ao mês de dezembro.
Antes da apuração final do ICMS, realizamos a compensação dos créditos
de ICMS adquiridos nas compras. Segundo Fabretti (2001), a compensação
consiste de as empresas realizarem, a cada final de mês, a compensação dos
seus créditos de impostos gerados na revenda das mercadorias.
No momento da venda de mercadorias, é gerado o ICMS a pagar sobre o
valor total da venda.
Parâmetros
Parâmetros
Mês de Apuração? 12 Da Filial?
Ano de Apuração? 2010 Até a Filial?
Livro Selecionado? 31/12/10 Gera Guia de Recolhimento? Não
Apuração? Mensal Gera Cred. Estímulo? Não
Período? 1º Imprime Crédito ST? Não
Arq. Período Anter.? Consolidação na Mesma UF? Não
Moeda do Título? 1 Gera Título ICMS Complem.? Não
Gera Título? Sim Imprime Mapa Resumo? Sim
Exibir Lanc. Contab.? Sim Seleciona Filiais? Não
Considera Filiais? Não
1. Selecione o
2. Clique para Cursor nesta linha.
incluir um nova linha.
3. Digite os dados:
03.01 4. Digite o valor:
Estorno de Créditos 231,20
5. ICMS
a recolher =
2.135,20
Atenção!
Cuidado com o valor do lançamento! O sistema poderá gerar o lançamento
com o valor de R$ 2.135,20. Caso isso aconteça, altere o valor do lança-
mento para R$ 9.764,80.
6.7 Fato 22
31/12/2010: pagamento do PIS e da COFINS provisionados em novembro, por
meio do cheque n. 018, via banco.
Sobre as vendas efetuadas no mês de novembro de 2008, a empresa efetuou
a provisão dos impostos sobre vendas, PIS R$ 455,00 e COFINS R$ 2.100,00.
Efetuaremos o pagamento desses impostos.
Referências
ANDRADE FILHO, E. O. Manual do imposto de renda das pessoas jurídicas. São
Paulo: Atlas, 2000.
FABRETTI, L. C. Contabilidade Tributária. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
Anotações
do resultado do exercício e
do balanço patrimonial
Introdução
Você estudou, nos capítulos anteriores, que escriturar é transcrever para os
livros de contabilidade os fatos contábeis e que verificar a escrituração significa
comprovar se todas as contas foram lançadas corretamente. A partir dessa verifi-
cação, podemos dar início à avaliação do desempenho administrativo por meio
da apuração do resultado. Apurar o resultado significa verificar, por meio das
contas de resultado, receitas e despesas, se a movimentação do patrimônio da
empresa apresentou lucro ou prejuízo no período.
Ao confrontarmos o total das despesas com os da receita, encontraremos
o resultado da empresa. Mas quais são as despesas e as receitas que devem
ser consideradas no cálculo do lucro? Quem decide isso é o regime contábil. A
nossa empresa registra e apura o resultado pelo regime de competência. Esse
regime determina que o resultado seja apurado no final do exercício. Para isso,
são consideradas todas as receitas auferidas e todas as despesas incorridas,
não importando se as despesas ou as receitas passaram pelo caixa (pagas ou
recebidas), o que vale é a data da ocorrência dos fatos geradores.
Dos inúmeros relatórios contábeis, destacamos aqueles que são obrigatórios
de acordo com a Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Essa lei é conhecida
como Lei das Sociedades Anônimas e foi atualizada pela Lei n. 11.638/2007.
Ela denomina os relatórios contábeis de demonstrações financeiras, que são
regulamentadas pelos artigos 175 a 205 dessa lei.
Para as companhias de capital fechado, que é o caso da nossa empresa,
as demonstrações obrigatórias são: balanço patrimonial (BP), demonstração do
resultado do exercício (DRE), demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados
(DLPA) ou demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL).
Daremos prioridade para a elaboração das duas primeiras demonstrações, a
demonstração de resultados do exercício e ao balanço patrimonial. Por meio do
balanço patrimonial, demonstraremos todas as contas patrimoniais (bens, direitos e
obrigações) de forma sintética, completa e organizada, que apresenta a estrutura
resultante das operações efetuadas em 2010 na empresa Roupas Bonitas Ltda.
Para a apuração do resultado do exercício, é preciso clara compreensão
do que são despesas, que representam todos os sacrifícios financeiros para a
obtenção de uma receita no futuro, e as receitas, que são os ganhos obtidos
7.1 Fato 23
31/12/2008: início da apuração do resultado e execução das rotinas para
apuração do resultado.
Já estamos no final do ano de 2010 e chegou a hora de efetuarmos o encer-
ramento do exercício social. Realizaremos os primeiros passos para o fecha-
mento anual.
Todas as rotinas de encerramento do exercício serão efetuadas no módulo
Contabilidade Gerencial. É importante que fique atento à data de inicialização
do software. Certifique-se de que a data está em 31/12/10 e clique em OK.
Parâmetros
Parâmetros B
Parâmetros
Data Inicial? 01/12/10 Conteúdo Ini. Segmen.?
Data Final? 31/12/10 Conteúdo Fim Segmen.?
Conta Inicial? Conteúdo Contido em?
Conta Final? zzzzzzzzzz Salta Linha Sintet.? Sim
Imprime Contas? Analíticas Imprime Valor 0,00? Sim
Cod. Config. Livros? Imprime Código? Normal
Saldos Zerados? Não Divide por? Não se aplica
Moeda? 01 Imprime até o Seg.?
Folha Inicial? 1 Posição Ant. L/P? Não
Tipo de Saldo? 1 Data Lucros/Perdas? 31/12/09
Quebra por Grupo? Não Imprimir? Só Livro
Filtra Segmento no.? Total geral será? Analíticas
Total = 309.551,87
O seu balancete deverá ser igual a esse. Portanto confira os saldos das contas e
o total das colunas débito e crédito. Confirmados os valores, você poderá imprimir
o balancete. Para isso, execute o procedimento conforme figura a seguir.
Via Windows.
Cliente.
Selecione uma
impressora disponível.
Clique em imprimir.
Para apurar o lucro, o sistema confrontará o total das receitas menos o total
das despesas relativas ao período de outubro a dezembro de 2010.
Parâmetros
Da Data? 01/12/10 C. Custo Apuração? 1
Até a Data? 31/12/10 Item Contab. Ponte?
Num. Lote? 000001 Item Apuração?
Num. Sub-Lote? 001 CI. Valor Ponte?
Num. Documento? 122010 CI. Valor Apuração?
Cod. Histórico Pad.? 01 Do C. Custo? 1
Da Conta? 3 Até o C. Custo? 1
Até a Conta? 42105001 Do Item Contábil?
Moedas? Específica Até o Item Contábil? zzzzzzz
Moeda Base? 01 Da CI. Valor?
Considera Ent. Ponte? Sim Até a CI. Valor? zzzzzzz
Tipo de Saldo? 1 Proces. Saldos? Sim
A
Considera Entidades? Rotina de Apur. Seleciona Filiais? Sim
Conta Ponte? 51101001 Filial de? B 01
Conta Apuração? 24301001 Filial até? 01
C. Custo Ponte? 1
Parâmetros
Data Inicial? 01/12/10 Conteúdo Ini. Segmen.?
Data Final? 31/12/10 Conteúdo Fim Segmen.?
Conta Inicial? Conteúdo Contido em?
Parâmetros
Conta Final? zzzzzzzzzz Salta Linha Sintet.? Sim
Imprime Contas? Analíticas Imprime Valor 0,00? Sim
Cod. Config. Livros? Imprime Código? Normal
Saldos Zerados? Não Divide por? Não se aplica
Moeda? 01 Imprime até o Seg.?
Folha Inicial? 1 Posição Ant. L/P? Não
Tipo de Saldo? 1 Data Lucros/Perdas? 31/12/09
Quebra por Grupo? Não Imprimir? Só Livro
Filtra Segmento no.? Total geral será? Analíticas
LAIR = R$ 21.946,55
IRPJ = 21.946,55 × 15% = 3.291,98
CSSL = 21.946,55 × 9% = 1.975,19
Lucro Líquido = 16.679,38
Parâmetros
Exercício Contábil? 002 Imp. Arq. Termo Aux.? Não
Cod. Config. Livros? 002 Termo Aux. a ser Imp.?
Moeda? 1 Saldos Zerados? Sim
Posição Anterior L/P? Não Considerar? Mov. Período
Data Lucros/Perdas? 31/12/10 Descrição na Moeda? 01
Dem. Período Anterior? Não Tipo de Saldo? 1
Folha Inicial? 1 Título como nome da visão? Sim
Data Referência? 31/12/10 Consolidar Saldo? Não
Período? Calendário Saldo a Consolidar?
(1.975,19)
(–) CSLL
(–) IR (3.291,98)
(=) Lucro Líquido do Exercício 16.679,38
Parâmetros
Da Data? 01/12/10 C. Custo Apuração? 1
Até a Data? 31/12/10 Item Contab. Ponte?
Num. Lote? 000001 Item Apuração? 999999999
Num. Sub-Lote? 001 CI. Valor Ponte?
Num. Documento? 122010 CI. Valor Apuração? 999999999
Cod. Histórico Pad.? 01 Do C. Custo?
Da Conta? 3 Até o C. Custo? 999999999
Até a Conta? 53101001 Do Item Contábil?
Moedas? Específica Até o Item Contábil? 999999999
Moeda Base? 01 Da CI. Valor?
Considera Ent. Ponte? Não Até a CI. Valor? 999999999
Tipo de Saldo? 1 Proces. Saldos? Sim
Considera Entidades? Rotina de Apur. Seleciona Filiais? Sim A
Parâmetros
Exercício Contábil? 002 Imprime Saldo Zerado? Não
Cod. Config. Livros? 001 Data Referência? 31/12/10
Moeda? 01 Dem. Período Anterior? Não
Demonstra Semestre? Não Descrição da Moeda? 01
Folha Inicial? 1 Tipo de Saldo? 1
Imprime termo Auxiliar? Não Título como nome da visão? Sim
Termo Auxil. a ser Impresso?
Referência
ANDRADE FILHO, E. O. Manual do imposto de renda das pessoas jurídicas. São
Paulo: Atlas, 2000.
Anotações
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos Sônia Lima da Costa
Revisão Linguístico-Textual Sibéria Sales Q. de Lima
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Revisão Digital Leyciane Lima Oliveira
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Projeto Gráfico Katia Gomes da Silva
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Capas Rogério Adriano Ferreira da Silva
Apresentação
estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle
dos orçamentos e balanços, e a Lei Complementar n. 101/2000 – Lei de
Responsabilidade Fiscal – LRF, que estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, bem como as Normas
Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público – NBCASP, a fim de
demonstrar mais uma das aplicabilidades da Contabilidade.
Este caderno é composto de sete capítulos que tratarão dos seguintes
temas: objeto da contabilidade, conceito, plano de contas, receitas e despesas
públicas orçamentárias e extraorçamentárias, variações patrimoniais, apuração
de resultado, balancete de verificação, sistema de contas, demonstrações contá-
beis e Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que é um verdadeiro código de
boas condutas fiscais, aplicável a todos os entes da federação, destacando os
pontos principais em relação à execução e à gestão fiscal.
Recomendamos leituras e pesquisas complementares para aprimoramento
dos estudos.
Bons estudos!
Prof.ª Sônia Lima da Costa
1
CAPÍTULO 1 • CONTABILIDADE PÚBLICA
Contabilidade aplicada à
administração pública
Introdução
A contabilidade governamental ou pública é o ramo da Ciência Contábil que
tem por objetivo proporcionar informação sobre a posição orçamentária, finan-
ceira e patrimonial dos entes públicos. Para obter essas informações, há a neces-
sidade de se medir, avaliar e quantificar o patrimônio, utilizando técnicas como a
escrituração contábil, que registra os fatos contábeis; a elaboração das demons-
trações contábeis, nas quais são expostos ordenadamente os fatos contábeis;
a auditoria, que confirma o registro dos fatos e das demonstrações contá-
beis; a análise das demonstrações contábeis, em que ocorre a interpretação dos
fatos ocorridos no patrimônio, evidenciando seus aspectos qualitativos e quanti-
tativos expostos ordenadamente nas demonstrações contábeis.
Podemos dizer que o objeto da contabilidade é o patrimônio e seu campo
de aplicação é o das entidades econômico-administrativas. A principal fonte de
formação do patrimônio público é o orçamento público que é um instrumento de
planejamento que prevê as receitas e fixa as despesas.
Desse modo, entendem-se como atos administrativos os acontecimentos que
ocorrem nas entidades públicas e que não provocam alterações de imediato no
patrimônio público. Os fatos administrativos correspondem aos acontecimentos
que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o
patrimônio líquido.
Para registro dos atos e fatos contábeis, é necessária a elaboração de um
Plano de Contas, que se configura como uma relação de contas ordenadas para
facilitar a elaboração das demonstrações contábeis, tendo como principal obje-
tivo uniformizar os registros contábeis.
Nesse capítulo, você irá estudar conceitos básicos necessários para enten-
dimentos dos demais capítulos em face da aplicabilidade da Contabilidade
Pública, ou seja, quem realmente está obrigado a utilizá-la com base nos
preceitos da Lei n. 4.320/64.
Para entendimento deste capítulo, é necessário o conhecimento básicos
adquiridos quando dos estudos da disciplina de Orçamento Público. As
normativas que regem a administração pública constituem a base legal de todo
ato e fato administrativo, pois somente é possível a execução de atos e fatos
consubstanciados em lei.
Assim, esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de definir o
campo de aplicação e o objeto da contabilidade pública e classificar os fatos
contábeis quanto à origem e quanto ao reflexo no patrimônio.
1.1.1 Objeto
Entende-se por patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações perten-
cente a uma pessoa física ou jurídica. Franco (1997, p. 20) afirma que “a
Contabilidade, em uma acepção ampla de ciência, é uma das ciências econô-
mico-administrativas que tem como objeto o Patrimônio”.
As Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
– NBC T SP 16.2, instituídas pela Resolução CFC n. 1.129/2008,
consideram que Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens,
tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados,
produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do
setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefí-
cios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos
ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas
obrigações (FRANCO, 1997, p. 20).
1.1.2 Patrimônio
O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados
à entidade econômico-administrativa. O patrimônio é composto por bens
(móveis ou imóveis), direitos (representados pela dívida ativa ou empréstimos
concedidos) e obrigações (dívidas a pagar) vinculadas a uma pessoa natural
ou jurídica.
Na administração pública, no passado, dirigia-se atenção especial somente
aos aspectos orçamentários e financeiros. Entretanto não havia controle rígido
dos bens públicos. A Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar
n. 101/00 dedicou um capítulo à gestão patrimonial, inclusive à preservação
do patrimônio público.
De acordo com o Art. 98 do Código Civil, entendemos por bens públicos os
bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
interno. De acordo com o Art. 99 do Código Civil, os bens classificam-se em:
bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens dominicais.
Os bens de uso comum do povo, também denominados de domínio público,
são divididos, segundo sua formação em: naturais e artificiais, sendo que o
primeiro corresponde aos bens que não absorveram ou absorvem recursos
públicos como mares, praias, lagos, ilhas etc; e o segundo corresponde aos
bens que absorveram ou absorvem recursos públicos e, portanto cuja exis-
tência supõe a intervenção do homem, como: ruas, praças, avenidas, canais,
fontes etc.
Portanto, os bens de uso comum do povo com formação artificial devem
ser contabilizados no ativo, inventariados, impenhoráveis e não podem ser alie-
nados enquanto conservarem a qualificação de uso comum do povo. Todavia, se
forem de formação natural, esses bens não são contabilizados.
Os recursos públicos aplicados nos bens de uso comum do povo devem ser
contabilizados no ativo, bem como esses mesmos bens quando recebidos em
doação, de acordo com o estabelecido nas normas de contabilidade. De igual
modo se registram o custo de construção ou de reforma e as perdas do valor
resultantes do uso.
Os bens de uso especial/geral correspondem aos bens destinados ao uso
das repartições públicas, utilizados como instrumento para viabilizar a pres-
tação de serviços à sociedade. Exemplos: terrenos, imóveis, veículos, equi-
pamentos, prédios administrativos, escolas etc. Esses bens têm as seguintes
Reflita
Convido você a refletir sobre valor bruto contábil, valor depreciável, amor-
tizável, valor exaurível, valor líquido contábil, valor residual e valor da
vida útil econômica, para compreensão do critério de avaliação do ativo
imobilizado.
Saiba mais
1.1.5 Objetivo
O objetivo da contabilidade pública é permitir o estudo e o controle dos
fatos decorrentes da gestão do patrimônio das entidades públicas. Tais objetivos
estão previstos nos artigos 83 a 89 da Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964,
que a seguir procuramos compilar:
• Previsão da receita
Orçamentários • Dotação da despesa
• Emissão de empenho
• Assinatura de contratos
Extraorçamentários • Celebração de convênios
• Concessão de avais
• Arrecadação da receita
Orçamentários
• Liquidação da despesa
• Recebimento de bem por doação
Extraorçamentários
• Baixa do estoque por consumo
1.4.1 Contas
As contas ou títulos contábeis representam as diretrizes técnicas gerais e
especiais que orientam os seus usuários na elaboração de registros dos fatos
contábeis ocorridos e dos atos praticados pela administração.
Para exemplificar, citamos alguns desses títulos contábeis:
• para o dinheiro depositado em uma instituição financeira, de livre movi-
mentação, o título contábil denomina-se de banco conta movimento ou
depósito bancário;
• o dinheiro depositado em uma instituição com direito a rendimento, o
título contábil denomina-se de aplicações financeiras;
• para prédios de uso de uma entidade, o título contábil irá se chamar
imóveis de usos;
Você deve estar atento ao fato de que é importante evitar o uso de denomi-
nações genéricas em relação aos títulos contábeis, tais como: diversos e outros,
pois, por não caracterizar o fato contabilizado, podem prejudicar o controle
comprometendo a transparência dos registros. No entanto, se por ventura for
necessário utilizar desses termos, é importante o detalhamento de sua compo-
sição em notas explicativas.
1.4.2 Objetivos
Os principais objetivos de um plano de contas são:
1.4.3 Estrutura
Demonstraremos, aqui, o plano de contas simplificado específico da área
pública que será utilizado até o exercício de 2011, bem como a nova estrutura
de plano de conta que prevalecerá a partir do exercício de 2012 para a União,
Estados e Distrito Federal e a partir do exercício de 2013, para os municípios
conforme preceitua a Portaria STN n. 751, de 16 de dezembro de 2009.
