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Redes de Energia Elétrica


Introdução

Desde a descoberta da eletricidade até os dias de hoje, ainda não foi possível transmitir a energia
elétrica pelo ar, ao menos não de forma economicamente viável. Desse modo, há a necessidade
de encaminhar a energia gerada nas usinas, sejam elas térmicas, hidráulicas, termo-nucleares,
eólicas, solares, etc., até os centros urbanos - onde, em sua maioria, a energia elétrica será
consumida. É, portanto, a partir desse ponto que surge a necessidade de construção das redes
de energia elétrica – do contrário, não haveria como a energia gerada chegar ao seu destino
final.

Ao sair das usinas e seus geradores, a eletricidade é transportada através de cabos aéreos, ou
seja, cabos visíveis por não estarem enterrados, sendo revestidos por camadas isolantes e
fixados em grandes (e altas) torres de metal. Chamamos a todo esse conjunto de cabos e torres,
portanto, de rede de transmissão de energia elétrica. As Transmissoras de energia costumam
administrar as Linhas de Transmissão com as maiores voltagens; contudo, há também redes de
menor voltagem dentro das próprias distribuidoras de energia elétrica, isso para permitir que as
distribuidoras possam levar a energia de voltagens menores e mais seguras aos clientes de sua
área de concessão.

Outros elementos importantes das redes de transmissão são os isolantes de vidro ou porcelana,
os circundam e sustentam os cabos, impedindo descargas elétricas durante o trajeto e, com isso,
prevenindo acidentes e minimizando custos de perdas/ manutenção.

Além das linhas de transmissão propriamente ditas, as redes de transmissão de energia elétrica
também são compostas por subestações de transformação, dotadas de transformadores e
equipamentos de proteção e controle. A seguir, descreveremos esses componentes em maiores
detalhes.

As linhas (redes) de transmissão

As linhas de transmissão são basicamente constituídas por fios condutores metálicos suspensos
em torres, também metálicas, por meio de isoladores cerâmicos ou de outros materiais altamente
isolantes. Como os sistemas de potência são trifásicos, geralmente existem três conjuntos de
cabos de cada lado das torres, acompanhados por um cabo mais alto, no topo, que é o cabo
para-raios, ou também chamado de cabo guarda.

As linhas de transmissão se estendem por longas distâncias, conectando também, além de


usinas geradoras aos grandes consumidores, aqueles que adquirem energia em alta tensão,
como fábricas e mineradoras, ou às empresas distribuidoras de energia, as quais vão se
encarregar de transportar a energia aos consumidores de menor porte.

No Brasil, as linhas de transmissão são classificadas de acordo com o nível de tensão de sua
operação, mensurado em Kilo Volt (kV - milhares de Volts). Para cada faixa de tensão, existe um
código que representa todo um conjunto de linhas de transmissão de mesma classe. São eles:

A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV

A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV


A3 – tensão de fornecimento de 69 kV

Em termos organizacionais, a classe A1 é representativa do sistema de transmissão interligado,


ou Sistema Interligado Nacional (SIN), também denominado rede básica. Na classe A1, existem
77 concessionárias dos serviços públicos de transmissão, responsáveis pela administração de
mais de 100 mil Km de linhas. As empresas transmissoras também operam instalações de
tensão inferior a 230 kV, que são as chamadas Demais Instalações da Transmissão (DIT).

As classes A2 e A3, quando não são de propriedade das transmissoras, representam as redes
denominadas de sub-transmissão, que, ao contrário das redes de transmissão propriamente
ditas, são administradas pelas empresas de distribuição.

Subestações de transmissão

As subestações de transmissão são aquelas localizadas nas pontos de conexão com geradores,
consumidores e empresas distribuidoras. Nos pontos de conexão com geradores, a função das
subestações é elevar o nível de tensão da energia elétrica gerada para centenas de milhares de
Volts. Já nos pontos de conexão com consumidores ou distribuidoras, a função das subestações
de transmissão é rebaixar os níveis de tensão para dezenas de milhares de Volts.

