Vous êtes sur la page 1sur 76

Municípios e

Comunidades
Saudáveis

Guia
dos Prefeitos
para Promover
Qualidade de Vida

Divisão de Promoção e Proteção da Saúde

Organização
Pan-Americana
da Saúde
Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde
ISBN 92 75 72414 8

Agradecimentos
Um especial reconhecimento e apreço pelas pessoas que generosamente contribuíram para
a preparação desta publicação. O texto original desta publicação foi preparado por Cristiane
Paulin Simon, Karina Chierzi e Cláudia Maria Bógus, sob a supervisão de María Teresa
Cerqueira, Diretora da Divisão de Promoção e Proteção da Saúde (HPP) da OPAS/OMS.
Algumas avaliações foram realizadas durante os diferentes estágios do processo de elabora-
ção do material por prefeitos, autoridades sanitárias, comunicadores e educadores em
saúde do Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador,
México, Peru e Estados Unidos da América. Valiosos comentários e sugestões foram dados
por consultores e pontos focais de Promoção da Saúde em cada país da região e pela
representação da OPAS na fronteira EUA-México. Contribuições importantes foram dadas
pela Sede da OPAS em Washington, DC, especialmente pela equipe da Divisão de Promoção
e Proteção da Saúde e também pelas equipes das Divisões de Desenvolvimento de Sistemas
e Serviços de Saúde, Saúde e Desenvolvimento Humano, Saúde e Meio-Ambiente, Prevenção
e Controle de Doenças, bem como do Programa Expandido de Imunização e Programa de
Preparação de Emergência e Auxílio em Desastres.
Uma versão revisada deste material em espanhol e inglês foi testada por Marilyn Rice,
Coordenadora Regional em Comunicação em Saúde e ponto focal de Municípios e
Comunidades Saudáveis na Divisão de Promoção e Proteção da Saúde (HPP), no Chile com
prefeitos e outras autoridades locais e nacionais do Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica,
Equador, El Salvador, México e Estados Unidos. Uma versão em português foi testada por
Cláudia Maria Bógus e Rosilda Mendes no Brasil. Diversas revisões e edições foram realiza-
das pela equipe da OPAS, incluindo as seguintes pessoas: Cláudia Maria Bógus, Amina
Bouadis, Julieta Conrad, Claudia Conti, Alejandro De la Torre, Patrícia Owen, Aaron Rak,
Marilyn Rice, Gabriela Ruiz e Daniele Pompei Sacardo. Agradecimentos especiais à Unidade
de Tradução e à Divisão de Informação Pública da OPAS (DPI), especialmente à Bola
Oyeleye, pelo desenho e configuração deste Guia. Este Guia foi elaborado e produzido com
o generoso apoio da Fundação Kellogg.
Índice
Prefácio i
Introdução 1
Componentes do Guia 4
Guia dos Prefeitos e outras Autoridades Locais 5
Conceitos chaves relacionados à estratégia de
Municípios e Comunidades Saudáveis (MCS) 7
Qual é a importância deste material informativo sobre Municípios
e Comunidades Saudáveis para prefeitos e autoridades locais? 7
O que é a estratégia de Municípios e Comunidades Saudáveis? 8
O que entendemos como uma visão integral da saúde? 8
O que queremos dizer com Promoção da Saúde? 9
O que queremos dizer com participação comunitária? 10
O que queremos dizer com criação de alianças
estratégicas efetivas? 10
O que queremos dizer com políticas públicas saudáveis? 10
Por que a estratégia de MCS tem sido bem sucedida e
despertado interesse na Região das Américas? 11
Quais são os elementos essenciais para a implantação da
estratégia de Municípios e Comunidades Saudáveis? 11
Sustentabilidade: Como garantir a continuidade da iniciativa
de Municípios e Comunidades Saudáveis? 13
Estabelecendo Redes de Municípios e Comunidades Saudáveis 13
Por que a avaliação é importante? 14
Municípios e Comunidades Saudáveis: Recursos 16
Diretrizes para a Avaliação da estratégia de Municípios e
Comunidades Saudáveis(MCS) 19
Glossário dos termos utilizados neste Guia 29
Exemplos de boas práticas que estão sendo implementadas 33
Acordos, Declarações e Convenções Internacionais 41
Representações da OPAS/OMS nos países, Centros Colaboradores
e Redes Internacionais, Nacionais e Locais de Municípios e
Comunidades Saudáveis 59
Representações da OPAS/OMS 61
Centros Colaboradores da OMS 64
Redes Internacionais 64
Redes nacionais, estaduais e locais de comunidades, cidades
e municípios saudáveis 65
Prefácio

Promovendo a Qualidade de Vida através de


Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos
Prefeitos e outras Autoridades Locais

A
estratégia de Municípios e Comunidades Saudáveis (MCS) representa
a concretização de uma das abordagens locais mais efetivas da pro-
moção de saúde. Sob a ótica da saúde como qualidade de vida, as
ações da estratégia de MCS têm como enfoque estratégico os deter-
minantes da saúde mais do que as conseqüências em termos da doença. Em
resumo, o que se pretende é facilitar os mecanismos para que as pessoas pos-
sam melhorar suas condições de vida. A estratégia de MCS também enfoca a
união entre autoridades locais e membros da comunidade e o estabeleci-
mento e fortalecimento de parcerias.

A tendência global dirigida à descentralização das políticas sociais, da distribui-


ção e da administração dos recursos, destaca o papel preponderante que devem
desempenhar as autoridades locais, especialmente os prefeitos, na distribuição
e administração dos recursos. Cabe ressaltar que na maioria dos países da
América, o poder local político, administrativo e legal recai sobre as autoridades
municipais, eleitas, na sua maioria, por voto direto, que têm sob sua jurisdição
as áreas urbanas e, também, os subúrbios tanto semi-urbanos como rurais. Na
região tem-se atribuído papel de destaque às autoridades municipais, refletindo i
o processo de descentralização, delegação de poderes e de fortalecimento da
democracia. A estratégia de MCS promove a saúde da população uma vez que
contribui para maior equidade e participação social.
Devido à posição de liderança, prefeitos e outras autoridades locais participam
cada vez mais na definição de políticas e na execução de programas que bene-
ficiam as comunidades sob sua jurisdição. Eles constituem-se em pontos focais
para a coordenação das ações multisetoriais entre as organizações estatais, as
instituições não-governamentais e as comunidades.
Em essência, um município saudável é aquele que tendo alcançado um pacto
social entre as organizações representativas da sociedade civil, as instituições de
vários setores e as autoridades políticas locais, compromete-se com a promoção
da saúde, visando a melhoria da qualidade de vida da população. A chave para
construir um Município ou Comunidade Saudável é muitas vezes uma mudança
de atitude quanto aos modos de promover a saúde no sentido mais amplo, atra-
vés de mudanças nas políticas, legislações e serviços que geralmente o municí-
pio provê. Portanto, é fundamental que todo o corpo técnico municipal conhe-
ça em que consiste a estratégia de MCS e que a adote em suas rotinas, pois todos
os setores podem realizar contribuições construtivas para esta abordagem. É
importante que a estratégia seja implementada intersetorialmente porque várias
ações fora da área da saúde são determinantes para a melhoria da qualidade de
vida da população.
É importante reconhecer que além do papel preponderante que o governo local
tem de criar uma comunidade ou município saudável, no entanto ele não pode
fazê-lo sozinho. Os membros da comunidade, quaisquer que sejam seus inte-
resses prioritários – meio-ambiente, saúde, atividades sociais, educação, segu-
rança, obras públicas e outros – também são responsáveis e partícipes em mel-

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


horar as condições de vida e de saúde e a qualidade de vida dos que vivem
nesta comunidade. Todos os cidadãos e suas famílias devem envolver-se nos
assuntos referentes à sua cidade e bairro onde vivem, trabalham e se diver-
tem, para buscar uma ação coletiva pela solução compartilhada dos proble-
mas da sua comunidade no que se refere às condições de vida e saúde, mel-
horando o meio-ambiente, estilos de vida, serviços públicos, segurança, con-
vivência e outros fatores protetores.
Portanto, convocamos a todos os prefeitos e outras autoridades locais a
somar-se ao compromisso da “Promoção da Saúde, para uma maior eqüida-
de: das idéias à prática”, assinado na Declaração do México no ano 2000, na
V Conferência Mundial de Promoção da Saúde.

Dr. George A.O. Alleyne


Diretor

ii

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Introdução

Municípios e Comunidades Saudáveis:


a nova saúde pública no nível local

A
saúde é promovida com um padrão decente de viver, boas condições
de trabalho, educação, atividade física, descanso e recreação, escreveu
o médico e historiador Henry Sigerist em 1941. Ele também disse que
a saúde não era a ausência da doença, mas incluiu uma atitude posi-
tiva para a vida e uma aceitação das responsabilidades que a vida nos dá1 . A
criação de ambientes e entornos saudáveis, também conhecidos como abor-
dagens por entornos e localidades específicas, continua a ser a estratégia mais
usada de promoção da saúde. Uma maneira eficaz para criar um ambiente
saudável é utilizar a estratégia de Municípios e Comunidades Saudáveis (MCS).
Na região das Américas, especialmente na América Latina e Caribe, a estraté-
gia de MCS é a mais usada de todas as estratégias de promoção da saúde. A
promoção da saúde deve ser considerada tanto nas atividades de planejamen-
to como nas atividades de gestão. Em reconhecimento ao papel crítico da pro-
moção da saúde em um governo responsável, todos os países das Américas
assinaram a Declaração do México (Quinta Conferência Mundial de Promoção
da Saúde, 2000), que é um compromisso para implementar planos nacionais
de ação em promoção da saúde, em reconhecimento ao papel fundamental
que a promoção da saúde exerce em um bom governo.
1
O marco conceitual da cooperação técnica em promoção da saúde da OPAS e o
plano estratégico de ação2 estão baseados na Carta de Ottawa, resultado da
Primeira Conferência Internacional de Promoção da Saúde realizada em Ottawa
em1986. De acordo com a Carta de Ottawa, Promoção de Saúde "é o processo de
empowerment das populações para obter um melhor controle sobre sua saúde e
para melhorar os determinantes da saúde" e define a saúde como "um recurso
para a vida diária, um conceito positivo que enfatiza recursos pessoais e sociais,
bem como as capacidades físicas"3 . A Carta define também os pré-requisitos para
a saúde como a paz, a moradia, educação, alimentação, renda, um ecossistema
estável, recursos sustentáveis, a justiça social e a equidade. A Carta de Ottawa pro-
pões cinco ações estratégicas em promoção da saúde como: 1) o estabelecimen-
to de políticas públicas saudáveis, 2) criação de ambientes e entornos saudáveis,
3) empoderamento e ação comunitária, 4) desenvolvimento de habilidades pes-
soais e 5) reorientação dos serviços de saúde. A Carta tem sido criticamente revi-
sada e divulgada devido às subseqüentemente quatro conferências globais e duas
regionais de promoção da saúde4 .
Há uma história freqüentemente contada que descreve melhor o trabalho da pro-
moção da saúde 5. Um homem, suponhamos que era um prefeito, estava andando

1. Sigerist, HE. Medicine and Human Welfare. New Haven: Yale University Press, 1941.
2 OPAS. Health Promotion Planning for Action. Marco Regional aprovado pelo 43o Conselho
Diretivo, 2001.
3 Ottawa Charter for Health Promotion. First International Conference on Health Promotion,
Ottawa 1986.
4 Conferência Internacional de Promoção da Saúde (Adelaide 1988, Sundsvall 1991, Jakarta
1997,e Mexico 2000), Primeira Conferência de Promoção da Saúde do Caribe (Trinidad, 1993)
e Conferência Internacional de Promoção da Saúde (Colombia, 1992).
5 Adaptada e recontada por J. Ashton, 3o Encontro Regional de MCS, Medellin, Colombia 1999.
Colombia, 1999.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


à beira de um rio e encontrou um grupo de médicos e enfermeiras que salva-
vam pessoas que estavam se afogando. Os profissionais de saúde imediata-
mente faziam a ressusitação através da respiração boca a boca e puseram as
pessoas nas ambulâncias para serem transferidas ao/ hospital. O prefeito per-
guntou a um dos médicos se alguém poderia ir até a parte superior do rio ver
porque as pessoas estavam caindo no rio e o doutor respondeu: "Não, você não
pode ver que nós estamos muito ocupados salvando vidas?" Quando o prefeito
foi até a parte superior do rio ver porque as pessoas estavam caindo no rio,
ferindo-se e morrendo, ele encontrou que a mureta tinha sido danificada por
uma tempestade e assim chamou os engenheiros civis para reparar a estrutu-
ra. O prefeito também viu que a estrada estava em condições ruins e convidou
o setor responsável para repará-lo. Além disso, o prefeito observou que as pes-
soas dirigiam muito rápido em torno de uma curva, assim ele engajou o setor
de educação e comunicação para implementar uma campanha de educação
pública. Finalmente, uma iniciativa de MCS foi implementada no lugar para ava-
liar e dirigir-se a problemas prioritários e para construir um ambiente mais
saudável, com a participação de todos os setores. É assim que a promoção da
saúde constrói alianças multisetoriais e fortalece a participação social para
melhorar a saúde e a qualidade de vida.
A finalidade deste Guia para prefeitos e outras autoridades locais é fornecer
informação e orientação aos responsáveis pelas decisões sobre os principais
componentes da estratégia de MCS, que coloca conceitos da promoção da
saúde em prática no nível municipal. Este Guia foi desenvolvido para contribuir
para uma boa governabilidade na área da saúde no nível local. Há a intenção
de dar suporte e apoio aos prefeitos e outras autoridades locais neste esforço,
2 porque eles têm o mandato de seus constituintes e, assim, a responsabilidade
e a oportunidade de motivar e dirigir esforços para promover a saúde e a qua-
lidade de vida da população.
Uma experiência de município e comunidade saudável começa com o desen-
volvimento e/ou o fortalecimento de uma parceria entre autoridades locais,
líderes da comunidade e representantes dos vários setores públicos e privados,
no sentido de posicionar a saúde e a melhoria da qualidade da vida na agenda
política e como uma parte central do planejamento do desenvolvimento muni-
cipal. Ao avaliar as necessidades da população, determinar prioridades e
metas, a estratégia de MCS promove a participação da comunidade e contribui
para um governo local responsável. Esta estratégia ajuda a organizar e construir
estruturas fundamentais, como um comitê intersetorial para impulsionar o des-
envolvimento e a implementação de um plano de ação intersetorial que inclua
vigilância e avaliação. A estratégia de MCS fornece a estrutura política para faci-
litar a participação, melhorar as parcerias, envolver todos os atores, especial-
mente as instituições acadêmicas, que podem contribuir para a capacitação e
o treinamento dos recursos humanos, e para fortalecer os sistemas de infor-
mação e de vigilância para o monitoramento e a avaliação. As redes nacionais
e regionais de MCS necessitam ser estimuladas, pois estes são importantes ins-
trumentos para influenciar as pessoas a adotar novas maneiras de fazer as coi-
sas e para compartilhar o conhecimento e a experiência desenvolvidos na
região e no nível global.
Este Guia é um instrumento flexível, não é um modelo, mas fornece uma estru-
tura básica de utilização da estratégia, que pode ser usada em muitos países e
municipalidades diferentes. Para o uso deste Guia em diferentes contextos,
serão necessárias adaptações e modificações, dependendo do tamanho e do
tipo de município/comunidade, além de considerações críticas quanto às dife-
renças econômicas, culturais e geográficas. O guia provê para os prefeitos,

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


autoridades locais e outras tomadores de decisão uma estratégia prática para pro-
mover a saúde e a qualidade de vida das pessoas, e pode produzir resultados a
curto, médio e longo prazo. O Guia inclui e define alguns termos relacionados ao
conceito de promoção da saúde, bem como relativos ao processo de implemen-
tar um MCS, tal como o empoderamento e a política pública saudável que não são
tão familiares. O Guia também fornece informação sobre outras organizações e
instituições que estão trabalhando com governos municipais para fortalecer sua
capacidade, como a União Internacional das Autoridades Locais (IULA). Além do
Guia, a OPAS também tem um website exclusivo para MCS, onde está disponível
online uma variedade de instrumentos para o planejamento, a avaliação, a partici-
pação da comunidade, bem como para a comunicação e a educação em saúde.
Este Guia vem em um momento muito importante. A criação de espaços saudáveis
é ameaçada atualmente por uma série as mudanças e fenômenos que afetam as
cidades da região, tais como o crescimento urbano caótico, o desenvolvimento
industrial descontrolado, a migração das áreas rurais às cidades, o aumento de
áreas marginais, a proliferação de favelas, a poluição e destruição ambiental e um
aumento da violência. Há também vários obstáculos que necessitam ser identifica-
dos e superados, mesmo que não possam ser resolvido a curto prazo. Obstáculos
tais como mudança de comportamentos e atitudes, remover as barreiras estrutu-
rais ou institucionais para o empoderamento das comunidades, aumentar a parti-
cipação dos cidadãos no governo e o planejamento e colaboração intersetorial.
Isto requer uma forte liderança como as que vem acontecendo em alguns lugares
da região. Através de políticas inovadoras e campanhas de educação pública, têm-
se aumentado as atividades físicas e caminhadas e se melhorou a coesão e o sen-
timento de pertencer uma comunidade, e diminuíram a violência.
3
Meu sincero desejo é que este Guia possa contribuir para a construção de uma
melhor capacidade local para promover a saúde e o desenvolvimento humano na
região, disseminando as estratégias eficazes de promoção da saúde e fortalecen-
do a Rede de Municípios e Comunidades Saudáveis nas Américas.

