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carituLo vin A histéria como compreenséo Nada do que foi analisado até aqui nos fomece uma ideia nitida acerca da histéria. Aparentemente, ela esti empenhada perpetuamente em conciliar contradicdes: tem necessidade de fatos, extraidos de fontes; no entanto, sem serem questionados, os vestigios permanecem silenciosos ‘© nem sequer sio “fontes”. Convém ser jf historiador para conhecer as ‘questdesa serem formnladas 2s fontes, assim como os procedimentos sus- -s6. O método ctitico pelo qual é garantido 0 porsis6, um saber hist6rico confirmado. riador para fazer hist6ria, Por sua vez, 0 tempo, ou sejz, adimensto diacrénica constitutiva da questio no Ambito da hist6ria, nfo € um quadro vario que seria preenchido por fatos, mas uma cla sociedade e pela histéria jf escrita, Servindo-se historiador deve consideré-lo também como Além de proceder 4 periodizagio, ele é-fibricados que, no entanto, exprimem Autorretrato do historiador como artesGo A histéria como offcio Ao lermos 0s textos dos historiadores sobre a histéria, ficamos impressionados com a recorréncia do vocabulétio de cunho artesanal. Domuces sos A Haroon © historiador fala como um marcenciro, A historia @ um oficio ~ termo escothido por L. Febvre como titulo para a obra péstuma de M. Bloch que, enttetanto, o havia utilizado, abundantemente, ¢ transformado em nosso oficio, © oficio de historiador. Desde 0 do, ele compara-se a um “artesio, tendo envelhecido uma realidade c inicio de sua In no oficio”; ¢ o termo volta na iltima frase em que manifesta o desejo de | que seu livro seja considerado como “o memento de um artesio, [.] © caderninho de umn oficial” que, duraiite muito tempo, serviu-se de régua | jjulgar matemitico”. Als, ele evocaaoficime elogia a erudigio ‘reconduzido o historiador 4 mesa de trabalho”. M. Bloch nao € um caso isolado. Todos os historiadores falam, tal como F. Furet, de sua oficina; eles evocam as regras de sua arte. Em vez de descreverem seu oficio como algo que possa ser transmitido por um ‘processo diditico, eles o consideram como uma prética decorrente de wn aprendizado. Ao filar de conporacio (Zunfi), 0 historiador alemao, Werner 4 onze, chega mesmo a estabelecer a distingio cutre mestres, oficiais € aprendizes.'"' Bernard Bailyn (1994, p. 49-50) utiliza o termo eng: mestno que a histéria possa apresentar-se de mancira mais sofisticada, ela deve ser, no minimo, um oficio, a crf, no sentido em que as competéncias — skills —requisitadas dependem de uma pritica ¢ exigem tempo. Bis por que um tempo de estigio para se tornar oficial ~ guildlike training — faz sentido. A |hist6ria aprende-se como a marcenarla: por urn aprendizado na oficina, ‘Ao fazer histéria é que alguém se tora historiador. Fntretanto, a denegagio justapée-se i afirmagio. Ainda ma Intwduyio 4 citada mais acima, M. Bloch fila, também, da histéria como se tratasse de uma cincia ~ “ainda na infincia”, certamente — mas “a mais dificil de todas as ciéncias”, de acordo com a expressio utilizada por Bayle Fustel de Coulanges. Para apresenté-la, nio basta enumerar “as habilida- des jf experimentadas, por geragSes sucessivas, no decorrer do tempo”, ‘como se fosse uma “arte aplicada”. “A hist6ria no é a relojoaria, nema | marcenaria” (1960, p. XIV). Entretanto, pela légica, seria escolher: a marcenaria nio uma ciéncia, a oficina nfo é um , nem a bancada de marce- neiro, uma bancada de laboratério. As ciéncias sio objeto de um ensino 6 possivel enunciar suas regras; em compensagio, a historia nao possui cio, Gen deter spends e xin nic ava canada o gra de mess, OT, “a historia dos homens que vivem em sociedade". Nao = No og, oman tbenlneate, cmp, Ni [de Mii, eo pesca que, exteendoun Aveo cono comes f verdadeins regras, mesmo que se afirme que elas existam. A utilizaeio, em um discurso sobre F intelectuais e priticas cor f de questionamento. A fF que nio pode ser apenas uma simples captatio benevolentir ov nna filsa ria, de termos que remetem a universos modéstia. Com certeza, 20 utilizar o léxico do artesanato, os historiadores { traduzem um aspecto essencial de sua experiéacia, on seja, o sentimento f profindo de que nio existe regra que possa ser aplicada de uma forma automitica e sistemética, que tudo € uma questio de dosagem, t2to € fF compreensio. Sem que deixem de ser ~e sejam realmente — rigorosos, servindo-se do léxico da ciéncia. De fito, a complexidade da histéria como pritica remete & propria complexidade de seu objeto. | Os homens, objetos da histéria (Os historiadores sio relativamente undinimes em relaglo a0 objeto de F sua disciplina, apesar das diferencas de