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ANORGS
ANORGS.
CONTEÚDO
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 1
CONCEITOS................................................................................................. 8
ANEXOS................................................................................................. 42
ANEXO I - GLOSSÁRIO ............................................................................. 42
ANEXO II – DECLARAÇÃO DO RIO SOBRE AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO .. 48
ANEXO III – MODELO DE SGA CONFORME A ISO 14001 ........................... 52
ANEXO IV – PLANEJAMENTO NA LEI ESTADUAL N° 11520/00-RS .............. 53
..
..
..
INTRODUÇÃO
2
Planejamento e nível organizacional
3
IDENTIDADE
Identidade da organização é a sua história, valores, filosofia e caráter. A
primeira coisa que identifica a organização é o que ela fornece, o que ela
produz. É o resultado da sua atividade. A seguir vem o seu mercado, a sua
forma de relacionamento com clientes e fornecedores. Em seguida, a forma
como ela trata e cuida de seus colaboradores. A sua forma de agir também é
uma característica que identifica a organização (pré-ativa ou reativa), assim
como a forma como os seus gestores definem os seus objetivos. A maneira
como a organização encara o ambiente é outro fator de sua identidade
considerado relevante na atualidade.
O planejamento estratégico é associado a este nível, que é
principalmente conceitual e onde são determinados os propósitos, objetivos e
políticas gerais da organização objeto do planejamento; estes três elementos
são as suas diretrizes estratégicas. Neste nível também são realizadas
abordagens sobre as diretrizes gerais quanto: às relações da organização com
o meio externo e dentro dela, aos seus processos e quanto aos recursos e
tecnologia, mas sem detalhamento.
RELAÇÕES
As relações na organização envolvem os sentimentos, as expectativas,
frustrações, simpatias, comunicação, liderança, integração interna e com o
meio externo. Aqui são caracterizadas as lideranças, a forma de tratamento do
colaborador, a centralização ou não do poder de decisão, a forma de
integração entre as áreas da organização, os relacionamentos entre as
pessoas e como são definidas as funções. Este é o nível de gestão executiva.
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As relações tem grande influência sobre os processos produtivos pois é o nível
das decisões táticas.
O planejamento deste nível é chamado, geralmente, de planejamento de
relações humanas ou algo do gênero e é, essencialmente, tático, onde as
áreas conceitual e técnica têm peso equivalente e a área psicológica passa a
ser de maior peso proporcional.
Quando o nível de relações é associado ao nível de processos, constitui
o planejamento de nível tático característico.
Em qualquer caso, são respeitadas as diretrizes estratégicas na
determinação de metas e dos critérios para atingi-las.
PROCESSOS
São os fluxos existentes na organização, seja de material, de
informação, de pessoal ou de dinheiro. Os processos são os sistemas de
produção e todos os demais procedimentos adotados pela organização para
que qualquer coisa seja realizada. Exemplos: Processo de transporte;
Processo de pagamento; Processo de fabricação; Processo de tratamento de
efluentes; etc. Consideramos como processos inteligentes aqueles em que a
burocracia é mínima e serve somente como orientação e registro do que se faz
para futuras e necessárias verificações, sem impedir ou retardar o andamento
do próprio processo.
Em conjunto com o nível das relações é o nível característico do
planejamento tático. É neste nível que são definidos os critérios para escolha
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de processos adequados à consecução das metas organizacionais, sempre
respeitando as diretrizes estratégicas na determinação de metas e dos critérios
para atingi-las.
O nível de processos quando em conjunto com o nível dos recursos, é
característico do planejamento operacional.
RECURSOS
Os recursos de uma organização são o seu contingente de pessoal,
instalações, equipamentos e capital. Os recursos da organização são o seu
nível de base e têm influência, principalmente, sobre a qualidade e
produtividade nos processos de produção, que é o segundo nível da estrutura
organizacional de baixo para cima.
O planejamento de recursos, às vezes, é chamado de orçamento. Pode
ser físico, ou financeiro, ou ambos. Para ser realizado, é necessário que os
alvos estejam perfeitamente identificados quanto às quantidades, prazos e
qualidade.
O planejamento de recursos, quando em conjunto com o de processos,
caracteriza o planejamento operacional. Neste nível são definidos os alvos e as
necessidades físicas, financeiras e tecnológicas para alcança-los, baseando-se
em dados e projeções reais. É o nível dos planos de produção e dos planos de
prestação de serviços.
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RECURSOS NA ORGANIZAÇÃO DO SÉCULO XXI
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Conceitos
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Dimensões do planejamento
ASSUNTO OU OBJETO
O assunto ou objeto do planejamento ambiental é o seu propósito. É o
tema central do planejamento. Em geral, faz parte do título do plano.
Exemplos de propósitos em planejamento ambiental:
x Bacia hidrográfica;
x Unidade de conservação;
x Paisagem;
x Educação ambiental;
x Sistema de gestão ambiental de empresa;
x Reciclagem de resíduos e embalagens;
x Tratamento de efluentes;
x Tratamento e disposição de resíduos;
x Redução do consumo de energia;
x Redução do consumo de água;
x Redução de impactos ambientais na fabricação de produtos;
x Redução de impactos ambientais na prestação de serviços.
ELEMENTOS DO PLANEJAMENTO
Os nove elementos de planejamento, a seguir, geralmente, são
explícitos no plano:
x Propósitos – O que fazer.
x Objetivos – Porque fazer.
x Prazos – Em quanto tempo.
x Políticas – Que regras seguir.
x Critérios – Como julgar.
x Procedimentos – Como fazer, que passos seguir (plano de ação);
x Recursos (tecnológicos e financeiros) – O que utilizar.
x Monitoramento – O que medir.
x Controle – Como analisar e revisar o que se fez.
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Em alguns casos, podem ser agrupados, em um mesmo capítulo do
plano, dois ou mais elementos semelhantes, como políticas e critérios.
