Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
AAna i s e
cononnica
! CENTRAL BANK INDEPENDENCE AND ECONOMIC GROWTH: A N
ANALYSIS O F THE LINK BETWEEN THEM
HELDER FERREIRA DE MBIDONÇA
ANO 2
Março, 2006
UNIVERSIDADE FEDERAL DO R I O G R A N D E DO Sin. Philip Arestis (University of Cambridge),
Reitor: Prof J o s é Carlos Ferraz H e n n e m a n n Ricardo D a t h e i n (UFRGS), Ronald Otto
Hillbrecht (UFRGS), Sabino d a Silva Porto
FACULDADE DÉ CIÊNCIAS ECONÔMICAS
J r (UFRGS), Sérgio M, M. Monteiro (UFRGS),
Diretor: Prof Gentil Corazza Stefano Florissi (UFRGS) e Werner Baer (Uni-
CENTRO DE E S T U D O S E PESQUISAS ECONÔMICAS versity of Illinois at Urbana - Champaign),
Diretor: Prof. Lovois d e A n d r a d e Miguel
COMISSÃO EDITORIAL: E d u a r d o Augusto Maldo-
DEPARTAMENTO D E CIÊNCIAS ECONÔMICAS n a d o Filho, Fernando Ferrari Filho, Hélio Henkin,
Chefe: Prof, Ricardo Dathein Marcelo Savino Portugal, Paulo D a b d a b Waquil.
e Sérgio Mariey Modesto Monteiro.
DEPARTAMENTO D E C I Ê N C U S CONTÁBEIS
E ATUARIAIS EDITOR: Sérgio Marley Modesto Monteiro
Chefe: P r o l C e n o Odilo Kops EDITOR A D J U N T O : Hélio Henkin
SECRETÁRIO: Emerson Douglas Neves
CURSO DE P Ó S - G R A D U A Ç Ã O EM ECONOMIA REVISÃO DE TEXTOS: Vanete Ricacheski
Coordenador: Prof F e r n a n d o Ferrari Filho EDITORAÇÃO: Nticleo d e Editoração e Criação (Grá-
C U R S O DE P Ó S - G R A D U A Ç Ã O
fica UFRGS) - Cristiano Muniz
EM DESENVOLVIMENTO RURAL
FUNDADOR: Prof Antônio Carlos Santos Rosa
Coordenador: Prof. Paulo D a b d a b Waquil
Os materiais publicados n a revista Análise Econô-
C o N S E U i o EDITORIAL: A n d r é Moreira Cunha
(UFRGS), Carios G. A. Mielitz Netto (UFRGS), mica são d a exclusiva responsabilidade d o s auto-
Carios H e n r i q u e Horn (UFRGS), E d u a r d o A. res. É permitida a r e p r o d u ç ã o total o u parcial d o s
M a l d o n a d o Filho (UFRGS), Eleutério F. S. trabalhos, desde q u e seja citada a fonte. Aceita-se
P r a d o (USP), Eugênio L a g e m a n n (UFRGS), permuta com revistas congêneres. Aceitam-se, tam-
F e r n a n d o Cárdim d e C a r v a l h o (UFRJ), Fer- b é m , livros p a r a divulgação, e l a b o r a ç ã o d e rese-
n a n d o Ferrari Filho (UFRGS), F e r n a n d o d e nhas e recensões. Toda correspondência, material
Holanda Barbosa (FGV/RJ), Flávio Augusto p a r a p u b l i c a ç ã o (vide n o r m a s n a terceira c a p a ) ,
Ziegelman (UFRGS), Flávio Vasconcellos assinaturas e p e r m u t a s d e v e m ser dirigidos a o se-
Comim (UFRGS), Gentil Corazza (UFRGS), guinte destinatário:
Giácomo Balbinotto Netto (UFRGS), Gustavo
Prof Sérgio Marley Modesto Monteiro
Franco (PUC/RJ), Hélio Henkln (UFRGS), J a n
FvEvisTA ANÁLISE ECONÔMICA - Av. J o ã o Pessoa, 52
A. Kregel (UNCTAD), J o ã o Rogério S a n s ó n
CEP 90040-000 - Porto Alegre - RS, Brasil
(UFSC), J o a q u i m Pinto d e A n d r a d e (UnB),
Telefones: (051) 3316 3 5 1 3 / 3 3 1 6 4 1 6 4
Júlio César Oliveira (UFRGS), Luiz Estrella
Fax: (051) 3316-3990
Faria (UFRGS), Luis Paulo Ferreira Nogueról
Email: rae@vortex.ufrgs.br
(UFRGS), Marcelo S. Portugal (UFRGS), Maria
Alice L a h o r g u e (UFRGS), O c t a v i o A u g u s t o
Camargo Conceição (UFRGS), Paul Davidson Assinatura revista Análise Econômica; R$50,00
(Universityof Tennessee), Paulo D Waquil A assinatura anual d á direito a 2 niimeros
(UFRGS), Pedro C. D. F o n s e c a (UFRGS), d a revista.