formulagio; als, eles despendem ‘uin enorme talento para justifici-la. “A bistétia € 0 estudo das sociedades Jhumanas”, dizia Fustel de Coulanges (apud Buocus, 1960, p. 110). Seignobos B faria-lhe eco: “O objetivo da historia consiste em descrever, por meio Pde documentos, as sociedades do passado e suas metamorfoses” (1881, p. 586). Por lhes parecer abstrato demais, L. Febvre e M. Bloch rejeitavam Eo termo sociedade; mas, Fustel, assim como Seignobos, insistiram sobre 0 cariter necessariamente concreto da hist6ria. Em 1901, Seignobos escre- viat “No sentido modemo, a histéria reduz-se ao estudo dos homens que Ff _viver em sociedade” (p.2). © mesmo & dizer que, neste aspecto, nlo bi verdadeira divergéncia com os fundadores dos Anna “historia das sociedades humanas” (HARTOG, 1988, p.2: a0 prazer de lembrar o texto bem conhecido de L. Febvre: 19. — Lucien Febvre: Os homens, fico: objetos da historia (Or homens, Gnieot objetot da histéra... de uma hiseéria que no se interessa por no sei qual homem abstrato, eterno, imutivel cm seu ser profiindo e perpetuamente idéatico a. mesmo ~ mas pelos homens considerados sempre no dmbito das sociedades de que 30 ‘membros, pelos homens membros dessat sociedades em uma época bem determinada de seu desenvolvimento, pelos homens dotados de iltipls fmgSes, de diversas aividades, de vacindas preocupages © aptidie, sshenda que todas clas estio mirturadas, se entrechocam, se Coxe ues ome Hore copSem ¢ acabara por etabelecer entre i um comtpromiso de paz, sum modus vivendi que se chama 2 Vida. (raves, 1953, p. 20-21) ‘Trés eragos caracterizam o objeto da historia. Ele ¢ humano, o que ‘Sgnifica que inclusive o hstoradoresaparensemente indiferentes 208 ho smiens so levados até cles. a da vida material ow do clima interessa-se pela ‘olugdes para os grupos Ibumanos. Fle é coleti sociedades humanas, os grupos organizados”, dizia L, Febwre (apud BLoces, 1960, p.110). Para que um homem, isoladamente, suscive o interesse da histOria € necessirio que ele seja, como se diz, represent exercido uma verdadeira influéncia sobre a vi ou, ainda, éenba chamado a atenglo, por s © objeto da historia tim desconfianca em relagio aos termos abseratos; eles desejam ver, ouvir ¢ sentir. Hé algo de carnal na historia, Eis o que, em um texto célebre, Marc Bloch afirmou: , como 0 bicho-papio da lenda... ‘9 modo grantacical da relatividade ~ convém a uma ciéncia da divide, Prox vngnsenvt desing os wrenstios que as embelecersm, 2 histérla prerende captar os homens. Quem for incapa dee empreendimento,aunca pasar, na alos ds ix ‘bom historiador 1e bamana, ele recoahece gue ai ex Dizer que o objeto & concreto significa que ele est situado no espago e no tempo, que tem. uma dimensio diacrénica, “Ciéncia dos homens” € uma expressio imprecisa demais para M. Bloch que acres- centa: “dos homens no tempo”, No mesmo momento, na conferéncia proferida para os estudantes da ENS, ji citada, L. Febvre (1953, p.18) dava a mesma definigao: Ie hist do, elaberado cientificamente, das diversas ativi= dades ¢criages dos homens de outtor, considerados em sua Epoca, Ansceacono casio ‘no dmbito de sociedades extremamente variadas e, no entanto, cot pariveis mas com 35 outms (esse 6 @ postulado da sociologia), que cém ocupado 2 superficie da terrae a sucesso das ees, iedade s6 & concreta se estiver localizada no tempo € no espago. A histéria e a vida A qualidade literéria ~ pata no dizer, o litismo ~ dos textos dos fiundadores dos Annales suscita a adesdosd do leitor. Neste aspecto, o his- toriador encontra a propria expressio de seu trabalho cotidiano, a formu- Jago de uma experiéncia que, para ele, manifesta o valor da disciplina. A definicSe permanece, no entanto, bem imprecisa e nao fornece qualquer informacio a0 profano. O histociador aprecia que, tendo focalizado sua atividade no estudo dos homens que vivem em sociedade, 0 campo de investigacio € praticamente ilimitado. De um ponto de vista extemo 3 historia, essa extensio desmesurada 6 motivo de perplexidade. A perplexidade aumenta com a emergéncia do tema “vida” e quan- do esta € decretada “nossa tinica escola”, de acordo com a conféréncia proferida na ENS, instulada pelo pr6prio L. Febvre: “Vivre Phistoire”, 21, — Lucien Febvre: “Viver bistro” 6 que tenho 2 ficdade de encontrar, neta ala, jovensdecididos 4 dedicarse a pesquisa histres, quero dizer-thes com toda a fan qua: pa fier hisria, voltem 2 cosas reslutamente 20 pasado 6, antes de mais nada, vivam plenamente a vide. Mmrem-s vida AA vide intelectual, sem dda, com toda asa dvensidade. [.] Mat vivara ambém wera da pric, No se contenem em oar da praia, preguigosament, © qu