UNIDADE ORGANIZACIONAL
Usualmente a unidade organizacional é caracterizada no título do plano,
ou no seu propósito. Pode ser:
x Corporativa – Envolve toda uma instituição.
x Subsidiária – Envolve um setor, ou área de uma corporação.
x Grupo ou Comissão – Envolve o trabalho de uma equipe de pessoas,
em número pré-determinado, na consecução de um objetivo comum.
x Operação – Envolve a produção de um só produto ou a realização de
um só serviço.
x Projeto – Envolve a produção de algo, com objetivos, cronograma e
orçamento próprios para sua execução, agindo como uma unidade
independente e legalmente constituída.
CARACTERÍSTICAS
Algumas características de um plano são implícitas, mas devem estar
bem definidas e ser do conhecimento de quem participar da sua elaboração,
outras estarão explícitas em algum capítulo do plano; as principais são:
x Grau de complexidade – Refere-se ao nível de detalhamento
(estratégico, tático ou operacional) e inter-relações necessárias para
se atingir os objetivos do planejamento. Tem relação com os níveis e
áreas organizacionais atingidos.
x Qualidade – Refere-se à qualidade que se pretende atingir quanto ao
propósito do planejamento. Diz respeito, principalmente, à identidade
das organizações ou ao objeto do planejamento; refere-se também
às relações internas e externas das organizações.
x Quantidade – Refere-se à quantidade que se pretende realizar ou
produzir. Relaciona-se, principalmente, aos recursos e processos
para a execução do planejamento.
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Classes ou tipos de planejamento
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A NBR ISO 14.001 (1996) trata do desenvolvimento de sistemas de
gestão ambiental e tem no planejamento um de seus requisitos, que
transcrevemos (ISO 14001, 1996):
“4.3 Planejamento
4.3.1 Aspectos ambientais
A organização deve estabelecer e manter
procedimento(s) para identificar os aspectos ambientais de
suas atividades, produtos ou serviços que possam por ela
ser controlados e sobre os quais presume-se que ela tenha
influência, a fim de determinar aqueles que tenham ou
possam ter impactos significativos sobre o meio ambiente. A
organização deve assegurar que os aspectos relacionados a
estes impactos significativos sejam considerados na
definição de seus objetivos ambientais.
A organização deve manter essas informações
atualizadas.
4.3.2 Requisitos legais e outros requisitos
A organização deve estabelecer e manter
procedimento para identificar e ter acesso à legislação e
outros requisitos por ela subscritos, aplicáveis aos aspectos
ambientais de suas atividades, produtos ou serviços.
4.3.3 Objetivos e metas
A organização deve estabelecer e manter objetivos e
metas ambientais documentados, em cada nível e função
pertinentes da organização.
Ao estabelecer e revisar seus objetivos, a
organização deve considerar os requisitos legais e outros
requisitos, seus aspectos ambientais significativos, suas
opções tecnológicas, seus requisitos financeiros,
operacionais e comerciais, bem como a visão das partes
interessadas.
Os objetivos e metas devem ser compatíveis com a
política ambiental, incluindo o comprometimento com a
prevenção de poluição.
4.3.4 Programa(s) de gestão ambiental
A organização deve estabelecer e manter
programa(s) para atingir seus objetivos e metas, devendo
incluir
a) a atribuição de responsabilidades em cada função
e nível pertinente da organização, visando atingir os
objetivos e metas;
b) os meios e o prazo dentro do qual eles devem ser
atingidos.
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Para projetos relativos a novos empreendimentos e
atividades, produtos ou serviços, novos ou modificados, o(s)
programa(s) deve(m) ser revidado(s), onde pertinente, para
assegurar que a gestão ambiental se aplica a esses
projetos.”
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QUANTO AO TERRITÓRIO
x Global
x Continental
x Bloco de países
x Nacional
x Estadual
x Municipal, ou local
x Área Urbana, Área Rural, Unidade de Conservação, Propriedade
Rural
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critérios, é maior quanto mais a alternativa atende aos critérios como um todo
e, assim, pode-se escolher a melhor ou melhores alternativas.
Quando além de critérios são utilizadas políticas, objetivos e propósitos
na escolha de alternativas, estaremos utilizando diretrizes, cujo conceito
engloba todos esses elementos. Diretriz é um termo genérico para o que se
deseja, ou que é obrigatório na consecução de um objetivo ou escolha de
alternativas, independentemente de sua classificação ou conceito individual.
Pode-se dizer, portanto, que o planejamento ambiental é poli-diretivo, por
envolver múltiplas diretrizes, não é só multicritério, portanto.
Segundo SOARES (2001), a definição de critérios no planejamento
ambiental multicritério é a seguinte:
“Critérios são a expressão qualitativa ou quantitativa
de pontos de vista, objetivos, aptidões ou entraves relativos
ao contexto real, permitindo o julgamento das ações
potenciais. Em suma, eles representam as conseqüências
sobre diferentes ações que permitirão julgá-las. Em geral, a
notação atribuída ao critério é g, e a avaliação de uma ação
a será representada por g(a). A cada critério é associado
uma escala em valores ordinais ou cardinais. As
preferências obedecem a um sentido predefinido de
avaliação (decrescente ou crescente), ou seja, para um
critério, uma ação qualquer será melhor a medida que g(a)
for menor (decrescente) ou maior (crescente). O tomador de
decisão pode julgar que os critérios tenham importância
relativa diferente. Para poder exprimir sua escolha, ele pode
recorrer a dois elementos : coeficiente de ponderação e
limites de aceitação (veto).”
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x Os critérios ambientais para o produto, deverão ser estabelecidos de
forma a diferenciá-lo de outros em sua categoria, quando as
diferenças forem significativas;
x Os critérios deverão ser fixados para um período pré-definido;
x Os critérios deverão ser revisados num período pré-definido,
considerando novas tecnologias, novos produtos, novas informações
ambientais e mudanças de mercado, porém, revisões não
significarão, necessariamente, mudança de critérios.