Para que você possa visualizar melhor tudo o que foi discutido até o
momento sobre esse importante instrumento contábil, demonstraremos sua estru-
tura separadamente.
1.ATIVO
1.1 Ativo circulante
1.1.1 Disponível
1.1.2 Créditos em circulação
1.1.3 Bens e valores em circulação
1.2 Ativo permanente
1.2.1 Ativo realizável a longo prazo
1.2.1.1Depósitos realizáveis a longo prazo
1.2.1.2 Créditos realizáveis a longo prazo
1.2.2 Investimentos
1.2.3 Imobilizado
1.2.4 Intangível
1.9 Ativo compensado
1.9.1 Execução orçamentária da receita
1.9.2 Fixação orçamentária da despesa
1.9.3 Execução da programação financeira
1.9.5 Execução de restos a pagar
1.9.9 Compensações ativas diversas
2. PASSIVO
2.1 Passivo circulante
2.1.1 Depósitos
2.1.2 Obrigações em circulação
2.1.3 Empréstimos e financiamentos
2.2 Passivo permanente
2.2.1 Depósito exigíveis a longo prazo
2.2.2 Obrigações exigíveis a longo prazo
2.2.9 Outras exigibilidades
2.4 Patrimônio líquido
2.4.1 Capital
2.4.2 Reservas
2.4.3 Resultado acumulado
2.9 Passivo compensado
2.9.1 Previsão orçamentária da receita
2.9.2 Execução orçamentária da despesa
2.9.3 Execução da programação financeira
2.9.5 Execução de restos a pagar
2.9.9 Compensações passivas diversas
3. DESPESA
3.3 Despesas correntes
3.3.1 Pessoal e encargos sociais
3.3.2 Juros e encargos da dívida
3.3.3 Outras despesas correntes
3.4 Despesas de capital
3.4.4 Investimentos
3.4.5 Inversões financeiras
3.4.6 Amortização da dívida
3.9 Reserva de contingência
4. RECEITA
4.1 Receitas correntes
4.1.1 Receita tributária
4.1.2 Receita de contribuições
4.1.3 Receita patrimonial
4.1.4 Receita agropecuária
4.1.6 Receita de serviços
4.1.7 Transferências correntes
4.1.9 Outras receitas correntes
4.2 Receitas de capital
4.2.1 Operações de crédito
4.2.2 Alienação de bens
4.2.3 Amortização de empréstimos
4.2.4 Transferências de capital
4.2.5 Outras receitas de capital
4.9 Deduções da receita
5. RESULTADO DIMINUTIVO DO EXERCÍCIO
5.1 Resultado orçamentário
5.1.1 Interferências passivas
5.1.2 Mutações passivas
5.2 Resultado extraorçamentário
5.2.1 Interferências passivas
5.2.2 Decréscimos patrimoniais
6. RESULTADO AUMENTATIVO DO EXERCÍCIO
6.1 Resultado orçamentário
6.1.1 Interferências ativas
6.1.2 Mutações ativas
6.2 Resultado extraorçamentário
6.2.1 Interferências ativas
6.2.2 Acréscimos patrimoniais
6.3 Resultado apurado
2. PASSIVO
2.1 Passivo circulante
2.1.1 Depósitos
2.1.2 Obrigações em circulação
2.1.3 Empréstimos e financiamentos
2.2 Passivo não circulante
2.2.1 Depósito exigíveis a longo prazo
2.2.2 Obrigações exigíveis a longo prazo
2.2.9 Outras exigibilidades
2.4 Patrimônio líquido
2.4.1 Capital
2.4.2 Reservas
2.4.3 Resultado acumulado
3. VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS
3.1 Pessoal e encargos
3.2 Benefícios sociais
3.3 Uso de bens e serviços
3.4 Financeiras
3.5 Transferências
3.6 Tributárias e contributivas
3.9 Outras variações patrimoniais passivas
4. VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AUMENTATIVAS
4.1 tributárias
4.2 Contribuições
4.3 Exploração de bens e serviços
4.4 Financeiras
4.5 Transferências
4.9 Outras variações patrimoniais ativas
5. CONTROLES DA APROVAÇÃO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO
5.1 Planejamento aprovado
5.1.1 Plano plurianual
5.1.2 Projeto da Lei Orçamentária Anual
5.2 Orçamento aprovado
5.2.1 Previsão da receita
5.2.2 Fixação da despesa
5.3 Inscrição de restos a pagar
5.3.1 Inscrição RP não processado
5.3.2 Inscrição de RP processado
Referências
BRASIL. Lei complementar n. 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
providências. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília,
DF, 5 maio 2000.
______. Portaria interministerial n. 163, de 4 de maio de 2001. Dispõe normas
gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, e dá outras providências. Disponível em <http://
www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 6 jan. 2010.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE – CFC. Resolução n. 1.136, de
21 de novembro de 2008. Aprovou a NBC T SP n. 16.9 que dispõe sobre
depreciação, amortização, exaustão. Disponível em: <http://www.cfc.org. br>.
Acesso em: 10 jan. 2010.
______. Resolução n. 1.137, de 21 de novembro de 2008. Aprovou a NBC T
SP n. 16.10 que dispõe sobre avaliação e mensuração de ativo e passivo de
entidades do setor público. Disponível em: <http://www.cfc.org. br>. Acesso
em: 10 jan. 2010.
______. Resolução n. 1.129, de 21 de novembro de 2008. Aprovou a NBC T
SP n. 16.2 que dispõe sobre patrimônio e sistema de contas. Disponível em:
<http://www.cfc.org. br>. Acesso em: 10 jan. 2010.
FRANCO, H. Contabilidade geral. São Paulo: Atlas, 1997.
IUDICIBUS. Contabilidade introdutória. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
JUND, Sérgio. Administração orçamento e contabilidade pública. 2. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2006.
MACHADO JUNIOR., J. T. e R.; COSTA, H. Lei n. 4.320, de 17 de março de
1964. 31. ed. Rio de Janeiro: IBRAM, 2002/2003.
MOTA, F. G. L. Contabilidade aplicada à administração pública. 7. ed. Brasília:
Vestcon, 2004.
NEVES, P. V. Contabilidade básica. São Paulo: Frase, 2000.
PIRES, J. B. F. Contabilidade pública. 9. ed. Brasília: Franco e Fortes, 2006.
SILVA, L. R. da; BRITO, V. B. O novo Código Civil para contadores. São Paulo:
IOB, 2004.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL – STN. Portaria n. 751, de 16 de dezembro
de 2009. Aprova o volume V – Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público
e republica o volume IV – Plano de Contas Aplicado ao Setor Público, da 2. ed.
do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 28 dez. 2009.
Introdução
Neste capítulo, estudaremos o conceito das receitas e aprenderemos a
classificá-las quanto à natureza, quanto à afetação do patrimônio e quanto à
categoria econômica.
Destacaremos a importância do reconhecimento da receita pelo enfoque
patrimonial, sem desprezar o enfoque orçamentário. Também enfatizaremos a
dívida ativa, que corresponde ao direito do ente público em receber créditos
seja de natureza tributária ou não tributária, que transcorreu o prazo, mas ainda
não foi recebido.
O estudo das receitas é de extrema necessidade para manter o funciona-
mento da máquina administrativa, cumprindo com sua principal atividade que é
a de prestação de serviços à sociedade. As receitas representam todo ingresso
de recursos arrecadados pelas entidades com o fim de serem aplicados em
gastos operacionais e administrativos.
Essas receitas serão estudadas com base em dois enfoques: o orçamen-
tário e o patrimonial, com base na Lei n. 4.320/64 e os princípios fundamen-
tais de contabilidade de acordo com as Resoluções CFC n. 750/93, 774/94
e 111/07.
Falaremos, ainda, sobre a Dívida Ativa que representa os créditos perten-
centes à fazenda pública, quando de caráter líquido e certo, oriundos de natu-
reza tributária, cuja origem é o não recebimento de tributos nas datas apra-
zadas e os oriundos de natureza não tributária quando caracterizado por meio
de obrigação prevista em lei, regulamento ou contrato.
Para o entendimento deste capítulo, é necessário que você tenha conheci-
mento das Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC, destacando os princí
pios fundamentais da contabilidade, as convenções contábeis, postulados e a
estrutura do plano de contas da administração pública, estudada no capítulo
anterior.
O plano de contas oferece uma visibilidade clara, objetiva e direta da
liquidez e de exigibilidade das contas contábeis. Você deve também levar em
conta o orçamento público no que concerne à previsão das receitas, bem como
aos atos e fatos administrativos estudados no capítulo anterior.
Assim, esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de classi-
ficar a receita pública e identificar a dívida ativa. Iniciaremos nossa abordagem
falando sobre a Receita.
2.1 Receita
Representa acréscimos de ativo ou redução de passivo, na forma de entrada
de recursos arrecadados pela entidade. De acordo com o Art. 11 da LRF, “as
receitas constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal da
instituição, da previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da compe-
tência constitucional do ente da federação”. A receita pública pode ser concei-
tuada, portanto, como a entrada de dinheiro, recolhido pelo tesouro nacional,
estadual ou municipal, representando as origens de recursos e fatos geradores
próprios que produzem acréscimos patrimoniais.
A receita pública
é todo e qualquer recolhimento feito aos cofres públicos, quer seja
efetivado através de numerário ou outros bens representativos de
valores – que o governo tem o direito de arrecadar em virtude de
leis, contratos ou quaisquer outros títulos de que derivem direitos a
favor do Estado, quer seja oriundo de alguma finalidade específica,
cuja arrecadação lhe pertença ou caso figure como depositário dos
valores que não lhe pertencerem (KOHAMA, 2003, p. 82).
Saiba mais
a) Enfoque patrimonial
Para registro da receita sob o enfoque patrimonial devemos, citar os princí
pios fundamentais de contabilidade, quais sejam: princípio da entidade,
princípio da continuidade, princípio da oportunidade, princípio do registro
valor original, princípio da atualização monetária, princípio da compe-
tência, princípio da prudência, por representarem a essência das doutrinas
e teorias relativas da Ciência Contábil e a Contabilidade Pública constitui
um ramo dessa ciência que é o nosso estudo. Vamos estudar detalhadamente
sobre esses princípios por meio das citadas resoluções que estão disponíveis
no sítio <http://www.cfc.org.br>.
O enfoque patrimonial consiste em registrar a receita adotando o regime de
competência, que corresponde ao reconhecimento da receita no momento da
ocorrência do fato gerador independentemente da movimentação financeira.
Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no Patrimônio, o registro da
receita deve ser efetivado em função do fato gerador, observando-se os princí-
pios da competência e oportunidade. De acordo com os normativos do CFC, os
Princípios da Competência e da Oportunidade podem ser entendidos como:
Sob a perspectiva do setor público, o princípio da competência é
aquele que reconhece as transações e os eventos na ocorrência
dos respectivos fatos geradores, independentemente do seu paga-
mento ou recebimento. Os atos e os fatos que afetam o patri-
mônio público devem ser contabilizados por competência, e os
seus efeitos devem ser evidenciados nas demonstrações contábeis
do exercício financeiro com o qual se relacionam, complemen-
tarmente, ao registro orçamentário das receitas e das despesas
públicas (Resolução CFC n. 1.111/07).
Para o setor público, o princípio da oportunidade é base indis-
pensável à integridade e à fidedignidade dos registros contábeis
dos atos e dos fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio
da entidade pública, observadas as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas ao Setor Público. A integridade e a fide-
dignidade dizem respeito à necessidade de as variações serem
reconhecidas na sua totalidade, independentemente do cumpri-
mento das formalidades legais para sua ocorrência, visando
ao completo atendimento da essência sobre a forma (Resolução
n. 1.111/07).
b) Enfoque orçamentário
Para o registro da receita pelo enfoque orçamentário, devemos observar os
princípios orçamentários: da anualidade, da unidade, da universalidade,
da exclusividade, do equilíbrio, da legalidade, da publicidade, da especifi-
cação e da não afetação da receita.
• Anualidade: o orçamento deve ter vigência limitada a um exercício
financeiro. A legislação brasileira determina que o exercício financeiro
coincida com o ano civil.
• Unidade: todas as receitas e as despesas devem estar contidas numa só
Lei orçamentária.
• Universalidade: todas as receitas e todas as despesas devem constar da
Lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.
• Equilíbrio: os valores autorizados para a realização das despesas no
exercício deverão ser compatíveis com os valores previstos para a arre-
cadação das receitas.
• Exclusividade: a Lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à
fixação das despesas e à previsão das receitas.
• Especificação: a classificação das receitas e das despesas deve aparecer
discriminada demonstrando as origens e as aplicações dos recursos.
• Publicidade: a garantia da transparência e pleno acesso a qualquer
interessado às informações necessárias ao exercício da fiscalização.
• Clareza: o orçamento deve ser claro e de fácil compreensão para qual-
quer indivíduo.
• Uniformidade: os dados apresentados devem ser homogêneos nos exer-
cícios no que se refere à classificação e demais aspectos envolvidos na
metodologia de elaboração do orçamento, permitindo comparação ao
longo do tempo.
Arrecadação da receita
Baixa do ativo
Arrecadação da receita
Saiba mais
1. Receitas Correntes
2. Receitas de Capital
Exemplo: 1.7.2.1.02.01
Aos entes é permitido detalhar o nível ainda não detalhado pela Secretaria
do Tesouro Nacional – STN, ou fazer além da sub-alínea um nível de deta-
lhamento, porém as demais classificações são de competência exclusiva da
Secretaria do Tesouro Nacional, alterá-las, incluí-las ou excluí-las.
Saiba mais
Reflita
Somente passam por essa fase de lançamento algumas das receitas prove-
nientes de tributos ou as derivadas. Atenção! As receitas originárias não estão
sujeitas ao lançamento e ingressam diretamente no estágio da arrecadação.
• Receita Originária: são receitas que têm sua origem nas atividades
econômicas, típicas da atividade privada, mas que o Estado pode
explorar como as agropecuárias, as industriais e as de serviços ou nos
bens e direitos pertencentes ao ente, como as receitas de alugueis e os
rendimentos de aplicações financeiras.
• Receita Derivada: é a receita efetiva do ente, que a recebe por meio do
Poder do Estado de tributar, ou estabelecer contribuições, por força de lei.
não tributária correspondem aos demais créditos da Fazenda Pública, tais como:
aluguéis, custas processuais, o preço dos serviços prestados, entre outros. Portanto,
esses créditos devem ser registrados tempestivamente, desde a inscrição até o
momento do recebimento ou até mesmo o cancelamento por razões comprovadas.
A Dívida Ativa, inicialmente, classifica-se no ativo realizável a longo prazo,
por considerar a incerteza intrínseca da condição. Posteriormente, à medida que
for obtendo sucesso na cobrança, haverá um fluxo de recebimento mensurável em
cada exercício. Dessa forma, devemos reclassificar os créditos inscritos de acordo
com a expectativa de sua realização. A classificação desses créditos pode ser de
curto prazo e longo prazo. Entendemos por curto prazo os valores recebíveis até
exercício social subsequente e longo prazo os valores recebíveis após exercício
social subsequente. A sua mensuração deve ser pelo valor líquido de realização.
Para demonstrar o valor líquido de realização deve constituir a provisão
para ajuste a valor recuperável. Quanto à base legal deste crédito é o Art. 39
da Lei n. 4.320/64 e os artigos 113 e 139 do CNT. Abaixo demonstraremos o
esquema contábil desde a inscrição até o cancelamento.
Esquema Contábil até 2011
Da inscrição
D Dívida Ativa (1)
C Variação Ativa – Superveniência Ativa (6)
Da provisão
D Variação Passiva – Insubsistência Passiva (5)
C Provisão
Do recebimento
D Receita realizada (Ativo Compensado) (1)
C Receita a realizar (Ativo Compensado) (1)
Do cancelamento
D Variação Passiva – Insubsistência Ativa (5)
C Dívida Ativa (1)
Referências
FRANCO, H. Contabilidade geral. São Paulo: Atlas, 1987.
KOHAMA, H. Contabilidade pública: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2003.
MACHADO JUNIOR., J. T. e R.; COSTA, H. Lei n. 4.320, de 17 de março de
1964. 31. ed. Rio de Janeiro: IBRAM, 2002/2003.
NEVES, P. V. Contabilidade básica. São Paulo: Frase, 2000.
STN/SOF – Secretaria do Tesouro Nacional. Portaria Conjunta n. 3, de 14 de
outubro de 2008. Aprovou o Manual de Receitas. Disponível em: <http://www.
tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 10 dez. 2010.
______. Portaria n. 10, de 27 de junho de 2001. Dispõe sobre especificações
de fontes de recursos. Disponível em: <http://www.portalsof.planejamento.gov.
br que regulamenta as fontes da União>. Acesso em: 19 mar. 2010.
______. Portaria n. 467, de 6 de agosto de 2009. Instituiu o Manual de
Procedimentos Contábeis Específicos. Disponível em: <http://www.tesouro.
fazenda.gov.br>. Acesso em: 14 jan. 2010.
Anotações
Despesa pública e
dívida passiva
Introdução
Para estudo das finanças públicas, especificamente a execução da despesa
pública, procuramos compilar alguns tópicos, tais como: conceitos, classificação
da despesa quanto à natureza, quanto à afetação do patrimônio, quanto à cate-
goria econômica, os estágios da despesa que podemos considerar como fase de
execução da despesa, a classificação da dívida passiva, destacando a dívida
flutuante, especificamente os restos a pagar. É proposta, deste material, demons-
trar o esquema contábil pertinente a essas administrações. Iremos, também, dife-
renciar os momentos de registro da despesa caracterizando o enfoque patrimo-
nial e o enfoque orçamentário.
Deste modo, esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de
classificar despesa pública e a dívida passiva, além de ser capaz de identificar
os créditos adicionais.