se pas no ar agiado, [4] Anregacem 26 mangas [J e aude os maryjos em sa eh Seri tmdo? No. Iso de nade serve se continuarem separando agio pemamento, vida de ¢ vids cotiiana, Ene a gio & o pensamento, nfo sn bares. No deirem gue 2 bits tena aaparéacia de wena necrbpole inert, pela qual pasar salestaente sombras espojadas de substi, (Pern, 1953, p. 52) © gue significard essa referéncia 4 vida? Quando um historiador, tal como L. Febvre, afirmava a necessidade de viver para fizer histéria, & dificil pensar que suas palavras sejam destituidas de sentido, Mas o que cle pretendia dizer? Qual seré a relagio entre a vida do historiador ea histria que ele escreve? Dot us som a Hoon A compreensdo e 0 raciocinio por analogia. ExplicagGo e compreensGo Ao considerar os homens concretos ¢ suas vidas como objetos, a histéria deve adotar um modo especifico de inteligibilidade. A oposi¢io entre o modo de inteligibilidade dos homens ¢ 0 das coisas foi teorizada por Dilthey e retomads, na Franga, na tese principal eR. Aron (Introduction la philosophie de Uhistoire, 1953). Apesar de tza- passado, esse debate epist determinista: as mesmas causas yprodusem sempre 0s mesmos cou scja, a prépria definicio de lei. O encontro de um écido com tum éxido dé sempre um sal, gua ¢ calor. Manifestamente, as ciéncias humanas no podem visar esse tipo de inceligibilidade. As condutas humazas tomam-se inteligiveis por serem meio em fungio de um pode ser compreendida. Es historia. Neste sentido, R. Aron (1 que pontuam.a Guerra do Peloponeso de Tucidides: 0 importante no é saber se eles foram efetivamente promunciados ou se foram relatados ficlmente pelo historiador; trata-se de procedimentos de escrita para explicitar, a0 colocé-los na boca dos principais atores, os motivos que serviram de inspiragdo a suas politicas. A distingio entre explicar e compreender tem sido utilizada com certa fieguéncia; além disso, exe tema é abordado, de forma insfpida, por varios candidatos do bazalauréat. Ela merece ser considerada, a um s6 tempo, em suas negagdes ¢ em suas afirmaySes. f verdade que a histéria do € uma ciéncia, mesmo que ela se encontre “ainda cm sua infincia”, além de ser “dificil”. De fato, a ciéncia sé € possivel a partir do geral, de acontecimentos que se repetem, enguanto @ histéria trata de aconteci- mentos originais e de situagbes singulares que nunca voltam ase encontrar de forma estritamente idéntica. Deste ponto de vista, P. Lacombe havia afirmado, bé mais de um século, 0 essencial: inteligibilidade da 124-167) analisou os discursos (© acontecimento, 0 Fito histérico considerado pelo aspecto que 0 oma singular, €reiacsio a i ‘consatagio de coisas siilares[.] As tentativas da losofia da histéria foram votadas ao fiacaso por terer igorido o caxfter anticientifico do acontecimento e por terem pretendido explicé-lo como se tatssse dde uma instmiczo. (Lacome, 1894, p. 10-11) E denunciou o impasse da busca exaustiva dos fatos: A medida qu aumento volume dread itScic, a parcel sce eel de se ssiiad por cada i dos rien ora in agents ‘enor, ama pare mis dnd do todo, Cada vez mais sta da concep do conjunto, ober do cata soft uma depecincio gradual. Eaborame, ai, noes abslatment inbea que no fem avant oconfecment do mundo cdo homer (p. XX5) Haveria muitss consideragdes a fazer sobre essa concepsio da ciéncia © da explicagio cientifica que se opée 4 propria nogio de compreensio. Ao colocar de lado, propositalmente, a abordagem detalhada desse debate, deve-se assinalar que cle jf esti realmente ultrapassado, A ideia de que a ciéncia estabelece leis, que ela faz reinar uma pre- visibilidade tigorosa, do tipo — “uma vex produzido o acontecimento A, iri produzir-se, necessariamente, 0 acontecimento B”-, refere-se mais a0 cientificismo do final do século XIX que cigncia moderna. Por um lado, desde © século XIX, espititos brilhantes, tais como Cournot, advertiam contra essa simplificagio abusiva.™ O « citado por ele, 20 falar da “harmonia” entre os seres vivos € a “rede” formada pelos fenGmenos naturais (COURNOT, 1975, confirmado pela ecologia modema: a anilise dos ecossistemas é, certamente, umta ciéncia;além disso, © desenvolvimento das algas em um lago explica-se por temperaturas € teores em oxigenio da Agua, sem que seja possvel extra dai uma verdadeira previsbilidade. A definico da ciéncia pela lei nao 6 totalmente pertinente. Deresto, a leis cientificas perderam o cariter puramente determinista que as caractetizava no século XIX, de modo que a fisica modema tornou-se probabilista. Ocozre que ela continua a definir-se por meio de rigorosos "6 "apese desc inponrel concer «ena cenia sera regs, pind, clalcato por oreegint, som com geoclago dos se ei, cou eva, amb, tom 30 9 ds ema ‘ot afcio dos antigo individ eo peor oso da gaa da etna. Naca exe ques, ‘as dsgual qu o gan de geacradade sites ues pel nan, ai, rete, no eo (gas, da dem eda casaScacao que consitonm perigee" (COURNOT, 1978, . 