Análise Econômica
Ano 24, n° 45, março, 2006 - Porto Alegre
Faculdade de Ciências Econômicas, UFRGS, 2000
CDD 330.05
CDU 33 (8U(05)
Tendências Recentes da Consolidação Bancária no Brasil
1 Introdução
A consolidação bancária - entendida como o processo resultante
de uma fusão ou uma aquisição, seja dentro de u m setor da indústria
financeira ou entre setores, que em geral reduz o número de instituições e
aumenta o tamanho destas, assim como o grau de concentração de mer-
cado - é um fenômeno que vem ocortendo em vários países do mundo.
A maior evidência empírica deste processo é o acentuado crescimento
das fusões e aquisições financeiras nos anos 1990, nos países desenvol-
* o a p o i o d o P R O N E X / C N P q / F A P E R J e a assistência d e F á b i o B a r c e l o s (PIBlC/CNPq) s ã o r e c o -
nhecidos.
Professor d a F a c u l d a d e d e Ciências E c o n ô m i c a s d a U n i v e r s i d a d e d o E s t a d o d o Rio d e J a n e i r o
( F C E / U E R J ) e p e s q u i s a d o r d o C N P q E-mail: l u i z f p a u l a @ t e r r a . c o m . b r e w e b p a g e : h t t p : / /
paginas.terra.com.br/educacao/luizfpaula.
M e s t r e e m E c o n o m i a p e l a U F F . E-mail: m a r i a @ t b g . c o m . b r
R e c e b i d o e m s e t e m b r o d e 2005. Aceito e m fevereiro d e 2006.
vidos e em alguns países emergentes, em termos-de número, tamanho
e valor de negócios.' A desregulamentação dos serviços financeiros em
nível nacional, a maior abertura do setor bancário à competição intema-
cional, os desenvolvimentos tecnológicos em telecomunicações e infor-
mática, com impacto sobre o processamento das informações e sobre
os canais altemativos de entrega de serviços (ATMs, intemet, banco ele-
trônico, e t c ) , e, por último, as mudanças na estratégia gerencial das
instituições financeiras são fatores que juntos têm empurrado as insti-
tuições financeiras para um acelerado processo de consolidação.
No Brasil, esse processo vem ocorrendo com intensidade, sobre-
ttido a partir de 1995, em ftinção da estabilização de preços, da recente
entrada de bancos estrangeiros no país, da privatização de bancos esta-
duais, e da adesão do país aos Acordos da Basiléia, entre outros motivos.
Este movimento deve também ser entendido no contexto do processo
de reestmturação bancária em nível mundial, que tem levado à expan-
são intemacional de alguns conglomerados financeiros.
Este artigo objetiva analisar as causas e conseqüências da consofida-
ção bancária no Brasil, procurando avaliar as especificidades do processo
de consolidação bancária no país à hoz da experiência intemacional. Em
particular, mostrar-se-á que, ainda que o Brasil venha seguindo, em al-
gum grau, as tendências da consolidação bancária em nível mundial e
nos países emergentes, há especificidades importantes nesse processo,
como atesta a vigorosa reação dos grandes bancos privados nacionais à
penetração dos bancos estrangeiros.