3.1 Despesa
Podemos definir despesa como um gasto incorrido para, direta ou indireta-
mente, gerar receitas. Podemos conceituar despesas públicas como o conjunto
de dispêndios de uma entidade, com o objetivo de honrar gastos fixados na Lei
de orçamento ou em Lei especial, visando à realização e ao funcionamento dos
serviços públicos. Jund (2006, p. 187) define despesa pública como:
Saiba mais
Da liquidação
Do reconhecimento do direito
Do pagamento
D Obrigações (2)
C Banco c/Movimento (1)
Da liquidação
D Crédito Empenhado a Liquidar (6)
C Crédito Empenhado Liquidado (6)
Do reconhecimento do direito
D Seguros a Vencer (1)
C Obrigação (2)
Do Pagamento
D Obrigações (2)
C Banco c/Movimento (1)
Saiba mais
EXEMPLO:
ESTRUTURA DA CONTA
3.3.90.30.21
1°Algarismo – Categoria econômica.............................. X Despesa corrente
2°Algarismo – Grupo da despesa.................................. X Outras despesas correntes
3° e 4° Algarismos – Modalidade da aplicação...........VXX Aplicação direta
5º e 6º Algarismos – Elemento da despesa................... XX Material de consumo
7° e 8º Algarismos – Desdobramento elemento da despesa...XX Gasolina
Você acabou de aprender a estruturar uma conta, composta por oito alga-
rismos e o que representa cada algarismo, com a finalidade de classificar correta-
mente os gastos públicos. Vamos, agora, estudar os gastos públicos com relação
à afetação do patrimônio.
b) Despesas não efetivas: são aquelas que não diminuem a situação líquida
patrimonial, ou seja, não causam alteração e sim mutação patrimonial.
O patrimônio líquido não sofre alteração, ocorrendo apenas uma troca
Saiba mais
Cabe destacar que não se pode efetuar adiantamento a servidor que seja
responsável por dois suprimentos, a servidor que não esteja em efetivo exercício
e a servidor declarado em alcance.
Entende-se por alcance a expiração do prazo para prestar conta por parte
do suprido. Suprido é o beneficiário do suprimento de fundos que tem a respon-
sabilidade pela aplicação dos recursos financeiros e pela prestação de contas.
Você acabou de estudar sobre os dispêndios de pequeno vulto. Em seguida,
apresentaremos a apropriação dos encargos de depreciação, que se refere
à avaliação dos bens tangíveis, amortização refere-se aos bens intangíveis, e
exaustão refere-se à avaliação dos recursos florestais e minerais.
Observe que ao final de 5 anos esse bem terá um valor líquido contábil
de $ 2.000,00, que corresponde ao valor residual, tendo em vista que, anual-
mente, foi registrado $ 3.600,00 no resultado como decréscimo patrimonial e,
no Balanço Patrimonial, igual valor como redutora do respectivo ativo.
Cabe destacar alguns pontos a serem observados em relação à depre-
ciação/amortização/exaustão, quais sejam: o valor residual e a vida econô-
mica devem ser revisados, pelo menos, ao final de cada exercício, quando
as perspectivas diferirem das estimativas anteriores; devem ser reconhecidas
quando o bem estiver em condição de uso, para estimar a vida útil; deve levar
em consideração a capacidade de geração de benefícios futuros; o desgaste
físico decorrente de fatores operacionais ou não; a obsolescência tecnológica;
os limites legais ou contratuais sobre o uso ou a exploração do ativo.
Quanto aos bens móveis de natureza cultural, tais como obras de artes,
antiguidades, documentos, bens com interesse histórico, bens integrados em
coleções, os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos,
Saiba mais
Do pagamento
Reflita
Do pagamento
Referências
BRASIL. Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 5 maio
2000.
______. Portaria Interministerial n. 163/2001, de 4 de maio de 2001. Dispõe
normas gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, e dá outras providências. Disponível em <http://
www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 6 jan. 2010.
______. Portaria do Ministério de Estado Orçamento e Gestão – MGO n. 42, de
14 de abril de 1999. Atualiza a discriminação da despesa por funções de que
tratam o inciso I do § 1º do Art. 2º e § 2º do Art. 8º, ambos da Lei n. 4.320, de
17 de março de 1964, estabelece os conceitos de função, subfunção, programa,
projeto, atividade, operações especiais, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/legislacaor>. Acesso em: 5 jan. 2010
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução n. 750, de 01 de janeiro
de 2003. Dispõe sobre os princípios fundamentais de contabilidade. Disponível
em: <http://www.cfc.org. br>. Acesso em: 14 jan. 2010.
______. Resolução n. 774, de 16 de dezembro de 2004. Aprova o apêndice à
resolução dos princípios fundamentais de contabilidade. Disponível em: <http://
www.cfc.org. br>. Acesso em: 14 jan. 2010.
______. Resolução n. 1.111, de 29 de novembro de 2007. Aprova o Apêndice
II da resolução dos princípios fundamentais de contabilidade. Disponível em:
<http://www.cfc.org. br>. Acesso em: 5 jan. 2010.
______. Senado Federal. Resolução n. 40, de 20 de dezembro de 2001. Dispõe
sobre os limites globais para o montante da dívida pública consolidada e da
Anotações
Variações patrimoniais
Introdução
Neste capítulo, estudaremos sobre as variações patrimoniais, que corres-
pondem à modificação do patrimônio público qualitativa e quantitativamente,
em função dos atos praticados pela administração pública. É prudente ressaltar
que, na Contabilidade Pública, existem particularidades quando essa é compa-
rada com a Contabilidade Empresarial.
Uma dessas particularidades é o registro dos fatos contábeis permutativos
que correspondem às permutas no patrimônio, sem alterar a situação líquida
patrimonial. Essas permutas são oriundas da execução das receitas e das
despesas não efetivas, assuntos estudados nos capítulos 1, 2 e 3.
Portanto, recomendamos uma nova leitura para fixar os conceitos para
melhor entendimento das variações patrimoniais. Quando nos referimos às
variações, estamos direcionando o estudo para as contas de resultado (receitas
e despesas). Na composição das variações patrimoniais, além das receitas e
despesas, vamos encontrar as mutações patrimoniais, as superveniências e as
insubsistências. Porém essa particularidade (mutações patrimoniais, superveniên
cias e as insubsistências) irá prevalecer somente até o exercício de 2011.
Para maior detalhamento, apontamos que essas variações podem ser ativas,
quando ocorre o aumento do ativo (bens e direitos) e diminuição do passivo
(obrigações). E passivas, quando ocorre aumento do passivo (obrigações) e
diminuição do ativo (bens e direitos).
Portanto, na Contabilidade Pública, o registro dos fatos contábeis permuta-
tivos, visto que os referidos fatos, apesar de não alterarem a situação líquida
patrimonial, transitam por contas de resultado das classses 3 (despesas orçamen-
tárias), 4 (receitas orçamentária), 5 (mutações passivas) ou 6 (mutações ativas),
quando tratarmos de fatos relativos até o exercício de 2011.
A partir do exercício de 2012, as variações patrimoniais serão represen-
tadas somente pelas classes (3) e (4), variação patrimonial diminutiva e variação
patrimonial aumentativa, respectivamente, sem a utilização de contas de resul-
tado para registrar os fatos permutativos, consequentemente, deixa de existir
essa peculiaridade.
Para fornecer informações detalhadas sobre a variação patrimonial em
função dos diversos tipos de subsistemas existentes, a contabilização dos fatos
3 – Despesas
Variações passivas
CONTAS DE 5 – Resultado exercício diminutivo (–)
RESULTADO 4 – Receitas
Variações ativas
6 – Resultado exercício aumentativo (+)
Referências
MACHADO JUNIOR., J. T. e R.; COSTA, H. Lei n. 4.320, de 17 de março de
1964. 31. ed. Rio de Janeiro: IBRAM, 2002/2003.
NEVES, P. V. Contabilidade básica. São Paulo: Frase, 2000.
PIRES, J. B. f. Contabilidade pública. 9. ed. Brasília: Franco & Fortes, 2006.
Anotações
Subsistemas de contas
Introdução
Neste capítulo, será estudado sobre o sistema contábil e os respectivos
subsistemas: orçamentário, financeiro, patrimonial, compensação e custos. Em
seguida, registraremos fatos contábeis característicos envolvendo os diversos
subsistemas, pertencentes ao ente público, momento em que também você terá
como elaborar os demonstrativos exigidos pela Lei n. 4.320/64 e Resolução
CFC n. 1.133/2008, que aprovou a NBC T 16.6, a qual se refere às demons-
trações contábeis.
A contabilidade pública trabalha com subsistemas de contas distintos quais
sejam: o orçamentário, o financeiro, o patrimonial, a compensação e o de
custos. Para cada subsistema de contas, pode ser elaborado um balancete de
verificação. Entende-se por balancete de verificação um demonstrativo contábil
que relaciona os saldos de todas as contas devedoras e de todas as contas
credoras dispostas em forma de equação. O total dos saldos devedores é igual
ao total dos saldos credores. Pires (2006, p. 337) atesta que “o levantamento
do balancete mensal permite ao ente da federação verificar o movimento e
os saldos de cada conta contábil, com a finalidade de conferir e analisar os
registros realizados diariamente”. Dessa forma, temos contas financeiras, contas
patrimoniais, contas de compensação, contas orçamentárias e contas de custos,
tendo cada grupo finalidades distintas.
Faz-se necessário, para compreensão deste capítulo, que você conheça o
plano de contas da administração pública, estudado no capítulo 1, e saiba
diferenciar ativo e passivo, receitas e despesas. Também é preciso conhecer a
natureza das contas (devedoras e credoras) e ainda o resultado aumentativo e
diminutivo do exercício, estudados no capítulo 4.
Para compreensão dos subsistemas de contas (orçamentário, financeiro, patri-
monial, compensação e de custos), você terá como referência os capítulos ante-
riores, considerando que iremos estudar os elementos que compõem o patrimônio
e suas variações, representados pelas contas que serão evidenciadas de forma
estruturada nas demonstrações contábeis, por meio dos diversos subsistemas.
Desse modo, esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de
caracterizar as contas envolvidas em cada subsistema de contas de acordo com
a Lei n. 4.320/64.
ATIVO PASSIVO
Ativo circulante Passivo circulante
Banco conta movimento Restos a pagar
Aplicações financeiras Serviço da dívida a pagar
Créditos em circulação Consignações
Depósitos de terceiros
Débitos de tesouraria (ARO)
CONTAS DE RESULTADO DEVEDOR CONTAS DE RESULTADO CREDOR
Despesas orçamentárias Receitas orçamentárias
Despesas correntes Receitas correntes
Despesas de capital Receitas de capital
Transferências financeiras Transferências financeiras
Repasse financeiro concedido Repasse financeiro recebido
Reflita
ATIVO PASSIVO
Ativo não circulante Passivo não circulante
Créditos diversos Dívida fundada interna
Estoques Dívida fundada externa
Dívida ativa Parcelamentos
Empréstimos concedidos Precatórios
Investimentos Provisões
Bens móveis
Bens imóveis
CONTAS DE RESULTADO DEVEDOR CONTAS DE RESULTADO CREDOR
Transferência de bens e valores Transferência de bens e valores
Mutações passivas Mutações ativas
Superveniências passivas Superveniências ativas
Insubsistências passivas Insubsistências ativas
É sempre bom lembrar que a partir do exercício 2012, por força de norma-
tivos da Secretaria do Tesouro Nacional e o Conselho Federal de Contabilidade,
não mais existirá os termos superveniências, insubsistências e mutações, para
efeito de classificação dos fatos contábeis na Administração Pública. Assim as
contas são de natureza patrimonial, orçamentária e controle.
É oportuno mencionar que o sistema de custos até então era restrito aos
serviços públicos industriais. Contudo, a Lei Complementar n. 101/2000-LRF,
Art. 50 § 3o determina que Administração Pública mantenha sistema de custos
que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, finan-
ceira e patrimonial.
Reflita
Subsistema orçamentário
Subsistema financeiro
Subsistema patrimonial
Da liquidação
Subsistema orçamentário
Do pagamento
Subsistema orçamentário
Subsistema financeiro
Subsistema de compensação
Subsistema compensação
Da liquidação
Subsistema orçamentário
Do pagamento
Subsistema orçamentário
Subsistema financeiro
Subsistema financeiro
Subsistema patrimonial
Arrecadação – patrimonial
Arrecadação – orçamentária
Arrecadação – controle
Controle
Da liquidação
Orçamentária
Do pagamento
Liberação do recurso para o suprido – orçamentária
Controle
Patrimonial
Patrimonial
Controle
Controle
Da liquidação
Orçamentária
Patrimonial
Do pagamento
Orçamentária
D Crédito Empenhado Liquidado a Pagar 3.000
C Crédito Empenhado Pago 3.000
Patrimonial
D Obrigações em Circulação 30.000
C Banco c/ Movimento 30.000
Controle
D Disponibilidade por Destinação de Recursos 10.000
C Disponibilidade por Destinação de Recursos Comprometida 10.000
Da liquidação da despesa
Orçamentária
D Crédito Empenhado a Liquidar 10.000
C Crédito Empenhado Liquidado a Pagar 10.000
Do pagamento
Patrimonial
D Veículos 10.000
C Banco 10.000
Orçamentária
D Crédito Empenhado Liquidado a Pagar 10.000
C Crédito Empenhado Pago 10.000
Referências
BRASIL. Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 5 de
maio de 2000.
Anotações
Demonstrações contábeis
Introdução
Neste capítulo, será abordado o tema da elaboração das demonstrações contá-
beis, quais sejam: balanço orçamentário, balanço financeiro, balanço patrimonial,
demonstração das variações patrimoniais, demonstração da mutação do patrimônio
líquido, demonstração do fluxo de caixa e demonstração do resultado econômico.
Não podemos falar em demonstrações contábeis na contabilidade pública
sem inicialmente mencionar a Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964, lei que
estatuiu normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orça-
mentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Essa lei determina que, no final de cada exercício, os resultados gerais do exer-
cício da administração pública sejam demonstrados no balanço orçamentário,
no balanço financeiro, no balanço patrimonial e na demonstração das varia-
ções patrimoniais. Também devemos mencionar a Resolução CFC n. 1.133/08,
que aprovou a NBC T 16.6 – demonstrações contábeis, específica para o setor
público, que prevê a elaboração de todas as demonstrações de acordo com a
Lei n. 4.320/64 e inclui a demonstração do fluxo de caixa e a demonstração do
resultado econômico, com obrigatoriedade a partir do exercício de 2010.
A Portaria STN n. 751/2009, especificamente o volume V, aprovou as alte-
rações do balanço orçamentário (anexo n.12), do balanço financeiro (anexo
13), do balanço patrimonial (anexo n. 14) e da demonstração das variações
patrimoniais (anexo n.15) e inclui a demonstração do fluxos de caixa (anexo
n. 18), a demonstração das mutações do patrimônio líquido (anexo n. 19) e a
demonstração do resultado econômico (anexo n. 20), a partir de 2012 para a
União, Estados e Distrito Federal e, a partir 2013, para os Municípios.
No Balanço Orçamentário, será evidenciada a comparação entre previsão
da receita e a fixação da despesa orçamentária, suas alterações e execução
orçamentária das receitas e das despesas.
No Balanço Financeiro, será demonstrada a movimentação financeira,
ou seja, os recebimentos e pagamentos de natureza orçamentária e extraor-
çamentária. No Balanço Patrimonial, ficarão demonstrados os elementos patri-
moniais caracterizados pelos bens, direitos e obrigações. Na Demonstração
das Variações Patrimoniais, ficarão demonstradas as alterações no patrimônio
ocorridas durante o exercício financeiro, oriundas das variações patrimoniais
DOTAÇÃO INICIAL
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(D)
Despesas correntes
Pessoal e encargos sociais
Juros e encargos da dívida
Outras despesas correntes
Despesas de capital
Investimentos
Inversões financeiras
Amortização da dívida
Reserva de contingência
Reserva do rpps
Subtotal das despesas (VI)
Amortização da dívida/refinanciamento (VII)
Amortização da dívida interna
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Amortização da dívida externa
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Subtotal com refinanciamento (VIII) = (VI + VII)
Superávit (IX)
Total (X) = (VII + IX)
CRÉDITOS ADICIONAIS
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(E)
Despesas correntes
Pessoal e encargos sociais
Juros e encargos da dívida
Outras despesas correntes
Despesas de capital
Investimentos
Inversões financeiras
Amortização da dívida
Reserva de contingência
Reserva do rpps
Subtotal das despesas (VI)
Amortização da dívida/refinanciamento (VII)
Amortização da dívida interna
CRÉDITOS ADICIONAIS
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(E)
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Amortização da dívida externa
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Subtotal com refinanciamento (VIII) = (VI + VII)
Superávit (IX)
Total (X) = (VII + IX)
DOTAÇÃO ATUALIZADA
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(F)=(D+E)
Despesas correntes
Pessoal e encargos sociais
Juros e encargos da dívida
Outras despesas correntes
Despesas de capital
Investimentos
Inversões financeiras
Amortização da dívida
Reserva de contingência
Reserva do rpps
Subtotal das despesas (VI)
Amortização da dívida/refinanciamento (VII)
Amortização da dívida interna
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Amortização da dívida externa
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Subtotal com refinanciamento (VIII) = (VI + VII)
Superávit (IX)
Total (X) = (VII + IX)
DESPESAS EMPENHADAS
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(G)
Despesas correntes
Pessoal e encargos sociais
Juros e encargos da dívida
Outras despesas correntes
DESPESAS EMPENHADAS
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(G)
Despesas de capital
Investimentos
Inversões financeiras
Amortização da dívida
Reserva de contingência
Reserva do rpps
Subtotal das despesas (VI)
Amortização da dívida/refinanciamento (VII)
Amortização da dívida interna
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Amortização da dívida externa
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Subtotal com refinanciamento (VIII) = (VI + VII)
Superávit (IX)
Total (X) = (VII + IX)
DESPESAS LIQUIDADAS
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(H)
Despesas correntes
Pessoal e encargos sociais
Juros e encargos da dívida
Outras despesas correntes
Despesas de capital
Investimentos
Inversões financeiras
Amortização da dívida
Reserva de contingência
Reserva do rpps
Subtotal das despesas (VI)
Amortização da dívida/refinanciamento (VII)
Amortização da dívida interna
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Amortização da dívida externa
DESPESAS LIQUIDADAS
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(H)
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Subtotal com refinanciamento (VIII) = (VI + VII)
Superávit (IX) –
Total (X) = (VII + IX)
INSCRIÇÃO EM RP NÃO
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS PROCESSADOS
(I)= (G – H)
Despesas correntes
Pessoal e encargos sociais
Juros e encargos da dívida
Outras despesas correntes
Despesas de capital
Investimentos
Inversões financeiras
Amortização da dívida
Reserva de contingência
Reserva do rpps
Subtotal das despesas (VI)
Amortização da dívida/refinanciamento (VII)
Amortização da dívida interna
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Amortização da dívida externa
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Subtotal com refinanciamento (VIII) = (VI + VII)
Superávit (IX) –
Total (X) = (VII + IX)
SALDO DA DOTAÇÃO
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(J)= (F – G)
Despesas correntes
Pessoal e encargos sociais
Juros e encargos da dívida
Outras despesas correntes
SALDO DA DOTAÇÃO
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(J)= (F – G)
Despesas de capital
Investimentos
Inversões financeiras
Amortização da dívida
Reserva de contingência
Reserva do rpps
Subtotal das despesas (VI)
Amortização da dívida/refinanciamento (VII)
Amortização da dívida interna
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Amortização da dívida externa
Dívida mobiliária
Outras dívidas
Subtotal com refinanciamento (VIII) = (VI + VII)
Superávit (IX) –
Total (X) = (VII + IX)
Fonte: Resolução STN n. 751/2009.