María Teresa Cerqueira


Diretora
Divisão de Promoção e Proteção da Saúde

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Componentes deste Material Informativo para
Prefeitos e Outras Autoridades Locais
◗ Guia dos Prefeitos e outras Autoridades Locais: Tem como objetivo
apresentar, de maneira rápida e eficaz, aos prefeitos, outras autoridades
locais e suas equipes, algumas ações efetivas que podem ser utilizadas na
estratégia de MCS, quais são as linhas básicas de ação para implementá-
las e porque é importante colocá-las em prática.
◗ Diretrizes para conduzir uma avaliação de municípios e comuni-
dades saudáveis: São providas informações sobre a importância de con-
duzir tais avaliações, tipos de resultados que podem ser documentados,
princípios gerais e diretrizes para desenvolver este procedimento.
◗ Glossário dos termos usados no Guia.
◗ Exemplos de boas práticas na região: Chopinzinho, Brasil; Região
Noroeste de Ontário e Lanark Highlands, Canada; Bogotá, Colômbia; San
Carlos, Costa Rica; Cienfuegos, Cuba e Rede Mexicana de Municípios para
Saúde México.
◗ Declarações, Acordos e Convenções Internacionais: Esta sessão
contém um Modelo de Resolução sobre o desenvolvimento de municípios
e comunidades saudáveis e o comprometimento do governo local e do
prefeito, bem como diversos acordos e declarações internacionais assina-
das pelos países membros. Também estão incluídos relevantes extratos de
instrumentos gerais dos direitos humanos, ratificados pela maioria dos
4 países da Região, os quais estabelecem provisões relacionados à promo-
ção e proteção da saúde. Estas convenções estabelecem obrigações inter-
nacionais para aqueles países que as ratificaram com respeito à proteção
de direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais e às liberdades
fundamentais.
◗ Lista com endereços postais e eletrônicos, números de telefones
e fax das Representações da OPAS em cada país, que podem ser contata-
das para informações adicionais, materiais ou cooperação técnica, além
dos Centros Colaboradores da OMS/OPAS e de Redes Internacionais,
Nacionais e Locais de Municípios e Comunidades Saudáveis.
◗ Fichas temáticas das várias áreas em que a OPAS oferece apoio
técnico: Apresentam um amplo panorama das áreas de trabalho que
podem resultar em ações no nível local, de acordo com as necessidades e
prioridades específicas do município. Estão incluídas bibliografias e refe-
rências eletrônicas, onde podem ser encontradas informações mais detal-
hadas sobre diferentes temas e/ou podem ser solicitados materiais e coo-
peração técnica.
◗ Marcador de livro: Contém uma lista com os elementos essenciais de
um município ou comunidade saudável com a finalidade de ajudar a
garantir o estabelecimento e manutenção da estratégia.
◗ Folder: Um pequeno resumo que contém uma lista com os componentes
do Guia, os sete elementos essenciais de um Município e Comunidade
Saudável (MCS) e as Fichas Temáticas com as áreas onde a OPAS pode ofe-
recer apoio técnico.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Guia dos
Prefeitos e Outras
Autoridades
Locais

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


6

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Conceitos chaves relacionados
à estratégia de Municípios
e Comunidades Saudáveis (MCS)

E
ste Guia tem a intenção de fortalecer a implementação de atividades de pro-
moção da saúde no nível local, colocando a promoção da saúde na agen-
da política de prefeitos e outras autoridades locais. Um componente vital
deste material é construir e fortalecer alianças intersetoriais para melhorar
as condições sociais e de vida nos lugares onde as pessoas vivem. Ao disseminar e
advogar pela implementação da estratégia de Municípios e Comunidades
Saudáveis(MCS), é esperado que esforços sejam feitos para estabelecer e assegu-
rar políticas públicas saudáveis, manutenção de meio-ambiente e espaços saudá- 7
veis e a promoção de estilos de vida saudáveis. Este Guia é destinado a Prefeitos e
outros tomadores de decisão e deve servir como estrutura e paradigma de concei-
tos chaves, elementos e fases para o estabelecimento de um Município ou
Comunidade Saudável. Estes fundamentos podem ser aplicados podem ser aplica-
dos em programas específicos descritos nas Fichas Temáticas, as quais contém a
descrição de tópicos e programas onde a OPAS pode oferecer apoio técnico. Além
disso, estas Fichas Temáticas podem ser atualizadas regularmente e acessadas atra-
vés do endereço eletrônico (website) de Municípios e Comunidades Saudáveis.

Qual é a importância deste Material para Prefeitos


e Autoridades Locais?
Com este material, a OPAS pretende apresentar um instrumental básico para que
os prefeitos e outras autoridades locais possam iniciar o processo de implemen-
tação da estratégia de MCS. Cabe ressaltar que, de nenhuma maneira, este mate-
rial pretende funcionar como “receita ou chave para o sucesso”, porém apenas
indicar linhas de ação recomendáveis que possam servir de guia para encaminhar
o processo. Cada experiência é única e autônoma como o é cada município. Este
material enfatiza os aspectos mais importantes da estratégia de MCS, com o obje-
tivo de ajudar líderes locais a entenderem o processo e saberem como imple-
mentá-lo. As experiências de êxito mostram que não existe uma única maneira
para enfrentar os problemas, senão que os melhores resultados são alcançados
com projetos e programas integrais que combinam as diferentes estratégias de
acordo com os objetivos desejados.
Os governos locais constituem o nível de governo mais próximo da população, e
com seus recursos podem alcançar importantes melhoras na saúde e na qualida-
de de vida. Como representantes da comunidade, os governos municipais estão
em melhor posição para envolver políticos, administradores de outros setores e a

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


própria comunidade, coordenando projetos conjuntos. Finalmente, no nível
local é possível unir a coletividade em torno de problemas específicos e bus-
car soluções próprias na comunidade, convertendo este esforço conjunto em
ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida.
O que é a estratégia de Municípios e Comunidades
Saudáveis?
A missão da estratégia de Municípios e Comunidades Saudáveis consiste em
fortalecer a implementação das atividades de promoção e proteção da saúde
no nível local, colocando-as como a mais alta prioridade da agenda política,
deste modo, incentivando a participação das autoridades governamentais e da
comunidade, promovendo diálogo, compartilhando conhecimentos e expe-
riências e estimulando a colaboração entre os municípios e as comunidades.6
O objetivo do MCS é promover a saúde, junto com as pessoas e as comunida-
des, nos espaços onde as pessoas estudam, trabalham, se divertem, amam, ...
e onde vivem. A estratégia de MCS encontra-se inserido em um processo glo-
bal de democratização e descentralização, baseado em iniciativas locais, sob
o marco da gestão local e da participação comunitária.
Um município inicia o processo de tornar-se saudável quando seus líderes
políticos, organizações locais e cidadãos se comprometem e dão início ao
processo de melhorar contínua e progressivamente as condições de saúde e a
qualidade de vida de todos seus habitantes, formando e fortalecendo um pacto
social entre as autoridades locais, as organizações comunitárias e as institui-
ções do setor público e privado. O planejamento local é um instrumento bási-
co, incluindo a participação social na implementação, avaliação e tomadas de
8
decisão. Um município torna-se saudável quando estabelece um compromis-
so formal para implementar um plano de ação para desenvolvimento susten-
tável, melhoria das condições sociais a longo prazo com meta de garantir a
saúde e a qualidade de vida para todos os que vivem em um ambiente parti-
cular. Um MCS é essencialmente um processo que requer determinação e forte
apoio político, bem como um significativo grau de participação e ação por
parte da comunidade.
O que entendemos como uma visão integral da saúde?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a saúde como um direito
humano fundamental, definido como “um estado de completo bem-estar físi-
co, mental e social, e não apenas ausência de doença”. Além disso, saúde é
considerada como um direito humano fundamental em diversos tratados de
direitos humanos .7
Uma visão integral de saúde supõe que todos os sistemas e estruturas que
regem as condições sociais e econômicas, assim como as condições do
ambiente físico, devem ser considerados quanto ao seu impacto nas condi-
ções de saúde e na qualidade de vida dos indivíduos e da coletividade.
Têm sido identificados vários fatores que afetam e muitas vezes determinam a
saúde dos indivíduos e das comunidades:
◗ Condições de vida e de trabalho (renda, instrução, educação, trabalho,
ambiente físico, políticas públicas);

6. OPS/OMS Municipios Saludables. Serie Comunicación para la Salud No.11, Washington DC,
1997.
7. Convenção Internacional em Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Artigo 12) e no Protocolo
Adicional da Convenção Interamericana de Direitos Humanos (Protocolo de San Salvador
(Artigo 10). Veja Seção de Acordos, Declarações e Convenções Intetrnacionais”.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


◗ Fatores psicossociais (grupos e comunidades de auto-cuidado; senso de per-
tencer a uma comunidade; redes familiares e sociais de apoio, ambiente de
apoio para diferentes e específicos grupos etários e sociais – infância, ado-
lescentes, gestantes, idosos e outros grupos vulneráveis);
◗ Comportamentos individuais (estilo de vida e comportamento, atividade físi-
ca, dieta balanceada, uso indevido de álcool, tabaco e drogas);
◗ Fatores hereditários.
Investigações realizadas indicam que as condições de vida e de trabalho são as que
têm maior influência na saúde. Portanto, a saúde é resultado de nosso entorno físi-
co e social (incluindo a disponibilidade de ar puro, água potável, segurança, trans-
porte, espaços verdes, escolas, ambientes de trabalho e residências saudáveis) e o
produto de um sistema de atenção e serviços de saúde.
O que queremos dizer com Promoção da Saúde?
De acordo com a definição apresentada na "Carta de Ottawa para a Promoção da
Saúde" (1986)8, a promoção da saúde consiste em "capacitar a população para
melhorar as suas condições de saúde e aumentar o seu controle sobre as mesmas”
e “para alcançar um estado adequado de bem-estar físico, mental e social um indi-
víduo ou um grupo deve ser capaz de identificar e realizar suas aspirações, de satis-
fazer suas necessidades e de mudar ou adaptar-se ao meio ambiente.” A Promoção
da Saúde vai além da assistência à saúde, sublinhando que a saúde deve figurar na
agenda política de todos os setores e níveis governamentais. Além disso, a partici-
pação da população/comunidade é essencial para sustentar as ações de promoção
da saúde.
9
A fim de facilitar a operacionalização destas estratégias são recomendadas cinco
áreas prioritárias de ação:
◗ Estabelecer políticas públicas saudáveis;
◗ Criar ambientes que apoiem e favoreçam a saúde;
◗ Fortalecer ações comunitárias;
◗ Desenvolver habilidades pessoais;
◗ Re-orientar os serviços de saúde.
O que significa Participação Comunitária?
A construção da participação comunitária é um processo que se inicia quan-
do várias pessoas decidem compartilhar suas necessidades, aspirações e
experiências, com o objetivo de melhorar suas condições de vida. Para isso
se encontram, se organizam, identificam prioridades, dividem tarefas, estabe-
lecem metas e estratégias de acordo com os recursos (financeiros, técnicos
e humanos) existentes e aqueles que poderão ser obtidos através de parce-
rias9. Os membros de uma comunidade podem ou não pertencer à mesma
área geográfica. O importante é que se sintam como membros daquela
comunidade.10, 11
Uma comunidade organizada não é necessariamente uma comunidade parti-
cipativa. Para que ocorra a participação, a comunidade deve ter o direito e a

8. OPAS/OMS. Carta de Ottawa para a Promoção da Saúde (1986).


9. Airhihenbuwa CO. Health Promotion and the Discourse on Cultural Implications for
Empowerment. Health Educ Q: 21(3): 345 - 353, 1994.
10. Jewres R, Murcott A. Meanings of Community. Soc. Sci. Med; 43 (4): 555-563, 1996.
11. Fals-Borda O, Rahman M. Action and Knowledge: Breaking the Monopoly with Participatory
Action-research. New York: The Apex Press, 1991.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


responsabilidade de tomar decisões que sejam viáveis e que afetam a vida de
seus membros 12, 13.
Passos no Desenvolvimento da Participação Comunitária
1. Um primeiro passo fundamental é a aproximação à comunidade, para iden-
tificar o grau de organização e participação de seus membros. Esta tarefa per-
mitirá que os técnicos e o governo local possam compreender qual é o modo
que esta comunidade tem de entender o mundo e explicá-lo, através de suas
crenças, mitos ou outras formas de enxergar a realidade, assim como conhe-
cer sua organização e recursos.
2. Nem sempre a visão de mundo dos membros da comunidade coincide com a
dos técnicos e do governo local. Isso quer dizer que é necessário discutir todas
as visões e construir uma visão que seja compartilhada por todos14.
3. Utilizar de linguagem e recursos de comunicação adequados aos
padrões culturais desta comunidade, pode facilitar o acesso e a eficácia
das estratégias dirigidas à população, bem como promover a mobilização
comunitária.
4. Manter a comunidade informada sobre o projeto e fazer com que par-
ticipe das decisões do processo, isto significa, esclarecer sobre os princípios
que fundamentam a estratégia de Municípios e Comunidades Saudáveis, os
objetivos desta estratégia, e o que se pretende alcançar com estas ações.
5. Na medida em que a comunidade percebe e estabelece uma relação entre este
projeto e suas condições de vida, de saúde, de educação, de moradia, entre
10 outros, pode também estabelecer metas pessoais e sentir-se responsável,
não só por um projeto comunitário mas, também, por um projeto de vida.
O que queremos dizer com criação de alianças
estratégicas efetivas? 15
A apropriada identificação das alianças estratégicas já existentes e a criação de
novas constituem uma abordagem fundamental no desenvolvimento da estratégia
de Município e Comunidade Saudável. Alianças estratégicas são relações e acordos
estabelecidos entre os diferentes interlocutores, representados por setores e orga-
nizações, com o objetivo de alcançar as metas almejadas. As alianças estratégicas
mais comuns se estabelecem com agências governamentais, instituições de saúde e
outros setores tais como educação, justiça, legislação, transporte, cultura e espor-
tes, organizações não-governamentais (ONG’s), escolas, comunicação, grupos reli-
giosos e organizações públicas e privadas. Como todas estas instituições desem-
penham um papel importante na construção de um município ou comunidade sau-
dável, é preciso que todos os atores sejam incluídos como parceiros potenciais.
O que queremos dizer com políticas públicas saudáveis?
As políticas públicas saudáveis se definem como aquelas que têm uma grande
influência nas condições de saúde da população, tais como: educação, moradia, ali-
mentação, direitos humanos, emprego, saúde mental e desenvolvimento sustentável.
Uma política pública saudável se caracteriza por uma preocupação explícita pela
12. Rifkin SB, Muller F, Bichmann W. Primary health care: On measuring participation. Soc. Sci.
Med.; 26 (9): 931-940, 1988.
13. Freire P. Acción Cultural para la Libertad. Tierra Nueva S.R.L.: Buenos Aires, Argentina.
1975.
14. Valla VV. Procurando compreender a fala das classes populares. Saúde e Educação. Rio de
Janeiro, DP&A, 2000.
15. Tennyson R. Managing Partnerships: Tools for Mobilising the Public Sector, Business and Civil
Society as Partners in Development. The Prince of Wales Business Leaders Forum, 1998.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


saúde e pela eqüidade. O conceito de eqüidade corresponde ao reconhecimento e à
efetivação, com igualdade, dos diretos da população, sem restringir o acesso, por parte
dos diversos seguimentos sociais, com a mesma qualidade. Uma política pública sau-
dável tem como finalidade criar um ambiente de apoio que permita às pessoas terem
uma vida saudável, fazerem escolhas saudáveis e transformar os ambientes sociais e
físicos. Este conceito implica o desenvolvimento de atividades pelos governantes e por
aqueles que têm poder político, dirigidas a solucionar problemas específicos que afe-
tam o bem-estar, a qualidade de vida e a saúde da população.
Um compromisso com políticas públicas saudáveis significa que os governos devem
informar sobre seus investimentos e resultados na área da saúde, através de orça-
mentos participativos e prestação de contas de modo transparente. O setor saúde deve-
ria liderar e impulsionar as políticas públicas saudáveis, porém não deve fazê-lo sozi-
nho. Atividades de promoção da saúde vão mais além da assistência à saúde.
As políticas públicas saudáveis devem ser traduzidas em legislação que resguarde as
condições necessárias para desenvolver estilos de vida saudáveis. Isto inclui: assegurar
a proteção dos direitos humanos e as liberdades fundamentais dos membros da
comunidade; proteger as comunidades, famílias e indivíduos dos fatores de risco e
promover condições que assegurem a opção por escolhas saudáveis, assegurando que
estas são as mais acessíveis e mais facilmente alcançáveis. No nível local, a legislação
(decretos, regimentos e normatizações) serve a um duplo propósito. Primeiro, provê
os instrumentos para levar à prática aspectos concretos das diretrizes das políticas
nacionais. Segundo, constitui uma ferramenta para a tomada de decisões relacionadas
a determinadas responsabilidades políticas que são regulamentadas no nível local,
permitindo adaptá-las às suas necessidades. É preciso tempo para que realmente se
alcancem as mudanças e transformações necessária para obter impactos mensuráveis
11
e permanentes. Neste sentido, as políticas públicas têm que ser traduzidas em políticas
institucionais que abordem os problemas priorizados pela comunidade.
Por que a estratégia de MCS tem sido bem sucedida e
despertado interesse na Região das Américas?
Em muitos países, onde a estratégia de MCS tem sido utilizada, ela tem auxiliado a
condução do processo de descentralização. Em um contexto de democratização das
decisões locais, a estratégia tem oferecido a possibilidade de que todos os atores inte-
ressados possam participar na definição de prioridades e intervenções chaves, de
uma maneira colaborativa.
Outro fator importante com o crescimento da estratégia tem sido a conscientização
quanto à urgente necessidade de promover saúde e prevenir riscos e problemas de
saúde enfrentados pela maioria da população hoje em dia. Programas de promoção
da saúde são mais efetivos e eficazes, considerando-se a privatização dos serviços de
saúde e o aumento de custos para proporcionar tratamento eficaz e oportuno. O
aumento das doenças crônicas e outras doenças preveníveis significa que as preven-
ções e intervenções prematuras podem ser mais eficazes em melhorar as condições
de saúde do que o investimento em tratamentos dispendiosos. Através da coordena-
ção das ações dos diferentes setores e atores, pode- se otimizar os recursos e elimi-
nar a duplicação de esforços.
Quais são os Elementos Essenciais para a implantação
da estratégia de MCS?
Na região das Américas, a OPAS vem trabalhando com a proposta de MCS. Dentro
desta proposta, existem alguns elementos essenciais que podem ajudar a assegurar
a implementação e a manutenção bem sucedida da estratégia de MCS. MCS é uma
importante estratégia para promover saúde e melhorar a qualidade de vida. Estes
incluem:

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


1. Um compromisso público deve ser estabelecido entre o prefeito, o gover-
no local (setores chaves), o poder legislativo, as organizações não gover-
namentais (ONG’s), o setor privado e a comunidade (lideranças e repre-
sentantes de grupos sociais e organizações) para a melhoria da qualidade
de vida através da estratégia de MCS.
2. Assegurar e fortalecer a participação comunitária durante as fases de
planejamento, implementação e avaliação. A estratégia de Municípios e
Comunidades Saudáveis visa aumentar o envolvimento e atuação da comu-
nidade e oferecer uma oportunidade genuína para fortalecer e consolidar
processos democráticos no nível local, especialmente através da participa-
ção da sociedade civil para decidir sobre as prioridades, as atividades e a
utilização dos recursos.
3. A chave é desenvolver um planejamento estratégico para superar obs-
táculos e ameaças ao desenvolvimento e manutenção de Municípios e
Comunidades Saudáveis. Este planejamento indica a necessidade de mobi-
lizar recursos internos e externos, oferecer apoio adequado, cooperação
técnica e criar criar espaços saudáveis para fortalecer a estratégia de MCS.
Este planejamento estratégico participativo e multi-setorial também enco-
raja o processo de descentralização e deve facilitar o desenvolvimento nas
comunidades locais de habilidades necessárias para a tomada de decisões
e controle de recursos.
4. Construir consensos e formar parcerias através de várias redes e pro-
jetos, incluindo uma ampla gama de instituições e organizações e outros
12 participantes com pontos de vista diferentes, tanto dentro do próprio setor
saúde quanto junto a outros setores. A estratégia tem promovido a inclusão
de representantes do governo local, de ONG’s e do setor privado.
"A colaboração para a promoção da saúde é um acordo voluntário
entre dois ou mais parceiros que decidem trabalhar em cooperação
para obter um conjunto de resultados de saúde compartilhados.”16
5. Estimular a participação de todos os setores sociais, incluindo o
setor saúde, porque muitas estratégias e atividades vão além da capaci-
dade de resolução do setor saúde. Ao mesmo tempo, a re-orientação dos
serviços de saúde, para incluir a promoção da saúde e a prevenção da
doença, e um grande desafio e uma oportunidade fundamental que deve
ser perseguida dentro do contexto da estratégia. Porém, é preciso estar
atento para o risco do excessivo controle por parte do setor saúde.
6. Formular Políticas Públicas Saudáveis nos níveis local, regional e nacio-
nal. Este processo possibilita a construção, por parte de todos os envolvi-
dos, de uma forma de governo mais democrática, proporcionando às pes-
soas a oportunidade de participar de tomadas de decisões que afetam a sua
vida, a de sua família e a da comunidade.
7. Conduzir o monitoramento e avaliação são importantes para dar segui-
mento aos progressos alcançados pela iniciativa e identificar os resultados
esperados e não esperados. É fundamental que estas informações sejam
usadas para repensar e revisar as atividades da iniciativa.

