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Baleia Cachalote

Por Joice Silva de Souza


Mestre em Ciências Biológicas (UFF, 2016)
Graduada em Biologia (UNIRIO, 2014)

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A ordem Cetacea compreende os mamíferos aquáticos, e tem, entre seus principais
representantes, os golfinhos, orcas e outras espécies de baleia, dentre as quais pode-se
citar a Cachalote. Esta destaca-se por sua alta popularidade, decorrente, em parte, de sua
reprodução em inúmeras obras de arte e seu lugar de destaque na renomada obra
literária “Moby Dick”, escrita por Herman Melville.

Anatomia
A Baleia Cachalote (Physeter macrocephalus) consiste na maior espécie da
subordem Odontoceti, caracterizando-se assim, como o maior mamífero com dentes a
habitar o planeta Terra. Os machos desta espécie podem alcançar até 20 metros de
comprimento e pesar até 45 toneladas, enquanto as fêmeas, geralmente menores,
atingem 17 metros e peso de 14 toneladas. Entre suas principais características, pode-se
citar sua enorme cabeça, que representa até 35% de sua superfície corporal; seu cérebro,
o maior em tamanho já registrado para um animal vivo; um único espiráculo em forma
de S situado do lado esquerdo da cabeça; e a presença de espermacete, um líquido
branco e ceroso visualmente semelhante ao esperma, que conferiu o nome vulgar da
espécie, conhecida em inglês como Sperm Whale. Este líquido, produzido por órgão de
mesmo nome, permite que a Baleia Cachalote mergulhe a altas profundidades em busca
de alimento, através de mudanças na densidade deste animal, as quais são resultantes do
aquecimento/esfriamento do espermacete. Para este processo, a água fria aspirada
através do espiráculo, passa pelo órgão do espermacete e solidifica esta substância, que
pode ser armazenada em até 2.000 litros, aumentando o peso da baleia e auxiliando em
sua submersão. Em altas profundidades, o espermacete é derretido através do calor
produzido pelo consumo de oxigênio armazenado, diminuindo o peso específico do
animal e permitindo sua ascensão com maior facilidade. Outras adaptações que
permitem o mergulho profundo da Cachalote são uma caixa torácica cartilaginosa e
flexível que não se parte sob alta pressão, permitindo o colapso dos pulmões; e a
redução do ritmo cardíaco, a fim de aumentar a duração das reservas de oxigênio,
armazenado em forma de mioglobina nos tecidos. Além disso, em baixas concentrações
de O2, o fluxo sanguíneo destes animais pode ser direcionado apenas para o cérebro e
órgãos essenciais.
Baleia cachalote. Foto: Shane Gross / Shutterstock.com

Alimentação
Os mergulhos a altas profundidades (em média 400 metros; porém há registros de até
2.000 metros), estão ligados à dieta desta espécie. As Baleias Cachalote
consomem lulas, polvos e peixes encontrados nas regiões profundas dos oceanos, onde
permanecem de 45 minutos a 1 hora. Entretanto, como a luminosidade é baixa nestas
regiões, estes animais utilizam a ecolocalização como um mecanismo eficiente para a
caça. A emissão de ondas sonoras a partir do melão, órgão que amplia e direciona o som
produzido, permite que estes cetáceos identifiquem possíveis presas e as atordoem,
facilitando sua captura pela Cachalote. Por outro lado, os dentes cônicos desta espécie
não parecem ser essenciais para sua alimentação, visto que análises do conteúdo
estomacal mostram presas inteiras no estômago, como lulas gigantes. Estes moluscos,
aliás, apresentam partes duras que não são digeridas pela Cachalote, acumulando-se em
seu estômago e irritando-o, o que leva à liberação de uma substância denominada, em
inglês, Ambergris. Esta substância apresenta uma consistência cerosa e libera um
agradável aroma quando aquecida, e foi amplamente utilizada por chineses, japoneses e
gregos como um fixador de perfumes. Atualmente, o uso de Ambergris é proibido
mundialmente.

Ecologia
A Baleia Cachalote é uma espécie cosmopolita e destaca-se por sua organização social,
formando grupos distintos com base nas suas funções. Em síntese, agregações de
machos recebem o nome de Bachelor Schools (algo como grupo dos solteiros em
inglês), enquanto que as Nursery Schools (i.e. grupos de berçário), são formadas
principalmente por fêmeas e seus filhotes, além de indivíduos imaturos de ambos os
sexos. As Nursery Schools são encontradas em regiões tropicais e subtropicais ao longo
de todo o ano, prestando assistência e protegendo as Cachalotes grávidas, além de
ensinar aos filhotes como mergulhar, utilizar o sistema de ecolocalização, capturar
presas, respeitar a hierarquia social, etc. Estes grupos são responsáveis também por
alimentar e proteger os filhotes, que ficam no centro dos círculos formados pelas fêmeas
Cachalote, durante as migrações que estes animais realizam. Por outro lado, os grupos
de machos realizam movimentos entre as áreas de alimentação (situadas em altas
latitudes) e reprodução (próximas ao Equador), visitando as Nursery Schools durante a
estação reprodutiva. Em geral, a gestação da Cachalote dura em torno de 14-16 meses, e
seu filhote pode ser amamentado por até 2 anos.
Cauda de uma baleia Cachalote. Foto: Dmytro Pylypenko / Shutterstock.com

Ameaças
Atualmente classificada como vulnerável à extinção pela Lista Vermelha da IUCN, as
populações de Baleia Cachalote sofreram com a caça comercial desde meados do século
18 e 19, atingindo o auge de sua mortalidade durante a década de 60, no século 20,
quando novas tecnologias de navegação foram empregadas, levando a morte de
aproximadamente 30 mil baleias em apenas uma temporada de caça. Apesar deste
histórico, as populações de Cachalote apresentam certa estabilidade nos dias atuais,
tendo sido uma das espécies que melhor se recuperou após a proibição de sua caça, a
qual ainda ocorre ilegalmente no Japão. Entretanto, outras ameaças ainda põem em risco
a conservação da espécie, como colisões com navios, poluição sonora e por lixo sólido,
além de captura acidental por redes de pesca.
Referências bibliográficas:

American Cetacean Society. http://acsonline.org/fact-sheets/sperm-whale/

Arkive. http://www.arkive.org/sperm-whale/physeter-macrocephalus/video-00.html

Biologia Marinha. Pereira, R. C., & Soares-Gomes, A. (2002). Rio de Janeiro:


Interciência, 2, 608.

How Stuff Works? Animals. http://animals.howstuffworks.com/mammals/whale3.htm

Oceanic Research
Groups. http://www.oceanicresearch.org/education/wonders/spermwhales.htm

The IUCN Red List of Threatened Species. http://www.iucnredlist.org/details/41755/0

WWF Grécia. http://www.wwf.gr/en/endangered-species/marine-mammals/cetaceans

Arquivado em: Biologia Marinha, Mamíferos

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