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PORTUGUÊS INSTRUMENTAL U N I D A D E 1
LEITURA E PRODUÇÃO
TEXTUAL
1
Um grande comunicador
quem não
se comunica
brasileiro, Abelardo Barbosa,
também conhecido como
Chacrinha, muito popular na
se trumbica
década de 80, dizia sempre que
A SOCIABILIDADE
HUMANA É INDISCUTÍVELSaber se comunicar bem, conhecendo
E IMPRESCINDÍVEL.
o seu processo e reconhecendo as
suas particularidades, é uma habilidade
fundamental nos dias de hoje,
SOBRETUDO NO ÂMBITO
PROFISSIONAL.
Nessa unidade, discutiremos
aspectos importantes do processo
de comunicação, seus elementos,
funções, níveis e suas variações.
definição?
canal (recurso ou meio), a um
outro falante (destinatário). de emprego, nas conversas com
os amigos etc.
MAS
Podemos definir linguagem como se for verbal, contará com as
toda ação pela qual se transmite palavras; se for transmitida apenas
alguma mensagem. Pode ser verbal com o auxílio dos gestos, dos sons,
ou não verbal, das imagens, dos movimentos etc.
teremos a linguagem não verbal.
Para alguns,
linguagem é
a representação
do pensamento;
para outros, é
simplesmente
um instrumento
de comunicação
e ainda há os que
acreditam que a
linguagem é
uma forma de
interação social.
Para compreender
melhor o que é a linguagem,
veja o esquema de suas formas
de representação:
Escrita
VERBAL Oral
linguagem
Sinais Fisionômicos
Sinais Luminosos
Sinais Acústicos
NÃO VERBAL Sinais Gestuais
Sinais Gráficos
Sinais Visuais
Nesta disciplina, tomaremos linguagem
como um processo utilizado pelo homem
para promover uma interação com o outro.
Esse processo, naturalmente, poderá
representar um pensamento e servirá
como um instrumento de comunicação.
4
A comunicação é
frequente, acontece contexto
canal
o tempo todo código
e, para que ela ocorra, são mensagem
usados vários mecanismos
e estratégias, e para que seja
eficaz, a mensagem enviada
pelo emissor precisa ser
compreendida pelo receptor.
Seguem os elementos que são
imprescindíveis para o processo EMISSOR RECEPTOR
de comunicação, representados REMETENTE DESTINATÁRIO
no esquema ao lado:
EMIS ca
ou Remetente: instrumento, recurso
que emite, ou seja, ou meio utilizado
codifica, envia para transmitir
a mensagem; a mensagem;
SOR nal CÓ
contexto no qual
a mensagem
está inserida.
PTOR
se comunica,
as informações recursos
repassadas; linguísticos,
GEM TE
conjuntos
ou Destinatário:
de signos utilizados
que decodifica,
na mensagem;
recebe a mensagem;
Observe a imagem abaixo:
Quem é o emissor da mensagem?
A que público se destina?
Qual é o conteúdo da mensagem?
E o canal?
FOTO Qual é o código usado nessa mensagem?
Em qual contexto está inserida?
Você conseguiu identificar os elementos da comunicação?
Encontrou alguma dificuldade?
Se sim, quais?
Em toda situação comunicativa, os elementos da comunicação estão presentes.
5
FUNÇÕES DA
LINGUAGEM
Como vimos, os elementos da comunicação
são imprescindíveis para o processo comu-
nicativo e estão relacionados diretamente
às Funções da Linguagem, que apresentam,
de certa forma, os objetivos e as intenções
quando nos comunicamos.
MAS
o que são funções da linguagem?
j a ,
são as formas que cada
s e
FUNÇÕES DA LINGUAGEM pessoa organiza a sua fala,
o u
SÃO RECURSOS DE ÊNFASE dependendo da mensagem
que se quer transmitir,às
QUE ATUAM SEGUNDO vezes, queremos somente
A INTENÇÃO DO PRODUTOR informar, em outros
momentos apresentar um
DA COMUNICAÇÃO, ponto de vista pessoal.
No esquema abaixo, a relação entre os elementos da comunicação e as
funções da linguagem fica mais clara, veja:
contexto
canal
código
mensagem
EMISSOR RECEPTOR
REMETENTE DESTINATÁRIO
AGORA
vamos entender
o que significa cada uma dessas funções!
FUNÇÃO EMOTIVA
A função emotiva está centrada
no emissor. Nela reconhecemos,
facilmente, o caráter emocional e
afetivo do emissor, além do emprego
da 1ª pessoa (verbos e pronomes).