Para que essas duas partes sejam igualitárias, a parte das receitas inclui o saldo
do disponível, correspondente ao exercício anterior, e a parte das despesas inclui o
saldo do disponível do exercício atual que passará para o exercício seguinte.
O Balanço Financeiro retrata a movimentação dos recursos financeiros do
ente público, demonstrando seu saldo inicial, os ingressos (receitas), os dispên-
dios (despesas) e o saldo apurado no exercício corrente que será transferido
para o próximo exercício.
O aa demonstra exatamente essa equação, ou seja, os movimentos ocor-
ridos por meio das operações financeiras. Saldo inicial (disponível exercício
anterior) + receitas (ingressos) – despesas (dispêndios) = saldo atual.
O resultado financeiro pode ser calculado pela diferença entre o saldo dispo-
nível atual menos o saldo disponível anterior ou ainda pela diferença entre o soma-
tório das receitas orçamentárias e das receitas extraorçamentárias e o somatório
das despesas orçamentárias e das despesas extraorçamentárias. A Lei n. 4.320/64
apresenta o Anexo n. 13 denominado de Balanço Financeiro e alterado pela NBC
TSP 16.6 e Resolução STN n. 751/2009, conforme modelo a seguir.
Saiba mais
VARIAÇÕES QUANTITATIVAS
Saldo Saldo
Variações patrimoniais aumentativas
atual anterior
Tributos e Contribuições
Impostos
Taxas
Contribuições de Melhoria
Contribuições Sociais
Contribuições Econômicas
Venda de Mercadorias, Produtos e Serviços
Venda de Mercadorias
Venda de Produtos
Venda de Serviços
Financeiras
Juros e Encargos de Empréstimos e Financiamentos Concedidos
Juros e Encargos de Mora
Variações Monetárias e Cambiais
Remuneração de Depósitos Bancários e Aplicações Financeiras
Descontos Financeiros Obtidos
Outras Variações Patrimoniais Aumentativas – Financeiras
Transferências
Transferências Intragovernamentais
Transferências Intergovernamentais
Transferências das Instituições Privadas
Transferências das Instituições Multigovernamentais
Transferências de Consórcios Públicos
Transferências do Exterior
Transferências das Pessoas Físicas
VARIAÇÕES QUANTITATIVAS
Saldo Saldo
Variações patrimoniais aumentativas
atual anterior
Exploração de Bens e Serviços
Exploração de Bens
Exploração de Serviços
Valorização e Ganhos com Ativos
Reavaliação de Ativos
Ganhos com Alienação
Variações patrimoniais diminutvas
Pessoal e Encargos
Remuneração a Pessoal
Encargos Patronais
Benefícios a Pessoal
Outras Variações Patrimoniais Diminutivas – Pessoal e Encargos
Benefícios Previdenciários
Aposentadorias e Reformas
Pensões
Outros Benefícios Previdenciários
Benefícios Assistenciais
Benefícios de Prestação Continuada
Benefícios Eventuais
Políticas Públicas de Transferência de Renda
Financeiras
Juros e Encargos de Empréstimos e Financiamentos Obtidos
Juros e Encargos de Mora
Variações Monetárias e Cambiais
Descontos Financeiros Concedidos
Outras Variações Patrimoniais Diminutivas – Financeiras
Transferências
Transferências Intragovernamentais
Transferências Intergovernamentais
Transferências a Instituições Privadas
Transferências a Instituições Multigovernamentais
Transferências a Consórcios Públicos
Transferências ao Exterior
Tributos e Contribuições
Tributos
Contribuições
VARIAÇÕES QUANTITATIVAS
Saldo Saldo
Variações patrimoniais diminutvas
atual anterior
Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo
Uso de Material de Consumo
Serviços
Depreciação, Amortização e Exaustão
Desvalorização e Perda de Ativos
Redução a Valor Recuperável
Perdas com Alienação
Perdas Involuntárias
Outras Variações Patrimoniais Diminutivas
Premiações
Incentivos
Equalizações de Preços e Taxas
Participações e Contribuições
Resultado Negativo com Participações em Coligadas e
Controladas
Diversas Variações Patrimoniais Diminutivas
Resultado patrimonial do período
VARIAÇÕES QUALITATIVAS
Saldo Saldo
atual anterior
Incorporação de Ativo
Desincorporação de Passivo
Incorporação de Passivo
Desincorporação de Ativo
Fonte: Resolução STN n. 751/2009.
Almoxarifado Provisões
Responsabilidade p/ títulos,
valores e bens
Garantias de valores
EX. EX.
PASSIVO
ATUAL ANTERIOR
Passivo circulante
Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias a Pagar de
Curto Prazo
Empréstimos e Financiamentos de Curto Prazo
Fornecedores
Contas a Pagar de Curto Prazo
Obrigações Fiscais de Curto Prazo
Demais Obrigações de Curto Prazo
Provisões de Curto Prazo
EX. EX.
PASSIVO
ATUAL ANTERIOR
Passivo não Circulante
Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias a Pagar de LP
Empréstimos e Financiamentos LP
Fornecedores
Obrigações Fiscais de LP
Demais Obrigações de LP
Provisões de Longo Prazo
Resultado Diferido
Total do passivo
Patrimônio líquido
Patrimônio Social/Capital Social
Reservas de Capital
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Resultados Acumulados
Ações/Cotas em Tesouraria
Total do patrimônio líquido
Total
Fonte: Portaria STN n. 751/2009.
Quadro 7 Compensações.
EX. EX.
ESPECIFICAÇÃO
ATUAL ANTERIOR
Saldo dos Atos Potenciais do Ativo
Total
EX. EX.
ESPECIFICAÇÕES
ATUAL ANTERIOR
Saldo dos Atos Potenciais do Passivo
Total
Fonte: Portaria STN n. 751/2009.
b) Método indireto
Nesse método, o fluxo de recebimentos e pagamentos será demons-
trado a partir dos ajustes ao resultado patrimonial, que será extraído da
Demonstração das Variações Patrimoniais. Esses ajustes correspondem a
valores não financeiros e que têm por finalidade excluir os valores econô-
micos, tais como: depreciação, amortização, exaustão, acréscimos e
decréscimos provenientes dos investimentos avaliados pelo método de equi-
valência patrimonial, entre outros.
Ex. Anterior
Ajustes de Exercícios
Anteriores
Aumento de Capital
6.6.1 Estrutura da DMPL
CAPÍTULO 6 • CONTABILIDADE PÚBLICA
Resultado do
Exercício
Constituição/
Saldo Final
Ex. Atual
Patrimônio Líquido, revelando os eventos que influenciaram a modificação de
A DMPL tem por objetivo demonstrar a movimentação dos subgrupos do
CAPÍTULO 6 • CONTABILIDADE PÚBLICA
Em 2001, foi editada da Lei Complementar 101 (LRF), que tem por obje-
tivo estabelecer a gestão fiscal responsável. Para que se concretize pressupõe
uma gestão com ações planejadas e transparentes, portanto, a importância da
implantação do sistema de custo na área pública.
EXERCÍCIO EXERCÍCIO
ESPECIFICAÇÕES
ATUAL ANTERIOR
Saiba mais
Cabe destacar que a Lei n. 4.320/64 determina que, além das demonstra-
ções contábeis já mencionadas, existem outros demonstrativos, tais como: anexo
1: demonstração da receita e despesa, segundo as categorias econômicas; anexo
2: especificação da despesa por categoria econômica; anexo 6: programa de
trabalho, por órgão e unidade orçamentária; anexo 7: programa de trabalho
demonstrativo de funções, subfunções e programas por projetos e atividades;
anexo 8: demonstrativo da despesa por funções, subfunções e programas conforme
o vínculo com os recursos; anexo 9: demonstrativo da despesa por órgãos e
funções; anexo 10: comparativo da receita orçada com a arrecadada; anexo 11:
comparativo de despesa autorizada com a realizada; anexo 16: demonstração
da dívida fundada interna; anexo 17: demonstração da dívida flutuante.
Vejamos, agora, os critérios de elaboração das Notas Explicativas que tem
por objetivo adicionar informações a respeito de critérios de elaboração das
demonstrações contábeis e sua comparação com outras entidades.
Referências
BRASIL. Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 5 out. 1988.
______. Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
Anotações
Execução orçamentária
e gestão fiscal
Introdução
Com a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que regulamentou os artigos
163 e 169 da Constituição Federal, foram estabelecidas as normas orientadoras
das finanças públicas no País. Essa Lei objetiva aprimorar a responsabilidade na
gestão fiscal dos recursos públicos, por meio de ação planejada e transparente
que possibilite prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio
das contas públicas.
Estão sujeitos à Lei de Responsabilidade Fiscal os três Poderes: Executivo,
Legislativo, inclusive Tribunais de Contas; e Judiciário, bem como o Ministério
Público e os órgãos da administração direta, fundos, autarquias, fundações e
empresas estatais subordinadas.
O processo de elaboração e implementação da LRF só pode ser plenamente
compreendido em um contexto de fortalecimento das instituições democráticas.
Essa Lei é o resultado de uma cobrança da sociedade, de um consenso em torno
da necessidade de mudanças que possibilitarão maior critério na aplicação dos
recursos. O espírito dessa Lei contribui com sólidos fundamentos para a cons-
trução de uma sociedade mais justa e democrática.
A LRF é um código de boas condutas fiscais, aplicável a todos os entes da
federação – União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Ela estabelece normas
de finanças públicas e tem como propósito disciplinar a utilização de recursos
públicos, atribuindo maior responsabilidade aos gestores.
Portanto, iremos estudar sobre esse instrumento de gestão e transparência
fiscal, destacando os objetivos e consequências. Esperamos que, ao final deste
capítulo, você seja capaz de compreender os limites e as medidas básicas que
devem ser observados pelas unidades da Federação no que diz respeito à Lei
de Responsabilidade Fiscal.
Esperamos que você já tenha conhecimentos básicos (planejamento, orça-
mento, execução orçamentária, receita, despesa, variações patrimoniais, regis-
tros de operações típicas, dívida pública, restos a pagar, demonstrações contá-
beis), adquiridos durante o semestre.
Para compreensão deste capítulo, é necessário, além de todo o conheci-
mento já explanado, considerar o princípio básico da Lei de Responsabilidade
Fiscal – LRF, que se fundamenta principalmente no equilíbrio das contas públicas,
ou seja, nos gastos compatíveis com os ganhos. Esses conteúdos foram apresen-
tados ao longo da disciplina de Contabilidade Pública.
Saiba mais
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos Clarete de Itoz
Revisão Linguístico-Textual Domenico Sturialle
Revisão Didático-Editorial Domenico Sturialle
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Revisão Digital Rogério Adriano Ferreira da Silva
Projeto Gráfico Katia Gomes da Silva
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Capas Rogério Adriano Ferreira da Silva
Equipe EADCON
Coordenador Editorial William Marlos da Costa
Assistentes de Edição Ana Aparecida Teixeira da Cruz
Lisiane Marcele dos Santos
Thaisa Socher
Programação Visual e Diagramação Bruna Maria Cantador
Denise Pires Pierin
Kátia Cristina Oliveira dos Santos
Rodrigo Santos
Sandro Niemicz
Caro estudante,
Você está recebendo textos relacionados à disciplina de Contabilidade
Avançada II, que estuda temas relevantes e avançados da área contábil, como
joint venture e reestruturação societária.
Neste caderno, você conhecerá as transações entre partes relacionadas, a
Apresentação
consolidação das demonstrações financeiras, a reorganização societária (fusão,
cisão e incorporação), as operações em conjunto das sociedades (joint ventures),
os conceitos introdutórios dos aspectos contábeis das ciências atuarias.
Cada um desses assuntos tem sua importância no âmbito da Contabilidade
Avançada II. Porém uma atenção especial deve ser dirigida à reorganização
societária e às operações em conjunto, pois, cada vez mais, as empresas
utilizam esses instrumentos de gestão para competir no mercado.
Mesmo com um material tão abrangente, aconselho que você empre-
enda leituras e pesquisas complementares, para aprofundar e enriquecer seus
conhecimentos neste maravilhoso ramo da Ciência Contábil.
Bons estudos!
Prof.ª Clarete de Itoz
1
CAPÍTULO 1 • contabilidade avançada II
Transações entre
partes relacionadas
Introdução
De acordo com a Norma de Procedimento Contábil NPC XXIII do IBRACON
– Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, juntamente com a Deliberação
CVM 26/86, é fundamental que as transações entre partes relacionadas sejam
divulgadas de maneira clara. Isso permite que todos os usuários e, em espe-
cial, os acionistas minoritários tenham elementos informativos suficientes para
compreender a dimensão e os reflexos desse tipo de transação entre as empresas
relacionadas.
Com base nos conteúdos estudados, nas aulas 1 e 2 da disciplina de
Contabilidade Avançada I, bem como nos conteúdos de evidenciação, estu-
dados na disciplina de Teoria da Contabilidade, podemos discutir a necessidade
de evidenciarmos, no conteúdo das demonstrações contábeis, transações entre
partes relacionadas. Em outras palavras, evidenciar é assegurar que os conteú
dos das demonstrações contábeis contenham informações necessárias de sua
posição financeira e dos resultados obtidos que possam ter sidos afetados pela
existência de partes relacionadas e por saldos pendentes de transações com tais
partes. Nosso primeiro passo é definir quem são as partes relacionadas.
Neste capitulo, você estudará o conceito de transação entre partes relacio-
nadas, os tipos de transações que partes relacionadas podem efetuar, bem como
o tratamento contábil para esses fatos. Ao final do capítulo, você será capaz de
identificar possíveis transações entre partes relacionadas e apurar e demonstrar
as operações que envolvem transações entre partes relacionadas.
Notas explicativas
1. A Cia. Tudo Bem é coligada da investidora Cia. Tudo Certo S/A, a qual
detém 30% do seu capital social no valor de R$ 40.000; o Patrimônio
Líquido da Cia. Tudo Bem em 31/12/XX, é de R$ 85.000, e o Resultado
do Exercício, de R$ 18.000.
2. A Cia. Tudo Bem tomou empréstimo a ser pago em 24 meses com juros
a valor de mercado.
3. O empréstimo da controladora Cia. Vermelha deverá ser pago em 30
meses, com juros a valor de mercado.
4. A Cia. Bonita responde por 80% das compras a prazo da Cia. Tudo
Certo, sendo, portanto, parte relacionada desta.
Os Artigos 154, 156 e 245 da mesma lei estatuem o que é proibido para
os administradores, como, por exemplo, tomarem recursos ou bens da compa-
nhia por emprestimos, entre outros. O Artigo 247 estabele que as notas expli-
cativas sobre investimentos significativos devem indicar, além da denominaçao
das sociedades coligadas e controladas, seu capital social, patrimônio líquido e
resultado do exercício e o número, natureza e valor de mercado das ações de
sua propriedade.
A legislaçao fiscal (RIR – Lei n. 3000, de 26/3/99) aborda transações entre
partes relacionadas nos Artigos 464 e 469. O enfoque é que as transações
entre partes relacionadas não devem ensejar negócios que propiciem a distri-
buição disfarçada de lucros. Esses mesmos artigos trazem casos de distribuição
disfarçada de lucros, pelo qual a pessoa jurídica:
• aliena, por valor notoriamente inferior ao de mercado, bem do seu ativo
a pessoa ligada;
• adquire, por valor notoriamente superior ao de mercado, bem de
pessoa ligada;
• perde, em decorrência do não exercício do direito à aquisição de bem
e em benefício de pessoa ligada, sinal, depósito em garantia ou impor-
tância paga para obter opção de aquisição;
• transfere a pessoa ligada, sem pagamento ou por valor inferior ao de
mercado, direito de preferência à subscrição de valores mobiliários de
emissão da companhia;
• paga à pessoa ligada aluguéis, royalties ou assistência técnica em
montante que excede notoriamente ao valor de mercado;
• realiza com a pessoa ligada qualquer outro negócio em condições de
favorecimento, assim entendidas condições mais vantajosas para a
pessoa ligada do que as que prevaleçam no mercado ou em que a
pessoa jurídica contrataria com terceiros.
Outros casos dos aspectos fiscais são:
a) as pessoas ligadas a valor de mercado: (I) o sócio ou acionista desta,
mesmo quando outra pessoa jurídica; (II) o administrado ou o titular
da pessoa jurídica; e, (III) o cônjuge e os parentes até o terceiro grau,
inclusive os afins, do sócio pessoa física de que trata o item (I) e das
demais pessoas mencionadas no item (II). Nesse caso, o valor do bem
negociado deverá ser a valor de mercado. Caso não haja valor de
mercado ativo, poderá se utilizar o valor base em negociações ante-
riores e recentes do mesmo bem. Se o valor do bem não puder ser
determinado, e o valor de negócio se basear em laudo de avaliação de
perito, caberá à autoridade tributária a prova de que o negócio serviu
de instrumento à distribuição disfarçada de lucros;
Referências
BRASIL. Norma de pronunciamento contábil XXIII – IBRACON. Transações entre
partes relacionadas. Disponível em: <http://www.ibracon.com.br/publicacoes/
resultado.asp?identificador=812>. Acesso em: 5 dez. 2008.
______. Deliberação CVM 26/86. Aprova pronunciamento do IBRACON sobre
a transações entre partes relacionadas. Disponível em: <http://www.cvm.
gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli183.htm>. Acesso em:
3 dez. 2008.
______. CVM Ofício Circular SEP 01/00. Prazo para a apresentação das infor-
mações periódicas. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/port/atos/oficios/
ofcvm-sep01-00.asp>. Acesso em: 3 dez. de 2008.
______. NBC T 17 – Partes Relacionadas e sobre a verificação de sua adequada
divulgação nas Demonstrações Contábeis, objeto do exame do auditor. Disponível
em: <http://www.cfc.org.br>. Acesso em: 3 dez. 2008.