385), some Hea rua pretensio, Neste aspecto, a aleance: ela visa particularizar diferente, no & menos legiti- srdadeiro, em sua ordem, que 0 conhecimento objetivo Compreenséio e ordem do sentido © objeto da historia € constinaido, desse ponto de vista, nfo por ser singular, nem por ser algo que se desenrola no tempo. Certaznen até que ponto o historiador valoriza 0 concreto a coma 05 textos de M. Bloch e L. Febvre, apresentados em uma abstracio desprovida de contefido. Neste sentido, eles voltam as costa, efetivamente, para o procedimento do fisico ou do eco formular uma lei, fisco faz abstracio de todas as condiges concretas nas uais se produz 0 fendmeno para se limitar a uma situagio experimental, reduzida abstratamente a alguns parimetros. Entretanto, fora do espago artificial do laboratério, 96 existem fiw proporcionou a Newton a oportuni sgavitacional, cau apenas uma vez; além disso, a lei da gravidade ndo explica que ela tenha caido, precisamente, no momento em que Newton estava descansando 3 sombra da macieira, Ora, nem sempre € metros, daf as vicissitudes da téenica: 0 foguet Welmente sem problema por ocasiéo do préximo langamento, ‘uma canalizagio... Os langamentos de Ariane tém. uma histori, A inscrigio do fendmeno histérico em uma temporalidade no ¢ um trago absolutamente distintivo. Cournot observa que os registros das loterias piiblicas tém condigdes de ofrecer uma sucessio de lances singulares, sem constitir uma historia, “porque tal sucessio nfo implica um encadeamento, de modo que os primsiros lances nfo exercem qualquer influéncia sobre 0s ” (1975, p. 369); por sua vez, 0 que se passa como xadver é diferente. Amora ceo coumamsio 22, ~ Antoine Cournot: A partida de xadrez como simbolo da historia 10 xadrez, jogo em que a determinago refetida do jogador © lugar dos acasos do Para Coumot, o importante € 0 encadeamento e no a sucessio: para haver historia, € necessirio que os fatos, além de serem colocados em ordem cronolégica, cxergam uma influéncia reciproca, Ore, essa inffuéncia passa pela consciéncia dos at € se adaptam a ela em fingio de seus objetivos, de sua cultura e de suas representagdes. Nio hé, portanto, historia que possa ser considerada Puramente “natural”: qualquer histéria implica significagoes, intengies, vontades, medos, imaginagio ¢ crengas. A singularidade defendids, cio samente, pelos historiadores é a do sentido; cis 0 que se pretende dizer 40 falar de cigncias do espirito ou cigncias humanas. que percebem uma situacio Annocio de comprecnsio assume, neste aspecto, um valor pol ‘la visa conferir ds ciéncias humanas uma “respeitabilidade cient uma legitimidade semelhan cias propriamente ditas. Meso negando 0 status de ciéucia esta nao se limita & manifestagio de uma opinido, nem os historiadores afirmam 0 que bem entenderem, Enure a cigncia ¢ a simples opiniio, entre umsaber e um “palpite”, exister modos rigorosos de conhecimento que pretendem alcancar a verdade Esse € 0 sentido da nogio de compreensio: propor um modelo de inte ligibilidade proprio a essa ordem de fendmenos, °™ A expeeno ol fxiada poe Riceas, 1977, p. 127 Dow ogee som Hwan Avetonn cone counenio rofundamcnte na realidade fem analséta da forma isis shrngete. New tao, ie sean due quae hips go presupoa alge ps lt dodo det, sconpreeen Fone ts exten ie Je cure, pa , é a ope co 4 partir da plenitude de suas experiéncias pessosis. [...] " i permitam obter uma simettia de belo efeito com dias, além de apresentagdes aprofundadas em qu 1m tipo de diligéncia, de 1m método, Mas, o procedimento da compreensio € objetiva. © clemento exterior que consti pels int jetivo — on sonho ~ independentemente do real (racionalidade es orientadas criteriosamente e que, de a situagio (racionalidade objetiva por jente humanas em que 0 peso das do & estreiteza da margem de aio, ‘exteriores que acabaram forjando finalidades ora, a compreensio spreende, precisa 7 a beleza ¢ bondade asciam-se na mina capacidade de instimir valores, assim como sua compreemsibilidade apoia-se no meu intelecto..] Na natureza exterior, 2 coertncia atibuida aos fends sealment das crises de safia: nos anos em que as saffus de trigo sio ferifica-se uma alta de precos, fome e mortalidade, fatores que niio dos motivos ou das razSes, por oposicio as causas; entretanto, Slo situagdes a que os contemporineos se adaptam e conferem sentido, Experiéncia