A elevação da tensão reduz a corrente elétrica que circula nas linhas de transmissão, reduzindo
assim, consideravelmente, as perdas elétricas inerentes ao transporte da energia. Dentro da
subestação de transmissão, o equipamento responsável tanto pela elevação como pela redução
da tensão elétrica é chamado de transformador.

Além do transformador, a subestação de transmissão conta com equipamentos de


seccionamento (chaves) para manobras de manutenção e de situações de contingência, além
de disjuntores e equipamentos de medição e proteção do sistema, como medidores de tensão,
corrente e para-raios.

As empresas concessionárias dos serviços públicos de transmissão de energia enredam-se num


contexto de regulação econômica que visa assegurar equilíbrio econômico às empresas e
modicidade tarifária aos consumidores e usuários do sistema de transmissão. No Brasil, o
modelo de regulação adotado para as empresas transmissoras é uma variante do tradicional
modelo inglês de preço-teto (price cap), chamado de modelo de receita-teto (revenue cap). Neste
modelo, é a ANEEL quem determina os preços a serem praticados pelas empresas, os quais
devem cobrir os custos de capital e de operação e manutenção considerados eficientes.

Como também ocorre para as distribuidoras, os mecanismos de regulação das empresas


transmissoras são basicamente a revisão tarifária (também chamada de reposicionamento
tarifário), que incide periodicamente a cada cinco anos, e o reajuste tarifário anual, que se trata
basicamente de uma correção monetária das tarifas praticadas.

Por fim, a título de curiosidade, diferentemente do reajuste tarifário das empresas de distribuição,
o reajuste de preços da transmissão visa apenas à atualização monetária da RAP. Dependendo
do contrato de concessão das empresas transmissoras, as receitas são corrigidas pela variação
do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) ou do Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA).

O sistema físico de distribuição (redes de energia elétrica urbanas)

O sistema de distribuição de energia é aquela rede de energia elétrica que se confunde com a
própria topografia das cidades, ramificado ao longo de ruas e avenidas para conectar fisicamente
o sistema de transmissão (ou mesmo unidades geradoras de médio e pequeno porte, aos
consumidores finais), que são majoritariamente os consumidores residenciais.

Assim como ocorre com o sistema de transmissão, a rede de energia elétrica da distribuição é
também composta por fios condutores, transformadores e equipamentos diversos de medição,
controle e proteção das redes elétricas. Todavia, de forma bastante distinta do sistema de
transmissão, o de distribuição é muito mais extenso e ramificado, pois deve chegar aos domicílios
e endereços de todos os seus consumidores.

As redes de distribuição

As redes de distribuição são compostas por linhas de alta, média e baixa tensão. Como vimos
acima, as linhas de transmissão com tensão igual ou superior a 230 kV constituem a chamada
rede básica. Apesar de algumas transmissoras também possuírem linhas com tensão abaixo de
230 kV, as chamadas Demais Instalações da Transmissão (DIT), grande parte das linhas de
transmissão com tensão entre 69 kV e 138 kV são de responsabilidade das empresas
distribuidoras. Essas linhas são também conhecidas no setor como linhas de subtransmissão.

Além das redes de subtransmissão, as distribuidoras operam linhas de média e baixa tensão,
também chamadas de redes primária e secundária, respectivamente. As linhas de média tensão
são aquelas com tensão elétrica entre 2,3 kV e 44 kV, e são muito fáceis de serem vistas em
ruas e avenidas das grandes cidades, frequentemente compostas por três fios condutores aéreos
sustentados por cruzetas de madeira em postes de concreto.