Anotações
Consolidação das
demonstrações contábeis
Introdução
No Brasil, de acordo com a Lei n. 6.404/76, a consolidação das demons-
trações contábeis é obrigatória tão-somente para as empresas cujos pápeis são
negociados na Bolsa de Valores, ou seja, para as empresas S/A de capital
aberto com investimentos permanentes em controladas, coligadas ou equipa-
radas a coligadas. Estudaremos, neste capítulo, definições, objetivos, condi-
ções e procedimentos de consolidação das demonstrações contábeis. Teremos
também a oportunidade de diferenciar as consolidações integrais das consoli-
dações parciais.
Para ter um aproveitamento satisfatório desses conteúdos, é necessário que
você conheça os Art. 249 e 250 da Lei n. 6.404/76 sobre consolidação das
demonstrações financeiras, e as sociedades controladoras, controladas, coli-
gadas e equiparadas, estudadas em Contabilidade Avançada I.
Ao final do capítulo, você será capaz de reconhecer os critérios para elabo-
ração das demonstrações contábeis consolidadas e apresentar demonstrações
financeiras consolidadas.
Fique atento!
A consolidação das demonstrações Contábeis é um procedimento extra-
contábil e é elaborado pela sociedade controladora.
Exemplo
A empresa X participa do capital social das empresas Y e Z, com as quais
também mantém operacões comerciais. Isoladamente, são três empresas distintas
com personalidade jurídicas próprias. Entretanto formam o grupo XYZ e, para
que se tenha ideia da situação econômica, patrimonial e financeira do Grupo,
é necessário juntar as demonstrações contábeis de cada uma das empresas e
eliminar os resultados de operações e saldos entre empresas.
D C
5/1/XX Investimento na Cia. D 500.000
Disponível 500.000
Pelo registro da aquisiçao de investimento
D C
5/1/XX Investimento na Cia. B 280.000
Disponível 280.000
Pelo registro da aquisição de investimento
D C
Receita de equivalência patrimonial 21.000
Pelo registro do lucro apurado pela sociedade investida (30.000 x 70%)
Eliminações Valores
Cia. A Cia. B
Conta consolidados
(D/C) (D/C) D (C)
Dividendos a
receber 7.000 (a) (7.000) 0,00
Investimento 301.000 (b) (301.000) 0,00
Outros ativos 318.000 450.000 768.000
626.000 450.000 768.000
Dividendos a
pagar (7.000) (a) 7.000 0,00
Outros
passivos (80.500) (13.000) (93.500)
(–)
Participação
Minoritária (c) (129.000) (129.000)
Patrimônio
Líquido (395.500) (400.000) (b) 280.000 (395.500)
(c) 120.000
Vendas (500.000) (380.000) (880.000)
Despesas
operacionais 371.000 350.000 721.000
Receita
equivalência (21.000) (b) 21.000 0,00
Participação
Minoritária (c) 9.000 9.000
626.000 450.000 437.000 (437.000) 768.000
Resultado
consolidado 768.000
Para finalizar este capítulo, observe que os saldos consolidados devem ser
apresentados e/ou publicados na estrutura do Balanço Patrimonial Consolidado.
O papel de trabalho de consolidação é um documento contábil que deve ser
guardado para fins de auditoria e verificação dos valores.
Após você ter conhecido a teoria e os papéis de trabalho da consolidação
das demonstrações contábeis, no terceiro capítulo deste caderno, veremos a
prática integral das demonstrações contábeis, com um estudo de caso. Ainda há
muito que se aprender sobre a consolidação das demonstrações contábeis.
Referências
BRASIL. Lei n. 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as socie-
dades por ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
L6404consol.htm>. Acesso em: 3 dez. 2008.
BRASIL. NBC T 8 – Das demonstrações contábeis consolidadas: conceitos e obje-
tivos. Disponível em: <http://www.cfc.org.br>. Acesso em: 3 dez. 2008.
______. NBC T 16.7 – Disposições sobre a consolidação das demonstrações contá-
beis. Disponível em: <http:// www.cfc.org.br>. Acesso em: 3 dez. 2008.
______. Norma de pronunciamento contábil XXIII – IBRACON. Transações entre
partes relacionadas. Disponível em: <http://www.ibracon.com.br/publicacoes/
resultado.asp?identificador=812>. Acesso em: 5 dez. 2008.
PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luis Martins de. Contabilidade
Avançada. São Paulo: Atlas, 2007.
Anotações
Introdução
No capítulo anterior, estudamos teoria e procedimentos da consolidação de
demonstrações contábeis. Agora poremos tudo isso em prática, por meio de um
estudo de caso. Além da teoria estudada no capítulo 2, é necessária a leitura
aprofundada da IN CVM 247/96, da NBC T 16.7, da NPC XXI do IBRACON
e dos Artigos 249 e 250 da Lei n. 6.404/76, cujo conteúdo demarca a forma
e os procedimentos de elaboração das demonstrações contábeis consolidadas.
Segundo o item 2 da NPC XXI do IBRACON, as demonstrações contábeis conso-
lidadas são aquelas produzidas pela agregação das demonstrações contábeis
de uma ou mais controladas, linha por linha (isto é, somando ativos, passivos,
receitas e despesas semelhantes), com as demonstrações contábeis da controla-
dora, depois de eliminar saldos e transações entre as companhias e fazer uma
provisão para os interesses minoritários nas controladas.
Ao final deste capítulo, você será capaz de elaborar demonstrações contá-
beis consolidadas e proceder a cálculos extra-contábeis de consolidação de
demonstrações contábeis.
3.1.1 Parte A
Em 31/10/XA, a Cia. Amarelo adquire, por $ 30.000, 80% do capital da
Cia. Verde, que passará a ser sua controlada avaliada pelo método da equiva-
lência patrimonial. Utilizando os quadros apresentados a seguir, vamos registrar
as operações e determinar o balanço patrimonial da Cia. Amarelo após o fato.
O custo da aquisição deverá ser desdobrado conforme quadro a seguir.
Solução
Balanço Patrimonial das Companhias Amarelo e Verde em 31/10/XA, antes
e depois da aquisição.
Amarelo Amarelo
Aquisição Verde
Balanço Patrimonial antes de depois de
80% Verde 31/10/XA
31/10/XA 31/10/XA
Ativo
Disponível 31.000 (30.000) 1.000 1.400
Clientes 12.000 12.000 9.000
Estoques 13.000 13.000 11.000
Outros 3.000 3.000 1.000
Circulante 59.000 (30.000) 29.000 22.400
Cia. Verde 27.520 27.520
Ágio Cia. Verde 2.480 2.480
Outros 2.000 2.000 1.500
Investimentos 2.000 30.000 32.000 1.500
Custo de aquisição 59.000 59.000 25.200
Depreciação (7.000) (7.000) (5.000)
Imobilizado 52.000 52.000 20.200
TOTAL 113.000 113.000 44.100
Passivo
Fornecedores 10.000 10.000 2.200
Empréstimos 32.000 32.000 4.000
Impostos 8.000 8.000 2.000
Outros 3.000 3.000 1.500
Circulante 53.000 53.000 9.700
Capital 53.000 53.000 25.000
Reservas de Capital 4.000 4.000 4.600
Reservas de Lucros 3.000 3.000 3.000
Lucro Líquido até 31/10/XA — — 1.800
Patrimônio Líquido 60.000 60.000 34.400
Total 113.000 113.000 44.100
Em 31/12/XA, a Cia. Verde apurou um lucro líquido de R$ 9.675 sobre o
qual a Cia. Amarelo apurou e contabilizou o resultado da equivalência conforme
quadros apresentados a seguir.
Lucro líquido da Cia. Verde relativo ao período de 1/1/XA a 31/12/XA R$ 9.675
Lucro relativo ao período de 1/1/XA a 31/10/XA já reconhecido pela
Cia. Amarelo na ocasião da aquisição R$ (1.800)
Lucro relativo ao período de 1/1/XA a 31/12/XA que será base para
o cálculo da equivalência patrimonial R$ 7.875
Participação da Cia. Amarelo no lucro da Cia. Verde = 80 % R$ 6.300
Amarelo Amarelo
Demonstração do Verde
antes da Equity depois da
resultado 31/12/XA 31/12/XA
Equity Equity
Vendas 424.000 424.000 187.400
Custo das Vendas (335.000) (335.000) (143.000)
Lucro bruto 89.000 89.000 44.400
Despesas com vendas (28.500) (28.500) (17.800)
Despesas administrativas (19.700) (19.700) (9.800)
Despesas financeiras (13.800) (13.800) (3.900)
Resultado antes da equity 27.000 27.000 12.900
Resultado da equity 6.300 6.300
Resultado operacional 27.000 6.300 33.300 12.900
Resultado não operacional 1.200 1.200
Lucro antes do IR e CS 28.200 34.500 12.900
Imposto de Renda e CS (7.050) (7.050) (3.225)
Lucro líquido 21.150 6.300 27.450 9.675
Não
Demonstração Amarelo + Investimento Amarelo
Amarelo Verde controladores
do Resultado Verde Verde
Débito Crédito Débito Crédito
Lucro bruto 89.000 44.400 133.400 133.400
Despesas com
(28.500) (17.800) (46.300) (46.300)
vendas
Despesas
(19.700) (9.800) (29.500) (29.500)
administrativas
Despesas
(13.800) (3.900) (17.700) (17.700)
financeiras
Resultado
27.000 12.900 39.900 39.900
antes da equity
Resultado da
6.300 6.300 (6.300)
equity
Resultado
33.300 12.900 46.200 (6.300) 39.900
operacional
Resultado não
1.200 1.200 1.200
operacional
Lucro antes do
34.500 12.900 47.400 (6.300) 41.100
IR e CS
Imposto de
(7.050) (3.225) (10.275) (10.275)
Renda e CS
Lucro líquido
27.450 9.675 37.125 (6.300) 30.825
antes PM
Participação
(1.935) (1.935)
minoritária
Lucro líquido
27.450 9.675 37.125 (6.300) (1.935) 28.890
controladora
Saldo inicial
Participação no
lucro líquido do (1.440) (1.440)
período de XA
Lucro líquido 27.450 9.675 37.125 (6.300) (1.935) 28.890
Reserva legal (1.373) (484) (1.856) 387 97 (1.373)
Dividendos (10.980) (3.870) (14.850) 3.096 774 (10.980)
Saldo final 15.098 5.321 20.419 (4.257) (1.064) 15.098
3.1.2 Parte B
Durante o exercício de XB, ocorreram operações entre as Companhias
Amarelo e Verde conforme demonstrado no quadro a seguir. Determinar as elimi-
nações que deverão ser efetuadas nas demonstrações consolidadas. Fato: venda
de máquinas do ativo imobilizado da Cia. Amarelo para a Cia. Verde.
R$
Lucro líquido do exercício da Cia. Verde conf. demonstrado no quadro seguinte 6.525
Participação da Cia. Amarelo = 80% 5.220
Lucros não realizados sobre estoque de mercadorias (4.725)
Resultado da Equivalência Patrimonial 495
Não
Resultados Amarelo Vendas Imobi- Investi- Consolidado
Amarelo Verde contro-
acumulados + Verde estoque lizado mento final
ladores
Saldo inicial 15.098 5.321 20.419 (4.257) (1.064) 15.098
Capitalização (5.000) (5.000) 4.000 1.000
Lucro líquido 14.895 6.525 21.420 (4.725) (2.550) (495) (1.305) 12.345
Reserva legal (745) (326) (1.071) 261 65 (745)
Dividendos (8.937) (2.610) (11.547) 2.088 522 (8.937)
Saldo final 20.311 3.910 24.221 (4.725) (2.550) 1.597 (782) 17.761
Lucros acumulados 20.311 3.910 24.221 (4.725) (2.550) 1.597 (782) 17.761
Patrimônio Líquido 82.429 42.320 124.749 (4.725) (2.550) (29.131) (8.464) 79.879
Balanço Patrimonial Consolidado das Companhias Amarelo e Verde em 31/12/XB.
3.1.3 Parte C
Em 30/12/XC, ocorreu subscrição e imediata integralização de 12.000
ações do capital social da Cia. Verde que cobrou ágio de $ 0,50 por ação. Com
essa operação, o patrimônio da Cia. Verde apresentou a seguinte posição.
Reservas Reservas Lucros
Capital Total
Capital Lucros Acum.
Saldo 31/12/XB 37.600 400 410 3.910 42.320
30/12/XC Integralização 12.000 6.000 18.000
Subtotal 49.600 6.400 410 3.910 60.320
controladores
Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício das Companhias
Para concluir este capítulo, é importante que você tenha conseguido fazer
uma articulação entre teoria e prática da consolidação das demonstrações
contábeis. Conforme foi proposto no início do capítulo, trabalhamos com os
papéis de trabalho e finalizamos demonstrando os balanços patrimoniais conso-
lidados. É bom lembrar que todos os papeis de trabalho de consolidação são
passíveis de auditoria e que quem prepara os demonstrativos consolidados é a
sociedade controladora.
Referência
PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luis Martins de. Contabilidade
Avançada. São Paulo: Atlas, 2007.
Anotações
Concentração de sociedades:
fusão, cisão e incorporação
Introdução
A economia e o mercado financeiro introduzem, nos empreendimentos socie-
tários, muita criatividade e formas diversificadas de gerenciamento. Há vários
fatores que podem levar as empresas a se reorganizarem societariamente por meio
das diferentes formas de concentração (incorporação, cisão ou fusão). Entre os
mais relevantes, está a concorrência cada vez mais acirrada existente entre elas.
A tão propalada globalização impõe às companhias a otimização da produção,
enxugando custos e melhorando a logística de distribuição, objetivando colocar
no mercado produtos cada vez mais competitivos. Neste capitulo, você estudará
os conceitos e as práticas legais dos processos de fusão, cisão e incorporação.
O foco do nosso estudo serão a teoria e a legislação societária desses tipos
de eventos comerciais, muito comuns na economia mundial atual. Até hoje, no
curso de Ciências Contábeis, não tivemos conteúdos específicos sobre formas
de concentração societária. Estudaremos aqui alguns pressupostos teóricos e
alguns procedimentos contábeis sobre o registro desses fatos. A necessidade
da informação contábil detalhada dos processos de concentração societária
atende a teoria da contabilidade que discute a evidenciação de fatos de forma
que o usuário fique satisfeito com a informação recebida. Você estudou esses
conteúdos de evidenciação contábil na disciplina de Teoria da Contabilidade,
no quarto período. Ao fim do capítulo, você será capaz de reconhecer as formas
de concentração de sociedades e de apontar a diferença entre os procedimentos
societários de incorporação, cisão e fusão.
4.1 Incorporação
De acordo com o Art. 227 da Lei 6.404/76 e com o disposto no Art. 1116 do
Código Civil (Lei 10.406/02), na incorporação, uma empresa, denominada de
incorporada, será absorvida por outra companhia, chamada de incorporadora,
cabendo a esta última assumir todos os direitos e obrigações da incorporada.
Para que a operação se concretize, será necessário que a sociedade a
ser incorporada autorize, por meio de reunião dos sócios (para as sociedades
limitadas) ou em assembleia geral de acionistas (para as sociedades anônimas),
que seus administradores pratiquem os atos legais necessários à incorporação,
inclusive facultando-lhes poderes relativamente ao aumento de capital a ser subs-
crito e realizado pela incorporada. Ainda para que a operação seja aprovada,
30/09/ XX
D: Incorporação
C: Ativos. ..................................................................................... R$ 370
Pelo registro de transferência de ativos
30/09/XX
D: Passivos
C: Incorporação..................................................................................... R$ 70
Pelo registro de transferência de passivos
30/09/XX
D: Capital Social.................................................................................... R$ 180
D: Lucros Acumulados............................................................................. R$ 90
D: Lucro Acumulado Exercício.................................................................. R$ 30
C: Incorporação..................................................................................... R$ 300
Pelo registro do valor destinado ao aumento do capital social da Cia. Tudo Verde
30/09/ XX
D: Ativos
C: Incorporação..................................................................................... R$ 370
30/09/XX
D: Incorporação
C: Ativos................................................................................................ R$ 70
30/09/XX
D: Incorporação..................................................................................... R$ 300
C: Capital Social.................................................................................... R$ 300
Pelo registro do aumento do capital social decorrente de incorporação Cia. Tudo Verde
4.2 Cisão
Segundo o Art. 229 da Lei 6.404/76 e suas alterações pela Lei 9.457/97,
na cisão, uma sociedade transfere todo seu patrimônio ou parte dele para outra
sociedade. Na cisão, pode ocorrer também que o patrimônio de uma sociedade
cindida seja transferido para mais de uma empresa.
A empresa que recebe o patrimônio da cindida pode ter sido criada com
essa finalidade específica, ou pode ser uma empresa já existente no mercado.
Diante dessas duas possibilidades, de acordo com a legislação vigente, teremos
os seguintes os desdobramentos.
1. Versão de patrimônio em sociedade já existente: segundo os §§ 1º e
3º do Art. 229 da Lei 6.404/76, quando houver versão de parcela
de patrimônio em sociedade já existente, a cisão deverá obedecer às
mesmas disposições legais aplicáveis à incorporação. A sociedade que
Em concordância com o que foi dito nos parágrafos anteriores, duas são as
consequências do ponto de vista da sociedade cindida: (1) a extinção, se houve
versão de todo seu patrimônio. Nessa circunstância, será obrigação da sociedade
que absorveu o patrimônio da cindida a publicação e o arquivamento dos atos
da cisão; (2) a divisão do capital, caso a versão do patrimônio tenha sido apenas
parcial. No caso da cisão com versão parcial do patrimônio, o dever da publicação
e do arquivamento dos atos da operação caberá, em conjunto, aos administradores
da sociedade cindida e da sociedade que absorveu parcela de seu patrimônio.
