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Quem vê hoje, com certa indiferença, nalguns cafés, boates e bares brasileiros jovens
maiores de dezoito consumirem, livremente, maconha, cocaína, cigarro, cerveja, uísque ou
droga similar, ou assiste à respectiva propaganda na tv, seguida de advertência do Ministério
da Saúde dos males que causam, pode não acreditar, mas há cinqüenta anos, algumas dessas
pessoas (traficantes de droga ilícita, como maconha ou cocaína) seriam presas e condenadas
a longos anos por tráfico ilícito a penas que variavam de cinco a quinze anos de prisão, época
em que tais delitos, hoje um ato legal e devidamente regulamentado, eram severamente
punidos e seus autores por vezes mais estigmatizados do que ladrões. Desnecessário dizer
que havia países que castigavam tais infrações com pena de morte inclusive (no dia 5 de
setembro de 2007 foram executados 21 pessoas por enforcamento no Irã, totalizando 189
execuções no ano até aquela data).
E o mais estranho é que a política de repressão ao tráfico era reconhecidamente um
fracasso retumbante. Sim, porque, a pretexto de combater a produção e o consumo de cocaína
ou similar, a sua radical proibição produzia efeitos desastrosos: fomentava preços artificiais e
absurdamente altos, tornando tais atividades extremamente rentáveis e atrativas,
especialmente numa sociedade de consumo; consumidores inadimplentes eram não raro
mortos por traficantes; grupos rivais travavam uma guerra sangrenta entre si e produziam
mortos diários; policiais executavam traficantes e traficantes matavam policiais; balas perdidas
faziam vítimas sem cessar; traficantes aterrorizavam favelas e bairros periféricos; lavava-se o
dinheiro sujo em bancos, casas de câmbio e similares; corrompiam-se agentes da segurança
pública quase que sistematicamente; armas de grosso calibre eram traficadas em grandes
quantidades para municiarem os criminosos etc.
Enfim, longe de reprimir o comércio proibido, a lei penal servia, em verdade, para
alimentá-lo e fomentá-lo, qual gasolina lançada sobre o fogo, pois produzia efeitos claramente
contraproducentes ou criminógenos. Ignorava-se a advertência de que todos têm o direito de
irem para o céu ou o inferno como quiserem, desde que no caminho não violem as pessoas ou
seus bens (Morris e Hawkins); ignorava-se que a rigor o tráfico é um crime sem vítima, um
comércio como outro qualquer, embora proibido: alguém quer consumir/comprar droga e
sempre haverá quem queria vender; ignorava-se que pessoas consomem drogas (lícitas ou
ilícitas) pela mesma razão que fazem sexo ou comem chocolate: o prazer, ainda que fugaz;
alguns ficam viciados, outros não. Mais: drogas são neutras, como neutra é uma faca de
cozinha ou um martelo, que pode ser usada para atividade doméstica, mas também para ferir
ou matar alguém: a droga, o martelo e a faca são inocentes, não as pessoas que as utilizam
para cometer crimes.
Sabemos hoje que proibir não é controlar; proibir, em geral, significa apenas remeter
tais atividades para a clandestinidade, onde não existe controle algum. A repressão da lei penal
servia assim apenas para criar uma falsa e demagógica impressão de segurança, até porque,
apesar da repressão simbólica, mas que produzia vítimas reais, drogas eram produzidas em
larga escala e facilmente adquiridas em todos os rincões do país.
Hoje, droga é livremente produzida por laboratórios credenciados e comercializada em
drogarias e estabelecimentos similares, com controle de qualidade inclusive, em respeito ao
consumidor, sujeita a pesados tributos, havendo hospitais e clínicas especializadas para
tratarem de dependentes, de sorte que droga já não mais é um problema de polícia, mas um
problema de saúde pública, um problema ainda grave, sem dúvida, mas que está sob controle
e, mais importante, sem produzir as vítimas e os horrores do passado. Realmente a história da
repressão à droga, que vitimou milhões de pessoas em todo o mundo, comprovou o acerto da
política de abolição da repressão legal, coisa absolutamente impensável há meio século. Ficou
claro enfim que é preciso trabalhar com o máximo de políticas sociais e com um mínimo de
direito penal.
