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O investimento direto é sempre virtuoso?

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SEGUNDA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2018

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Economia
Capital

O investimento direto é sempre


virtuoso?
por Carlos Drummond — publicado 09/06/2014 04h48, última modificação 09/06/2014 05h12

A ver. No caso do Brasil, ele flui cada vez mais para os serviços e menos
para a indústria
Em meio ao ambiente internacional
desfavorável e ao pessimismo do
empresariado nacional, o Brasil recebeu
19,4 bilhões de dólares em investimentos
diretos estrangeiros entre janeiro e abril
deste ano. No mesmo período de 2013, o
valor atingiu 18,9 bilhões de dólares. O
aumento indica a resistência da economia
do País e a sua atratividade ao capital
externo. O governo comemora o resultado,
mas a distribuição do fluxo externo mostra a
participação crescente de setores de bens
não comercializáveis no mercado
internacional ou non tradeables,
principalmente no setor de serviços, e a
redução da parcela disponível para a
produção voltada para a exportação, aponta
a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização

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Econômica. O resultado é a ampliação da fatia do mercado interno ocupada por


multinacionais sem aumento da capacidade do Brasil de obter saldos comerciais positivos.

“Entre 1980 e 2014, a parte da indústria caiu de 74,4% para 21,2% e o fluxo para os
serviços e o setor primário mais que triplicou. A maior parcela vai para plantas existentes e
visa atender ao mercado local com serviços de comércio, financeiros, de transportes, de
educação, de atividade imobiliária e nas áreas de telecomunicações e eletricidade”, explica
Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet. Em vez de investir na construção de unidades
novas ou greenfield e aguardar até um ano e meio de maturação para faturar e lucrar, a
empresa transnacional compra o acesso imediato ao mercado interno e às receitas das
vendas.

A forma mais utilizada para ingressar no mercado interno são os processos de fusões e
aquisições. No primeiro trimestre foram realizadas 164 dessas operações, 18% acima do
mesmo período do ano passado. O total de transações passou de 9 bilhões de reais para 44
bilhões, segundo levantamento do banco de investimento Greenhill. Em consequência do
fluxo crescente de recursos para o segmento de bens não comercializáveis, a parte do IDE
global endereçada ao Brasil, acima de 4% em 2013, distancia-se cada vez mais da
participação do País nas exportações mundiais, em torno de 1%.

As chamadas “modalidades de internacionalização sem capital”, não incluídas no censo de


capitais do BC até o ano 2000, ajudaram a impulsionar o setor de serviços. Os novos itens
são aluguéis não imobiliários, gestão de ativos intangíveis, serviços financeiros de holdings
não financeiras, prestação de serviços de informação e atividades de sedes de empresas e
de consultoria em gestão de empresas.

O IED cresce acima de 60 bilhões de dólares anuais desde 2011, mas “o déficit da balança
comercial de serviços, setor determinante para a competitividade da indústria, é de 92
bilhões de dólares, um dos maiores do mundo”, disse o economista Jorge Arbache, da UnB
e do BNDES, no seminário Indústria e Desenvolvimento Produtivo do Brasil, promovido pela
Fundação Getulio Vargas nos dias 26 e 27.

Ao se instalar no País e produzir para exportação, uma empresa se submete a condições


adversas de câmbio, juros, carga tributária, concorrência de importados, infraestrutura e
custo de energia e se torna menos competitiva no mercado externo. Quando investe em
serviços não exportáveis, supera as rivais nacionais por ter escala mundial e tecnologia mais
avançada. O fenômeno contribuiu para o declínio da balança comercial de manufaturados,
de um superávit de 5 bilhões de dólares em 2004 para um déficit de 105 bilhões de dólares
em 2013, segundo a Fiesp. O setor foi responsável por 13% do PIB em 2012, a menor
proporção dos últimos 50 anos.

O quadro mostra a atualidade do trabalho de 2002 “O investimento direto estrangeiro e a


internacionalização da economia brasileira nos anos 1990”, dos economistas Fernando Sarti
e Mariano F. Laplane, do Instituto de Economia da Unicamp. “Diante da Coreia do Sul e da
China, entre outros países, o Brasil se diferencia por um processo de internalização
“introvertida”, caracterizado pela transferência da propriedade de empresas nacionais para
investidores estrangeiros sem contrapartida proporcional de investimentos de empresas
brasileiras no exterior e pela assimetria entre o expressivo incremento de volume e conteúdo
importados no mercado e na produção doméstica vis-à-vis o apenas modesto desempenho
exportador.” A exposição a uma estrutura produtiva muito mais eficiente, em vez de
funcionar como agente modernizador da estrutura empresarial brasileira, como defende o
neoliberalismo, contribuiu para agravar a sua vulnerabilidade externa.

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