31/12/ XX
D: Cisão – empresa W............................................................................ R$ 520
C: Disponível.......................................................................................... R$ 55
C: Móveis e utensílios.............................................................................. R$ 145
D: Depreciação acumulada...................................................................... R$ 80
Pela transferência de ativos da Cia. Tudo Certo para empresa W
31/12/XX
D: Empréstimos
C: Cisão empresa A................................................................................ R$ 270
Pela transferência de passivos da Cia. Tudo Certo para empresa W
31/12/XX
D: Capital Social (R$ 250/800 × R$ 600)................................................ R$ 188
D: Lucros Acumulados (R$ 250/800 × R$ 200)......................................... R$ 62
C: Cisão empresa W.............................................................................. R$ 250
Pela cisão do capital social e dos lucros acumulados da Cia. Tudo Verde, proporcional
ao acervo líquido contábil transferido para a empresa W
Ativo R$ Passivo R$
Disponível 285 Fornecedores 180
Estoques 165 Contas a pagar 50
Terrenos 350 Empréstimos 20
PL
Capital social 412
Lucros acumulados 138
Total 800 Total 800
31/12/ XX
D: Disponível.......................................................................................... R$ 55
D: Estoques............................................................................................ R$ 145
D: Móveis e utensílios.............................................................................. R$ 400
C: Depreciação acumulada..................................................................... R$ 80
C: Cisão – empresa W............................................................................ R$ 520
Pela transferência de ativos da Cia. Tudo Certo
31/12/XX
D: Cisão................................................................................................ R$ 250
C: Capital Social (R$ 250/800 × R$ 600)................................................ R$ 188
C: Lucros Acumulados (R$ 250/800 × R$ 200)......................................... R$ 62
Pela transferência de parcela do capital social e de lucros acumulados da Cia. Tudo Certo
4.3 Fusão
Pelo texto do Art. 228 da Lei 6.404/76 e suas alterações pela Lei 9.457/97,
bem como do Art. 1.119 do Código Civil (Lei 10.406/02), na fusão, duas ou
mais sociedades se unem para formar uma nova sociedade jurídica.
Em outras palavras, na fusão, as sociedades que se uniram deixam de existir,
dando lugar a uma só sociedade, com personalidade jurídica própria. Essa
nova sociedade sucederá em todos os direitos e obrigações às sociedades fusio-
nadas extintas.
É de ressaltar que a fusão não implica a liquidação do patrimônio das
sociedades fundidas, dado que a sociedade surgida assumirá todos os direitos
e obrigações das sociedades fusionadas. Isso quer dizer que não haverá disso-
lução das sociedades fundidas, mas tão somente extinção.
A fusão é considerada, pelo empresariado, a operação de concentração mais
complexa. Em primeiro lugar, em razão das implicações fiscais que envolvem as
sociedades fusionadas. Em segundo lugar, em função do ingresso dos sócios das
sociedades extintas na nova sociedade criada.
A fusão deverá obedecer às mesmas disposições legais aplicáveis à incor-
poração. A sociedade surgida da operação sucederá às sociedades fusionadas
em todos os direitos e as obrigações.
Na fusão, do ponto de vista da escrituração contábil, a nova sociedade
que recebe o patrimônio das fusionadas tem a opção de registrá-lo pelo valor
contábil das sociedades fundidas ou pelo valor da negociação quando da fusão.
Já as sociedades fusionadas devem baixar seu patrimônio pelo valor contábil.
Para finalizar este tópico, é oportuno observar que, nas operações de fusão,
teremos as seguintes circunstâncias: (1) extinção das sociedades fundidas;
(2) criação de uma nova sociedade, que responderá por todos os direitos e
obrigações das sociedades fusionadas.
Observe, na figura a seguir, como fica representado o processo de fusão de
sociedades.
30/9/ XX
D: Fusão
C: Ativos............................................................................................ R$ 2.000
Pela transferência de ativos para a Cia. W
30/9/XX
D: Passivos
C: Fusão............................................................................................ R$ 600
Pela transferência de passivos para a Cia. W
30/9/XX
D: PL
C: Fusão............................................................................................ R$ 1.400
Pelo registro da transferência do acervo líquido para a Cia. W
30/9/ XX
D: Fusão
C: Ativos................................................................................................ R$ 740
Pela transferência de ativos para a Cia. W
30/9/XX
D: Passivos
C: Fusão................................................................................................ R$ 270
Pela transferência de passivos para a Cia. W
30/9/XX
D: Patrimônio Líquido
C: Fusão................................................................................................ R$ 600
Pela transferência do acervo líquido para a Cia. W
30/9/ XX
D: Ativos
C: Fusão – Cia. Tudo Certo.................................................................. R$ 2.000
Pela transferência de ativos
30/9/XX
D: Fusão – Cia. Tudo Certo
C: Passivos......................................................................................... R$ 600
Pela transferência de passivos
30/9/XX
D: Fusão – Cia. Tudo Certo
C: Capital social................................................................................. R$ 1.400
Pela transferência do acervo líquido dos passivos da Cia. Tudo Certo
30/9/ XX
D: Ativos
C: Fusão – Cia. Vale Tudo................................................................... R$ 740
Pela transferência de ativos
30/9/XX
D: Fusão – Cia. Vale Tudo
C: Passivos......................................................................................... R$ 140
Pela transferência de passivos
30/9/XX
D: Fusão – Cia. Vale Tudo
C: Capital social................................................................................. R$ 600
Pela transferência do acervo líquido dos passivos da Cia. Vale Tudo
Os passos geralmente seguidos para a elaboração do processo contábil de
fusão são: elabora-se o papel de trabalho; as sociedades fusionadas encerram
suas contas patrimoniais e de resultado; as sociedades resultantes da fusão
realizam lançamentos de reconhecimento de todos os valores patrimoniais e de
resultado em contrapartida com conta denominada “fusão”.
Para concluir este capítulo, é bom lembrar que as sociedades fusionadas são
juridicamente extintas no processo de fusão e o valor do capital da sociedade
resultante da fusão é o somatório resultante dos montantes do patrimônio líquido
das sociedades fusionadas.
Após você ter conhecido alguns aspectos contábeis e legais do processo de
fusão, cisão e incorporação, veremos, no próximo capítulo, a prática contábil
por meio de estudos de casos de incorporação e de fusão de sociedades.
Referência
TEIXEIRA, José Maria. Caderno de conteúdos e atividades de Contabilidade
Avançada I. Apostila do 5º período de Ciências Contábeis. Fundação
Universidade do Tocantins. Palmas: [s. n.], 2005.
Anotações
concentração de sociedades:
prática de incorporação e fusão
Introdução
As reorganizações societárias mediante os processos de incorporação, fusão
ou cisão podem ser processos relativamente simples de ser detectados, definidos
e implantados. Tais operações permitem que as empresas se reorganizem admi-
nistrativamente, a qualquer tempo, promovendo as reformulações mais conve-
nientes. Neste capítulo, você estudara dois casos de registros contábeis de reor-
ganização societária por meio de processos de incorporação e fusão, adaptados
de Oliveira e Perez Júnior (2007). Para entender esses procedimentos contábeis
de concentração societária e ser capaz de realizar procedimentos contábeis de
incorporação e de fusão de sociedades, é necessário que você saiba conceituar os
processos de fusão, cisão e incorporação, estudados no capítulo anterior. Como
você deve lembrar, na fusão, duas ou mais companhias se unem em uma nova
empresa, assumindo todos os bens, os direitos e as obrigações das sociedades
fundidas. Na incorporação, uma companhia absorve todos os ativos e passivos
de outra companhia ou parte deles. Na cisão, uma companhia cinde parte de
seu patrimônio e o transfere para outra, por meio de protocolo de cisão.
Composição do
Antes da dissidência Depois da dissidência
capital de Beta
Ações % Ações %
Alfa 15.000 60 15.000 66,67
Não dissidentes 7.500 30 7.500 33,33
Dissidentes 2.500 10
Total 25.000 100 22.500 100,00
D/C Conta R$ R$
D Conta incorporação – transitória 82.000
C Disponibilidades 3.000
C Contas a receber 9.000
C Estoques 20.000
C Imobilizado 50.000
82.000 82.000
D/C Conta R$ R$
D Contas a pagar 32.400
D Empréstimos 15.000
D Capital social 27.000
D Reservas 3.600
D Resultados acumulados 4.000
C Conta incorporação – conta transitória 82.000
82.000 82.000
Solução
Cia. Zeta
Contas Débito Crédito
Débito Reservas e lucros acumulados 236.000
Crédito Capital 236.000
Cia. Zeta
Contas Débito Crédito
Débito Conta fusão – conta transitória 1.478.000
Crédito Disponibilidades 36.000
Crédito Clientes 639.000
Crédito Estoques 80.000
Crédito Imobilizado 723.000
1.478.000 1.478.000
Lançamentos Contábeis
8. Constituição dos ativos da Cia. Jaragua
Contas Débito Crédito
Débito Disponibilidades 156.000
Débito Clientes 1.061.000
Débito Estoques 400.000
Débito Imobilizado 1.327.000
Crédito Conta fusão – conta transitória 0 2.944.000
2.944.000 2.944.000
Ativo R$
Disponibilidades 156.000
Clientes 1.061.000
Provisão para devedores duvidosos (20.000)
Estoques 400.000
ATIVO CIRCULANTE 1.597.000
Imobilizado 1.327.000
ATIVO TOTAL 2.924.000
Passivo
Fornecedores 390.000
Provisões e contas a pagar 710.000
Empréstimos 207.000
PASSIVO CIRCULANTE 1.307.000
Capital 1.260.000
Reserva de reavaliação 357.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.617.000
PASSIVO TOTAL 2.924.000
Para concluir este capítulo, é importante que você tenha conseguido fazer
uma articulação entre a teoria e a prática da incorporação e da fusão entre
empresas. Conforme propusemos no começo, você pôde constatar que não
há diferenças relevantes entre os procedimentos contábeis de fusão e de
incorporação. Após essa prática contábil dos processos de fusão e incorpo-
Referência
OLIVEIRA, Jose Martins de; PEREZ JUNIOR, José Fernandez. Contabilidade avan-
çada. São Paulo: Atlas, 2007.
Anotações
Introdução
Nas aulas 4 e 5 você estudou procedimentos teóricos e contábeis de fusão,
incorporação e cisão entre empresas. Outro caso muito comum de transformação
e inovação administrativa societária é representado por operaçoes conjuntas
que denominamos de joint ventures. Para enteder e diferenciar os processos de
joint ventures societários, é fundamental que você tenha entendido a diferença
entre processos de fusão, cisão e incorporação.
Joint venture é um contrato em que duas ou mais empresas desenvolvem conjun-
tamente um projeto comum. Pense, por exemplo, em uma empresa interessada na
exploração de uma jazida de minério e que sozinha não disponha de recursos
suficientes. Essa empresa se alia, então, de maneira não definitiva, com uma
empresa parceira que tenha o mesmo interesse. Geralmente nos processos de joint
venture, uma empresa participa com o capital em dinheiro e a outra participa com
o capital permanente, representado por maquinas e equipamentos. Neste capítulo,
você estudará a conceitualização de joint venture e um caso prático de operações
societárias em conjunto, adaptado de Oliveira e Perez Junior (2007).
Ao final do capítulo, você será capaz de identificar operações em conjunto
entre sociedades e de reconhecer fatos de registros contábeis em operações
conjuntas entre sociedades.
melhor possui. Geralmente, uma empresa contribui com o capital financeiro, e outra,
com o capital permanente de maquinas e equipamentos. A confiança e a transpa-
rência entre as partes são essenciais para uma boa celebração do contrato.
De origem bastante remota, o contrato de joint venture existe desde o século
XV, quando havia sociedades marítimas constituídas com o capital de vários
investidores, incluindo moeda dos reis, com finalidades específicas, prazo de
duração determinado, regras definidas e claras quanto à divisão dos riscos e
dos resultados. Atualmente vem adquirindo grande importância como estratégia
de conquista de mercados e de expansão das empresas, em ambiente cujos
aspectos econômicos, tecnológicos, políticos e sociais têm sido marcados por
constantes mudanças, crescente incerteza e riscos não previsíveis.
Segundo Perez Junior e Oliveira (2007), este tipo de condição societária
tem servido como excelente instrumento para:
• proporcionar valiosos benefícios decorrentes do conhecimento mais
profundo dos mercados locais;
• utilizar práticas gerenciais mais adequadas;
• diluir os riscos representados por novos negócios que exigem volume
significativo de capitais;
• diminuir a defasagem tecnológica em relação a outras empresas.
A formação de joint venture tem-se mostrado uma forma hábil de contornar
obstáculos político-governamentais, oriundos de burocracia e de políticas internas
que geram restrições, nas operações de empresas estrangeiras, bem como nas
precauções quanto ao domínio da economia local pelo capital estrangeiro.
Participação
Demonstração do resultado Caustix Ltda.
Quimpar = 50%
R$ (milhões) R$ (milhões)
Vendas 1.200 600
Custo das mercadorias vendidas (800) (400)
Lucro bruto 400 200
Despesas operacionais (370) (185)
Lucro antes do IR/CS 30 15
Imposto de renda/contribuição social (10) (5)
Lucro líquido do exercício 20 10
Participação
propor- Saldos
Balanço
Quimpar cional na Eliminações consoli-
patrimonial
joint venture dados
Caustix
Ativo
Circulante 220 30 250
Permanente
Investimentos na
60 (60)
joint venture Caustix
Imobilizado 250 70 320
Total do ativo 530 100 (60) 570
Passivo
Circulante 120 40 160
Patrimônio líquido
Capital social 220 50 (50) 220
Reservas 100 100
Lucro do exercício 90 10 (10) 90
Total do passivo 530 100 (60) 570
Participação
Demonstração Saldos
proporcional
do resultado Quimpar Eliminações consoli-
no joint
do exercício dados
venture Caustix
Vendas 2.000 600 2.600
Custo das mercado-
(1.400) (400) (1.800)
rias vendidas
Lucro bruto 600 200 800
Despesas
(470) (185) (655)
operacionais
Resultado da equiva-
lência patrimonial –
10 (10)
investimento na joint
venture Caustix
Lucro antes do IR/
140 15 10 145
CS
Imposto de Renda/
(50) (5) (55)
Contribuição Social
Lucro líquido do
90 10 10 90
exercício
Referência
OLIVEIRA, Jose Martins de; PEREZ JUNIOR, José Fernandez. Contabilidade avan-
çada. São Paulo: Atlas, 2007.
Anotações
Noções introdutórias
de ciências atuariais
Introdução
A ciência atuarial estuda o conjunto de conhecimentos necessários para
o cálculo do risco e do prêmio de seguros. A base metodológica da atuária é
representada pela estatística e pela matemática financeira. A estatística cola-
bora com as ciências atuárias de forma a se conhecer a probabilidade (risco)
de um evento acontecer. Já a matemática financeira ajuda a conhecer o valor
do prêmio a pagar ou a receber quando o sinistro (fato) acontece na realidade.
Neste capítulo, realizaremos uma introdução ao estudo da atuária; conhece-
remos as fórmulas matemáticas do cálculo atuarial e dos registros contábeis que
as companhias seguradoras realizam na venda da apólice de seguro.
A base dos nossos estudos será, então, a matemática financeira e a esta-
tística, especificamente com os conteúdos de valor presente e futuro; de paga-
mento de juros e de probabilidade. Ao final do capítulo, você será capaz de
compreender a importância da ciência atuarial e de reconhecer alguns registros
contábeis nas companhias seguradoras.
Casos favoráveis
Probabilidade =
Casos Possíveis
Cn = Co X (1+ n)n
nEx = Cn x npx
3
1 1.000 – 2 = 998 3 = 0, 0030060
998
1
2 998 – 3 = 995 1 = 0, 0010050
995
2
3 995 – 1 = 994 2 = 0, 0020120
994
3
4 994 – 2 = 992 3 = 0, 003024
992
x = idade
lx = número de pessoas vivas na idade “x”
dx = número de pessoas mortas entre as idades x e x +1
Px = probabilidade anual de sobrevivência
A probabilidade anual de sobrevivência é representada por px, que é
a probabilidade de uma pessoa de idade “x” sobreviver à idade “x + 1”.
Em contrapartida, a probabilidade anual de morte, representada por Qx, é
a probabilidade de uma pessoa de idade “x” falecer antes de completar a
idade (x + 1).
Em contrapartida, o cálculo da probabilidade anual de morte (Qx) é
n
= 1 −n p x
qx
Px + qx = 1
1
Px = 1x +
1x
n
n p x = 1x +
1x
dx
qx =
1x
1x + 1 = 1x – dx
dx = qx . 1x
Ativo Passivo
Despesas antecipadas • Seguradoras do país
Despesas de comercialização diferidas • IRB
(Comissão diferida) • Comissões sobre prêmios emitidos
(Descontos diferidos) • Outros débitos a pagar
Realizável a longo prazo • Obrigações a pagar
Permanente • Impostos e encargos a recolher
• Provisões trabalhistas
Provisões para tributos
Depósitos de terceiros
Patrimônio líquido
DRE
Receita de prêmios
(+) Prêmio emitido
(–) Prêmio restituído
(–) Resseguro cedido
(–) Cosseguro cedido
(–) Descontos
= Prêmio retido
(+/–) Variação da reserva de prêmio não ganho
(+/–) Variação da provisão de riscos decorridos
(+/–) Variação das despesas com descontos diferidos
= Prêmio ganho
Sinistros
(–) Indenizações avisadas
(–) Despesas com sinistros
(+) Recuperação de sinistros
(+) Salvados e ressarcidos
(–) Participação em salvados e ressarcidos
Comissões
(–) Comissões sobre prêmios retidos
(+) Comissões de agenciamento
(+) Comissões sobre prêmios cedidos
(+/–) Variação da despesa de comercialização diferida
(+/–) Outras despesas e receitas operacionais
= Lucro (prejuízo) do período
Referências
SILVA, Affonso. Contabilidade e análise econômico-financeira de seguradoras.
São Paulo: Atlas, 1999.
Mensagem final
A nossa disciplina termina aqui, mas você deve continuar a manter-se atuali-
zado, principalmente na legislação societária das empresas, cujo conteúdo sofre
constantes alterações ao longo do tempo. A contabilidade brasileira está sempre
mais convergindo para as normas internacionais. Procura-se atender da melhor
forma os usuários que a cada dia necessitam de novas informações que devem
estar contidas nas demonstrações contábeis divulgadas. Assim, é imprescindível
que você continue estudando sempre! Até uma próxima oportunidade.