16. OMS. Glosario de Promoción de la Salud. División de Promoción de la Salud, Educación y


Comunicaciones (HPR), Unidad de Educación y Promoción de la Salud (HEP).
OMS/HPP/HEP/98.1, Ginebra, OMS 1998.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Sustentabilidade: Como Garantir a Continuidade da
Iniciativa de Municípios e Comunidades Saudáveis?
Lições aprendidas de experiências anteriores mostram que os projetos que foram
iniciados e/ou motivados fora da comunidade freqüentemente fracassaram na sua
sustentabilidade e continuidade no decorrer do tempo. Mudanças de administração
têm demonstrado ser um dos maiores problemas para a continuidade dos projetos
de MCS. Após o apoio alcançado na fase inicial, o MCS pode ser prejudicado com
as mudanças das autoridades locais.
Experiências mostram que nas comunidades onde a participação social e a organi-
zação comunitária são fortes, existe uma maior possibilidade de negociação entre
as organizações sociais e as novas autoridades para a continuidade da estratégia de
MCS. Neste sentido, a questão chave encontra-se em motivar suficientemente a
todos os atores da comunidade para que se envolvam e se comprometam em um
processo de médio e longo prazos. Há que se considerar que quanto mais pessoas
estiverem envolvidas no projeto, mais ele se enriquecerá e será sustentável no
tempo.
Obter o apoio da Câmara Municipal é fundamental para respaldar normativamente
o MCS, garantindo que o projeto continue vigente e em funcionamento, indepen-
dentemente, das mudanças institucionais das autoridades locais. Desta maneira,
assegura-se a sustentabilidade do projeto em ações e planos concretos.
Se existem normas nacionais e/ou estaduais que dão prioridade à promoção da
saúde e/ou promovem ações a favor de ambientes saudáveis. É possível criar reso-
luções municipais coerentes com as normas já vigentes.
13

Crescimento na Porcentagem de Municípios Saudáveis nos países selecionados

Colômbia
Costa Rica
Cuba
República Dominicana
El Salvador
México
Venezuela

Estabelecendo Redes de MCS


A colaboração e o intercâmbio de informação entre os países têm sido um aspec-
to chave para o êxito da estratégia de Municípios e Comunidades Saudáveis e para
o grande crescimento do movimento na Região das Américas. No II Congresso
Latino Americano de Municípios e Comunidades Saudáveis, ocorrido em Boca del
Rio, México, em 1997, 18 nações assinaram acordos para criar a Rede Latino
Americana de Municípios e Comunidades Saudáveis e para construir e fortalecer
as redes nacionais, assegurando sua sustentabilidade (veja Seção de Declarações,

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Acordos e Convenções Internacionais). As redes permitem compartilhar infor-
mações sobre os êxitos e desafios, facilitando a abordagem das necessidades de
grupos de diferentes níveis tais como, o setor privado, o governo e os organis-
mos internacionais e podem desempenhar um papel importante no desenvolvi-
mento de novas experiências.
Em alguns países da Região, como México, Costa Rica, Chile e Cuba, as redes
nacionais já estão consolidadas e trabalhando há alguns anos com bons resulta-
dos, enquanto em outros países o desenvolvimento de redes é ainda incipiente.
A publicação de boletins e informes das redes tem contribuído para sua conti-
nuidade, assim como a expansão da rede eletrônica (“internet”), nos últimos
anos, tem facilitado a produção e a disseminação de publicações pelas comuni-
dades e municípios.
Por que a Avaliação é importante?
A avaliação tem um papel primordial no processo de promoção e proteção da
saúde porque permite aos indivíduos e às comunidades tomarem decisões
informadas, justificar os gastos e as contribuições dos financiadores e patroci-
nadores, melhora as iniciativas e contribui para o conhecimento na área de
promoção da saúde. A tomada de decisões informadas contribui para o “empo-
werment”, um dos conceitos básicos da estratégia da promoção da saúde, o
que significa fortalecer a tomada de decisões em relação às ações individuais e
coletivas, tendo como objetivo a melhoria da qualidade de vida e da justiça
social. Monitorar é particularmente importante para fortalecer o sistema de
informação e vigilância no nível comunitário, para coletar dados e informa-
ções e assegurar a revisão do planejamento por todos os grupos envolvidos,
14 incluindo a comunidade. A avaliação examina um processo de implementação
em relação aos objetivos e critérios iniciais do projeto, enquanto o monitora-
mento se concentra em “uma contínua supervisão da implementação das ativi-
dades que asseguram resultados, metas, cronograma e outras ações requeridas
de acordo com o plano inicial” 17
Através do monitoramento é possível obter uma compreensão detalhada do
projeto e observar os impactos planejados e não planejados. O estabeleci-
mento de uma política de monitoramento permite aos tomadores de decisõ-
es e aos membros da comunidade terem uma compreensão profunda das
políticas que estão sendo implementadas e como elas estão afetando a
comunidade, a fim de que as ações sejam ajustadas, adaptadas ou modifica-
das para melhor atender às necessidades locais. A avaliação é importante
porque oferece a possibilidade de que os participantes das iniciativas, pos-
sam refletir sobre o trabalho que estão desenvolvendo: seus limites e suas
conquistas, verificando se os municípios e as comunidades estão fazendo
aquilo que haviam proposto e redirecionar as ações ou atividades, confor-
me suas necessidades. É um importante mecanismo de retro-alimentação
para todos os participantes do processo e pode ajudar também a aumentar
a legitimidade das atividades de promoção da saúde. 18
(Verificar a sessão intitulada “Diretrizes para conduzir uma avaliação de
Municípios e Comunidades Saudáveis”).

17. Walt G. Health Policy: An Introduction to Process and Power. Johannesburg: Witwatersrand
University Press, 1994.
18 Rootman I, Goodstadt M, Potvin L, Springett J. Hacia un Marco de Referencia Conceptual
para la Evaluación de la Promoción de la Salud. Copenhagen: OMS, Oficina Regional de
Europa, 1997.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Fases de la estrategia de Municipios y Comunidades
Saludables
Resultados Como fazer?
esperados (Estratégias
(Intervenções) sugeridas)

Fase inicial e de organização


(1 a 3 meses)

Um plano estratégico de MCS ◗ Realizar um diagnóstico participativo com a comunida-


aprovado de para determinar a situação de saúde e de qualidade
de vida do município ou da comunidade para identifi-
car necessidades, dificuldades, condições favoráveis e
recursos disponíveis;
◗ Criar uma Comissão Municipal Intersetorial para com-
partilhar as idéias sobre a estratégia de MCS juntamen-
te com a comunidade e definir uma visão e missão
comuns. Também é importante designar um ponto focal
no poder legislativo municipal para a estratégia de MCS;
◗ Desenvolver uma proposta de plano estratégico, atra-
vés de um processo participativo e intersetorial,
incluindo autoridades locais, comunidade (incluindo
mulheres e homens de todos os grupos etários e étni-
cos) e outros atores, que defina objetivos, metas e
resultados esperados;
◗ Submeter a proposta de projeto de MCS à aprovação
do governo e do poder legislativo local e outros atores
e parceiros relevantes;
15
◗ Apresentar, discutir e disseminar a proposta aprovada,
através de um fórum público.
Fase de planejamento (4 a 6 meses)

Um grupo de trabalho estabe- ◗ Definir os membros da Comissão Municipal


lecido e respectivo plano de Intersetorial e compor um grupo de trabalho para as
trabalho detalhado atividades de implementação e monitoramento;
◗ Desenvolver um plano de trabalho detalhado baseado
no diagnóstico participativo (Fase inicial e de organi-
zação) que inclua: metas a curto, médio e longo
prazo, atividades propostas, recursos disponíveis,
cronograma e indicadores para o monitoramento e a
avaliação;
◗ Identificar estratégias para promover a participação e
formar parcerias para a implementação do plano e
para a mobilização de recursos.

Fase de ação (2 a 3 anos e em diante)

Um Município e Comunidade ◗ Promover políticas públicas locais e institucionais e


Saudável ações intersetoriais;
◗ Desenvolver uma estrutura política para dar suporte
e sustentar a implementação da estratégia de
Municípios e Comunidades Saudáveis (MCS)
◗ Criar diversos espaços saudáveis
◗ Encorajar os políticos a se comprometerem com o
envolvimento da comunidade, bem como fortalecer e
assegurar a sustentabilidade e a intersetorialidade da
estratégia de MCS.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Eixos Comuns a Todas as Três Fases
Participação Comunitária ◗ Envolver a comunidade (incluindo mulheres e homens
de todos os grupos etários e étnicos) em todo o pro-
cesso, desde o diagnóstico inicial, as ações para iden-
tificar os recursos e possíveis soluções, a implementa-
ção, o monitoramento e a avaliação;
◗ Identificar estratégias para mobilizar efetivamente a
comunidade, respeitando os valores culturais e sociais
de cada população específica.
Comunicação ◗ Utilizar todas as formas de comunicação disponíveis na
comunidade (meios de comunicação de massa, rela-
ções interpessoais, grupos comunitários e todas as for-
mas de expressão cultural, tais como músicas, danças
e teatro, etc);
◗ Garantir que as mensagens e as informações sejam
compartilhadas continuamente com a comunidade;
◗ Adaptar as mensagens de acordo com as necessidades
dos diferentes grupos (garantindo a inclusão de popu-
lações vulneráveis), bem como as prioridades de pro-
moção da saúde ao longo do ciclo de vida;
◗ Promover mensagens sobre a estratégia de MCS, utili-
zando exemplos positivos existentes e personalidades
influentes.

Capacitação ◗ Utilize múltiplos canais para oferecer capacitação (por


16 exemplo: cursos, internet, encontros, etc.)
◗ Incluir orientação e informação sobre cada aspecto do
desenvolvimento da estratégia de MCS
Monitoramento e Avaliação ◗ Abarcar processo, resultados e impacto, incluindo
indicadores quantitativos e qualitativos;
◗ Garantir que seja participativa e interativa.

Municípios e Comunidades Saudáveis:


Recursos
Vídeos:
Os vídeos estão disponíveis no Escritório de Informações Públicas
da OPAS-Washington:
Email: publinfo@paho.org
Tel: 1-202-974-3497
Internet: http://www.paho.org/English/DPI/video000.htm
Municipios Saludables (1996)
Este vídeo é a descrição da estratégia de MCS definida pela OPAS, descreve como
implementar um município e comunidade saudável. Traz ilustrações de diversas
experiências de países Latino-Americanos. Disponível em inglês e espanhol.
Municípios Saudáveis I, 1996, Espanhol / Inglês / Português (15 minutos)
Municípios Saudáveis II, 1999, Espanhol / Inglês / Português (15 minutos)
Municipios Saludables en Venezuela, 1998, Español / Inglés (20 minutos)
Vídeos preparados para apresentações durante a Quinta Conferência
Global de Promoção da Saúde, México, 2000.
Asociación Vivir Quito Ecuador, 2000, Inglés (6 minutos)
SERVOL Trinidad & Tobago, 2000, Inglés (8 minutos)
Consensus Action Group Mexico, 2000, Inglés (5 minutos)
West Texas Community Care Network Texas, 2000, Inglés (6 minutos)
Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos
Recursos Online:
(Recomenda-se que também veja a seção de Redes Internacionais,
Nacionais e Locais de Municípios e Comunidades Saudáveis do Guia)
CITYNET - Indiana University – Purdue University – Indianapolis Campus
www.iupui.edu/~citynet/cnet.html
Coalition for Healthier Cities and Communities
www.healthycommunities.org
Community Toolbox – University of Kansas
www.ctb.lsi.ukans.edu
International Union of Local Authorities (IULA)
www.iula.org
National Civic League
www.ncl.org
Ontario Healthy Communities Coalition
www.opc.on.ca/ohcc/index.html
OPAS Municípios e Comunidades Saudáveis Website
Inglés: http://www.paho.org/English/HPP/HPF/HMC/hmc_about.htm
Español: http://www.paho.org/Spanish/HPP/HPF/HMC/hmc_about.htm
Movimento de Comunidades Sustentáveis
Inglés: www.sustainable.org
Organização Mundial da Saúde (OMS) Statement on Partnerships for Healthy
Cities – Health Promotion
http://www.who.int/hpr/archive/docs/jakarta/statements/hcities.html

17
Bibliografia:
Ashton J. Healthy Cities Buckingham, UK: Open University Press, 1993.
(também disponível em Espanhol Las Ciudades Sanas, Barcelona, España. Masson
S.A.,1993).
Emakunde/Basque Women’s Institute. Guía metodológica para integrar la
perspectiva de género en proyectos y programas de desarrollo. Vitoria-Gasteiz:
Basque Women's Institute & Secretariat of Exterior Action, Office of Cooperation and
Development, 1998. (www.emakunde.es).
Flynn B. Healthy Cities: Toward Worldwide Health Promotion. Annual Review
of Public Health 1996; 17:299-309.
Flynn B. Healthy Cities: A Model of Community Change. Family Community Health
1992; 15(1):13-23.
Flynn B, Ray DW, Rider MS. Empowering Communities: Action Research through
Healthy Cities. Health Education Quarterly 1994; Vol.21(3): 395-405.
Goumans M. Innovations in a fuzzy domain: Healthy Cities and health policy deve-
lopment in the Netherlands and the United Kingdom. Tese de Doutorado apresenta-
da à Universidade de Maastricht, Faculdade de Ciências da Saúde, 1997..
Granados J. Municipios Saludables- Como? Municipios Saludables 1997; 1: 33-35.
Owen P, Cerqueira MT. The Healthy Municipalities Movement: A settings approach
and strategy for health promotion in Latin America and the Caribbean. Washington,
DC: OPAS, 2001 (no prelo).
Paganini JM. El Desarrollo Municipal: Una Estrategia para la Equidad en Salud.
I Congreso de Secretarios Municipales de Salud de las Américas. Fortaleza, Brasil, 10-
12 Outubro, 1995. Washington, DC:OPAS
OPAS. Promoting Health in the Americas. Annual Report of the Director – 2001.
Washington, DC: 2001. (Documento Ofcial No. 302, disponível em Inglês e Espanhol).

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


OPAS. El Movimiento de Municipios Saludables en América. Washington, DC:
OPAS, 1992.
OPAS. Promoción de la Salud: Una Antología. Washington, DC. OPAS, 1996. (dispo-
nível em Inglês e Espanhol)
OPAS. La Participación Social en El Desarrollo de la Salud: Experiencias
Latinoamericanas. Serie HSP/SILOS # 35. Washington, DC. OPAS, 1995.
OPAS. Los Sistemas Locales de Salud en Las Américas: Una Estrategia Social en
Marcha. Washington, DC. OPAS, 1993.
OPAS. Municipios Saludables, Washington, DC. OPS, 1997.
OPAS. Planificación Local Participativa. Metodologías para la Promoción de la
Salud en América Latina y el Caribe. Séries PALTEX para Implementar Programas
de Saúde, No. 41. Washington, DC. OPAS, 1999.
OPAS/Ministry of Health of Colombia. Health Promotion and Equity: Declaration of
the International Conference on Health Promotion. (Versão Inglês). Santafé de
Bogotá: OPAS, 1992.
Partnership for Healthy Cities in Peru. WHO Environmental Health Newsletter,
Novembro. Genebra: WHO, 1996
Projeto Município-Amigo da Criança: Experiências Municipais. CONASEMS,
UNICEF, 1996.
Proyecto Municipios Hacia La Salud: La Experiencia Venezolana. Caracas, OPAS,
1996.
Restrepo, H.E., Málaga, H. Promoción de la Salud: Cómo construir vida saludable.
Washington, DC. OPAS, 2001.
18 Ruiz, G. Análisis de la participación social en el movimiento municipios saluda-
bles en América Latina, Quebéc: Universidad Laval, 1998.
UNICEF & IULA. Partnerships to Create Child-Friendly Cities: Programming for
child rights with local authorities. Florence, Italy: UNICEF, 2001. (www.child-
friendlycities.org).
Velázquez, L.E. Análisis de Información de una Muestra Seleccionada de
Municipios Saludables de América Latina. Washington, DC. OPS HPP, 1995.
Valenzuela FR. En La Búsqueda de Fronteras y Municipios Saludables. Tegucigalpa:
Ministério de Saúde Pública & OPAS, 1996.
Werna E, Harpham T, Blue I, Goldstein G. Healthy City Projects in Developing
Countries: An International Approach to Local Problems. London: Earthscan
Publications Ltd, 1998.
OMS. Healthy Cities Technical Symposium on Evaluation: Report on WHO
Symposium, Ireland. Copenhagen. OMS-EURO, 1996.
OMS. Report of the DGIS/UNDP/WHO Healthy Cities Project Workshop on Progress
in Implementation. OMS. Genebra, 1996.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Diretrizes para
Conduzir uma
Avaliação de
Municípios e
Comunidades
Saudáveis
20

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Por quê e o quê avaliar?
A avaliação de municípios e comunidades saudáveis é muito importante devi-
do a várias razões, destacando-se:
◗ Possibilidade de que os atores envolvidos tenham oportunidade de refletir sobre
o processo de implementar a estratégia de Municípios e Comunidades Saudáveis.
◗ Desenhar uma melhor iniciativa de MCS no contexto das necessidades e
recursos da comunidade.
◗ Criar uma contabilidade ou determinar/ estimar se a iniciativa de MCS está
realizando o que foi proposto e redirecionar ações quando necessário.
◗ Contribuir para gerar conhecimento, compartilhar o que está dando certo e o
que não está com outras comunidades. 21

◗ Sustentar o trabalho da estratégia de MCS ao longo do tempo.