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Fases do planejamento
P 1a etapa - Planejar x x
D 2a etapa - Executar x
C 3a etapa - Avaliar x x
A 4a Etapa - Corrigir x x
O planejamento é a 1ª etapa do PDCA e inclui a identificação e
levantamento de informações no método Deming e que foram separadas aqui
para fazer o cruzamento com as etapas do processo decisório. Durante o
planejamento são realizadas, também, previsões de como serão executadas as
2 Agir (Act) no PDCA, significa: agir corretivamente, ou seja, implementar ações para prevenção e correção dos
desvios que por ventura possam ocorrer em relação ao planejado.
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outras três fases (Do, Control, Act) que devem constar de qualquer plano que
pretenda ser completo.
AÇÕES PROGRAMADAS
x Estabelecer o tema ou assunto
x Identificar o objeto do planejamento
x Levantar informações
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casos semelhantes, buscando conhecer o assunto para possibilitar e facilitar o
desenvolvimento do planejamento.
De posse de informações, com o tema e objetivo definidos, vai-se para a
fase de análise da situação.
ANÁLISE DE SITUAÇÃO
AÇÕES PROGRAMADAS
x Reconhecimento de situações
x Desmembramento de situações
x Determinação da seqüência de análise
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2. Sim, a situação é um problema, as causas são conhecidas,
mas não se sabe que ação é necessária para sua correção:
A próxima fase é a ANÁLISE DE DECISÃO.
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O processo tem por objetivo identificar aspectos
ambientais significativos associados a atividades, produtos
ou serviços, não sendo sua intenção exigir uma avaliação
detalhada de ciclo de vida. As organizações não precisam
avaliar cada produto, componente ou matéria-prima
utilizada. Podem selecionar categorias de atividades,
produtos ou serviços para identificar aqueles aspectos com
maior possibilidade de apresentar impacto significativo.”
M É T O D O D O S “5i” P A R A P R I O R I Z A Ç Ã O D E A S P E C T O S
AMBIENTAIS
Os cinco critérios para dimensionamento de impacto, a seguir, foram
baseados em estudos de vegetação (Mueeller-Dombois e Ellenberg, 1974) e
adaptados para este caso. As cinco palavras iniciadas por “i” são sinônimos de
critérios usados há muito em estatística e ecologia; foram escolhidas de forma
proposital para caracterizar um método de priorização que nunca foi usado ou
descrito desta maneira, mas é aplicável com vantagens sobre outros métodos
encontrados na literatura.
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do 30 vezes, por métodos matemáticos adequados, de forma a ser tratado
como parâmetro.
Alguns indicadores podem ser usados para avaliar a intensidade como a
DL50 de agrotóxicos, ou a voltagem de uma rede de alta tensão, etc. A
intensidade é calculada pelo grau de agressão próprio de uma substância,
energia, fenômeno, etc, em relação aos níveis normais ou não agressivos dos
mesmos ou de coisas semelhantes já conhecidas.
ANÁLISE DE PROBLEMAS
PROBLEMAS AMBIENTAIS
Problemas ambientais são os impactos negativos que as atividades
antrópicas causam ao ambiente. Os fatores de impacto (rejeitos ou
modificações) são classificados quanto ao meio físico impactado, ou quanto
aos efeitos causados no ambiente.
AÇÕES PROGRAMADAS
x Elaborar o enunciado do problema
x Especificar o problema
x Verificar que mudanças ocorreram
x Identificar as causas potenciais das mudanças
x Determinar as causas mais prováveis
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Enunciado do problema - São o objeto e o problema (defeito, ou desvio
que o mesmo apresenta. Ao responder as duas perguntas seguintes, estará
definido o enunciado do problema: 1) Qual é o objeto? (meio físico, processo,
tarefa ou efeito); 2) Qual é o problema? (desvio do padrão normal, ou defeito
que o objeto apresenta).
Especificação do problema – Para especificar corretamente o problema,
responda o questionário: Quê, Onde, Quando e Quanto está acontecendo?
Siga o roteiro:
É problema/Está mal/Não desejamos Não é problema/Está bem/Desejamos
Que objeto apresenta problema? Que objeto não apresenta problema?
Que problema apresenta o objeto? Que problema não apresenta o objeto?
Onde o objeto apresenta problema? Onde o objeto não apresenta problema?
Onde o problema se apresenta no objeto? Onde o problema não se apresenta no objeto?
Quando o objeto apresenta problema? Quando o objeto não apresenta problema?
Quando o problema se apresenta no objeto? Quando o problema não se apresenta no objeto?
Quantos objetos apresentam problema? Quantos objetos não apresentam problema?
Quantos problemas apresenta o objeto? Quantos problemas não apresenta o objeto?
Fonte: Carvalho (1997).
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Encontradas as causas potenciais e testando-as, temos as causas
verdadeiras e, então, é necessário passar para a próxima fase e decidir qual a
melhor ação a ser tomada para resolver o problema, é a fase de análise de
decisão.
ANÁLISE DE DECISÃO
AÇÕES PROGRAMADAS
x Definir o enunciado da decisão
x Estabelecer diretrizes para decisão
x Encontrar e listar alternativas de decisão
x Determinar pesos e limites das diretrizes
x Comparar as alternativas frente às diretrizes
x Avaliar os riscos das alternativas escolhidas
x Determinar medidas para minimizar ou compensar os riscos
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embalagem, os processos para eliminação de resíduos, etc. A geração de
alternativas dependem da experiência da equipe e devem basear-se,
principalmente, no enunciado da decisão, no desdobramento do enunciado,
nas diretrizes e nas conseqüências adversas da decisão (riscos da decisão).
