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1 – Introdução
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Astronômicas: Dentro do próprio sistema Solar temos muitos corpos celestes
de pequenas dimensões que vagam pelo espaço
interplanetário. Suas origens são as mais diversas. A maior
parte é composta de gases congelados com poeira. Outros são
silicatados e ainda há os ferrosos. Estima-se que a maior parte
destes surjam por restos de cometas, colisões de planetóides
do sistema Solar original e outros do cinturão de cometas da
borda do nosso sistema, conhecido por Cinturão de Oort.
Denominamos estes corpúsculos celestes de Meteoróides.
Defesa: A maior parte dos meteoróides é afastada do sistema Solar interior
devido aos planetas gigantes que habitam o sistema Solar exterior. A
principal barreira de proteção é exercida por Júpiter que tem cerca de 1000
vezes o volume da Terra. A gravidade destes “irmãos mais velhos” é
tamanha que cerca de 99,99% dos meteoróides caem nestes planetas ou são
desviados de suas rotas com destino ao centro do sistema (Fig.1).
Núcleo do Planeta: Pela colossal quantidade de ferro e níquel e pelo giro veloz do
movimento de rotação que o planeta Terra possui, forma-se
naturalmente, um imenso campo magnético como uma
espécie de bobina. A força do campo é tamanha que suas
espiras magnéticas atingem a marca de mais de 65.000km de
distância (mais de 10 vezes o raio da Terra). Este escudo
recebe o nome de Magnetosfera (Fig.2).
Defesa: primeira linha de defesa do material particulado de alta energia
emitido pelo Sol (prótons e elétrons) extremamente nocivo. Esta “chuva” de
particulados recebe o nome de Vento Solar e é barrada ao atingir a
magnetosfera. Pouquíssimo consegue passar, pois a maior parte colide, sendo
ricocheteada. Outra parte é desviada e segue o campo magnético. A
convergência do campo ocorre sobre os pólos geográficos. A incidência
deste material na atmosfera (principalmente na alta e média) forma os
eletrometeoros conhecidos por Auroras (Boreal, no Norte e Austral, no Sul).
Cinturões Radioativos: Compostos por particulados e átomos radioativos (a maior
parte de prótons, mas há elétrons também) que foram
aprisionados pelo campo magnético atuante da
magnetosfera, porém, estão bem mais próximos da Terra.
Os mais famosos são os cinturões de Van Allen (que
atuam de 10.000 a 58.000km) e, o mais recente,
descoberto pelo mesmo cientista, durante o Ano
Geofísico Internacional – IGY, em 1958, que atua entre
400 a 1.300km. Estes cinturões são naturais, contudo, a
humanidade já “implantou” seus próprios cinturões
artificiais, pelas detonações de artefatos termonucleares
na atmosfera, ocorridos até a década de 1980 e alguns
científicos, na alta atmosfera (1958, IGY até 1962, Fig.3).
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Defesa: atuam como uma segunda linha de defesa eletrônica ao material
particulado de alta energia emitido pelo Sol. O que tem muita energia,
ficou barrado da magnetosfera. As partículas de menor energia que
passaram serão bloqueadas nos cinturões radioativos, tanto os naturais
como os artificiais. Desta maneira, a atuação da magnetosfera e cinturões
radioativos em conjunto fazem uma defesa seletiva das partículas
energéticas que rumam em direção a Terra (Fig.4).
Atmosfera: Partindo da superfície do planeta e atingindo cerca de 400km de
altitude, a atmosfera da Terra exerce proteção física e
eletromagnética. Cada camada da atmosfera possui interação
característica, ora com material particulado radioativo, ora pela
interação da radiação incidente. Ela, como um todo, exerce
proteção por atrito dinâmico contra um corpo invasor.
Defesas no aspecto físico: levamos em conta a atuação sobre os
meteoróides que porventura, conseguiram penetrar no sistema Solar
interior e que por sua vez estão em rota de colisão com a Terra. A defesa
ocorrerá por atrito dinâmico, o meteoróide passará para a categoria de
meteoro e será queimado durante a entrada. A composição do meteoro é
de suma importância para seu tempo de vida na atmosfera. Se a maior
parte for de gelo, este será sublimado na entrada. O risco potencial de
impacto é baixo, desde que seu raio não ultrapasse +/-500m (se forem
maiores, normalmente se partem). Os meteoros silicatados e ferrosos são
preocupantes, pois a queima é lenta e sobrevivem bem a entrada.