Prof.ª Clarete
Anotações
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos Marcos Antônio Dozza
Valtuir Soares Filho
Revisão Linguístico-Textual Domenico Sturialle
Revisão Didático-Editorial Domenico Sturialle
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Revisão Digital Vladimir Alencastro Feitosa
Projeto Gráfico Katia Gomes da Silva
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Capas Rogério Adriano Ferreira da Silva
Equipe EADCON
Coordenador Editorial William Marlos da Costa
Assistentes de Edição Ana Aparecida Teixeira da Cruz
Lisiane Marcele dos Santos
Thaisa Socher
Programação Visual e Diagramação Bruna Cantador
Denise Pires Pierin
Kátia Cristina Oliveira dos Santos
Rodrigo Santos
Sandro Niemicz
Caro acadêmico,
O processo administrativo exige que o gestor realize as funções de planejar,
dirigir, controlar e melhorar de forma contínua os processos operacionais da
empresa. Ao planejar, especifica os objetivos que a empresa deseja alcançar
e converte-os em ações. Se o objetivo é de longo prazo, está elaborando seu
planejamento estratégico. Se o objetivo é de curto prazo, está elaborando seu
Apresentação
planejamento operacional/tático. Ao dirigir, conduz as operações da empresa
para alcançar os objetivos estabelecidos. Ao controlar, verifica que a execução
dos serviços esteja ocorrendo conforme esperado, podendo identificar desvios,
efetuar correções, bem como revisar os planos futuros. Ao buscar a melhoria
contínua, o gestor visa à qualificação de processos, atividades, produtos e
funcionários. Para realizar todas essas funções, os tomadores de decisão (inves-
tidor, administrador, instituição financeira, governo, sindicado, empregado,
cliente, fornecedor, ambientalista, fisco) necessitam de informações que podem
ser obtidas por meio da Contabilidade Financeira (que repassa informações
econômicas sobre as organizações aos usuários externos) e da Contabilidade
Gerencial (que identifica, mensura, apresenta e analisa as informações finan-
ceiras e operacionais de uma empresa aos usuários internos). Nesse sentido,
podemos dizer que a Contabilidade Gerencial oferece aos gestores ferramentas
de análise de lucro e de custo, de formação de preço e de orçamentos, de
custo-volume-lucro, de projeções e de análise econômico-financeira, ajudando
a controlar e utilizar os recursos de todos os setores da empresa.
Junto à Contabilidade Gerencial temos a área de Controladoria, um
segmento da ciência contábil responsável pelo provimento de informações
para a tomada de decisão empresarial. Hoje a área de controladoria está
em evidência no mercado econômico, financeiro e acionário mundial, visto
que desempenha um excelente papel de auxílio aos empreendimentos
do mercado.
Todas as ferramentas aqui apresentadas serão analisadas neste caderno.
Bons estudos!
Prof. Marcos Antônio Dozza
Prof. Valtuir Soares Filho
1
CAPÍTULO 1 • CONTABILIDADE GERENCIAL E CONTROLADORIA
Contabilidade gerencial:
ferramenta de gestão
Introdução
Vamos desenvolver nossas atividades a partir do termo competitividade.
Contudo você deve ter observado que muitas empresas não estão sendo compe-
titivas. Isso se deve a falhas na administração e à falta de preparo e conheci-
mento teórico e prático que possam orientar os gestores em suas decisões estra-
tégicas sobre: a) avaliar estoques e medir custos; b) estimar despesas e produtos;
c) relatar sobre a eficácia e eficiência das atividades realizadas. Antigamente
esses três itens eram executados de forma satisfatória porque a economia era
mais simples; hoje, necessitamos da integração de diversos sistemas para avaliar,
estimar e relatar a gestão econômica e financeira da empresa.
Neste capítulo, apresentaremos a você uma ramificação da Contabilidade,
denominada contabilidade gerencial, bem como sua afinidade com a gestão da
informação gerencial e de custo. Ela utiliza as informações da área de custos
para auxiliar os gestores no seu processo de tomada de decisão. Nesse sentido,
é de fundamental importância que você tenha estudado e entendido os conteú
dos apresentados na disciplina de Contabilidade de Custos, tais como: métodos
de custeio e classificação dos custos. Estudaremos o conceito e o objetivo da
contabilidade gerencial, conheceremos seu surgimento e sua evolução histórica,
refletiremos sobre a técnica da contabilidade por responsabilidade. Ao final do
capítulo, você será capaz de reconhecer o conceito de contabilidade gerencial e
de evidenciar a contabilidade gerencial como sistema de informação contábil.
INDIVÍDUOS CONTRIBUIÇÕES
Pesquisou sobre como reduzir custos, aumentar a produtividade,
Frederick W.
medir o desempenho, selecionar e treinar pessoas, desenvolver
Taylor
padrões físicos (quantidade) para a matéria-prima e mão de obra
1854-1925
usada por unidade fabricada.
INDIVÍDUOS CONTRIBUIÇÕES
Contribuiu para aperfeiçoar os instrumentos de controle por meio
de gráficos que mostravam a produtividade. Relacionava o item
Henry L. Grant
produzido e seu respectivo tempo de fabricação. Também criou
1861-1919
o prêmio de bonificação para o funcionário que fabricasse muito
e em pouco tempo.
Contribuiu com a esposa na identificação de qual era a melhor
Frank B. Gilbreth
forma de se fazer uma atividade ou produto. Demonstraram que
1864-1924
a revisão é essencial para melhorar os processos operacionais.
Harrington
Defendia a padronização dos processos, melhores condições de
Emerson
trabalho, controles de gestão e melhor remuneração.
1853-1931
Apresentou a departamentalização da empresa como forma de
melhorar a gestão da empresa e obter o lucro desejado. Por meio
William Brown
dela definiu as rotinas diárias, as obrigações dos empregados,
1853-1931
a responsabilidade de cada membro da organização, como
examinar a qualidade do trabalho executado, etc.
Apresentou um livro que falava sobre princípios gerais de admi-
Charles Babbage nistração, produção, relações humanas, finanças e vendas.
1792-1871 Recomendava iniciar as atividades após a empresa ter feito um
diagnóstico sobre si mesma e seus problemas.
Formulou princípios de gerenciamento tais como: unidade de
comando, linha de produção X staff, autoridade e responsabili-
dade, amplitude de controles, objetivos departamentalizados. A
Henry Fayol
Contabilidade era vista como instrumento que deve dar informa-
1841-1925
ções claras, exatas e precisas sobre a situação econômica da
empresa. Deve, portando, revelar, a qualquer hora, a posição e
o rumo dos negócios.
Para Ricardino (2005, p. 40), a gestão da empresa pelo uso das informa-
ções contábeis é decisiva, pois
Nesse ambiente, de rápida expansão da atividade gerencial,
cumpriu à contabilidade o papel de gerar informações que possibi-
litasse aos gestores avaliar os efeitos de ações já implementadas e,
ao mesmo tempo, fornecer subsídios para a tomada de novas deci-
sões, ou seja, deve colaborar para que as empresas funcionem.
Sendo assim, não é novidade apontar nas informações contábeis uma saída
eficiente para orientar as decisões do grupo gestor. No quadro 2, você pode
observar as mais importantes contribuições contábeis dos séculos XVIII e XIX.
Saiba mais
Referências
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1987.
NAKAGAWA, Masayuki. ABC: custeio baseado em atividades. São Paulo: Atlas,
1995.
RICARDINO, Álvaro. Contabilidade gerencial e societária: origens e desenvolvi-
mento. São Paulo: Saraiva, 2005.0
Anotações
Introdução
Como os administradores de uma rede de supermercados conseguem iden-
tificar os efeitos do aumento no preço dos pães, da venda de uma nova marca
de sabonete, de uma promoção? A resposta é: usando a técnica denominada
custo‑volume-lucro. Neste capítulo, apresentaremos a você elementos para
calcular o ponto de equilíbrio entre o custo o volume e o lucro. Nesse sentido, será
necessário que você saiba classificar os custos em fixos e variáveis bem como
elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) pelo custeio variável.
Esses conteúdos foram apresentados na disciplina de Gestão Estratégica de
Custos. Eles são importantes para identificar as variações que acontecem com
o lucro quando há modificações na quantidade vendida/fabricada, no preço
de venda e nos custos e despesas fixos/variáveis. No fim do capítulo, você
será capaz de calcular o ponto de equilíbrio, analisar a relação entre o custo,
o volume o e lucro e aplicar estratégias de controle de margem de contribuição.
Vamos imaginar que um professor tenha três opções de emprego diferentes.
Como você avaliaria esses empregos? Você sabe que, no primeiro emprego, ele é
professor particular, recebe R$ 10,00 por hora e o aluno vai até sua residência; no
segundo, ele tem de ir a uma escola que lhe paga R$ 8,00 por hora, sem considerar
a despesa com o transporte coletivo; no terceiro, ele tem de ir à casa do aluno, que
lhe paga R$ 15,00 por hora, sem considerar o gasto com a gasolina de seu carro.
Se você analisar somente o valor do salário, provavelmente escolherá o terceiro.
Entretanto os custos associados a cada emprego devem ser analisados, como o
valor do transporte coletivo, da gasolina e da manutenção do carro. Somente consi-
derando os custos diretos de cada emprego, você poderá determinar qual deles
vai lhe proporcionar maior lucro. Neste capítulo, constataremos que uma empresa
também deve avaliar o impacto financeiro de suas alternativas bem como ampliar
suas ações no sentido de controlar sua margem de contribuição.
Quantidade fabricada = Quantidade vendida Lucro pelo variável = Lucro por absorção
Quantidade fabricada > Quantidade vendida Lucro pelo variável < Lucro por absorção
Quantidade fabricada < Quantidade vendida Lucro pelo variável > Lucro por absorção
Você viu nos exemplos anteriores que o lucro do custeio variável pode ser
diferente do lucro do custeio por absorção devido às diferenças entre os volumes
de venda e de produção.
Vamos fazer uma análise? Então, responda à seguinte pergunta: A empresa
Manú Ltda. deve produzir e vender 20 unidades a R$ 75,00/u ou deve produzir
25 unidades e vender 20 unidades por R$ 75,00/u? A empresa informa que
não tinha estoque inicial, seu custo fixo total é de R$ 400,00, a despesa fixa
total é de R$ 100,00, o custo variável unitário é de R$ 35,00 e a despesa vari-
ável unitária é de R$ 5,00. E aí? Conseguiu? Vamos ajudá-lo nessa análise.
DRE PELO CUSTEIO POR ABSORÇÃO
20 unidades fabricadas 25 unidades fabricadas
Vendas 20 u × 75,00 1.500,00 1.500,00
(–) Custo Variável 20 u × 35,00 (700.00) (700,00)
(–) Custo Fixo 400,00/20 u × 20 u * (400,00)
(–) Custo Fixo 400,00/25 u × 20 u ** (320,00)
= Lucro Bruto 400,00 480,00
(–) Despesa Variável 20 u × 5,00 (100,00) (100,00)
(–) Despesa Fixa (100,00) (100,00)
= Lucro 200,00 280,00
Análise: o lucro realmente aumentou em R$ 80,00? Não! O lucro aumentou matema-
ticamente porque o custo fixo total diminuiu de uma proposta para a outra. Isso acon-
teceu porque, ao aumentar as unidades fabricadas, o custo fixo unitário diminui. Assim,
antes de tomar a decisão você deve descobrir o porquê do aumento no lucro. Veja
também que na segunda alternativa, a empresa está produzindo para estocar, uma vez
que ela só vende 20 unidades, ficando 5u no estoque. Em longo prazo, aumentar os
estoques sem que haja demanda de vendas futuras pode aumentar os custos de arma-
zenamento, descapitalizar a empresa, tornar obsoleto o processo produtivo, etc.
400,00
* = 20,00 u × 20 = 400,00
20 u Custo Fixo unitário diminuiu com o
400,00 aumento da quantidade fabricada
** = 16,00 u × 20 = 320,00
25 u
* 400,00
Custo Fixo não é rateado nos produtos
** 400,00
Para ilustrar, veja o relatório por região da empresa Cheiro Bom Ltda., que
vende dois tipos de perfumes: Max e Fem, e, em seguida, observe a análise
desses dados. Os dados de sua produção e venda são expostos a seguir.
lucro
Rentabilidade 4% 5,33% 6,66%
investimentos
lucro
Lucratividade 30% 32% 33,33%
vendas
vendas
Giro 0,13 vezes 0,16 vezes 0,2 vezes
investimentos
Ponto de equilíbrio
(CF + DF ) 20 produtos 20 produtos 20 produtos
MC
Análise: com a queda nas vendas, os gastos variáveis e a margem de contribuição caem
na mesma proporção e o lucro total diminuiu em 25%, de R$ 320,00 para R$ 240,00,
porque o custo fixo unitário eleva-se de R$ 0,80 para R$ 1,00. Com o aumento nas
vendas, haverá aumento proporcional nos gastos variáveis e na margem de contribuição.
O lucro total aumentará em 25%, de R$ 320,00 para R$ 400,00, porque o custo fixo
unitário diminuirá de R$ 0,80 para R$ 0,66. O ponto de equilíbrio é o mesmo porque
não houve variação nos elementos de sua fórmula.
Saiba mais
PEC =
(80,00 + 0,00 ) = 20 unidades
4,00
PE =
(100,00 + 0,00 ) = então é 25 unidades
4,00
PE =
(80,00 + 0,00 ) = 13,3 unidades Receitas 12,00
6,00 (–) CV (5,00)
(–) DV (1,00)
= Margem de contribuição 6,00
Ponto de Equilíbrio =
(custo fixo + despesa fixa + lucro-meta)
margem de contribuição unitária
Qual o ponto de equilíbrio da empresa LUY Ltda. caso ela deseje um lucro
de R$ 1.000,00? Sabe-se que o custo variável unitário é R$ 5,00, a despesa
variável unitária é de R$ 1,00, o custo fixo total é de R$ 80,00 e a receita
unitária é de R$ 10,00. A empresa terá de vender mais produtos.
PE =
(80,00 + 0,00 + 1.000,00 ) = então terá de vender 280 unidades
4,00
Qual a quantidade de produtos que deve ser vendida para a empresa não
ter prejuízo? Para resolver essa questão, devemos criar outro produto imaginário.
A receita, a despesa, a margem de contribuição e o custo desse novo produto
são obtidos multiplicando cada valor dos produtos A e B pelo seu percentual
dentro do mix de venda da empresa. Veja.
Imaginário
A B
Total
Receitas unitárias 90,00 ∙ 0,8 = 72,00 140,00 ∙ 0,2 = 28,00 100,00
(–) Custos variáveis
(70,00 ∙ 0,8) = 56,00 (95,00 ∙ 02, = 19,00) 75,00
unitários
= Margem de
20,00 ∙ 0,8 = 16,00 45,00 ∙ 0,2 = 9,00 25,00
contribuição/u
Calculamos agora o ponto de equilíbrio desse produto imaginário.
200.000, 00 + 0, 00
PE = . Então temos a resposta de 8.000 unidades.
25, 00
A B TOTAL
Receitas
Produto A 6.400u × 90,00 = 1.600u × 140,00 = 576.000,00
Produto B 76.000,00 24.000,00 224.000,00
(–) Custos variáveis
Produto A 6.400u × 70,00 = 1.600u × 95,00 = (448.000,00)
Produto B 48.000,00 152.000,00 (152.000,00)
= Margem de contribuição 128.000,00 72.000,00 200.000,00
(–) Custo fixo (200.000,00)
= Lucro ZERO
Análise: gerencialmente devemos interpretar o ponto de equilíbrio como a quantidade
mínima que a empresa deve fabricar e vender. Nesse volume, a receita arrecadada só
é suficiente para pagar os custos e as despesas do período, não remunerando o capital
investido pelos sócios. Para obter essa remuneração a empresa deverá alterar de forma
isolada ou conjunta os custos e despesas fixas e variáveis e o preço de venda. Mas
você deve recordar que o preço dos produtos é determinado pelas forças de mercado:
curva da oferta e da demanda. A curva da demanda depende pouco da ingerência
da empresa, enquanto que o lado da oferta é mais controlável pela empresa e, por
isso, você poderá determinar, usando a técnica do ponto de equilíbrio, o volume de
produção e venda que irá gerar o lucro máximo que a empresa deseja.
Anotações
Introdução
Você é proprietário de uma microempresa e planeja lançar um produto no
mercado. Já negociou a campanha de lançamento? Tem produtos em quanti-
dade suficiente no estoque? Sabe quem são seus clientes potenciais? As dúvidas
são frequentes, principalmente sobre o preço de venda que deve atribuir ao
produto, apesar de já conhecer o preço de seus concorrentes. Se o preço for
muito alto, irá afugentar os clientes, venderá pouco e não irá recuperar seu
investimento. Se for inferior ao dos concorrentes, poderá colocar seu produto em
uma posição inadequada no mercado, haverá a renúncia de lucro em favor do
cliente e para aumentar o preço no futuro será difícil além de demorado. Então
qual é o preço que cobre os custos e despesas e gera caixa para a empresa?
Como calcular seu valor?
Por outro lado, em empresas descentralizadas, as suas subunidades “vendem”
produtos ou serviços a outras subunidades da mesma empresa. O preço usado
para mensurar as transferências internas de produtos e serviços é conhecido como
preço de transferência. O produto ou serviço transferido entre as subunidades de
uma empresa é denominado de produto intermediário. Ele pode ser retrabalhado
na unidade receptora ou pode vendido para um cliente se transferido do setor de
produção para o setor de vendas. Neste capítulo, estudaremos esse fenômeno.
Por qual valor os produtos, materiais ou serviços são transferidos para as divi-
sões, segmentos ou subunidades? Para acompanhar a resposta a essa pergunta,
é condição essencial que você saiba precificar e calcular o custo dos produtos/
serviços transferidos pelo método baseado no custo, no preço de mercado e na
negociação dos preços de transferência.
Para facilitar seu entendimento, você deverá ter noções de custo, margem
de contribuição, mark-up, formação do preço, conteúdos esses apresentados
na disciplina de Gestão de Custos. Poderá rever esses conceitos e práticas na
quarta edição do livro de Oliveira, Perez Júnior e Costa, Gestão estratégica
de custos, publicado pela editora Atlas (São Paulo, 2005). Esses conceitos são
importantes para que você possa consolidar os conhecimentos deste capítulo e
identificar o melhor preço de venda, levando em consideração o custo opera-
cional e o lucro desejado pela empresa. Ao final do capítulo, você será capaz
de analisar a relação entre o preço, o custo e o lucro, no processo de tomada
de decisão, e de precificar os preços de transferência.
PE =
(Custo fixo )
(PV − DV − CV ) Cálculo do Lucro pela DRE
Para venda de 500 kg
1.000,00
PE = = 333,33 kg
3,00 kg
Se o comprador não tiver fornecedor externo, o seu preço de compra será o ganho
que espera obter subtraído de suas despesas.
Referências
CHING, Hong Yuh. Contabilidade Gerencial: novas práticas contábeis para
gestão de negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
SANTOS, Joel J. Análise de Custos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
Anotações
Introdução
Provavelmente, você já desenvolveu um plano financeiro para poder realizar
determinada atividade desejada. Normalmente, o plano reflete a previsão de
seus rendimentos e a aplicação dos mesmos em, por exemplo, alimentação,
vestuário, viagens, roupas, pagamentos de dívidas, compras de imóveis, apli-
cação de recursos para aposentadoria, investimentos na educação. O nome
técnico atribuído a esse plano é Orçamento.
