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1 - HISTÓRICO E DEFINIÇÕES
2 - PRINCÍPIOS
- P. da ANÁLISE: a análise criminal deve sempre seguir o método científico (formulação de hipóteses
coerentes com base numa metodologia reprodutível e aceita pelos seus pares).
- P. da INTERPRETAÇÃO/ INDIVIDUALIDADE (II): dois objetos podem ser difíceis de serem distinguidos, mas
nunca serão idênticos. A perícia procura sempre fazer uma interpretação inequívoca, individualizando aquele
elemento de prova.
- P. da DESCRIÇÃO: os resultados dos exames periciais devem ser descritos de forma clara, sendo
racionalmente dispostos e bem fundamentados em princípios científicos. Linguagem técnica e juridicamente
perfeita.
- P. da DOCUMENTAÇÃO: toda amostra deve ser documentada desde o momento em que é constatada pelo
perito no local do crime + exames complementares laboratoriais + destruição após autorização judicial
Cadeia de Custódia da prova material.
Resumo:
- Há sempre uma parcela de subjetividade do Perito Criminal ao analisar elementos materiais (vestígios). Há
sempre a possibilidade de um viés cognitivo (tendência a pensar de certa maneira que pode levar a decisões
equivocadas) nessa construção.
- Princípio da Verdade Real P. da VEROSSIMILHANÇA: a verdade real, em termos absolutos, pode se revelar
inatingível. O P. da Verossimilhança revela a versão verossímil que se encaixa nos elementos técnicos colhidos
no trabalho de IC.
- Art. 157 CPP; Provas Ilícitas = provas ilícitas propriamente ditas + provas ilegítimas. A prova derivada da
prova ilícita deverá ser expurgada do processo.
- Art. 158 CPP; quando a infração deixar vestígios será INDISPENSÁVEL o exame de corpo de delito direto ou
. Infrações penais que deixam vestígios (delictas factis permanentis) ECD. NÃO TRANSEUNTE.
. Infrações penais que não deixam vestígios (delictas factis transeuntes) não há que se falar em ECD.
TRANSEUNTE.
- 184 CPP.
- Art. 160; o laudo pericial será elaborado no prazo de 10 DIAS. Tal prazo pode ser prorrogado, em casos
excepcionais a requerimento dos peritos.
- Art. 161; o exame de corpo de delito poderá ser feito a QQ hora do dia ou da noite.
- Art. 162; a autópsia será feita pelo menos 06 horas após o óbito.
. Morte violenta: bastará o simples exame externo do cadáver quando não houver crime a ser apurado.
Exemplo: acidente de carro. Mesmo caso ocorrerá quando as lesões externas permitirem precisar a causa da
morte e não houver exame interno para averiguar alguma circunstância relevante.
- Art. 163; Exumação: em dia e hora previamente marcados será realizará a diligência. O administrador de
cemitério público ou particular indicará indicará o lugar da sepultura; sob pena de desobediência. As
exumações podem ser requeridas administrativamente ou judicialmente pelos herdeiros ou pelas
autoridades.
- Art. 164
- Art. 166: em caso de dúvida sobre a identidade do cadáver auto de reconhecimento e identidade.
- Art. 167; não sendo possível o ECD por terem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-
lhe a falta.
- Art. 168
- Art. 169:
. Os peritos registrarão no LAUDO as alterações do estado das coisas;
. Os peritos discutirão no RELATÓRIO as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
- Art. 170
- Art. 171
- Art. 173
- Art. 174
- Art. 177
- Art. 182
- Art. 184
3 - PROVAS, VESTÍGIOS, EVIDÊNCIAS E INDÍCIOS
- Há 3 tipos de provas:
1. Testemunhal
2. Documental: escritos públicos ou particulares.
3. Material
. E: é o vestígio que já tem constatado (técnico e cientificamente) sua relação com o fato.
Fase Processual
. I: conhecido e provado.
<Inequívoca relação com o fato>.
4 - LOCAL DO CRIME
- Classif. Quanto à NATUREZA da área
. L. Externo: “acesso livre”, ou seja, sem delimitações físicas que impeçam ou dificultem a entrada.
. L. Interno: há algum tipo de obstrução ou cercamento.