Meteoros deste tipo, com +/-200m de raio são potencialmente perigosos.
Defesas biológicas: possível vida extraterrestre microbiana que porventura
viajasse em um meteoróide seria extinta na entrada, devido ao calor
gerado na queima. Isto exerceria uma proteção contra uma suposta
“contaminação” hipotética ao sistema biológico da Terra.
Defesas contra radioatividade e de radiação eletromagnética: Cada
camada da atmosfera exerce uma proteção seletiva. A ionosfera exerce
proteção contra material particulado radioativo de menor intensidade que
sobreviveu tanto à magnetosfera quanto aos cinturões radioativos.
Também exerce proteção aos comprimentos de onda eletromagnéticos de
alta energia como o Raio Gama e Raio X. Quando muito ionizada, reflete
ondas eletromagnéticas de baixa energia (rádio) emitidos da superfície.
Desta maneira, a ionosfera é a interface entre as defesas radioativas e
eletromagnéticas. A partir dela, em direção a superfície, teremos a
termosfera, mesosfera e estratosfera, todas também exercem proteção, mas
esta será cada vez mais eletromagnética do que radioativa. Em suma, as
camadas da alta atmosfera fazem a defesa seletiva das energias incidentes.
Quanto mais alto for o nível de energia (da partícula ou do comprimento
de onda), mais alta na atmosfera ela será inibida ou transformada (Fig.5).
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Fig.1 - Planetas Gigantes:
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Fig.5 – Partículas radioativas ou
comprimentos de onda eletromagnéticos de
alta energia são barrados nas camadas mais
altas da atmosfera. Conforme os níveis
energéticos diminuem, a interação ocorre nas
camadas mais baixas. Esta é a ação seletiva
de defesa da atmosfera.
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3.1 Constituintes atmosféricos: A distribuição dos gases naturais na atmosfera
permanece inalterável, pois sua variação é considerada mínima, seja qual for a
amostra escolhida, em local ou altitude. Com isto, notamos que a atmosfera possui
uma enorme quantidade de nitrogênio (78,00%), seguida de oxigênio (21,00%). O
argônio, um dos gases nobres, é o terceiro majoritário dos constituintes (0,93%).
Todos os outros gases são considerados traços (porque literalmente formam um
traço em qualquer gráfico de síntese). Inclua nesta lista todos os outros gases nobres
e o dióxido de carbono (CO2) que é representado por 0,033% do total (Fig.6 e 7).
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3.2 Pressão atmosférica X Altitude: a troposfera responde por praticamente toda a
massa da atmosfera, pois cerca de 90% desta está abaixo da altitude de 16km,
simplesmente pela ação da força de gravidade (Fig.9). Logo em seguida temos a
tropopausa e acima desta, a estratosfera. Nesta camada, a densidade do ar é baixa (a
pressão atmosférica é um pouco maior que 50mb em 20km de altitude). Porém,
mesmo com uma densidade tênue, temos massa atmosférica suficiente para que as
interações com os comprimentos de onda curta eletromagnéticos provenientes do
Sol possam ocorrer. Portanto, em toda a extensão da estratosfera ocorrem as
interações da radiação ultravioleta. Como a densidade é maior na camada mais
baixa da estratosfera, teremos como resultante a maior concentração do gás
ozônio (Fig.10). Didaticamente, é exatamente nesta posição que situaremos a
Ozonosfera, mas devemos sempre lembrar que ela não se limita abruptamente em
uma certa altitude. Simplesmente vai se diluindo conforme subimos. Já no sentido
oposto, observando-se para o lado de baixo da estratosfera, onde se situa a
tropopausa, a queda na concentração é mais visível, tendo em vista que esta camada
é caracterizada por uma forte isotermia. Esta propriedade atenua os movimentos
verticais de mistura (Fig.11).
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Fig.11 – distribuição do ozônio na troposfera
e estratosfera. Note que a alta concentração
situa-se na baixa estratosfera. Quase a
totalidade do ozônio está nesta camada.
4 – A Medição do Ozônio
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Fig.12 – Conceituando a unidade de medida de concentração de ozônio formulada por
Dobson e seu padrão de normalidade primário de 300UD.
