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RELAÇÃOENTREAFLEXIBILIDADEDACADEIAMUSCULARPOSTERIOREAOCLUSÃODENTÁRIAATRAVÉSDOTESTEDOCALÇOMOLAREMPACIENTESCOMDISFUNÇÃOTEMPOROMANDIBULAR(DTM)

RELAÇÃO ENTRE A FLEXIBILIDADE


DA CADEIA MUSCULAR POSTERIOR
E A OCLUSÃO DENTÁRIA ATRAVÉS
DO TESTE DO CALÇO MOLAR
EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR (DTM)
RELATIONSHIP BETWEEN THE FLEXIBILITY OF
MUSCLE AND A REAR CHAIN THROUGH
​​ DENTAL
OCCLUSION TEST IN PATIENTS WITH WEDGE
MOLAR TEMPOROMANDIBULAR DISORDERS (TMD)
Daniele Barboza de Moraes1
Darlene da Costa Bittencourt2
Thais do Nascimento Gomes3
Derliane Glonvezynski dos Santos Beck4
RESUMO
A alteração da oclusão e da flexibilidade como fator desencadeante da DTM é de relevância clínica. O objetivo do
estudo foi avaliar a relação entre a oclusão dentária e a flexibilidade da cadeia muscular posterior em pacientes
com DTM. O estudo caracterizou-se por uma série de casos, do tipo ensaio clínico não aleatorizado, utilizando
uma amostra por conveniência. Foram avaliados 14 pacientes (10 mulheres e 4 homens) entre 20 e 40 anos que
concordaram em participar do estudo mediante assinatura do TCLE. Foram incluídos no estudo pacientes com
diagnóstico de DTM e alteração da flexibilidade da cadeia muscular posterior, que foram submetidos à avaliação
postural, avaliação da flexibilidade da cadeia muscular posterior através do teste de flexão anterior de tronco,
com e sem calço molar; sendo realizada a coleta de dados no laboratório de Fisioterapia da Universidade de Cruz
Alta, no período de maio a junho de 2014. Observou-se maior predomínio de DTM entre pacientes do gênero
feminino (n=10, 71,4%), como sintomas destacaram-se dor localizada sobre a ATM, ruídos articulares e dificuldade
de abertura bucal. Segundo Angle, observou-se que 8 pacientes (57,2%) foram classificados como Classe I e 6
pacientes (42,8%) classificados como Classe II. Na avaliação postural observou-se que 11 pacientes (78,6%)
apresentaram elevação do ombro esquerdo. E ao relacionar a oclusão dentária e a flexibilidade, observou-se
diferença estatisticamente significativa (p=0,0000781). O presente estudo demonstrou que o uso do calço molar
na correção da oclusão dos pacientes leva a melhores resultados na flexibilidade da cadeia muscular posterior.
Palavras-chave: Flexibilidade. Cadeia muscular posterior. Oclusão dentária. Disfunção temporomandibular.

1
Fisioterapeuta, graduada pela Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. dany.tdc@hotmail.com
2
Mestre em Ciências Pneumológicas; Especialista em Prevenção e Reabilitação Física; Especialista em Terapia Manual; Especialista
em Exercícios Terapêuticos. Docente do curso de Fisioterapia do CNEC/IESA. darlene@unijui.edu.br.
3
Mestre em Educação nas Ciências. Orientadora Professora Thais do Nascimento Gomes. Professora do Curso de Fisioterapia.
gomesnthais@gmail.com
4
Mestre em Ciências Biológicas (Fisiologia) – UFRGS. Professora CNEC/IESA. degbeck@gmail.com

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DANIELE BARBOZA DE MORAES-DARLENE DA COSTA BITTENCOURT-THAIS DO NASCIMENTO GOMES-DERLIANE GLONVEZYNSKI DOS SANTOS BECK