Ela é muito comum em letras de
músicas e poemas que tratam de
amor. Veja o exemplo:
EU SEI
QUE VOU
TE AMAR
Eu sei que vou te amar Eu sei que vou chorar
Por toda a minha vida eu vou te amar A cada ausência tua eu vou chorar,
Em cada despedida eu vou te amar Mas cada volta tua há de apagar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar O que esta ausência tua me causou
https://goo.gl/ZMY75z
FUNÇÃO CONATIVA
A função conativa está centrada no
receptor. Ela tem como objetivo persuadir
o receptor. É muito comum o uso dos
pronomes tu e você, além de verbos
no imperativo. Os textos publicitários
são excelentes exemplos desse tipo
de função, conforme mostramos no
exemplo a seguir.
Garoto - Compre Baton! https://goo.gl/2C2267
Em ambas as peças publicitárias, o
emissor tenta convencer o receptor
(leitor/espectador) a comprar chocolate
e, para isso, utiliza de forma repetida a
frase “peça baton” (na revista) e “compre
baton” na versão em vídeo. Observe
que os verbos estão no vocativo (que
é o termo da oração por meio do qual
chamamos ou interpelamos o nosso
interlocutor, real ou imaginário).
FUNÇÃO FÁTICA
É uma mensagem que serve para
prolongar ou interromper a comunicação.
Verificar se o canal funciona.
Nas mensagens
escritas essa
função é
identificada
por meio de
recursos como:
N I S
Negrito Itálico Sublinhado
CARACTERES
MAIÚSCULOS
aspas
( )
parênteses
e etc.
UMA
O objetivo dessa função
é estabelecer
RELAÇÃO
COM
o emissor
um contato para
verificar se a
mensagem está
sendo transmitida
ou para dilatar a
conversa.
Quando estamos
em um diálogo, por
exemplo, e dizemos
ao nosso receptor:
ESTÁ
enten
dendo? estamos utilizando
este tipo de função.
Ou quando atendemos o
Alô
telefone e dizemos:
Observe o diálogo a seguir:
Ele: Ele: Ele:
Pois é. Por exemplo, de você. E então?
Ela: Ela: Ela:
Pois é o quê? Eu?! Então o quê?
Ele: Ele: Ele:
Eu só disse pois é! Por que esse espanto? Você não Olhe, eu vou embora porque
é gente? Gente fala de gente. você é impossível!
Ela:
Mas “pois é” o quê? Ela: Ela:
Desculpe mas não acho que É que só sei ser impossível, não
Ele: sou muito gente. sei mais nada. Que é que eu faço
Melhor mudar de conversa para conseguir ser possível?
porque você não me entende. Ele:
Mas todo mundo é gente, meu Deus! Ele:
Ela: Pare de falar porque você só diz
Entender o quê? Ela:
besteira! Diga o que é do teu agrado.
É que não me habituei.
Ele: Ela:
Ele:
Santa Virgem, Macabéa, vamos Acho que não sei dizer.
mudar de assunto e já! Não se habituou com quê?
Ele:
Ela:
Ela: Não sabe o quê?
Falar então de quê? Ah, não sei explicar.
Ela:
Hein?
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro, Rocco, 1999.
Você leu o confuso diálogo entre Macabéa
e Olímpico de Jesus, personagens do livro
A hora da estrela, de Clarice Lispector. Nele,
percebemos o uso de palavras que não têm
outra função, exceto estabelecer contato
com o receptor.
FUNÇÃO POÉTICA
A função poética está centrada na forma
da própria mensagem, ou seja, o emissor
não está preocupado, simplesmente, com
suas ideias, crenças e desejos, assim
como, também, não está interessado em
persuadiroumantercontatocomoreceptor,
mas sim na forma como passará a sua
mensagem e, naturalmente, essa forma
será sempre peculiar. A poesia concreta é
um bom exemplo dessa função.
é denominada poesia concreta aquela forma de
poesia surgida do movimento concretista apli-
cado ao poema, movimento iniciado no Brasil na
década de 50 do século XX por Décio Pignatari
(1927), Haroldo de Campos (1929) e Augusto de
Segundo Campos (1931). Em uma nova identidade surgida
Emerson Santiago, da Revolução Industrial e sua recente instalação
no Brasil, estes três autores anteviram uma nova
perspectiva para a arte poética, e, assim como a
industrialização iria mudar a paisagem e o povo
brasileiro, o concretismo iria estabelecer nova re-
alidade neste segmento da arte, rompendo com o
verso tradicional e sua forma convencional de dis-
posição e rima, organizando-o de uma maneira a
privilegiar o espaço em branco da página, a pau-
sa, as imagens, o significante, sons e até mesmo
cores e nuances. O concretismo, enfim, propunha
uma arte poética que ocupasse a página de um
modo diferente, aproveitando conceitos pouco ou
nunca antes explorados pelos autores consagrados.