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Fig.13 – Métodos de medição passiva do ozônio. Esquerda: Radiômetro UV B na
superfície é o processo mais simples e eficiente. Direita: Satélite embarca um ou dois
radiômetros UV B (se forem dois, um deles apontará para o Sol). A quantidade de
interações requer mais processamento para obter valores estimados confiáveis de UV B. As
setas vermelhas indicam a parcela de energia que interagiu e aqueceu a estratosfera.
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Para saber mais:
Os dispositivos passivos são chamados sensores e necessitam de uma fonte externa que ilumine os alvos para
que estes possam ser observados (nossos olhos, por exemplo). Os dispositivos ativos possuem suas próprias
fontes de iluminação. Após emitir seus feixes, passam para o estado passivo e registram o que iluminaram
(salvo aqueles que possuem os dois processos concomitantes). Note que a palavra iluminação está no seu
sentido amplo e envolve qualquer forma de energia, como ondas mecânicas sonoras e não somente luz.
Exemplos:
RADAR – Radio Detection and Ranging (detecção e rastreamento por rádio), utiliza ondas eletromagnéticas
na freqüência do rádio (1 a 3 metros de comprimento);
SODAR – Sound Detection and Ranging (detecção e rastreamento por som), utiliza ondas sonoras mecânicas
(freqüências de 20 a 30.000Hz ou mais e podem ser ouvidos por humanos – apelidados de arapongas); e
LIDAR – Light Detection and Ranging (detecção e rastreamento por luz), utiliza ondas eletromagnéticas nas
freqüências do Infravermelho até o raio X, normalmente pulsadores LASER – Light Amplification by
Stimulated Emission of Radiation (amplificação de luz por emissão estimulada de radiação).
5 – A Formação do Ozônio
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Observando o processo por partes, a uma altura suficientemente elevada, na
estratosfera, os raios ultravioleta C do Sol são suficientemente intensos para
fotodissociar (desmantelar) a molécula de gás oxigênio (O2) produzindo dois átomos
de oxigênio atômico excitado, O, ou também conhecido por 1D (Fig.16). Por ser
muito reativo, o oxigênio atômico (O) poderá reagir com qualquer outra molécula,
mas como a quantidade de gás oxigênio é majoritária (lembre-se de que ele é um dos
constituintes atmosféricos), a probabilidade de um encontro entre o oxigênio
atômico e o molecular é grande. Quando isto ocorre, surge a molécula do ozônio
(Fig.17). Contudo, o ozônio também sofrerá fotodissociação, mas desta vez com o
UV B. É exatamente este o seu papel protetor. Logo que sofrer a incidência de
ultravioleta B, a molécula é desmantelada, formando novamente oxigênio molecular
(O2) e oxigênio atômico (O). O processo rapidamente recomeça (Fig.18).
O2 + γ = O + O
sendo γ, a radiação UV C.
O 2 + O = O3
Fig.18 – Passo 3, interação do ozônio com a
incidência de UV B. Este é o processo de
proteção que a molécula produz. Na
interação, o ozônio é fotodissociado, libe-
rando infravermelho termal (IV Ter) que
aquece a estratosfera. No final, teremos gás
oxigênio e oxigênio atômico, reiniciando o
processo:
O 3 + γ = O + O2
sendo γ, a radiação UV B.
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6 – Hipótese Antrópica
Na hipótese antrópica, o ozônio tem diminuído por causa dos gases tipo CFC
– Clorofluorcarbono, lançados pelos processos industriais. Estes gases CFCs
afetariam a permanência do ozônio, pois o cloro (Cl) de suas moléculas quebrariam
seu ciclo de regeneração, ou simplesmente reduziriam a formação do ozônio,
alterando a rápida interação entre o oxigênio atômico (O) e o oxigênio molecular
(O2). Observemos o quadro abaixo (Fig.19):
Fig.19 – Ciclo de formação do ozônio. Notamos que no passo 4 do ciclo, o ozônio possui
dois “inimigos naturais”. O próprio ozônio, pois duas moléculas de O3 se cancelam
mutuamente, formando três moléculas de O2, ou o encontro com um oxigênio atômico (O),
formando duas moléculas de O2. A terceira reação seria com gases traços antrópicos, como
o cloro (Cl) derivado de CFC, por exemplo.