◗ Criar oportunidades para um diálogo intersetorial e multidisciplinar e fortale-
cer os esforços de participação entre os municípios.
◗ Desenvolver redes, intercâmbios e contatos entre os diferentes processos
comunitários.
◗ Convencer os tomadores de decisão e de políticas que a estratégia de MCS é
benéfica.
A avaliação deve ser um ciclo de contínua revisão e feedback, ao invés de um
processo linear desenvolvido somente no meio ou no final de uma iniciativa.
Neste sentido, o monitoramento faz parte do processo de avaliação em desen-
volvimento, e no texto que segue, o termo “avaliação” também inclui as ações
de monitoramento. A avaliação envolve um processo de refletir sobre o que foi
alcançado e/ou conseguido a fim guiar e mudar a ação futura. As atividades
que fazem parte de um esforço de MCS permitem às pessoas serem mais ativas
ao definir suas necessidades de saúde, em definir prioridades entre as metas de
saúde, bem como em influenciar e avaliar esforços para melhorar sua saúde.
Desta maneira, a avaliação pode ser considerada como empoderamento.
Existem diversos tipos diferentes de metodologias de avaliação disponíveis e é
importante que um grupo intersetorial supervisione a avaliação e escolha a meto-
dologia mais apropriada baseada em questões práticas, tais como o tempo, o custo,
a necessidade de pesquisadores experientes, as perguntas da avaliação e o papel
do avaliador, entre outras. Por causa da natureza participatória de iniciativas de
MCS, sugere-se que a avaliação também conte com a participação de todos os
envolvidos. Este tipo de avaliação é recomendado porque é um esforço colabora-
tivo, que fortalece os valores e avalia a contribuição do grupo. A avaliação partici-

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


patória requer uma efetiva participação, liderança e auto-determinação da
comunidade durante todo o processo.
Sob a liderança da OPAS, um grupo de avaliação de MCS nas Américas foi esta-
belecido e, durante uma reunião de 1999, este recomendou as diferentes áreas
que devem ser levadas em conta ao avaliar as inicitaivas de MCS, tais como a ava-
liação do contexto, do planejamento e avaliação da metodologia utilizada:19
Contexto
◗ A avaliação deverá levar em conta os diferentes contextos políticos, econô-
micos, sociais e culturais do país, o município e as comunidades envolvidas
na avaliação. É importante considerar a influência dos seguintes aspectos:
- Situação sócio-econômica e política (nacional e local)
- Políticas locais e nacionais
- Estado de saúde local
- Estruturas administrativas e estilos de gestão, nacionais e locais
- Características demográficas
- Características geográficas e ecológicas
- Momento do processo de desenvolvimento do município saudável
- Aspectos sócio - culturais
Considerações para avaliação do processo de planejamento
e de implementação
◗ A concepção e desenvolvimento da avaliação como um processo forma-
22 tivo dos municípios e seus atores chaves. Isto implica assumir a exigên-
cia e complexidade do trabalho participativo de construção coletiva e da
definição conjunta de variáveis e indicadores a serem utilizados.
◗ É necessário definir processos de trabalho que assegurem: a) uma con-
vocação ampla e diversa que implique alcançar os objetivos descritos na
avaliação; b) a difusão deste trabalho a outros grupos.
◗ A relação entre saúde e bem-estar e saúde e desenvolvimento.
◗ Assumir, no marco conceitual, o significado de “saudável” em aspectos
psicossociais e físicos dos ambientes, de promoção da saúde, de desen-
volvimento humano, social e equidade.
Metodologia de Avaliação
◗ Desenvolver uma metodologia de avaliação que integre o enfoque qualita-
tivo e quantitativo.
◗ Desenvolver indicadores qualitativos construídos com os mesmos atores do
processo, para o qual é necessário o trabalho intersetorial e participativo.
◗ Aproximar-se de uma avaliação que contemple a estrutura, o processo e
os resultados.
◗ Aproveitar a informação existente em cada município, fortalecendo as
bases de dados que se trabalham, com indicadores de tipo qualitativo (no
caso de não existir estas bases, desenvolvê-las).
◗ Conduzir a avaliação levando em conta vários níveis (internacional, nacio-
nal e local, e dentro do nível local, o institucional/governamental e comu-

19. Taller de Evaluación de Municipios Saludables- Informe Final Washington, DC. PAHO HPP,
1999.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


nitário: forças ou grupos sociais) e contexto (geográficos, demográficos,
político-administrativos, econômico-ambiental, social e cultural).
Áreas da Avaliação
As seguintes áreas têm sido identificadas como chaves na avaliação da estratégia de
MCS:
◗ Políticas públicas
◗ Participação Social
◗ ntersetorialidade
◗ Sustentabilidade
◗ Processo de Desenvolvimento da Iniciativa de MCS
Em 1999, constituiu-se um Grupo de Trabalho sobre o tema de Avaliação de
Municípios e Comunidades Saudáveis,20, 21 promovido pela OPAS, com o objetivo de
fortalecer a evidência da efetividade das ações de promoção da saúde, identifican-
do boas práticas, modelos e instrumentos de avaliação e fazendo seguimento das
iniciativas de avaliação, com as áreas acordadas pelo grupo: políticas públicas, par-
ticipação social, intersetorialidade e sustentabilidade. O grupo de trabalho está
atualmente no processo de adaptar ferramentas para a avaliação participativa de
MCS nas Américas, e se espera sua publicação em 2003.
Avaliar Processo
O desafio para os avaliadores das iniciativas de MCS é entender a própria dinâmica
da estratégia e os processos sociais intrínsecos. É também crucial que o(s) avalia-
dor(es) considere(m) o contexto organizacional e político em que o projeto foi
desenvolvido.
23
Avaliação não é algo para ser realizado somente uma vez e a avaliação de processo
está encerrada. Avaliação participativa pode começar em qualquer estágio ou fase do
processo de MCS. No entanto, é melhor considerar a avaliação desde o início do pro-
cesso, preferivelmente durante o estágio de planejamento ou quando o grupo inter-
setorial os decidir-se quantos às suas ações. A “boa” avaliação ocorre passo a passo
com o planejamento. Alguns resultados positivos obtidos na avaliação participativa
consideram que as atividades de planejamento, implementação e avaliação interagem
entre si e servem de base para novas decisões e retroalimentação do processo.
A avaliação de municípios e comunidades saudáveis é um processo que deve analisar
e refletir sobre os diferentes passos do processo, os acertos e as dificuldades, as for-
talezas e as debilidades, e não somente registrar, descrever ou quantificar o que foi
alcançado. É importante também analisar a qualidade da informação por meio de
mecanismos de triangulação , consultando a equipe técnica e com os participantes
nas entrevistas e atividades de observação. Por exemplo, não basta identificar a for-
mação de um comitê intersetorial, mas é necessário conhecer quais os setores estão
representados e qual é o nível resolutivo deste comitê. Isto promove uma melhor com-
preensão do contexto, através da descrição dos participantes e seu envolvimento.

Avaliar Resultados
Resultados em promoção da saúde são de natureza dinâmica e diversa. Ao medir
estes resultados deve-se levar em conta informações das seguintes áreas23:
20. OPS/OMS. Taller de Evaluación de Municipios Saludables. Antigua, Guatemala-Informe final,
Washington, DC. OPS, HPP 2001.
21 OPS/OMS.Reunión del Grupo Central de Evaluación –Informe Final. Washington, DC. OPS/HPP,
2002.
22 Triangualação requer uma combinação de metodologias no estudo do mesmo programa. Isto significa
usar diversos tipos de métodos ou dados, inclusive usando as duas abordagens qualitativa e quantitativa.
23. OMS. Diretrizes para elaboração de planos nacionais de ação para Promoção da Saúde. V
Conferência Internacional de Promoção da Saúde, México (2000).

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


◗ Educação para a saúde: conhecimentos relacionados com a saúde, atitu-
des, motivação, intenções e comportamentos, habilidades pessoais e eficácia;
◗ Influência e ação social: participação comunitária, fortalecimento da
comunidade, normas sociais e opinião pública;
◗ Políticas públicas saudáveis e práticas organizacionais: estatutos
políticos, legislação e regulação, alocação de recursos, práticas organizacio-
nais, cultura e comportamento;
◗ Condições e estilos de vida saudáveis: consumo de tabaco, disponibili-
dade e escolhas alimentares, atividade física, consumo de álcool e drogas,
relação entre fatores de proteção e fatores de risco no ambiente físico e
social;
◗ Efetividade dos serviços de saúde: provisão de serviços preventivos,
acesso aos serviços de saúde e qualidade dos serviços;
◗ Ambientes saudáveis: venda restrita de tabaco e álcool, restrição do uso
de drogas ilegais, ambientes positivos para crianças, jovens e idosos e san-
ções ao abuso e à violência;
◗ Resultados sociais: qualidade de vida, redes de apoio social, discrimina-
ção positiva, eqüidade e desenvolvimento de habilidades para a vida;
◗ Resultados de saúde: redução da morbi-mortalidade, deficiência, morta-
lidade evitável, competências psicossociais e para a vida.;
◗ Construção e desenvolvimento de capacidades: medidas de sustenta-
24 bilidade, participação comunitária e fortalecimento da comunidade, desen-
volvimento de recursos humanos.
As Diretrizes para conduzir uma avaliação de Municípios e Comunidades
Saudáveis, adaptado de Springett, Practical Guidance on Evaluating Health
Promotion (OMS, 1998), foram apresentadas durante o workshop de Avaliação
de Municípios e Comunidades Saudáveis. Há uma lista de passos, mas não abor-
da todos os aspectos de uma avaliação da estratégia. Recomenda-se que cada
grupo ou comitê de avaliação de MCS adapte e acrescente critérios baseados nas
suas necessidades e contexto particular.
Descrever o contexto
◗ Definir claramente a iniciativa de municípios saudáveis. O que a comunida-
de entende por “municípios saudáveis”? O que entendem os setores envolvi-
dos? Que atividades se estão realizando para alcançar esta meta? Como se
saberá quando foram alcançados os objetivos?
◗ Utilizar o método do marco lógico para ressaltar os passos do processo e os
resultados previstos.
◗ Estabelecer um grupo intersetorial, com representantes da comunidade, que
coordene e realize a avaliação.
◗ Quando se realizará a avaliação? Em que prazo?
Ressaltar os motivos de preocupação
◗ Qual é o propósito da avaliação? Quais são os assuntos importantes para os
distintos interessados?
◗ Como se usaram os resultados da avaliação?
◗ Quais são as perguntas específicas que se tem que fazer na avaliação no con-
texto da iniciativa de municípios saudáveis?

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


◗ Abordam-se as áreas da política pública, da intersetorialidade, da participação
social e da sustentabilidade nas perguntas e nos objetivos?
◗ Incluem as perguntas e o propósito da avaliação, os princípios fundamentais do
movimento (ou seja, a preocupação pela eqüidade, a intersetorialidade, a par-
ticipação social e o fortalecimento da capacidade local)?
Organizar o processo de coleta dos dados
◗ Quais metodologias serão utilizadas? (Isso dependerá das respostas às pergun-
tas do passo 2.) Têm-se considerado diversos métodos qualitativos?
◗ Os métodos são apropriados para o contexto local? Tem-se tomado em conta
tanto o processo como os resultados?
◗ A metodologia é compreensível para os interessados?
◗ Foram feitos testes com os instrumentos que serão usados na avaliação?
◗ Foram validados os instrumentos que se usarão na avaliação?
◗ Como se conseguirá uma participação generalizada?
◗ Tomam-se cuidados na avaliação proposta para incluir grupos ou pessoas mar-
ginalizados (como aqueles que constituem o objeto da avaliação e os encarre-
gados de realizá-la)?
Conseguir a máxima participação possível neste passo é importante para o
êxito e a aceitação da avaliação.
Coletar os dados
◗ Esta tarefa deve realizar-se com os métodos estabelecidos nos passos pre-
cedentes. 25
◗ É necessário vigiar esta tarefa para que os dados coletados sejam de boa
qualidade.
Descrever, analisar e avaliar os dados
◗ O que se averiguou ao realizar a avaliação?
◗ Quão diferentes são os resultados do que se esperava?
◗ Eram complementários os métodos qualitativos e quantitativos?
◗ De que forma se podem abordar e resolver as discrepâncias?
◗ Considerar a possibilidade de usar outros métodos qualitativos para propor-
cionar mais informação sobre resultados que não se esperavam.
◗ Incentivar a participação dos interessados na interpretação dos resultados.
Formular recomendações
◗ Quais repercussões de curto e longo prazo têm as conclusões?
◗ Quais mudanças poderiam efetuar-se para os resultados negativos? Analisar as
mudanças recomendadas tendo em conta seus custos e benefícios.
Difundir as conclusões
◗ Comunicar as conclusões, recomendações e a ação prevista aos financia-
dores, a todos os interessados, às redes, etc.
◗ Utilizar Internet para trocar experiências nos casos em que corresponda.
Realizar mudanças baseadas nos resultados da avaliação
◗ Obter retroalimentação de todos os participantes da avaliação.
◗ Modificar as iniciativas nos casos em que seja necessário.
◗ Dar seguimento do que se avaliou (ver passo 1).

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Os passos enumerados poderiam apresentar-se também como um ciclo
contínuo
Durante a reunião sobre Avaliação de Municípios Saudáveis,
realizada em Antigua, Guatemala, 2001, o grupo de trabalho
identificou alguns princípios que deveriam guiar a avaliação
de iniciativas de MCS, incluindo o contexto, a participação, o
uso de múltiplos métodos, os quais são discutidos abaixo. Além
disso, os seguintes princípios foram também ressaltados
durante este encontro:
Valor
O processo de avaliação deve descobrir as suposições teóricas, ideológicas e
políticas e fazer as relações explícitas de poder, inclusive aquelas que dizem res-
peito ao avaliador. A avaliação deve respeitar e valorizar a experiência e o conhe-
cimento local, reconhecendo as pessoas como o principal recurso de saúde. A
avaliação deve abarcar um espírito da esperança, a felicidade, o amor e a diver-
são, sempre tendo em conta a eqüidade, a justiça social e a solidariedade.
Empoderamento
A avaliação de iniciativas de Municípios e Comunidades Saudáveis devem:
◗ basear-se fortemente na comunidade;
◗ apoiar a resolução de problemas no nível local;
◗ assegurar a equidade envolvendo a todos cidadãos, especialmente os
mais vulneráveis e os com menos poder; e
◗ assegurar que a informação sobre a avaliação seja utilizada para divul-
26 gar e promover os Municípios e Comunidades Saudáveis.
Utilidade
La evaluación de las iniciativas de Municipios Saludables es útil cuando:
◗ responde as perguntas de quem, por que e como;
◗ integra-se no processo de planejamento para a ação e a mudança;
◗ contribui à criação de recursos na comunidade;
◗ tem pertinência prática e política;
◗ ajuda a colocar o município saudável como uma investimento; e
◗ reconhece a necessidade de uma variedade de formas da difusão e dos
mecanismos de retroalimentação.
Aprendizagem
A avaliação da iniciativa de Municípios e Comunidades Saudáveis deve:
◗ promover um processo de aprendizagem em conjunto;
◗ promover o diálogo e a reflexão, e promover mecanismos que desenvol-
vam conhecimentos por parte dos afetados e influenciados pelo proces-
so, assim como os avaliadores externos;
◗ reconhecer que a aprendizagem é um elemento chave para a comunida-
de e aumenta a capacidade das organizações locais para liderar ações e
mudanças.

Recursos de Avaliação Selecionados


Akerman M. Elaboración de indicadores compuestos para proyectos de
ciudades saludables: Una invitación a una acción transectorial.
Washington, DC: OPAS, 1995. Washington.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Bichman W, Rifkin S, Shrestha M. Cómo medir la participación de la comuni-
dad. Foro Mundial de la Salud 1989; Vol. 10, 482-487.
CEDETES (Centro para el Desarollo, Evaluación de Technología en Salud).
Municipios y Comunidades Saludables: El Reto en la Evaluación. Cali, Colombia:
Universidad del Valle, 2002.
Comisión Económica para América Latina y el Caribe. Indicadores de género
para el seguimiento y la evaluación del Programa de Acción Regional para Las
Mujeres de América Latina y el Caribe, 1995-2001 y la Plataforma de Acción de
Beijing. Santiago, Chile: CEPAL, 1999.
Costongs C, Springett J. Towards a Framework for the Evaluation of Health-
Related Policies in Cities. Evaluation 1997; (3)3:345-362.
de Leeuw E. Healthy Cities Second Phase Policy Evaluation. A Decade of
Achievement: Final Report. Maastricht, Netherlands: WHO Collaborating
Centre, University of Maastricht, 1998.
Dixon J, Sindall C. Applying Logics of Change to the Evaluation of Community
Development in Health Promotion. Health Promotion International 1994;
(9)4: 297-309.
Hawe P. Capturing The Meaning of ‘Community’ in Community Intervention
Evaluation: Some Contributions from Community Psychology. Health
Promotion International 1994; (9)3:199-210.
Health Canada. Guide to Project Evaluation: A Participatory Approach.
Ottawa: Health Canada, 1996.
27
Israel B, Checkoway B, Schultz A, Zimmerman M. Health Education and
Community Empowerment: Conceptualizing and Measuring Perceptions of
Individual, Organizational, and Community Control. Health Education
Quarterly, Summer 1994; Vol.21(2): 149-170.
Ouellet F, Durand D, Forget G. Preliminary Results of an Evaluation of Three
Healthy Cities Initiatives in the Montreal Area. Health Promotion
International 1994; (9)3:153-159.
Organização Pan Americana da Saúde. Indicadores para evaluar los proyectos de
ciudades y pueblos sanos de Quebec: La necesidad de tomar decisiones.
Publicado sob a direção de O'Neil, M. & Cardinal L. Washington, DC: OPAS, 1992.
Organização Pan Americana da Saúde. Evaluación para el fortalecimiento de
procesos de participación social en la promoción y el desarrollo de la salud
en los sistemas locales de salud. Washington, DC: OPAS, 1994.
Poland, BD. Knowledge Development and Evaluation in, of and for Healthy
Community Initiatives. Part I: Guiding Principles. Health Promotion
International 1996; (11)4:341-349.
Poland, BD. Knowledge Development and Evaluation in, of and for Healthy
Community Initiatives. Part II: Potential Content Foci. Health Promotion
International 1996; (11)4:341-349.
van Gilst, EC, van Oers H, van den Bogaard JHM. Qualitative Health Research
and Health Promotion at the Local Level. International Quarterly of
Community Health Education 1997; (16)4:359-370.
OMS. Evaluation in Health Promotion: Principles and Perspectives. Eds:
Rootman I, Goodstadt M., Hyndman B, McQueen D, Potvin L, Springett J, &
Ziglio E. Geneva: WHO, 2001.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Recursos Adicionais disponíveis na Internet
Análise Qualitativa
Nova Southeastern University
http://www.nova.edu/ssss/QR/web.html
QualPage
http://www.ualberta.ca/~jrnorris/qual.html
Links para vários endereços eletrônicos de softwares
de análise qualitativa
www.ualberta.ca/~jrnorris/qda.html
Avaliação de empoderamento
http://www.stanford.edu/~davidf/empowermentevaluation.html
Análise quantitativa
Endereços eletrônicos com vários links de sites
para realização de análises quantitativa
http://www.fsu.edu/~spap/faculty_html/rcfquant.html
Avaliação Geral
SAGE publisher (para libros sobre la metodología de la investigación)
http://www.sagepub.com/
Community Toolbox – Universidade de Kansas
http://ctb.lsi.ukans.edu/tools/EN/part_1010.htm

28

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Glossário
dos Termos
Utilizados
neste Guia

29

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


30

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Glossário
Estratégia de Município e Comunidade Saudável (MCS) é uma estratégia
para promover a saúde, junto com as pessoas e as comunidades, nos espaços onde
as pessoas estudam, trabalham, se divertem, amam e vivem. A estratégia de MCS
encontra-se inserido em um processo global de democratização e descentraliza-
ção, baseado em iniciativas locais, sob o marco da gestão local e da participação
comunitária. Um município inicia o processo de tornar-se saudável quando seus
líderes políticos, organizações locais e cidadãos se comprometem e dão início ao
processo de melhorar contínua e progressivamente as condições de saúde e a qua-
lidade de vida de todos seus habitantes, formando e fortalecendo um pacto social
entre as autoridades locais, as organizações comunitárias e as instituições do setor
público e privado. O planejamento local é um instrumento básico, incluindo a par- 31
ticipação social na implementação, avaliação e tomadas de decisão.
Promoção da Saúde é "o processo de capacitar a população para melhorar
as suas condições de saúde e aumentar o seu controle sobre as mesmas”24. São
pré-requisitos para a saúde: paz, educação, habitação, alimentação, renda, um
ecossistema estável, justiça social e eqüidade. Promoção da Saúde vai além da
assistência à saúde; a saúde deve figurar na agenda política de todos os setores e
níveis governamentais. Além disso, a participação da população/comunidade é
essencial para sustentar as ações de promoção da saúde.
É uma ação fundamental da promoção da saúde introduzir o tema da saúde como
um aspecto relevante na agenda política. Suas conseqüências devem ser conside-
radas na tomada de decisões de todos os setores.
A construção da participação comunitária é um processo que se inicia quando
várias pessoas decidem compartilhar suas necessidades, aspirações e experiên-
cias, com o objetivo de melhorar suas condições de vida25,26,27,28. Os membros de
uma comunidade podem ou não pertencer à mesma área geográfica. O importan-
te é que se sintam como membros daquela comunidade.29