O grupo de diretrizes deve levar em conta os efeitos causados pela
decisão. Deve-se listar todas as diretrizes possíveis e imagináveis e depois
selecionar as que apresentam coesão e que não apresentam redundância,
classificando-as como obrigatórias e ou desejáveis.
Diretrizes obrigatórias - As diretrizes obrigatórias podem ser de atributos
cuja presença ou ausência, ou cujo tipo determina que se elimine ou não uma
alternativa. Para as diretrizes paramétricas, são atribuídos limites superiores
e/ou inferiores a partir dos quais a alternativa passa a ser desejável ou
indesejável frente à diretriz.
Diretrizes desejáveis – As diretrizes desejáveis devem receber pesos de
acordo com sua ordem de importância. Os pesos para cada uma das diretrizes
desejáveis devem ser multiplicados por uma nota atribuída para cada
alternativa com relação ao atendimento ou não de cada diretriz.
Comparação das alternativas frente às diretrizes – Qualquer alternativa
que não atenda a uma das diretrizes obrigatórias deve ser eliminada.
Alternativas não eliminadas pelas diretrizes obrigatórias são comparadas frente
às diretrizes desejáveis; devem ter calculada sua média ponderada frente aos
pesos das diretrizes desejáveis para comparação entre si. As melhores
alternativas são as que atingem maior soma de pontos calculados pela soma
do resultado da nota alcançada pela alternativa referente a cada diretriz
multiplicada pelo peso da diretriz.
Avaliação dos riscos potenciais das decisões – Os riscos de qualquer
decisão dizem respeito à possibilidade de acontecer algo errado em função da
decisão tomada e da gravidade no caso de acontecer. Pode-se utilizar uma
escala de risco de 0 a 10, correspondente às probabilidades de 0% a 100% de
acontecer algo errado com relação à decisão tomada, o que deve se basear
em dados históricos e na experiência das pessoas envolvidas. A gravidade, ou
importância do fato adverso, caso ocorra, é calculado em relação ao todo
considerado, procurando-se valorizá-lo financeiramente. Uma ocorrência
adversa será tanto maior, quanto maior o prejuízo causado em relação ao todo;
por exemplo: se nossa decisão refere-se à construção ou não de uma lagoa de
contenção para o caso de transbordamento de um sistema de tratamento de
efluentes, com orçamento de 30 Mil Reais e que, caso aconteça, pode causar
um prejuízo ambiental que demandará recursos da ordem de 15 Mil Reais para
recuperação e pagamento de multas, o risco (prejuízo) representa uma
importância de 50% em relação ao todo (lagoa); neste mesmo caso, se
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utilizarmos uma escala de 0 a 10, o risco será igual a 5. A probabilidade de
acontecer, no exemplo usado, pode ser determinada por ocorrências em
sistemas semelhantes ou, se já existir, pelo histórico do sistema ou, ainda, pela
experiência das pessoas envolvidas. Caso não exista histórico, mas tenhamos
conhecimento da existência de outros cinco sistemas semelhantes em
funcionamento, com registro de que ocorreu transbordamento em um deles, o
risco será de 20% (= 100% x 1 ocorrência / 5 sistemas), ou igual a 2 em escala
de 0 a 10. Multiplicando-se a gravidade (neste caso igual a 5) pela
probabilidade (igual a 2), temos 10 pontos de risco total. A tabela a seguir nos
dá a classificação do risco calculado:
CLASSES DE RISCO ÍNDICE DE RISCO
80 pontos ou mais ALTÍSSIMO
50 a 79 pontos ALTO
30 a 49 pontos MÉDIO
10 a 29 pontos BAIXO
menos de 10 pontos BAIXÍSSIMO
No nosso exemplo, vemos que o índice é baixo, mas nossa experiência
nos diz que algo precisa ser feito para redução dos riscos envolvidos e
aumentar nosso conforto em relação à alternativa da decisão de não
construção da lagoa de contenção.
É possível que todas as alternativas impliquem em alto ou altíssimo
risco. Nesse caso, não há conforto para a tomada de decisão e então se deve
procurar novas alternativas, ou mudar os critérios de decisão para que
alternativas eliminadas passem a fazer parte do grupo selecionado. Pode-se,
também, passar a considerar alternativas com menor pontuação. Pode ser que
seja possível adotar alguma medida em relação à alternativa para redução dos
riscos envolvidos. No caso de não se encontrar alternativas viáveis para a
decisão, e não ser possível adotar medidas para redução dos riscos, pode
acontecer de nos vermos obrigados a decidir pela eliminação de um processo,
pela não execução de um projeto, pela reengenharia de um processo de
produção, etc. É possível que a alternativa seja pela execução de algo que não
gostaríamos de fazer. Mudando-se um pouco o nosso exemplo, poderíamos ter
uma situação em que fosse necessário construir a lagoa de contenção porque
a alternativa da não construção implicasse em alto risco.
Para as alternativas com baixíssimo índice de risco, em geral, não há
necessidade de se prever ações preventivas ou protetoras. Em alguns casos, a
experiência, ou registros históricos podem nos levar a adotar alguma medida
sobre alternativas com baixo índice de risco; então, um índice de risco baixo
inspira cuidados. Alternativas com médio índice de risco sempre implicam em
ações para aumento do grau de conforto em relação às mesmas e deve-se
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considerar como alternativas que necessitam cuidados especiais para serem
escolhidas. Alternativas com alto índice de risco, para serem escolhidas,
necessitam de justificativa e de medidas mitigadoras, protetoras ou preventivas
sobre os riscos, de forma a aumentar o grau de conforto quanto à decisão e
permitir que sejam escolhidas. Alternativas com altíssimo índice de risco devem
ser eliminadas, exceto no caso de que alguma medida possa ser adotada para
eliminar o risco.