As redes de baixa tensão, com tensão elétrica que pode variar entre 110 e 440 V, são aquelas
que, também afixadas nos mesmos postes de concreto que sustentam as redes de média tensão,
localizam-se a uma altura inferior. As redes de baixa tensão levam energia elétrica até as
residências e pequenos comércios/indústrias por meio dos chamados ramais de ligação. Os
supermercados, comércios e indústrias de médio porte adquirem energia elétrica diretamente
das redes de média tensão, devendo transformá-la internamente para níveis de tensão menores,
sob sua responsabilidade.
Nas redes de distribuição de média tensão também são, frequentemente, encontrados
equipamentos auxiliares, tais como capacitores e reguladores de tensão. Ambos são,
frequentemente, utilizados para corrigir anomalias na rede, as quais podem prejudicar a própria
rede elétrica ou mesmo os equipamentos dos consumidores.

Existem quatro tipos de redes de distribuição de energia elétrica. São eles:

• Rede de Distribuição Aérea Convencional: É o tipo de rede elétrica mais encontrado no Brasil,
na qual os condutores são nus (sem isolamento). Exatamente por isso, essas redes são mais
susceptíveis à ocorrência de defeitos (curto-circuitos), principalmente quando há contato de
galhos de árvores com os condutores elétricos.

• Rede de Distribuição Aérea Compacta: Surgidas no Brasil na década de 1990, as redes


compactas são muito mais protegidas que as redes convencionais, não somente porque os
condutores tem uma camada de isolação, mas porque a rede em si ocupa bem menos espaço,
resultando em menor número de perturbações.

• Rede de Distribuição Aérea Isolada: Esse tipo de rede é bastante protegida, pois os
condutores são encapados com isolação suficiente para serem trançados. Geralmente mais
cara, essa rede é utilizada em condições especiais.

• Rede de Distribuição Subterrânea: A rede subterrânea é aquela que proporciona o maior nível
de confiabilidade e também o melhor resultado estético, dado que as redes ficam enterradas. No
entanto, as redes subterrâneas são bem mais caras que as demais soluções, sendo comuns
apenas em regiões muito densas ou onde há restrições para a instalação das redes aéreas.

Com relação às redes de iluminação pública (IP), que também podem ser do tipo aéreo ou
subterrâneo, são redes que derivam das redes de distribuição das concessionárias. Apesar
disso, a operação e a manutenção das redes de IP são de responsabilidade das prefeituras
municipais.

Subestação de distribuição

As subestações de distribuição são as unidades responsáveis pela recepção da energia elétrica


proveniente de redes de subtransmissão em alta tensão e, como também ocorre nas
subestações de transmissão, pelo rebaixamento do nível de tensão a valores caracterizados
como média tensão (entre 2,3 kV e 44 kV). Os componentes principais de uma subestação de
distribuição são: o transformador, chaves, seccionadores, disjuntores e equipamentos de
mediação e proteção contra raios ou curto-circuitos.

As subestações de distribuição, ao contrário das de transmissão, estão localizadas nos próprios


centros urbanos, já que são elas que distribuem a energia para as redes de distribuição. Uma
preocupação constante das empresas concessionárias é o espaço necessário para a
implantação de novas subestações de distribuição. Atualmente, existem soluções tecnológicas
para compactar a estrutura elétrica dessas estações de forma a reduzir espaço, e assim os
custos de terreno para sua instalação.

Transformador de distribuição

Os transformadores de distribuição, como todos os demais transformadores eletromagnéticos,


funcionam transformando os níveis de média em baixa tensão. Na grande maioria das regiões
do país, os transformadores de distribuição transformam 13.800 V, ou 13,8 kV, em 220 V ou 127
V.

Diferentemente dos transformadores de subestações, os de distribuição localizam-se nos postes


de luz, podendo compor um único equipamento ou um conjunto de transformadores. São os
transformadores de distribuição que alimentam as redes de baixa tensão, as quais efetivamente
entregam a energia elétrica para os consumidores residenciais e pequenos comércios e
indústrias.

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