24. OMS, Health Promotion Glossary. Genebra , 1998.


25. OPS. La Participación Social en el Desarollo de la Salud: Experiencias Latinoamericana.
HSP/SILOS-35. Washington, DC: PAHO, 1995.
26. Bógus CM. Participação Popular em Saúde: Formação Política e Desenvolvimento. São Paulo:
Annablume/FAPESP, 1998.
27. Doimo AM. A vez e a voz do popular: movimentos sociais e participação política no Brasil pós-
70. Rio de Janeiro: Relume-Dumará/ANPOCS, 1995.
28. Briceño-Leon R. El contexto político de la participación comunitaria en América Latina. Public
Health Bulletin 1998; No. 14 (sup. 2): 141-147. (www.scielosp.org).
29. Jewres R, Murcott A. Meanings of Community. Soc. Sci. Med. 1996; 43 (4): 555-563, 1996.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Uma comunidade organizada não é necessariamente uma comunidade partici-
pativa. Para que ocorra a participação, a comunidade deve ter o direito e a res-
ponsabilidade de tomar decisões que sejam viáveis e que afetam a vida de seus
membros. Ao promover e fortalecer a participação comunitária neste proces-
so, criam-se as condições necessárias para que os indivíduos exerçam o direi-
to e tenham a responsabilidade para tomar decisões viáveis e utilizar os recur-
sos que afetam a saúde individual e comunitária, isto é uma condição necessá-
ria para seu “empowerment”.
Empowerment: é um processo de ação social que promove a participação
das pessoas, organizações e comunidades com o objetivo de aumentar o con-
trole individual e comunitário, a eficácia política, a melhora da qualidade de
vida e a justiça social29. Há uma distinção entre empowerment individual e
comunitário. O empowerment individual refere-se a habilidade dos indivíduos
tomarem decisões e terem controle sobre a sua vida pessoal. Já o empower-
ment comunitário requer os indivíduos agindo coletivamente para obter maior
influência e controle sobre os determinantes da saúde e da qualidade de vida
na comunidade31. A participação contribui para o empoderamento e ambos os
conceitos fortalecem os processos democráticos e a sociedade civil.
Equidade em saúde tem sido definida pelos documentos da OMS como
“reduzir as injustiças e desigualdades evitáveis nos resultados de saúde entre os
diferentes grupos, assegurando o acesso à atenção em saúde de qualidade,
sobre a base da necessidade”. Equidade é o processo de ser justo. Neste con-
texto, por exemplo, equidade não é um sinônimo de acesso igualitário aos
recursos de promoção e de serviços de saúde. Portanto, a equidade deve ser
vista no contexto de necessidade e não no contexto de igualdade.32
32
Gênero refere-se às funções e responsabilidades dos homens e das mulhe-
res, que são determinadas socialmente. O gênero está relacionado com como
nós somos percebidos e esperam que pensemos e agimos como mulheres e
homens, devido ao modo como a sociedade está organizada, não por causa
das nossas diferenças biológicas.33 Gênero é um conjunto de características
culturais específicas que identifica o comportamento social de homens e
mulheres, bem como o relacionamento entre eles. O gênero abarca os
termos homens e mulheres, inclui a relação entre eles e a maneira como este
relacionamento é construído socialmente. É uma ferramenta analítica para
compreender os processos sociais que incluem tanto aos homens quanto as
mulheres no mesmo tema.

30. Wallerstein N. Powerlessness, Empowerment, and Health: Implications for Health Promotion
Programs. American Journal of Health Promotion 1992; Jan-Feb, (6)3:197-205.
31. OMS, Health Promotion Glossary. OMS/HPR/HEP98.01, Genebra: WHO, 1998.
32. PAHO’s Women, Health and Development Internet-
(http://www.paho.org/English/HDP/HDW/gensalud_about.htm).
33. Adaptada por Gender and Health – A Technical Paper
(http://www.who.int/frh-whd/GandH/GHreport/gendertech.htm).

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Exemplos de
Boas Práticas

33

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


34

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


A seguir, serão apresentadas algumas experiências selecionadas
de MCS na região das Américas:

Brasil
Município Chopinzinho34
Chopinzinho é um município localizado na região sudoeste do Estado do
Paraná, com população de 20.740 habitantes, sendo 62% na zona rural e 38%
na urbana e uma economia predominantemente agropecuária. A partir de
1993, iniciou-se um processo de desenvolvimento municipal através do Plano
de Desenvolvimento Rural (PDR) que tinha como metas iniciais a recuperação
do solo e o incentivo ao uso de novas técnicas, a fim de reverter seus baixos
índices de produtividade agrícola. A partir destas ações, Chopinzinho inicia
também seu Projeto de Município Saudável, ampliando suas metas para os 35
diferentes setores (educação, habitação, saúde, entre outros).
Através do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural composto por dife-
rentes representações - governamentais e não governamentais - representantes
de diferentes setores da sociedade civil desempenham ações dirigidas ao pla-
nejamento, execução e aprovação das políticas agrícolas para o município.
Este plano está sustentado em um processo organizacional, através do asso-
ciativismo com divisão de trabalho e parcerias estratégicas entre os produto-
res e a administração municipal, e através da implementação de políticas
públicas intersetoriais. A ação intersetorial associada com a forte participação
comunitária possibilitou a ampliação do alcance deste Conselho, além das
questões rurais. Com isso, Chopinzinho melhorou as estradas rurais, organi-
zou uma cooperativa habitacional para promover projeto de desfavelamento;
elevou o nível de ensino agrupando escolas, garantindo o acesso para todas as
crianças na área rural, disponibilizando o transporte escolar e adotando novas
técnicas pedagógicas (educação alternativa). Instalou creches rurais, reduziu
queimadas e garantiu a preservação das matas nas beiras dos rios.
Foi criada a Estação do Ofício para crianças e adolescentes com atividades
coletivas de esportes e profissionalizantes. Também, instituiu programas de
prevenção de diabetes, controle da hipertensão arterial (junto ao Clube da
Terceira Idade), combate à mortalidade infantil e planejamento familiar (nas
unidades de saúde e junto ao Clube de Mães). Instituiu-se um programa de
acompanhamento de portadores de doença mental nas unidades de saúde e
nos domicílios, garantindo o uso regular dos medicamentos e a redução das
internações.
34. “Projeto de Promoção da Saúde/Secretaria de Políticas de Saúde. Ministério da Saúde. Em
Chopinzinho, a melhora da qualidade de vida começou no campo. Revista Promoção da Saúde “
1999; Brasília, 1 (2): 27-30.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Canadá
35
Região Noroeste de Ontário e Lanark Highlands
A Coalisão Comunitária Saudável de Ontário (CCSO) tem apoiado o desenvol-
vimento de muitas comunidades saudáveis nesta província. A CCSO tem cria-
do um marco para estabelecer comunidades saudáveis através da determina-
ção de seus problemas, necessidades e planos de ação. Dentro das caracte-
rísticas da CCSO se destacam uma grande participação comunitária, grandes
compromissos com o governo local,36 bem como a participação de vários seto-
res e uma política pública saudável. Na continuação encontram-se alguns dos
programas da região noroeste de Ontário e das comunidades nas montanhas
de Lanark.
Na região noroeste de Ontário, as comunidades estão trabalhando conjunta-
mente com as indústrias para limpar o meio-ambiente. Para as 22 comunida-
des membros da Unidade de Saúde desta região, a poluição industrial era um
dos problemas mais preocupantes. Em três destas comunidades, Fort Frances,
Dryden e Kenora, encontram-se três importantes fábricas de papel e de pro-
cessamento de polpa de papel. Em 1997, foram entrevistados todos os resi-
dentes à respeito do que consideravam que seria mais saudável para sua
comunidade. O resultado que se chegou foi que a principal preocupação da
população está relacionada com a qualidade do ar e da água, particularmen-
te, devido a indústria de papel. Com estes resultados, a Unidade de Saúde soli-
citou à indústria local trabalhar de modo conjunto para melhorar a saúde das
pessoas do ambiente em que habitam. Com tal finalidade, estabeleceu-se um
comitê com representantes de todas as fábricas e das Unidades de Saúde, e
36 também de cada uma das comunidades afetadas. O comitê determinou suas
perspectivas, necessidades, estrutura, função ou mandato e baseado nas dis-
cussões, elaborou suas missões, objetivos e um plano progressivo para alcan-
çá-los. Os objetivos desta aliança eram incrementar a comunicação entre o
setor industrial (privado) e as organizações governamentais e comunitárias,
assim como aumentar a consciência na comunidade sobre os efeitos na saúde
produzidos pelos contaminantes. Durante o processo tem-se observado notá-
veis melhorias, incluindo: a redução total da quantidade de resíduos sulfúri-
cos e a criação de um protocolo de notificação na comunidade para casos de
derramamento ou escapes.
Outro exemplo de alianças exitosas comunitárias para a saúde é a recém for-
mada nas montanhas de Lanark no leste de Ontário. Em 1998, depois que a
comunidade de Lanark sobreviveu a dois desastres naturais (inundações e
tempestade de gelo), o centro comunitário de saúde da região norte de Lanark
e a Coalisão Comunitária Saudável de Ontário colaboraram com alguns cida-
dãos para desenvolver um plano de ação estratégico. Várias metodologias
foram utilizadas para envolver aos cidadãos, incluindo “reuniões de cozinha”.
Baseados na participação comunitária, 20 pontos chaves de saúde, social e
econômico foram identificados como prioridades a ser abordadas. Desde
então, um comitê com representantes do dentro de saúde e da comunidade se
reúne regularmente para produzir um informe anual que explica se os objeti-
vos do trabalho estão sendo cumpridos e detalhes relacionados. Este plano
inovador comunitário permite que os poucos recursos da comunidade rural
possam ser utilizados ao máximo.

35. Documento de Ontario Healthy Communities Coalition. Healthy Communities, Toronto,


Canadá. 2000.
36 What is a Healthy Community? Endereço eletrônico de Ontario Healthy Communities
Coalition (http://www.opc.on.ca/ohcc/).

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Colômbia
Bogotá
A cidade de Bogotá, capital da República de Colômbia, tem uma população de
aproximadamente 4 milhões de pessoas. Para manter, fortalecer, consolidar e
promover condições de vida seguras, os administradores do município integra-
ram uma série de compromissos de diferentes setores, visando alcançar uma
redução na incidência diária da média de mortes e de crimes violentos e melho-
rar a percepção do cidadão sobre a sua cidade. Para desenvolver a qualidade de
vida dos cidadãos, Bogotá tem implementado diferentes políticas públicas para
melhorar a segurança e a convivência entre os cidadãos, construídas a partir dos
determinantes da violência e insegurança.
Baseadas na avaliação das necessidades, as políticas orientaram-se principal-
mente a desenvolver mecanismos de prevenção e redução de homicídios,
mediante o controle e proibição de licenças para porte de armas, medidas que
desestimularam o consumo de álcool e aumentou o controle policial. A política
de desarme se mostrou no momento em que a maior parte dos homicídios eram
cometidos em disputas entre conhecidos, sendo que as armas de fogo em mãos
de pessoas comuns a principal causa de homicídios.
Um aspecto do programa de redução de homicídios foi a criação de iniciativas
para promover a redução do consumo de álcool ou o consumo responsável. O
programa focalizou que os indivíduos pudessem reconhecer os riscos associa-
dos ao consumo excessivo do álcool ao promover atitudes responsáveis de res-
peito para com a integridade e a vida de outros. Foram implementadas limita-
ções ao consumo de álcool, como proibições em sua venda em estabelecimen-
tos públicos após 1:00 am. Além disso, um discurso público no consumo do 37
álcool foi prendido para promover um diálogo sobre seu uso responsável. Desde
1995, houve uma redução quase 50% dos homicídios comuns, fazendo com que
Bogotá seja atualmente uma das cidades menos violentas do país.
Outra iniciativa para melhorar a segurança pública refere-se a redução da dis-
ponibilidade de armas de fogo e o uso inadequado de fogos de artifícios.
Campanhas por meios massivos de comunicação, mostrando de maneira realis-
ta os efeitos do uso inadequado dos fogos artificiais, especialmente entre as
crianças e a responsabilidade da sociedade, o impacto físico, psicológico e cus-
tos econômicos, com a finalidade de dissuadir aos cidadãos de seu uso. Se com-
pilou informações de queimados por fogos de artifício entre o período de 1993
a 2001, observando-se uma redução notória de casos desde a adoção das medi-
das. Hipoteticamente o número de casos se reduziu em 65,9%.
Em Bogotá, o tema de segurança não foi visto exclusivamente como um proble-
ma de Polícia, mas foi abordado também a partir da cultura como tema de par-
ticipação dos cidadãos.
Durante os últimos anos, os governantes das cidades têm dado continuidade às
políticas, de acordo com sua avaliação e considerando diferentes aspectos da
segurança. O incremento da participação e apoio da comunidade em relação à
segurança como componente indispensável para o êxito das autoridades e o bom
desenvolvimento das funções da Polícia Metropolitana, no campo preventivo e
também como mecanismo de controle social; o fortalecimento institucional,
criando uma secretaria que se encarregou dos temas de Segurança e
Convivência, bem como o fortalecimento da Polícia Metropolitana ao melhorar
seu serviço com sua modernização e o desenvolvimento de Programas como as
Escolas de Segurança Cidadã e Frentes de Segurança Local.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Baseados em avaliações, foi traçada uma meta para recuperar alguns setores da
cidade identificados como áreas - problema em relação à segurança pública.
Missão Bogotá é um programa que põe à serviço dos cidadãos toda capacida-
de institucional da cidade, com o fim de potencializar às comunidades na cons-
trução de uma cidade mais segura e mais querida. Missão Bogotá, gerou espa-
ços de renovação urbana em lugares críticos da cidade e de inclusão de ativi-
dades para o desenvolvimento da comunidade, de setores da população que
não eram considerados tipicamente como agentes de desenvolvimento, como
os trabalhadores do sexo e moradores de rua.

Costa Rica
37
Cantão de San Carlos
É o município mais povoado da Costa Rica (122.888 habitantes) e está situa-
do ao norte do país. Em 1993 iniciou formalmente seu projeto de “Cantón
Ecológico y saludable", aproveitando a larga história que tinha esta região de
enfrentar e resolver seus problemas através da organização e mobilização
comunitária. Cantão de San Carlos começou suas atividades reunindo aproxi-
madamente 100 representantes de diversos setores (econômicos, sociais,
saúde, educação, previdência social, transportes, meios de comunicação,
associações juvenis e de terceira idade) interessados em transformar o muni-
cípio em um modelo de promoção da saúde. A partir da identificação das
necessidades priorizadas pelos distintos participantes, deu-se maior impor-
tância a proteção do meio-ambiente e estilos de vida saudáveis.
Patrocinado por 10% do imposto florestal, lançou-se o projeto “Unidos por
una ciudad limpia” no distrito de Quesada, que é um dos onze distritos que
38 formam o cantão, estimulando a participação ativa dos cidadãos na promo-
ção de projetos para o melhoramento dos ambientes. Todos os meios de
comunicação social da zona norte foram utilizados através de uma campa-
nha informativa realizada em rádios, em centros educativos, associações de
desenvolvimento comunitário e instituições locais.
Como parte da campanha, realizou-se um concurso de desenho e pintura,
denominado “Um ambiente saudável produz saúde” no qual participaram
236 crianças de vários centros educativos. Também, foi organizado uma com-
petição familiar com o tema “Semeie uma árvore pela vida”, atividade em que
participaram 105 famílias de San Carlos e realizou-se a “Feira de Saúde
Intersetorial” com o tema “Protejamos nosso ambiente”, em que participa-
ram 27 instituições.
Nas instituições, recicla-se papel, vidro e latas de alumínio na área urbana do
distrito de Quesada; também são fornecidas à população em geral, informa-
ções (folhetos) sobre os centros de coleta de materiais para reciclagem,
reduzindo a quantidade de lixo que era depositada no aterro sanitário ou em
locais inadequados, aumentando assim a vida útil do aterro e diminuindo o
perigo de contaminação ambiental.
Excelentes resultados foram alcançados na limpeza e na imagem da cidade,
assim como uma crescente conscientização dos habitantes, das organizações
e empresas comerciais em relação às vantagens de trabalhar por um distrito
saudável. Essa consciência traduziu-se na participação mais ativa e responsá-
vel da comunidade para alcançar os objetivos propostos de diminuição do
lixo nos lugares identificados como problemáticos e de maior cobertura na
educação ambiental através da difusão por meios de comunicação e da insta-
lação de recipientes de lixo nas ruas.
37. Ministerio de Salud. OPS/OMS. Premio Cantones Saludables de Costa Rica- Directorio de
Proyectos. San José, Costa Rica, OPS 1997.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Cuba
Município de Cumanayagua - Cienfuegos
O município de Cumanayagua se encontre localizado na região sudeste do Estado
de Cienfuegos, Cuba. É o maior e único município montanhosos do Estado com
uma extensão territorial de 1101.5 Km2, sendo que 401 Km2 são montanhosos.
Se encontra dividido em 13 Conselhos Populares, 3 montanhosos, 7 rurais e 3
urbanos. As atividades econômicas fundamentais são o comércio, a agricultura de
café e de cítricos.
O ponto de partida da análise da situação de saúde de 1997, utilizando-se o méto-
do de enfoque de marco lógico, avaliando-se os principais resultados dos progra-
mas e estratégias de saúde pública de acordo com um guia metodológico. Em pri-
meira instância, se identificaram e estratificaram em cada conselho popular os
principais problemas, as causas e se estabeleceram as prioridades e se elegeram
o plano de ação, que estavam dirigidos a quatro linhas fundamentais:
1. Aumentar o desempenho e a capacidade gerencial dos dirigentes e represen-
tantes dos conselhos populares. Para isso, uma equipe de professores e de diri-
gentes capacitaram aos representantes, delegados e presidentes dos conselhos
populares em temas de direção, planejamento estratégico local, marco lógico e
outros temas de direção e planejamento. Além disso, se manteve de modo sis-
temático os processos de capacitação para o resto dos dirigentes e profissionais.
2. Aumentar o consumo de alimentos, diminuir o índice de baixo peso a partir
de um amplo processo de capacitação dos médicos e enfermeiras, bem como
ações de interação com a comunidade para alcançar um aumento do consu-
mo de alimentos saudáveis.
39
3. Melhorar o nível de contaminação sanitária através da diminuição das cargas
contaminantes e da proteção do meio ambiente, com a criação e a capacita-
ção de ativistas de promoção para uma adequada disposição dos resíduos e
conservação do meio ambiente.
4. Elevar o poder resolutivo da Atenção Primária de Saúde, melhorando a quali-
dade da atenção da urgência médica, o uso da Medicina Natural e Tradicional
(MNT) e a acessibilidade das diferentes especialidades médicas.
Em 2001, continuou o melhoramento dos resultados alcançados nos anos ante-
riores trabalhando sobre a base das quatro estratégias antes mencionadas, com-
plementadas por um projeto de Atenção Primária Ambiental para o conselho
popular Crucesitas, o Projeto Saúde e Desenvolvimento das comunidades produ-
toras de café e a estratégia de Município Produtivo que tem, em sua essência, o
movimento de ações coordenadas para fomentar a produção de proteína animal,
vegetal e hortaliças ao nível local de forma sustentável, agrupando os atores
sociais, econômicos e a população com o interesse de melhorar o bem-estar dos
habitantes nos conselhos populares.