Paulo Queiroz, Artigo retirado de um jornal de 2097. Revista Jus Vigilantibus
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Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem.
3 – Quando o autor cita “há cinqüenta anos” ele se refere ao ano em que vive.
6 – Depreende-se das ideias do autor que ele é a favor da menor intervenção possível do
Direito Penal na vida dos cidadãos.
9 – Um objeto neutro é aquele que pode ser usado tanto para o bem como para o mal,
segundo o autor.
10 – O autor vislumbra um futuro onde as drogas não criaram mais nenhum problema
para a sociedade.
12 – Vossa Excelência fostes traído por vossos próprios assessores – disse o jornalista.
13 – Dentre nossos amigos, Vicente foi um dos que mais abusou no número de faltas
durante o curso.
17 – Quem retirar dois hífens ou mesmo um hífen do texto não deixará de receber
castigo.
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A respeito dos conceitos de rede, internet e protocolos, julgue as assertivas.
21 – Uma LAN do tipo Ethernet é um exemplo de uma rede com enlace ponto-a-ponto.
24 – A ADSL utiliza multiplexação por divisão de frequência para permitir que o usuário
utilize o telefone e a internet ao mesmo tempo.
26 – O protocolo FTP tem bastante semelhança como o protocolo HTTP, como o número
de portas utilizado por eles.
29 - A maioria dos gerenciadores de bancos de dados mantém logs. Logs são controles
contra a alteração inadvertida de dados.
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Se Anderson não bebe, ele estuda para concursos. Se Anderson bebe, ele sai com os amigos.
Se Anderson não estuda para concursos, ele não sai com os amigos. Se Anderson sai com os
amigos, ele não estuda para concursos. Todas as proposições anteriores são Verdadeiras.
37 – Anderson bebe.
39 – Ou Anderson estuda para concursos ou Anderson não sai com seus amigos.
43 – Anderson tem 10 amigos que estudam para concursos e 5 amigos que bebem.
Logo, ele tem pelo menos 15 amigos.
Mara, portadora de tuberculose, estava com a saúde muito debilitada. Mesmo sabendo do risco
que tinha de transmitir a doença, porém, foi até o mercado do bairro comprar algo para fazer o
almoço sem usar máscara. Quando voltava para casa, suas vizinhas, Ana (de 17 anos) e Lúcia
(de 19 anos), começaram a ofendê-la chamando-a de leprosa e dizendo que ela não deveria
sair de casa. O filho de Mara, Marcelo, que estava em casa e tudo ouviu, saiu e agrediu Lúcia
com um pedaço de ferro que estava no quintal, vindo Lúcia a ficar mais de 30 dias de cama por
conta das lesões.
47 – Ana não poderia ser condenada por crime contra a honra, visto que é inimputável.
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54 – Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa e
representação se não o exerce dentro do prazo de 5 anos, contado do dia que veio a
saber quem é o autor do crime.
Acerca dos crimes contra o patrimônio e dos crimes contra a administração pública, julgue os
próximos itens.
56 – Influir para que uma pessoa oculte produto de crime em sua residência constitui
crime de receptação.
57 – Policial que recebe valor de fiança e guarda para si, comete o crime de peculato.
58 – Funcionário que utiliza carro que lhe foi confiado para execução de serviço para
razões pessoais comete o crime de peculato.
59 – Pode constituir crime executar ato que aumente despesa total com pessoal nos 180
dias anteriores ao final da legislatura.
60 – Comete crime de fraude processual aquele que após cometer um homicídio lava
todo o local do crime tentando ocultar marcas de sangue.
64 – A prova emprestada tem o mesmo valor das demais provas dentro de um processo,
desde que tenha as mesmas partes envolvidas e tenha sido submetida ao contraditório.
65 – Chama-se prova ilícita àquela que viola regras do direito processual, embora não
necessariamente em nível constitucional.
67 – A busca pode ser feita ex officio pelo juiz ou mediante requerimento do Ministério
Público, defensor do réu ou por representação da autoridade policial.
68 – Durante uma busca domiciliar não pode o policial conduzir busca pessoal em
qualquer dos moradores, pois há necessidade de mandado específico para isso.