vivida e raciocinio por analogia \contrar a verdade de abstrato, a humanidade, como obj @ a como objeto das ciéncias do esprito, sa ivida de cada um: a A compseens de és mssmosedos outers & «os oun ¢ pone ma medida em que tansrsnor o oni de nos vide prt uae expresio de uma vida, seja Pen Sean ‘© método especific pelo qual a humanidade existe para n6s enquanto a pri objeto das ciéncias do espisito, (D-THEY, 1988, p.38) ‘vida. Bloch e Febvre — que no chegam a citar Dilthey ~ convergem em suas intuigGes para a andlise do fl6sofo alerao. Concretamente, como procede o historiad« q . ° lor que pretende co: Bender — ov explicar no sentido comente, no cientifico, do a6 2 an 3 a bistorico? Em geral, ele esforga-se por reduzir o:fenémeno 2 menos mais gerais ou encontrar suas causes profandas ou acidentais. Eis 23, — Wilhelm Dilthey: Experitacia vivida e realidade ‘A cdificagdo [das cidncias do esptito} parte da experiéncia vivida, la ‘vai da realidade para aealidade, consstindo em penetrar cada vez mais Dor ucts vor aint as mazes da Revolugio Francesa: situagio econdmiica, movimento das ideias, ascensfo da burguesia, crise financeira da monarquia, saffa raim ‘Vou explicar-the... 2 velhinha encontrava-se na passagem para pedestres, 0 catro chegou em alta velocidade... freou, ava molhada e ele no cor rarar a tempo, Essa ” Ou, ainda, as explicagdes do resultado das eleigbes, perderam porque ; porque nio tem ¢ 0 desemprego”. Essas “explicagdes”, no segundo sentido do terme, no tém evidentemente, valor, nem pretensio cientifica; apesar disso, citar € a receber Do ponto de vista da logica, a explicagio do historiador nao difere a explicagao fornecida pelo homem da rua, © modelo de argumentagio utilizado para explicar a Revolugdo Francesa é, logicamente, semelbante a0 do homem comum pata explicar 0 acidente ou o resultado ‘Ges. Fundamentalmente, trata-se do mesmo procedimento int apurado, aprimorado pela consideragio de fatores suplementares, assim como & possivel aprimorar a explicagio do acidente ao fizer apelo @ ‘embriaguez do motorista, 8 qualidade do capeamento da calgada ou as caracteristicas do carro que, por sua vez, podem ser explicadas: “Vou dizer-the © motivo: 0 freio dos cartos de tal marca é B constatar que nfo hi método historico. Existe sim um método caitico que permite esabelecer, com rigor, 0s fatos para validaras hipoteses, do historiadar; no entanto, a explicagio histOrica é exatamente aquela cullizada por qualquer pessoa na conversacio cotidiana. Para explicar 2 greve dos ferroviézios de 1910, o historiador serve-se de argumentos se- melbantes aos do aposentado que relata aos netos 2 greve de 1947, falando do passado com tipos de explicagio que the permitiram compreender Stuages ou acontecimentos vivenciados por le. Ao afirmar que Luis XIV se tornou impopular em virtude da cleva¢io dos impostos no final de seu zeino, o istoriador toma a palavra do contibuinte... E em que se basears para aceitar ou rejitar as explicagSes propostas por suas fontes, a alo ser Amn cao conmko em sua propria experiéncia do mundo ¢ da vida em sociedade que the ensinow a ocorréncia de certas coisas, enquanto outras nio acontecem?!5 Aqui, encontramo-nos precisamente no ramo-ne iente no espago do que J.-CL. Pas seron designa por “ciciocinio narural”. O historiador elabora soa argu tmentigio por analogia como presente ¢, para zelatar 0 pasado, transfere oven de explicagio comprovados pela experiéncia social cotdiana do women Goma Bais, uma dis razses do saceso da histria entre 0 grande piblico: nenhuma competéncia especifica é abordar tum livro de histéria. Para tomar-se possivel, esse raciocinio por analogia supée, evi temente, 2 continuidade do tempo c, simulkancamenr, su objetvagea © movimento de vaivém entre presente e passado, analisado mais aca, revela-se, aqui, findamental. Por outro lado, ele baseia-se no postuledo de uma continuidade profianda entre os homens através dos sSeulos; por iltimo, faz apelo a uma experigncia pr€via da acio ¢ da vida dos honavns em sociedade. Aspecto em que se encontra, de nove, o vinculo entre a compreensio ¢ a experiéncia vivida, A histéria como aventura pessoal Historia e préticas sociais a See Pelo qual L. Febvre incentivava os estudantes da ENS me d’Uirn a “vives”, encontra, aqui, sua justficacio e importincia para em no vven bs sociedade, € impossivel compreender a histé- na. Robinson Crusoe, deixado em uma ilha deser és st incapaz de fazer historia. See Nas piginas precedentes, a prop6 ; 2. propésito dos compromissos do histo- tiador, jé tivemos a oportunidade de assinalar o vinculo entre as riticas socials ¢ a historia, Tinhamos