México
Rede Mexicana de Municípios pela Saúde e
38, 39
as Redes Estaduais de Municípios Saudáveis
No México, o Programa de Municípios Saudáveis faz parte de um conjunto de
estratégias de Promoção da Saúde Municipal, que se enriqueceu e fortaleceu-se
com a criação da Rede Mexicana de Municípios pela Saúde.

38. Revista Mexicana de Municipios Saludables 1999; 1(1).


39. Revista Mexicana de Municipios Saludables 1999; 1(3).

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


A Rede é um importante movimento que permite o intercâmbio de experiên-
cias e uma mútua colaboração nos aspectos técnicos, operativos e de motiva-
ção. Seu principal propósito é abrir um espaço de comunicação entre seus
membros, assim como a busca de apoios para o melhor desempenho de seus
planos e programas de saúde e bem-estar. Tem como princípio básico a parti-
cipação voluntária e a livre adesão ao movimento.
Alguns dos objetivos da rede são:
◗ difundir os conteúdos dos projetos municipais de saúde entre as autorida-
des municipais, as organizações sociais e a própria comunidade, estimulan-
do a criação e ampliação do movimento;
◗ trocar experiências e informação entre os membros associados, através de
reuniões periódicas e utilização de diferentes meios de comunicação;
◗ reconhecer e estimular os municípios para que realizem seus projetos com
maior qualidade;
◗ converter-se em uma instância de acreditação e incorporação de outros
municípios, destacando critérios mínimos para sua inclusão no movimento.
Além da Rede Mexicana de Municípios pela Saúde (nacional), foram criadas
outras redes regionais e estaduais entre os municípios, cidades e comunidades
envolvidas, o que facilita a realização de encontros pela proximidade geográfi-
ca. Um dos tipos de encontro são os “encontros temáticos” sobre diferentes
problemáticas municipais comuns na região.
A criação de redes de municípios permite a sistematização e busca de soluções
40
para os problemas sociais e de saúde, convertendo-se em uma forma inovado-
ra de contribuir para o desenvolvimento social com eqüidade e participação
democrática.
Um dos problemas que enfrenta o trabalho em nível municipal é o da conti-
nuidade, já que neste país a mudança de autoridades municipais ocorre a cada
três anos sem possibilidade de reeleição. Entretanto, a organização estadual,
através das redes, tem facilitado a transição e garantido a continuidade dos pro-
jetos de Municípios Saudáveis.
Em cada entidade federativa, em que se formou a rede estadual, estabeleceram-
se formas de trabalho de acordo com as necessidades dos municípios mem-
bros. Um dos êxitos obtidos foi a possibilidade de discussão de alternativas de
solução aos problemas existentes e a geração de acordos de cooperação inter-
municipal, desde apoios técnicos e assessorias até a elaboração de políticas
públicas e aplicação de recursos financeiros em projetos elaborados com base
no consenso.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Acordos,
Declarações
e Convenções
Internacionais

41

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


42

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Exemplos de Modelos de Resolução e Compromisso
dos Governos Locais e Municipais
a) Modelo de Resolução
(Município) , (Data)
VISTO (as normas superiores vigentes/ O Decreto Municipal/ o projeto apre-
sentado por…)
CONSIDERANDO:
Que o Movimento de Municípios e Comunidades Saudáveis tem mostrado os
benefícios que se obtêm na busca de melhores condições de vida e de saúde
para as comunidades;
43
Que representa um meio eficiente e de baixo custo para propiciar o inter-
câmbio de experiências e desenvolvimento de projetos locais de promoção
da saúde;
Que é importante conscientizar a todos os membros da comunidade e do
governo local sobre a necessidade de viver em uma cidade saudável e que sua
participação é necessária na sua manutenção, potencializando os recursos
comunitários já existentes e coordenando a busca e mobilização de recursos
que se requerem;
Que é preciso garantir o compromisso deste órgão legislativo em todas as
ações que tendem a implementar o processo de constituir um município sau-
dável na cidade de …………..
Por isto,
O (Conselho Deliberativo/Municipal, etc.) do (Município) de……..
RESOLVE:
ART 1o Iniciar o processo de constituir-se município saudável;
ART 2o Promover a construção de ambientes físicos e sociais saudáveis e
seguros;
ART 3o Estabelecer um Comitê intersetorial que se responsabilizará por
coordenar o projeto com um representante, no mínimo, de cada setor do
governo, etc.
b) Modelo de ata de compromisso
"um chamado para a criação de ambientes saudáveis"
O Governo do Município de …., aos …..dias do mês……de….., sob este
ato, se compromete a:

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Trabalhar junto com todos os setores da comunidade para criar âmbitos
que promovam a saúde integral, dirigido ao bem-estar coletivo e à criação
de uma comunidade cada dia mais saudável, através da participação ativa e
consciente de todos os membros da mesma para o auto-cuidado individual
e coletivo propiciando:
Iniciar o processo de constituir-se em município saudável,
A construção de ambientes físicos e sociais saudáveis e seguros;
Um alto grau de participação de todos os setores da comunidade;
Parcerias e associações com outros setores que possam contribuir para a
melhoria da saúde.

V Conferência Mundial de Promoção da Saúde


Promoção da Saúde: Rumo a uma Maior Eqüidade
Cidade do México, 5-9 de junho de 2000

Declaração Ministerial do México para a Promoção


da Saúde
Das idéias às ações
Reunidos na Cidade do México por ocasião da Quinta Conferência Global
sobre Promoção da Saúde, os Ministros da Saúde que assinaram esta
declaração:
1. Reconhecem que a consecução do nível de saúde mais alto possível é um
elemento positivo para o aproveitamento da vida e necessário para o desen-
44
volvimento social e econômico e a eqüidade.
2. Reconhecem que a promoção da saúde e do desenvolvimento social é um
dever e responsabilidade central dos governos, compartilhada por todos os
setores da sociedade.
3. Estão conscientes de que, nos últimos anos, através dos esforços sustentados
dos governos e sociedades em conjunto, houve uma melhoria significativa da
saúde e progresso na provisão de serviços de saúde em muitos países do
mundo.
4. Constatam que, apesar desse progresso, ainda persistem muitos problemas
de saúde que prejudicam o desenvolvimento social e econômico e, portan-
to, devem ser urgentemente resolvidos para promover uma situação mais
eqüitativa em termos de saúde e bem-estar.
5. Estão conscientes de que, ao mesmo tempo, doenças novas e reemergentes
ameaçam o progresso registrado na área da saúde.
6. Constatam a necessidade urgente de abordar os determinantes sociais, eco-
nômicos e ambientais da saúde, sendo preciso fortalecer os mecanismos de
colaboração para a promoção da saúde em todos os setores e níveis da
sociedade.
7. Concluem que a promoção da saúde deve ser um componente fundamental
das políticas e programas públicos em todos os países na busca de eqüida-
de e melhor saúde para todos.
8. Constatam as amplas indicações de que as estratégias de promoção da saúde
são eficazes.
Considerando o acima exposto, recomendam o seguinte:

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Ações
A. Colocar a promoção da saúde como prioridade fundamental das políticas e pro-
gramas locais, regionais, nacionais e internacionais.
B. Assumir um papel de liderança para assegurar a participação ativa de todos os
setores e da sociedade civil, na implementação das ações de promoção da saúde
que fortaleçam e ampliem as parcerias na área da saúde.
C. Apoiar a preparação de planos de ação nacionais para promoção da saúde, se
preciso utilizando a capacidade técnica da OMS e seus parceiros nessa área.
Esses planos variarão de acordo com o contexto nacional, mas seguirão uma
estrutura básica estabelecida de comum acordo durante a Quinta Conferência
Global sobre Promoção da Saúde, podendo incluir, entre outros:
• Identificação das prioridades de saúde e estabelecimento de políticas e
programas públicos para implantá-las.
• Apoio a pesquisas que ampliem o conhecimento sobre as áreas prioritárias.
• Mobilização de recursos financeiros e operacionais que fortaleçam a
capacidade humana e institucional para o desenvolvimento, implementação,
monitoramento e avaliação dos planos de ação nacionais.
D. Estabelecer ou fortalecer redes nacionais e internacionais que promovam a
saúde.
E. Defender a idéia de que os órgãos da ONU sejam responsáveis pelo impacto
em termos de saúde da sua agenda de desenvolvimento.
F. Informar ao Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde, para fins do rela- 45
tório a ser apresentado à 107a sessão da Diretoria Executiva, o progresso
registrado na execução dessas ações.
Assinada na Cidade do México, no dia 5 de junho de 2000, em árabe, chinês,
espanhol, francês, inglês, português e russo, sendo todos os textos igualmente
autênticos

Declaração de Medellin, 1999


"Melhor Qualidade de Vida para os Habitantes das Américas no
Século XXI"
Introdução
O movimento de Municípios e Comunidades Saudáveis nas Américas, compro-
metido com os princípios de eqüidade, solidariedade e convivência, propostos
na Carta de Ottawa (1986), reafirmados na Declaração de Santafé de Bogotá
(1992) e com as contribuições dos Congressos do Brasil (1996) e do México
(1997), tem cumprido um papel muito importante na busca de novas formas de
impulsar a ambiciosa meta de “Saúde Para Todos”, o desenvolvimento humano
sustentável e o melhoramento da qualidade de vida dos habitantes desta região
do mundo.
Da mesma maneira, tem contribuído para fortalecer a autonomia dos níveis
locais e os vínculos entre os países. Não obstante, urge continuar os esforços
para que os municípios e comunidades locais avancem para o Século XXI com
propostas claras e precisas para alcançar um maior desenvolvimento com eqüi-
dade social.
O III Congresso das Américas de Municípios e Comunidades Saudáveis, reunido
em Medellin, Colômbia, de 8 a 12 de março de 1999 e

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Considerando:
1. Que os componentes do desenvolvimento humano e a qualidade de vida
estão intimamente relacionados com os direitos e deveres cidadãos reco-
nhecidos em todos os países da América.
2. Que o melhoramento da qualidade de vida requer o compromisso dos
diferentes atores do desenvolvimento e de ações multisetoriais e interinstitu-
cionais.
3. Que o município é a unidade político-administrativa desde onde se cons-
tróem as relações governo-cidadão e onde se devem resolver as necessida-
des básicas, para uma vida digna e produtiva, e que é o principal responsá-
vel das políticas sociais.
4. Que a situação existente em nossos países indica que se chega ao novo
milênio com os seguintes desafios:
• Alcançar a eqüidade e a igualdade de direitos, para reduzir efetiva-
mente toda forma de exclusão social.
• Dirigir com sentido social a reativação do desenvolvimento econômico,
tendo presente que este, deve ser para benefício do ser humano, cujos
direitos não podem ser menosprezados em áreas de um crescimento
econômico como fim último.
• Estabelecer uma nova forma de relação das pessoas com o ambiente de
tal maneira que se consiga avançar na proteção e conservação dos
recursos naturais, em função do desenvolvimento humano sustentável.
46
• A busca da convivência baseada no respeito efetivo dos direitos
humanos, que reconstrua o tecido social, com base na tolerância,
eqüidade e a solidariedade, como uma forma de enfrentar os dife-
rentes tipos de violência, em nossos países.
• Alcançar a eficiência na gestão local frente ao desenvolvimento
municipal, tendo em conta a globalização e a urgente necessidade de
combater a corrupção
5. Que o fim último dos municípios e comunidades saudáveis, é fazer possível
que os seres humanos alcancem o direito de serem cada vez mais saudáveis
e de terem melhor qualidade de vida no século XXI.
Declaram
1. Fortalecer no âmbito local, a implementação de planos de desenvolvimento,
como elemento integrador das comunidades; os atores privados e públicos,
em um exercício permanente de busca de consenso, orientado a melhorar
as condições de vida da população, com perspectiva de gênero e uma racio-
nal e eficiente utilização dos recursos.
2. Desenhar a implementação de políticas públicas saudáveis no âmbito local,
de educação, emprego, moradia, saúde, nutrição, paz, convivência, qualida-
de do transporte, serviços públicos, utilização adequada do espaço público,
ambiente; entre outras, que busquem a melhoria das condições de vida da
população, a partir de suas necessidades e no marco das políticas interna-
cionais e nacionais.
3. Fortalecer as comunidades e a instituição municipal, consolidando os pro-
cessos de descentralização em busca da autonomia, da autogestão e do apro-
veitamento de suas potencialidades, frente às metas da globalização.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


4. Promover a busca de novos modelos econômicos ou a revisão e modificação
do atual, que permita a reativação e o crescimento econômico, para garantir
a eqüidade social, o acesso universal aos serviços, ao desenvolvimento tecno-
lógico e aos adiantamentos científicos e culturais.
5. Fortalecer programas no âmbito local para a proteção e conservação do
ambiente e a conscientização dos perigos de sua destruição, com um claro
compromisso pela sua defesa.
6. Impulsionar intervenções multisetoriais no âmbito municipal dirigidas para os
determinantes dos diferentes tipos de violência, baseadas na defesa dos direi-
tos humanos e como práticas da convivência pacífica com tolerância e reco-
nhecimento da diferença.
7. Contribuir desde o âmbito local para combater a corrupção e construir a ética
civil, orientadora das diferentes formas de relação entre as pessoas, as orga-
nizações e as instituições.
8. Desenvolver metodologias para a avaliação dos processos e dos projetos de
municípios e comunidades saudáveis que tenham em conta o contexto social,
político, cultural e epidemiológico em que se desenvolvem, e que ressaltem
seu impacto sobre a ineqüidade local.
9. Procurar a convergência de movimentos do âmbito municipal das Américas,
que têm metas comuns, orientadas à melhoria da qualidade de vida, utilizan-
do o conceito holístico da saúde como eixo condutor.
Os participantes neste congresso, apresentam sua solidariedade com os municí-
pios da América que tenham sofrido graves catástrofes, especialmente na América 47
Central, pelo Furacão Micta, e na Colômbia pelo terremoto do eixo cafeeiro, e os
estimulam para encontrar na estratégia de Municípios Saudáveis, uma inspirado-
ra possibilidade de recuperação do bem-estar comunitário.
A defesa do protagonismo e o respeito aos direitos e deveres das comunidades
locais, deve dar o justo meio para que a sociedade do novo século seja mais equi-
librada e justa.

Compromisso de Monterrey, 1993


Na cidade de Monterrey, Nuevo León, México, de 15 a 17 de novembro de 1993, os
Presidentes Municipais que assinamos este presente compromisso, reunimo-nos
com o objetivo de analisar nossos programas de saúde, bem-estar e desenvolvi-
mento, para fortalecer-nos no futuro próximo.
A reunião permitiu estabelecer um primeiro nível de comunicação e colaboração
entre os dez municípios presentes, com o apoio das Direções Gerais de Fomento à
Saúde e Medicina Preventiva, da Secretaria de Saúde e da Organização Pan-
Americana de Saúde (OPAS).
Nós, participantes, confirmamos a importância da relação entre a saúde e o bem-
estar da população de nossos municípios, concluindo que não pode haver desen-
volvimento completo se não se alcançam previamente bons níveis de saúde, nem se
poderá alcançar isto enquanto persista uma distribuição inequitativa dos benefícios
do desenvolvimento.
O desafio que a interdependência entre saúde e desenvolvimento nos coloca é o de
conciliar os interesses do crescimento econômico com o bem-estar para todos, no
marco de respeito pleno às tradições, cultura e soberania de nossos povos.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Consideramos inaceitáveis qualquer tipo de desigualdade, seja por razões étni-
cas, sexuais, políticas, religiosas ou sócio-econômicas, pelo que nosso com-
promisso incluirá eliminar diferenças desnecessárias e injustas, que limitam as
oportunidades de acesso à saúde e ao bem-estar.
A partir de um conceito de saúde como estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não somente a ausência de enfermidade, consideramos que
os requisitos da saúde estabelecidos na Carta de Ottawa não foram ainda alcan-
çados por importantes setores de nossa população. Entre estes requisitos, são
fundamentais: a alimentação, os serviços básicos, a educação, a habitação, o
salário, um ecossistema estável, a justiça social, a paz e a eqüidade.
Na realidade cotidiana de nossos municípios, às doenças associadas com a
pobreza agregaram-se, nas últimas décadas, àquelas derivadas do crescimento
das cidades, da industrialização e da adoção indiscriminada de hábitos e cos-
tumes impostos pela cultura do consumo.
Ao lado de doenças seculares como a desnutrição, avançam enfermidades do
coração e o câncer. A estes problemas somam-se os derivados da violência, fre-
qüentemente associados com o consumo de álcool e drogas, assim como
outros originados pela degradação ambiental e novas afecções, como a AIDS.
Somos conscientes de nosso papel como responsáveis por serviços básicos,
segurança pública, cultura e convivência harmônica de nossas coletividades e,
por isso, estamos dispostos a impulsionar cada vez com mais ênfase, políticas
municipais voltadas para o bem-estar humano, o desenvolvimento integral de
nossas cidades e a melhoria do ambiente que compartilhamos.
48 Sem esquecer a importância dos serviços médicos, indispensáveis em quanti-
dade e qualidade suficientes, para atender às necessidades da população na
cura de enfermidades, enfatizamos a prioridade de uma infra-estrutura de sane-
amento e serviços, que dará às nossas ações uma sustentação preventiva e de
promoção da saúde, dirigida a todos, de preferência aos setores mais pobres e
aos grupos mais vulneráveis de nossas regiões.
A saúde cabe a toda a população e, por isso, orientaremos as ações para o for-
talecimento de uma cultura da saúde na sociedade, promovendo sua participa-
ção plena nas decisões. Acima das barreiras que limitam o exercício democrá-
tico, potenciaremos sua capacidade para intervir na produção individual e
social das condições do bem-estar e na solução coletiva dos problemas de
saúde pública.
O desenvolvimento sustentável que propomos levará em conta não somente o
bem-estar das gerações presentes senão, também, o das futuras, cujas condi-
ções materiais e ambientais procuraremos defender e melhorar, em compro-
misso com as condições do meio-ambiente, sua proteção e sua conservação
para o futuro.
Em síntese, nosso enfoque é positivo, já que ao identificar a saúde com o bem-
estar, a percebemos como fonte de riqueza na vida cotidiana e como assunto
que concerne a todos os setores e não somente ao de saúde, pelo qual propi-
ciaremos, a todo momento, a responsabilidade compartilhada e a ação inter-
setorial.
Depois de analisar as múltiplas ações possíveis, concordamos em que, de acor-
do com as prioridades que democraticamente se decidam em cada município,
estes são os principais campos de trabalho:

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


1. Alimentação acessível, variada, adequada, completa, higiênica e regular.
2. Saneamento básico: fornecimento de água potável, drenagem, esgoto e tra-
tamento de águas servidas. Disposição de lixo. Controle de animais nocivos
e transmissores.
3. Fontes de trabalho seguro, remunerado e propiciador da satisfação e do
desenvolvimento pessoal e profissional.
4. Construção e melhora da moradia. Regulamento e reordenamento urbano.
5. Fomento de um estilo de vida saudável: higiene do corpo, dos alimentos e
da moradia. Estímulo ao exercício físico. Combate ao tabagismo, alcoolis-
mo e outras dependências. Uso adequado do tempo livre.
6. Segurança e proteção civil com participação organizada da cidadania.
Educação para a prevenção de acidentes e a prestação de primeiros socorros.
Preparação para situações de desastre.
7. Promoção e apoio à educação, à alfabetização e à educação de adultos.
Incremento e difusão da cultura e costumes locais.
8. Cuidado, proteção e melhoria do meio. Conservação da flora e da fauna.
Combate à contaminação de toda índole.
9. Atenção a grupos especiais: população materno-infantil, idosos, crianças e
meninos de rua. População indígena. Bóias-fria migrantes.
10. Resgate e aproveitamento da medicina tradicional e seu vínculo com a
institucional.
Finalmente, com o propósito de que nossas experiências, positivas e negativas, 49
sejam conhecidas e aproveitadas por outros municípios com as mesmas preo-
cupações, decidimos com unanimidade iniciar a organização de uma Rede
Nacional de Municípios pela Saúde que aborde e difunda os temas e projetos
relacionados com a saúde da população.
Para assegurar o êxito desta proposta, nos comprometemos, junto com as ins-
tituições que nos apoiam, a cumprir as seguintes tarefas:
Por parte dos Presidentes Municipais:
1.1 Referendar publicamente nossa vontade de desenvolver políticas saudáveis que
identifiquem o nosso como um Município pela Saúde.
1.2 Convocar a participação da sociedade civil a identificar e promover iniciativas
individuais, de grupo e sociais, favoráveis à saúde, com a incorporação dos
setores relacionados ao bem-estar e ao desenvolvimento integral do município.
1.3 Promover e executar ações e projetos democraticamente definidos, baseados
em diagnósticos sólidos, em execuções viáveis e com resultados perceptíveis
pela comunidade.
1.4 Difundir os conteúdos e propósitos das ações e projetos, com o fim de melho-
rar o nível de educação em saúde da população, para criar uma cultura de
saúde positiva e participativa.
1.5 Estimular a incorporação de outros municípios à rede mediante a comunica-
ção de experiências e a realização de visitas aos projetos em desenvolvimento.
1.6 Participar dinamicamente nas atividades da Rede Nacional de Municípios pela
Saúde, beneficiando-se dos direitos e cumprindo as obrigações de membro
associado.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


2. Por parte das instituições de apoio:
2.1 Organizar um escritório de apoio à Rede com funções de coordenação,
acreditação, difusão, capacitação, assessoria, seguimento e avaliação.
2.2 Organizar um banco de informações sobre a Rede e seus projetos, para
apoiar seu desenvolvimento e expansão.
2.3 Promover reuniões periódicas entre os municípios da Rede e outros inte-
ressados, para consolidar sua estrutura e facilitar o intercâmbio de expe-
riências.
2.4 Promover e facilitar uma relação ativa com municípios e redes de outros
países.