Medidas para minimizar ou compensar os riscos – No caso da escolha
de alternativas para decisão que necessitem de medidas para redução do
índice de risco, pode-se adotar os seguintes tipos de medidas:
x Medidas de Proteção – São as medidas adotadas para reduzir a
gravidade caso aconteça algo;
x Medidas de Prevenção – São aquelas adotadas para reduzir a
probabilidade de algo acontecer;
x Medidas Mitigadoras – São as medidas adotadas para compensar
os danos possíveis e/ou certos de acontecer.
AÇÕES PROGRAMADAS
x Identificar o processo
x Identificar os problemas potenciais
x Avaliar os riscos dos problemas potenciais
x Identificar as causas dos problemas potenciais
x Determinar medidas mitigadoras, protetoras e preventivas
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construção ou não de uma lagoa de contenção para o caso de
transbordamento de um sistema de tratamento de efluentes, tenha-se decidido
pela construção, a análise de problemas potenciais para a construção da lagoa
como um todo poderia ser a seguinte:
ELABORAÇÃO DO PLANO
A primeira etapa de elaboração do plano vai da identificação do objeto
do planejamento até o desenvolvimento do plano de ações. Na segunda etapa
da elaboração do plano são desenvolvidos os sistemas de monitoramento e de
controle para o plano de ações e do próprio plano global.
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AS PARTES DO PLANO
x Propósito: o objeto do planejamento (tema ou assunto central)
x Revisão de literatura (informações)
x Visão sobre o tema (prognose)
x Objetivos
x Missão
x Políticas
x Classe do planejamento
o Unidade organizacional envolvida
o Nível de detalhamento do planejamento
o Prazo de duração
o Território de abrangência e áreas de influência na biosfera
x Problemas ocorridos, existentes e potenciais sobre o assunto
x Alternativas
x Diretrizes (obrigatórias e desejáveis)
x Metas
x Ações necessárias para atingir os objetivos e metas dentro dos
critérios e prioridades estabelecidos (tomada de decisão)
x Alvos a atingir
x Plano de ações para atingir os alvos/metas
x Sistema de monitoramento
x Sistema de controle
Propósito do planejamento
É o tema ou assunto central.
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Visão sobre o tema (prognose)
Perspectivas em relação ao assunto abordado no planejamento.
Objetivos
Descrever o que se pretende fazer em relação ao assunto abordado. É
onde se quer chegar, ou o que se quer ser em relação ao assunto.
Missão
Expressar o compromisso dos responsáveis pela execução do plano
(organização ou equipe) com relação ao assunto do planejamento. É a razão
de ser do objeto ou do objetivo do planejamento. A missão deve visar a
satisfação de alguma necessidade externa.
Políticas
Expressar as políticas para se atingir os objetivos e cumprir a missão.
A elaboração da política ambiental em organizações é o primeiro
requisito da NBR ISO 14.001, como segue:
“4.2 Política ambiental
A alta administração deve definir a política ambiental
da organização e assegurar que ela
a) seja apropriada à natureza, escala e impactos
ambientais de suas atividades, produtos ou serviços;
b) inclua o comprometimento com a melhoria contínua
e com a prevenção de poluição;
c) inclua o comprometimento com o atendimento à
legislação e normas ambientais aplicáveis, e demais
requisitos subscritos pela organização;
d) forneça a estrutura para o estabelecimento e
revisão dos objetivos e metas ambientais;
e) seja documentada, implementada, mantida e
comunicada a todos os empregados;
f) esteja disponível para o público.”
Classe do planejamento
Deixar claro o nível e tipo de planejamento e descrever suas
características principais. São as dimensões do planejamento.
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NÍVEL DE DETALHAMENTO DO PLANEJAMENTO
Definir o nível ou níveis organizacionais atingidos pelo planejamento
(estratégico, tático, operacional), áreas abrangidas (conceitual, psiclógica ou
humana, técnica), níveis organizacionais (operações, processos, relações,
identidade) e as responsabilidades pelas decisões em cada nível.
PRAZO DE DURAÇÃO
Definir o prazo de duração do plano e quem são os responsáveis pela
sua revisão.
Alternativas
Resumir a análise de decisão e listar as alternativas escolhidas neste
capítulo do plano.
Metas
Quantificar os objetivos para formar as metas a serem atingidas.
Ações
Listar as ações necessárias para atingir os objetivos e metas de acordo
com as diretrizes e prioridades estabelecidas (da análise de decisão).
Alvos a atingir
Priorizar e determinar prazos para atingir as metas. Definir a qualidade a
ser atingida em cada caso.
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Plano de ações para atingir os alvos
Resultado esperado
Com que fazer?
Quando fazer?
Quanto fazer?
Porque fazer?
Como fazer?
O que fazer?
O que usar?
Onde fazer?
(instalação)
(máquinas)
Quem faz?
(materiais)
(pessoal)
(método)
(motivo)
(prazos)
(ações)
(meta)
Ação 1
Ação 2
...
Ação n
Sistema de monitoramento
Descrever o sistema de monitoramento.Ver item “Sistema de
monitoramento" a seguir.
Sistema de controle
Descrever o sistema de controle. Ver item “Sistema de controle” a
seguir.
SISTEMA DE MONITORAMENTO
Quando se chega a esta fase do planejamento necessitamos ter em
mãos um rascunho do plano para identificarmos os parâmetros e os atributos
que devem ser monitorados, os quais serão os indicadores de que o plano está
sendo executado dentro dos critérios e padrões estabelecidos, ou não.
As atividades desta fase envolvem:
x Identificação dos objetivos do monitoramento;
x Identificação e listagem de parâmetros e atributos de avaliação
necessários para atender aos objetivos do monitoramento;
x Estabelecimento de critérios para avaliação dos parâmetros e
atributos;
x Estabelecimento do sistema de medição e coleta de dados;
x Estabelecimento do sistema de análise de amostras;
x Estabelecimento do sistema de análise estatística dos dados;
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x Estabelecimento do modelo de apresentação dos resultados do
monitoramento;
x Estabelecimento do sistema de divulgação dos resultados do
monitoramento.