O artigo está dividido em cinco seções, além desta introdução. Na
seção 2 analisam-se os padrões da consolidação bancária recente, en-
quanto a seção 3 efetua um breve panorama da consofidação bancária
no mundo. A seção 4, por sua vez, examina as "forças da mudança" da
consolidação bancária no Brasil, enquanto que os impactos desse pro-
cesso são avafiados na seção 5. A seção ó avalia algumas especificidades
do caso brasüeiro, à guisa de conclusão.
Segundo o relatório do Group of Ten (2001), que inclui a análise e dados da consolidação ban-
cária em 13 países - GlO mais Espanha e Austrália -, nos anos 1990 foram registrados mais de
7 3 0 0 operações de FSAs entre instituições financeiras, totalizando um valor ao redor de USD
1,6 trilhões. Este rápido crescimento do total de transações de F&As - que se acelerou nos
últimos três anos da década - foi acompanhado de um aumento no tamanho estimado da tran-
sação média em termos de ativo (Group of Ten, 2001, p. 33-4).
domésticas, F&As bancárias intemacionais, conglomerações domésti-
cas e conglomerações intemacionais (EUROPEAN CENTRAL BANK,
2000, p.l O-16).
F&As bancárias domésticas - são operações entre instituições ban-
cárias localizadas num mesmo país e que têm como motivação principal
a busca por economias de escala quando realizadas por instituições de
pequeno e médio porte. Quando ocorrem, porém, entre instituições
maiores, refletem, além da busca por eventuais economias de escala,
a necessidade de tomar-se grande para um reposicionamento no mer-
cado, isto é, aumento do poder de mercado.
F&As bancárias intemacionais - são operações feitas entre institui-
ções bancárias, porém entre instituições de países diferentes. Existe a
mesma motivação de ser grande o suficiente, mas agora em nível regio-
nal ou mundial. Além disso, pode ser motivada pela estratégia de poder
servir clientes no exterior ou pela diversificação e busca de novos mer-
cados lucrativos.
Conglomerações financeiras domésticas - são operações que geram
conglomerados financeiros abrangendo diferentes setores da indústria
financeira, sendo realizadas por instituições bancárias e não-bancárias
de um mesmo país. A principal motivação é a busca por econorrfias de
escopo e, com isso, diversificação de risco e de rendimento.
Conglomerações financeiras intemacionais - são operações realizadas
como as conglomerações financeiras domésticas só que feitas por insti-
tuições de países diferentes. As motivações são as mesmas da conglome-
ração doméstica.
Uma outra taxonomía utífizada para a consolidação bancária, suge-
rida por Hawkins e Mihaljek (2001, p. 17-22), é a de identificação do padrão
e da causa da consolidação, que pode ser dividido em três gmpos: conso-
lidação dirigida pelo mercado, consolidação como resposta a estmturas
bancárias ineficientes ou fi-ágeis e consolidação dirigida pelo govemo.
Consolidação dirigida pelo mercado - trata-se das consolidações que
ocorreram após a desregulamentação dos mercados domésticos, a aber-
tura à competição extema e os avanços tecnológicos na indústria ban-
cária, resultando em uma maior competitividade no setor e conseqüente
redução nas margens líquidas de lucro dos bancos. Neste tipo de conso-
lidação, o setor bancário responde às pressões competitivas buscando
urna diminuição nos custos operacionais, de modo a obter ganhos de
escala e de rendas, e diversificando as atividades e os riscos, de modo a
lograr economias de escopo. Na grande maioria dos casos este tipo de
consolidação ocorre em países de economias maduras.
Consolidação como resposta a estmturas bancárias ineficientes ou
frágeis - este tipo de consofidação foi uma característica da América La-
tina nos anos 1990. Apesar da existência de experiências bastante varia-
das de consolidação, sendo elas dirigidas ou não pelo govemo, a maio-
ria das que aconteceram nesta região são ttma resposta a uma relativa
ineficiência do setor e/ou a existência de estmturas bancárias firágeis
decorrentes de crises bancárias resultantes do impacto do "efeito Tequila"
sobre o sistema financeiro doméstico e m 1995. As ineficiências apon-
tadas são resultado da baixa competitividade desses mercados e do
relativo atraso com relação às tecnologias, tanto de produtos quanto
de comunicação.