Acordo de Boca del Río, 1997


Acordo de Criação da Associação Latino-Americana de Redes
Nacionais de Municípios e Comunidades Saudáveis
Reunidos na cidade de Boca del Río, Veracruz, México, na oportunidade da
realização do II Congresso Latino-Americano de Municípios e Comunidades
Saudáveis, os representantes dos organismos e países que assinamos este
documento, considerando:
1. Que o movimento de municípios e comunidades saudáveis tem mostrado
as grandes vantagens que tem na busca de melhores condições de saúde
para nossas comunidades,
2. Que representa um meio eficiente e de baixo custo para propiciar o inter-
câmbio de experiências e o desenvolvimento de projetos locais de pro-
moção da saúde,
50
3. Que se trata, de uma iniciativa nobre e valiosa que deveria sustentar-se,
ampliar-se e consolidar-se na região latino-americana,
ACORDAMOS criar a Associação Latino-Americana de Redes Nacionais de
Municípios e Comunidades Saudáveis, que terá entre seus principais objetivos:
-Apoiar a consolidação das redes nacionais dos países integrantes;
-Propiciar a formação de redes nacionais nos países da região;
-Buscar os mecanismos para a continuidade e sustentabilidade do
movimento;
-Estabelecer os fóruns e mecanismos para o permanente intercâmbio
de experiências e o desenvolvimento de projetos de promoção da
saúde no âmbito municipal.
Com vistas à elaboração de um documento conceitual e normativo das
atividades da Associação, constitui-se um Comitê Coordenador formado
por:
Costa Rica; Cuba; México; Panamá; Venezuela; OPS Washington, DC.
A sede e a coordenação deste Comitê se outorga a México, com o
compromisso de consolidar os objetivos e ações para os quais foi
conformado.
Relação de Assinantes do Acordo de Criação da Associação Latino-
Americana de Redes Nacionais de Municípios e Comunidades Saudáveis:
Pelo Chile: Nora Donoso Valenzuela
Pela Colômbia: Apóstol Murillo Espitia
Pela Costa Rica: Roy Antonio Rojas Vargas
Por Cuba: Rosaide Ochoa Soto
Pelo Equador: Rodrigo Garcia
Por El Salvador: José Luis Castañeda Soto

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Pela Guatemala: Gustavo A. Martínez Palma
Por Honduras: Leah Galindo
Pelo México: Javier Urbina Soria
Pela Nicarágua: Gerardo José Miranda Obregon
Pelo Panamá: Manuel Pardo
Pelo Paraguai: Rosa Javaloyes de Rojas
Pelo Peru: Fernando Andrade Carmona
Pela República Dominicana: Maireni Gautreau
Pela Venezuela: Rutilio Colmenares Pérez
Pelo Uruguai: Enzo A. Lima Porley
Pela OPAS/Washington, DC: Maria Teresa Cerqueira

Boca del Río, Veracruz, México, em16 de outubro de 1997.

Declaração de Guatemala
NÓS, Representantes e Delegados de Municípios, Associações Municipais,
Institutos de Fomento Municipal, Institutos de Investigações em Saúde e con-
vidados do país irmão México, no contexto da “Primeira Reunião Centro
Americana de Municípios e Comunidades Saudáveis”, realizada na cidade de
Antígua, Guatemala, de 28 a 31 de outubro de 1996, formulamos a seguinte
DECLARAÇÃO, dirigida a incentivar e fortalecer a implementação da estratégia
de Municípios Saudáveis na América Central.
CONSIDERANDO
Primeiro: O processo de integração subregional e de reforma e modernização
51
das sociedades de Centro América, em curso,
Segundo: O crescente protagonismo dos governos locais da subregião a favor
da promoção e proteção da vida e do bem-estar de seus cidadãos;
Terceiro: A existência de experiências exitosas de municípios saudáveis nos
países da América Central, conhecidas por nós no transcurso da
reunião;
Quarto: A experiência adquirida pelo país irmão México na implementação
da estratégia de Municípios Saudáveis, incluindo a organização de
redes ao nível nacional e estadual, que consideramos benéfica
como referência para a experiência da América Central.
DECLARAMOS:
Primeiro: Que reconhecemos na estratégia de Municípios Saudáveis uma via
para colocar a vida e o bem-estar dos cidadãos no centro do desen-
volvimento municipal;
Segundo: Que sua implementação na América Central contribui para o desen-
volvimento humano local, incentivar a implementação da equidade e
o exercício responsável da cidadania no entorno municipal;
Terceiro: Que entendemos a saúde como um produto social que advém da
ação integrada dos governos locais, personalidades e líderes de
diferentes índoles, organismos não-governamentais e outras instân-
cias da sociedade civil, assim como da colaboração da comunidade
doadora internacional;
Quarto: Que é necessário que os países da América Central preparem planos
de ação para a implementação desta iniciativa, que contem com a

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


legitimidade, viabilidade política e factibilidade técnicas, necessá-
rias e suficientes;
Quinto: Que como um elemento catalisador e animador da implementação
da estratégia em nossos países, é necessário contar, entre outros
recursos, com um Projeto Subregional de Desenvolvimento da
Iniciativa de Municípios e Comunidades Saudáveis na América
Central”;
Sexto: Que a OPAS/OMS deve assumir a responsabilidade técnica do
desenho do projeto anteriormente mencionado, realizando no
âmbito subregional, as consultas de casos com os representantes
dos países centro americanos na implementação da iniciativa nos
países e o intercâmbio de experiências acerca de municípios
saudáveis entre os mesmos.
Sétimo: Que a OPAS/OMS, adicionalmente, deve continuar cooperando
com os governos centro-americanos na implementação da inicia-
tiva nos países e o intercâmbio de experiências acerca de municí-
pios saudáveis entre os mesmos.
Realizada na cidade de Antígua, Guatemala, em 1 de Novembro de 1996.

Convenção Americana sobre Direitos Humanos,


O.E.A. (Assinada na Conferência Especializada Interamericana
sobre Direitos Humanos San José, Costa Rica,
52
em 22 de novembro de 1969)
Este documento em sua forma integral está disponível através do
endereço eletrônico da Universidade de São Paulo –
Biblioteca Virtual de Direitos Humanos:
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratados/oea/oea.html
Artigo 4. Direito à vida
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser
protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém
pode ser privado da vida arbitrariamente.
2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser
imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de
tribunal competente e em conformidade com lei que estabeleça tal pena,
promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estende-
rá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos,
nem por delitos comuns conexos com delitos políticos.
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da perpe-
tração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem
aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou
comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos.
Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver penden-
te de decisão ante a autoridade competente.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Artigo 5. Direito à integridade pessoal
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica
e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, de-
sumanos ou degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada
com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.
3. A pena não pode passar da pessoa do delinqüente.
4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circuns-
tâncias excepcionais, e ser submetidos a tratamento adequado à sua condi-
ção de pessoas não condenadas.
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos
adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível,
para seu tratamento.
6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a refor-
ma e a readaptação social dos condenados.
Artigo 7. Direito à liberdade pessoal
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas con-
dições previamente fixadas pelas constituições políticas dos Estados Partes ou
pelas leis de acordo com elas promulgadas.
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento arbitrários.
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da sua detenção 53
e notificada, sem demora, da acusação ou acusações formuladas contra ela.
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de
um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem
direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade,
sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada
a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal
competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua
prisão ou detenção e ordene sua soltura se a prisão ou a detenção forem ilegais.
Nos Estados Partes cujas leis prevêem que toda pessoa que se vir ameaçada de
ser privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal com-
petente a fim de que este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso
não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto pela pró-
pria pessoa ou por outra pessoa.
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de
obrigação alimentar.
Artigo 17 – Proteção da família
1. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e deve ser protegida
pela sociedade e pelo Estado.
2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de contraírem casamento e de
constituírem uma família, se tiverem a idade e as condições para isso exigidas
pelas leis internas, na medida em que não afetem estas o princípio da não-dis-
criminação estabelecido nesta Convenção.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


3 O casamento não pode ser celebrado sem o consentimento livre e pleno
dos contraentes.
4. Os Estados-partes devem adotar as medidas apropriadas para assegurar a
igualdade de direitos e a adequada equivalência de responsabilidades dos
cônjuges quanto ao casamento, durante o mesmo e por ocasião de sua dis-
solução. Em caso de dissolução, serão adotadas as disposições que asse-
gurem a proteção necessária aos filhos, com base unicamente no interes-
se e conveniência dos mesmos.
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos fora do casa-
mento, como aos nascidos dentro do casamento.
Artigo 19 – Direitos da criança
Toda criança terá direito às medidas de proteção que a sua condição de
menor requer, por parte da sua família, da sociedade e do Estado.
Artigo 25 – Proteção judicial
1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer
outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais competentes, que
a proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais reconheci-
dos pela Constituição, pela lei ou pela presente Convenção, mesmo
quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam atuando no
exercício de suas funções oficiais.
2. Os Estados-partes comprometem-se:
a. assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal
54 do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal
recurso;
b. desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e
c. assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes, de toda
decisão em que se tenha considerado procedente o recurso.

Esta convenção foi assinada por Argentina, Barbados, Bolívia, Brasil,


Chile, Colômbia, Costa Rica, Dominica, República Dominicana, Equador,
El Salvador, Granada, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, México,
Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Trindade e Tobago,
Estados Unidos, Uruguai e Venezuela e foi ratificada por todos países
mencionados, exceto os Estados Unidos. Argentina, Barbados, Bolívia,
Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El
Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá,
Paraguai, Peru, Suriname, Trindade e Tobago, Uruguai e Venezuela adi-
cionalmente aceitaram a jurisdição da Corte Inter-Americana de Direitos
Humanos localizada em São José, Costa Rica.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre
Direitos Humanos em Matéria de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, “Protocolo de
San Salvador”
Este documento em sua forma integral está disponível através do endereço
eletrônico da Universidade de São Paulo – Biblioteca Virtual de Direitos
Humanos: http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratados/oea/
protoloco_adicional_direitos_economicosociais.html
Artigo 9: Direito à previdência social
1. Toda pessoa tem direito à previdência social que a proteja das conseqüências
da velhice e da incapacitação que a impossibilite, física ou mentalmente, de
obter os meios de vida digna e decorosa. No caso de morte do beneficiário, as
prestações da previdência social beneficiarão seus dependentes.
2. Quando se tratar de pessoas em atividade, o direito à previdência social abran-
gerá pelo menos o atendimento médico e o subsídio ou pensão em caso de
acidentes de trabalho ou de doença profissional e, quando se tratar da mulher,
licença remunerada para a gestante, antes e depois do parto.
Artigo 10 Direito à saúde
1. Toda pessoa tem direito à saúde, entendida como o gozo do mais alto nível
de bem-estar físico, mental e social.
2. A fim de tornar efetivo o direito à saúde, os Estados Partes comprometem-
se a reconhecer a saúde como bem público e, especialmente, a adotar as
seguintes medidas para garantir este direito: 55
a) Atendimento primário de saúde, entendendo-se como tal a assistência
médica essencial colocada ao alcance de todas as pessoas e famílias da
comunidade;
b) Extensão dos benefícios dos serviços de saúde a todas as pessoas
sujeitas à jurisdição do Estado;
c) Total imunização contra as principais doenças infecciosas;
d) Prevenção e tratamento das doenças endêmicas, profissionais e de
outra natureza;
e) Educação da população sobre prevenção e tratamento dos problemas
da saúde; e
f) Satisfação das necessidades de saúde dos grupos de mais alto risco e
que, por sua situação de pobreza, sejam mais vulneráveis.
Artigo 11 Direito a um meio ambiente sadio
1. Toda pessoa tem direito a viver em meio ambiente sadio e a contar com os
serviços públicos básicos.
2. Os Estados Partes promoverão a proteção, preservação e melhoramento do
meio ambiente.
Artículo 12. Derecho a la alimentación
1. Toda pessoa tem direito a uma nutrição adequada que assegure a possibi-
lidade de gozar do mais alto nível de desenvolvimento físico, emocional e
intelectual.
2. A fim de tornar efetivo esse direito e de eliminar a desnutrição, os Estados
Partes comprometem-se a aperfeiçoar os métodos de produção, abastecimen-

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


to e distribuição de alimentos, para o que se comprometem a promover
maior cooperação internacional com vistas a apoiar as políticas nacionais
sobre o tema.
Artigo 15 Direito à constituição e proteção da família
1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e deve ser prote-
gida pelo Estado, que deverá velar pelo melhoramento de sua situação moral
e material.
2. Toda pessoa tem direito a constituir família, o qual exercerá de acordo com
as disposições da legislação interna correspondente.
3. Os Estados Partes comprometem-se, mediante este Protocolo, a proporcio-
nar adequada proteção ao grupo familiar e, especialmente, a:
a) Dispensar atenção e assistência especiais à mãe, por um período
razoável, antes e depois do parto;
b) Garantir às crianças alimentação adequada, tanto no período de lactação
quanto durante a idade escolar;
c) Adotar medidas especiais de proteção dos adolescentes, a fim de
assegurar o pleno amadurecimento de suas capacidades físicas,
intelectuais e morais;
d) Executar programas especiais de formação familiar, a fim de contribuir
para a criação de ambiente estável e positivo no qual as crianças perce-
bam e desenvolvam os valores de compreensão, solidariedade, respeito
e responsabilidade.
56 Artigo 17 Proteção de pessoas idosas
Toda pessoa tem direito à proteção especial na velhice. Nesse sentido, os Estados
Partes comprometem-se a adotar de maneira progressiva as medidas necessárias
a fim de pôr em prática este direito e, especialmente, a:
a) Proporcionar instalações adequadas, bem como alimentação e assis-
tência médica especializada, às pessoas de idade avançada que care-
çam delas e não estejam em condições de provê-las por seus
próprios meios;
b) Executar programas trabalhistas específicos destinados a dar a
pessoas idosas a possibilidade de realizar atividade produtiva
adequada às suas capacidades, respeitando sua vocação ou desejos;
c) Promover a formação de organizações sociais destinadas a melhorar
a qualidade de vida das pessoas idosas.
Artigo 18 Proteção de deficientes
Toda pessoa afetada por diminuição de suas capacidades físicas e mentais tem
direito a receber atenção especial, a fim de alcançar o máximo desenvolvimento
de sua personalidade. Os Estados Partes comprometem-se a adotar as medidas
necessárias para esse fim e, especialmente, a:
a) Executar programas específicos destinados a proporcionar aos deficien-
tes os recursos e o ambiente necessário para alcançar esse objetivo,
inclusive programas trabalhistas adequados a suas possibilidades e que
deverão ser livremente aceitos por eles ou, se for o caso, por seus
representantes legais;
b) Proporcionar formação especial às famílias dos deficientes, a fim de
ajudá-los a resolver os problemas de convivência e convertê-los em ele-
mentos atuantes no desenvolvimento físico, mental e emocional destes;

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


c) Incluir, de maneira prioritária, em seus planos de desenvolvimento
urbano a consideração de soluções para os requisitos específicos decor-
rentes das necessidades deste grupo;
d) Promover a formação de organizações sociais nas quais os deficientes
possam desenvolver uma vida plena
Este documento conhecido como “Protocolo de San Salvador” foi assina-
do por Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, República
Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, México, Nicarágua,
Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Este protocolo
foi ratificado por Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador,
Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Uruguai

Convenção sobre dos Direitos da Criança.