ABSTRACT
The change of occlusion and flexibility as a trigger for DTM is of clinical relevancy. The objective of study was to
evaluate the relationship between dental occlusion and flexibility the posterior muscle chain in patients with TMD.
The study was characterized by a number of cases. 14 patients (10 women, 4 men) aged 20-40 years were evaluated.
The study included patients with a diagnosis of TMD and altered flexibility of the posterior muscle chain through the
anterior trunk flexion test, with and without molar chock; being carried through the collection of data in the laboratory
of Physiotherapy of the Cruz Alta’s University in the period of May to June of 2014. A bigger predominance of TMD
between patients of the feminine sex was observed (n=10, 71.4%), between the signals and predominant symptoms
had been distinguished it pain located on the TMJ, joint noises and difficulty of buccal opening. According Angle, it
was observed that 8 patients (57.2%) had been classified as Classroom I and 6 patients (42.8%) classified as Classroom
II. In the postural evaluation it was observed that 11 patients (78.6%) had presented rise of the left shoulder. And the
relation between dental occlusion and flexibility, it was observed significant difference statistical (p=0,0000781). The
present study it demonstrated that the use of the molar chock in the correction of the occlusion of the patients takes
the best ones resulted in the flexibility of the posterior muscular chain.

Keywords: Flexibility. Posterior muscle chain. Dental occlusion. Temporomandibular dysfunction.

1. INTRODUÇÃO
A DTM é definida como um conjunto de distúrbios que envolvem os
músculos mastigatórios, a ATM e estruturas associadas (LEEUW, 2010).
Entre os seus principais sinais e sintomas estão: presença
de dor, limitação do movimento mandibular, ruído articular ou
estalido e sensibilidade muscular, podendo apresentar também
hiperatividade e fadiga muscular, e sintomatologias auditivas
(FIGUEIREDO et al., 2009; TORRES et al., 2012; BARRETO;
BARBOSA, FRIZZO, 2010).
Cerca de 70% da população geral tem pelo menos um sinal
de DTM. Porém, apenas uma em quatro pessoas com sinais são
conhecedoras destes, e o reportam como um sintoma. Das pessoas
que apresentam um ou mais sinais de disfunção temporomandibular,
somente 5% procuram tratamento (BRUNO, 2004).
As DTMS representam a principal causa das dores orofaciais de
origem não dentária, com prevalência estimada entre 26% a 50% da
população (BONOTTO, 2010). Sua etiologia é multifatorial, portanto
não há somente um único fator desencadeante, mas um conjunto de
fatores como: fatores traumáticos, psicossociais, fisiopatológicos,
hábitos orais nocivos e distúrbios de oclusão (FIGUEIREDO et al.,
2009; TORRES et al., 2012; BIASOTTO-GONZALEZ, 2005).

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Como um dentre estes fatores desencadeantes da DTM, a