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Notamos na Fig.19 que o problema antrópico aparece nas supostas reações
com gases do tipo CFC que liberam cloro atômico quando sofrem fotodissociação na
estratosfera. Contudo, o processo é lento e as chances de um cloro livre achar uma
molécula de ozônio são mínimas. Embora alguns estudos afirmem categoricamente
que seu tempo de vida é longo, as chances da colisão são infinitamente pequenas.
A pergunta é saber se os gases traços antropogênicos interferem mais no ciclo
do ozônio do que os gases traços naturais.
Até por volta de 1930, eram usados como fluidos refrigerantes principalmente
a amônia (NH3), o butano (C4H10), o isobutano [HC(CH3)3], o propano (C3H8), o
dióxido de enxofre (SO2) e o cloreto de metil (CH3Cl). Contudo, como são
substâncias tóxicas e/ou explosivas, podendo colocar em risco a vida humana em
caso de vazamento, foram abandonadas (exceto em algumas aplicações mais ou
menos especializadas) e substituídas pelos clorofluorcarbonos (CFCs).
A amônia, em particular, sendo o fluido de maior efeito refrigerante, continua
sendo utilizada em instalações de grande porte como fábricas de gelo, armazéns
frigoríficos, equipamentos de refrigeração industrial e em pistas de patinação, onde
conta o fator energético e onde podem ser implementados procedimentos de
segurança.
Além de equipamentos de refrigeração, os CFCs passaram a ser usados em
aparelhos condicionadores de ar, em borrifadores (sprays), na fabricação de espuma
de poliestireno (isopor®) e em uma série de outros produtos. Os CFCs são
compostos orgânicos cujas moléculas contêm carbono e flúor e, em muitos casos,
outros halogênios, principalmente o cloro, se apresentam no estado líquido ou
gasoso a temperatura ambiente e são não tóxicos, incolores, sem cheiro, não
inflamáveis e não corrosivos. Alguns dos CFCs mais usados atualmente são: R11 –
Freon 11® (CCl3F), R12 – Freon 12® (CCl2F2), R22 (CHClF2) e R502 (mistura de
48,8% de CHClF2 com 51,2% de C2ClF5).
Desde a sua criação, os CFCs foram liberados na atmosfera sem maiores
preocupações porque eram considerados gases seguros e estáveis. O suposto dano na
camada de ozônio causado pelos CFCs foi descoberto no final da década de 1970.
Então, acordos internacionais foram estabelecidos para eliminar progressivamente o
uso desses produtos e foram desenvolvidos, para serem usados numa fase
intermediária de transição, os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), compostos à base
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de hidrogênio, cloro, flúor e carbono, que supostamente danificam muito menos a
camada de ozônio. Atualmente, são usadas como fluidos refrigerantes
principalmente misturas binárias de CFCs com HFCs (hidrofluorcarbonos) ou com
HCFCs.
Contudo, existem centenas de gases antropogênicos lançados na atmosfera e
o CFC é apenas uma pequena parcela deles. Vejamos o processo de fotodissociação
de uma molécula de Freon 12®, o dicloro-difluor-carbono (CCl2F2) que conseguiu
atingir a estratosfera. Os raios ultravioleta do Sol conseguem quebrar a forte coesão
desta grande molécula, mas liberam apenas um cloro atômico (Cl) e o restante forma
cloro-difluor-carbono (CClF2), permanecendo na estratosfera (Fig.20). No passo
seguinte, o cloro atômico livre encontra uma molécula de ozônio e reage com ela,
formando monóxido de cloro (ClO) e gás oxigênio (Fig.21). Na etapa final, o
monóxido de cloro necessita encontrar (difícil de acontecer) um oxigênio atômico
para se estabilizar. Quando isto ocorrer, formar-se-á gás oxigênio e o cloro ficará
livre novamente (Fig.22).
Fig.20 – Passo 1, surgimento do cloro
atômico pela incidência de UV sobre a
molécula de dicloro-difluor-carbono:
CCl2F2 + γ = CClF2 + Cl
sendo γ, a radiação UV.
Cl + O3 = ClO + O2
Fig.22 – Passo 3, o monóxido de cloro só
conseguirá liberar o cloro em forma atômica
se porventura encontrar um oxigênio
atômico. Se isto ocorrer, teremos a formação
de gás oxigênio (molecular) e a liberação de
cloro atômico (no box vermelho):
ClO + O = Cl + O2
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três moléculas de ozônio para cada litro de ar estratosférico). Em seguida, o
monóxido de cloro precisa encontrar um oxigênio atômico livre, o que também é
difícil de acontecer. Só assim, um cloro atômico voltaria a estratosfera para poder
reagir novamente com outro ozônio. Em teoria, o passo 2 se repetiria por até 50
vezes antes do cloro atômico se combinar em algo mais estável.