Consolidação dirigida pelo governo - aconteceu, na maioria dos
casos, na Ásia. Trata-se da intervenção direta das atttoridades para pro-
mover a consolidação através de incentivos que estimulem F&As e para
facilitar a entrada de bancos estrangeiros. Esta consolidação foi moti-
vada, em alguns países asiáticos, principalmente, pela necessidade de
fortalecimento do setor, da adequação de capital dos bancos e para pro-
mover a viabilidade financeira de bancos menores, muitos deles fami-
liares, afetados pela crise de 1997-98. No caso de países em transição
do Leste Europeu, a consolidação foi motivada pela privatização de
bancos estatais.
De acordo com Hawkins e Mihaljek (2001, p. 17), a consolidação di-
rigida pelo mercado é ttm fenômeno relativamente novo em economias
emergentes e tem sido observada recentemente na Europa Central. Isto
é, este tipo de consolidação foi, na grande maioria, observado nos mer-
cados maduros. Em países emergentes, a maioria das F&As do sistema
financeiro foi resultado de esforços do govemo para a redução das ine-
ficiências do setor, ou de intervenções após as crises bancárias. Com o
aumento da competição causada pela desregulamentação, privatização
e entrada de bancos estrangeiros, a consolidação se toma, cada vez mais,
dirigida pelo mercado.
A s r e c e i t a s n ã o - j u r o s c o m o p e r c e n t u a l d a r e c e i t a t o t a l d o s b a n c o s c r e s c e u d e 2 4 % n o s EUA,
16% n a F r a n ç a , 2 9 % n o R e i n o U n i d o , 2 2 % n o C a n a d á , e r n m é d i a e m 1980-82, p a r a 3 5 % , 4 6 % ,
4 3 % e 3 6 % , r e s p e c t i v a m e n t e , e m 1992-94, m a n t e n d o - s e , c o n t u d o , estável n a A l e m a n h a e Itália
(BIS, 1996, p . 8 2 ) .
S e g u n d o d a d o s d o G r o u p of Ten (2001), o s EUA c o m p u t a r a m c e r c a d e 5 5 % d e t o d a s as F & A s
r e a l i z a d a s n a d é c a d a d e 1990, d e v i d o , e m p a r t e , a o g r a n d e n ú m e r o d e p e q u e n a s ^ m é d i a s insti-
t u i ç õ e s e n v o l v i d a s nessas atividades.
to
o co o co
o CVÍ -r-'
-o
to
3 5 i2 F; 00 CM -r: co
•<t <D_ 00
T- c\í •.- co
Cví
Csí CVÍ CVÍ c>a ••-
to
Xi 00
05
in
cn
oo_ s s ^. s in
s co c»j' o CVÍ ^- cvi
Sd
i2
c S ¡8 Í2 CD CD ^
5Õ r-, O
co' cJ T- cm" c\í CO cvi CVÍ
o.
cn S $2 S C3> o 00 co
00
oí T-" co
g o CVÍ o ^ Cvi
8 CD cvl 00
-o O) CD
co cn CVÍ o CVÍ CVÍ o'
c cvi
3 05 co
o'
O CVÍ CVÍ
00 c:> r~ co co in co
•r- CM cvi o 00 00
CO' CVÍ o o CD o" T-'
co' T-" CVÍ CVÍ
« ã 8 c» CVI cvl S 5 Í5
o T- - ^. S o o
o CVÍ
c
co
CM »-
lo cn
CD CVl CD <n 5 S3
r-- O O ^- o o
O
"(Õ
O)
9 9 CD
8 CM o ••- o T - o o
T3
•o •* O CO CM cn
co fo o cn 00
•O cvl o CD o o
L
o o
T-' o •,-'
8í
o c^
•o
_: « "c
rH
O CO
•to
•C3 '2 g 8
DQ
(O c •I ¿i
m > õ 3 3 C
ce •2 ¿3 co co
í§ ^
3.3 Características e especificidades dos países emergentes
Para iniciar a análise das especificidades da consolidação em países
emergentes é importante fazer a distinção do processo que ocorre em
mercados maduros (EUA, União Européia e Japão) e nos mercados emer-
gentes (Ásia, América Latina e Europa Oriental). Apesar de as mesmas
forças estarem orientando a consolidação em ambos os mercados, exis-
tem algumas diferenças que são importantes destacar:
a) F&As entre fronteiras (entre instituições de diferentes países) são uma exceção
em economias maduras e uma regra em mercados emergentes. Em merca-
dos emergentes observou-se o aumento da participação de instituições
estrangeiras no market share doméstico, fato este que é bem menos fre-
qüente nos países de economias maduras. Isto porque nos mercados ma-
duros a consolidação bancária surgiu como um processo de resposta à
desregulamentação e à maior competição no mercado interno. Assim, as
F&As nos mercados maduros foram direcionadas para as instituições domés-
ticas.^ Nos mercados emergentes, por outro lado, a existência de F&As en-
volvendo instituições estrangeiras foi entendida, em vários casos, como
um meio para estimular os canais de entrada defluxosde capitais através
dessas instituições e fortalecer o mercado financeiro doméstico que se
viu palco de várias crises bancárias dos anos 1990.