má oclusão é caracterizada como uma “mordida” inadequada que
prejudica a mastigação e leva à desarmonia dental, promovendo
mudanças de posicionamento das arcadas e sobrecarga muscular
da ATM. Sendo assim, todo portador de má oclusão é candidato a
ter problemas na ATM (TAFNER, 2010).
A má oclusão pode ter relação com as variáveis
musculoesqueléticas, dentre as quais se destaca a flexibilidade,
que pode ser definida como a capacidade que o indivíduo possui
de mover, ativa ou passivamente, uma articulação ou várias
articulações, em uma amplitude máxima, até antes do limiar de
lesão (NEVES, 2003).
Vários fatores interferem na flexibilidade: internos (genética,
gênero, idade) e externos (treinamento, temperatura, ambiente).
A estrutura articular é um dos fatores determinantes para a
flexibilidade, seja limitando a amplitude de movimento em algumas
articulações e/ou produzindo o término do movimento (NEVES,
2010; BERTOLINI et al., 2010).
Os movimentos corporais e adaptações posturais resultam da
ação das cadeias musculares, onde os músculos são organizados
em cadeias de forma integrada e global, visando manter o indivíduo
em equilíbrio postural (MACEDO; RABELLO, 2010; MORAES, 2002).
Um adequado controle do equilíbrio se reflete em sinergias
musculares apropriadas, e produz respostas motoras efetivas,
as quais minimizam e restauram os deslocamentos do centro
de gravidade (MACEDO; RABELLO, 2010). Por outro lado, na
presença de alterações posturais, o organismo se reorganiza em
cadeias de compensação procurando uma resposta adaptativa;
desta forma, na presença de um desequilíbrio, instalam-se as
alterações posturais (AMANTEÁ et al., 2004).
O objetivo deste trabalho foi, portanto, avaliar a relação entre
a flexibilidade da cadeia muscular posterior e a oclusão dentária
em pacientes com disfunção temporomandibular.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa caracterizou-se por uma série de casos,
um estudo analítico, intervencional, do tipo ensaio clínico não
aleatorizado, utilizando uma amostra por conveniência; sendo
realizada a coleta de dados no Laboratório de Fisioterapia da
Universidade de Cruz Alta, no período de maio a junho de 2014. A
pesquisa recebeu aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
Unicruz sob o n° CAAE: 27760614.5.0000.5322.
Foram incluídos pacientes com a faixa etária de 20 a 40
anos de idade, de ambos os gêneros, com diagnóstico de DTM
e alteração da flexibilidade da cadeia muscular posterior, sendo
excluídos os pacientes que não apresentaram o diagnóstico
de DTM e alteração da flexibilidade da cadeia muscular
posterior.
A amostra foi constituída de 14 voluntários, sendo 10 do gênero
feminino e 4 do gênero masculino. Inicialmente, os pacientes
concordaram em participar da pesquisa mediante consentimento e
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
sendo submetidos à avaliação para diagnóstico fisioterapêutico
de DTM na qual continham informações tais como dados pessoais
e dados referentes ao diagnóstico fisioterapêutico de DTM (sinais,
sintomas, tipo de oclusão – segundo a classificação de Angle).
Em seguida, os pacientes foram submetidos à avaliação
postural detectando no plano frontal a assimetria da cintura
escapular, realizada por inspeção visual com o uso do simetrógrafo.
Na avaliação postural clássica, por inspeção visual, se determina
qualitativamente as assimetrias corporais e as curvaturas da
coluna vertebral (SOUZA, 2010).
Detectando-se a assimetria da cintura escapular, foi realizado o
teste global dos músculos da cadeia posterior, com auxílio de uma
fita métrica, para avaliação de encurtamento dos músculos da cadeia
posterior, onde os participantes realizaram uma flexão total do tronco
em ortostatismo, com os joelhos estendidos, com supervisão do
avaliador, evitando compensações de tronco (BERTOLINI, 2010).
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Concomitantemente, foi realizado o teste do calço molar que


consiste na colocação de um calço de 3mm (abaixador de língua)
entre os molares do lado em que a cintura escapular estava
desnivelada (ombro mais alto) com o intuito de corrigir a má
oclusão dentária possibilitando concluir se a alteração postural é
ou não de origem oclusal. A avaliação da flexibilidade foi realizada
com e sem a utilização do calço, verificando-se as diferenças
encontradas entre os pacientes.
Para análise dos dados, foi utilizada a estatística descritiva
através do programa Excel da microsoft. As variáveis contínuas
foram expressas em média e desvio padrão com percentuais.
Variáveis contínuas com distribuição simétrica foram comparadas
através do Teste t de Student.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste estudo foram avaliados 14 pacientes com idade de 25,7 ±
6,4 anos sendo as características do grupo apresentados na tabela 1.
Tabela 1
Características dos pacientes avaliados
Pacientes (n=14)
Gênero Masculino Feminino
n 4 10
% 28,6 71,4
Idade(anos) 24,1 ± 5,74 29,7 ± 6,94

Características dos pacientes de ambos os gêneros avaliados: n=14; idade


(média±desvio padrão, anos).

Observou-se um maior número de pacientes do gênero feminino


com DTM entre os pacientes selecionados, sendo poucos do
gênero masculino que na avaliação fisioterapêutica apresentaram
o distúrbio. Isso pode ser pelo fato de as mulheres buscarem mais
por atendimento em caso de algias do que os homens.

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DANIELE BARBOZA DE MORAES-DARLENE DA COSTA BITTENCOURT-THAIS DO NASCIMENTO GOMES-DERLIANE GLONVEZYNSKI DOS SANTOS BECK

Teixeira et al. (1999) avaliaram a prevalência de má oclusões


morfológicas e dos índices de Helkimo em 110 pacientes portadores
de DTMs, faixa etária de 20 e 29 anos, onde houve predomínio do
gênero feminino (81,81%). Figueiredo et al. (2009) analisaram a
prevalência de sinais, sintomas e fatores associados em pacientes
portadores de DTM com amostra composta por 40 pacientes com
idades entre 20 e 40 anos também encontrando maior prevalência no
gênero feminino. Da mesma forma, Tosato e Caria (2006) verificaram
a prevalência de sinais e sintomas de DTM em 107 universitários
com idade entre 17 e 38 anos com predomínio no gênero feminino.
Esses achados concordam com os resultados do presente estudo.
No presente estudo, ao avaliar os sinais e sintomas, 8 pacientes
(57,2%) referiram apresentar dor enquanto 6 pacientes que não
apresentavam dor (42,8%). A localização da dor e momento de
dor estão apresentadas na tabela 2.
Tabela 2
Local e momento de dor
Pacientes (n=14)
Homens Mulheres
(n = 2) (n = 6)
Local da dor
Sobre ATM 2 5
Muscular 0 1