observado que os antigos — on atuais — co- smunistas que tém escrito 2 ia do Partido Comunista expdem-se, pela Zntima ligardo com seu tema, a riscos evidentes de exprimizem opiniSes Preconcebidas; de fato, 0 historiador compreende as situagbes historicas 4 partir da experiéncia adquirida das diversas préticas sociais A questio da ampliasio do campo da experigacia do historiador apresenta, por isso mesmo, certa importincia: quanto mais abrangente RG, Colingwood (935, 1) exe eo edoe fa feomae ete inl de Brey por sitar a fomece mn eto Dom ug cous Heron Jor, maiorseri o leque de oporsunidades 4 sua disposicio para compreender iferentes siruacbes histSrias. Essa pode sera justificaglo para experiéacias ne, aparentemnente, evam o histoiadoraafastar-se de sua oficina quando, afinal, elas permitem sua volta A mesa de trabalho mais bem equipado para compreender seu objeto proprio. A experiéncia de M. Bloch relativamente & Guerra de 14-18, assim como a de C.-E. Labrousse em relagio & pritica do movimento socialista cootribuiram para transformar esses historiacozes em mestres. Uma decisio governamental ficaré muito mais bem esclarecida pelas informagBes concementes 20 presidente das reuiides interministeriais que pela Ieitura do Dilrio Oficial: melhor ainda, cu nio teria compreendido verdadeiramente a Guerra de 1914 se no tivesse percortido as montanbas argelinas & procura de fellaghas.'° Po- deriamos multiplicar 08 exemplos: 0 historiador exercita @ compreensio ‘0s descobrimentos. Portanto, ele é obrigado a se basear na experiéncia dos outros. Essa experiéncia social indireta ~ de algum modo, por procuragio se através de relatos de amigos, de pessoas conhecidas ¢ de wohas, Uma conversa com um empresirio ajuda, 8s vezes, a com= preender os burgueses do sécalo XIX ou X1 aquele que se limita a conhecer a zona rural pelas idas sua casa de campo, nunca chegari a 36 20 que eles explicitam. da relagio de forgas, mas . A contribui¢io dos coléquios organizados pela Fondation Blum (1936-1938), sobre Vichy (1940-1944) ou sobre 0 governo Daladier (1938-193 ia precisamente no confronto das explicagdes das teste- munbss ¢ dos historiadores. O historiador tem necessidade de guias que 0 introduzam na compreensio dos universos que ele ignora Inversamente, quanto mais imbuido de seu oficio estiver 0 historia~ dor, mais enriquecedora seré para ele a atualidade porque a transferéncia pode fancionar nos dois sentidos: do presente para o passado, assim como do passado para o pretente. A explicagio do passado baseia-se nas 1 Gomis sins gus, peciodo de 1954x1962 ram conta desiacio ance. (NT). ‘Aves coo coneteko analogias com 0 presente, mas, te, oF saa vez, ela alimemt icaga analogs P s ta a explicaca de pes ene se joni emt 2 oportunidade de vot a0 ite od ccriangas e aos adolescentes. ener ailise da histria como raciocinio por analogia, como vaivé tama pritica social atual, direta ou indix dics soca do assado, permit “adorssobe os P sto, Perit compreender a postura dos historiadores sobre os hom 7 © vide, No entanto, ele om um aleance ainda mais amplo. A histéria como amizade EL aid fn, na histéria, compreender & sempre, de certa maneira, arse pelo penssmnento no gar dagueles que sioo objeto da histria we: —- Ta a to supoe wena verdaderadsponiilidade ‘dade de escuta; a vida cotidi ite nee de todos esses aspectos. Voltamos 2 Sears — na 93-1750 a.C.) ou de Sélon (c. 640-c. 558 aC) — dizia 1gwODK 218) ~ do mesmo modo que descobrimos o 10s escreve uma carta. E, como observava ele que compreende “de través” dizem os amigos, nfo pode serum bom hetonadon, n° te 24, — Henri, Marrou: A histéria como excuta serve pda ep eio e ein pd eps se roa mse eqn pectan guano alguen Ins st homens eam emcate mau senate, Tal ata tema ver, ree So, sate de a de i : Verdc egcentien € mais a tate hme oman open ca pec sperm he do die (eh (leaped dsr esis ec rents ong ito para muds de aes porque de be gue Sepopahe tet Dove uc seat Hindus ‘tensa abermura por esse tipo de desvio que passa pela descoberta dos outros. (MARROv, 1954, p. 88-90) Mas compreender ‘bem’ ésimplesmente compreender. O que supe certa forma de conivéncia, de cumplicidade com 0 outro: é necessiria a Aisposipfo de entrar em sua personaldade, enxengar com seu olbar, sentir com sua sensibilidade, julgar de acordo com seus critérios. A compreensio somente a partir de dentro. Esse esforgo que mobiliza \dimento. A compreensio é, também, uma simpatia, um sentimento. ‘Marrow chegava a aficmar: “uma amizade”. i. Marron: A comprecasio como amizade no émbito © objero, entre hissoriador ¢ 105 mais precisamence: € © homem que se revels, poe 0 compreeader, sem conatunis 