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Economia
Capital
A ver. No caso do Brasil, ele flui cada vez mais para os serviços e menos
para a indústria
Em meio ao ambiente internacional
desfavorável e ao pessimismo do
empresariado nacional, o Brasil recebeu
19,4 bilhões de dólares em investimentos
diretos estrangeiros entre janeiro e abril
deste ano. No mesmo período de 2013, o
valor atingiu 18,9 bilhões de dólares. O
aumento indica a resistência da economia
do País e a sua atratividade ao capital
externo. O governo comemora o resultado,
mas a distribuição do fluxo externo mostra a
participação crescente de setores de bens
não comercializáveis no mercado
internacional ou non tradeables,
principalmente no setor de serviços, e a
redução da parcela disponível para a
produção voltada para a exportação, aponta
a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização
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O investimento direto é sempre virtuoso? — CartaCapital 21/05/2018 16)52
“Entre 1980 e 2014, a parte da indústria caiu de 74,4% para 21,2% e o fluxo para os
serviços e o setor primário mais que triplicou. A maior parcela vai para plantas existentes e
visa atender ao mercado local com serviços de comércio, financeiros, de transportes, de
educação, de atividade imobiliária e nas áreas de telecomunicações e eletricidade”, explica
Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet. Em vez de investir na construção de unidades
novas ou greenfield e aguardar até um ano e meio de maturação para faturar e lucrar, a
empresa transnacional compra o acesso imediato ao mercado interno e às receitas das
vendas.
A forma mais utilizada para ingressar no mercado interno são os processos de fusões e
aquisições. No primeiro trimestre foram realizadas 164 dessas operações, 18% acima do
mesmo período do ano passado. O total de transações passou de 9 bilhões de reais para 44
bilhões, segundo levantamento do banco de investimento Greenhill. Em consequência do
fluxo crescente de recursos para o segmento de bens não comercializáveis, a parte do IDE
global endereçada ao Brasil, acima de 4% em 2013, distancia-se cada vez mais da
participação do País nas exportações mundiais, em torno de 1%.
O IED cresce acima de 60 bilhões de dólares anuais desde 2011, mas “o déficit da balança
comercial de serviços, setor determinante para a competitividade da indústria, é de 92
bilhões de dólares, um dos maiores do mundo”, disse o economista Jorge Arbache, da UnB
e do BNDES, no seminário Indústria e Desenvolvimento Produtivo do Brasil, promovido pela
Fundação Getulio Vargas nos dias 26 e 27.
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