Momento da dor
Em repouso 0 0
Movimento 1 3
Mastigação 1 1
Resistência 0 2

Avaliação do local da dor e momento da dor avaliada nos pacientes sintomáticos


(n=8).

Foi possível observar que os homens apresentavam dor


localizada sobre a ATM e esta ocorria durante o movimento

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(abertura e fechamento bucal, fala) e mastigação, sendo que a


maioria das mulheres avaliadas apresentavam dor localizada
sobre a ATM e durante o movimento e resistência (no momento
da avaliação quando o terapeuta resistia aos movimentos).
Pereira et al. (2005), que avaliaram 8 pacientes detectando
os principais sinais e sintomas de pacientes com DTM, obtiveram
como principal sintoma a dor que esteve presente em 100% da
amostra. Como sinal, o ruído articular mais presente foi o estalo,
em 62,5% dos sujeitos, seguido de crepitação, em 25% da
amostra concordando com estudo de Figueiredo et al. (2009) que
obtiveram como principais sinais e sintomas a dor, dificuldade de
abertura bucal e ruído articular.
Ao realizar a avaliação dos pacientes foi identificado que os
mesmos fizeram o uso de aparelho ortodôntico e, portanto, avaliou-
se a possível relação com o tipo de oclusão ou presença de sinais
e sintomas. Dentre os pacientes avaliados 8 pacientes (57,2%)
fizeram uso de aparelho, porém não foi encontrada relação entre
o uso e a presença de sinais e sintomas ou tipo de oclusão.
Da mesma forma, os estudos de Delboni e Abrão (2005)
Teixeira e Almeida (2007) que realizaram uma revisão da literatura
avaliando a presença de sinais de DTM ao início, durante e
após o tratamento ortodôntico, e alterações nas estruturas da
ATM durante o tratamento ortodôntico, não obtiveram qualquer
incidência de sintomas de DTM nos pacientes que fizeram uso
de aparelho ortodôntico, e relataram que o tratamento ortodôntico
não poderia ser visto como possível causa ou contribuinte para
o desenvolvimento de DTM. Valle-Corotti et al. (2003), em seu
estudo, avaliaram 200 casos sobre a oclusão como fator etiológico
na prevalência de DTM em indivíduos tratados e não tratados
ortodonticamente, constatando não haver associação entre a
severidade de DTM e a realização do tratamento ortodôntico,
independente do tipo de má oclusão.
A tabela 3 apresenta os dados referentes à classificação da
oclusão dentária.

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Tabela 3
Classificação da Oclusão Dentária
Pacientes Homens Mulheres
(n=14) (n = 4) (n = 10)
Classe I 3 5
Classe II 1 5

Classificação segundo Angle: Classe I: correto encaixe dos dentes molares


(normoclusão); Classe II: recuo da mandíbula com perda do correto encaixe
molar.

Com relação à oclusão dentária, segundo Angle, observou-


se que 8 pacientes (57,2%) foram classificados como Classe I
(figuras 1 e 2), onde há o correto encaixe dos dentes molares
(normoclusão) e 6 (42,8%) pacientes foram classificados como
Classe II (figuras 3 e 4), onde há recuo da mandíbula com perda
do correto encaixe molar.