SISTEMA DE CONTROLE
Controlar, na interpretação das normas ISO das séries 9000 e 14000,
corresponde ao “Act” do PDCA, ou seja, é a análise e interpretação dos dados
do monitoramento e o estabelecimento de ações ou medidas mitigadoras,
preventivas e corretivas com o objetivo de manter o que foi planejado dentro do
padrão, ou para melhorá-lo.
A NBR ISO 14.001 (ABNT, 1996) inclui o controle como parte do
requisito “4.4 Implementação e operação”, no item “Controle Operacional”,
transcrito a seguir:
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“A organização deve identificar aquelas operações e
atividades associadas aos aspectos ambientais significativos
identificados de acordo com sua política, objetivos e metas.
A organização deve planejar tais atividades, inclusive
manutenção de forma a assegurar que sejam executadas
sob condições específicas através
a) do estabelecimento e manutenção de
procedimentos documentados, para abranger situações
onde sua ausência possa acarretar desvios em relação à
política ambiental e aos objetivos e metas;
b) da estipulação de critérios operacionais nos
procedimentos;
c) do estabelecimento e manutenção de
procedimentos relativos aos aspectos ambientais
significativos identificáveis de bens e serviços utilizados pela
organização, e da comunicação dos procedimentos e
requisitos pertinentes a serem atendidos por fornecedores e
prestadores de serviços.”
36
Zoneamento ambiental
37
Planejamento ambiental e EIA/RIMA
38
Planejamento ambiental e Agenda 21
39
Planejamento ambiental e ISO 14000
40
Bibliografia citada
41
ANEXOS
ANEXO I - Glossário
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Alternativas – Ações cabíveis, exigidas ou desejadas, para se resolver
um problema ou se atingir um objetivo.
Alvo – O ponto exato a que se quer chegar no tempo e espaço, em
qualidade e quantidade definidas.
Ambiente – (1) A biosfera terrestre. (2) Circunvizinhança em que uma
organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna,
seres humanos e suas inter-relações; nota – neste contexto, circunvizinhança
estende-se do interior das instalações para o sistema global3.
Análise – Estudo de algo com o objetivo de descobrir como ocorre,
atributos.
3
NBR ISO 14004 - Sistemas de gestão ambiental – Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas
e técnicas de apoio. ABNT, 1996.
4 NBR ISO 14004 ...
5
NBR ISO 14010 – Diretrizes para auditoria ambiental – Princípios gerais. ABNT, 1996.
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evidencias que determinem se o sistema de gestão ambiental de uma
organização esta em conformidade com os critérios de auditoria do sistema de
gestão ambiental estabelecido pela organização, e para comunicar os
resultados deste processo à administração. 6
Bem – Coisa de valor.
Controlar - Controlar é entendido como tomar ações para manter as
operações e atividades de acordo com um padrão estabelecido e ajustar quando
necessário, a partir da comparação com o padrão (regido pelo item 4.4.6 da ISO
14001:1996).7
Correção – Alteração de um objeto, processo ou fenômeno de forma a
enquadrá-lo em padrões pré-estabelecidos.
Critério – (1) Forma de julgar o certo do errado, ou o melhor do pior. (2)
Limites pré-estabelecidos para características (parâmetros e atributos) e alvos.
Critérios ambientais - Políticas, práticas, procedimentos ou requisitos
ambientais em relação aos quais se compara evidências coletadas sobre um
objeto ou fenômeno estudado.
Desempenho ambiental - Resultados mensuráveis do sistema de gestão
ambiental, relativos ao controle de uma organização sobre seus aspectos
ambientais, com base na sua política, seus objetivos e metas ambientais. 8
Diretriz – Indicação (políticas, propósitos, critérios, etc) para se levar a
termo um objetivo, ou um plano, ou um negócio, etc.
ECO-92 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, Rio de Janeiro, 1992.
Estratégia – Diretrizes de uma organização que dizem respeito à sua
identidade, objetivos e políticas.
Evidências - informações verificáveis, registros ou declarações,
qualitativas ou quantitativas.
Fim – Finalidade ou objeto de interesse maior.
Gestão – Administração.
Identidade – É o que identifica um projeto, organização, ou operação,
políticas.
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Interpretação NBR ISO 14001 (1996). Cb-38/Sc-01/Grupo de Interpretação, ABNT, Julho/2001.
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Impacto ambiental - Qualquer modificação do meio ambiente, adversa
ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou
serviços de uma organização. 9
Indicadores Ambientais - Parâmetros (quantitativos) ou Atributos
(qualitativos) usados para monitoramento ambiental.
Instituição – Unidade social organizada e legalmente constituída;
exemplos de instituições: associações, empresas, projetos, etc.
ISO - International Standardization Organization (Organização
Internacional de Padronização).
Manejo – Conjunto de técnicas e ações utilizadas para tratar de um
objeto, ou processo, ou fenômeno, etc.
Medidas Compensatórias – Medidas para compensar impactos
ambientais.
Medidas Mitigadoras – Medidas adotadas para reduzir impactos
ambientais.
Meta – Objetivo quantificado.
Meta ambiental - Requisito de desempenho detalhado, quantificado
sempre que exeqüível, aplicável à organização ou partes dela, resultantes dos
objetivos ambientais e que necessita ser estabelecido e atendido para que tais
objetivos sejam atingidos. 10
Missão – Compromisso.
Missão Ambiental – Compromisso de uma organização com a
conservação e preservação do ambiente.
