Os princípios da contabilidade são a essência da teoria que todos os
contadores devem seguir por obrigação, com esses princípios é possível entender todo o contexto em que são utilizados. Segue todos os princípios no livro “Princípios fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade:
Princípio da entidade: O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como
objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Exemplo: Pode-se dizer que no brasil é um princípio bastante desrespeitado, pois os administradores misturam as contas pessoais com as contas empresariais, na maioria das vezes eles desconhecem a importância do princípio. Nesse sentido, é rotineiro a retirada do caixa ou da conta bancária da empresa para pagar contas pessoais, no entanto, é preciso salientar que essa prática pode levar à falência uma empresa, pois compromete toda a organização da entidade.
Princípio da continuidade: A empresa continuará para sempre. Devem ser
consideradas quanto à classificação e avaliação das mutações patrimoniais. A observância do princípio da continuidade influencia diretamente no princípio da competência pois está ligado à quantificação dos componentes patrimoniais e a formação do resultado e constitui dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. Exemplo: O princípio age pressupondo que a empresa não será extinta e mesmo que houver encerramento dela ainda há a mensuração das perdas e os ônus dos proprietários. Uma organização investe visando usufruir benefícios futuros, portanto, para a empresa viver normalmente, ela deve ter uma perspectiva de continuidade.
Princípio da oportunidade: Refere-se ao momento em que devem ser
registradas as variações patrimoniais. Devem ser feitas imediatamente e de forma integral, independentemente das causas que as originaram, contemplando os aspectos físicos e monetários. Quando se tratar de um fato futuro, o registro deverá ser feito desde que tecnicamente estimável mesmo existindo razoável certeza de sua ocorrência. São os casos de Provisões para Férias, para Contingências, entre outros. Portanto, este Princípio determina que o registro seja feito no momento da transferência de propriedade, através da emissão da Nota Fiscal (oportunidade), e pelo seu valor total (totalidade). Exemplo: As provisões para férias e 13º salários são feitas mensalmente mesmo sendo despesas futuras.
Princípio da competência: Estabelece que as Receitas e as Despesas devem
ser incluídas na apuração do resultado do período em que foram geradas, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. Prevalece sempre o período em que ocorreram. Este princípio está intimamente ligado às variações do patrimônio líquido. Exemplo: Uma venda é feita a prazo em 02/2018 para ser paga em 05/2018. Embora não tenha recebido o dinheiro em 02/2018 a receita é de 02/2018, o mês da venda.
Princípio do registro pelo valor original: O princípio do registro do valor
original ordena que os componentes do patrimônio tenham seu registro inicial efetuado pelos valores ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior à Entidade. Nesse sentido, a observância do princípio é do mais alto interesse da sociedade como um todo, principalmente no mercado de capitais, por resultar na unificação da metodologia de avaliação, fator essencial na comparabilidade dos dados, relatos e demonstrações contábeis. Exemplo: O contador Sr. Cláudio deve registrar os fatos contábeis do encerramento da sua empresa de joias, na data da sua ocorrência, para que seus usuários, seguindo essas informações, também registrem esses fatos nas suas empresas.
Princípio da atualização monetária: Todas as alterações sofridas em relação
ao poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidas nos registros contábeis. A utilização de um único parâmetro de caráter geral e de forma uniforme por todas as Entidades é indispensável, a fim de que sejam possíveis comparações válidas entre elas. Exemplo: A inflação dos últimos 2 anos foi de 80%. Logo, o valor de que é 100 passa a ser 180 (variou mais 80%)
Princípio da prudência: Deve-se obter o menor Patrimônio Líquido, dentre
aqueles possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação. Dessa forma, havendo formas alternativas de se calcularem os novos valores, precisa- se optar sempre pelo que for menor do que o inicial, no caso dos ativos, e maior, no caso de componentes patrimoniais integrantes do passivo. A escolha não está no reconhecimento ou não da provisão, indispensável sempre que houver risco de não-recebimento de alguma parcela, mas, sim, no cálculo do seu montante. Exemplo: Dívida a uma empresa, a empresa devedora precisa pagar entre 7000 e 1000 mil reais. Então registra na contabilidade o valor maior, mesmo que exista um pouco mais de chance de pagar um valor menor.