Figura 1. Paciente Oclusão Classe I (vista lateral)

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Figura 2. Paciente Oclusão Classe I (Vista anterior)

Figura 3. Paciente Oclusão Classe II (Vista lateral)

Figura 4. Paciente Oclusão Classe II (Vista anterior)


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Alves-Rezende et al. (2009) selecionaram 30 pacientes com


diagnóstico de DTM para avaliar a correlação entre a postura
corporal global e a má oclusão. A oclusão do tipo classe I foi
encontrada em 60% (18 pacientes), enquanto que a má oclusão
dentária classe II em 30% dos casos (9 pacientes) e classe III em
10% (3 pacientes). Reis et al. (2002), em seu estudo, avaliaram a
prevalência de oclusão normal e das más oclusões de Classe I,
Classe II (divisões 1 e 2) e Classe III em uma amostra constituída
com o objetivo de representar a população de brasileiros não
tratados ortodonticamente composta por 100 indivíduos; 93%
apresentaram más oclusões sendo 48% Classe I, 36% Classe II,
divisão 1, 6% Classe II, divisão 2 e 3% Classe III.
Para relacionar a flexibilidade e oclusão dentária, os pacientes
foram submetidos à avaliação postural, detectando-se no plano
frontal a assimetria da cintura escapular (ombro mais elevado)
observando-se que 11 pacientes (78,6%) apresentaram elevação
do ombro esquerdo, sendo que a maioria era do gênero feminino
(n=9).
Tabela 4
Assimetria da cintura escapular na avaliação postural
Ombro mais levado Homens Mulheres
(n=14) (n = 4) (n = 10)
Ombro E 2 9
Ombro D 2 1

Alterações observadas na Avaliação postural, por inspeção visual.

Em seu estudo, Vieira (2001) avaliou dados sobre a postura


Corporal e os possíveis desconfortos físicos em 103 mulheres
com a faixa etária entre 18 e 45 anos, onde obteve como resultado
em sua avaliação postural 42,72 % dos pacientes do gênero
feminino com elevação do ombro esquerdo um dos desvios mais
encontrados nas mulheres.
Os resultados referentes ao teste de flexão de tronco com e
sem calço molar são apresentados no gráfico 1.
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Gráfico 1. Teste de Flexão de Tronco

Ao realizar a avaliação da flexibilidade com e sem o calço


molar, observou-se uma diferença entre os pacientes que variou
de 0 a 7 cm, com uma diferença média de 3,5cm, verificando-se
que não existiu uma homogeneidade na amostra avaliada.
Foi possível observar que todos os pacientes obtiveram
redução dos valores avaliando-se as medidas do teste de flexão
sem calço e com calço, indicando que houve aumento dos valores
referentes ao teste de flexibilidade ao utilizarem o calço no lado
em que apresentavam alteração da cintura escapular.
Ao relacionar a oclusão dentária e a flexibilidade, através do
teste de flexão de tronco com e sem calço molar, observou-se
diferença estatisticamente significativa (p=0,0000781).

4. CONCLUSÃO
Através deste estudo, observou-se na amostra estudada
uma maior incidência de DTM do gênero feminino, sendo que os
principais sintomas encontrados foram dor localizada sobre a ATM,
ruídos articulares e dificuldade na abertura bucal. De acordo com
a classe oclusal, a maioria dos pacientes avaliados apresentou
classe I seguida pela classe II. Independentemente da classe em
que se encontravam na avaliação de Angle, todos os pacientes
apresentaram alteração na avaliação da cintura escapular.
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Observou-se uma relação significativa entre a oclusão dentária


e a flexibilidade da cadeia muscular posterior, evidenciando que
a correção da oclusão com o calço molar aumenta a flexibilidade
do paciente, demonstrado pelos melhores valores de todos os
pacientes. Porém, apesar de as associações entre as variáveis
terem sido significativas, não foi encontrada uma relação da
flexibilidade com o tipo de classe de má oclusão, pois todos os
pacientes obtiveram melhora em graus variados.
Dessa forma, o presente estudo demonstrou que o uso do
calço molar na correção da oclusão dos pacientes leva a melhores
resultados na flexibilidade da cadeia muscular posterior.

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DANIELE BARBOZA DE MORAES-DARLENE DA COSTA BITTENCOURT-THAIS DO NASCIMENTO GOMES-DERLIANE GLONVEZYNSKI DOS SANTOS BECK

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RELAÇÃOENTREAFLEXIBILIDADEDACADEIAMUSCULARPOSTERIOREAOCLUSÃODENTÁRIAATRAVÉSDOTESTEDOCALÇOMOLAREMPACIENTESCOMDISFUNÇÃOTEMPOROMANDIBULAR(DTM)

VIEIRA, Luis Gustavo L’ Astorina. Dados sobre postura


Corporal em Mulheres. (Trabalho de Conclusão de Curso).
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