b) Para mercados maduros a consolidação bancária tem servido, principal-
mente, para aumentar a e|iciência ou o poder de mercado e, para paises emer-
gentes, é uma maneira de resolver crises financeiras, conforme já observado
anteriormente. Assim, em mercados maduros observou-se que a resposta
para a consolidação vem da busca de economias de escala, de escopo e
de rendas, além de um melhor posicionamento dos bancos nacionais no
mercado doméstico. A consolidação em países emergentes veio, mais uma
vez, da necessidade do setor bancário de enfrentar as crises bancárias
que afetaram suas economias.
c) Em mercados emergentes obseruou-se na grande maioria dos casos a consoli-
dação dirigida pelo governo enquanto que em mercados maduros tem-se a
consolidação dirigida pelo mercado, conforme já observado anterionnente.
Esta seção tem por objetivo analisar os principais fatores que leva-
ram ao desenvolvimento do processo de consofidação bancária no
Brasil. Tal processo deve-se a um conjunto de fatores que influenciaram
a reestruturação do setor bancário brasileiro: a estabilização de preços
decorrente da implementação do Plano Real, o programa de privatizações
dos bancos estaduais, a abertura ao capital estrangeiro e a adequação dos
bancos aos Acordos da Basiléia.
11 cn
O)
co
O)
of
00
cri
(O
C\l
S
co
"
có
Si
cn
co
C\J
.2 Su
n CM co I--
o
CD
in co
00
cD
cvj" co' ai o" c5
6f XI S " É Í2 O) 00
oo_ c\j_ u) m ID lO
.k1
o
o
o
iN
I co o t~~ S2 S cn co c\i cn
C\l CM
^ co
^ -- pj ^
•D
O
T3
co
C
00
I
O cn cn ID CD
cd"
o" -r-" co" co"
'O
<u 5 °
Cvl
8 ^ O K
lO
CD
CM
i2 c\i ° O) CM ••- ••-
"03
11
co
c cn co_ in_ 00 CD 1^
(U
c£> OC) CD co co
co'
O
CO
oo"
t-~ fe •*
CO
1^
SP
cn
ex '41 Q
i
ct3
t: o
ra -o
O.
mo c^ cn
co
cn
5
lO
ai
co
co O) cn
•c
o
C
co
Xl
O CD
'CO
CD CO
O CO
CD z o ^
£3
•o
C
<U
O
co cn o !5
.a £ c c
O)
c
I o ra = "s O
ci
c
X «£
< oc
f2
üj
o
4.1 Plano Red e estabilização de preços
No período anterior ao Plano Real, em que o país vivia um contexto
de alta inflação, o sistema bancário brasileiro obteve elevados índices
de rentabilidade, se apropriando das receitas obtidas através dos gantios
com a "arbitragem inflacionária do dinheiro" relacionados tanto aos
ganhos com o float, e quanto aos elevados spreads na intermediação fi-
nanceira. Os ganhos com o float eram obtidos basicamente da manuten-
ção no passivo dos bancos de saldos não-remunerados que, apficados
em títulos ptiblicos indexados, rendiam, pelo menos, algo próximo da
correção monetária. Como pode ser visto na Tabela 3, tais receitas repre-
sentavam, em média, 38,5% do valor da produção dos bancos (diferença
entre juros recebidos e pagos) no período 1990-93, sendo relativamente
mais importante para as instituições públicas do que para os bancos pri-
vados.