. L. IMEDIATO: onde se deu a CONSTATAÇÃO DO FATO CRIMINOSO (local em que o fato ocorrera). Ponto
inicial da IC. Um local imediato pode ter mais de um local relacionado.
. Local MEDIATO: local adjacente ao local imediato (próximo/mediato = mediações).
. L. Relacionado: apresenta vestígios relacionados com a ocorrência, porém NÃO se conecta geograficamente
ao local imediato.
. L. INIDÔNEO: alterações desnecessárias no local, que não tenham por objetivo a preservação da segurança
ou da vida da vítima.
. Isolamento: retirar TODAS as pessoas do local do crime até a chegada dos peritos.
<um local pode estar isolado, mas não estar preservado>
. *Delimitação: perímetro visual para o local de crime através de cordas, fitas, cones, etc.
*O Guarnecimento e a Delimitação não são primordiais para a preservação, visto que há casos que o local se
encontra preservado sem esses elementos.
2. PC, PRF e GM: Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Guarda Municipal.
- TIPO DE ISOLAMENTO
I. SIMPLES:
. Local com pequena aglomeração de pessoas;
. Área que não oferece riscos à equipe;
. Deve englobar todos os vestígios identificados;
. Distância de no mínimo 5 METROS do último vestígio.
I. SEGMENTADO:
. Local com grande aglomeração de pessoas: familiares da vítima, mídia, autoridades, etc.
. Segmenta-se a área de isolamento em isolamentos secundários, destinados aos diversos segmentos
presentes no local.
1º Nível de Isolamento destinado unicamente ao PERITO. Local em que se concentram os vestígios. Dist.
mínima de 5 metros entre o vestígio mais distante e o isolamento primário.
Outros familiares, vítimas, repórteres, autoridades, policiais, etc.
. Objetivo do I. Segmentado: facilitar o controle das pessoas não relacionadas aos exames periciais.
I. de SEGURANÇA:
1 - Área que oferece riscos à integridade física da equipe.
Exemplo: locais com grande comoção social ou áreas com alto índice de confrontos.
. Faixa de Segurança no entorno do local com emprego do maior número de unidades policiais com
armamento adequado, estando todas voltadas para fora do local com atenção direta para a fonte da ameaça;
. Os peritos devem utilizar coletes de proteção balística.
. Perícia Papiloscópica: conjunto de técnicas utilizadas na busca e no exame de impressões papilares com a
finalidade de identificar as pessoas que a produziram, utilizando levantamento e o confronto papiloscópico.
- Apenas o Perito Criminal possui as informações técnicas sobre como coletar e armazenar adequadamente
cada fluido biológico encontrado na cena do crime, a fim de preservá-lo até a chegada do laboratório.
- Não existem análises capazes de determinar a cronologia de um disparo de arma de fogo. O exame realizado
pela STFQL determina, apenas, se a arma já efetuou algum disparo.
- Distância do tiro:
. Tiro Distante caracterizado pela ausência dos Efeitos Secundários do disparo no alvo. Apenas Efeitos
Primários.
. Tiro à Curta Distância caracterizado pela presença dos Efeitos Secundários do disparo no alvo.
. Tiro Encostado lesão produzida pela ação do projétil e dos gases resultantes da deflagração da pólvora
quando a boca do cano está junto ao alvo (Efeito Primário + Efeito Secundário).
CADEIA DE CUSTÓDIA
Conceito:
. Contribui para manter e documentar a história cronológica da evidência;
. Rastrear a posse a o manuseio da amostra a partir do preparo do recipiente coletor, da coleta, do transporte,
do recebimento, da análise e do armazenamento. Inclui toda a sequência de posse;
. Sucessão de eventos e procedimentos realizados de forma segura e confiável, iniciados na cena do crime,
que promovem a idoneidade e integridade da evidência até a sua utilização pelo Poder Judiciário como
elemento probatório;
. Garantia da autenticidade dos materiais que serão submetidos a exames, desde a coleta até o final da perícia
realizada;
. Zelo na preservação dos vestígios;
. Procedimento operacional padrão e metodologia específica;
. Etapa sequenciada de documentação e responsabilização do vestígio, desde sua observação, registro, coleta,
armazenamento, transporte e análise, enquanto o mesmo estiver sendo custodiado;
. Sempre haverá alguém a ser responsabilizado pela idoneidade da prova pericial em todas essas etapas até a
mesma se tornar prova material no processo penal;
. Não há na legislação brasileira vigente nenhuma referência explícita à cadeia de custódia das provas
materiais. Porém, por interpretação (hermenêutica) constata-se em determinados artigos do CP a
obrigatoriedade de sua existência.