Para saber mais:
Os materiais halógenos têm propriedades refrigerantes muito boas, principalmente quando formam moléculas
leves. Pertencem a família 7A da Tabela Periódica que são o Flúor (F), Cloro (Cl), Bromo (Br), Iodo (I) e
Astato (At), este último, um dos três artificiais abaixo do Urânio (U).
Fig.23 – Diversas origens dos gases naturais: relâmpagos, vegetação, oceanos e vulcões.
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Quando estas moléculas naturais chegam à estratosfera, sofrerão o processo
de fotodissociação, gerando outras moléculas inibidoras ou retardadoras de ozônio.
No caso, tanto pela combinação com oxigênio atômico que estiver livre ou pela
neutralização da própria molécula de ozônio.
Dióxido de Nitrogênio (NO2): atua como inibidor de formação de ozônio, pois uma
vez que atinge a estratosfera, procura se estabilizar com um oxigênio atômico livre,
não necessitando de radiação solar (Fig.24). O produto desta combinação é
monóxido de nitrogênio (NO) e oxigênio molecular (O2). Uma vez formado, o
monóxido de nitrogênio é muito estável. O problema ocorre se, porventura, ele
encontrar uma molécula de ozônio (como sempre, altamente reativo). De imediato,
haverá síntese e como resultado teremos o retorno do dióxido de nitrogênio (NO2) e
gás oxigênio (Fig.25).
NO2 + O = NO + O2
NO + O3 = NO2 + O2
Dióxido de Carbono (CO2) e Vapor D’água (H2O): contribuem como retardadores
da formação do ozônio, pois estas duas moléculas, ao serem fotodissociadas, geram
radicais altamente reativos. O processo começa com a incidência de radiação UV
sobre as duas moléculas que atingiram a estratosfera. O dióxido de carbono gera
monóxido de carbono (CO) mais estável e oxigênio atômico (O) reativo. O vapor
d’água gera o radical hidroxila (OH) e um átomo de hidrogênio (H). Estes produtos
servem como retardadores de formação de ozônio, pois necessitam de oxigênio
atômico para se estabilizar. Podem também destruir ozônio quando reagem com ele
para a mesma finalidade de estabilização (Fig.26).
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Fig.26 – retardadores gerados pela
fotodissociação do dióxido de
carbono e água. Os produtos reagem
com o oxigênio atômico ou com a
molécula de ozônio para tentar se
estabilizarem:
CO2 + γ = CO + O
H2O + γ = OH + H
Resumindo...
O ozônio (O3) reage praticamente com tudo e não somente com os CFCs.
O oxigênio atômico, que auxilia na formação do ozônio, também reage com
tudo, incluindo o próprio O3.
Pergunta...
Será que não existem fatores de maior potencial neste processo?
9 – Atividade Solar
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Notemos que o ano de 1996 coincidiu com um "mínimo solar", ciclo 23, ou
seja, quando a atividade solar esteve num mínimo, o Sol produziu menos radiação
ultravioleta (UV) que é essencial para a produção de O3, isto é, menos UV, menor
concentração de O3. O Sol atingiu um máximo (não tão máximo) de atividade em
2000, ciclo 23 (Fig.28) e a concentrações de O3 aumentaram. Em 2007-2008, o Sol
estará num novo mínimo, menos UV, e o “buraco” na camada de ozônio voltará a
crescer. O máximo solar de 2000 foi suficiente para aumentar as concentrações
globais de O3 em cerca de 3% acima da média (Fig.29). Um ponto interessante, é
que existe um possível ciclo solar, de cerca de 90 anos (Ciclo de Gleissberg). Este,
prevê que o Sol vai estar num grande mínimo de atividade (minimum minimorum)
nos próximos dois ciclos solares (próximos 22 anos), ou seja, de agora até os anos
2022-2023, caso se repitam os ciclos anteriores (1890-1915 e 1800-1825).
Fig.28 – Ciclo solar 23. Notamos que o número de manchas solares indica a atividade solar.