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72 – A autoridade policial não deve determinar o indiciamento do autor da infração se ele
já se identificou civilmente.
76 – O juiz de direito pode lavrar auto de flagrante, desde que o delito tenha sido
cometido em sua presença e esteja no exercício da função.
O governo brasileiro anuncia hoje um modelo inédito na indústria de petróleo. Para preparar o
novo marco regulatório, o governo teve de considerar peculiaridades que não existem em
nenhum lugar do mundo, como a ligação de campos já concedidos em modelo de concessão
com áreas ainda não licitadas que serão exploradas em regime de partilha.
A mistura de diferentes regimes exploratórios deve ser uma constante da nova legislação, para
evitar, por exemplo, que estados produtores percam todas as compensações, ainda que num
regime conhecido internacionalmente por não contemplar royalties nem participações
especiais.
– Na questão da unitização não conheço nenhum precedente igual no mundo inteiro – afirma o
advogado do setor, Paulo Valois, referindo-se às reservas que se ligam, como é o caso de Iara.
Neste casos, o governo vai estabelecer regras especiais que vão administrar o fato de campos
licitados no modelo antigo conviverem com áreas que serão exploradas no novo regime.
Jornal do Brasil. 31/08/09 (adaptado)
Com relação ao texto acima e as múltiplas implicações do tema, julgue os itens abaixo.
82 – O petróleo está por trás de grandes confrontos mundiais atuais, como o que ocorre
entre Israel e a Palestina.
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A respeito dos conceitos de Administração julgue os próximos itens.
85 – O enfoque funcional, criado por Fayol, tem como uma das principais características
a separação das atividades administrativas das outras funções.
87 - A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve incluir metas fiscais para os três
exercícios subseqüentes ao do ano em que for aprovada.
95 – Funcionários públicos quando não remunerados por subsídios podem receber por
vencimentos.
97 – O julgamento das propostas de licitação deve ser realizado sempre em ato público.
100 – Para que ocorra a ação regressiva é necessário que o Estado tenha sido
condenado a indenizar a vítima. A ação regressiva não se transmite aos herdeiros e
sucessores do servidor considerado culpado.
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Acerca do Direito Constitucional julgue os próximos itens.
101 – É inelegível para suplente de Senador o prefeito que não tiver renunciado ao
mandato até seis meses antes do pleito.
103 – Se o chefe do Executivo renunciar um ano antes do pleito, seu cônjuge pode
candidatar-se a todos os cargos eletivos, menos à Chefia do Executivo, no caso deste
estar no segundo mandato.
105 – Somente o Senado Federal pode processar e julgar o Presidente da República por
crimes comuns.
111 – Aquele que cultiva planta de maconha para uso próprio pode ser condenado pelo
crime de tráfico de entorpecentes.
113 – O abuso de autoridade pode ser por excesso de poder e por desvio de poder.
114 – O abuso de autoridade é sempre uma ação, voltada contra o interesse público.
115 – A tortura para obter informação é um crime que se consuma quando o sujeito
passivo fornece as informações.
117 - Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que
ausente ou foragido, será processado sem defensor.
118 - As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada
aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo
juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito)
horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças
Armadas.
119 - Considera-se infração penal ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
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Em meio aos saques e à insegurança, cidades catarinenses atingidas pelas chuvas estão sob
uma
espécie de toque de recolher decretado pela Polícia Militar. Só poderão ficar nas ruas à noite
moradores ou voluntários para ajudar os desalojados. Filas de distribuição de alimentos se
espalham pelas cidades.
O Globo, 28/11/2008, capa.
O que seria uma alternativa para se livrar do domínio de facções do tráfico e da ação de
assaltantes virou um problema para comunidades de bairros populares de Salvador. Empresas
clandestinas de segurança - a maioria sob o comando de policiais civis e militares - chegam a
ameaçar moradores e comerciantes que se recusam a pagar pelo serviço.
Correio da Bahia. 1/9/2009.
Considerando que os fragmento de texto acima têm caráter unicamente motivador, redija texto
dissertativo acerca do seguinte tema.
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