http://www.infoescola.
com/literatura/poesia-
-concreta/
Observe o poema concreto
“Beba Coca-Cola” (1957)
de Décio Pignatari:
UM TEXTO,
também você não verá, de forma isolada,
os elementos da comunicação.
precisamos conside-
rar todos os elemen-
O que geralmente acontece é um encontro de várias dessas funções
tos da comunicação em único texto, mas com a predominância de alguma delas.
e todas as funções da
linguagem, a fim de
Em um texto publicitário, por exemplo,
que a nossa produção
temos dados referenciais, mas o que pre-
atinja seus propósitos
comunicativos.
dominará, em algumas situações, será o Fique atento a isso!
desejo de persuadir o leitor, portanto, a
função conativa.
6
Neste tópico, estudaremos os níveis L E V E L O F
de linguagem e a variação linguística. F O R M A L I T Y
É imprescindível reconhecer o
EASY
nível de
formalidade MEDIUM
de uma situação
comunicativa e usar HARD
adequadamente
a linguagem.
Dentro do processo comunicativo, existem
algumas particularidades que devem ser
observadas e levadas em consideração na hora
de produzir um texto, seja oral ou escrito.
É preciso considerar
a situação
comunicacional
EO
interlocutor,
pois determinarão o grau de formalidade.
Algumas situações exigem uma postura
comunicativa mais formal como uma
entrevista de emprego, por exemplo, a
apresentação de um seminário, de um
trabalho acadêmico.
7
AS
LINGUAGENS
Vitor Pirralho - Dramatização da crônica https://goo.gl/ouQvaX
“Aí, galera” de Luis Fernando Veríssimo
Nessa dramatização da crônica “Aí galera”,
de Luís Fernando Veríssimo, a postura do
repórter e o comportamento do jogador
são coerentes com a imagem que temos
desses profissionais?
O que chama a atenção nessa
VOCÊ
entrevista é o vocabulário erudito
do jogador, que surpreende o repórter,
pois não é comum jogadores
de futebol se expressarem assim,
usando palavras muito rebuscadas,
CONCORDA?
A CHARGE
AO LADO TAMBÉM
APRESENTA O USO
DE UM VOCABULÁRIO
INESPERADO PARA
A OCASIÃO?
Para compreender melhor
esse assunto, é preciso
conhecer algumas definições,
as quais veremos a seguir.
8
A é a referência normativa que determina as
RAM
regras para o uso da língua, denominadas
de norma culta ou língua padrão.
ICA
Muitas vezes, essas normas estabelecidas pela
gramática não são obedecidas pelos falantes.
regionalismos
estrangeirismos
formas coloquiais
coisa
Como já foi dito antes, a língua não é falada
de uma única forma por todos os seus
falantes, de modo que
Anônimo
O texto traz uma perspectiva da variação social
da linguagem, a qual foi determinada, de acordo
com o político, pelo nível cultural dos falantes. O
político fez essa análise, baseando-se numa visão
estereotipada da relação entre o nível cultural e o
social. O raciocínio dele foi contrariado pela res-
posta, para muitos surpreendente, do bêbado, pois
este mostrou um nível cultural diferente daquele
estereotipado pelo político.
13 V A R I A Ç Ã O E S T I L Í S T I C A
estilo
COMO ESTUDADO, CADA
GRUPO SOCIAL TEM UM
https://goo.gl/jErZ0a
Veja também um breve resumo das gírias mencionadas e o seu significado:
TIPO
ASSIM Usado antes de dar
o exemplo de algo.
Abreviação de velho.
A “palavra” pode ser
substituída por “cara.”
Dito em fim de frase, de forma irônica, Quando a zoação já
MANO
Outra forma para contradizer algo que acabou de perdeu a graça.
de chamar ser dito. Exemplo: “Adoro fazer dieta.
SEM
um colega. Não, pera...”
SWAG
Uma foto sem
TÔ
“Só que não”.
Usado para intervenção, sem efeitos algum tipo de disputa.
sqn
Estar em uma ou uma imagem feia.
GASTAR
negar a sentença
situação superior.
anterior.
Fonte:
http://francidias-franci.blogspot.com.br/2013/06/kledir-ramil.html.
Acesso em 12 de jul. 2014.
O texto acima, também menciona no entanto, deve saber que,
uma linguagem característica
e é importante que quando necessário (na hora
de um grupo social, no caso, o você saiba que não de escrever uma redação em
internetês, um processo de seleção) você
está errado escrever deverá redigir seu texto de
utilizando os códigos acordo com a norma padrão.
da Internet,