Quanto maior o número, maior a atividade e maior é a produção de ozônio. Há pequenas
flutuações, consideradas anomalias normais durante os períodos de curtíssimo prazo.
Fig.29 – Notar o contraste das concentrações de ozônio nos ano de 1996 e 2000/2001.
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A Climatologia estuda exatamente os grandes ciclos de variação dos
parâmetros. As concentrações de ozônio são cíclicas. Elas interagem com os ciclos
solares de +/-90 anos, de 11 anos, os ciclos sazonais das estações do ano e o ciclo
diurno. Muitos trabalhos iniciais, inclusive do próprio Dobson indicavam mudanças
abruptas de mais de 1000% nas medidas de concentrações de ozônio em questão de
uma hora, tamanho é o efeito reativo desta molécula de estado transitório do
oxigênio.
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Fig.31 – Alguns anos são mais custosos para a normalização das concentrações do ozônio
sobre a Antártida, com a chegada da primavera. Os anos de 1997 e 1998 foram muito
próximos do mínimo solar. O ano de 1999 não foi, mas deve ser considerado uma
anomalia. Isto chama a atenção para mostrar que o processo não é completamente
compreendido.
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causa de problemas computacionais. As placas geradoras de vídeos da época
formavam apenas 4 cores. Algumas conseguiam gerar 16. Como a cor preta foi
atribuída à valores de concentrações baixas de ozônio (como 150UD) surgia, no
meio do monitor de vídeo, sobre o cartograma da Antártida, uma enorme mancha
preta!
Mas o que ficou obscuro em toda a divulgação sobre o ozônio foi a questão:
Se os gases CFCs são emitidos pelo mundo inteiro (principalmente pelos países
desenvolvidos do Hemisfério Norte) por que o “Buraco na Camada de Ozônio” só
aparece sobre a Antártida?
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Para saber mais:
No início, os computadores de console emitiam sinais de vídeo apenas para caracteres ou poucos pontos
gráficos. Os aceleradores de vídeo dos computadores são algo recente. Os primeiros foram os Computer
Graphics Array – CGA que geravam 4 cores. Em seguida, Extended Graphics Array – EGA que geravam 16
cores. Nos anos 1990 surgem os Video Graphics Array – VGA, com 255 cores e os Super Video Graphics
Array – SVGA que geravam, dependendo da resolução, 16 milhões de cores. Atualmente passamos do Ultra
Video Graphics Array – UVGA, de altíssima resolução e todo o espectro de cores.
11 – Considerações Finais
Após nosso estudo das defesas do planeta Terra, em especial a Camada de Ozônio,
podemos resumir os principais aspectos importantes abordados:
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estas moléculas podem ser tanto de origem antrópica (CFCs, por exemplo) quanto
de origem natural, sendo estas últimas, de influência infinitamente maior.
A variação da concentração de ozônio, em geral, está associada aos diversos
ciclos solares e atividades vulcânicas e não somente a ação de gases que atrapalham
a sua formação. Sobre a Antártida, notamos que há particularidades sazonais entre as
estações do ano. Destaca-se que estas particularidades devem ser próprias das
diferenças encontradas entre os dois hemisférios do planeta.
O lado alarmista:
"Estamos frente ao maior perigo que a humanidade já enfrentou". Esta foi a frase
dita pelo Dr. Mostafa Toba, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente e ganhador do prêmio Nobel pela descoberta, em seu projeto de
pesquisa, da “Destruição da Camada de Ozônio pelos CFCs”.
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seu “Third Assessment on Climate Change” (3° avaliação sobre mudanças
climáticas) que aumentou, ainda mais, as estimativas de aumento da temperatura
global se a concentração de CO2 e outros gases de efeito-estufa dobrarem, variando
agora de 1,5 °C a 5,6°C. A figura 10 do Sumário Técnico do próprio IPCC mostra
que, para os últimos 17 anos, houve uma tendência na concentração de metano
(CH4) de -0,09% ao ano, o que significa que seu crescimento tem sido negativo e
que a concentração de CH2 poderá se estabilizar em 2005 e diminuir a partir desse
ano, apesar de os rebanhos de ruminantes terem crescido nesse mesmo período. As
taxas de aumento de CO2 também têm decrescido, passando de 0,45% ao ano no
começo dos anos 1980 para 0,41% ao ano no início dos anos 1990 (decréscimo de
0,04%), enquanto as emissões humanas passaram de 5,4 Gigatoneladas de carbono
(GtC) por ano para 6,8 GtC/ano, um aumento de 26% no mesmo período. As
concentrações desses gases de efeito-estufa dependem muito da temperatura dos
oceanos que cobrem 71% do planeta. Os oceanos são os grandes reservatórios
desses gases, contendo, por exemplo, cerca de 60 vezes mais CO2 que a atmosfera.