Monitorar - É entendido como medir ou avaliar ao longo do tempo
(regido pelo item 4.5.1 da ISO 14001:1996).11
Monitoramento Ambiental – (1) Processo de levantamento periódico de
dados sobre indicadores ambientais e avaliação da sua evolução com relação
a padrões pré-estabelecidos, ou com relação à sua normalidade ao longo do
tempo. É um instrumento do controle e preservação ambiental. (2)
Determinação contínua e periódica da quantidade de poluentes ou de
contaminação radioativa presente no ambiente (Banco Mundial,1978). (3)
Acompanhamento através de análises qualitativas dos atributos ou
quantitativas dos parâmetros de um recurso natural, com o objetivo de
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Interpretação NBR ISO 14001 (1996). Cb-38/Sc-01/Grupo de Interpretação, ABNT, Julho/2001.
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determinar e avaliar suas condições ao longo do tempo. Medição repetitiva,
discreta ou contínua, ou observação sistemática da qualidade ambiental. (4) Na
avaliação de impacto ambiental, refere-se à observação e registro das
características ambientais (atributos e parâmetros) antes, durante e após o
início da implantação de um projeto, com o objetivo de avaliar as alterações ao
longo do tempo e testar as hipóteses e previsões dos impactos e as medidas
mitigadoras previstas ou necessárias.
Objetivo – Propósito que se pretende atingir.
Objetivo ambiental - Propósito ambiental global, decorrente da política
ambiental, que uma organização se propõe a atingir, sendo quantificado
sempre que exeqüível. 12
Objeto do Planejamento – É o foco do planejamento, é o tema ou
assunto central.
Operação – Processo ou seqüência de ações para produção de um bem
ou prestação de um serviço.
Organização – (1) É uma instituição constituída por uma equipe de
pessoas que trabalham para a consecução de objetivos comuns. (2)
Companhia, corporação, firma, empresa ou instituição, ou parte ou combinação
destas, pública ou privada, sociedade anônima, limitada ou com outra forma
estatutária, que tem funções e estruturas administrativa próprias13.
Parâmetros - Características quantitativas.
Parte interessada - Indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo
desempenho ambiental de uma organização.
Planejamento – Processo de organização previa das atividades futuras
com base no conhecimento do passado para se atingir um objetivo ou meta.
Planejamento Ambiental – Processo de organização do trabalho de uma
equipe para consecução de objetivos comuns, de forma que os impactos
resultantes que afetam negativamente o ambiente em que vivemos sejam
minimizados e que os impactos positivos sejam maximizados.
Plano – O documento escrito resultante de um planejamento.
Política – Critério estratégico.
Política ambiental - Declaração da organização, expondo suas intenções
e princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que provê uma
estrutura para ação e definição de seus objetivos e metas ambientais.
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Prevenção – Medidas para evitar que algo aconteça no futuro.
Prevenção de poluição - Uso de processos, práticas, materiais ou
produtos que evitem, reduzam ou controlem a poluição, os quais podem incluir
reciclagem, tratamento, mudanças no processo, mecanismos de controle, uso
eficiente de recursos e substituição de materiais. NOTA - Os benefícios
potenciais da prevenção de poluição incluem a de impactos ambientais
adversos, a melhoria da eficiência e a redução de custos. 14
Princípios – Políticas básicas de ação.
Prioridades – O que é exigido ou o que se deseja mais do que outras
coisas.
Problema – (1) Qualquer coisa, fato ou fenômeno que ainda não foi
devidamente estudado e do qual não se conhece ou as causas, ou as
conseqüências, ou ambos. (2) Qualquer coisa, fato ou fenômeno indesejável.
Problemas Potenciais – Problemas que podem ser previstos como
desvios de atividades ou processos.
Processos – Seqüência de passos ou ações para: se atingir um objetivo,
meta, ou alvo, ou para a produção de um bem, ou prestação de um serviço.
Prognose – Previsão de ocorrência futura com bases estatísticas.
Programa – Grupo de projetos ou planos em um mesmo nível de
detalhamento, ou em níveis hierárquicos encadeados.
Projeto – Um plano para consecução de um objetivo com cronograma e
orçamento próprios para sua execução, agindo como uma unidade social
independente e legalmente constituída.
Propósito – O objeto de uma decisão ou plano. O que se pretende fazer
ou realizar.
Recursos – As coisas físicas disponíveis para execução de qualquer
atividade humana.
Relações – Todo tipo de fornecimento ou troca existente em uma
organização, ou entre uma organização e o meio em que atua.
Requisito – Exigência ou condição para se obter ou atingir certo objetivo.
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) - A parte do sistema de gestão
global que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento,
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para
14
NBR ISO 14004 ...
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desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política
ambiental. 15
Táticas – Diretrizes de uma organização que dizem respeito às suas
relações e processos.
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ANEXO II – DECLARAÇÃO DO RIO SOBRE AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO
TRADUÇÃO16: Eduardo Pagel Floriano
Princípio 1
Os Seres Humanos são o centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável.
Todos têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza.
Princípio 2
Os Estados têm, em acordo com a Carta das Nações Unidas e os princípios de direito
internacional, o direito soberano de explorar seus próprios recursos de acordo com suas
próprias políticas ambiental e de desenvolvimento, e a responsabilidade de garantir que as
atividades dentro de sua jurisdição ou controle não causam prejuíso ao ambiente de outros
Estados ou de áreas além dos limites de jurisdição nacional.
Princípio 3
O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de forma a encontrar equivalência quanto
ao atendimento das necessidades em termos de desenvolvimento e ambientais das
gerações atual e futuras.
16 Nota: Procurou-se realizar a presente tradução o mais próximo possível da forma literal por tratar-se de um
documento oficial e para manter-se o sentido do texto original em inglês.
17 Report of the United Nations Conference on the Human Environment, Stockholm, 5-16 June 1972. Anais... United
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Princípio 19
Os Estados devem providenciar prévia e oportuna notificação e informação relevante aos
Estados potencialmente afetados por atividades que podem ter um significativo efeito
ambiental adverso transfronteiriço e devem consultar aqueles Estados em um estagio
prematuro e de boa fé.