Nas empresas, o orçamento representa as entradas e saídas de dinheiro
para a realização de investimentos de curto e de longo prazo. Na sua elabo-
ração, é essencial que a alta direção faça um planejamento e apresente um
Plano Geral para a empresa. A partir dessa informação, cada departamento
faz a programação de suas ações. Posteriormente, faz-se a “orçamentação” e
inicia-se a execução das ações previstas. Durante a execução, atos e fatos são
praticados para a operacionalização objetiva e concreta da política empresa-
rial. Essas ações são controladas para que se possa verificar a execução física
e financeira das ações, com o objetivo de preservar a eficiência da gestão. Por
último, faz-se a avaliação para diagnosticar e analisar os resultados e a efeti-
vidade das ações executadas. Neste capítulo, você verá como os orçamentos
podem ser usados para o planejamento e o controle financeiro das empresas.
Discutiremos com você o papel do orçamento como ferramenta eficaz no plane-
jamento de ações empresariais, no controle e na avaliação de desempenho.
Para assimilar melhor esse conteúdo, é fundamental que você reconheça a
utilidade do planejamento na antecipação de ações e na previsão dos impactos
financeiros e econômicos dentro do ambiente empresarial. Também é essencial
conhecer como o controle permite avaliar o desempenho operacional ao comparar
metas estabelecidas e execução real das atividades operacionais. Essas duas
funções foram apresentadas a você na disciplina de Introdução à Administração.
Ao final do capítulo, você aprenderá a importância do orçamento como
ferramenta para o planejamento de ações empresariais e do orçamento geral
como instrumento de controle e de avaliação de desempenho.
ORÇAMENTO DE VENDAS
Produto e Região Quantidade Preço Venda/u Receita Total
CARTEIRA
Leste 287.000 R$ 12,00 R$ 3.444.000
Oeste 241.000 R$ 12,00 R$ 2.892.000
528.000 R$ 6.336.000
BOLSA
Leste 156.400 R$ 25,00 R$ 3.910.000
Oeste 123.400 R$ 25,00 R$ 3.090.000
280.000 R$ 7.000.000
TOTAL R$ 13.336.000
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO
CARTEIRA BOLSAS
Vendas (orçamento de vendas) 528.000 unidades 280.000 unidades
Estoque final desejado 80.000 unidades 60.000 unidades
(–) Estoque inicial desejado 88.000 unidades 48.000 unidades
TOTAL 520.000 unidades 292.000 unidades
CARTEIRA
Couro 0,3 cm por unidade × 520.000 unidades 156.000 cm
Forração 0,10 cm por unidade × 520.000 unidades 52.000 cm
BOLSA
Couro 1,25 cm por unidade × 292.000 unidades 365.000 cm
Forração 0,50 cm por unidade × 292.000 unidades 146.000 cm
ORÇAMENTO DE MATERIAIS
COURO FORRAÇÃO TOTAL
Materiais Necessários
Carteira 156.000 cm 52.000 cm
Bolsa 365.000 cm 146.000 cm
+ Estoque final desejado 20.000 cm 12.000 cm
( –) Estoque inicial desejado (18.000 cm) (15.000 cm)
= TOTAL 523.000 cm 195.000 cm
Preço unitário de compra × R$ 4,50 × R$ 1,20
= TOTAL DE COMPRAS R$ 2.353.500,00 R$ 234.000,00 R$ 2.587.500,00
CARTEIRA
Corte 0,10 h por unidade × 520.000 unidades 52.000 h
Costura 0,25 h por unidade × 520.000 unidades 130.000 h
BOLSA
Corte 0,15 h por unidade × 292.000 unidades 43.800 h
Costura 0,40 h por unidade × 292.000 unidades 116.800 h
ORÇAMENTO DE MOD
CORTE COSTURA TOTAL
Carteira 52.000 h 130.000 h
Bolsa 43.800 h 116.800 h
TOTAL 95.800 h 246.800 h
Valor por hora (taxa/hora) × R$ 12,00 × R$ 15,00
TOTAL DE MOD R$ 1.149.600,00 R$ 3.702.000,00 R$ 4.851.600,00
ORÇAMENTO DE DESPESAS
Despesas de Vendas
Salário de vendedor R$ 715.000,00
Despesa de propaganda R$ 360.000,00
Despesa de viagens R$ 115.000,00
TOTAL R$ 1.190.000,00
Despesas Administrativas
Salário dos executivos R$ 360.000,00
Salário Pessoal do escritório R$ 258.000,00
Aluguel do escritório R$ 34.500,00
Suprimentos do escritório R$ 17.500,00
TOTAL R$ 695.000,00
TOTAL GERAL DAS DESPESAS R$ 1.885.000,00
DRE PROJETADA
+ Receita de Vendas 13.336.000,00
(–) Custo dos Produtos Vendidos CPV (9.047.780,00)
= Lucro Bruto 4.288.220,00
(–) Despesas de Vendas (1.190.000,00)
(–) Despesas Administrativas (695.000,00)
= Lucro Operacional 2.403.220,00
+ Outras receitas: de juros 98.000,00
(–) Outras despesas: de juros (90.000,00)
= Lucro antes do Imposto de Renda 2.411.220,00
(–) Imposto de Renda (600.000,00)
= Lucro Líquido 1.811.220,00
ORÇAMENTO DE CAIXA
Janeiro Fevereiro Março
RECEBIMENTOS DE
Vendas à vista (10%) R$ 108.000,00 R$ 124.000,00 R$ 97.000,00
Vendas a prazo
Do mês anterior R$ 370.000,00 R$ 388.800,00 R$ 446.400,00
Do mês corrente 60% R$ 583.200,00 R$ 669.600,00 R$ 523.800,00
R$ 953,200,00 R$ 1.058.400,00 R$ 970.200,00
TOTAL RECEBIDO R$ 1.061.200,00 R$1.182.400,00 R$ 1.067.200,00
ORÇAMENTO DE CAIXA
Janeiro Fevereiro Março
PAGAMENTOS PARA
Pagamentos do custo
+ 75% do mês R$ 612.000,00 R$ 567.000,00 R$ 591.000,00
+ Valor mês anterior R$ 190.000,00 R$ 204.000,00 R$ 189.000,00
R$ 802.000,00 R$ 771.000,00 R$ 780.000,00
Despesas vendas R$ 160.000,00 R$ 165.000,00 R$ 145.000,00
Juro pago R$ 22.500,00
Taxas pagas R$ 150.000,00
Máquina comprada R$ 274.000,00
TOTAL PAGO R$ 984.500,00 R$ 1.210.000,00 R$ 1.075.000,00
ORÇAMENTO DE CAPITAL
2000 (R$) 2001 (R$) 2002 (R$) 2003 (R$) 2004 (R$)
Máquina 00.000,00 280.000,00 360.000,00
Tesoura 274.000,00 260.000,00 560.000,00 200.000,00
Computador 90.000,00 60.000,00
TOTAL 674.000,00 350.000,00 560.000,00 480.000,00 420.000,00
a ficar sob controle; (b) identificar quando a atividade está fora de controle;
(c) apoiar o planejamento e a tomada de decisão. O contador gerencial, ao
realizar o controle orçamentário, está contribuindo para que esses papéis sejam
executados e, ao mesmo tempo, está avaliando o desempenho das atividades
executadas ao comparar o valor orçado com o valor real incorrido.
No controle orçamentário, o contador gerencial deve ter cuidado para que o
nível de atividade usado no orçamento seja igual ao nível real de atividade. Se os
níveis forem diferentes, deverá refazer o orçamento para o nível real, lembrando
que os elementos variáveis terão seus valores alterados. Esse procedimento é
denominado de orçamento flexível. Com esses novos dados, você poderá fazer
a comparação e concluir se a variação foi favorável ou desfavorável.
• Variação favorável: ocorre quando a receita real é maior que a orçada
ou quando despesa e custo reais forem menores que despesa e custo
orçados.
• Variação desfavorável: ocorre quando a receita real é menor que a
orçada ou quando despesa e custo reais forem maiores que despesa e
custo orçados.
A variação em cada elemento contido no orçamento pode ocorrer em conse-
quência de alterações na quantidade e no preço orçado.
Uma empresa apresentou seu Relatório de Desempenho Orçamentário
conforme tabela a seguir.
Variação na quantidade
R$ 4,60 – R$ 5,374 = 0,774 × 25.000u = R$ 19.350,00 F
(B – A)
Variação no preço (C – B) R$ 4,62 – R$ 4,60 = 0,02 × 25.000u = R$ 500,00 D
Variação mista (C – A) R$ 4,62 – R$ 5,374 = 0,754 × 25.000u = R$ 18.850,00 D
Após você ter reconhecido que o orçamento é uma das ferramentas para o
planejamento de ações administrativas das empresas, para o controle e para
a avaliação de desempenho das atividades, apresentaremos, no próximo capí-
tulo, as funções da Controladoria como ferramenta de gestão e falaremos do
Economic Value Added (EVA) e do Market Value Added (MVA).
Anotações
Controladoria:
ferramenta de gestão
Introdução
A empresa procura facilitar a sua gestão a partir do monitoramento e
acompanhamento do desempenho de suas células e da aferição dos resultados
esperados diante das expectativas ou das previsões anteriormente realizadas.
O controle organizacional deve ser entendido na perspectiva do processo de
gestão, isto é, a partir das fases de planejamento, execução e controle.
Para conhecermos o ambiente e a área da controladoria, é necessário enten-
dermos a essência da informação contábil para a tomada de decisão. A controla-
doria, por meio dos métodos Economic Value Added (EVA) e Market Value Added
(MVA), permite avaliar se os administradores estão gerindo de modo satisfatório
os recursos dos acionistas. Ambos são conceitos de medidas de desempenho que
permitem aos executivos e acionistas terem uma clara visão sobre a rentabilidade
do capital empregado. Os métodos EVA e MVA são instrumentos de medida de valor
entre o gerenciamento e o resultado final que é baseado no lucro contábil ajustado.
Esse assunto vem sendo estudado e debatido nas bibliografias específicas, mas
principalmente em Nascimento e Reginato, Controladoria: um enfoque na eficácia
organizacional (São Paulo: Atlas, 2007). Portanto analisaremos o controle orga-
nizacional do ponto de vista de diferentes dimensões de gestão e procedimentos
internos. O funcionamento dessas diferentes dimensões é interdependente e deve
ser desenvolvido enfocando o ambiente de controle e a plataforma para a atuação
da área de controladoria. Os métodos EVA e MVA são instrumentos de medida
de valor entre o gerenciamento e o resultado final baseado no lucro contábil ajus-
tado. Esse assunto vem sendo estudado e debatido nas bibliografias específicas,
mas principalmente em Controladoria: um enfoque na eficácia organizacional, de
Nascimento e Reginato (São Paulo: Atlas, 2007). Com o auxílio dessa literatura
você será capaz de acompanhar-nos com mais afinco.
Ao final deste capítulo, você será capaz de conhecer a atuação da controla-
doria na gestão empresarial e aplicar os métodos EVA e MVA na avaliação do
desempenho empresarial.
Ativo circulante operacional (ACO) = Ativo total – Passivo circulante operacional (PCO)
ATIVO PASSIVO
Ativo Operacional Capital de terceiros
Líquido 3.958.139,00 100% 2.866.202,00 72,41%
Capital próprio
1.091.930,00 27,59%
Total 3.958.139,00 100% Total 3.958.139,00 100,00%
E D
WACC = ⋅ Re + ⋅ Rd ⋅ (1 – Tc)
V V
E D
W A C C = × Re + × Rd × (1 – Tc)
V
V
WACC = 0,2759 × 13,5% + 0,7241 × 6,5% (1 – 0,24)
WACC = 0,0372465 + 0,0470665
WACC = 0,084313 × 100
WACC = 8,4313%
773.000,00
RAOL = × 100
3.958.139,00
RAOL = 19,5293798%
EVA = 439.277,43
Exemplo
de renda de 12% a.a., ou seja, no final dos três anos, o investidor esperaria um
retorno de R$ 140.492,80 (R$ 100.000 ∙ (1,12)³).
Referências
FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. Controladoria: teoria e prática. São Paulo:
Atlas, 1997.
NASCIMENTO, A. M.; REGINATO, L. Controladoria: um enfoque na eficácia
organizacional. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JR. J. H.; SILVA, C. A. Controladoria estratégica. São
Paulo: Atlas, 2002.
Anotações
Controladoria: avaliação
e desempenho
Introdução
O cenário organizacional, cada vez mais, exige reformas e inovações de
informações adequadas para o gerenciamento eficaz das empresas, possibili-
tando adaptações para sobreviver e concorrer no mercado. Diante disso, para
gerir o sistema empresarial, é natural implementar novas estratégias e empregar
conjuntos de técnicas compatíveis às necessidades de informação e decisão.
Entre o conjunto de metodologias que podem ser utilizadas para gerir as orga-
nizações, estudaremos o Balanced Scorecard (BSC), assunto que você poderá
aprofundar em A estratégia em ação: balanced scorecard, de Kaplan e Norton
(Rio de Janeiro: Campus, 1997).
Perspectiva
Perspectiva Perspectiva Perspectiva de apren-
financeira cliente interna dizado e
crescimento
A organização
Como a Como a Em quais
é capaz de
empresa é empresa é vista processos e
melhorar conti-
Enfoque vista por seus pelo cliente negócios a
nuamente e
acionistas ou e como pode empresa precisa
de se preparar
proprietários? atendê-lo? ter excelência?
para o futuro?
Como a
A execução da
Os serviços pres- Os processos e empresa pode
estratégia está
tados atendem as operações aprender e
Indicadores contribuindo
a missão da estão alinhados desenvolver-se
para a melhoria
organização? e criam valor? para garantir o
dos resultados?
crescimento?
Índices de
Pontualidade
renovação dos
Fluxo de caixa, na entrega,
Qualidade e produtos, índices
Exemplos retorno sobre o desenvolvimento
produtividade. de avaliação
capital. de produtos
de falhas no
inovadores.
planejamento.
Fonte: Caetano citado por Oliveira; Perez Jr. e Silva (2002, p. 155)
Valor em termos de
Valor contábil
fluxo de caixa
Redução anual de custos 10.000 10.000
Depreciação equipamento novo (5.000)
Depreciação equipamento usado 800
Lucro ante dos impostos 4.200
Impostos (45%) (1.890) (1.890)
Lucro depois dos impostos 2.310
Fluxo líquido anual de caixa 8.110
A0 = R$ 28.258,47
Referências
KAPLAN, R. S.; NORTON D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. Rio
de Janeiro: Campus, 1997.
NASCIMENTO, A. M.; REGINATO, L. Controladoria: um enfoque na eficácia
organizacional. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JR. J. H.; SILVA, C. A. dos S. Controladoria estraté-
gica. São Paulo: Atlas, 2002.
SANTOS, R. V. dos. Controladoria: uma introdução ao sistema de gestão econô-
mica – GECON. São Paulo: Saraiva, 2005.
Anotações
Gestão estratégica
Introdução
Cabe à alta administração da empresa, definir seus objetivos, assim como as
ações que precisam ser implementadas para alcançar esses objetivos. Esse exer-
cício de atividade gerencial recebe a denominação técnica de planejamento estra-
tégico. Planejamento estratégico é um plano de ação de longo prazo que serve
para detalhar os objetivos e as metas da empresa. É considerado um instrumento
da alta administração da empresa que serve para facilitar o relacionamento da
empresa com seu ambiente, bem como uma poderosa ferramenta de controle geren-
cial interno que permite o monitoramento do comportamento organizacional.
Os empresários sempre se questionam sobre uma série de aspectos: como
uma empresa decide mudança de direção? Como a equipe pode antecipar
tendências? Como explicar o sucesso do passado e os indicadores do futuro?
A resposta a essas e outras questões somente é possível se a empresa tiver um
bom gerenciamento estratégico de suas informações. Inclui-se no gerenciamento
eficaz o controle interno que são os olhos de trabalho dos programas de audi-
toria. Com o processo de internacionalização da economia de mercados, esses
programas passam a ter maior notoriedade na medida em que as organizações
começam a criar subsidiárias em vários países.
Neste capítulo, iremos abordar os principais pontos relacionados ao
conceito de planejamento estratégico e à metodologia aplicada às organiza-
ções. Um dos maiores desafios para os responsáveis pela gestão da organi-
zação é a criação de instrumentos que antecipem tendências. Para obter êxito
nessa missão, torna-se indispensável o prévio conhecimento do verdadeiro papel
estratégico da informação como ferramenta para a transformação empresarial e
o redesenho dos processos administrativos.
Para estudarmos a metodologia de gestão estratégica de informações, é
importante você entender a importância do processo de gestão de informações
nas empresas. Isso é necessário para o entendimento do processo de gestão e
da necessidade e importância das informações.
Para finalizar o capítulo, veremos a importância do sistema de controle
interno como ferramenta eficaz de apoio à controladoria. Ele garante a inte-
gridade das informações sobre eventos que dizem respeito às atividades da
empresa. Com ele, também se garantem boas práticas de governança corpora-
tiva baseada em princípios éticos e transparência nos atos de gestão.
Cabe destacar que informação estratégica não pode ser confundida com
informação corrente ou competitiva. Historicamente, as organizações têm recor-
rido a diversas abordagens distintas para desenvolver previsões e informações
sobre tendências.
Algumas grandes empresas se baseiam em estudos sobre tendências e
utilizam mecanismos para obter um panorama sobre o plano a ser adotado.
Outras usam seus departamentos de marketing para, com o auxílio de pesquisas,
conhecerem as necessidades dos consumidores e as tendências de mercado.
Existem outras, ainda, que utilizam uma ou mais combinações dessas aborda-
gens funcionais para estudar o futuro do mercado e conhecer qual caminho
devem adotar.
A abordagem tradicional da informação tem como base um modelo isolado
em que um grupo de especialistas prepara uma análise que servirá de subsídio
para a administração tomar suas decisões. O modelo leva em consideração o
processo de obtenção e divulgação das informações estratégicas como uma
responsabilidade da alta administração que deve fazer parte da cultura e
do comportamento dos gestores da organização, independentemente de sua
posição hierárquica.
Referências
NASCIMENTO, A. M.; REGINATO, L. Controladoria: um enfoque na eficácia
organizacional. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JR. J. H.; SILVA, C. A. dos S. Controladoria estraté-
gica. São Paulo: Atlas, 2002.
Anotações