Quando os oceanos estão quentes, a absorção de gases diminui, quando eles se
esfriam a absorção de gases aumenta. Assim, bastaria um pequeno resfriamento da
temperatura dos oceanos para mudar completamente as projeções feitas pelo IPCC
sobre o aquecimento global.
“Há quase 10 anos, reanalisei as séries de ozônio de Oslo e Tronsoe, Noruega, e
escrevi um trabalho mostrando que as concentrações de ozônio estratosféricos são
altamente variáveis e dependem da variação de fatores internos e externos ao
sistema Terra-atmosfera, como produção de radiação ultravioleta pelo Sol e a
presença de aerossóis vulcânicos. A verdade é que não há evidências científicas de
que a camada de ozônio na estratosfera esteja sendo destruída pelos compostos de
clorofluorcarbono (CFCs), que são gases utilizados em refrigeração (geladeira, ar
condicionado), como Freon 11® e Freon 12® da Du Pont. O que ocorreu foi que,
como os CFCs se tornaram de domínio público e já não podiam ser cobrados
direitos de propriedade (royalties)sobre sua fabricação, as indústrias, que controlam
a produção dos substitutos (ICI, Du Pont, Atochem, Hoechst, Allied Chemicals),
convenceram “certos” governos de países de primeiro mundo (começou com Sra.
Margareth Tatcher, ex-ministra da Inglaterra) a darem apoio para a “a farsa da
destruição da camada de ozônio e do aumento do buraco de ozônio na Antártida”
pois, agora, os seus substitutos recebem royalties.
“O Freon 12®, por exemplo, custava US$1,70/kg e seu substituto R-134 custa quase
US$20,00/kg (hoje, na cotação média de R$32,00/kg). Como essas 5 indústrias têm
suas matrizes em países de primeiro mundo e pagam impostos lá, não fica difícil de
se concluir para onde vai nosso dinheiro e de quem é o interesse de sustentar uma
idéia, ou hipótese tão absurda como essa da destruição da camada de ozônio pelo
homem. Na minha opinião, essa hipótese é uma atitude neocolonialista, ou seja, de
domínio dos países ricos sobre os pobres, através da tecnologia e das finanças.
Países tropicais, como Brasil e Índia, precisam de refrigeração a baixo custo. A
hipótese da destruição da camada de ozônio é uma forma de transferir dinheiro de
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países pobres para países ricos, que já não possuem recursos naturais e têm que
sobreviver explorando os outros financeiramente.
“Uma das minhas preocupações é que o assunto já está sendo tratado nos livros
de Ciências que as crianças usam e parece que vamos formar uma geração
inteira, ou mais, baseados em afirmações, ou "dogmas", sem fundamento
científico.
“O Brasil foi forçado a assinar o Protocolo de Montreal, que bania os CFCs. Era
uma das exigências do FMI para renegociar a dívida externa e receber mais
empréstimos. Daí, eu ter afirmado, e continuo convicto, que a “eliminação dos CFCs
como argumento que destroem a camada de ozônio” nada mais é do que uma atitude
neocolonialista. Daqui alguns anos (100 anos??) quando provarem a verdade, ou
seja, que a camada de ozônio jamais foi ameaçada pelo atividades humanas, vão ver
quão medíocres eram os cientistas do final do século XX e início do século XXI e
certamente receberemos os mesmos comentários e adjetivos que utilizamos hoje
para criticar a atitude da Igreja Católica durante o período da Inquisição na Idade
Média que atravancou o desenvolvimento da Ciência com “dogmas” absurdos.
“O desinteresse atual sobre o estado da Camada de Ozônio (O3), ou seja,
porque o PNUMA , OMM e as ONGs da vida não falam mais sobre o assunto,
reside no fato de a Indústria já ter conseguido seu intento, ao forçar a aceitação
dos substitutos (R-134, por exemplo), e voltar a faturar mais, transferindo
recursos de países pobres, carentes de refrigeração a baixo custo, para os países
ricos, detentores da patentes e dos “royalties”, ou seja, a eliminação dos CFCs
foi um ato de NEOCOLONIALISMO. Portanto, o assunto “ficou fora de
moda”.