2 outrem € not fdeias sob 2 prépria luz em mungar com © outro? Neste aspecto, 0 suina, com tusive, insuficiente: entre o historiador e seu bjeto, deve ser esabelecida seo historiador pretende compreender; com eftio, se ema de Sanco Agostinho, pela amizade” (ct nemo isi Além de ter sido inpirado pelo humanis vultrapassado -, esse texto chama a atengio para pena de fazer uma histéria morta, incapaz de compreender seja li o que for e de suscitar 0 interesie de quem quer que seja. No termo de um longo convivio com os homens ~ objeto de seu estudo -, ele no pode deixar de manifestar-Ihes simpatia ou aftigdo, mesmo que se trate, 2s vezes, de um afeto desiludido, Por set viva, nossa histéria comporta uma parte irredutivel de afotividade. Eis 0 que suscita tcés problemas. (© primeiro refere-se & questio dos limites morais da compreensio no Ambito da historia. “Explicar em profundidade e com simpatia é, Axtan cove commenho pelo menos, implictament, ser indulgence” afinma B, Bally (1994, P. 38), 20 citar 0 exemplo de Jefferson ¢ dos pais da Constiniigao Nowe, Americana: cles tinham razSes compreeasiveis para nlo libertar os escnevce endo inscrever a abolicSo da escravidio na Constituigio, n 2 explicagio desses motivos parece ser uma tentativa para desc Por maior forga de razio, quando se tata de episédios tio mons criminosos, quanto as préticas vigentes nos campos de exterminio, Na ssieirade Primo Levi, ndo concebo a possibilidade de compreender Hitler Talves, o que se passou nio pos deva ser compreendido, na me Para nés, Trata-se de palavras ¢ de ages ndo humanas ou, melhor ‘inca, anti-human, sem precedenteshisérios. (Lev. 1995, p. 261) Neste sentido, e a nao ser ‘que seja escrita de outro modo, sem tentar compreendé-ta, éimposivel fer a histria do nazismo porque, de cerea ‘maneira, ta atitude levaria 0 historiador acolocar-se ‘no lugar de Hitler, iden- tificar-se com ele; ora, ninguém vai,. absolutamente, visumbrar ‘al situagao. O segundo problema é 0 da objetividade ou, melhor dizendo, da anilise. O Gltimo problema é sem divida, mais difcil: oda legitimidade da transposicio. Colocarse no lugar de quem esta sendo objeto de eseudo jum boa iniciativa, mas como ter a garantia de que a operapio seri bens, reensio € precéria: nunca se tem a certeza de ter sido ido. Quantas explicagSes sinceras e completas redundam emum mal-entendido? Esse problema, jé dificil na vida cotidiana, torna-ce ost utes sou x Hcam ‘ainda mais complicado no ambito da bist6ria pela distincia no tempo. Ao nos colocarmos, homens de nosso século, no lugar dos homens da Idade Média ou, nem que seja, da década de 30, nfo comrem: 0 de nos eguivocar? L, Febvze (1953, p. 218) jf advert contra “o pior © @ mais insidioso de todos os anacronismos, ou seja, 0 psicoldgico.” ‘Com eftto, pricologia histrica depara-se com vm problema especial ‘Ao falarem, enn snas dissertaghes © tratados, dis emogbes, devises © sividade mesial do “bomen”, os psicélogos abordam, na reaidade, rnossas emogdes, noses deciséese nose atividade mental, ow se, nosso modo de ser, enquanto homens de cor brance da Buropa Ocidental, intogrados 2 grupos de eulears antiquisima. Ora, como € que n6s, bisoriadores — para interpreta as atitudes dos bomens de outrora ~ poderiamos serric-nos de uma psicclogia oriunda da observapio dos ‘homens do séeulo XX? (p. 213) tendo a convicgio de riador limita-se a falar mesmo wm cisco ou um com- perigo consiste precisamente 1 evar os homens do passado a se exprim de si mesmo. Mas, tal procedimento ponente essencial de tods a historia? A histéria como histéria de si mesmo [Apesar de todos os esforgos que vier a despender para se colocar, pelo pensamento, no lugar de outros, 0 historiador nto deixaré de ser 4 ele mesmo; munca chegari a tomar-se outro, seja qual for 0 esforgo de compreensio que possa fazer. Ele re~peusa, re-constitai ema sua mente, 2 cexperiéncia humana coletiva da qual esté fazendo historia, Em vez dos pensamnentos,sentimentos, emocSes ¢ motives das personagens, humildes ‘ow eminentes, acompanhadas paso 2 passo em seus documentos, ele expe seus proprios pensamentos; essa é a mancira como ele se re-presenta © passado. A historia é 0 re-pensamento, are-ativacio, a re-agio no presente, pelo historiador, de coisas que, outrora, haviam sido pensadas, experi- mentadas ¢ praticadas por outras pessoas. Faga o que fizer, o historiador no pode deixar de ser ele mesmo. elaborar a historia de serva como um espeticulo, mas vai abordé-las como experiéncias a viver integralmente, em sua propria mente (experiences to be lived through in his own mind); aqui, 0 termo “experiéncia” & considerado no sentido mais amplo de algo que é vivido, experimentado, pensido. Tais atividades séo insistia, justamente, sobre esse aspecto. Ao | serminadas atividades, o historiador nio 2s ob- 4 Avestan coun coer seja, conhecidas por ele, simplesmente por serem também srem suas prOprias atividades (p. 218). Para ele, a historia tanto do passado, quanto do presente: ela é ‘conheci- no presente, 0 conhecimento pessoal adquizide pelo Histor desu pea ment caquat de tenor eeiveno pee uma experiéncia do passado” (p. 175). Neste sentido, ¢6 existe hissria de coisas pensadas, no presente, pelo historiador. 