Com a implantação do Plano Real e o processo de estabilização de
preços decorrente, houve a necessidade de reestruturação do setor e a
adequação ao novo ambiente. As rendas advindas com o floaúng caíram
a zero em 1995. Com a conseqüente remonetização da economia e com
o crescimento do consumo resultante da queda da inflação, os bancos
puderam obter receitas da intermediação financeira através do aumento
do crédito, que cresceu ao longo de 1994,^ e com a cobrança de tarifas
sobre os serviços bancários que foi significantemente liberalizada.
Em resumo, com o Plano Real e a reversão na trajetória inflacioná-
ria cessaram as oportunidades de ganhos inflacionários para os bancos.
O sistema bancário entrou em uma fase de adaptação e de ajustamento
a este novo ambiente, que englobou, além de u m a mudança no seu
padrão de rentabilidade, um ajuste na estmtura patrimonial e opera-
cional dos bancos, incluindo um processo de ftisões e incorporações.
<M CD
CO ^ CM ^ I 5 S LO IO
í ?3 ^ CM ro 2 CO CD
•<í5 LO
C» (-. ro
$2 S ^ ^ ^ ^ ^ s CD ° K
CD
? a - ^ s CD °
^
S
CD
g i 9 ^ ^ í 2 CD C3> o
5 S CM
2
DQ 1^ 00 irj
IO - ^
5 2 $5 rí-
B
o S ro fe
CD
c 5 S ^ K 00
S
ca
c ^ U , CD 00
•e
§ ^ §
c
•3
S
(U
§
oCO
h- ro CD CM 3 ã s g s CO
CO
5
o
c 00
^ <0
81
CO CM
8 CM o
Cvi
CO CO •
CM
c 00
IC
to
(U
O
O
T3
O)
CO
E
c
CO s
E
d
- -D
C <D
E Q
K
CD
ô •O
O
_çO c ca
cc ü
CQ
"03
e2
fortemente relacionada ao corte nos postos de trabalho, como resultado
da busca de maior eficiência operacional dos bancos. Os principais fato-
res desta tendência são: (i) introdução de novas tecnologias de comuni-
cação e a automação bancária; (ii) riovas formas d e organização do
trabalho, que criam grupos de trabalho com menos supervisão dispen-
sando cargos de chefia intermediários; (iii) terceirização, cuja ftinção é
transferir tarefas anteriormente feitas dentro da empresa para uma outra
firma contratada, cortando os postos e, conseqüentemente, os custos;
e (iv) as F&As ocorridas recentemente, que têm provocado o corte nos
postos de trabalho que existam em duplicidade nas empresas associa-
das, levando à obtenção de economias de escala e redução dos custos
unitários.'^
Estoque 811 425 740 745 687 326 669 413 658 849 624 756 558 691 497 109 463.329 420218 408 209
Var Absoluta 12 424 -70 680 -53 419 -17913 -10 564 -34 093 -66 065 -61 582 -33 780 -43111 -12009
Var Relativa nd -8,7% -7,2% -2,6% -1,6% -5,2% -10,6% -11.0% -6.8% -9,3% -2,9%
P a r a m a i o r e s i n f o r m a ç õ e s , DIEESE (1999).
Tabela 9. Participação percentual das instituições nos ativos da área bancária.
Instituição 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Bancos Privados
39,16 39,00 36,76 35,29 33,11 35,23 37,21 36,93 40,76
Nacionais
Bancos Públicos* 21,90 21,92 19,06 11,37 10,23 5,62 4,30 5,87 5,79
CEF 16,40 16,47 16,57 17,02 17,06 15,35 10,97 11,66 13,04
Banco do Brasil 13,91 12,52 14,42 17,44 15,75 15,63 16,76 17,12 18,40
Cooperativas
0,24 0,30 0,37 0,50 0,66 0,76 0,90 1,04 1,28
de Crédito
spreads e tarifas bancárias no país, uma vez que as receitas não seriam
suficientemente sensíveis a mtidanças nos custos bancários.'^
dez.OO ' 0,32 1,09 0,51 0,35 7,71 10,58 5,24 4,15
Referências
BELAISCH, A. (2003). "Do Brazilian banks compete?". IMF Working Paper 03.113.