“Para complicar a situação dos que defendem, com propósitos escusos, que o
homem possa destruir a Camada de Ozônio ou aumentar o “Buraco de
Ozônio”, este diminuiu depois de 1996*.
(*visto durante a explanação deste texto de estudo dirigido).
(...)
“Dessa forma, é possível que a camada de O3 naturalmente diminua em função do
menor fluxo de UV. (Dentre as centenas de estudiosos – e consultores de indústrias
de gases de refrigeração – será que só eu sei disso?!).
“Será que acertarei minha “previsão”? E aí? Serão os “substitutos”, ou os
remanescentes dos CFCs, os causadores da diminuição (flutuação??) da camada de
O3 no futuro? Esperar e ver o que acontece!”
A retirada completa dos CFCs do mercado está prevista para 2010 e a retirada
dos HCFCs para 2030, data esta que coincide com a publicação de sua patente
também. O objetivo final será manter apenas os HFC’s, compostos de hidrogênio,
flúor e carbono, que não causam dano à camada de ozônio, mas são extremamente
caros.
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Anexo 2: Outras Atividades Danosas ao Ozônio
27
Existem muitas pesquisas feitas, até o momento, sobre a ação direta do
ultravioleta, em diversas faixas (A, B e C). A maioria é de laboratório e em
condições controladas. Elas testam a incidência destas radiações sobre animais e
vegetais. Os resultados são deveras alarmistas. Contudo, quando o laboratório é
natural e os espécimes são da Antártida e regiões sub-antárticas, os resultados são
diferentes. Estes seres vivem durante a primavera, verão e início do outono nestes
lugares e não sofrem, aparentemente, danos por estarem expostos às anomalias do
ozônio. Conclui-se que a vida selvagem tem outros mecanismos de defesa, ou então,
as anomalias do ozônio sempre existiram e seus genótipos sabem lidar com elas.
Quanto aos produtos que exercem proteção aos raios ultravioleta, 90% deles
atuam sobre o UV B (justamente aquela radiação sob responsabilidade do ozônio) e
nada sobre o UV A. Salvo as exceções que registram em seus rótulos que a ação
Fator de Proteção Solar – FPS se aplica às duas radiações. Se isto não ocorrer, a
proteção é apenas para o UV B.
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Fig.C – Esquema pictórico da ação das radiações UV A e UV B sobre o tecido tegumentar.
Há efeitos benéficos e maléficos. Deve-se se expor com cuidado aos raios solares. O
verdadeiro segredo é o equilíbrio.
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Em suma, o UV B, em dose certa, é necessário, pois estimula melanócitos,
aumenta a pigmentação, encapsula DNA celular e produz pré-vitamina D que depois
será convertida em vitamina D, essencial para a fixação de cálcio nos ossos. A
radiação UV A não tem utilidade conhecida.
Para auxiliar o estudante deste material, segue uma síntese das combinações
químicas do oxigênio puro, abordadas no texto e as descrições retratadas diversas
vezes.
Diferentes Formas de Descrever as Combinações Esquema Pictórico do
Alotrópicas do Elemento Oxigênio Número de Átomos
Significado idêntico onde se lê Oxigênio Atômico ou
Oxigênio Reativo ou Átomo de Oxigênio, pois referem- Forma Ímpar – O
se ao átomo solitário (excitado) ou elementar do oxigênio. (instável e reativo)
Significado idêntico onde se lê Oxigênio Molecular ou
Gás Oxigênio, pois são a mesma molécula com dois
átomos de oxigênio. Forma Par – O2
(estável)
Significado idêntico onde se lê Ozônio ou Ozona ou
Molécula de Ozônio ou Gás Ozônio, pois são a mesma
molécula com três átomos de oxigênio.
Forma Ímpar – O3
(instável e reativo)
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Ricardo Augusto Felicio
B.Sc. Meteorologista – USP
M.Sc. Meteorologia Antártica – INPE
Dr.Sc. Climatologia Antártica – FFLCH – DGF – USP
Prof. Dr. Climatologia – Depto. Geografia – FFLCH – USP
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