Este documento em sua forma integral está disponível através do endereço
eletrônico da Universidade de Minnesota – Livraria de Direitos Humanos:
http://www.boes.org/justice.html
Artigo 23
1. Os Estados Partes reconhecem à criança mental e fisicamente deficien-
te o direito a uma vida plena e decente em condições que garantam a
sua dignidade, favoreçam a sua autonomia e facilitem a sua participa-
ção ativa na vida da comunidade.
2. Os Estados Partes reconhecem à criança deficiente o direito de benefi-
ciar de cuidados especiais e encorajam e asseguram, na medida dos
57
recursos disponíveis, a prestação à criança que reúna as condições
requeridas e àqueles que a tenham a seu cargo de uma assistência
correspondente ao pedido formulado e adaptada ao estado da criança
e à situação dos pais ou daqueles que a tiverem a seu cargo.
3. Atendendo às necessidades particulares da criança deficiente, a assis-
tência fornecida nos termos do n.º 2 será gratuita sempre que tal seja
possível, atendendo aos recursos financeiros dos pais ou daqueles que
tiverem a criança a seu cargo, e é concebida de maneira a que a crian-
ça deficiente tenha efetivo acesso à educação, à formação, aos cuida-
dos de saúde, à reabilitação, à preparação para o emprego e a ativida-
des recreativas, e beneficie desses serviços de forma a assegurar uma
integração social tão completa quanto possível e o desenvolvimento
pessoal, incluindo nos domínios cultural e espiritual.
4. Num espírito de cooperação internacional, os Estados Partes promo-
vem a troca de informações pertinentes no domínio dos cuidados pre-
ventivos de saúde e do tratamento médico, psicológico e funcional das
crianças deficientes, incluindo a difusão de informações respeitantes
aos métodos de reabilitação e aos serviços de formação profissional,
bem como o acesso a esses dados, com vista a permitir que os Estados
Partes melhorem as suas capacidades e qualificações e alarguem a sua
experiência nesses domínios. A este respeito atender-se-á de forma
particular às necessidades dos países em desenvolvimento.
Artigo 24
1. Os Estados Partes reconhecem à criança o direito a gozar do melhor estado
de saúde possível e a beneficiar de serviços médicos e de reeducação. Os

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Estados Partes velam pela garantia de que nenhuma criança seja privada do
direito de acesso a tais serviços de saúde.
2. Os Estados Partes prosseguem a realização integral deste direito e, nomea-
damente, tomam medidas adequadas para:
a) Fazer baixar a mortalidade entre as crianças de tenra idade e a
mortalidade infantil;
b) Assegurar a assistência médica e os cuidados de saúde necessários a
todas as crianças, enfatizando o desenvolvimento dos cuidados de saúde
primários;
c) Combater a doença e a má nutrição, no quadro dos cuidados de saúde
primários, graças nomeadamente à utilização de técnicas facilmente dis-
poníveis e ao fornecimento de alimentos nutritivos e de água potável,
tendo em consideração os perigos e riscos da poluição do ambiente;
d) Assegurar às mães os cuidados de saúde, antes e depois do nascimento;
e) Assegurar que todos os grupos da população, nomeadamente os pais e
as crianças, sejam informados, tenham acesso e sejam apoiados na utili-
zação de conhecimentos básicos sobre a saúde e a nutrição da criança,
as vantagens do aleitamento materno, a higiene e a salubridade do
ambiente, bem como a prevenção de acidentes;
f) Desenvolver os cuidados preventivos de saúde, os conselhos aos pais e
educação sobre planeamento familiar e os serviços respectivos.
3. Os Estados Partes tomam todas as medidas eficazes e adequadas com vista a
58
abolir as práticas tradicionais prejudiciais à saúde das crianças.
4. Os Estados Partes comprometem-se a promover e a encorajar a cooperação
internacional, de forma a garantir progressivamente a plena realização do
direito reconhecido no presente artigo. A este respeito atender-se-á de forma
particular às necessidades dos países em desenvolvimento.
Artigo 25
Os Estados Partes reconhecem à criança que foi objeto de uma medida de colo-
cação num estabelecimento pelas autoridades competentes, para fins de assis-
tência, proteção ou tratamento físico ou mental, o direito à revisão periódica do
tratamento a que foi submetida e de quaisquer outras circunstâncias ligadas à
sua colocação.
A Convenção dos Direitos da Criança foi ratificada por 191 países. Somente
dois países não a ratificaram: os Estados Unidos e a Somália, os quais têm
demonstrado sua intenção de ratificá-la por uma assinatura formal da
Convenção.

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Representações
da OPAS/OMS
nos Países,
Centros
Colaboradores
da OPAS/OMS
e Redes
Internacionais,
Nacionais e
Locais de
Municípios e
Comunidades
Saudáveis
60

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Representações da OPAS/OMS
Argentina Fax: 501-2-230917
Marcelo T. de Alvear 684, 4o. piso Endereço eletrônico: paho@blt.net
1058 Buenos Aires, Argentina Bolivia
Tel: 54-11-4312 5301
Calle Victor Sanjinez No. 2678
Fax: 54-11-4311 9151
Edificio Torre Barcelona Pisos 1, 6 y 7
Endereço eletrônico: info@ops.org.ar
Zona Sopocachi
Bahamas (também atende La Paz, Bolivia
Turks & Caicos) Casillas Postales 9790 y 2504
Tel: 591-2-2412313
Third Floor Curry House Building
Fax: 591-2-2412598
Shirley Street 61
Internet: www.ops.org.bo
Royal Victoria Compound
Nassau, Bahamas Brasil
P.O. Box N 4833 Setor de Embaixadas Norte, Lote 19
Tel: 1-242-3267390 70800-400 - Brasília, D.F., Brasil
Fax: 1-242-3267012 Caixa Postal 08-729
70912-970 - Brasilia, D.F., Brasil
Barbados (Coordenação de
Tel: 55-61-4269595
Programas no Caribe - CPC)
Fax: 55-61-3211922
Dayralls and Navy Garden Roads Internet: www.opas.org.br
Christ Church
Bridgetown, Barbados Canadá
P.O. Box 508 Canadian Society for International
Tel: 1-246- 426-3860 Health (CSIH)
Fax: 1-246- 436-9779 1 Nicholas St.
Atende a Antigua e Bermuda, Suite No. 1105
Barbados, Dominica, Grenada, Ottawa, Ontario
San Kitts e Nevis, San Lucia, Canada K1N 7B7
San Vincent e as Grenadines. Tel: 1-613-241-5785
Caribe do Leste: Anguilla, Ihas Fax: 1-613-241-3845
Virgens Britânicas, Montserrat. Endereço eletrônico: csih@fox.nstn.ca
Antilhas Francesas: Guadaloupe, Internet: www.csih.org
Martinique, San Martin e San
Bartolomeu, Guiana Francesa Chile
Avenida Providencia No. 1017
Belize Piso 4 y 5
No. 4 Eyre Street Casilla 9459
Belize City, Belize Santiago, Chile
P.O. Box 1834 Tel: 56-2-264-9300
Tel: 501-2-244885 Fax: 56-2-264-9311

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Colômbia San Salvador, El Salvador
Carrera 7 Nr. 74-21, Piso 9 Apartado Postal 1072
Edificio Seguros Aurora Sucursal Centro
Santafé de Bogotá, D.C., Tel: 503-298-3491
Colombia Fax: 503-298-1168
Apartado Aéreo 253367 Guatemala
Tel: 57-1-347-8373 Edificio Etisa, Plazuela España
Fax: 57-1-254-7070 7a. Avenida 12-23, Zona 9
Endereço eletrônico: ops-col@ Guatemala, Guatemala
latino.net.co Apartado Postal 383
Tel: 502-332-2032
Costa Rica Fax: 502-334-3804
Calle 16, Avenida 6 y 8
Distrito Hospital Guiana
San José, Costa Rica Lot 8 Brickdam Stabroek
Apartado 3745 Georgetown, Guyana
Tel: 506-258-5810 P.O. Box 10969
Fax: 506-258-5830 Tel: 592-225-3000
Endereço eletrônico: e-mail@ Fax: 592-226-6654
cor-ops.org
Haití
Cuba No. 295 Avenue John Brown
Calle 4 No. 407, entre Port-au-Prince, Haiti
17 y 19 Vedado Boite Postale 1330
La Habana, Cuba Tel: 509-260-5701
Apartado Postal 68 Fax: 509-245-6917
La Habana, Cuba Endereço eletrônico: opsoms@acn2.net
62
Tel: 53-7-55-2526 Honduras
Fax: 53-7-66-2075 Edificio Inmobiliaria Caribe
Endereço eletrônico: opscuba@info- Quinto Piso
med.sld.cu Calle Principal
Colonia Lomas del Guijarro
República Dominicana
Tegucigalpa MDC, Honduras
Edificio Cruz Roja y OPS/OMS
Apartado Postal 728
Calle Pepillo Salcedo,
Tel: 504-221-3721
2da. planta, Plaza de la Salud
Fax: 504-221-3706
Ensanche La F‚
Endereço eletrônico: pwrhon@
Santo Domingo, paho-who.hn
República Dominicana
Apartado 1464 Jamaica (também atende
Tel: 809-562-1519 Bermuda e Ilhas Cayman)
Fax: 809-544-0322 Old Oceana Building – 7th. floor
Endereço eletrônico: ops_dor@ 2-4 King Street
codetel.net.do Kingston, Jamaica
P.O. Box 384, Cross Roads
Equador Tel: 876-967-4626
Amazonas No. 2889 y Fax: 876-967-5189
Mariana de Jesus
Quito, Ecuador México
Tel: 593-2-2460-330 Paseo de la Reforma 450, pisos 2 y 3
Fax: 593-2-2460-325 Colonia Juarez
Endereço eletrônico: C.P. 06600 Mexico,D.F.
eescobar@ecu.ops-oms.org Apartado Postal 10-880
Tel: 52-55-5207-3009
El Salvador Fax: 52-55-5207-2964
73 Avenida Sur No. 135 Endereço eletrônico: e-mail@
Colonia Escalón mex.ops-oms.org

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Nicarágua Uruguai
Complejo Nacional de Salud Ave. Brasil 2697, Apts. 5, 6 y 8
Camino a la Sabana Esquina Coronel Alegre
Apartado Postal 1309 Código Postal 11300
Managua, Nicaragua Montevideo, Uruguay
Tel: 505-289-4200 Casilla de Correo 1821
Fax: 505-289-4999 Tel: 598-2-707-3581
Endereço eletrônico: opsoms@ Fax: 598-2-707-3530
ops.org.ni Endereço eletrônico: opsuru@
montevideo.com.uy
Panamá
Ancon, Avenida Gorgas, Edif. 261, 2 piso Venezuela (também atende
Ministerio de Salud Antilhas Netherlands)
Bella Vista, Panama Ave. Sexta entre 5a. y 6a.
Casilla Postal 7260, Zona 5 Transversal, Altamira
Panamá, Panamá Caracas 1010, Venezuela
Tel: 507-262-0030 Apartado 6722
Fax: 507-262-4052 Carmelitas
Endereço eletrônico: opspan@ Tel: 58-212-267-1622
pananet.con Fax: 58-212-261-6069

Paraguai
Edificio "Faro del Río"
Mcal. López 957 Esq. Estados Unidos
Asunción, Paraguay
Casilla de Correo 839
Tel: 595-21-450-495
Fax: 595-21-450-498 63

Perú
Los Cedros 269, San Isidro
Lima 27, Perú
Casilla 2117
Lima 100, Perú
Tel: 51-1-421-3030
Fax: 51-1-222-6405

Suriname
Burenstraat # 33
Paramaribo, Suriname
P.O. Box 1863
Tel: 597-471-676
Fax: 597-471-568
Endereço eletrônico: e-mail@
sur.paho.org

Trinidad & Tobago


49 Jerningham Avenue
Port-of-Spain, Trinidad
P.O. Box 898
Tel: 868-624-7524
Fax: 868-624-5643
Endereço eletrônico: e-mail@
trt.paho.org

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Centros Centro Colaborador
da OMS em Promoção
Colaboradores da Saúde
da OMS University of Toronto
The Banting Institute
The Institute of Action 100 College Street, Rm 207
Research for Community Toronto, ON M5G 1L5 Canada
Health Tel: 416-978-1809
Indiana University School of Nursing Fax: 416-971-1365
Nursing 236, 1111 Middle Drive Endereço eletrônico: centre.health
Indianapolis, Indiana, 46202, USA promotion@utoronto.ca
Endereço eletrônico: Citynet@ Internet: http:www.utoronto.ca/chp/
iupui.edu
Internet: http:www.iupui.edu/~citynet/
cnet.html Redes
Centro Colaborador Internacionais
da OMS
University of New Mexico Fundação
2400 Tucker NE Internacional das
Albuquerque, New Mexico 87131, USA Cidades Saudáveis
Internet: http://www.unm.edu/advance (inglês, espanhol e português)
ment/espanol/index.html Internet: http://www.healthycommu-
nities.org/international_
Centro Colaborador healthycities.html
da OMS em políticas
64 e investigação de Projeto da OMS: Cidades
Promoção da Saúde Saudáveis (em inglês)
School of Public Health Internet: www.who.dk/healthy-cities
Division of Global Health
Yale University Red de Municipios
60 College Street Saludables y Comunidades
P.O. Box 208034 de las Américas (OPAS)
New Haven, Connecticut 06520-8034,USA División de Promoción y Protección de
Tel: 1-203-785-2861 la Salud
Internet: http:info.med.yale.edu/eph/ Centro de Recursos y Documentación
html/divisions/ihd/ihd_research.html 525, 23rd. St. NW, Washington DC,
20037, USA
Centro Colaborador Endereço eletrônico: Munisalu@
de Quebec da OMS paho.org
para o desenvolvimento Internet: www.paho.org (accesar
de Municípios Saudáveis Municipios y comunidades saludables)
Faculté des Sciences Infirmières,
4108-J Pavillon Comtois, Rede do Instituto
Université Laval, Québec, Internacional para a
Qc, Canada, G1K 7P4. Promoção da Saúde
Tel: 1-418-656-2131 #7431 (em inglês)
Fax: 1-418-656-7747 International Institute for Health
Endereço eletrônico: Michel.ONeill@ Promotion
fsi.ulaval.ca 4400 Massachusetts Avenue, NW
Internet: http://www.ulaval.ca/fsi/ Washington, D.C. 20016-8037, USA
oms/p1sp.html Tel: 1-202-885-6281
Fax: 1-2-2-885-1346
Website: www.healthy.american.edu
/iihp.html

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Esplanada dos Ministérios, Bloco G
Redes Nacionais, Anexo B, 1 Andar Sala 126
Estaduais, e Locais Brasília-DF
Brasil, Cep.70.058.900
de Municípios e Endereço eletrônico: conasems@
Comunidades saude.gov.br
Centro de Estudos, Pesquisa e
Saudáveis Documentação em Cidades
América Central, México Saudáveis (CEPEDOC)
e Caribe Faculdade de Saúde Pública/USP
Costa Rica Av. Dr. Arnaldo,
Red de Cantones Saludables 715 CEP: 01246-950
Unidad de Promoción de la Salud Tel./Fax: 55-11- 3085 4760
Ministerio de Salud São Paulo – SP – Brasil
San José, Costa Rica Endereço eletrônico: cepedoc@
Tel: 506-255-2282 edu.usp.br
Internet: http://www.bireme.br/bvs/sp
Cuba
Movimiento de Municipios Chile
Saludables de Cuba Departamento Promoción de la Salud
Asamblea Nacional Ministerio de Salud Chile
Calle 42 Nro. 2308 Mac-Iver 541 Of. 521
Playa, Ciudad Habana Tel: 56-2-6300570
Cuba Fax: 56-2-6397862
Endereço eletrônico: jsalinas@minsal.cl
Honduras
Departamento de Promoción Colômbia
de la Salud Centro para el Desarrollo y Evaluación
65
Secretaría de Salud de Tecnología en Salud (CEDETES)
Tegucigalpa, Honduras Escuela de Salud Pública
Tel: 504-236-7995 Universidad del Valle
Fax: 504-236-7619 Calle 4B #36-00, Of. 120
A.A. 20637
México Cali, Colombia
Red Mexicana de Municipios Tel: 572-557-9005
por la Salud Endereço eletrônico: uni-kell@
Dirección General de Promoción mafalda.univalle.edu.co
de la Salud
Secretaría de Salud (SSA) Universidad de Antioquía
México, D.F. Facultad Nacional de Salud Pública
Tel: 525-55 33 5143 Calle 62 No. 52-19
Fax: 525-55 33 0659 Medellín, Colombia
Endereço eletrônico: cmunoz@ Apartado Aéreo 51922
mail.ssa.gob.mx Endereço eletrônico: saluddec@guaji-
Internet: www.ssa.gob.mx/ ros.udea.edu.co
República Dominicana Equador
Subsecretaría de la Liga Municipal Proyecto Espacios Saludables de Loja
Dominicana Av. Manuel Ignacio Montero
Tel: 809-533-3181 Facultad de Medicina
Fax: 809-533-2115 Universidad Nacional de Loja
Loja, Ecuador
América do Sul Tel: 593-7-586-426/7
Brasil Endereço eletrônico: aherrera@
Rede Brasileira de Municipios ecu.ops-oms.org
Saudáveis Perú
CONASEMS (Conselho Nacional Red Centro de Municipios Saludables
de Secretários Municipais Municipalidad de Villa El Salvador
de Saúde) Avenida Revolución s/n, Sector 2, Grupo 15

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


Villa El Salvador, Perú Colorado Healthy Communities Council
Tel: 51-1-870-8055 1127 Pennsylvania Ave.
Endereço eletrônico: jzea@terra.com.pe Denver, CO 80203
Tel: 1-303-813-1115
Venezuela
Fax: 1-303-813-1005
Red Venezolana de Municipios
Endereço eletrônico: http://www.healthy-
hacia la Salud
communities.org/
Municipal No.24, Cumarebo
Falcon, Venezuela Kansas
University of Kansas
América do Norte The Community Tool Box: the web site
Canadá dedicated to connecting people, ideas
Redes Canadienses: and resources for the work of commu-
www.ulaval.ca/fsi/oms/p2En.html nity health and development.
Red de Ontario: Internet: http://ctb/ukans.edu
www.opc.onca/ohcc/index.html Massachusetts
Red de Quebec: Healthy Communities Massachusetts
www.rqvvs.qc.ca c/o AHEC/Community Partners
Centro para Promoção da Saúde 24 South Prospect Street
(Universidade de Toronto, Canadá): Amherst, MA 01002 UMMC
http://www.utoronto.ca/chp/ Tel: 413-253-4283
Estados Unidos de América Novo México
Programas de comunidades saludables New Mexico Partnership for Healthier
de National Civic League Communities
Internet: http://www.ncl.org/ P.O. Box 80508
ncl/hci.htm Albuquerque, NM 87198-0508
66 The Coalition for Healthier Cities and Tel: 1-505-224-7722
Communities Fax: 1-505-224-7721
One Franklin Avenue, Chicago, IL 60606 Nova Iorque
Endereço eletrônico: infor@healthycom- Community Health
munities.org Healthcare Association of New York State
Internet: www.healthycommunities.org 74 N. Pearl Street
Arizona Albany, New York 12207
Healthy Communities Coordinator Tel: 1-518-431-7732
Arizona Department of Health Endereço eletrônico: mwurth@hanys.org
1740 W. Adams Internet: www.hanys.org
Phoenix, AZ 85007 Carolina do Sul
Tel: 1-602-542-1918 Director of Healthy Communities
Fax: 1-602-542-1265 South Carolina Health Alliance
Endereço eletrônico: gtebo@hs.state.az.us P.O. Box 6009
Califórnia Mills/Jarrett Complex
California Healthy Cities West Columbia, SC 29171
and Communities Tel: 1-803-796-3080
1851 Heritage Lane, Suite 250 Porto Rico
Sacramento, CA 95815-4923 Programas Municipales Saludables
Tel: 1-916-646-8680 229 del Parque St., Apt. 304
Fax: 1-916-646-8660 San Juan, PR 00912
Endereço eletrônico: chcc@cwo.com Tel: 1-787-274-5500
Colorado Fax: 1-787-274-5523
Colorado Center for Washington
Healthy Communities Healthy Communities Initiative
1616 17th Street, Suite 362 Washington Health Foundation
Denver CO 80203 300 Elliott Avenue West #300
Tel: 1-970-963-9144 Seattle, WA 98119-4118
Internet: http://www.kaycee.net/net/chcc Tel: 1-206-216-2509

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


67

Municípios e Comunidades Saudáveis- Guia dos prefeitos


68
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download:

Baixar livros de Administração


Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo

Vous aimerez peut-être aussi