26. — Robin G. Collingwood: $6 existe histéria de coisas pensadas Para a questio ~ de que é que pode haver combecimento histérico? =, a resposta & daguilo que pode ser re-ativado (ce-enacted) na ‘mente do historiador. Em primeiro lugar, & preciso que seja parte 4 experiéncia. Daquilo que alo € experi@ncia mas simplesmente objeto de experiéncia nfo pode haver histSria Assim, nfo hi, nem on inne a tenn pes torcsudélo ingle eave lo en nmap qu ep ‘ops na ime dex pp enim, es dee Seo hitorinor | tea conuoar sta de um pene de qe io consoge propria pesoalent, cen vaserever sia dese pensamento, mas mpeict simplemente Sars gue testa 05 fice emecores dese desenvolvimento: os nomes e25das, an como firases descritivas pré-fabricadas. Tais repeticie : epetiespo sna no porque pudesem seri ats de os 1am da, podem tomar-se bien quando alguém for ca - loscom cameo sangee de um pensamento,simaneament, e dele. Eis un moda de der que o pentmentn do historador deve cour da unidad orginia de su experiencia rota além de ser uma funclo de sx penonaidae nea com seus interes tnt piticos, quanto teéricos. (Coumcwoon, 1946, p. 302-305) : Neste sentido, pode-se dizer que toda a historia é autoconhecime @ antoconhecimento: self knowledge. O conhecimento do passado & também, a mediagZo pela ‘qual o historiador prossegue a busca de si mesmo. Pode o¢orrer que, em. & certo perfodo de sua vida, cle nfo preste atengio a determinada histéria > Nt nda nose sg — pe space gosh “se a ‘ef ena en eed eg Ye Sos” ase use sous Hen 2 qual, em outro periodo, iri apegar-se; com o decorrer do tempo, iré ‘compreender o que ele no havia percebido anteriormente. Em relagdo 4208 historiadores, os ensaios de ego-historia, apesar de todo o seu inte esse, fornecem menos informagdes que a Ieitura de seus livros. Apés tama digressio, voltamos a encontrar, aqui, a mensagem de Michelet: 0 historiador € filho de suas obras. No entanto, a0 descobrit-se, 0 historiador descobre que 6 capaz de se colocarno Ingar de inumeraveis personagens diferentes. Ele recapitula, de algam modo, em si mesmo, uma boa parte da humanidade, em uma infi- nidade de siruagées. A histSria seria menos fascinante se nio combinasse, assim, um autoconhecimento aprofiandado com a descoberta dos outros. 27.— Robin G. Collingwood: Auroconhecimento e conhecimento da diversidade das questées humanas ‘Amravés da investigagio histrics, 0 historiador adquire um conheci- ‘mento mio de sua siewapo enquanto opesta ao autoconhecimento, mas de sua situasio que 6, simultaneamente, autoconhecimento. Ao re pensar 0 que foi pensado por um outro, ele refleve pesoalmente sobre o mesmo asunto. Ao tomar conhecimento do que um outro hhavia pensado, se sabe que & capaz dessa reflexio. Fa descoberta de sua capacidade leva-o a descobrir o tipo de homem que ele & Se, 20 re-pensar os pensamentos de um grande nianero de tps diferentes cliversidade das questSes humanas. (Coximcwoon, 1939, p. 114-115) ‘Teremos de voltar 4 vertente “compreensiva” do modo proprio de ria: de fato, ela exige ser contrabalangada por elementos menos CAPITULO vi} Imaginacao e atribuigéo causal A compreensio reconbece & imaginaco uma posigso ma contri dhs: wane equcnuscglation Speen 22 presente, Para uma situagdo histérica e colocar-te no lugar de quem é objeto de estudo, consste em imaginar as situagdes © os homens Pare iiustar este aspecto, Collingwood citava oexemplo de alguém que, depois de despedir-se do amigo que tinha recebido para jantar, penseva nele, A observasio nada tem de nove, Um historiador, tal como Seige obos — a quem se atibui, habitwalmemte, certezas mais ingéneay ff observava o seguinte: a 28. ~ Chazles Scignobos: Somos obrigados a imaginar.. De fito, na cignca social, em ver de wabalharmos com objeios reais, Operamos sobre nossas representagées dos objetos. Nio vemor o¢ omens, os animais, 2s cas que recenseamos; nem a insituiges que dsscrevemos. Somos obrigados a imaginar os homens, ot objetea, os ‘tos os motives que eseadamos, Estas imagens constituem a matics

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