BIS. (1996). 66th Annual Report. Basel: Bank for Intemational Settlements.
BIS. (1999). Quarterly Reuieiv, August. Basel: Bank for Intemational Settlements.
BIS. (2001). 71st Annual Report Basel: Bank for Intemational Settlements.
BIS. (2003). 73rd Annual Report. Basel: Bank for Intemational Settlements.
BIS. (2004). 74th Annual Report. Basel: Bank for Intemational Settlements.
CARVALHO, F.C. (1998). The Real stabilization Plan and the banking sector in Brazil.
Banca Nazionale del Lavoro Quarterly Revieu), v. LI, n. 206, p. 291-326, setembro.
CARVALHO, CE.; STUDART R.; ALVES J r , A.J. (2002). Desnacionalização do setor
bancário e financiamento das empresas: a experiência brasileira recente. Texto para
Discussão IPEA n. 882, maio. Brasília: IPEA.
CIAESSENS, S.; DEMIRGUÇ-KUNTA.; HUIZINGA, H. (1998). How does foreign entry
affect the domestic banking market? World Bank Discussion Paper. Washington: The
World Bank.
CORAZZA, G. (2000). Crise e reestruturação bancária n o Brasil. Anais do XXVIII En-
contro Nacional de Econonnia. Campinas, ANPEC, 12 a 15 de dezembro.
DIEESE (1999). Evolução Recente do Emprego Bancário no Brasil. Belo Horizonte. Dispo-
nível em: http://www. bancariosbh.org.brdemissoes.empregobancario.htm. Acesso: nov
2002.
FREITAS, M.C.P (1999). Abertura do sistema bancário ao capital estrangeiro, In: FREITAS,
M.C. (org.) Abertura do Sistema Financeiro no Brasil nos Anos 90. São Paulo, IPEA/ Fapesp.
GROUP OF TEN (2001). Report on consolidation in the financial sector Disponível em:
http://wwvi^.bis.org, January. Acesso: jun. 2002.
HAWKINS, J.; MIHALJEK, D. (2001). "The banking industry in the emerging market
economies: competition, consolidation and systemic stability. BIS Papers no. 4- Basle: BIS.
IBGE7DECNA.(1997). Sistema financeiro: uma análise a partir das contas nacionais, 1990-
1995. Rio de Janeiro: IBGEC)ECNA.
IMF (2001). International Capital Markets: Developments, Prospects, and Key Policy Issues:
Intemational Monetary Fund. Chapter V, pp.120-177. August. Acesso: jun. 2002.
PAULA, L.F. (1998). Tamanho, dimensão e concentração do sistema bancário no con-
texto d e alta e baixa inflação no Brasil. Noua Economia, v. 8, n. 1, pp.87-116, junho/
dezembro.
_. (2002). Expansion strategies of European banks to Brazil and their impacts
on the Brazilian banking sector. Latin American Business Revieu), v. 3, n. 4, pp. 59-91.
PAULA, L.F; ALVES Jr., A.J. (2003). Banking behavior and the Brazilian economy after
the Real Plan: a Post Keynesian approach. Banca Nazionale del Lavoro Quarterly Review
no. 227, pp. 337-365, December.
PAULA, L.F; ALVES J r , A.J.; MARQUES, M.B.L. (2001). Ajuste patrimonial e padrão de
rentabilidade dos bancos privados no Brasil durante o Plano Real (1994-1998). Estudos
Econômicos, v. 31, n. 2, pp. 286-319, janeiro/março.
PUGA, FP. (1999). Sistema financeiro brasileiro: reestruturação recente, comparações
intemacionais e vulnerabilidade à crise cambial. Textos para discussão, n. 68, Rio de
Janeiro: BNDES, Março.
ROCHA, F. (2001). Evolução da concentração bancária no Brasil: 1994-2000. Banco
Central do Brasil. Brasília. Notas Técnicas, n. 11.39 p. Disponível em: http://www.bcb.
gov.br Acesso: ago. 2002.