A Cadeia de Custódia divide-se em:
1. Cadeia de Responsabilidade registro documental. É através do registro documental que saberemos
todas as pessoas que tiveram a posse daquela prova, responsabilizando-se por ela em um determinado
momento. Sempre haverá alguém passível de responsabilização.
2. Cadeia de Integridade inteireza do vestígio para sua credibilidade. Devem ser registradas todas as
análises e manipulações feitas naquele espécime (vestígio específico). Segunda etapa do registro documental
acima. Local adequado para o armazenamento das evidências (Centro de Custódia).
2. REGISTRO
Registro do exato ponto onde o vestígio foi constatado e nas condições originais até aquele momento,
fazendo-se a descrição detalhada, fotografia e amarração do vestígio.
3. IDENTIFICAÇÃO
Garante que o objeto que chega à fase final do processo é aquele mesmo objeto visualizado, registrado e
recolhido do local de crime.
4. ENCAMINHAMENTOS
Garantia da rotina de trânsito, manipulação, análises e retornos dos resultados com a checagem do material
recebido, visando a certeza de que se está recebendo o vestígio original coletado no local de crime.
COLETA DE VESTÍGIOS - ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE
. A maior parte dos erros cometidos no levantamento pericial ocorre ao se coletar as amostras. Os erros mais
comuns são a insuficiência da amostra e a falta de fornecimento de padrões de comparação. A análise da
evidência usualmente requer a destruição de parte do material, portanto, deve-se coletar uma amostra
suficiente.
. Para manter a individualidade da amostra, cada peça deve ser acondicionada separadamente e não deve
fazer parte de um mesmo recipiente, a não ser pelo emprego de invólucros resistentes, de modo que seja
afastado todo e QQ perigo de se misturarem os materiais.
. A escolha do recipiente dependerá do tamanho do exemplar, da sua fragilidade, do seu estado físico e da
maneira de ser transportado.
As técnicas e maneiras empregadas para a coleta de materiais diferem para cada tipo de vestígio. São elas:
a) Sangue:
A amostra de sangue deve ser coletada da maneira “mais seca possível”. Caso a roupa da vítima esteja
impregnada, deve-se cortar um fragmento tão maior quanto possível, vez que o sangue não apresenta grande
quantidade de células nucleadas de onde será extraído o DNA.
. Mancha aderida a alguma superfície deverá ser raspada com bisturi esterilizado ou descartável.
. Mancha úmida coletada com auxílio de papel feltro.
b) Esperma:
. Ressecado sobre a pele da vítima raspagem da mancha.
. Existente em peças de roupa as roupas deverão ser cuidadosamente dobradas, separando cada dobra
com uma folha de papel branco.
O esperma existente no ambiente vaginal ou anal deve ser recolhido pelo médico legista.
c) Peças de Roupa:
. Cada peça deve ser seca naturalmente, isso é, não deve ser exposta a raios solares e nem a outra fonte de
calor.
. Cada peça deve ser embrulhada separadamente, evitando-se dobrá-la separadamente.
f) Projéteis e Estojos
. Devem ser manuseados quanto menos possível. Evitando-se todo e qualquer contato com algum objeto
resistente.
. Evite utilizar pinça.
. Os projéteis devem ser acondicionados individualmente por papel e colocados me envelopes.
i) Bilhetes e Cartas
. Quando encontrados nos locais, devem ser levados ao Instituto de Criminalística, onde os Peritos
providenciarão xerocópias das mesmas, que serão anexadas ao laudo.
k) Drogas apreendidas
. O material será pesado, descrito, analisado quimicamente e será retirada uma amostra do total para ser
encaminhada em envelope de segurança lacrado ao laboratório para a realização do exame definitivo de
droga.
. O restante da droga ficará na delegacia em envelope de segurança lacrado para ser incinerado após
autorização judicial.