Princípio 20
A mulher tem um papel vital na gestão e desenvolvimento ambientais. Sua plena
participação, consequentemente, é essencial para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Princípio 21
A criatividade, ideais e coragem dos jovens do mundo deve ser mobilizada para forjar a
participação global com a intenção de alcançar o desenvolvimento sustentável e assegurar
um futuro melhor para todos.
Princípio 22
Os povos indígenas e suas comunidades e outras comunidades locais têm um papel vital na
gestão e desenvolvimento devido ao seu conhecimento e práticas tradicionais. Os Estados
devem reconhecer e apoiar a manutenção de sua identidade, cultura e interesses para
habilitar sua efetiva participação na busca do desenvolvimento sustentável.
Princípio 23
O ambiente e recursos naturais dos povos sob opressão, dominação e ocupação devem ser
protegidos.
Princípio 24
A gerra é inerentemente destrutiva do desenvolvimento sustentável. Os Estados devem,
portanto, respeitar as leis internacionais, providenciando proteção para o ambiente em
épocas de conflito armado e cooperar com a promoção do seu desenvolvimento, como
necessário.
Princípio 25
Paz, desenvolvimento e proteção ambiental são interdependentes e indivisíveis.
Princípio 26
Os Estados devem resolver todas suas disputas ambientais pacificamente e por meios
apropriados de acordo com as diretrizes das Nações Unidas.
Princípio 27
Os Estados e Povos devem cooperar de boa fé e em espírito de parceria no cumprimento
dos princípios listados nesta Declaração e no desenvolvimento seqüencial de legislação
internacional no campo do desenvolvimento sustentável.
*****
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ANEXO III – MODELO DE SGA CONFORME A ISO 14001
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ANEXO IV – PLANEJAMENTO NA LEI ESTADUAL N° 11520/00-RS
“LEI ESTADUAL N° 11520 - Código Estadual do Meio Ambiente do
Estado do Rio Grande do Sul, de 03 de agosto de 2000.
...
Capítulo II
DO PLANEJAMENTO
Art. 16 - Os programas governamentais de âmbito estadual ou municipal
destinados à recuperação econômica, incentivo à produção ou exportação,
desenvolvimento industrial, agropecuário ou mineral, geração de energia e
outros que envolvam múltiplos empreendimentos e intervenções no meio
ambiente, em especial aqueles de grande abrangência temporal ou espacial,
deverão obrigatoriamente incluir avaliação prévia das repercussões ambientais,
inclusive com a realização de audiências públicas, em toda sua área de
influência e a curto, médio e longo prazos, indicando as medidas mitigadoras e
compensatórias respectivas e os responsáveis por sua implementação.
Parágrafo único - Incluem-se entre os programas referidos no “caput”
deste artigo os planos diretores municipais, planos de bacia hidrográfica e
planos de desenvolvimento regional.
Art. 17 - O planejamento ambiental tem por objetivos: I - produzir
subsídios à formulação da Política Estadual de Controle do Meio Ambiente; II -
articular os aspectos ambientais dos vários planos, programas e ações
previstas na Constituição do Estado, em especial relacionados com: a)
localização industrial; b) manejo do solo agrícola; c) uso dos recursos minerais;
d) aproveitamento dos recursos energéticos; e) aproveitamento dos recursos
hídricos; f) saneamento básico; g) reflorestamento; h) gerenciamento costeiro;
i) desenvolvimento das regiões metropolitanas, aglomerações e microrregiões;
j) patrimônio cultural, estadual, especialmente os conjuntos urbanos e sítios
valor ecológico; l) proteção preventiva à saúde; m) desenvolvimento científico e
tecnológico. III - elaborar planos para as Unidades de Conservação, espaços
territoriais especialmente protegidos ou para áreas com problemas ambientais
específicos; IV - elaborar programas especiais com vista à integração das
ações com outros sistemas de gestão e áreas da administração direta e
indireta do Estado, União e municípios, especialmente saneamento básico,
recursos hídricos, saúde e desenvolvimento urbano e regional; V - estabelecer,
com apoio dos órgãos técnicos competentes, as condições e critérios para
definir e implementar o Zoneamento Ambiental do Estado; VI - prover a
manutenção, preservação e recuperação da qualidade físico-química e
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biológica dos recursos ambientais; VII - criar, demarcar, garantir e manter as
Unidades de Conservação, áreas de sítios históricos, arqueológicos,
espeleológicos, de patrimônio cultural artístico e paisagístico e de ecoturismo;
VIII - incluir os aspectos ambientais no planejamento da matriz energética do
Estado; IX - reavaliar a política de transportes do Estado, adequando-a aos
objetivos da Política Ambiental.
Art. 18 - O planejamento ambiental terá como unidades de referência as
bacias hidrográficas e será executado pelo Sistema Estadual de Proteção
Ambiental - SISEPRA, através dos seguintes instrumentos: I - gerenciamento
das bacias hidrográficas; II - institucionalização dos comitês de bacias, cujas
propostas deverão ser embasadas na participação e discussão com as
comunidades atingidas e beneficiadas; III - compatibilização dos planos
regionais de desenvolvimento com as diretrizes ambientais da região,
emanadas do Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA; IV -
realização do diagnóstico ambiental e Zoneamento Ambiental do Estado.
Parágrafo único - Os Planos Diretores Municipais deverão atender aos
dispositivos previstos neste Código.
Art. 19 - O Conselho Estadual de Energia (CENERGS) e o Conselho
Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA) promoverão reavaliação e
redimensionamento completos da matriz energética do Estado, nos termos do
artigo 162 da Constituição Estadual, dando ênfase especial às estratégias de
conservação de energia e minimização de desperdícios.
Art. 20 - O planejamento da matriz energética do Estado priorizará a
pesquisa e implementação de opções de energia alternativa descentralizada e
renovável.
Art. 21 - Compete ao Poder Público estabelecer níveis de luminosidade
e aeração adequados para os espaços internos e externos, garantindo a
saúde, conforto e bem estar da população.”
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